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FICHAMENTO DIREITO COLETIVO DO TRABALHO

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DIREITO COLETIVO DO TRABALHO 
 
O Direito Coletivo do Trabalho, constitucionalmente assegurado, agrega as normas que se referem às 
relações que envolvem um empregador ou um grupo de empregadores com os grupos de trabalhadores 
ou com as organizações que os representam. Para que uma relação configure matéria regulada pelo 
Direito Coletivo do Trabalho, é condição necessária que ela vincule uma pluralidade de trabalhadores. 
No entanto, à existência desse elemento quantitativo deve-se agregar um elemento qualitativo, qual seja, 
a existência de um interesse coletivo, que não é resultado da soma dos interesses individuais de vários 
trabalhadores, mas expressa um interesse qualitativamente distinto referente aos trabalhadores como 
grupo: grupo definido, mas interesse indivisível. 
Maurício Godinho Delgado: Direito do Trabalho é o complexo de regras, princípios e institutos 
jurídicos que regulam as relações empregatícias, quer no plano especificamente das obrigações 
contratuais de caráter individual, quer no plano mais largo dos vínculos estabelecidos entre os 
entes coletivos que representam os sujeitos desse contrato. Regula o Direito do Trabalho, 
ainda, outras relações laborativas não empregatícias especificadas em lei. 
Importante ainda destacas que as funções do Direito Coletivo do Trabalho podem ser divididas em dois 
grandes grupos: gerais, as quais envolvem os objetivos inerentes a todo o Direito do Trabalho (individual 
e coletivo); e específicas, as quais dizem respeito àquelas funções que despontam no segmento jus 
coletivo de modo particularizado. 
 
➔ NATUREZA JURÍDICA 
É de segmento e/ou ramo do Direito do Trabalho. Entretanto existe uma discussão quanto a 
autonomia do Direito Coletivo do Trabalho, sendo que alguns entendem que ele teria autonomia 
científica, pois apresentaria princípios próprios, assim como, acresce que não teria autonomia 
legislativa pois seu conteúdo se encontra inserido no corpo da CLT, e, também não teria 
autonomia didática e/ou doutrinária, pois na maioria dos cursos é ensinado dentro da 
disciplina direito do trabalho. 
 
➔ OBJETO 
É a parte do direito do trabalho que estuda os conflitos do trabalho e das formas de solução desses 
mesmos conflitos. Trata da organização sindical e da forma de representação coletiva dos interesses da 
classe profissional e econômica. Existem correntes quanto à definição de direito coletivo, sendo que 
elas se apresentam como: subjetivistas – que leva em conta os sujeitos das relações jurídicas; 
objetivistas – enfocam o conteúdo objetivo das relações jurídicas, isto é a matéria tratada no 
direito coletivo do trabalho, e, mistas – congrega tanto os aspectos subjetivos quanto os objetivos 
combinando os dois enfoques. 
Carlos Henrique Bezerra Leite. O Direito coletivo não constitui ramo autônomo do direito, 
e sim é parte integrante do direito do trabalho, na medida em que seu objeto reside, 
como já apontado alhures, não apenas no estudo da organização sindical, das negociações 
coletivas e dos conflitos coletivos do trabalho e suas soluções, mas também na 
representação dos trabalhadores na empresa, dos conselhos de fábrica, da greve, lockout 
etc. Exemplo da corrente mista. 
➔ PRINCÍPIOS 
 
a. PRINCÍPIO DA LIBERDADE ASSOCIATIVA E SINDICAL.: A CF/88 (art. 5º, XVI, XVII e XX e art. 
8º) garante a livre associação sindical, sem necessidade de autorização ou intervenção do 
Estado. Desta forma, o sindicato será livre em sua organização, filiação e fundação, nos 
termos do artigo 59, XVII e artigo 89, I da CF, e a lei não poderá exigir autorização do Estado 
para a fundação de um sindicato. 
 
▪ O princípio da liberdade de associação assegura consequência jurídico-institucional a 
qualquer iniciativa de agregação estável e pacifica entre pessoas, independentemente de 
seu segmento social ou dos temas causadores da aproximação, enquanto que o princípio 
associativo - envolve as noções conexas de reunião e associação (noções previstas no texto 
constitucional, respectivamente nos incisos XVI e XVII do art. 5º da CF/88) 
 
 
▪ O princípio da liberdade sindical, possuindo dimensão individual e coletiva, abrange não só 
a liberdade de associação, mas também a liberdade de ingressar ou não em um sindicato, 
dando assim amplitude ao princípio da liberdade sindical: filiação positiva e negativa. 
 
 
 
 
 
 
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b. PRINCÍPIO DA EQUIVALÊNCIA ENTRE OS SERES CONTRATANTES: Nas relações coletivas, 
não há hipossuficiência entre as partes, ou seja, sindicato patronal e dos empregados 
negociam em mesmo nível de igualdade. 
 
c. PRINCÍPIO DA UNICIDADE SINDICAL.: Com fulcro no artigo 89, inciso II da CF, verifica-se 
ser vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, representativa 
da categoria profissional ou econômica na mesma base territorial, que não poderá ser 
inferior à área de um município. 
 
 
No mais, a atuação do sindicato de forma válida exige duas personalidades, quais sejam: 
 
I. Personalidade Civil - Por possuir natureza jurídica de associação, deve haver registro em cartório de 
pessoa jurídica, nos termos do artigo 45 do CC; 
II. Personalidade Sindical - sindicato deve possuir registro no Ministério do Trabalho, artigo 89, I da CF e 
Súmula n. 677 do STF. 
 
 
“A Convenção n. 87 da OIT oferece uma conceituação de liberdade sindical que se 
baseia essencialmente na ideia de que os trabalhadores e os empregadores, sem 
qualquer distinção e sem autorização prévia, têm o direito de constituir as organizações 
que entendam convenientes, assim como o de filiar-se a essas organizações com a única 
condição de observar seus estatutos. Nesse conceito de liberdade sindical se incluem 
variáveis relacionadas à liberdade de trabalhar, à liberdade de filiar-se, à liberdade de 
organizar-se e de administrar-se e à liberdade de atuar em nome dos representados.” 
 
d. PRINCÍPIO DA LEALDADE E TRANSPARÊNCIA NA NEGOCIAÇÃO COLETIVA/ PRINCÍPIO DA 
BOA-FÉ OBJETIVA E DA CONFIANÇA: Como as negociações coletivas dão origem as 
normas jurídicas, deve ser respeitados os deveres de lealdade, boa-fé e transparência por 
parte dos contratantes. Acaba se vinculando ao princípio da equivalência dos contratantes 
coletivos. 
 
e. PRINCÍPIO DA INTERVENIÊNCIA SINDICAL NA NORMATIZAÇÃO COLETIVA/ PRINCÍPIO DA 
INTERVENIÊNCIA SINDICAL OBRIGATÓRIA: Os instrumentos normativos, ACORDO 
COLETIVO DE TRABALHO e CONVENÇÃO COLETIVA DE TRABALHO, apenas terão validade 
com a intervenção sindical. Isso porque, o empregador já é um ente coletivo por natureza, 
e a negociação individual desequilibra os polos do contrato de trabalho. Visa portanto 
equilibrar os entes nessa relação. 
 
OBS.: o prazo de vigência destes instrumentos coletivos é de até 02 (dois) anos, sendo 
vedada a ultratividade, conforme artigo 614, § 3o da CLT. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
f. PRINCÍPIO CRIATIVIDADE JURÍDICA NA NEGOCIAÇÃO COLETIVA/ CRIATIVIDADE 
NORMATIVA: A negociação coletiva resulta em autênticas normas jurídicas com as 
consequências daí decorrentes. Com isso na relação envolvendo entes coletivos, não se 
limita a instituir meras cláusulas contratuais, que são características das relações do 
ramo privado, mas, irão criar normas que irão conjugar os interesses comuns de um 
determinado grupo, aqui no caso, categoria. 
 
g. PRINCÍPIO DA ADEQUAÇÃO SETORIAL NEGOCIADA: Esse princípio estabelece limites às 
negociações coletivas, em especial no tocante à flexibilização de direitos. Com isso, as 
normas que são estabelecidas nas normas coletivas não poderão eliminar direitos 
individuais, visando prejudicar o empregado. conforme artigo 611-B da CLT. 
 
No mais, anteriormente à reforma trabalhista aplica-se o princípioda contrapartida, o qual 
previa que a redução de direitos por instrumentos coletivos dependia, para sua legalidade, 
de uma contrapartida ao empregado, o que foi retirado pela reforma trabalhista, nos 
seguintes termos: 
EXCESSÃO!! 
A ressalva contida no artigo 617, parágrafo 1º da CLT, deve ser tratada como exceção conforme 
previsto n o próprio texto do referido artigo, até porque continua a necessidade de se 
mante r a regularidade das cláusulas, mesmo que pactuadas sem a participação do s 
sindicados quando esses se recusarem a participar. (DELGADO, 2015, p.1.412). 
Art. 617, § 1º Expirado o prazo de 8 (oito) dias sem que o Sindicato tenha 
se desincumbido do encargo recebido, poderão os interessados dar 
conhecimento do fato à Federação a que estiver vinculado o Sindicato e, em 
falta dessa, à correspondente Confederação, para que, no mesmo prazo, 
assume a direção dos entendimentos. Esgotado esse prazo, poderão os 
interessados prosseguir diretamente na negociação coletiva até final. 
Art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência sobre 
a lei quando, entre outros, dispuserem sobre: 
§2º A inexistência de expressa indicação de contrapartidas reciprocas em convenção 
coletiva ou acordo coletivo de trabalho não ensejará sua nulidade por não caracterizar 
um vício do negócio jurídico. 
 
 
ATENÇAO!! Em algumas hipóteses legais previstas no artigo 611-A da CLT, O negociado 
sobrepor-se-á ao legislado, ainda que não de forma tão benéfica ao empregado. 
 
 
h. PRINCÍPIO DA AUTONOMIA COLETIVA DOS PARTICULARES: entre a autonomia 
individual e a autonomia pública há a autonomia coletiva, que é aquela 
autonomia entre os grupos intermediários entre o indivíduo e o Estado. Assim 
partindo que o Estado reconhece os grupos intermediários e o direito de 
associação, automaticamente se tem o reconhecimento do direito de os grupos 
estarem regulando seus próprios interesses. 
 
A autonomia coletiva privada, “é um poder que se confere aos entres 
sindicais, de estabelecer normas coletivas de trabalho, a serem 
aplicadas às relações trabalhistas”. Garcia (2018, p. 1.261) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
‘’Com a reforma trabalhista Lei nº 13.467, que entrou em vigor em 11/11/2017, se 
estabeleceu o princípio da intervenção mínima na autonomia da vontade coletiva, conforme se 
depreende do previsto no § 3o do artigo 8º da CLT. Com esses dispositivos se observa que no exame 
das normas coletivas a Justiça do trabalho deverá limitar sua atuação pelo princípio da intervenção 
mínima na autonomia da vontade coletiva, realçando assim, do ponto de vista de alguns críticos da 
reforma que o objetivo que se depreende dessa alteração é restringir ao máximo o exercício do 
controle de legalidade e constitucionalidade das normas coletivas pela Justiça do Trabalho. A quem 
afirme inclusive que diante dessa nova postura abre-se a possibilidade de através de negociação 
haver por parte dos empregadores a imposição de redução de direitos, sem que com isso ele possa 
ser submetido à avaliação judicial, como ocorria até então, por força do contido inclusive no art. 9º 
da CLT. Porém, não podemos perder de vista que existe a garantia de um direito fundamental 
assegurado de que todos os trabalhadores tem direito de acesso ao Judiciário, e que o Poder 
Judiciário, tem direito de apreciar a lesão ou a ameaça a direito dos trabalhadores. E, nesse 
diapasão de se observar que o próprio texto do parágrafo 3º do artigo 8 º deixa claro que no exame 
das normas coletivas de trabalho o Judiciário trabalhista deverá se restringir à conformidade dos 
elementos essenciais do negócio jurídico, os quais se encontram elencados no artigo 104 do Código 
Civil (agente capaz; objeto lícito, possível, determinado ou determinável; forma prescrita ou não 
defesa em lei).’’ 
DIREITO INDIVIDUAL DO TRABALHO DIREITO SINDICAL 
 
Esses princípios vêm para proteger a hipossuficiência e a 
vulnerabilidade do trabalhador. 
 
1. Grupo Geral: princípios que não são do direito do 
trabalho, mas se aplicam a ele. 
• Princípio da não discriminação (fundamento da 
equiparação salarial, por exemplo) 
 
• Princípio da liberdade associativa e sindical (na verdade 
é um princípio do Direito Sindical) 
 
• Princípio da continuidade da relação de emprego 
(derivação do princípio da busca do pleno emprego - vem 
do direito econômico) 
 
2. Grupo Específico: princípios específicos do Direito 
do Trabalho. Há um grande princípio chamado 
Princípio Protetor - a depender da doutrina 
utilizada ele se desdobra em sete ou oito 
subprincípios - ele não é um princípio do 
trabalhador mas sim um princípio do direito do 
trabalho e que pode ser usado a favor do 
empregador. 
 
• Princípio da Irrenunciabilidade: o Direito do Trabalho é 
cogente, imperativo, irrenunciável - por exemplo, mesmo 
que o trabalhador não tire férias ele poderá questioná-las 
depois; 
 
• Princípio da norma mais favorável: para o direito do 
trabalho pouco importa a hierarquia das normas, o que 
vai prevalecer é aquela que for mais benéfica ao 
trabalhador. Com a reforma trabalhista, esse princípio foi 
flexibilizado; 
 
• Princípio da condição mais benéfica: advindo uma nova 
condição de trabalho, ela só vai prevalecer se for mais 
benéfica (art. 468, CLT). Esse princípio também está sendo 
posto em cheque pela reforma trabalhista, que mitiga esse 
princípio em alguns casos; 
 
• Princípio do in dúbio para o operário ou in dubio pro 
misero: sendo possível mais de uma interpretação para a 
legislação ou para o contrato de trabalho, será utilizada 
aquela mais benéfica para o trabalhador; 
 
• Princípio da primazia da realidade: não importa o que 
está no papel, o que vai prevalecer é o que acontece na 
realidade; 
 
• Princípio da integralidade e intangibilidade do salário: 
estabelece que o salário não pode ter descontos não 
autorizados, e, mesmo quando autorizados estes não 
podem ser abusivos - quem pode autorizar esses 
descontos é o trabalhador e o próprio ordenamento 
jurídico. No máximo poderá ser descontado 30%. 
 
 
No Direito sindical, não há hipossuficiência e 
vulnerabilidade do trabalhador. À medida que o 
sindicato é criado ele está em pé de igualdade com a 
empresa ou com o sindicato patronal. O grande 
princípio do Direito Sindical é o da liberdade sindical, 
que se desdobra em vários outros princípios. 
 
• Princípio da liberdade associativa: é o direito que os 
trabalhadores e os empregadores têm de se reunir em 
associação. Tanto para o Brasil quanto para a OIT 
podem existir tantas associações quanto quiserem; 
diferente é o caso dos sindicatos (arts. 5º e 8º/CF); 
 
• Princípio da autonomia sindical (art. 8º, I, CF): o 
sindicato é livre, autônomo e independente em 
relação ao Estado e ele pode fazer o que precisar ser 
feito em prol dos seus representados, sem precisar 
pedir autorização - respeitados os limites do 
ordenamento jurídico. O sindicato deverá respeitar a 
legislação como um todo e o seu estatuto; 
 
 • Princípio da igualdade entre os seres contratantes/ 
equivalência contratual: as organizações sindicais 
estão em pé de igualdade (princípio de sustentação do 
direito sindical); 
 
• Princípio da vinculação sindical na negociação 
coletiva/ intervenção obrigatória: somente as 
organizações sindicais têm legitimidade para fazer 
uma negociação coletiva, sendo que no caso do Brasil 
somente o sindicato tem essa capacidade; 
 
• Princípio da lealdade e transparência na negociação 
coletiva - boa-fé na negociação coletiva; os 
negociantes devem informar a categoria do 
andamento das negociações; não pode fazer greve 
durante o período de negociação; 
 
• Princípio da criatividade jurídica na normatização 
coletiva: o que fundamenta esse princípio é a 
autonomia privada coletiva. É o poder que somente os 
sindicatos possuem de criar regras amplas, gerais e 
abstratassemelhantes à legislação estatal; é como se 
fosse uma lei criada por particulares que vincula a 
todos. Esse princípio decorre da autonomia privada 
coletiva. Esse princípio é limitado pelo próximo 
princípio; 
 
• Princípio da adequação setorial negociada/ 
intervenção mínima na autonomia da vontade: 
estabelece que a negociação feita entre as partes 
(aquilo que for negociado pela criatividade jurídica da 
normatização coletiva) deve estar em harmonia com o 
ordenamento jurídico. 
➔ REPRESENTAÇÃO DOS TRABALHADORES NOS LOCAIS DE TRABALHO 
 
A representação dos trabalhadores nos locais de trabalho, prevista na Convenção n. 135 da OIT, 
promulgada no Brasil pelo Decreto n. 131/1991, tem caráter democrático e estabelece vínculo mais 
estreito mantido entre os trabalhadores e o empregador. A referida Convenção n. 135 da OIT estabelece 
que os representantes dos trabalhadores nas empresas: 
✓ Podem ser tanto os representantes nomeados ou eleitos pelo sindicato que representa os 
trabalhadores, quanto os representantes livremente eleitos pelos trabalhadores da empresa, 
conforme as disposições da legislação nacional ou de convenções coletivas, cujas funções não se 
estendam a atividades que sejam reconhecidas como prerrogativas exclusivas dos sindicatos, nos 
termos de seu artigo 3º; 
 
✓ Devem ser beneficiados com uma proteção eficiente contra quaisquer medidas que possam 
prejudicá-los, como dispõe seu artigo 1º. 
 
Partindo desse pressuposto, a Constituição Federal de 1988, em seu artigo 11, prevê duas situações sobre 
as representações dos trabalhadores na empresa, tais quais: 
 
I. Nas empresas com mais de duzentos empregados é assegurado aos trabalhadores a escolha de um 
representante para promover o entendimento direto com o empregador; 
 
II. Participação na gestão da empresa, excepcionalmente, conforme definido em lei. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Regulamentando o supracitado artigo 11 da CF/88, a REFORMA TRABALHISTA incluiu em seu diploma 
legal os artigos 510-A a 510-D na CLT, passando a prever a forma e as regras da representação dos 
empregados nas empresas. Destarte, nas empresas com mais de 200 (duzentos) empregados, é 
assegurada a eleição de uma comissão para representá-los, com a finalidade de promover-lhes o 
entendimento direto com os empregadores. A referida comissão será assim composta: 
• nas empresas com mais de 200 e até 3 mil empregados - 03 membros; 
• nas empresas com mais de 3 mil e até 5 mil empregados - 05 membros; 
• nas empresas com mais de 5 mil empregados - 07 membros. 
A comissão de representantes dos empregados, a qual organizará sua atuação de forma independente, 
terá as seguintes atribuições, conforme prevê o artigo 510-B, caput e § 2o da CLT: 
• representar os empregados perante a administração da empresa; 
• aprimorar o relacionamento entre a empresa e seus empregados, com base nos princípios da 
boa-fé e do respeito mútuo; 
• promover o diálogo e o entendimento no ambiente de trabalho, com o fim de prevenir conflitos; 
• buscar soluções para os conflitos decorrentes da relação de trabalho, de forma rápida e eficaz, 
visando à efetiva aplicação das normas legais e contratuais; 
• assegurar tratamento justo e imparcial aos empregados, impedindo qualquer forma de 
discriminação por motivo de sexo, idade, religião, opinião política ou atuação sindical; 
• encaminhar reivindicações específicas dos empregados de seu âmbito de representação; 
• acompanhar o cumprimento das leis trabalhistas, previdenciárias e das convenções coletivas e 
acordos coletivos de trabalho 
As decisões da comissão de representantes dos empregados serão sempre colegiadas, observada a 
maioria simples, conforme previsão do artigo 510-B, § 1o da CLT. 
➔ ORGANIZAÇÃO SINDICAL

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