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Citoesqueleto Complexa rede citoplasmática de microtúbulos, microfilamentos de actina e filamentos intermediários, situada predominantemente próxima à membrana celular é envolvida em aspectos de forma, contração e movimentos celulares. ❖ FUNÇÕES − Modificar e manter as formas das células − Responsável pelos movimentos celulares como contração, formação de pseudópodos, etc. − Deslocamento de ribossomos, organelas, vesículas, etc... ❖ PRINCIPAIS ELEMENTOS − Microtúbulos − Filamentos de actina e miosina (ou filamentos finos ou microfilamentos) − Filamentos intermediários (estes são estáveis, para sustentação) − Proteínas motoras (com gasto de ATP) o Dineínas e cinesinas � permitem os deslocamentos intracelulares de organelas e vesículas em associação com microtúbulos e miosina ❖ MICROTÚBULOS − Encontrados no citoplasma e nos prolongamentos celulares como cílios e flagelos − Morfologia: o Comprimento variável, mas em geral de 24-25 nm de diâmetro; o Estruturas longas, retas, rígidas, de aspecto tubular, que agem como vias intracelulares. (GARTNER) o Podem ser observados braços ou pontes unindo dois ou mais microtúbulos. o As subunidades dos microtúbulos são heterodímeros formados por moléculas de α e β tubulina. o Cada microtúbulo é formado por 13 cadeias (protofilamentos) organizadas em espiral; o A polimerização de tubulina depende da concentração de Ca2+ no citosol e da participação das MAPs (proteínas associadas aos microtúbulos). MAPs: as proteínas associadas aos microtúbulos são proteínas motoras que auxiliam o deslocamento das organelas e vesículas dentro da célula. (GARTNER). Existem o MAP-1, MAP-2 e a TAU, com papel em células neuronais. Em células não neuronais, é comum encontrarmos a MAP-4. Pessoas com Alzheimer têm uma desorganização no transporte neural com deficiência na TAU o que contribui para o estabelecimento da doença. − Funções: o Participam da movimentação de cílios e flagelos o Transporte intracelular de partículas, vesículas e organelas. o Estabelecem compartimentos intracelulares; o Deslocamento de cromossomos na divisão celular o Manutenção e estabelecimento da forma celular; − Estabilidade variável: o Estável: cílios o Instável: fuso mitótico/meiótico (só se formam durante a divisão celular) − São polimerizadas possuindo uma extremidade mais e uma extremidade menos. o Extremidade +: crescimento rápido o Extremidade -: deve ser estabilizada para não sofrer despolimerização (em excesso) e encurtar o microtúbulo ▪ A extremidade menos é estabilizada ao ser incluída dentro do centrossomo (região próxima ao núcleo que contêm os centríolos). − O movimento dos microtúbulos se dá em ambas as direções, tanto da extremidade + para a extremidade – quanto o inverso; o As duas principais famílias de ptn motoras são as dineínas e as cinesinas/quinesinas. o Dineína: + � - (organiza a extremidade menos) o Cinesina: - � + (organiza a extremidade mais) A interrupção do processo de polimerização da tubulina por drogas antimitóticas tais como a colchicina bloqueia o evento mitótico pois se liga às moléculas de tubulina impedindo a formação dos protofilamentos. Os alcalóides antimitóticos são usados nos estudos de biologia celular. Colchicina � interrompe a mitose na metáfase, prepara cariótipos, útil na quimioterapia do câncer. O complexo colchicina-tubulina à extremidade mais e a despolimerização na extremidade menos contínua, provocando perda de estabilidade já que a tubulina perdida não é reposta. Vimblastina, Vincristina e Taxol são usados para dificultar a proliferação de células tumorais. Taxol (paquilitaxel) �acelera a formação de microtúbulos e os estabiliza, o que atrapalha o movimento dos cromossomos na mitose. Age de forma oposta à colchicina em relação à formação de MT, mas obtêm resultados semelhantes. Vimblastina � atua despolimerizando os MT e formando, em seguida, complexos para-cristalinos com a tubulina. Protofilamentos � dímeros de α e β tubulina � ( [MAPs] + [Ca2+] ) �MT (13 cadeias) � Axonema Centrossomo: é a região próxima ao núcleo e ao complexo de Golgi. De aspecto fibrilar, o centrossomo é considerado o centro organizador de microtúbulos (MTOCs) onde ocorre a polimerização de tubulina. No centrossomo se incluem os centríolos, os corpúsculos basais dos cílios e flagelos e os centrômeros dos cromossomos. − Classificação: (1) Citoplasmáticos: presentes em células em intérfase; (2) Mitóticos: correspondente às fibras do fuso mitótico. (3) Ciliares: localizados nos eixos dos cílios (4) Centriolares: pertencentes aos corpúsculos basais e aos centríolos. − Os centríolos são ainda a base morfológica de várias organelas citoplasmáticas complexas como os corpúsculos basais, centríolos, cílios e flagelos (presentes apenas nos sptz). o Basal � corpúsculo basal o Apical � axonema − Problemas com dineína � cílios não se movem Centríolos − Pequenas estruturas cilíndricas compostas por nove trincas de microtúbulos Interfase � 1 par de centríolos Fase S � suplicação dos centríolos � 2 pares − Em células que não estão se dividindo, os pares de centríolos estão localizados próximos ao núcleo e ao complexo de Golgi. Centríolos (par) � material granuloso ao redor do centríolo = citocentro ou centrossomo Axonema (padrão 9 + 2) Em cílios e flagelos, os MTs formam o axonema, uma estrutura formada por 9 díades (unidas por dineína e nexina) em torno de 2 monômeros centrais separados. Corpúsculos Basais Estruturas idênticas às do centríolo (9 + 0) e são curtos. Migram do centrossomo para a periferia (membrana). Onde há um corpúsculo basal, há formação de cílios. É um MTOC pois orienta a formação dos cílios. Síndrome dos cílios imóveis: − Leva à infertilidade masculina (por imobilidade dos flagelos dos sptz) − Infecções crônicas das vias respiratórias como sinusite − Discinesia ciliar primária Síndrome de Kartagener: − Causada por doença autossômica recessiva rara, que apresenta uma tríade composta por: o Pansinusite crônica o Bronquiectasia o Situs inversus o Dextrocardia − Também recebe o nome de discinesia ciliar primária − Anormalidades da estrutura ciliar por perda ou modificação da estrutura da dineína. − *A síndrome de Kartagener é uma variante da síndrome de cílios imóveis. ❖ MICROFILAMENTOS/FILAMENTOS DE ACTINA Os filamentos finos são filamentos de actina que interagem com a miosina para realizar movimentos intracelulares ou celulares (GARTNER). − Contração = ação conjunta da actina e da miosina − Podem se organizar de diversas formas: o Músculo estriado: estrutura paracristalina associados a filamentos grossos de miosina o Córtex celular: rede citoplasmática, formando uma camada delgada próxima à superfície interna da membrana plasmática. Esse córtex participa de ações de endocitose, exocitose e migração das células o Associados a organelas, vesículas e grânulos citoplasmáticos: interagem com a miosina e transportam diversas moléculas e estruturas o Cinta durante o final da divisão celular: sua contribuição resulta na divisão das células mitóticas em 2 células filhas. − Os filamentos de actina são estáveis em células musculares. Em células não musculares, se dissociam e se reorganizam com facilidade. − Formados por duas cadeias de monômeros de actina G que se polimerizam formando duas cadeias enroladas de Actina F (estrutura quaternária); − Também são polarizadas com uma extremidade mais de crescimento rápido e uma extremidade menos de crescimento lento; − 50 % da actina celular está em sua forma monomérica (Actina G) presa a pequenas proteínas (Ex: profilina e timosina); − As proteínas de capeamento regulam o tamanho desejado dos microfilamentos ligando-se à extremidade mais e cessando o seu alongamento. − O processo de encurtamento dos filamentos é regulado em presença de ATP, ADP e Ca2+ pelas proteínas de capeamento, como a gasolina, que impedem a polimerização dos filamentos. OBS: o polifosfoinostiídio (fosfolipídio da membrana celular) tem efeito contrário: impede a ação da gasolina. Drogas que afetam a estrutura dos microfilamentosde actina: Citocalasinas: impedem a polimerização, bloqueando a entrada de actina na extremidade mais. Faloidinas: impedem a despolimerização, bloqueando a saída de actina da extremidade menos. − A polimerização dos filamentos de actina é influenciada por pequenas variações no teor de Ca2+ e AMP cíclico (cAMP) − Os filamentos de actina podem estar associados a diversas proteínas como a miosina, α actina, espectrina, fimbrina, filamina, gelsolina e talina. Essas ptns se ligam à actina para realizarem funções celulares essenciais. − Os feixes de actina podem se associar de forma a criarem feixes contráteis, redes semelhantes à géis ou feixes paralelos. o Feixes contráteis: formam sulcos de clivagem (anéis contráteis) durante a divisão mitótica. Também são responsáveis por atividades celulares como endocitose, exocitose, movimentação celular e projeção de filopódios. o Redes semelhantes a géis: base estrutural para grande parte do córtex celular. Rigidez dada por filamina, garantindo maior viscosidade. O gel se liquefaz pela ação da gelsolina que, na presença de ATP e maior concentração de Ca2+ cinde os filamentos de actina. o Feixes paralelos: organizados por filamentos de actina associadas a ptn fimbrina e vilina, formando o eixo central de micro espigões e de microvilosidades, respectivamente. Proteínas ligantes de actina: α-actina Forma feixes contráteis Fimbrina Forma feixes paralelos Filamina Ligação transversal de filamentos de actina em malha gelatinosa Miosina II Contração por deslizamento de filamentos de actina Miosina V Movimentação de vesículas e organelas ao longo dos filamentos deactina Espectrina α e β Forma malha de sustentação da membrana plasmática das hemácias Gelsolina Cinde e forma um capuz de filamentos de actina Timosina Liga-se a subunidades de actina G mantendo-as na forma monomérica − Participam de movimentos amebóides e da constituição dos microvilos. − Os filamentos grossos de miosina são formados por dois longos polipeptídeos enrolados que assumem a forma de um bastão longo com duas cabeças globulares em uma das extremidades; − As cabeças dos filamentos de miosina tem atividade ATPásica, com um sítio de ligação reversível com a actina. − Outras interações entre actina e miosina (em células não musculares); o Células mioepiteliais: presente em glândulas salivares, sudoríparas e mamárias; o Células mióides: presentes nos túbulos seminíferos; o Células endoteliais: presentes nos vasos sanguíneos; ▪ Todos promovem contração; − Outras atividades celulares; o Citocinese: formam um anel contrátil na face interior da membrana plasmática das células em mitose, promovendo o estrangulamento do citoplasma e a separação das duas células. o Movimentos morfogenéticos: um exemplo é a origem endodérmica do pâncreas a partir do epitélio. o Microvilos: presentes nas células dos túbulos contorcidos renais, nas células absortivas do epitélio intestinal. Aumentam a superfície de absorção. ❖ FILAMENTOS INTERMEDIÁRIOS − NÃO participam da contração ou de movimentos amebóides − Função exclusivamente estrutural (de sustentação) e ancoram o núcleo em seu lugar; Também fornecem uma conexão adaptável entre a membrana celular e o citoesqueleto. − Não são formados por monômeros precursores. São estáveis permanecendo por longo tempo no citoplasma; − São abundantes em células que sofrem atritos (ex: epiderme), axônios e células musculares; − O citoesqueleto, em especial os filamentos intermediários, reage a forças geradas na matriz extracelular e, ao forçar modulações da forma e da localização dos constituintes celulares, protegem a integridade estrutural e funcional da célula contra tensões e trações externas. Tipos predominantes de filamentos intermediários: Queratina (30 variações) Tipo I (ácido) Tipo II (neutro/básico) Tonofilamentos Células epiteliais (também em estruturas extracelulares) Pelos e unhas Células epiteliais � pavimentosas estratificadas queratinizadas - sustenta conjuntos de células e dá força tênsil ao citoesqueleto; - auxilia na formação de desmossomos e hemidesmossomos. Desmina Células musculares (nos filamentos intermediários do tecido muscular liso e nas linhas Z dos músculos estriados esqueléticos e cardíacos) Liga miofibrilas de músculo estriado (em torno dos discos Z); une-se a densidades citoplasmáticas do músculo liso. Vimentina (Tipo III) *pode se copolimerizar com desmina e com proteína fibrilar ácida da glia Células embrionárias Células mesenquimais Fibroblastos Leucócitos Células endoteliais Envolve o envoltório nuclear, está associada ao aspecto citoplasmático do complexo do poro nuclear. Proteína ácida fibrilar da Glia (GFAP) Astrócitos Células de Schwann oligodendroglia Sustenta a estrutura da célula da glia. *Periferina = presente em neurônios do SNP que co-polimeriza com uma proteína do tipo IV. Neurofilamentos NF – B (baixo peso molecular) NF – M (peso molecular médio) NF – A (alto peso molecular) Neurônios α-internexina � neurônios do SNC Forma o citoesqueleto de axônios e dendritos, auxilia na formação do estado de gel do citoplasma, ligação transversal responsável por grande força tênsil. Lâminas do núcleo A, B e C Revestimento do envoltório nuclear de todas as células Controle e montagem do envoltório nuclear; organização da cromatina perinuclear; − Há ptn que ligam os filamentos intermediários formando uma malha tridimensional que facilita a formação do citoesqueleto. Os 4 principais são: o Filagrina: une os filamentos de queratina em feixes; o Sinamina e plectina: unem a desmina e a vimentina, respectivamente, em malas tridimensionais intracelulares; o Plaquinhas: auxiliam a manutenção de contatos entre os filamentos intermediários de queratina e os hemidesmossomos das células epiteliais, assim como dos filamentos de actina com neurofilamentos dos neurônios sensoriais. OBS: Há mais de 30 tipos de filamentos de queratina e são encontrados nas células epiteliais, particularmente na epiderme e seus derivados (pelos, unhas, etc...) Também se associam aos hemidesmossomos e desmossomos conferindo resistência mecânica. Como cada filamento tem sua própria origem, métodos imunocitoquímicos são empregados para estabelecer a origem de células tumorais desconhecidas. Essa informação é útil para orientar o diagnóstico e o tratamento. ❖ DEPÓSITOS CITOPLASMÁTICOS Depósitos transitórios, constituídos de reservas de nutrientes ou outras substâncias. Gotículas de lipídios � Tecido adiposo; córtex adrenal e em célulashepáticas; Depósitos de hidratos de carbono � Formam grânulos de glicogênio Depósitos de pigmento � Melanina, caroteno (epiderme e retina) Lipofuscina é um pigmento pardo que aumenta nas células com a idade, de constituição química complexa e pouco conhecida. Seus grânulos são constituídos por substâncias que não foram digeridas pelos lisossomos. Comum em células que não se renovam, como neurônios e células do músculo cardíaco. ❖ CITOSSOL OU MATRIZ CITOPLASMÁTICA A homogeneização rompe a malha micro trabecular que compreende: − Microfilamentos de actina − Microtúbulos − Subunidades proteicas do citoesqueleto − Miosina − Enzimas − Glicose − Aminoácido − Vitaminas − Proteínas motoras − “maquinaria” para síntese protéica (rNA, mRNA, tRNA, enzimas e outros fatores) ❖ PROTEÍNAS MOTORAS − Transporte de vesículas e organelas no meio intracelular; − Dineínas e cinesinas − Cada complexo e ptn é constituído por dois componentes: o Adaptadores: se prendem às várias partículas a serem transportadas e aos componentes motores; o Motores: se prendem aos adaptadores e aos microtúbulos ou filamentos de actina na outra extremidade; Macete: é possível fazer uma analogia: trilhos seriam os microtúbulos; rodas seriam proteínas motoras; vagões seriam as proteínas adaptadoras. Fluxo anterógrado: cinesina (fluxo normal) Ex: neurônio Fluxo retrógrado: dineína (retorna à vesícula) *vírus da raiva se liga à dineína para alcançar o corpo celular do neurônio Epidermólise bolhosa simples: Mutação da queratina 5 e 14, do grupotipo I e II dos filamentos intermediários. É hereditário e de traço autossômico dominante. Há a quebra da estrutura celular, o líquido do conjunto entra no epitélio e provoca a formação de bolhas, ao mínimo trauma (aperto, acidente, etc). Ela ocorre na camada basal do epitélio. Hiperqueratose epidermolítica Mutação da queratina 1 e 10 Queratoderma epidermolítica plantopalmar Só acontece nas plantas dos pés e das mãos sendo provocado pela mutação dos genes da queratina 9. Esclerose amiotrófica lateral Perda de neurônios motores, sem ainda uma justificativa para isso, com a paralisia celular e consequente morte. Não fala mais, não deglute, sendo impossível a vida. É caracterizado por um arranjo anormal das proteínas dos filamentos intermediários dos neurofilamentos.
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