Buscar

cap 2 - finanças nas organizações


Continue navegando


Prévia do material em texto

Aula 2 
Definição 
Conceito de finanças corporativas e alinhamento das principais áreas do setor financeiro dentro das organizações. 
Definição dos tipos de receita e despesa e conceituação de risco e retorno. 
 
PROPÓSITO 
Definir os conceitos iniciais de finanças, isto é, as principais noções sobre receita, despesa e finanças corporativas e como 
o estudo das finanças pode ser útil na vida de qualquer pessoa. 
 
OBJETIVOS 
- Módulo 1: Identificar os principais tipos de receitas e despesas e a importância do fluxo de caixa 
- Módulo 2: Compreender o conceito de finanças corporativas e suas principais áreas em uma organização 
- Módulo 3: Compreender o conceito de investimentos e financiamento 
- Módulo 4: Descrever as noções de risco e o retorno em Finanças 
 
Apresentação 
O físico Neil de Grasse Tyson tem um comentário muito interessante sobre Matemática. Ele diz que: 
Essa é a única matéria em que as pessoas se divertem ao falar que não entendem ou não sabem 
quase nada. Sempre que alguém pergunta qual era a matéria mais difícil da escola, nove entre dez 
pessoas respondem Matemática (e ainda soltam uma leve gargalhada depois de responder). 
Apesar deste tema não ser de Matemática, nem ter nenhuma conta, ainda assim a palavra finanças carrega 
o medo que a maioria das pessoas tem de Matemática e acaba criando uma reputação ruim, o que é muito difícil de ser 
evitado. No entanto, veremos que estudar Finanças é fácil e importante para todos, seja um administrador, seja um 
dentista, seja um professor, seja um artista, seja uma dona de casa, pois todos nós devemos entender, pelo menos, o 
mínimo sobre Finanças para administrarmos nossas contas de casa, decidir se vale a pena ou não comprar algo ou onde 
investir nosso dinheiro. 
Neste tema, apresentaremos importantes conceitos básicos em Finanças, que o ajudarão a entender como aplicar o 
dinheiro para gerar mais riqueza (e, quem sabe, viver apenas de renda no futuro). 
 
 
Identificar os principais tipos de receitas e despesas e a importância do fluxo de caixa 
Conceitos e tipos de receitas 
A receita pode ser definida como a entrada de dinheiro ou de crédito para alguém ou para a organização. Dessa forma, 
podemos entender receita como o dinheiro que entra toda vez que uma pessoa ou uma organização vende um produto ou 
presta algum serviço. Entenda na prática com os exemplos a seguir: 
- VENDER UM PRODUTO: Quando uma padaria vende um pão, quando uma pessoa vende os bolos que fez, quando 
recebe a oportunidade de comprar agora e pagar depois etc. 
- PRESTAR ALGUM SERVIÇO: Quando alguém ganha por maquiar uma noiva, quando um salão de beleza recebe o 
pagamento de uma cliente, quando usa um serviço de aplicativo e só paga por ele na fatura do cartão de crédito no final 
do mês etc. 
 
Agora que entendemos o que é uma receita, é importante saber que ela pode ser caracterizada de diferentes formas. Veja 
a seguir. 
 
Classificação da receita 
- Receita principal (primária) 
Essa forma de receita se refere ao dinheiro que uma organização recebe por sua atividade-fim. Se 
perguntassem a você o que uma hamburgueria faz, muito provavelmente você responderia algo 
como “vende hambúrguer”. 
Então, podemos dizer que o dinheiro que entra da venda de hambúrgueres, batatas fritas e 
refrigerantes é a receita principal ou primária de uma hamburgueria, pois essa é a sua atividade-
fim. 
 
- Receita secundária 
Podemos entender a receita secundária como um produto ou serviço que a organização vende ou 
presta, mas que é diferente da receita principal. 
Imagine que a venda de ração de cachorro é a atividade-fim de uma organização, com 90% de sua 
receita. Como já aprendemos, a venda de ração de cachorro é a receita principal (ou receita 
primária) da organização. No entanto, a organização imaginária também promove exposição de 
cães de raça e ganha um dinheiro extra com a inscrição dos donos para esses eventos. Sendo 
assim, 10% da receita da empresa correspondem à organização de eventos de cães. 
Então, o dinheiro proveniente desse negócio é chamado de receita secundária. 
Atenção 
É importante, no entanto, não confundir receita primária com receita secundária por causa do produto (ou serviço) que 
gera mais dinheiro para a empresa. Se uma empresa produz lápis e canetas, mas ela é mais famosa por suas canetas, 
não significa que a receita pela venda de canetas seja sua receita principal e a venda de lápis, sua receita secundária, 
pois a proposta da empresa é vender os dois produtos, mesmo que um deles seja mais requisitado do que o outro. 
 
Então, o que diferencia receita primária da receita secundária? 
É basicamente o produto ou serviço que a empresa busca realmente vender ou prestar (receita principal) e o produto ou 
serviço que a empresa faz para “ganhar um extra”. 
 
- Receitas financeiras 
Agora que sabemos que existe receita principal e receita secundária, podemos entender o que 
são receitas financeiras. Você concorda que, após a hamburgueria receber o dinheiro de um 
mês inteiro pela venda de hambúrgueres (e pagar seus funcionários), ela fica com bastante 
dinheiro em caixa? 
Uma hamburgueria pode, com esse dinheiro, fazer várias coisas: comprar mais maquinário, 
contratar mais funcionários e investir na bolsa de valores. 
Sim! Uma empresa de hambúrguer pode aplicar na bolsa de valores, emprestar para outras empresas e até mesmo 
comprar ações. Assim, chamamos de receita financeira todo dinheiro que entra na empresa proveniente de juros de 
receita financeira (a não ser que a empresa do exemplo em questão seja um banco). 
Para que não restem dúvidas, precisamos pensar que a atividade-fim varia de organização para organização, ou 
seja, precisamos sempre analisar a atividade em si para entendermos a aplicação desses conceitos. 
Veja, por exemplo, uma situação que é similar em termos de negócios, mas o entendimento do que é receita 
financeira pode ser bem diferente do que usamos no exemplo de uma empresa que vende hambúrguer. 
 
- Receitas não operacionais 
Uma empresa, normalmente, tem alguns computadores, às vezes, um carro e, em raras 
situações, um prédio. Todas essas coisas são usadas para que a empresa, por intermédio de 
seus colaboradores, funcione. 
No entanto, se a empresa decidir comprar computadores mais modernos e deixar de usar os 
antigos, ou se a empresa decidir se mudar de uma cidade para outra e vender o prédio que 
possui, o tipo de dinheiro gerado pela venda de algo que era usado pela empresa não se enquadra em receita principal, 
nem em receita secundária, muito menos em receita financeira. 
Então, como classificar essas receitas extraordinárias? 
Para esse tipo de receita, foi criado, então, o conceito de receitas não operacionais 
 
http://estacio.webaula.com.br/cursos/temas/te0047/index.html
Conceitos e tipos de despesas 
Depois de conhecer as principais formas de receita, nada mais justo do que aprender os principais tipos de despesa. 
Quando usamos o termo despesa, principalmente no nosso cotidiano, acabamos utilizando-o para todo tipo de gasto que 
é realizado; assim, de acordo com o conceito popular, despesa consistiria em qualquer saída de dinheiro. É dessa forma 
que estamos acostumados a lidar com esse termo no dia a dia. 
Porém, quando aplicamos a palavra despesa nas organizações, em termos financeiros, ela ainda representa uma saída 
de dinheiro da organização, mas há outros conceitos também relacionados a gastos. Assim, o conceito de despesa nas 
organizações tem um entendimento mais específico do que aquele que usamos. 
Despesa é tudo o que se refere à saída de dinheiro da organização na compra de produtos 
ou serviços que não estão diretamente ligados à produção do produto final. 
 
Um bom exemplo que podemos usar para entender essa definição é a compra de um ar-condicionado. Em uma empresa 
de plásticos, é necessário que a temperatura seja de exatamente 18ºC, caso contrário o plástico irá derreterou congelar. 
A compra do ar-condicionado não é uma despesa, mas um custo, pois, se não ocorrer, impactará no processo de produção 
da empresa. 
No entanto, caso o gerente tenha comprado o ar-condicionado para deixar o pessoal do administrativo motivado para 
trabalhar mais, essa compra foi uma despesa. 
Conseguem enxergar a diferença? 
A satisfação dos colaboradores contribui para o funcionamento da empresa, mas não é essencial no processo de produção 
do plástico. Por esse simples motivo, a compra deve ser considerada uma despesa. Dessa forma, podemos dizer que 
custo é toda saída de dinheiro referente à produção do bem ou à prestação de serviço. 
Despesa, entretanto, é toda saída de dinheiro que não está diretamente ligada à produção do bem ou à prestação de 
serviço. 
 
Principais tipos de despesas 
Assim como as receitas, as despesas também podem ser classificadas. Em alguns casos, podemos fazer isso de maneira 
mais intuitiva, como nas organizações e em nossos controles pessoais de gastos. 
Para aglutinar tipos de despesas parecidos, podemos ter os seguintes exemplos: 
• Salários das áreas administrativas e comerciais. 
• FGTS, INSS e outras despesas relacionadas aos salários. 
• Gastos com telefonia, Internet, energia elétrica, água e demais contas de pagamento mensal. 
• Comissões sobre as vendas realizadas. 
• Aluguéis de instalações (prédios, veículos, equipamentos, computadores e outros bens móveis e imóveis). 
• Impostos, juros bancários, multas e taxas diversas. 
• Material de escritório. 
• Serviços e material de limpeza. 
• Passagens, gastos com transporte e alimentação em deslocamentos. 
 
Há inúmeros tipos de despesas, dependendo do tipo de atividade da organização e da complexidade dela. 
Porém, percebam que ainda temos uma relação de tipos de despesa, e uma prática muito comum é reunir esses tipos em 
agrupamentos mais abrangentes, como, por exemplo: 
- Despesas gerais e administrativas: todas aquelas necessárias ao funcionamento administrativo da organização. 
- Despesas comerciais: todas aquelas que relacionamos ao esforço de vendas. 
- Outras despesas: todas aquelas que não se enquadram nos exemplos anteriores. 
Por fim, em relação ao entendimento de como classificar as despesas, ainda temos várias situações na gestão contábil e 
financeira, em que classificamos as despesas em fixas e variáveis. 
 
Atenção 
Ainda existe a possibilidade de uma despesa ter um comportamento simultâneo, com despesas fixas e variáveis; neste 
caso, ela é chamada de semivariável. Um exemplo simples é a conta de energia elétrica. Mesmo que nosso gasto de 
energia no mês seja nulo, existe um valor mínimo a ser pago mensalmente; porém, dependendo do consumo real de 
energia, esse gasto varia. Assim, o gasto com energia elétrica é uma despesa variável. 
 
Gestão de receitas e despesas 
Agora que está claro o que são receitas e despesas e suas classificações, vamos aprender um pouco sobre sua gestão. 
Imagine uma empresa que produz três tipos de chocolate que vendem bem (ao leite, com nozes e branco). Essa empresa 
conta com aproximadamente cem funcionários e possui um galpão alugado bem extenso. 
 
Você concorda que o fluxo de dinheiro nessa empresa deve ser grande e constante? 
 
Imagine que o dono dessa companhia não controla nenhuma das entradas e saídas de caixa, o que significa que ela pode 
estar com um problema sério de fluxo de caixa. 
 
Entenda, a seguir, o que é isso. 
 
Fluxo de caixa é um controle utilizado para registrar todas as entradas e saídas de dinheiro da empresa. Esse controle 
serve para que a empresa saiba, diariamente, se tem dinheiro em caixa para pagar o salário de seus funcionários, os 
fornecedores, as contas de luz, água etc. 
Quando uma empresa vende a prazo, isto é, entrega o produto hoje para receber o dinheiro no mês seguinte, o controle 
de fluxo de caixa é muito importante. Por exemplo, quando acontece uma venda de R$100 em mercadorias, o dinheiro só 
será recebido 30 dias depois. Enquanto isso, a empresa precisa lidar, no mês atual, com diversos gastos. Se ela não 
souber exatamente se pode ou não vender a prazo, poderá “meter os pés pelas mãos” e ficar devendo a alguém. 
 
Para entender melhor esse assunto, assista ao vídeo abaixo com o professor Matheus Moura, que explica os assuntos já 
vistos neste módulo. https://player.vimeo.com/video/407749752 
 
 
Compreender o conceito de finanças corporativas e suas principais áreas em uma organização 
 
O que são finanças corporativas? 
O professor Gitman, em seu livro Princípios de Administração Financeira, define finanças como “a arte e a ciência de 
administrar dinheiro”. Dessa forma, podemos entender que as finanças corporativas são a administração dos recursos 
financeiros (dinheiro) da empresa. 
 
Sendo assim, atividades comuns em finanças corporativas são: 
-Pagamento do salário dos funcionários 
-Compra de matéria-prima 
-Venda de produtos 
-Pagamento de fornecedores etc. 
 
Objetivos das finanças das organizações 
Gerir as finanças nas organizações é um dos pilares de sustentação das empresas, pois, assim, é possível controlar a 
entrada e saída de recursos financeiros, bem como se expandir (interação das Finanças com outras áreas, como Estratégia 
e Marketing). Então, sempre que pensar em finanças nas organizações, lembre-se das diversas áreas que servem para 
controlar as atividades e dar apoio ao gestor na hora de tomar decisão. 
 
Principais áreas financeiras 
As principais áreas relacionadas às finanças nas empresas são: 
- Contas a pagar: Essa área é responsável por administrar todas as despesas da empresa e garantir que tudo seja pago 
dentro do prazo, com o cuidado de saber se a empresa tem dinheiro em caixa para fazer os pagamentos no dia estipulado. 
 
- Contas a receber: Da mesma forma que o setor de contas a pagar é responsável pelo dinheiro que sai da empresa, a 
área de contas a receber é responsável por controlar o dinheiro que entra. Sendo assim, os funcionários da área de contas 
a receber têm a responsabilidade de verificar se estão pagando no dia certo (se não, buscar entender o motivo), se o 
dinheiro está indo para a conta correta, se tem dinheiro em caixa suficiente para o setor de contas a pagar usar, entre 
outros. 
 
- Tesouraria: Em algumas empresas menores, os setores de contas a pagar e de contas a receber ficam dentro da 
Tesouraria. No entanto, quando a empresa é maior, com vários funcionários, o que demanda muito esforço de todos para 
buscar a eficiência no trabalho, a Tesouraria se torna uma área separada com a função específica de gerar relatórios 
financeiros para a tomada de decisão estratégica pelos gestores. 
https://player.vimeo.com/video/407749752
Além disso, é essa área que cuida para que a empresa não perca dinheiro em situações externas (como importações, que 
sofrem impacto das taxas cambiais). Sendo assim, a Tesouraria, quando eficiente, evita que a empresa perca dinheiro, 
desperdice oportunidades com relação ao dinheiro e fornece informação valiosa aos gestores, para que eles tomem 
decisões rápidas. 
 
- Controladoria: Essa área é uma interseção entre a Contabilidade e a área de Finanças. Na Controladoria, os contadores 
e administradores ficam responsáveis por cuidar do orçamento da empresa. Como pode ser entendida como uma 
“evolução da Contabilidade”, ela é usada para controle estratégico dos gestores na tomada de decisão. Isto é, quando 
você decide comprar uma roupa nova no cartão, não pensa primeiro se vai ter dinheiro disponível para fazer a compra (ou 
pelo menos deveria)? Da mesma forma, a Controladoria cuida para que a empresa não dê um “passo maior do que a 
perna” e fique sem dinheiro para pagar suas dívidas futuras. 
 
Para complementar esse assunto, assista ao vídeo com o professor Matheus Moura, que falará sobre as finanças 
corporativas. http://atreus.uoledtech.com.br/estacio/video/196280 
 
 
Compreender o conceito de investimentose financiamento 
 
Noções de investimento 
A noção de investimento começa a surgir quando a organização conta com um recurso que não precisará ser gasto no 
processo produtivo nem para pagar despesas existentes. A partir dessa definição, podemos fazer as seguintes 
perguntas: 
 
Dessa forma, investimento pode ser definido como toda aplicação de dinheiro em algo que 
gere mais dinheiro no futuro. Isto é, suponhamos que o país entre em uma crise e uma 
empresa precise fechar as portas, fazendo com que cada funcionário receba 30 mil reais de 
indenizações. Veja dois cenários, onde Maria e Ricardo tomaram a decisão de como investir 
esse dinheiro: 
 
 
 
CENÁRIO 1 
 
 
 
 
 
Maria decide pegar Torna-se sócia na loja Lá, ela ganhará, por mês, mil 
 seus 30 mil. de roupas da irmã. e poderá arranjar outro emprego. 
 
CENÁRIO 2 
 
 
 
 
 
Ricardo, por outro lado, acredita Assim, ele decide comprar Curtirá o carro novo, 
que logo será contratado por outra um carro com sua indenização. enquanto espera ser 
empresa, pois possui boa formação acadêmica contratado por outra empresa. 
 
Não existe uma resposta certa ou errada para as decisões da Maria e do Ricardo. Cada um faz o que achar melhor com 
o seu dinheiro. 
No entanto, apenas um deles investiu. Você sabe dizer quem? 
 
Quem respondeu Maria acertou, pois investimento é tudo aquilo que é feito para gerar mais dinheiro no futuro 
(nem que seja um real a mais). Por outro lado, comprar um bem (nesse caso, um carro) é apenas um gasto, pois 
esse patrimônio não vai se valorizar com o tempo. Então, nunca caia na conversa fiada de amigos e familiares de 
que comprar um carro é investimento, pois, a cada ano que passa, o valor do carro diminui, e aqueles 30 mil do 
Ricardo logo serão 20 mil, 10 mil, e assim sucessivamente. 
 
Noções de financiamento 
Você, provavelmente, conhece alguém que sempre compra no cartão de crédito e diz fazer isso sem se preocupar, pois 
pagará suas dívidas em várias parcelas. Há também aqueles que compram tudo à vista, para não pagar juros ou ter uma 
dívida “eterna”. Esse processo de comprar em um momento e pagar depois é chamado de financiamento, e é muito comum 
entre pessoas, empresas e até países. 
http://atreus.uoledtech.com.br/estacio/video/196280
Você sabia que um país pode comprar algo de outro país e pagar depois? 
Em Finanças, é explicado que, muitas vezes, é mais vantajoso pagar por um produto ou serviço depois, pois o dinheiro 
pode perder seu valor com o tempo. Não pretendemos ensinar conceitos matemáticos, mas explicaremos, de maneira 
rápida e simples, porque isso acontece. Existe algo na economia chamado inflação, que faz com que os preços dos 
produtos e serviços aumentem. 
 
Por exemplo, se, nos anos 2000, você conseguia comprar um refrigerante por R$1, hoje, ele custa, em média, R$2,50. 
Então, o mesmo R$1 que comprava uma bebida no passado não compra nem meio refrigerante atualmente. 
 
A inflação serve de argumento para quem prefere comprar tudo a prazo, pois, dessa forma, conseguimos comprar mais 
quantidades hoje do que no futuro. Desse modo, empresas se beneficiam comprando produtos a prazo e no maior número 
de parcelas possível, pois a área de Tesouraria pode pegar o dinheiro que seria usado para pagar os produtos à vista e 
investir em algo a curto prazo, gerando um pequeno lucro para a empresa. 
 
Isso não é nenhuma sugestão para que todos passem a comprar a prazo! 
 
Atenção 
É muito comum pessoas perderem o controle no cartão de crédito e, no final, sofrerem grandes problemas financeiros. 
Caso decida comprar a prazo, faça contas antes de sair comprando, a fim de saber se terá dinheiro para pagar a fatura do 
cartão de crédito no futuro! 
 
Você conseguiu entender o que são investimentos e financiamentos? Assista ao vídeo abaixo com o professor Matheus 
Moura, que explica e exemplifica melhor esse assunto. https://player.vimeo.com/video/409018439 
 
 
Descrever as noções de risco e o retorno em Finanças 
Noções de risco em Finanças 
Nesta vida, temos apenas duas certezas: morreremos e pagaremos impostos (como diria um contador de carteirinha). 
Então, estamos todos sempre passíveis a risco, isto é, alguma coisa pode dar errado e jogar nossos planos para escanteio. 
 
Risco financeiro é qualquer grau de incerteza que associamos às transações financeiras e à utilização do dinheiro 
no tempo. 
 
Sendo assim, entre vários riscos, há alguns que precisamos entender e aprender para evitá-los. São eles: Risco 
operacional, Riscos de crédito, Riscos de liquidez, Riscos de mercado e Riscos legais 
 
Agora que vimos quais são os riscos financeiros, entenda os conceitos de cada um deles. 
- Risco operacional: Esse risco se refere ao fato de a empresa começar a dar prejuízo. Suponha que um empresário 
tenha uma padaria e venda seus pães a R$0,10 cada. No entanto, como não estudou esse conteúdo, ele não sabia que 
existe algo chamado fluxo de caixa e, por isso, não se lembrou de controlar as entradas e saídas e verificar quanto custava 
produzir um pão. No final de um ano, ele percebeu que cada pão custava R$0,15 para ser produzido, ou seja, ele tinha 
prejuízo e precisava fechar a sua padaria. Dessa forma, risco operacional se refere ao risco que qualquer empresa tem de 
seu negócio dar prejuízo, seja por vender mais barato do que deveria, seja por não ter clientes suficientes. 
 
- Riscos de crédito: Riscos de crédito, como o nome diz, ocorrem quando um empreendedor ou seu cliente não consegue 
pagar uma dívida e acaba pagando multa por isso. Se uma padaria comprar muita matéria-prima para produzir pão a prazo 
e não conseguir vender sua produção, ela não terá dinheiro para pagar a sua dívida. No final, a padaria terá de pagar 
multa, podendo até falir. 
 
 
- Riscos de liquidez: Quando uma empresa não sabe se está recebendo mais do que gastando (mesmo que haja 
garantias de receber mais dinheiro no futuro), existe a possibilidade de que a empresa não seja líquida (não tenha dinheiro 
rapidamente) e, com isso, não possa pagar os gastos do momento, como salários, fornecedores etc. Então, é preciso ter 
cuidado com a ideia de que receberá muito mais dinheiro do que o gasto para produzir, pois, se a empresa receberá esse 
dinheiro apenas no final do ano, é bom que separe uma boa reserva de dinheiro para pagar seus funcionários até lá. 
 
- Riscos de mercado: Os riscos de mercado se relacionam à economia como um todo, embora não estejam relacionados 
à influência de um empresário pequeno. Vamos supor que um empresário venda celulares e compre as peças da China. 
Se o Brasil brigar com a China, pode ser que o preço dos produtos chineses se torne bem mais caro e, com isso, será 
necessário aumentar o preço do celular. Assim, é possível que seus clientes prefiram os celulares do concorrente, por 
serem mais baratos. Dessa forma, risco de mercado é bastante perigoso, pois não depende muito da sua boa gestão. No 
entanto, existem atitudes que um gestor pode tomar para não se prejudicar com esses riscos, como ter vários fornecedores, 
uma boa quantidade de dinheiro em caixa etc. 
https://player.vimeo.com/video/409018439
– Riscos legais: Os riscos legais aparecem quando alguém é processado. Imagine que você tenha criado a mais nova 
empresa de tecnologia, que você sabe que dará lucro na certa. Após dois meses funcionandoe ficando famoso, vem o 
“banho de água fria”, isto é, uma empresa está processando você com a alegação de que está copiando suas ideias (em 
outras palavras, eles chegaram primeiro). Por mais que eles estejam errados, você mereça ter aquela empresa ou, até 
mesmo, que o juiz lhe dê razão, existe a chance de você constituir um advogado e até mesmo parar de funcionar até o 
meritíssimo chegar a uma conclusão. 
Enquanto isso, você precisa pagar o salário dos funcionários, o aluguel da sua sala, entre outras despesas. Por fim, você 
pode chegar à falência simplesmente porque alguém não concordou com o seu negócio. Dessa forma, é preciso se 
preocupar com os riscos legais e fazer tudo dentro da legalidade, se possível com a ajuda de um advogado experiente. 
Além disso, é necessário entender que, quanto mais arriscado é um investimento, mais retorno ele deve dar. Em outras 
palavras, você apostaria uma quantia grande de dinheiro no cavalo de corrida que ficou em último colocado na corrida 
passada? Provavelmente, não, pois o risco de perder é muito alto. Para que as pessoas se sintam mais atraídas a 
investirem nele, o prêmio pago tem de ser mais alto também. O inverso acontece com o cavalo campeão da corrida 
passada, que paga um prêmio mais baixo, já que ele tem grandes chances de ganhar. 
 
 
Noções de retorno em Finanças 
 
Retorno significa o quanto você ganhou pelo dinheiro investido. 
 
Desse modo, se você depositou R$1.000 na poupança em dois de janeiro de 2018, você obteve R$1.042,36 no último dia 
daquele ano, isto é, um retorno de R$42,36. Para muitos, esse retorno não é muito alto, pois a taxa de juros é muito baixa, 
e o prazo investido é de um ano. Além disso, a taxa de juros é altamente influenciada pelo risco. Então, como o risco de o 
banco não pagar o investidor é muito baixo, ele dará uma taxa de juros muito baixa também. Caso você consiga uma taxa 
de juros mais atraente (com um risco um pouco maior) e invista por um prazo maior, você poderá obter um bom retorno. 
Sendo assim, todas as pessoas que desejam trabalhar com finanças ou administrar suas finanças pessoais devem estudar 
um pouco de Matemática Financeira, principalmente juros compostos, para poder juntar uma riqueza para a aposentadoria. 
 
No livro de finanças pessoais Casais inteligentes enriquecem juntos, escrito por Gustavo Cerbasi, ele demonstra que, com 
uma pequena aplicação mensal de R$100, pode se formar um bom dinheiro a longo prazo, com uma taxa de juros de 1% 
ao mês. 
Tabela 1: Tabela de rendimento de uma aplicação de R$100 mensais a juros de 1% ao mês 
 
Quando falamos de empresas, há diversas formas de medir o retorno financeiro, bem como variados tipos de aplicações 
financeiras para ganhar um dinheiro extra (que seriam classificadas como receita financeira). Veja algumas a seguir: 
 
- Poupança: Essa forma de investir o dinheiro é a mais conhecida entre os brasileiros. Nesse tipo de investimento, o 
cliente coloca dinheiro no banco, e ele, mensalmente, renderá uma porcentagem a juros compostos. Porém, essa 
porcentagem é bem baixinha. Então, não espere ficar milionário com isso, a não ser que você espere algumas décadas e 
deposite mensalmente uma boa quantia em dinheiro. 
 
- CDB: O CDB é, basicamente, um empréstimo do cliente ao banco. Vamos dizer que você esteja com dinheiro sobrando 
e queira emprestá-lo a alguém. Concorda que é muito difícil um banco grande lhe dar um calote? Então, por que não 
emprestar para ele. No entanto, como o risco de o banco não pagar você (dependendo do banco) é muito baixo, a taxa de 
juros cobrada também é muito baixa. 
 
- Tesouro Direto (também conhecido como títulos públicos): Nesse tipo de investimento, você empresta dinheiro para 
o governo. Apesar de, no passado, o governo já ter dado um calote nos cidadãos, o sistema financeiro e governamental 
evoluiu muito, o que torna esse tipo de investimento muito atraente e com risco muito baixo. No entanto, para investir 
nessa modalidade, é necessário saber que o dinheiro deve ficar emprestado por bastante tempo. 
 
- Ações: Esse tipo de investimento é recomendado apenas para aqueles que estudaram sobre o assunto e têm dinheiro 
que nunca fará falta, caso eles o percam. Como é possível que o preço de uma ação varie muito, o investidor poderá 
perder muito dinheiro. No entanto, como existe certo risco, o ganho costuma ser maior do que as outras oportunidades 
mencionadas acima. 
Ressalto que, se você quiser investir em ações, é necessário estudar bastante sobre o tema. 
 
Agora que entendemos os conceitos de riscos e retornos em Finanças, assista ao vídeo que explica e exemplifica mais 
esse assunto. https://player.vimeo.com/video/408411600 
 
Considerações finais 
Ao longo deste tema, estudamos conceitos de Finanças corporativas e suas principais áreas. Com isso, você se torna 
capacitado a entender e exercer diversas funções dentro da área financeira, uma vez que conhece de forma abrangente 
as principais atribuições que cada área exige. 
Adicionalmente, explicamos alguns conceitos, como Receita e Despesa, Investimento e Financiamento, além de Risco e 
Retorno. 
Esses conhecimentos compreendem um vasto aprendizado, que é imprescindível para um profissional que deseje 
ingressar na área financeira organizacional. 
 
Podcast 
Para o nosso podcast, convidamos o professor Antônio Carlos Magalhães da Silva, que falará sobre o que estudamos 
neste tema. 
 
CONQUISTAS 
Identificou os principais tipos de receitas e despesas e a importância do fluxo de caixa 
Compreendeu o conceito de finanças corporativas e suas principais áreas em uma organização 
Compreendeu o conceito de investimentos e financiamento 
Descreveu as noções de risco e retorno em Finanças 
 
Referências 
CERBASI, G. Casais inteligentes enriquecem juntos. 1. ed. São Paulo: Sextante, 2004. 
FORTUNA, E. Mercado financeiro: produtos e serviços. 3. ed. Rio de Janeiro: QualityMark, 1994. 
GITMAN, L. Princípios de Administração Financeira. 12. ed. São Paulo: Pearson, 2010. 
 
Explore+ 
• Caso tenha se interessado em aprender mais sobre o fluxo de caixa, recomendamos que você invista em softwares 
de planilhas eletrônicas. Assim, você pode criar planilhas gerenciais bem bonitas e práticas, que irão auxiliá-lo e ajudá-lo 
a saber se você tem dinheiro ou não no momento. 
• Além disso, busque vídeos sobre fluxo de caixa, pois, assim, será possível ver, na prática, como ele é feito. 
• Pesquise também a Calculadora do Cidadão, do Banco Central, para calcular a correção pela caderneta de poupança 
facilmente. 
• Recomendamos também o livro Princípios de Administração Financeira, escrito pelo professor Gitman. 
 
 
GLOSSÁRIO 
Caixa - É a denominação que usamos em finanças para o local em que são registrados os valores de recursos 
imediatamente disponíveis para serem utilizados; é o dinheiro que fica livre e disponível para a utilização que for 
necessária). 
https://player.vimeo.com/video/408411600
javascript:void(0);