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2 - Agência e distribuição

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Agência e distribuição
APRESENTAÇÃO
As relações contratuais são inúmeras no Brasil. Vão desde contratos de prestação de serviços até 
compra e venda de imóveis. Nesse ínterim, há o contrato de agência e distribuição, que consiste 
em um acordo entre duas partes, em que uma concede à outra o direito de representá-la junto ao 
mercado. Regido pelo Código Civil, e em alguns aspectos pela Lei de Representação Comercial, 
é um contrato que tem algumas peculiaridades.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você irá aprender como ocorre a relação entre os contratantes, 
se há hierarquia e vínculo empregatício, dentre outras informações.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Definir agência e distribuição.•
Descrever as características gerais de agência e distribuição.•
Analisar as obrigações das partes.•
DESAFIO
O contrato de agência consiste em uma gerência indireta por parte do preponente, na qual 
incidirá orientações e parcial subordinação, visto que o agente representa o preponente. Mas 
subordinação, pessoalidade, continuidade na prestação do serviço e onerosidade não são 
requisitos para caracterizar uma relação de emprego? Como resolver essa questão?
Você, na posição de juiz dessa ação, e com base em seus conhecimentos sobre o contrato de 
agência e sua disciplina no Código Civil, como decidiria essa situação? Há relação empregatícia 
entre as partes?
INFOGRÁFICO
No contrato de agência, o preposto atua em nome do preponente, desenvolvendo atividades 
mercantis para a promoção dos negócios, mediante uma remuneração, em uma zona delimitada. 
Mas, então, qual é a diferença entre um agente e um representante comercial?
No Infográfico a seguir, você verá comparações entre a atuação de cada um desses papeis.
CONTEÚDO DO LIVRO
Você já se perguntou qual tipo de contrato é necessário para que alguém venda um produto em 
seu nome? E para entregá-lo ao cliente, deve haver uma relação contratual também? A resposta 
para ambas as perguntas é sim. Nesses casos, entra o contrato de agência e distribuição. O 
contrato de agência se refere à realização do negócio, enquanto o de distribuição diz respeito à 
disponibilidade da coisa a ser negociada pelo agente. 
No capítulo Agência e distribuição, da obra Direito empresarial III, você verá que como 
funciona o contrato de agência e distribuição, quais as suas características, bem como as 
obrigações e os direitos decorrentes dessa pactuação. 
Boa leitura.
 DIREITO 
EMPRESARIAL III 
Guérula Mello Viero 
Agência e distribuição
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Definir agência e distribuição.
  Descrever as características gerais da agência e distribuição.
  Analisar as obrigações das partes.
Introdução
As relações contratuais são inúmeras no Brasil. Vão desde contratos de 
prestação de serviços até compra e venda de imóveis. Nesse ínterim, há o 
contrato de agência e distribuição, que consiste em um acordo entre 
duas partes, em que uma parte concede a outra o direito de representá-
-la junto ao mercado. Regido pelo Código Civil e, em alguns aspectos, 
pela Lei de Representação Comercial, é um contrato que possui algumas 
peculiaridades.
Neste capítulo, você vai ler sobre o contrato de agência e distribui-
ção, bem como sobre os direitos e as obrigações para o preponente e 
o preposto. Vai ler também sobre as características desse contrato, se 
há subordinação entre o contratante e o contratado, como ocorre a 
remuneração e se há um limite de produtos para a venda. 
Conceitos fundamentais
O contrato de agência e distribuição é regido pelo Código Civil e está sujeito às 
regras contratuais dispostas no referido instituto. Disciplinado nos arts. 710 a 
721, consiste no contrato pelo qual uma “[...] pessoa se obriga a realizar, mediante 
retribuição, com caráter de habitualidade, mas sem subordinação hierárquica, 
operações mercantis por conta de outrem, em zona determinada” (PEREIRA, 
2017, p. 276). Ou seja, o contrato de agência se refere à realização do negócio, 
enquanto o de distribuição diz respeito à disponibilidade da coisa a ser negociada 
pelo agente (GONÇALVES, 2012). O agente, ou distribuidor, age em nome do 
preponente, devendo informá-lo sobre as condições existentes na sua zona de 
atuação, bem como deve repassar dados de mercado úteis ao comércio. Por sua 
vez, o preponente delimita a quantidade de produtos disponíveis. 
Como dispõe o art. 710 do Código Civil (BRASIL, 2002), trata-se de um 
contrato personalíssimo, visto ser celebrado intuitu personae. É intransferível 
e exclusivo, pois o agente ou distribuidor não pode distribuir produtos de mais 
de um preponente, ao mesmo tempo em que esse preponente não pode contar 
com outro agente ou distribuidor atuando com seus produtos na mesma zona, 
como estabelece o art. 711. Ainda, refere-se a um contrato bilateral, oneroso, 
consensual, comutativo e informal.
Por ser um contrato oneroso, a remuneração ocorre por meio de percentual 
dos negócios, a qual consolida a comissão. De um lado, o preponente tem a 
obrigação de pagar a comissão, que pode ser condicionada ao pagamento da 
mercadoria pelo terceiro adquirente. De outro, o agente ou distribuidor deve 
encontrar interessados em adquirir os produtos (COELHO, 2012).
Muitos autores utilizam erroneamente a expressão “proponente” para se referir ao 
titular do produto. Nos contratos de agência e distribuição, a parte detentora do 
insumo é o preponente, pois diz respeito àquele que prepõe, que elege ou designa 
alguém para agir em seu lugar. O proponente corresponde ao que propõe; ou seja, 
ao que apresenta uma proposta. 
Para facilitar, podemos associar as expressões ao processo judicial. Quando uma 
empresa precisa que alguém a represente em uma audiência, por exemplo, quem 
vai é o preposto, que é indicado para agir no lugar do preponente, mas, quando a 
empresa propõe a ação, ela é a proponente.
O agente ou distribuidor deve seguir as orientações recebidas do preponente, 
agindo com toda a diligência, uma vez que, ao contrário, pode caracterizar 
descumprimento contratual, ocasionando a resolução do contrato com perdas e 
danos. As despesas ficam a cargo do preposto, visto que age por conta própria 
(TARTUCE, 2017).
Quando não há estipulação de prazo para a duração do contrato, este pode 
cessar por resolução unilateral, como dispõe o art. 720 do Código Civil 
(BRASIL, 2002). Apesar de a lei definir como resolução contratual, o caso em 
tela trata-se de resilição, por ser um direito potestativo da parte, como refere 
Agência e distribuição2
o art. 473 do Código Civil. Para tanto, é necessário que tenha transcorrido 
prazo compatível. Ambas as partes estão condicionadas ao aviso prévio de 
90 dias, tanto para a conclusão dos negócios quanto para a atribuição da zona 
para outro preposto (PEREIRA, 2017). 
A resolução é o meio de dissolução e ocorre quando uma das partes descumpre o 
contrato, seja por inadimplemento culposo ou fortuito. Logo, o contrato precisa ser 
resolvido. A resilição ocorre quando uma ou ambas as partes manifestam a vontade 
de desfazimento do contrato por não haver mais interesse em prosseguir.
Contudo, no que tange ao prazo do aviso-prévio, o art. 720 deve ser anali-
sado em conjunto com o art. 473, pois a resilição unilateral pode ser afastada 
caso uma das partes tenha feito investimentos consideráveis, ocorrendo a 
prorrogação do acordo (BRASIL, 2002). Esse entendimento tem como base 
o princípio da conservação do contrato, o qual se relaciona com a função 
social. O seguinte julgado aborda o tema:
CONTRATO DE DISTRIBUIÇÃO. PRAZO DE AVISO PRÉVIO. DILAÇÃO 
PELO PODER JUDICIÁRIO. POSSIBILIDADE. ANTECIPAÇÃO DOS 
EFEITOS DA TUTELA. REQUISITOS PREENCHIDOS.
1. Presentes os requisitos do art. 273 do CPC, cabível a antecipação dos efeitos 
da tutela, dilatando-se o prazo de aviso prévio do contrato de distribuição 
havido entre as partes.
2. Nostermos do parágrafo único do art. 720 do Código Civil de 2002, é lícito 
ao Poder Judiciário dilatar o prazo de aviso prévio do contrato de distribuição, 
de modo a compatibilizá-lo com a natureza e o vulto dos investimentos reali-
zados para sua execução (RIO GRANDE DO SUL, 2011, documento on-line).
O preponente também pode cessar, sem justa causa, o atendimento do pre-
posto e, ao mesmo tempo, reduzir o atendimento. Nesse caso, se a continuação 
do contrato se tornar antieconômica, o agente ou distribuidor tem direito à 
indenização. Por ser considerada um caso de deslealdade do preponente, gera 
a resolução do negócio, com a aplicação do princípio da reparação integral 
dos danos (TARTUCE, 2017). Ainda sobre o descumprimento do contrato, o 
Código Civil (BRASIL, 2002, documento on-line) traz duas regras:
3Agência e distribuição
Art. 717 Ainda que dispensado por justa causa, terá o agente direito a ser 
remunerado pelos serviços úteis prestados ao proponente, sem embargo de 
haver este perdas e danos pelos prejuízos sofridos.
Art. 718 Se a dispensa se der sem culpa do agente, terá ele direito à remu-
neração até então devida, inclusive sobre os negócios pendentes, além das 
indenizações previstas em lei especial. 
No entanto, se o preposto não puder dar continuidade ao trabalho, 
por motivo de força maior, o art. 719 do Código Civil estabelece que o 
agente ou distribuidor terá direito à remuneração correspondente aos 
serviços prestados, inclusive cabendo aos herdeiros no caso de morte 
(BRASIL, 2002). 
No caso de prorrogação do contrato entre as partes, quando houver di-
vergência sobre o prazo de alongamento ou o valor da remuneração devida, 
a decisão ficará a cargo do juiz, que deverá decidir com razoabilidade e 
equidade, reafirmando a conservação contratual (TARTUCE, 2017).
Aos contratos de agência e distribuição, devem ser aplicadas as regras que concer-
nem aos mandatos e à comissão, bem como as constantes de lei especial, quando 
couber, conforme disciplina o art. 721 do Código Civil (BRASIL, 2002). A expressão 
“couber” indica uma aplicação subsidiária, portanto, prepondera as normas espe-
cíficas ao instituto.
Características da agência e distribuição
Os contratos de agência e distribuição já foram considerados distintos por 
alguns doutrinadores, como José Maria Trepat Cases (CASES; AZEVEDO, 
2003, p. 64), que entedia o contrato de distribuição inerente apenas à dispo-
nibilidade da coisa a ser negociada:
A distribuição é modalidade contratual recente, de concepção estrutural da 
economia moderna. A distribuição é a contratação voltada para otimizar 
a produção e circulação de bens, aproximando o produtor do consumidor, 
por intermédio do distribuidor. A distribuição engloba de forma orgânica e 
coordenada a figura do colaborador-intermediário (distribuidor) e o produtor, 
numa integração vertical, segundo Roberto Baldi.
Agência e distribuição4
Contudo, a I Jornada de Direito Comercial, promovida pelo Conselho da 
Justiça Federal em 2012, elucidou a questão aprovando o Enunciado Doutrinário 
nº. 31, que estabelece o contrato de distribuição como uma modalidade de 
agência). Tal entendimento se baseia no fato de que o agente atua como um 
mediador ou mandatário do preponente, com a devida remuneração corres-
ponde aos negócios concluídos em sua área de atuação (TARTUCE, 2017). 
Para facilitar a compreensão dessa forma de contrato, as características serão 
apresentadas separadamente.
Contrato de agência
Ao se considerar a conceituação legal do contrato de agência, disciplinada 
no art. 710 do Código Civil (BRASIL, 2002), podemos elencar os seguintes 
elementos (GONÇALVES, 2012, p. 456): 
  obrigação do agente em promover e fomentar o negócio do agenciado;
  habitualidade do serviço;
  delimitação da zona em que o serviço é prestado;
  direito do agente à retribuição do serviço que presta;
  exclusividade;
  independência.
Nesse sentido, cabe analisar o que envolve um contrato de agência (GON-
ÇALVES, 2012). Veja a seguir.
  Relação entre empresários — no que tange à circulação de bens e 
serviços no mercado, se o agente exerce atividade de representação 
comercial e, para tanto, as partes adotam as regras contidas no contrato 
de representação comercial autônoma, necessariamente ambos devem 
ser empresários. Contudo, como dispõe o Código Civil (BRASIL, 
2002), não há obrigatoriedade de o agente e o agenciado serem em-
presários, como nos casos de agentes de desportistas profissionais, 
cantores ou escritores.
  Relação de independência hierárquica — o agente atua com auto-
nomia na organização do seu negócio e na promoção dos negócios do 
preponente, no entanto, o preposto deve cumprir as programações e 
instruções dadas pelo proprietário do produto.
  Prática não eventual da atividade — o agente deve exercer a atividade 
de modo habitual, estabelecendo um vínculo duradouro entre as partes.
5Agência e distribuição
  Intermediação e promoção de negócios — o agente se responsabiliza 
por agir em nome do preponente.
  Pagamento de uma remuneração ou retribuição — os serviços agen-
ciados devem ser devidamente remunerados pelo preponente, garantindo 
ao contrato o caráter bilateral, comutativo e oneroso.
  Delimitação da zona (área) — os serviços prestados pelo agente são 
restritos a uma área ou zona específica.
Conforme Theodoro Júnior (2002, documento on-line), a lei qualifica o 
contrato de agência em um sentido mais restrito, definindo o agente como um 
prestador de serviços, “[...] cuja função econômica e jurídica se localiza no 
terreno da captação de clientela. A distribuição que eventualmente, lhe pode 
ser delegada, ainda faz parte da prestação de serviços”. Para tanto, a lei não 
exige uma forma escrita. Assim, o contrato pode ser provado por todos os meios 
admitidos no Direito, incluindo correspondências, notas fiscais, formulários 
de pedidos, comportamento das partes, entre outros (GONÇALVES, 2012).
Contrato de distribuição
Apesar de o Código Civil de 2002 não tratar o contrato de agência e distribuição 
como dois contratos distintos, há uma singela diferença disciplinada no art. 170: 
“[...] quando o agente tiver à sua disposição a coisa a ser negociada” (BRASIL, 
2002, documento on-line). Como leciona Theodoro Júnior (2002, documento 
on-line):
Distribuição não é a revenda feita pelo agente. Esse nunca compra a merca-
doria do preponente. [...] Ele age como depositário apenas da mercadoria do 
preponente, de maneira que, ao concluir a compra e venda e promover a entrega 
de produtos ao comprador, não age em nome próprio, mas o faz em nome e 
por conta da empresa que representa. Ao invés de atuar como vendedor atua 
como mandatário do vendedor.
A jurisprudência tem respeitado a liberdade de contratar e de extinguir o 
contrato, seja por seu termo final, por denúncia unilateral do contrato indeter-
minado ou pela não renovação contratual. Gonçalves (2012, p. 458) exemplifica 
com uma empresa distribuidora de bebidas, que pleiteava uma antecipação de 
tutela contra a fabricante para garantir-lhe, após o termo final do contrato, a 
prorrogação do vínculo por prazo indeterminado:
Agência e distribuição6
É descabida a decisão liminar, proferida em medida cautelar inominada, que 
obriga uma das partes a continuar cumprindo contrato já expirado e contra a 
sua vontade. A Constituição Federal expressamente consagra o princípio da 
legalidade, ao prescrever que “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de 
fazer alguma coisa senão em virtude de lei” (art. 5º, inciso II).
O entendimento é de que o simples exercício do direito de resilir o contrato 
unilateralmente, no seu vencimento, não enseja conduta ilícita, nem acarreta 
obrigação de indenizar perdas e danos, desde que cumprida a exigência de 
notificação prévia do distribuidor, atendendo à antecedência estipulada con-
tratualmente. A regra procura atender à inibição de ocorrência de danos mais 
graves às partes, devido à cessação do negócio. 
Obrigações das partes 
O CódigoCivil de 2002 dispõe, em seu art. 172, que o agente, ao desempenhar 
a função que lhe incumbe, deve atender às instruções recebidas do preponente, 
agindo com toda a diligência necessária (BRASIL, 2002). Logo, o agente possui 
uma autonomia relativa, visto que deve seguir as recomendações recebidas do 
empresário detentor do produto a ser representado. Ainda, sua atuação precisa 
ser condizente com a confi ança que lhe foi depositada, prestando o serviço 
com zelo e dedicação, com o intuito de obter um bom e útil desempenho 
(GONÇALVES, 2012).
Como leciona Gomes (1999, p. 415-416), dentro das obrigações inerentes 
à função do agente, encontram-se “[...] transmitir à outra parte informações 
das condições do mercado e perspectivas de vendas. Cumpre-lhe ainda prestar 
esclarecimentos a respeito da solvabilidade da clientela e atuação dos con-
correntes, bem como sobre a marcha dos negócios a seu cargo”. As despesas 
decorrentes do exercício profissional ficam a cargo do próprio agente, inclusive 
os gastos efetuados com propagandas, caso não seja estipulado o contrário no 
contrato. De acordo com Gagliano (2012, p. 327):
A principal obrigação do contrato é imposta ao agente (ou distribuidor), que 
se obriga a atuar como empreendedor, promotor de negócios, em favor do 
proponente, devendo agir, no desempenho do que lhe foi cometido, com toda 
diligência, atendo-se às instruções recebidas, ficando ao seu cargo, ainda, 
ressalvada estipulação em contrário, todas as despesas decorrentes do contrato. 
Fica claro, pois, aqui, o princípio da boa-fé objetiva.
7Agência e distribuição
Em síntese, são obrigações do agente ou distribuidor (GONÇALVES, 2012):
  exercer sua atividade com diligência; 
  seguir as instruções do agenciado; 
  não assumir, na mesma zona, negócios de outros proponentes; 
  manter o agenciado informado quanto às condições mercadológicas e 
à solvabilidade dos clientes; 
  prestar contas ao proponente dos serviços realizados à sua conta.
Cabe destacar que o agente recebe do preponente poderes para agir em 
seu nome. Dessa forma, o contrato de agência passa a ser regido também pela 
Lei de Representação Comercial — Lei nº. 4.886, de 9 de dezembro de 1965. 
Assim, as seguintes obrigações são inerentes ao representante comercial:
Art. 29 salvo autorização expressa, não poderá o representante conceder 
abatimentos, descontos ou dilações, nem agir em desacordo com as instruções 
do representado.
Art. 30 para que o representante possa exercer a representação em Juízo, 
em nome do representado, requer-se mandato expresso. Incumbir-lhe-á, 
porém, tomar conhecimento das reclamações atinentes aos negócios, 
transmitindo-as ao representado e sugerindo as providências acauteladoras 
do interesse deste.
Parágrafo único. o representante, quanto aos atos que praticar, responde 
segundo as normas do contrato e, sendo este omisso, na conformidade do 
direito comum (BRASIL, 1965, documento on-line).
No entanto, o preposto também possui direitos. Dessa forma, ao agente 
ou distribuidor é garantido o atendimento de seus pedidos, bem como exigir 
que sejam proporcionadas condições de exercer plenamente a atividade 
para a qual foi contratado. Caso não esteja estabelecido no contrato o vo-
lume de negócio que o agente deve promover, este passa a ter liberdade de 
ação, atentando para não exceder a capacidade de produção do preponente 
(GONÇALVES, 2012). 
O agente ou distribuidor possui o direito de ter exclusividade territorial, 
não podendo o preponente dispor da mesma área ou zona de atuação para 
outro preposto. O preposto também “[...] faz jus a uma remuneração fixa ou 
percentual, pelos negócios que promover, correspondente àqueles concluídos 
dentro de sua zona, ainda que sem a sua interferência”, como define o art. 
714 do Código Civil (BRASIL, 2002, documento on-line). Além disso, tem o 
direito de receber remuneração e indenização se o preponente cessar os forne-
Agência e distribuição8
cimentos ou reduzi-los, sem justa causa, de forma que se torne antieconômica 
a manutenção do contrato (BRASIL, 2002). No que tange às obrigações do 
preponente, podemos citar (GONÇALVES, 2012, p. 461):
  obrigação de remunerar os serviços promovidos pelo agente; 
  não constituir mais de um agente na mesma zona; 
  indenizar o agente na hipótese de, sem justa causa, cessar o atendi-
mento das propostas ou reduzi-las a níveis que tornem antieconômica 
a continuação da agência;
  conferir poderes ao agente para que este o represente na conclusão 
dos contratos. 
Por sua vez, quanto aos direitos do preponente, este pode:
  reter o pagamento por resilição contratual do agente, de forma a garantir 
o ressarcimento do que for devido;
  exigir que o agente lhe preste contas dos negócios realizados no seu 
interesse.
BRASIL. Lei nº. 4.886, de 9 de dezembro de 1965. Regula as atividades dos representantes 
comerciais autônomos. Diário Oficial da União, 10 dez. 1965. Disponível em: http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L4886.htm. Acesso em: 25 nov. 2019.
BRASIL. Lei nº. 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Diário Oficial da 
União, 11 jan. 2002. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/
l10406.htm. Acesso em: 25 nov. 2019.
CASES, J. M. T.; AZEVEDO A. V. (coord.). Código Civil comentado. São Paulo: Editora Atlas, 2003. v. 8.
COELHO, F. U. Manual de Direito Comercial: direito de empresa. 24. ed. São Paulo: Editora 
Saraiva, 2012.
GAGLIANO, P. S. Novo curso de Direito Civil: contratos — teoria geral. 8. ed. São Paulo: 
Editora Saraiva, 2012. v. 4.
GOMES, O. Contratos. 18. ed. Rio de Janeiro: Editora Forense, 1999.
GONÇALVES, C. R. Direito Civil brasileiro: contratos e atos unilaterais. 9. ed. São Paulo: 
Editora Saraiva, 2012.
PEREIRA, C. M. S. Instituições de Direito Civil. 21. ed. Rio de Janeiro: Editora Forense, 2017. v. 3.
9Agência e distribuição
RIO GRANDE DO SUL. Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul (Décima Sexta 
Câmara Cível). Agravo de Instrumento 70043460674. Relator: Paulo Sérgio Scarparo, 11 
ago. 2011. Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, 15 ago. 2011. Disponível em: https://
tj-rs.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/20276018/agravo-de-instrumento-ai-70043460674-
-rs. Acesso em: 25 nov. 2019.
TARTUCE, F. Manual de Direito Civil: volume único. 7. ed. Rio de Janeiro: Método, 2017.
THEODORO JÚNIOR, H. Do contrato de agência e distribuição no novo Código Civil. 
Revista da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais, n. 42, p. 129-163, 
2002. Disponível em: https://www.direito.ufmg.br/revista/index.php/revista/article/
view/1252/1185. Acesso em: 25 nov. 2019.
Os links para sites da Web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun-
cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a 
rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de 
local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade 
sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links.
Agência e distribuição10
DICA DO PROFESSOR
Você sabe como ocorre o encerramento no contrato de agência e distribuição? A extinção dessas 
pactuações ocorre por meio de rescisão, que engloba tanto a resolução quanto a resilição, bem 
como pode se dar por morte, sendo denominada cessação. Você conhece cada uma dessas 
modalidades? Há outras formas de extinção contratual previstas no Código Civil?
Nesta Dica do Professor, você vai entender que alguns termos usuais, como rescindir 
e distratar, não podem ser utilizados para todos os contratos.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
EXERCÍCIOS
1) O contrato de agência e distribuição é uma modalidade regida pelo Código Civil e 
está disciplinado entre os artigos 710 e 721.
Mas no que consiste esse tipo de contrato? Marque a alternativa correta.
A) Mediante remuneração, uma pessoa se obriga a realizar operações mercantis em nome de 
outra, com habitualidade,subordinação hierárquica e em zona determinada.
B) Uma pessoa se obriga a realizar operações mercantis em nome de outra, esporadicamente, 
sem subordinação hierárquica, em zona determinada, mediante remuneração.
C) Mediante remuneração, uma pessoa se obriga a realizar operações mercantis em nome de 
outra, com habitualidade, sem subordinação hierárquica e em zona determinada.
D) Uma pessoa se obriga a realizar operações mercantis em nome de outra, com 
habitualidade, subordinação hierárquica, em zona determinada, mediante remuneração.
E) Mediante remuneração, uma pessoa se obriga a realizar operações mercantis em seu 
próprio nome, com habitualidade, sem subordinação hierárquica e em zona determinada.
2) Por tratar-se de um contrato, agência e distribuição devem atender às regras 
impostas pelo Código Civil.
Nesse sentido, quais são as características que essa modalidade contratual apresenta?
A) Contrato personalíssimo, intransferível, exclusivo, oneroso, bilateral, consensual, 
comutativo e formal.
B) Contrato personalíssimo, transferível, oneroso, bilateral, consensual, comutativo e 
informal.
C) Contrato intransferível, exclusivo, oneroso, bilateral, consensual, comutativo e formal.
D) Contrato personalíssimo, intransferível, exclusivo, oneroso, bilateral, consensual, 
comutativo e informal.
E) Contrato transferível, exclusivo, oneroso, bilateral, consensual, comutativo e informal.
O agente atua como um representante do preponente. Assim, precisa seguir as 
orientações recebidas para atuar junto aos clientes, agindo com toda a diligência. 
Caso contrário, pode ensejar na resolução contratual. Mas há casos em que pode 
ocorrer também a resilição contratual.
Observe as afirmativas a seguir sobre resilição contratual e, em seguida, assinale V, 
para as que correspondem a essa forma de desfazimento do contrato e F para as que 
não correspondem.
I – ( ) Para que haja resilição contratual, é necessário atentar para o aviso prévio de 
90 dias.
II – ( ) Para a resilição contratual não é necessário o aviso prévio, caso o preposto 
3) 
descumpra o contrato.
III – ( ) A resilição contratual só pode ocorrer em contratos por prazo indeterminado.
IV – ( ) O preponente pode encerrar sem justa causa o atendimento do preposto, mas 
haverá direito à indenização caso o contrato se torne antieconômico para o agente.
Agora, assinale a opção que apresenta a sequência correta.
A) V, F, V, F.
B) V, V, F, F.
C) V, F, F, F.
D) F, V, F, V.
E) F, F, V, V.
Na resilição contratual, ambas as partes devem observar o aviso prévio de 90 dias, 
tanto para a conclusão dos negócios quanto para a atribuição da zona para outro 
preposto. No entanto, há casos em que o Poder Judiciário tem a prerrogativa de 
dilatar esse período.
Observe as afirmativas a seguir.
I – Com base no princípio da conservação do contrato, o juiz pode dilatar o prazo do 
aviso prévio, caso o preposto esteja passando por dificuldades financeiras.
II – O juiz pode ampliar o prazo do aviso prévio do contrato se uma das partes tiver 
realizado investimentos consideráveis.
III – Para haver compatibilidade com a natureza e o vulto dos investimentos 
realizados à execução do contrato, o juiz pode dilatar o prazo do aviso prévio.
IV – O juiz pode ampliar o prazo do aviso prévio se houve descumprimento 
4) 
contratual de uma ou ambas as partes.
Agora, assinale a opção que apresenta as afirmativas corretas.
A) As afirmativas I e II estão corretas.
B) As afirmativas I, II e III estão corretas.
C) As afirmativas III e IV estão corretas.
D) As afirmativas II e IV estão corretas.
E) As afirmativas II e III estão corretas.
5) O contrato de agência e distribuição acarreta direitos e obrigações para ambas as 
partes, como qualquer relação contratual. No entanto, essa modalidade tem alguns 
elementos inerentes à prestação dos serviços.
Analise as afirmativas a seguir.
I – Independência hierárquica, não eventualidade, intermediação e promoção de 
negócios e delimitação da área de atuação.
II – Dependência hierárquica, delimitação da área de atuação e pagamento de 
remuneração ou retribuição.
III - Independência hierárquica, eventualidade, intermediação e promoção de 
negócios e delimitação da área de atuação.
IV - Independência hierárquica, não eventualidade, intermediação e promoção de 
negócios e pagamento de remuneração ou retribuição.
Sobre os elementos da relação contratual de agência e distribuição, assinale a opção 
que apresenta as afirmativas corretas.
A) As afirmativas I e II estão corretas.
B) As afirmativas I e IV estão corretas.
C) As afirmativas III e IV estão corretas.
D) As afirmativas II e IV estão corretas.
E) As afirmativas II e III estão corretas.
NA PRÁTICA
Os acordos de representação entre agentes e jogadores de futebol também são regidos pelos 
contratos de agência. Neles, o atleta cede ao seu representante o poder de agir em seu nome. 
E se o jogador de futebol firmar um contrato por conta própria? Como fica a remuneração do 
agente? Há descumprimento contratual?
A seguir, Na Prática, você irá entender melhor como funciona uma situação como essa. 
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SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
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O contrato de agência e distribuição objetiva gerem interesses alheios. No entanto, essa 
modalidade contratual tem algumas peculiaridades. Entenda melhor no artigo de Beatriz 
Macedo Delgado.
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Acompanhe mais sobre o tema no artigo de Rafael Soares Gonçalves.
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