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Fundamentos Históricos e Introdução ao Estudo do Direito Apresentação da disciplina: • PLANO DE ENSINO; • BIBLIOTECA VIRTUAL; 2 3 Plano de Ensino: A disciplina é dividida em 4 Unidades de Ensino (cada unidade é subdivididas em 3 seções): 1. ANTIGUIDADE E DIREITO NÃO-EUROPEU; 2. FORMAÇÃO DO DIREITO MODERNO; 3. DIREITO, NORMAS E HERMENÊUTICA JURÍDICA. FONTES E PRINCÍPIOS DO DIREITO; 4. TEORIA GERAL DO ESTADO. 4Bibliografia: JANKOVIC, Elaine Karina; CICILIATO, Rodolfo Xavier; FERNANDES, Bernardo Teixeira Lima. Fundamentos históricos do Direito. Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2016. WOLKMER, Antonio Carlos Wolkmer. Fundamentos de história de direito.Organizador. - 3. ed. 2.tir. rev. e ampl. - Belo Horizonte: Del Rey, 2006. FINNIS, John. Lei Natural e Direitos Naturais. São Leopoldo: Editora Unisinos, 2006. OST, François. Contar A Lei - As Fontes Do Imaginário Jurídico. Unisinos: 2006. 5Bibliografia: ABEL, Henrique; ARAUJO, Marjorie de Almeida; GRIVOT, Débora Cristina Holenbach. História do Direito. Porto Alegre: SAGAH, 2017. (Disponível em Minha Biblioteca); VENOSA, Sílvio de Salvo. Introdução ao estudo do direito. – 6. ed. – São Paulo: Atlas, 2019. (Disponível em Minha Biblioteca) REALE, Miguel. Teoria do Direito e do estado, 5ª edição. São Paulo: Editora Saraiva, 2000. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788502135 437/. Biblioteca Virtual 6 SE QUISEREM ENVIAR DÚVIDAS OU CONTRIBUIÇÕES, O CHAT ESTÁ ABERTO! 7 Perguntas? 8Introdução: Fundamentos Históricos do Direito Conhecer os fundamentos sociais, políticos, econômicos e culturais que levaram determinadas civilizações a escolherem suas leis, regras e normas; Nas palavras dos autores JANKOVIC, CICILIATO e FERNANDES (2016, p. 7): compreender o fenômeno jurídico através do estudo das estruturas de ordenamento jurídico que existiram desde a Antiguidade e como o Direito Contemporâneo foi e é influenciado pelos mais variados sistemas jurídicos que já existiram. 9 Texto acadêmico: Acesso ao texto na íntegra: AZEVEDO, L. C. de. História do direito, ciência e disciplina. Revista da Faculdade de Direito, Universidade de São Paulo, [S. l.], v. 92, p. 31-49, 1997. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/rfdusp/article/view/67354. MIRANDA, R. D. de. François Ost e a hermenêutica jurídica – um estudo de Contar a Lei. Revista Direito&Justiça. v. 37, n. 1, p. 30- 35, jan./jun. 2011. https://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/fadir/article/vi ew/9093 10Recorte de texto acadêmico: Já se disse que a ordem jurídica se assemelha a um imenso relógio, repleto de engrenagens: algumas delas, possuem movimento rápido e visível; outras, mais moroso e apenas perceptível; outras, enfim, trazem movimento tão-lento, que parecem imóveis. Por isso, para medi-las, deve-se considerá-las dentro de um larguíssimo período de tempo. E são justamente estas engrenagens mais lentas que não podem ser desprezadas; ao revés, devem ser levadas em consideração, antes que as outras; ou, por outra, deve-se atentar, de preferência, para aqueles institutos que revelaram possuir maior longevidade e estabilidade, porque foram eles que influenciaram o pensamento jurídico em maior profundidade e dimensão. 11 Ora, como buscar a evolução de um determinado Direito sem se valer do concurso da História e sem cuidar dos fundamentos sociais, políticos, econômicos e culturais que dirigiram a conduta do conglomerado humano que o adotou e utilizou? Daí a importância inestimável da História do Direito: fornecer ao Direito atual a compreensão dessa retrospectiva, esclarecendo dúvidas, afastando imprecisões, levantando, passo a passo, a verdadeira estrutura do ordenamento, seus institutos mais sólidos e perenes, suas bases de fundo e suas características formais, até alcançar a razão de ser de seu significado e conteúdo (AZEVEDO, 1997, p. 33). 12Conceito de História do Direito Direito não se reduz a um inventário, nem se limita a erguer e revolver os antecedentes históricos das instituições ora vigentes; explica-se, não pela volta às antigüidades jurídicas, mas pelo fato de constituir o "único caminho para a compreensão da essência do Direito'' na sua atual conjuntura. 13 Para conceituar tal ciência, recorremos à afirmação que ensina: “O propósito da História, ciência que trata de narrar e fazer conhecer os acontecimentos sociais ocorridos e vividos, acertando versões, afastando dúvidas, buscando a certeza, sempre com fundamentos nos dados já existentes ou naqueles que necessitam ser levantados e esclarecidos”. (AZEVEDO, 2013, p. 16). 14 Na condição de ciência que é, descreve e revela; pesquisa e esclarece; coordena e explicita a vida jurídica de u m povo e m seus mais variados aspectos, detendo-se nas fontes, nos costumes, na legislação que o rege, e m todas as manifestações, enfim, que possibilitem o aperfeiçoamento dessa compreensão com o u m todo, resultante do conhecimento dos fatos ocorridos e das impressões maiores ou menores que estes deixaram. (AZEVEDO, 1997, p. 33). 15 É tanto uma ciência histórica, quanto jurídica; em face desta dualidade, sua área de atuação não se restringe a limites rígidos ou previamente direcionados; já que não se conforma com a mera descrição dos fenômenos jurídicos, deve compreendê-los e explicá-los desde o momento em que sucederam, como na seqüência temporal na qual persistiram sobrevivendo ou deixando de existir. 16A interdisciplinaridade da História do Direito: Costuma-se dizer que o historiador é reconhecido pelos juristas... como um bom historiador e, entre os colegas historiadores, com o um bom jurista. Se por um lado não deixa de ser incômoda a sua insistência e m retroagir ao estado temporal das questões que examina, também esta ressalta na mentalidade jurídica, tônica que identifica todos os temas que aborda. O vastíssimo campo pelo qual atua conduz necessariamente à interdisciplinaridade, pois está ele tanto às voltas com as instituições de Direito Público, quanto de Direito Privado; aqui, o tema é de Direito Civil, ali, de Direito Penal, Processual, Administrativo... 17Obrigatoriedade da disciplina nos cursos jurídicos: Direito, embora presente desde épocas remotas que se perdem na origem das civilizações, teve o seu estudo institucionalizado de dois séculos para cá, incorporando-se definitivamente ao elenco das ciências jurídicas, de modo a constituir disciplina obrigatória para a formação de todo aquele que procura um completo conhecimento do saber, no campo do Direito. Para comprovação desta assertiva, impõe-se, então, o retorno ao século XVIII e ao regime que vigia em Portugal e, por conseqüência, no Brasil, antes da Independência. VAMOS PENSAR NA SITUAÇÃO DE MARCOS. 18 Situação- Problema 19 Situação-Problema Marcos é um advogado recém-formado que está buscando ingressar em um programa de pós-graduação stricto sensu em Direito, ou seja, quer cursar um Mestrado em Direito. Foi aprovado na prova escrita do processo seletivo, sendo convocado para a entrevista e prova oral com a banca examinadora, quando lê o edital do Programa e toma ciência de que serão cobrados temas sobre História do Direito. 20 Situação-Problema Então, ele pede um antigo professor indique temas para serem estudados, o qual sugere que Marcos reflita e pense nas seguintes abordagens e focos de estudo: O que é História? Qual é o objeto do estudo da História? Qual é o objeto de estudo da História do Direito? Como a História do Direito se relaciona com as demais disciplinas jurídicas? Qual é a importância do estudo da História do Direito para compreender o Direito contemporâneo? Vamos ajudar Marcos a entender e a compreender esses temas tão importantes. E como você poderá fazer isso? 21 Vocês sabiam que o Direito Brasileiro, em especial o Direito Civil, possui grande correspondência com o Direito Romano?A influência do ordenamento jurídico do Império Romano é de grande importância para nossa disciplina, e isso será objeto de estudo, mais adiante. 22 Resolução Situação-Problema Relembrando: Marcos é um jovem advogado que está se preparando para uma entrevista do processo seletivo de um Mestrado. Ele será submetido a uma prova oral e entrevista com a banca examinadora e pediu ajuda a um professor para que lhe indicasse sobre quais pontos da História do Direito ele poderia ser questionado. 23 Resolução Situação-Problema O professor indicou os seguintes pontos: “O que é História? Qual é o objeto do estudo da História? Qual é o objeto de estudo da História do Direito? Como a História do Direito se relaciona com as demais disciplinas jurídicas? Qual é a importância do estudo da História do Direito para se compreender o Direito contemporâneo?” 24 História é a ciência que trata de narrar e fazer conhecer os acontecimentos sociais ocorridos e vividos, acertando versões, afastando dúvidas, buscando a certeza, sempre com fundamentos nos dados já existentes ou naqueles que necessitam ser levantados e esclarecidos; a História do Direito é a ciência que pesquisa e estuda o significado dos processos de alteração das estruturas jurídicas; e se, assim procedendo, ela penetra e convive com as naturais mutações de ordem política, econômica e cultural inerentes ao substrato social examinado. • ALGUMA DÚVIDA? • CONSEGUIRAM OBSERVAR A IMPORTÂNCIA DA HISTÓRIA DO DIREITO PARA A FORMAÇÃO JURÍDICA? 25 Perguntas? O Direito nas Sociedades Primitivas 26 27 Prof. Antonio Carlos Wolkmer (2002, p. 19), traz alguns apontamentos iniciais sobre o Direito nas sociedades primitivas: Toda cultura tem normas que delimitam a existência de padrões, regras e valores que estabelecem moldes de conduta; As sociedades buscam assegurar uma determinada ordem social; A lei expressa a presença de um direito ordenado na tradição e nas práticas costumeiras que mantêm a coesão do grupo social. 28 Cada povo tem um sistema jurídico com especialidades, com certa evolução e complexidade; Os primeiros textos jurídicos estão associados ao aparecimento da escrita. Porém, antes mesmo da escrita já havia a presença de um direito entre povos, pois tinham organização social e política; Autor John Gilissen: questiona as expressões “direito primitivo” e “direito arcaico”; 29 O Processo de colonização gerou um pluralismo jurídico: Direito europeu – commom law – nas colônias inglesas e americanas; Direitos romanistas – nas outras colônias, para os não indígenas evoluídos; Direito arcaico – populações naturais (aborígenes).