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Resenha: O Contrato Social de Jean- Jacques Rousseau (Livro I - capítulos I a VIII) PARTE 2 O capítulo V trata do modo de ocorrência da primeira convenção. Neste capítulo, o filósofo conclui que, por meio da escravidão dos povos por um homem ou pelo governo de um rei perante seu povo, não vê nada além de uma relação de dominante e dominado, em que os interesses do dominante se encontram separados dos interesses dos dominados. Anteriormente ao governo de um monarca, seria necessária uma eleição para que este fosse verdadeiramente capaz de tomar as decisões pertinentes ao seu posto. Entretanto, o autor afirma que seria necessária, pelo menos, a unanimidade dessa eleição, já que uma minoria não está necessariamente obrigada a arcar com as decisões de uma maioria. Questiona-se de que modo os votos de uma maioria se imporiam aos de uma minoria que não quer aquele governante. No capítulo VI, Rousseau aborda o pacto social; como se formou o primeiro deles. Em um estado de natureza, enquanto os homens - cada um por si - veem os obstáculos da natureza lhe fazerem perder as perspectivas de subsistência individual, encontram na coletividade uma forma de unir forças, já que não podem criar novas forças. Mas o problema se encontra em achar uma forma de fazer com que a força e a liberdade estejam comprometidas entre os homens de modo que não negligenciem os cuidados que devem a si mesmos. Para isso, faz-se necessário que todos os homens concordem na alienação total da coletividade a cada um dos membros do contrato, dando- se a cada um da mesma maneira de modo que a distribuição seja igual para todos, deixando os homens em igual condição; tomando cada um dos membros como uma parte indivisível do todo, de forma que se respeite suas liberdades e seus interesses em virtude do que o filósofo chama de vontade geral. Em detrimento das confusões feitas a partir dos termos soberania e estado, o autor dedica o capítulo VII para tratar da soberania. Ao se eleger um soberano, que pode ser tanto um indivíduo como um corpo político, há um contrato entre ambos em que ambas as partes devem se ajudar. Tendo em vista o corpo político como soberano, pode haver grandes conflitos já que cada indivíduo pode possuir diferentes interesses nos quais não podem ser apagados pelo soberano. Quando isso ocorre, o indivíduo pode encarar os seus deveres em relação ao bem comum como uma contribuição gratuita e o prejuízo provocado aos restantes não lhe pareceria significante, fazendo com que o indivíduo goze dos direitos sem cumprir aquilo que deve à todos, e, acaso isso se propagasse a todos os indivíduos levaria à ruína do corpo político. Para que isso não ocorra, faz-se necessário que o contrato seja forma de garantia da obrigação de todos que nele estão envolvidos. Aqueles que se recusam a arcar com seus deveres serão obrigados por todos a cumprí-los. No capítulo VIII, sobre o estado civil, Rousseau diz que as transformações sofridas pelo homem ao passar do estado de natureza para o estado civil, faz com que ele perca a sua liberdade natural e o direito a tudo o que tente e possa alcançar, ganhando, em troca, a liberdade civil e a propriedade daquilo que possua, fazendo-se necessário que substitua também seus instintos em detrimento do exercício da razão e a obtenção de um pensamento moral; onde a liberdade civil está somente limitada à vontade geral, enquanto a liberdade natural está limitada à força de um único homem para consigo mesmo e a natureza ao seu redor. Para Rousseau, o homem é verdadeiramente livre no cumprimento das leis e no exercício da moral no estado civil.
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