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TTééccnniiccoo eemm EEnnffeerrmmaaggeemm NNooççõõeess ddee FFaarrmmaaccoollooggiiaa Noções de Farmacologia CENTRO INTEGRADO DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL - CIEP COORDENAÇÃO DO CURSO TÉCNICO EM ENFERMAGEM EMENTA: Conhecer a fonte das drogas; saber a forma de apresentação das mesmas, dosagem e super-dosagem; interpretação de prescrição médica; calcular a dosagem prescrita; cuidados de administração, considerando efeitos colaterais e reações adversas; distinguir antibióticos, analgésicos e antitérmicos, antiinflamatórios, sedativos, etc.; interpretação de bulas; cuidados na administração dos medicamentos. Conteúdo Programático UNIDADE I - Histórico da Farmacologia 1.1- Conceitos de Farmacologia 1.2- Legislação e Padronização de Medicamentos 1.3- A Natureza das Drogas; 1.4- Sistemas de Medidas 1.5- Preparações Farmacêuticas 1.6- Prescrições e Abreviações UNIDADE II- Administração de Medicamentos 2.1- Diretrizes para a Administração Segura de Medicamentos 2.2- Sistemas de Administração de Drogas; UNIDADE III- Farmacocinética e Farmacodinâmica 3.1- Relações entre Farmacocinética e Farmacodinâmica; 3.2- Metabolização ou Biotransformação de Drogas; 3.3- Biodisponibilidade de Drogas; 3.4- Noções Gerais de Toxicologia; 3.4.1- Agente Tóxico, Toxicidade e Intoxicação; 3.4.2- Destinção entre Efeitos Adversos e não Adversos e Segurança; 3.4.3- Abuso de Drogas e de Álcool UNIDADE IV- Conhecendo a Classificação dos Medicamentos e os Cuidados de Enfermagem na Administração de Medicamentos 4.1- Classificação dos Medicamentos 4.1.1- Antibióticos 4.1.2- Antimicóticos 4.1.3- Antivirais 4.1.4- Antiparasitários 4.1.5- Antitérmicos e Analgésicos 4.1.6- Antiinflamatório 4.2- Fitoterapia e Interações entre Medicamentos e Plantas Medicinais Noções de Farmacologia INTRODUÇÃO À FARMACOLOGIA OBJTIVOS PARA O ESTUDANTE SER CAPAZ DE _____________________________________________________ 1. Mencionar quadro origens de medicamentos e exemplificar cada uma. 2. Definir os termos especifica 3. Relacionar as responsabilidades da enfermagem na administração. 4. Traçar seus próprios objetivos para este curso. A administração de medicamentos é uma das maiores responsabilidades da enfermagem. Como membro da equipe de saúde responsável pelo cuidado ao doente, é muito importante que o enfermeiro dedique-se à aquisição de todos os conhecimentos possíveis sobre medicamentos, seu uso ou abuso, dosagem correta, métodos de administração, sintomas de superdosagem e reações e reações anormais que podem ocorrer no tratamento de vários distúrbios. Evidentemente, este conhecimento é indispensável para se oferecer ao paciente o melhor tratamento possível. A atitude do enfermeiro ao administrar medicamentos é importante para a sua eficácia. Teoricamente, o corpo funciona melhor quando recebe alimentação adequada, repouso, está relaxando e quando se encontra livre de tensão emocional excessiva. Entretanto, devido a anormalidades físicas ou mentais, algumas vezes é necessário recorrer a medicamentos para se produzir um estado de função orgânica próxima do normal.Na melhor das hipóteses, os medicamentos são muletas, e a dependência excessiva deles pode ser muito perigosa. Usados de forma inteligente, são umas dádivas e salvam vidas; usados de forma imprudente, podem causar danos irreparáveis. O enfermeiro que combina observação diligente com integridade moral e bom senso na administração de medicamentos, sem dúvida trará muitas contribuições duradouras à sua profissão e aos pacientes seus cuidados. A farmacologia sofreu enormes mudanças nas últimas décadas. Muitas substâncias novas comercializadas hoje eram totalmente desconhecidas há uma geração, e dificilmente passa-se um dia que a literatura receba novas substâncias ou medicamentos e novas técnicas e teorias de administração de medicamentos. Os novos avanços são sempre motivo de interesse e curiosidade do estudante, mas é apenas empenhando-se na tarefa de obter alicerces firmes em farmacoterapia que o estudante começará a apreciar estes novos “milagres da era moderna”. As informações apresentadas nesta obra tentam estabelecer os fundamentos para esses alicerces firmes, mas, como em toda as outras áreas de enfermagem, a responsabilidade de construir este conhecimento é dos próprios estudantes. Uma verdadeira dedicação à profissão apenas coloca o estudante no início de um longo caminho - um caminho que, embora seja árduo, promete a recompensa certa de novos horizontes e lança nova luz sobre a grande tarefa a ele confiada em todo o seu trabalho a serviço do doente. DEFINIÇOES Farmacologia: Termo amplo que inclui o estado dos fármacos e suas ações no organismo. Farmácia: Arte de preparar, combinar e aviar medicamentos para uso medicinal. Toxicologia: Ciência que estuda os venenos: sua detecção e os sintomas, diagnóstico e tratamento de condições usadas por eles. Biotecnologia: Campo de farmacologia que envolve o uso de células vivas, geralmente culturas modificadas de Escherichia coli, para fabricar fármacos. Fármaco (droga): Qualquer substância usada como medicamento (p. ex., para diagnosticar, curar, aliviar, tratar ou tratar ou evitar doenças). Os fármacos incluem; Substâncias químicas: Substâncias que podem ser produzidas sinteticamente (p. ex., sulfonamidas, aspirina, bicarbonato de sódio). Partes ou produtos de vegetais: Fármacos no estado bruto que podem ser obtidos de qualquer parte de vários vegetais e usados medicinalmente. Podem-se usar folhas, casca, fruto, raízes, resina e outras partes (p. ex., ergot, digital, ópio). Produto animais: Os produtos glandulares são os principais medicamentos obtidos atualmente de fontes animais (p.ex., hormônio tireóide, insulina). Noções de Farmacologia Algumas substâncias alimentares: Substâncias que em algumas condições servem como alimentos (isto é, vitaminas e minerais em vários alimentos). Adição: Efeitos combinados de dois fármacos, que é igual à soma dos efeitos de cada fármaco usado isoladamente. Efeito adverso ou indesejado: Ação diferente do efeito planejado. Reação alérgica: Reação indesejada que ocorre após o uso de um fármaco. Antagonismo: Efeito combinado de dois fármacos que é menor que o efeito de um deles usados isoladamente. Depressão: Diminuição da atividade das células causadas pela ação de um fármaco. Diagnóstico: Refere-se à arte ou ao ato de determinar a natureza da doença de um paciente. Idiossincrasia: Sensibilidade anormal a um fármaco, ou uma reação não planejada. Paliativo: Substância ou medida que alivia sintomas. Potencialização: Efeito que ocorre quando um fármaco aumenta ou prolonga a ação de outro fármaco, sendo o efeito total maior que a soma dos efeitos de cada um usado isoladamente. Profilático: substância ou medida para evitar doenças. Efeito colateral: Efeito imprevisível que não está relacionado à principal ação do fármaco. Estimulação: Aumento da atividade celular produzido por fármacos. Sinergismo: Ação conjunta de substâncias na qual seu efeito combinado é mais intenso ou tem maior duração que a soma de seus efeitos individuais. Terapêutica: Refere-se ao tratamento da doença. Tolerância: Resistência crescente aos efeitos habituais de uma dosagem estabelecida de um medicamento em virtude do uso contínuo. LEGISLAÇÃO E PADRONIZAÇÃO DE MEDICAMENTOS OBJETIVOS PARA O ESTUDANTE SER CAPAZ DE ________________________________________________1. Identificar os fármacos de acordo com o programa atual do Controlled Act. 2. Relacionar os Official Drug Standards (Padrões Oficiais de Fármacos) 3. Usar o Physicians’ Desk Reference para identificar uma lista selecionada de drogas de acordo com os nomes genéricos e comerciais. LESGISLAÇÃO AMERICANA SOBRE DROGAS A legislação sobre drogas nos Estados Unidos sofreu grandes revisões, como a de 1º de Maio de 1971, quando o Controlled Substances Act entrou em vigor. Esta lei determina que toda pessoa que fabrique, dispense ou administre qualquer substância controlada sela registrada anualmente no Attorney General (ministério da justiça); esta função de registro é responsabilidade do Drug Enforcement Administration – DEA (Agência de Repressão a Entorpecentes). A legislação e as formas de controle foram revistas para estabelecer cinco listas de substância controladas. Os fármacos nas listas originais estão sujeitos à revisão anual baseada em notificação feita pelo DEA, e foram feitas muitas alterações nas listas desde que a legislação entrou em vigor. As relações completas estão disponíveis nos escritórios distritais do DEA. São apresentados aqui apenas alguns exemplos das drogas mais conhecidos em cada lista. Lista I 1. A droga ou outra substância com alto potencial de abuso. 2. A droga ou outra substância não tem nenhum uso medicinal aceito atualmente nos Estados Unidos. 3. Não há segurança para o uso da droga ou outra substância sob supervisão médica. Drogas Incluídas: 1. Opióides: cetobemidona, alilprodina. 2. Alguns derivados do opióides: heroína. 3. Alucinógenos: dietilamida do ácido lisérgico (LDS), maconha, mescalina, peiote. Lista II 1. A droga ou outra substância com alto potencial de abuso. Noções de Farmacologia 2. A droga ou outra substância em uso médico,aceito atualmente nos estados Unidos ou em uso médico atualmente com severas restrições. 3. O abuso da droga ou de outra substância pode causar grave dependência psicológica ou física. Drogas Incluídas: 1. Muitos derivados do ópio (p. ex., ópio bruto, morfina, codeína, etilmorfina, hidrocodona, metopon, tebaína). 2. Folhas de coca e derivados, p. ex., cocaína. 3. Opióides: anileridina, diidrocodeína, difenoxilato, levometofan, meperidina, oxicodona. 4. Estimulantes: metanfetamina, anfetamina, fenmetrazina, metilfenidato. 5. Depressores: amorbarbital, secobarbital, pentobarbital. Lista III 1. A droga ou outra substância que tem menor potencial para abuso que as drogas das listas I e II. 2. A droga ou outra substância em uso médico,aceito atualmente nos Estados Unidos. 3. O abuso da droga ou outra sustância que pode causar moderada ou baixa dependência psicológica. Drogas Incluídas: 1. Fendimetrazina, metiprilona, nalorfina. 2. Combinações de amorbarbital ou pentobarbital com outros ingredientes ativos. 3. Compostos contendo concentrações limitadas de codeína, diidrocodeína, etilmorfina, ópio ou morfina com um ou mais ingredientes não-narcóticos ativos em concentrações terapêuticas reconhecidas. Lista IV 1. A droga ou outra substância tem baixo potencial de abuso em relação às drogas ou outras substâncias da lista III. 2. A droga ou outra substância em uso médico, aceito atualmente nos Estados Unidos. 3. O abuso da droga ou outra substância pode causar limitada dependência física ou psicológica em relação às drogas na lista IV. Drogas Incluídas: 1. Composto contendo quantidades limitadas de codeína, diidrocodeína, etilmorfina, ópio ou difenoxilato em combinação com outros ingredientes ativos não narcóticos. (Em todos os casos a concentração permitida destes agentes é menor que a dos compostos incluídos na lista III.) 2. Preparação de difenoxilato e atropina (p. ex., Lomotil). FÁRMACOS PADRONIZADOS NA AMÉRICA The United States Pharmacopoeia/National Formulary (USP). Inicialmente dois padrões, a Pharmacopoeia e o national Formulary foram combinados em um volume oficial para estabelecer padrões para qualidade e potencia das drogas. Antes dos padrões oficiais, a potência das drogas, particularmente de origem vegetal, podia variar da ineficácia até uma dose quase fatal, dependendo da qualidade da planta, do solo e das condições de crescimento. A Pharmacopeia inclui uma relação de medicamentos aprovados e define-os em relação à origem, química, propriedade física, testes para identidade, método de ensaio, armazenamento e dosagem, e fornece orientações para aviamento e uso gerais. É revista periodicamente por uma comissão designada para incluir novos medicamentos e excluir aqueles fora de uso corrente. Novas drogas. Em 1965, a American Medicinal Association (AMA) começou a publicar este texto anual, que lista as drogas, tenham elas sido ou não aprovadas pelos padrões oficiais, organizados de acordo com os empregos terapêuticos dos medicamentos, e as informações baseiam-se na avaliação do Council on Drugs. A inclusão não significativa aceitação pela AMA. Outras fontes de Informação sobre Drogas Noções de Farmacologia Physicians’ Desk Reference (PDR). Revisto anualmente e prontamente fornecido a todos os hospitais e médicos, esta fonte de referência provavelmente é a mais usada. Não é considerada uma fonte comercial, e informa as indicações aceitas, os efeitos colaterais e as doses dos fármacos comercialmente disponíveis. Drug Information. Esta publicação anual do American Hospital Formulary Servise contém informações úteis e atualizadas sobre medicamentos. FÁRMACOS PADRONIZADOS NA INGLATERRA E CANADÁ British Pharmacopoeia (BC). Semelhante em contexto a United States Pharmacopoeia/National Formulary, esta publicação estabelece os padrões para drogas que são oficiais no Reino Unido e nos seus domínios e colônias. É produzida pela British Pharmacopoeia Commission, sob a orientação do General Medicinal Council. British Pharmaceutical Codex (BPC). Texto semelhante à British Pharmacopoeia, é publicado pela Pharmaceutical Society of great Britain e fornece informações oficiais sobre drogas e padrões. Canadian Formulary (CF). Publicado pela Canadian Pharmaceutical Association, este texto é reconhecido pelo Canadian Food and Drug Act e contém fórmulas para muitas preparações farmacêuticas canadenses. Contém algumas drogas não incluídas na British Pharmacopoeia. PADRÕES INTERNACIONAIS DE DROGAS Pharmacopoeia Internatiolalis (IP). Originalmente, a Organização mundial de Saúde era responsável pela publicação deste texto em uma tentativa de padronizar drogas para muitos países europeus. A nomenclatura das drogas está em latim; todas as doses estão no sistema. LEGISLAÇÃO CANADENSE SOBRE DROGAS Canadian Food and Act A Food and Drug Act, aprovada em 1941, autoriza o Governoin-Council a estabelecer padrões de drogas e limitar variações em qualquer alimento ou droga. Lista A. Contém uma relação de doenças ou distúrbios para os quais não se pode anunciar a cura. Inclui doenças como gangrena, influenza e apendicite. Lista B. Contém relações de textos de padrões de drogas oficiais, como a United States Pharmacopoeia, a British pharmacopoeia e outras publicações canadenses mencionadas antes. Lista C. Contém uma relação de drogas derivadas de tecidos animais, como extrato hepático e insulina, ao quais se aplicam padrões especiais de qualidade e pureza. Lista D. Contém uma relação de drogas obtidas de microorganismos, como antibióticos, e os requisitos para sua fabricação. Lista E. Contém uma lista de discos ou comprimidos para antibiograma e seus padrões. Lista F. A talidomida é a única droga nesta lista atualmente; sua venda é proibida. Também está incluída nesta lista uma regulamentação de que, algumas drogas só devem ser dispensadas com receita médica.Lista G. Uma relação de drogas controladas com regras de criação rigorosas é incluída nesta lista. Inclui anfetaminas, barbitúricos, benzfetamina, butorfanol, clofentamina, dietilpropion, metanfetamina, metaqualona, metilfenidato, pentazocina, fendimetrazina, fentermina e ácido tiobarbitúrico. Lista H. Contém uma relação de drogas alucinógenas restritas, proibido qualquer profissional de prescrevê- las, incluindo LSD, psilocina e harmalina. Canadian Narcotic Control Act and Regulations Esta lei define quem pode prescrever um narcótico, como médicos, dentistas e pesquisadores, e suas substâncias, e impõe condições ao paciente que recebe uma prescrição de narcótico, exigindo que declare todos os narcóticos que recebeu nos últimos 30 anos. Além disso, a lei descreve procedimentos para manutenção de registro e dispensação por farmacêuticos. Também são descritas as regulamentações hospitalares. A metadona é abordada individualmente nesta lei, que estabelece condições para profissionais autorizados que prescrevem e dispensam esta droga. Noções de Farmacologia NOMES COMERCIAIS (MARCA REGISTRADA) A maioria das farmácias comercializa estas drogas basicamente pelos nomes comercial e genérico. Atualmente, há uma grande multiplicidade de nomes comercias pelos quais uma única droga pode ser vendida. A prática de usar estes nomes comerciais freqüentemente confunde o enfermeiro e, às vezes, até o médico, para não falar da inconveniência para o farmacêutico, que deve ter em estoque quadro ou cinco marcas diferentes da mesma droga. Há uma tendência de retomar ao uso dos nomes oficiais ou genéricos nas prescrições. Em muitos casos esta é uma questão significativa para o custo, sendo o preço da marca registrada comparando ao preço significativamente menor da forma genérica da droga. Algumas companhias de seguro pagam apenas pela forma genérica de uma droga, ou pagam apenas se o paciente for responsável por um co- pagamento significativamente maior da prescrição. Muitas farmácias hospitalares fornecem aos serviços de enfermagem um formulário que lista os nomes oficiais ou genéricos dos produtos comerciais estocados na farmácia. Questões de Revisão_______________________________________________ 1. Por que é necessário haver controle governamentais sobre os narcóticos? 2. Citar algumas drogas com alto potencial de abuso. 3. Citar algumas drogas com alto potencial de abuso, mas que são usadas com restrições em tratamentos neste país. 4. Investigar os locais de tratamento para toxicômanos em sua comunidade. 5. Localizar as fontes de informações sobre tóxicos em sua comunidade, município e estado. 6. Discutir a diferença entre o nome genérico e o nome de um medicamento. SISTEMA DE MEDIDAS O sistema de pesos e medidas usado em medicina é o sistema métrico. É essencial que o profissional de saúde se familiarize com estes sistemas e seja capaz de usá-lo com precisão. SISTEMA MÉTRICO Atualmente a United States Pharmacopeia (Farmacopéia dos Estados Unidos) utiliza exclusivamente o sistema métrico. Neste sistema são usados algarismos arábicos e decimais. As unidades usadas no sistema métrico são: Litro para volume (líquidos): Grama para peso (sólidos): Metro para extensão (comprimento). Estas unidades básicas são sempre multiplicidades e divididas por um múltiplo de 10 para formar todo o sistemas. Entretanto, há apenas equivalentes usados em medicina. Estes são; Volume peso 1.000mL= 1 litro (L) 1.000mg= 1 grama (g) 1.000g= 1 quilograma (kg) Devemos observar que mililitro (mL) é a unidade correta para medida de líquidos. Entretanto, é comum usar o mL alternando com o centímetro cúbico (cc). Na verdade, centímetro é uma medida linear, mas o mL e o cc ainda são usados como sinônimos. Portanto, 1.000 cc = 1 litro. Procedimento para Conversão entre Unidades do Sistema Métrico 1. Para converter miligramas em gramas, mililitros em litros, gramas em quilogramas, dividir por 1.000. 2. Para converter litros em mililitros, gramas em miligramas, quilogramas em gramas, multiplicar por 100. Noções de Farmacologia EXEMPLOS a. 64 mg = ? g 1.000mg: 1 g = 64 mg: x g 1.000 x = 64 x= 64 = 0,064g 1.000 b. 325 ml= ? L 1.000ml : 1 L = 325 : x L 1.000 x = 325 x= 1000 325 = 0,325 L Observação: Estas regras podem ser empregadas sem usar o método da razão e proporção. Entretanto, o uso da proporção serve para esclarecer o raciocínio por trás da multiplicação ou divisão. c. 3,5 L = mL 1.000 ml : 1L = x mL : 3,5 L 1x= 3.500 x= 3.500 mL EXERCÍCIOS Transformar no equivalente dentro do sistema métrico: a) 1.000 mg = ____________________g b) 500 mg = ____________________g c) 3. 2.000 ml = ____________________L d) 1.500 mg = ____________________g e) 0,1 L = _____________________mL f) 750 mg = _____________________g g) 1 kg = _____________________g h) 5 L = _____________________mL i) 4 mg = _____________________g j) 100 g = ____________________kg k) 0, 25 = _____________________mL l) 0, 006 = ____________________g m) 250 mg = _____________________g n) 2, 5 L = _____________________mL o) 0, 05 g = _____________________mg SISTEMA DE MEDIDAS DOMESTICAS O Sistema Avoirdupois de medidas domésticas comuns, um sistema mais familiar nos Estados Unidos, pode ser comparado ao sistema métrico. As medidas caseiras incluem colheres de chá, de sopa, xícaras, quartilhos e quartos. Estas medidas, embora sejam mais familiares, não são tão precisas e devem ser atividades na administração de medicamentos. A American Standardes Association determinou que a colher de chá padrão norte-americana contém aproxiadamente 5 mL, e esta medida é aceita pela United States Pharmacopeia. Noções de Farmacologia Medicamentos administrados com colher de chá geralmente não requerem mediadasprecisas, por isso é, xaropes para tosse, anti histamícos, vitaminas líquidas. Também deve ser observado que a capacidade da colher de chá doméstica pode variar considerar consideralvelmente, em alguns casos de 3,5 a 5 mL. Doses exatas de medicamentos como cigoxina ou doses para crianças muito pequenas devem ser medidas com uma seringa oral, um conta-gotas calibrado ou uma colher de dosagem pediátrica vendida em farmácias. Suspensões antibióticas geralmente podem ser administradas utilizando-se a colher de chá. Alguns equivalentes aproximados das medidas caseiras são: 1 colher de chá = 1 onça líquida = 5 mL 6 1 colherde sopa = 1 onça líquida = 15 mL 2 2 colheres de = 1 onça líquida = 30 mL 1 xícara = 8 onças = 240 mL 500 mL = quartilho 1.000 mL = 1 litro = 1 quarto 30 g = 1 onça 1 kg = 2,2 libras EXEMPLOS a. 45 g = ? onças 30 g : 1 onça = 45 g : x onças 30 x = 45 x 1 x = 45 = 1 1 onça 30 2 b. 150 libras = ? kg 2,2 1b : 1 kg = 150 1b : x kg 2,2 x = 150 x 1 x= 150 = 68,2 1b 2,2 EXERCÍCIOS Converter nos equivalentes aproximados em medidas domésticas: 1. 10 mL =___________________ colheres de chá 2. 2 xícaras = ___________________ onças 3. 10 1b = ___________________ kg 4. 60 mL = ___________________onças 5. 22 libras = ___________________ kg 6. 3 onças = ____________________g 7.60 mL = ____________________colheres de chá 8. 6 colheres de chá = ____________________ onças líquidas 9. 3 onças = ____________________ colheres de chá 10. 70 kg = ____________________ 1b EXERCÍCIOS Fazer as conversões abaixo: 1. 0,5 L = _____________________mL Noções de Farmacologia 2. 4 mL = _____________________cc 3. 1 onça = _____________________ mg 2 4. 0,1 g = ______________________mg 5.500 mL = ______________________quartilho 6. 1 onça = ______________________ mL 2 7. 30 1b = _______________________ kg 8. 30 mL = _______________________ colheres de chá 9. 1.500 mg = _______________________ g 10. 2 onças = _______________________ g 11. 5 colheres de sopa =____________________mL 12. 5 colheres de sopa = ___________________ onças 13. 1 grama = ___________________mg 14. 10 mL = ___________________colheres de chá 15. 15 mL = ___________________ onça 16. 2 1 = ___________________ mL 2 17. 30 g = ____________________ onça 18. 3 kg = ____________________ 1b 19. 165 1b = ____________________kg 20. 3 quartilhos = ____________________ quarto PREPARAÇÕES FARMACÊUTICAS OBJETIVOS PARA O ESTUDANTE SER CAPAZ DE ____________________________________________________ 1. Citar as diversas preparações farmacêuticas. 2. Distinguir entre um elixir e uma tintura e exemplificar cada um deles. 3. Discutir a vantagem de se administrar medicamentos sob a forma de cápsula ao invés de comprimido. 4. Distinguir loção de linimento e exemplificar cada um deles. Devido as varias propriedades das diferentes drogas e aos seus muitos empregos, é necessário ter diferentes meios de prepará-las para uso pelo pacientes. Estão relacionadas aqui as preparações farmacêuticas mais comuns. DEFINIÇÕES Soluções: Preparações líquidas aquosas contendo uma ou mais substâncias completamente dissolvidas. Toda solução tem duas partes: o soluto ( a substância dissolvida) e o solvente (a substância, geralmente um líquido, na qual o soluto é dissolvido). Óleos essenciais: Soluções saturadas de óleos voláteis (p. ex., óleo essencial de hortelã de cânfora). Xaropes: Soluções aquosas de açúcar. Estes podem ou não conter substâncias medicinais adicionadas. (p. ex., xarope simples, xarope de ipeca) Espíritos: Soluções alcoólicas de substâncias voláteis. Também são conhecidos como essências de hortelã, espírito de cânfora). Noções de Farmacologia Elixires: Soluções contendo álcool, açúcar e água. Podem ou não ser aromáticas, e podem tr não medicamentos ativos. Na maioria das vezes são usados como flavorizantes ou solventes (p. ex., elixir de hidrato de terpina, elixir de fenobarbital). Tinturas: Soluções alcoólicas ou hidroálcoólicas preparadas a partir de fármacos (p. ex., tintura de iodo, tintura de digital). Extrato Fluido: Extrato líquido alcoólico de um fármaco produzido por percolção, de forma que 1 mL do extrato fluido contém 1 g do fármaco. São usados apenas medicamentos vegetais (p. ex., extrato fluido de glicirriza). Emulsões: Suspensões de glóbulos de gordura em água (oude glóbulos de água em gordura) com um agente emulsificador (p. ex., Haley’s MO, Petrogalar). ( O leite homogeneizado também é uma emulsão.) Linimento: Mistura de fármacos com óleo, sabão, água ou álcool para aplicação externa com fricção. (p. ex., loção de cânfora, linimento de clorofórmio). Loções: Preparações aquosas contendo substâncias suspensas para aplicação local, calmante. A maioria é aplicada com palmadinhas leves, e não friccionada (p. ex., loção de calamina, Caladryl loção). Pós: Quantidades em dose única de um fármaco ou mistura de fármacos na forma pulverizada embaladas individualmente em papelotes (p. ex., pó de Seidlitz). Comprimidos: Unidades de dose única confeccionadas comprimidos-se fármacos pulverizados em um molde adequado (p. ex., comprimidos de aspirina). Formas especiais de comprimidos incluem comprimidos sublinguais (a serem mantidos sob a língua até serem dissolvidos) e comprimidos de revestimento entérico (com um revestimento que impede sua absorção até chegarem ao trato intestinal). Formas de ação prolongada ou de liberação lenta: Os fármacos ativos são apresentados na forma de comprimidos para liberação durante várias horas ou colocados em esferas em uma cápsula. As esferas possuem tamanhos variados e desintegram-se durante um período de 8 a 24 horas. As formas de liberação lenta não podem ser partidas ou trituradas, pois sua eficácia depende da liberação das várias camadas no decorrer do tempo. Pílulas: Unidades de dose produzidas por mistura do fármaco pulverizado com um líquido como xarope e enroladas em um formato redondo ou oval.São amplamente substituídas pr outras formas da apresentação hoje (p. ex., pílulas de Hinkle). Cápsulas: Fármacos pulverizados em um recipiente de gelatina. Os líquidos podem ser colocados em cápsulas de gelatina elásticas (p. ex., cápsulas de óleo de bacalhau, cápsula de Benardryl.). Supositórios: Mistura de fármacos com alguma base firme como manteiga de cacau, que pode então ser moldada para introdução em um orifício do corpo. Os supositórios retais, vaginais e uretrais são os tipos mais comuns (p ex., supositórios vaginais de Furacin, supositórios de Dulcolax, mas podem ser feitos supositórios nasais ou óticos). Pomadas: Misturas de fármacos com uma base oleosa externa, geralmente para fricção (p. ex., pomada de óxido de zinco, pomada Bem-Gay). Géis: Suspensões aquosas de fármacos insolúveis na forma hidratada. O gel de hidróxido de alumínio, USP, é um exemplo. Aerossóis: Agentes farmacêuticos ativos sem um recipiente pressurizado. Trociscos ou pastilhas: Preparações planas, redondas ou retangulares mantidas na boca até se dissolverem. Questões de revisão______________________________________________________ 1. Exemplificar a diferença entre: a. Uma cápsula e um comprimido. b. Uma cápsula de liberação lenta e um comprimido. c. Um elixir e uma tintura. 2. Citar três tipos comuns de supositórios. 3. Citar cinco preparações farmacêuticas usadas para aplicação local. 4. Qual a diferença entre uma pomada e uma loção? 5. Que precauções você considera importantes no uso de agentes para uso externo?Tarefa Especial: Se o curso não incluir aulas de laboratórios, uma vista à farmácia de um hospital para observar as várias preparações farmacêuticas completará o aprendizado neste momento. INTRODUÇÃO À DOSAGEM Objetivos para o estudante Noções de Farmacologia Ser capaz de _____________________________________________________ 1. Interpretar um pedido de medicamentos ou receitas com 100% de exatidão. 2. Interpretar uma prescrição escrita com 100% de exatidão. 3. Usar abreviações aceitas com 100% de exatidão. 4. Relacionar os fatores que influenciam a dosagem. 5. Demonstrar habilidade inicial na transcrição de prescrições. Dosagem é a quantidade de medicamentos ou agente prescrito para um determinado paciente ou condição. Dose é a porção medida do medicamento tomada de cada vez. Os fatores que influenciam a dosagem são os seguintes: Idade: A idade de um paciente afetará sua resposta aos medicamentos. As crianças e os idosos necessitam de doses menores que a dose habitual do adulto. Sexo: O sexo de um paciente algumas vezes afeta a resposta aos medicamentos. As mulheres são mais susceptíveis à ação de alguns fármacos e geralmente recebem doses menores. A administração de medicamentos a mulheres nas primeiras semanas de gravidez pode causar danos ao feto. Durante o terceiro trimestre há a possibilidade de trabalho de parto prematuro causado por fármacos que podem estimular as contrações musculares. Condições do paciente: São indicados doses menores quando a resistência do paciente está diminuída. O comprometimento da função renal e hepática pode causar acúmulo dos em níveis tóxicos. Fatores psicológicos: A personalidade de uma pessoa freqüentemente é importante em sua resposta a determinados fármacos. Fatores ambientais: O ambiente no qual os medicamentos são administrados e a atitude do enfermeiro que os administra podem influenciar o efeito dos medicamentos. Temperatura: O calor e o frio também afetam a respostas aos medicamentos. Pode ser necessário diminuir a dosagem de alguns fármacos durante o período de calor. Método de administração: Geralmente, são prescritas doses maiores quando um medicamentos é administrada por via oral ou retal, e doses menores quando se usa a via parental. Fatores genéticos: A idiossioncrasia a drogas é uma susceptibilidade anormal de alguns indivíduos que os faz reagir de forma diferente da maioria das pessoas a um fármaco. Acredita-se que esta intolerância a pequenas quantidades de alguns fármacos seja devida a fatores genéticos. Peso corporal: A dosagem de alguns fármacos potentes freqüentemente é calculada com base na razão entre miligramas do fármaco e quilogramas de peso corporal do paciente.Quanto maior o peso de uma pessoa, mais diluída será, e uma menor quantidade irá acumular-se nos tecidos. Por outro lado, menor o peso de uma pessoa, maior é o acumulo nos tecidos, e mais potente é o efeito produzido. PRESCRIÇÃO A prescrição provavelmente é tão antiga quanto a história escrita da humanidade. A primeira forma literária real sobre farmácia foi um papiro, denominado Papiro de Ebers, que incluía métodos para fazer desaparecer doenças e também listas de medicamentos e métodos de mistura. Uma prescrição é uma ordem escrita por um profissional para ser preparada por um farmacêutico, indicando a medicação que o paciente necessita e contendo todas as necessárias para o farmacêutico e o paciente (figura 13.1). A prescrição consiste em várias partes: 1. Data, nome e endereço do paciente. 2. Inscrição, que estabelece o nome e as quantidades os ingredientes. 3. Subscrição, que fornece orientações para o farmacêutico. 4. Signatura (Sig), que fornece orientações para o paciente 5. Assinatura, endereço e número de registro do médico. Partes de um Pedido ou Receita Um médico, dentista ou outro profissional qualificado escreve o pedido ou receita para a administração de medicamentos. Um enfermeiro que administra medicamentos deve conhecer bem a legislação que regulamenta que regulamenta o exercício de as normas da instituição. Um pedido ou receita completa de um fármaco contém o nome do fármaco, a dosagem, quando deve ser administrado, como deve ser administrado, quantas vezes deve ser administrado, a data do pedido ou receita e a assinatura do médico que escreveu. Noções de Farmacologia Os antibióticos e os narcóticos são exemplos dos medicamentos que têm uma norma automática de controle. É necessário um novo pedido ou receita para o medicamento seja continuado após um período específico estabelecido pela instituição. ABREVIAÇÕES Para administrar medicamentos com segurança, é necessário estar completamente familiarizado com as abreviações aceitas. A quantidade de um fármaco a ser administrado pode ser escrita no sistema métrico ou no sistema farmacêutico. No sistema métrico a quantidade do fármaco é escrita em algarismos arábicos e decimais antes da medida métrica. Alguns exemplos são: 100 mg, 2.500 mL, 0,5 g, 2 L. No sistema farmacêutico são usados tanto algarismos arábico quanto romanos. A medida geralmente é escrita antes da quantidade do fármaco a ser administrada, como gr 10, gr ¼, gr IV. A abreviação ss freqüentemente é usada para designar ½. Quando são usados algarismos romanos, o I é expresso como i. Alguns exemplos são: gr ii, gr viiss. Há várias formas de escrever pedidos ou receitas de medicamentos utilizando-se algarismos romanos. Alguns exemplos são: gr x, gr ix, grxv, gr iss. A lista de abreviações apresentada no Quadro 13.1 inclui aquelas encontradas com maior freqüência em prescrições e receitas médicas. QUADRO 13.1 ABREVIAÇÕES COMUNS EM PRESCRIÇÕES ABREVIAÇÃO SIGNIFICADO ABREVIAÇÃO SIGNIFICADO aa de cada Ou Ambos os olhos ac Antes das refeições Pc Após as refeições Ad lib À vontade Q A cada Bid Duas vezes ao dia Qd diariamente c com Qh A cada hora caps Uma cápsula Q2h A cada duas horas cc Centímetro cúbico Q3h A cada 3 horas CH Comprimido hipodérmico Qiu 4 vezes ao dia cp comprimido Qod Em dias alternados elix elixir Qs Quantidade suficiente et E Rx tomar fldxt Extrato fluído s sem g grama SC Por via subcutânea gr grão Sig rótulo gt Uma gota Sos Quanto necessário hs Ao deitar Sp frumenti uísque IM Por via intramuscular Ss metade IV Por via intravenosa Stat imediatamente L litro Tid 3 vezes ao dia µg micrograma Tr tintura mL mililitro U unidade od Uma vez ao dia Vo Por via oral od Olho direito Xp Por via oral oe Olho esquerdo Exercícios___________________________________________________ 1. Escrever o significado das seguintes abreviações: H _____________________ Qd _____________________ Ac _____________________ Mg _____________________ Qid _____________________ Hs _____________________ Noções de Farmacologia Stat ____________________ Bid ____________________ 2. interpretar as seguintes ordens: a. Leite de magnésia 30 mL hs. b. Penicilina VK mg ac diaramente. c. Tylenol cps ii star e q 4h sos. 3. Diferenciar entre uma ordem de codeína 30 mg q 4h sos e uma ordem de sulfato de codeína 30 mg qid. 4.Escrever as seguintes dosagens utilizando o sistema métrico de medidas e as abreviações aceitas: a. Duzentos e cinqüentas miligramas de eritromicina a cada seis horas. b. Trinta miligramas de fenobarbital ao deitar. c. Cinqüenta miliqramas de demerol por via intramuscular a cada quadro a seis horas quando necessário para alívio de dor no local da cirurgia. d. Quinze unidades de insulina NPH por via subcutânea toda manhã antes do desjejum. e. Quinze mililitros de extrato fluído de cáscara-sagrada ao deitar, quanto necessário. ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS OBJETIVOS PARA O ESTUDANTE SER CAPAZ DE ________________________________________________________1.Diferenciar efeitos locais de sistêmicos e dar exemplos de cada um. 2. Relacionar os quatro métodos de administrar de medicamentos. 3. Definir o termo parental e exemplificar os métodos parentais de administração de fármacos. 4. Citar as vantagens e desvantagens da administração de medicamentos pela via parental. 5. Relacionar diretrizes para a administração de medicamentos. 6. Identificar as causas de erros na administração de medicamentos. 7. Usar abreviações comuns com 100% de exatidão. 8. Demonstrar habilidade inicial em despejar medicamentos. 9. Controlar a velocidade de fluxo das soluções intravenosas. A segurança é o objetivo mais importante na administração de medicamentos. A seguir são apresentadas diretrizes a serem seguidas quando se deseja uma administração segura de medicamentos. DIRETRIZES PARA A ADMINISTRAÇÃO SEGURA DE MEDICAMENTOS 1. Conhecer as normas do hospital ou estabelecimento. 2. Administrar apenas aqueles medicamentos que constam na prescrição assinada pelo médico. 3. Consultar o enfermeiro-chefe ou médico quando tiver dúvida a respeito de qualquer medicação. 4. Certificar-se de que os dados no registro de medicamentos ou no fichário Kardex correspondem exatamente ao rótulo do medicamento do paciente. 5. Solicitar sempre a outra, pessoa, como por exemplo: o enfermeiro-chefe ou farmacêutico, para conferir os cálculos. 6. Não conversar durante a administração da medicação, a não ser para pedir ajuda. Lembre-se de que a atenção é o aspecto mais importante da segurança. Seis Itens Certos para a Correta Administração de Medicamentos 1. Paciente certo 2. Horário e freqüência de administração certos 3. Dose certa 4. Via de administração certa 5. Medicamento certo 6. Documentação certa 7. Manter o armário ou carrinho de medicamentos sempre trancado quando não estiver sendo usado. 8. Não fornecer a chave do armário ou carrinho de medicamentos a pessoa não autorizada. Noções de Farmacologia MÉTODOS DE ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS Os métodos de administração dos medicamentos modificam seus efeitos no organismo. Algumas drogas só podem ser administradas por um método, enquanto outras podem ser administradas de varias formas, dependendo da preparação usada e da razão pela qual o medicamento é administrado. De modo geral, dois tipos de administração de drogas nos interessam: local (que visa um efeito limitado ao local da aplicação) sistêmica (que visa um efeito geral no qual a droga é absorvida pelo sangue e transportada para um ou mais tecidos do corpo). Os sistemas de administração de drogas são denominados formas de dosagem. As indústrias farmacêuticas embalam os medicamentos de forma a manter a estabilidade química e, algumas vezes, a biodisponibilidade. Os sistemas de administração também podem realizar funções muito especiais para algumas drogas em algumas populações de paciente. Enfermos com vômito, epilepsia, asma ou dor necessitam de alívio rápido. A administração nasal ou pulmonar por inaladores pode permitir que se alcancem rápidos níveis de sanguíneos do fármaco. Alternativamente, se for difícil a adesão para vias de administração complicadas, pode ser melhor usar sistemas de ação relativamente longa como transdérmicos, orais de liberação lenta e injetáveis de liberação prolongada. Novos sistemas de administração de administração que estão sendo desenvolvidos incluem os bioadesivos que permitem a localização em mucosas como via administração, bem como transportadores de fármacos que impedem sua remoção pelo fígado, baço, pulmão e osso. Administração para Efeitos locais O efeito local é obtido quando o fármaco é aplicado na área imediata. Ocasionalmente, pode absorção indesejada no local da aplicação, resultado em um efeito indesejado ou tóxico. O ácido bórico, o salicilato de metila e o hexaclorofeno mostraram exercer efeitos prejudicais sistêmicos, particularmente quando aplicados a grandes superfícies ou em regiões sem pele. Aplicação na Pele. A pele intacta, excerto a pele de recém-nascido, geralmente é impermeável à maioria das substâncias. Pomadas contendo antiinflamatórios ou antibióticos são úteis por seus efeitos locais. Deve-se ter cuidado para não aplicar substâncias tópicas a áreas sem o conhecimento do médico, pois pode haver absorção indesejada. Aplicação na Mucosa. A aplicação de medicamentos nas várias mucosas do corpo pode ser feita visando efeitos locais ou sistêmicos. As mucosas da boca, olho, nariz, vagina e reto são constantemente banhados por soluções aquosas e geralmente são permeáveis que a pele. Supositórios. Os supositórios podem ser introduzidos no reto para causar efeitos locais, como o Dulcolax, por sua ação local para promover um efeito laxante, ou na forma de bases solúveis, para atingir um afeito sistêmico (isto é, antieméticos, substâncias analgegésicas, ou medicamentos como aspirina, por seu efeito antipirético). Os supositórios vaginais geralmente são usado para tratamento de infecção locais, embora possa haver alguma absorção sistêmicos. Enemas. Os enemas usados mais comumente para promover efeitos laxantes; alguns enemas de retenção de base oleosa podem conter fármacos que visão efeitos sistêmicos. Soluções Nasais: Essas soluções podem ser usadas para tratamento de distúrbios sistêmicos, como asma, ou para exercer um efeito local na diminuição da congestão nasal. Deve-se ter cuidado para que as vias nasais estejam livres de exsudato antes de se administrar uma solução nasal, e a extremidade do frasco deve ser protegida de contaminação. As válvulas dos sprays nasais devem ser limpas após cada uso. Soluções Oftálmicas. Deve-se ter cuidado para evitar contaminação das soluções oftálmicas. O frasco conta-gotas ou a extremidade do tubo de pomada nunca devem tocar as membranas oculares. Estas preparações geralmente têm data de validade para garantir sua esterilidade; esta data deve ser conferida antes do uso. Soluções Otológicas. Não é necessário usar técnica absolutamente estéril para administrar soluções otológicas. Com o paciente deitado, deve-se primeiro puxar delicadamente a orelha para retificar o canal auditivo e então instalar as gotas otológicas neste canal. O paciente deve permanecer em decúbito por alguns minutos após instalação das gotas, a fim de segurar seu efeito. Noções de Farmacologia Administração para Efeitos Sistêmicos Para se alcançar os efeitos sistêmicos de um medicamento, ele deve primeiro ser absorvido para o sangue e transportado para o tecido ou para o órgão em que atua. Para produzir estes efeitos, os fármacos podem ser administrado por via oral, sublingual, reta, parental, por inalação ou em, alguns casos, até mesmo topicamente. Administração Oral. Embora seja o método mais popular do ponto de vista de aceitabilidade e conveniência do paciente, a administração oral tem a desvantagem de ter início de ação mais lento que a administração parental. Este método não deve ser usado se for desejado um efeito muito rápido. Alguns fármacos, como via oral, a insulina, não são eficazes quando administrados por via oral, por que são destruídos pelas enzimas no trato gastrointestinal. Os fármacos administrados por via oral podem estar sob a forma de comprimidos, cápsulas ou líquidos. O sabor é um fator importante do ponto de vista do paciente. O sabor desagradável de muitos medicamentos pode ser disfarçado com grandes volumes de líquidos, como sucos de frutas ou bebidas efervescentes, ou em xaropes ou emulsões. Os Líquidos de sabor desagradável devem ser administrados frios, freqüentemente com gelo, e seguidos por um gole de água. O alimento retarda ou reduz a absorção de muitos fármacos, incluindo a aspirina e algumas formas de penicilina. Outros medicamentos São melhor absorvidos e menos irritantespara o estômago quando tomados juntos com alimento. Os exemplos de medicamentos que devem ser ingeridos com alimentos são produtos que contêm ferro e algumas formas de eritromicina. A absorção pode ser reduzida se alguns medicamentos forem administrados com determinados alimentos Por exemplo, por um período a tetraciclina foi administrada com leite para reduzir a irritação gástrica. Mais tarde, constatou-se que a tetraciclina era seriamente utilizada e tornava-se muito menos eficaz devido aos suplementos de cálcio, magnésio e minerais que se ligavam à tetraciclina, reduzindo assim a quantidade do medicamento disponível no organismo. Ao tomar medicamentos orais o paciente deve ser aconselhado a: 1. Ler todas as instruções, advertências e interações sobre o fármaco, que geral encontram-se claramente impressas nas preparações vendidas sem receita médica. As preparações vendidas sem receita médica são drogas também e não devem ser ignoradas como causa de possíveis efeitos colaterais com drogas prescritas. 2. Tomar os medicamentos em geral com um corpo cheio de água para permitir que a droga seja dissolvida e comece a agir mais rápido. 3. Medicamentos nunca devem ser combinados com álcool. Alguns xaropes para tosse contêm álcool em quantidades suficiente para ser notada. 4. Não misturar medicamentos a bebidas quentes. A temperatura quente pode destruir alguns fármacos e o ácido tânico presente no chá quente pode reduzir a absorção de alguns medicamentos. 5. Não misturar medicamentos a alimentos, excerto se especificamente prescrito. 6. Suplemente de vitaminas e minerais possuem substâncias que podem interferir na absorção de fármacos. Estes devem ser observados como medicamentos usados sem prescrição. Procedimento para Despejar e Administrar Medicamentos Orais 1. Lavar as mãos. 2. Identificar o paciente conferido seu bracelete de identificação. Caso não haja bracelete, e exista qualquer dúvida quanto ao paciente ser capaz de informar corretamente seu nome, peça a um membro de confiança da equipe que identifique o paciente. 3. Comprar o rótulo da droga com o registro de medicamentos ou fichário Kardex ao retirar o recipiente de seu local, antes de despejar e antes de recolocar o recipiente de seu local. 4. Colocar pílulas, comprimidos e cápsulas na tampa do frasco antes de colocar no copo-medida. Evitar tocá-los com os dedos. 5. Ao despejar líquidos, evitar o lado do rótulo. Limpar o gargalo do frasco com toalha de papel ou lenço de papel úmido antes de recolocar a tampa. 6. Segurar o corpo-medida ou proveta graduada ao nível dos olhos e colocar o polegar sobre o vidro no volume desejado. 7. Ao administrar mais de um medicamento a um paciente, deve ser usada a seguinte ordem: administrar comprimidos e cápsulas seguidos por água, ou outro líquido; depois administrar líquidos diluídos com água, quando necessário. Medicamentos para tosse são administrados não diluídos e não são seguidos por líquidos. Comprimidos sublinguais e bucais são administrados por último. Noções de Farmacologia 8. Permanecer com o paciente até que toda a medicação tenha sido deglutida. 9. Só anotar no Kardex ou no prontuário após administrar a medicação. 10. Relatar e anotar a medicação prescrita, mas não administrada. Geralmente é feito um cartão semelhante ao ilustrado na figura 14.1 para cada medicamento que o paciente recebe. Cada hospital tem seu próprio formulário, com adaptações. Muitos hospitais e unidades de internação transcrevem as receitas para um Kardex. Muitos fármacos comumente usados são encontrados em embalagens com dose unitária. Uma embalagem de dose unitária contém a quantidade de medicamento para uma única dose na forma apropriada para administração pela via prescrita. Comprimidos, cápsulas e líquidos podem ser preparados em embalagem com dose unitária. Todas as embalagens com dose unitária são identificadas com o nome genérico, nome comercial, precauções, data de validade, se apropriada, e instruções para armazenamento. A embalagem das drogas concorre para a segurança da medicação porque não é necessário calcular dosagens. Embalagens em tiras facilitam a contagem dos narcóticos, porque todas as dosagens na tira são numeradas. Este tipo de embalagem também impede a contaminação causada pela colocação dos comprimidos nas mãos durante a contagem. Medicamentos líquidos podem ser medidos em uma proveta graduada ou copo-medida, dependendo do volume desejado e da precisão necessária (Figura 14.2). Volumes mito pequenos ou exatos não devem ser medidos em copos - medidas. Deve-se usar uma seringa para medida de volumes menores que 5 mL. NOME Jane Kingsley QUARTO 338-1 MEDICAÇÃO Gantrisin PRONTUÁRIO 6004871 DOSE 0,5 grams HORÁRIO 9-1 – 5 - 9 Administração Sublingual. O procedimento para administrar medicamentos sublinguais é o mesmo que para administração oral. Entretanto, o medicamento não é deglutido; é colocado sob a língua do paciente, onde deve ser mantido até se dissolver ou ser absorvido. O numero de medicamentos que podem ser administrados dessa forma é limitado. Administração Parental. O termo parental refere-se a todas as formas de administração de medicamentos com uma agulha. Embora este seja indubitavelmente o método mais eficiente de administração de medicamentos, porque evita todas as variáveis de absorção tópica e gastrointestinal, também pode ser mais arriscado. Os efeitos indesejados podem ser rápidos e até mesmo fatais. Sempre que a pele se rompe, é possível o desenvolvimento de infecções: assim, deve ser usada técnica asséptica rigorosa. As injeções podem causar lesão de nervos se posicionadas incorretamente, e a perfuração acidental de vasos sanguíneos pode causar formação de hematoma ou a introdução incorreta de uma droga para uso diretamente em um vão sanguíneo. Os medicamentos para uso injetável são fornecidos na forma de ampolas ou fracos, conforme ilustrado na Figura 14.1. As ampolas são destinadas para uso único, e a parte não usada deve ser desprezada. Os frascos com tampa de borracha são usados tanto para dose unitária quanto para múltiplas doses. Deve-se ler o rótulo cuidadosamente, verificando-se a concentração da droga e o uso pretendido do frasco específico. Se houver qualquer sinal de precipitação, mudança de cor ou turvação no frasco, este deve ser desprezado. Algumas drogas para uso parental são fornecidas ampola na forma de pó, que deve ser diluído pelo enfermeiro antes da administração. As introduções para reconstituição estão incluídas na bula, recomendado diluição com solução fisiológica estéril ou água destilada, e devem ser seguidas rigorosamente. Existem seringas descartáveis para qualquer medicamento a ser administrado por via subcutânea, intramuscular e intravenosa (Figura 14.4) Algumas das vantagens das seringas descartáveis são: 1. Esterilidade assegurada. 2. Precisão. 3. Menor traumatismo dos tecidos causados por agulhas rombas. 4. Imediatamente disponíveis. Noções de Farmacologia Estas doses unitárias de seringas descartáveis são as mais convenientes, mas também as formas mais dispendiosas de medicações parentais. Injeção Intradérmica. Esta forma de injeção é usada exclusivamente para teste cutâneo. A agulha é introduzida em um ângulo quase paralelo à superfície cutânea. Quando corretamente posicionada, surgirá uma pequena bolha na superfície cutânea no local onde o material intradérmico é depositado. Geralmente se escolhe a superfície interna do braço ou parte posterior para o teste cutâneo (Figura 14.5A). Injeção Subcutânea. Na injeção subcutânea, a solução é depositada sob a pele no tecido adiposo ou conjuntivo imediatamente sob a derme. Geralmente se usa uma agulha calibre 25, com um comprimento de 3/8 a 5/8 de polegada (10 a 15 mm), dependendoda espessura de tecido subcutâneo do paciente. Geralmente è usado um ângulo de 45 graus, embora com uma agulha curta possa ser usado um ângulo de 90 graus também Após limpeza cuidadosa com álcool ou outro desinfetante, a pele geralmente é suavemente beliscada e separada do músculo. A pele é solta antes da injeção do medicamento. Antes da injeção, a agulha é aspirada para certificar-se de que não houver perfuração de um vaso sanguíneo, e então o material é injetado. Geralmente as quantidades injetadas por via subcutânea são menores que 2 mL. Injeção Intramuscular. Para injeção intramuscular (IM) é usada uma agulha de 1 a 3 polegadas (25 a 75 mm). O calibre da agulha geralmente baseia-se na viscosidade do material injetado. Amiúde se uma agulha de calibre 20 a 25 para injeções de penicilina, mas é escolhido um calibre menor para soluções de outros fármacos. Há vários locais que podem ser usados para injeções intramusculares, incluindo o músculo deltóide no braço, o vasto lateral na face lateral da coxa e o glúteo máximo nas nádegas. Deve ser feito um rodízio dos locais se for prescrita administração intramuscular repetida de medicamentos. Ao se administrar injeções intramuscular a crianças, é escolhida uma agulha mais curta. Em lactantes freqüentemente é usada uma agulha de 3/8 d polegada (10 mm). O músculo vasto lateral na face ântero- lateral da coxa é o local preferido para lactantes e crianças pequenas, porque os músculos glúteos não estão bem desenvolvidos. A agulha é introduzida em posição ântero-posterior após o músculo ser firmemente apreendido e a criança firmemente contida. Deve-se ter cuidado de aspirar a seringa antes de injetar o medicamento. Administração Intravenosa. A via intravenosa (IV) é usada quando se deseja o início mais rápido de ação do fármaco. A medicação é injetada diretamente de uma ampola especial para uso IV ou diluída em um frasco de líquidos para administração mais gradual. Pode ser usada qualquer veia superficial, ou pode-se fazer uma dissecção para utilizar a veia subclávia ou veias mais profundas dos membros. Assim como em muitos casos o efeito pretendido do fármaco ocorre em poucos segundos, os efeitos indesejados podem ocorrer com a mesma rapidez. Por essa razão, freqüentemente é necessário supervisão direta de um médico. A via IV pode ser usada quando os fármacos são irritantes demais para serem injetados por via subcutânea ou intramuscular, porque a túnica íntima dos vasos sanguíneos costuma ser bastante resistente ao efeito destes agentes. Deve-se ter cuidado para evitar o extravasamento destes agentes; pode haver necrose local. A via IV também é usada para administrar líquidos, eletrólitos, dextrose ou outros açúcares, e proteínas. Deve-se ter cuidado para evitar incompatibilidades ao se misturar fármacos em várias soluções IV. Se houver turvação, alteração da cor ou precipitados quanto um fármaco é misturado, a solução não deve ser usada. A velocidade de fluxo da solução IV é monitorizada mantendo-se o número adequado de gotas por minuto. O número de gotas por minuto varia com o calibre do equipo intravenoso usado e deve ser cuidadosamente verificado pelo enfermeiro em cada caso. As calibrações podem variar de 10 a 60 gotas/mL. Controle da Velocidade de Soluções Intravenosas. Os frascos de soluções intravenosas são apresentados em embalagens de 250, 500e 1.000 mL. A prescrição pode determinar uma solução específica a ser administrada a intervalos específicos (p. ex., 150 mL por hora durante 8 horas) ou uma quantidade específica pode ser administrada continuamente (p. ex., mL durante um período de 6 horas). Em qualquer caso o número apropriado de gotas por minuto é de determinado pela regulagem do equipo intravenoso específico usado. EXEMPLO Noções de Farmacologia A prescrição determina a administração de 1. 000 mL de solução de dextrose a 5% em um período de 8 horas. O equipo está regulado de tal forma que 15 gotas = 1 mL. Qual deve ser a velocidade de fluxo em gotas por minuto? Primeiro: Determinar o número de mililitros por hora. 1.000 mL = 125 mL /h 8h Segundo: Determinar o número de mililitros por minuto. 125 mL/h = 2,1 (ou 2 mL/min) 60 (min/h) Terceiro: Converter os mililitros por minuto nas gotas necessárias. 1 mL = 15 gotas Portanto, 2 mL = 30 gotas por minuto. EXEMPLO Quanto tempo será necessário para administrar 250 mL de uma solução IV que está fluindo na velocidade de 30 gotas por minuto? Este equipo está regulado para 60 gotas/mL. Primeiro Primeiro : Converter gotas em mililitros. Se 60 gotas = 1 mL, 30 gotas = 0,5 mL/ min. Segundo: Determinar quantos minutos serão necessários para que esta quantidade de líquidos seja absorvida. 250 mL= 500 min 0,5 mL/min Terceiro: Converter minutos em horas. 500 min = 8,3 h 60 min/h Injeção Intra-arterial. Em casos especiais, mais especificamente na administração de agentes antineoplásicos, o fármaco é injetado diretamente em uma artéria que segue para o tecido ou órgão afetado. É usado um equipo especial para este fim. A forma intra-arterial pode administrar altas doses se um fármaco a uma área registrada do corpo, eliminando assim alguns dos efeitos colaterais sistêmicos do agente. Atualmente, os pacientes podem receber alta com medicações intra- arteriais preparadas para auto- aplicação durante longos períodos. Questões de Revisão ___________________________________________________ 1. Discutir os métodos usados para aplicar medicação às mucosas nasais, orofaringe, olhos, vias urinárias e vagina. 2. Citar os métodos usados para administrar fármacos com obtenção de sistêmicos. 3. Definir o termo parental. 4. Que vantagem a administração oral de fármacos tem sobre a administração parental? 5. Citar um exemplo de cada um dos seguintes métodos de injeção: 6. Quais são alguns hábitos que você deve desenvolver para administrar medicações com segurança? 7. Discutir o procedimento correto para despejar e medir 15 mL de leite de magnésia, utilizando um frasco que contém 230 mL do medicamento. 8. Sem o uso de referência, preparar uma lista de abreviações comuns usadas em ordem de medicamentos. Outras oportunidades de aprendizado: 1. Se o curso de farmacologia não se correlacionar com o curso básico de enfermagem, recomenda-se que seja oferecido o equipamento para despejar as várias formas de medicamentos orais para exame. 2. Praticar a transcrição por vários métodos. O Corpo: O Cenário dos Fármacos Quando uma variedade de drogas, dos mais diversos grupos de fármacos, é administrada, deve-se considerar que esses, quando associados, podem não somente trazer benefícios para o cliente, mas que também podem complicar ainda mais a sua condição clinica, variando de um simples efeito colateral, até uma complicada e perigosa reação adversa, sendo ambas as complicações possíveis de gerar inúmeras alterações de ordem orgânica ou psíquica, que podem passar de uma simples alteração de comportamento Noções de Farmacologia ou de um determinado parâmetro vital, até a perda de consciência, ou colapso circulatório grave, podendo inclusive, levar o cliente à morte. Atualmente pode-se observar que os profissionais de enfermagem estão mais preparados para reconhecer os efeitos secundários dos fármacos que estão relacionados à atividades orgânicas específicas, como por exemplo, funções cardiovascular, respiratória, renal etc. No entanto, esses profissionais apresentam ainda, uma grande dificuldade em correlacionaras alterações de ordem psíquica ou emocional que afetam comumente o humor ou a libido, conseqüentes da administração de alguns fármacos, como por exemplo a lidocaína, que dentre outros efeitos secundários, pode possibilitar o surgimento de confusão mental. Cabe o enfermeiro conhecer bem o corpo que está submetendo à administração do fármaco não de maneira isolada, e sim procurando estabelecer conexões possíveis entre os diferentes aparelhos ou sistemas orgânicos e as drogas que lhes são administradas. Antes mesmo de conhecer os diversos grupos de fármacos, o enfermeiro deve considerar que o corpo do cliente é um organismo que se comunica, que não é um mero receptor de fármacos, e que por isso para toda ação, este estará reagindo com uma reação específica, e muitas das vezes simbólica. Quando um determinado fármaco é administrado, seu efeito, por menos sistêmico e seletivo que possa ser, pode provocar alterações no funcionamento de outras estruturas orgânicas, ou ainda, alterar completamente o comportamento ou a qualidade de vida dos clientes. Pode-se tomar como exemplo a utilização de fármacos como diuréticos ou os anticonstipantes, que muitas vezes são prescritos pelo médico e aprazados pelos enfermeiros, em horários completamente inadequados, como à noite, o que certamente comprometeria o sono do cliente, que teria que despertar várias vezes para atender suas necessidades, prejudicando, dessa forma, a necessidade de sono e repouso da recuperação para a saúde. Este capítulo tem como objetivo espertar nos enfermeiros a sensibilidade de compreender o corpo, considerando a mente, os órgãos e os seus sentidos como um elemento ímpar, indivisível e capaz de reagir das mais variadas formas às estimulações que recebe a todo instante, provenientes do meio que cerca, ou nesse caso, estimulações oriundas da presença do fármaco no organismo. Princípios da Administração de Medicamentos Ao falar sobre administração de drogas, torna-se imprescindível, assim como em relação o corpo, tecer algumas considerações básicas sobre a ciência que se preocupa em estudar os fármacos, a Farmacologia. Como docentes de Fundamento de Enfermagem, hoje, Semiotécnica de Enfermagem, os autores têm verificado o quanto é difícil trabalhar com os acadêmicos de Enfermagem do curso de graduação, quando o assunto é administração de medicamentos. Nesse momento, torna-se evidente o despreparo dos alunos para a realização de tal procedimento, talvez, pelo o fato de não terem aproveitado melhor os conteúdos referentes aos princípios da administração de medicamentos, quando cursaram a disciplina de farmacologia. Nos dias atuais, o surgimento de novos fármacos no mercado nacionais faz com que os enfermeiros mantenham-se sempre atualizados sobre as atividades farmacológicas, mas para que isso seja mais especial, faz-se necessário que o enfermeiro tenha noções básicas de farmacologia. A farmacologia é a ciência que estuda os efeitos das drogas no organismo, desde a sua administração, através de uma das vias de aceso ao organismo, até o seu metabolismo e eliminação. Dessa forma, é de fundamental importância para o enfermeiro ter conhecimentos sobre o assunto, pois da mesma forma que quem prescrever as drogas precisa conhecer as suas diversas vias de administração, efeitos terapêuticos, doses terapêuticas, efeitos colaterais, reações adversas, além de conhecer as sus vias de eliminação; o responsável pela administração, também deve ter esse conhecimento. A farmacodinâmica é uma parte da farmacologia que se preocupa em estudar todo o percurso que a droga administrada faz no organismo até que seja eliminada. É muito importante que o enfermeiro saiba, por exemplo, qual a via de administração ou qual a via de eliminação de uma determinada droga, ou ainda, conhecer em que área do organismo ela será metabolizada, bem como indicar qual o seu sítio de ação, suas indicações e contra-indicações, bem como determinar quais os principais efeitos que elas podem provocar no organismo. A administração de drogas em unidades de terapia intensiva dá-se de maneira diferenciada das demais unidades. Nesses setores, as drogas são administradas em associação, cabendo na maioria das vezes ao enfermeiro estabelecer quais os horários em que as possibilidades e interações medicamentosas que podem apresentar. Dessa forma, caberá ao profissional procurar conhecer cada vez mais a farmacodinâmica das drogas comumente utilizadas por ele nas unidades de terapia intensiva, procurando inclusive, orientar os seus técnicos ou auxiliares sobre os principais cuidados ao administrar uma determinada droga. Noções de Farmacologia Um outro ponto muito importante na farmacologia é a apresentação das drogas ou fármacos. Encontra-se hoje no mercado uma infinidade de apresentações de drogas, que muitas vezes, acabam confundindo o profissional no momento de sua administração. Em algumas situações, é comum que algumas drogas sejam administradas no organismo, utilizando-se determinadas apresentações que não são compatíveis com as vias utilizadas. Um exemplo disso é a freqüência com que se administra, por exemplo, a nifedipina, uma droga anti- hipertensiva, que caracteristicamente apresenta uma certa labilidade quando em contato com o suco gástrico, o que justifica a apresentação na forma de cápsula, e que freqüentemente é perfurada, para que seu conteúdo seja diretamente administrado pela sonda gástrica, acarretando certamente, um mau aproveitamento do efeito terapêutico. Embora seja uma falha muito grave, essa prática é muito comum. Um outro problema não tão raro de acontecer é a administração de drogas erradas, em clientes errados, pelas vias erradas e em horários errados. Esse engano pode, dependendo da droga, da via administrada ou da condição de base do cliente, acarretar sérias complicações orgânicas e funcionais para o indivíduo. Para tentar minimizar a ocorrência desse problema, é importante estar atento aos chamados “5 acertos” de Wanda Horta, referentes à administração de drogas pelas diversas vias. Deve-se sempre procurar administrar a droga certa, no horário certo, na dosagem certa, pela via certa e no cliente certo. Para que todos esses acertos sejam efetuados, principalmente quando a prática acontece em unidades de terapia intensiva, em que o número de fármacos utilizados é consideravelmente maior do que em unidades de cuidados básicos, torna-se necessário que toda a atenção do enfermeiro esteja voltada para a separação, manipulação e administração do fármaco, evitando-se nesses momentos, que sua atenção seja desviada para outras situações. Além de tudo, vale ressaltar que uma perfeita caligrafia do médico no momento da prescrição seja respeitada, caso contrário, o enfermeiro deve certificar-se junto ao médico sobre o nome a droga que foi prescrita, procurando, sempre que houver dúvidas sobre o fármaco, a dose ou a sua via de administração, questionar o médico e confirmar tais prescrições. As falhas desses profissionais também não são raras, e cabe ao enfermeiro estar atento a esses possíveis acontecimentos. Definição de termos Droga: é quaisquer substâncias químicas, simples ou compostas, de múltiplas origens que é utilizada com varias finalidades, e quando administrada em organismos vivos, é capaz de provocar alterações somática ou funcionais. Medicamentos ou fármacos: É sinônimo de drogas, que quando administrado no organismo vivo é capaz de produzir efeito terapêutico. Tóxico: drogas que ao serem administradas no organismo vivo são capazes de produzir efeitos nocivos. Efeito terapêutico de um fármaco: está relacionado ao efeito benéfico ao organismo esperado quando da administração do fármaco. Como exemplo, o efeito terapêutico de um fármaco antitérmico é a diminuição da temperatura, ou seja, o efeito esperado após aadministração desse tipo de fármaco no organismo. Dose terapêutica: é a quantidade mínima de um fármaco que, quando administrada ao organismo, é capaz de desenvolver o seu efeito terapêutico. Um exemplo de dose terapêutica seria a dose dose100 mg de AAS diariamente para atuar no organismo como antiagregante plaquetário. Efeito colateral: é o efeito freqüentemente encontrado na administração dos fármacos, principalmente aqueles de atividade seletiva, e corresponde a um efeito que se percebe paralelamente ao sistema onde se desejava alcançar o efeito terapêutico, ou em outro sistema do organismo. Esse tipo de efeito é rotineiramente esperado, porém, não é desejado. Normalmente não traz maiores prejuízos ao orgasmo. Um exemplo muito freqüente de efeito colateral é a tosse provocada pela a administração de alguns inibidores da ECA, como o Captopril. Efeito adverso: é o efeito que se faz presente, geralmente de maneira nociva e incômoda, ao se administrar um fármaco. É também conhecido como reação adversa. É um tipo de efeito menos freqüente que o feito colateral, e diferentemente desse, a sua ocorrência não é esperada e nem tão pouco desejada. Reação alérgica: é um tipo de reação, algumas vezes esperada pela própria natureza do fármaco, que está intimamente relacionada com a sensibilidade alérgica de cada indivíduo. Essa reação pode variar, dependendo da sensibilidade alérgica de cada indivíduo, desde uma simples reação local, caracterizada por vermelhidão (rubor), coceira intensa (prurido) e edema, até mesmo quadros alérgicos mais graves como os casos de anafilaxia, podendo inclusive levar o indivíduo à morte em poucos instantes. As reações do tipo anafiláticas geralmente ocorrem em função de hipersensibilidade do organismo ao fármaco, e manifesta-se sintomatologicamente por um grave estado de inadequação circulatória (choque), que é precedido por cianose de extremidades, dispnéia súbita, edema generalizado, mais comum na face e Noções de Farmacologia glote, e colapso circulatório. Por ser caracteristicamente de instalação súbita, faz-se necessário que o cliente seja monitorizado antes, durante e algum tempo após a administração de fármacos em indivíduos com histórico de hipersensibilidade tópica. Efeito idiossincrásico: também conhecido como idiossincrasia, é a manifestação de um efeito contrário ao efeito terapêutico. Acontece quando um fármaco é administrado e o efeito que se apresenta é completamente contrário ao efeito que se deseja obter. Um tipo de idiossincrasia muito comumente observado acontece com a administração de sedativos, principalmente os benzodiazepínicos, em particular o diazepam, que quando administrado, em vez de sedar o indivíduo, induzindo o mesmo ao sono, acaba fazendo com que ele fique mais excitado ainda. Agonista e antagonista - agonista são um fármaco ou hormônio que, ocupando receptores celulares específicos, produz um efeito biológico. Já o antangonista, é toda substância, incluindo os fármacos, que se opõem à estimulação de um sistema biológico efetua-dor. Quando um fármaco ocupa os mesmo receptores do agonista específico, fica caracterizado antagonismo competitivo ou farmacológico. Por exemplo, a diminuição da freqüência cardíaca induzida por catecolaminas pelo propranolol. O antagonismo fisiológico ocorre quando outro sistema efetor e outros receptores são ativados: por exemplo, a adrenalina opondo-se ao broncoespasmo induzindo pela histamina. A fármacocinética: o Organismo Agindo sobre o Fármaco Todo fármaco administrado pela via oral é absorvido pelo organismo através do trato gastrintestinal e através da circulação porta vai inicialmente para o fígado onde é submetido ao sistema enzimático de biotransformação e degradação. Dependendo de sua estrutura química, pode ser completamente metabolizado e inativado, não atingindo níveis na circulação sistêmica na sua forma ativa. Essa degradação é denominada de metabolismo de primeira passagem, ou hepático inicial. Dessa forma, um fármaco que é administrado pela via sublingual ou endovenosa não sofre esse mesmo efeito. Isso proporciona uma concentração maior do fármaco na circulação sistemática, com doses reduzidas dele. Por esse motivo, as doses de um mesmo fármaco que sofrem importante efeito de primeira passagem são bastante superiores à dose parental, na qual a biodisponibilidade é total. O termo “biodisponibilidade” é utilizado para definir a quantidade intacta do fármaco que atinge a circulação sangüínea para um efeito biológico. É exatamente a biodisponibilidade que determina se um fármaco poderá ser administrado por uma via ou outra, no que se refere ao seu aproveitamento peloorganismo. Assim, um fármaco pode ser muito bem absorvido pelo trato gastrintestinal quando administrado pela via oral, e completamente destruído pelo fígado, sem possuir nenhuma biodisponibilidade, devendo apenas ser utilizado pela via parental, como, por exemplo, a lidocaína no combate à arritmia cardíaca. Alguns fármacos não são absorvidos, logo não possuem nenhuma biodisponibilidade. Distribuição Após a administração parental ou oral do fármaco e sua presença no sangue, ele se liga em graus variável às proteínas plasmáticas, particularmente à albumina. Uma fração livre e se distribui por todo o organismo. A ligação do fármaco às proteínas plasmáticas é fundamental para ele não seja rapidamente eliminado, o que possibilita que permaneça por um período maior no organismo, desempenhando o seu efeito terapêutico, equilibrando-se com a fração livre, que é continuamente metabolizada e/ ou excreta pelo organismo, através da urina ou bile. A distribuição de um fármaco no organismo contribui sobremaneira na determinação do esquema de dosagem e esquema terapêutico com que ele será administrado, uma vez que permite ao profissional, conhecer o tempo médico que seja o fármaco poderá totalmente eliminado. Quando um fármaco é administrado pela via endovenosa, o tempo necessário para que 50% da concentração inicial dele se distribuam pelo organismo chama-se meia-vida plasmática alfa de um fármaco. E a meia-vida plasmática beta, ou de eliminação, corresponde ao tempo necessário para que a concentração plasmática estável de um fármaco diminua em 50% devido a sua eliminação do organismo. A meia-vida plasmática depende basicamente da biodisponibilidade do fármaco. Já a vida média do fármaco é o tempo médio de duração do efeito ou da própria substância no organismo. Excreção Na fase de excreção, uma grande parcela dos medicamentos administrados é degradada no organismo, sendo o fígado o principal responsável por esse fenômeno. A biotransformação hepática pode ser estimulada ou inibida por diferentes substâncias químicas ou medicamentos, como o fenobarbital, Noções de Farmacologia anticoncepcionais orais e a rifampicina. A insuficiência hepática, por exemplo, só é capaz de reduzir consideravelmente o metabolismo de fármaco quando ocorre em grau bastante elevado. A biotranformação hepática muda completamente a estrutura química das diferentes substâncias, facilitando sobremaneira a sua excreção do organismo. Os rins são os principais responsáveis por essa excreção, tanto de metabólicos como de fármacos ativos. Níveis consideráveis dessas substâncias podem ser encontrados na saliva, suor, fezes e leite materno. Esse conhecimento é de grande importância, pois, se, por exemplo, uma mulher estiver amamentando, deverá interromper o alimento caso tenha necessidade de utilizar um fármaco que é excretado em grande quantidade no leite materno, podendo proporcionar efeitos indesejáveis para o organismo do recém- nascido. O clearance renal de uma determinada droga ou fármaco é um exame que determina a capacidade do sistema renal de eliminar a droga ou fármaco em um intervalo de tempo. Esse exame
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