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Acadêmica: Camila Guimarães Lopes Disciplina: Tópicos Especiais em Agronegócio Profº Dr. Clandio Favarini Ruviaro Livro: “Vai Agronegócio” Autor: Marcos Fava Neves Atualização do artigo “O Brasil como solução à crise alimentar”. Publicado na Folha de São Paulo em 12/02/2011. Pág. 264. Com a eclosão da crise alimentar entre 2007-2008, houve uma repercussão gigantesca a respeito do assunto, pois os preços das principais commodities registraram uma alta, há mais de 30 anos vista, colocando em risco os direitos humanos à alimentação e nutrição. Sendo de 40% e 90% o percentual de aumento das commodities agrícolas e não agrícolas, respectivamente. O autor pontua que tal crise foi gerada por nove fatores estruturais: crescimento da população mundial (os efeitos dessa alta dos preços são fome, desnutrição, inflação, problemas com segurança etc); grande crescimento e distribuição da renda; urbanização (faltam famílias produzindo no campo, maior dependência de produtos e industrialização); uso de grãos e terras para biocombustíveis; preços do petróleo; crises de produção (referentes aos recursos como água, matéria prima etc. e seu uso descontrolado); mercados financeiros (especulação de fundos); programas governamentais de assistência e a desvalorização do dólar. A partir de tais fatos supracitados, o Brasil surge com a oportunidade de solucionar e ajudar na crise alimentar que se alastrava pelo mundo em 2008. Com a desburocratização tributária, trabalhista e tecnológica, além das ambientais, logísticas e jurídicas, torna-se possível ações em curto prazo, dado a disponibilidade de terras para produção, assim como a produtividade do período. As vantagens não refletem apenas no abastecimento de alimentos no mundo todo, mas também na geração de renda e empregos, com um desenvolvimento sustentável do país. O Brasil, nos anos seguintes, aumentou consideravelmente suas exportações agrícolas. De acordo com os dados dos últimos 20 anos (2000 a 2020), a produção brasileira de grãos cresceu 210%, enquanto a mundial aumentou 60% (Embrapa). Entretanto, no ano de 2020, o mundo se depara com uma crise sanitária da pandemia do coronavírus. O momento, além de preocupante, exige que os países tomem medidas rápidas para solucionar problemas nos diversos setores: saúde, alimentação, educação, economia etc. O impacto que essa crise gerou e está gerando na economia ainda não foi totalmente mensurado. Contudo, a realidade pôs à prova novamente o grande potencial do Brasil perante o mundo, no que se refere às questões alimentares. No setor agrícola, em 2020, o Brasil teve como resultado a produção de 122 milhões de toneladas, perdendo somente para os Estados Unidos, com 138 milhões de toneladas. Está atualmente na posição de 2º maior produtor agropecuário do mundo. Segundo dados da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), o Brasil produz uma quantidade de alimentos que atende cerca de 800 milhões de pessoas em todo o mundo. Além das expectativas do MAPA (Ministério de Agricultura e Pecuária), que espera que o Brasil ultrapasse os Estados Unidos nos próximos 5 anos, a fim de se tornar o maior exportador de grãos do planeta. Além de grãos, o Brasil foi responsável por abastecer vários países do mundo durante a pandemia, como a China, liderando a exportação de carne bovina, superando recorde histórico com 8,5 bilhões; a exportação de suínos também atingiu um recorde de 1,021 milhão de toneladas em 2020, alta de 36,1% em relação ao ano anterior de acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Considerando também a avicultura, o Brasil teve um desempenho positivo com resultados expressivos nas exportações, fato que atualmente mantém segura a economia do país. Em meio a mais uma crise global repleta de instabilidades, o PIB brasilero registrou uma queda de 4,1% pontos percentuais no ano de 2020 em comparação ao período anterior. Representa o maior recuo desde 1996, sendo um dos efeitos da pandemia. Todos os setores e atividades registraram quedas (principalmente serviços e indústria), exceto a agropecuária: o único setor a crescer (+2%). Reforçando mais uma vez a importância do agronegócio brasileiro para o país e para o mundo, o setor que se desenvolveu de tal forma que hoje é responsável por mais de ⅓ do PIB do Brasil e pela alimentação de milhões de pessoas em todo o mundo.
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