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RESUMO FARMACOLOGIA I) Farmacodinâmica -é o que o fármaco faz ao organismo. A ação do fármaco é a consequência inicial da combinação fármaco-receptor. O efeito do fármaco é consequência da ação. -ação inespecífica: quando o fármaco não precisa interagir com molécula proteica. Seu acúmulo no local já basta. Por exemplo, hidróxido de magnésia. -ação específica: necessita da interação droga + receptor (qualquer molécula que o fármaco se liga). -Locais de ligação para fármacos: receptores, enzimas, moléculas transportadoras e canais iônicos. -O medicamento vai para a corrente sanguínea e interage onde conseguir, e não no local de dor ou inflamação. Um fármaco inibe uma enzima específica, portanto é necessário que aja uma especificidade. -O sistema nervoso somático é controlado. O sistema nervoso autônomo não tem ação na consciência, sendo controlado pelo central. O sistema nervoso simpático é responsável por respostas de stress, seu neurotransmissor é “noradrenalina” (em casos extremos a adrenalina); esses neurotransmissores agem em receptores adrenérgicos (alfa ou beta). O sistema nervoso parassimpático é responsável por respostas de repouso, seu neurotransmissor é “acetilcolina”, que age em receptores colinérgicos (muscarínicos ou nicotínicos). -Quanto mais específica for uma droga, mais segura ela será, tendo então menos efeitos colaterais. -D+R=DR, para isso, o tamanho da molécula deve ser compatível, assim como estrutura química, características dos grupamentos, tipos de ligação, etc. A interação da droga com receptor depende desses critérios. Para encaixe deve ter afinidade. -Se o fármaco for eficaz suficiente para ativar o receptor e gerar uma resposta intracelular, será um fármaco agonista. Se o fármaco não gerar resposta intracelular, será um fármaco antagonista. Antagonistas e agonistas agem apenas em receptores. -Os antagonistas como atenolol e propanolol promovem efeito, mas não promovem resposta intracelular. O antagonista vai ao receptor do local e o bloqueia, então o neurotransmissor não consegue se ligar. -Potência x Eficácia: potencia está relacionada à dose e eficácia ao grau de resposta. Quanto menor a dose do fármaco para alcançar 50% de resposta, mais potente ele será. II) Mecanismo de ação dos fármacos: -Atividade intrínseca (alfa): é a força do estímulo farmacológico. Entre 0 e 1 será agonista intermediário. Se alfa for 1 será agonista total. Se alfa for 0 será antagonista. -Agonista inverso: estão representados na parte negativa do gráfico. Temos como exemplo o Flumazenil usado para reversão anestésica. -Antagonista competitivo reversível: não promove nenhum grau de resposta. O antagonista bloqueia os receptores, impedindo ação de agonistas. Então aumenta a dose do agonista para manter o padrão de resposta. -Antagonista competitivo irreversível: ocupa os receptores e não desgruda, diminuindo o grau de resposta do agonista. -Antagonista não competitivo: se liga ao receptor em outro local que não seja o local de ligação para droga. Ele deforma o sítio ativo e a molécula não consegue se ligar. -Receptores tem famílias que se diferenciam pela estrutura molecular, localização na célula e mecanismo de transdução. Pelos canais iônicos os fármacos podem promover influxo e efluxo. -Se tomo um inibidor “MAO”, promovo um aumento de transmissão catecolaminas, noradrenalina, adrenalina, etc. O potencial de membrana percorre todo o neurônio e gera um potencial de ação, causando inversão de cargas, fazendo entrar muito sódio. Ocorre exocitose, fundindo a membrana e fazendo o neurotransmissor cair na fenda sináptica. Os neurotransmissores podem agir no neurônio pós sináptico causando informação. -Moléculas Transportadoras: para o neurotransmissor entrar na vesícula há uma molécula transportadora, isso pode ser inibido por um fármaco, deixando o neurotransmissor no citoplasma e é degradada. No neurônio pré-sináptico há uma molécula transportadora chamada carreadora, que carrega neurotransmissor para o neurônio pré-sináptico e entra na vesícula para esperar o potencial de ação. -Famílias de receptores: a) Canais iônicos→ receptor nicotínico, transmissão colinérgica. O ligante é Acetilcolina. É um receptor transmembrânico. Quando o receptor é estimulado promove abertura de um poro central, entrando cálcio e promovendo despolarização. Um sistema de comportas abre o poro b) Receptor acoplado à proteína G→ é transmembrânico. Na face intracelular está o sítio de ligação para proteína G. Tem o neurotransmissor agindo no receptor que estimula a proteína G que estão ancoradas na membrana, estimulando uma enzima efetora que catalisa a síntese de segundos mensageiros. Há receptores inibitórios ou excitatório. Se for inibitório irá interagir com Gi, não estimula enzima alvo. Se for excitatório interage com Gs, ativa enzima alvo e produz os 2º mensageiros (ativam quinase e geram efeito do fármaco). -Sistema Adenilato Ciclase / AMP cíclico: o Gs estimula a enzima adenilato ciclase, que catalisa a síntese de segundos mensageiros, que sintetizam AMPc. O AMPc ativa uma fosfoquinase que é a PKA (ativa troponina e causa contração cardíaca). No coração temos receptor muscarínico e ação da Acetilcolina, ele é inibitório. O PKA aumenta a lipólise, reduz síntese de glicogênio, libera energia. -Sistema Fosfolipase C / IP3: quando o receptor é ativado, ativa Gp ou Ga, que uma vez ativados estimulam a enzima fosfolipase c, que sintetiza os segundos mensageiros (diacilglicerol DAG e trifosfato de inusitol IP3).O DAG é lipossolúvel e ativa a Fosfoquinase c, e o IP3 é hidrossolúvel c) Receptores ligados à quinase→ receptores transmembrânicos, na face extracelular tem o sítio de ligação endógeno e a face intracelular tem o sítio de ligação para quinase. Toda vez que um receptor (insulina, citosina, fatores de crescimento) for ativado, a enzima também será. Receptores podem estar na forma de dímeros, ou passam por dimerização, então as quinases serão fosforiladas, e inicia a reação de fosforilação até formar um fator de transcrição com consequente transcrição gênica que sintetiza proteína. d) Receptores Nucleares→ age no núcleo. O hormônio entra na célula, encontra o receptor e vão ao núcleo para ocorrer a síntese proteica. Há um domínio de ligação e dedos de zinco. -Alguns conceitos: Hiporreatividade (respostas à baixas doses) x Hiperreatividade (alta dose para resposta). Tolerância (ausência de resposta em dias) x Taquifilaxia (ausência de resposta em minutos). Idiossincracia (efeito individual). Supersensibilidade (pouca dose e muita resposta) x Hipersensibilidade (resposta alérgica). Efeito secundário (resposta menor, mas boa) x Efeito colateral (ruins). Dependência (aumenta a cada administração). III) Farmacocinética: -é o que o corpo faz com o organismo. Definida como estudo dos processos de absorção, distribuição, biotransformação e excreção. É o percurso da droga no organismo! -Importância da membrana celular: ela é semi-permeável. Temos os fosfolipídeos e proteínas que formam canais para o fármaco passar. Há diversos tipos de transporte, se a droga for lipossolúvel há difusão passiva, passando por canais ou poros. Se precisar mudar a conformação de proteína para poder passar haverá difusão facilitada. Se o transportador vai contra o gradiente de concentração haverá transporte ativo. Todos os transportes que dependem de transportadores podem sofrer saturação, que é o acúmulo. -Fatores que influenciam nos transportes: a)Coeficiente óleo/água: quanto maior, mais difícil atravessar (mais lipossolúvel que hidrossolúvel). Ele deve ser alto para atravessar a membrana. b)pH, ionização e sequestro iônico: o pH do meio e o pka da droga devem ser semelhantes. No estômago ao redor da parede há uma grossa camada de mucosa que tem muco e bicarbonato para neutralizar o HCL. O tempoque o fármaco fica é menos que no intestino (onde a superfície de contato é maior). A maior absorção ocorre no intestino devido à vascularização. -Fenômenos Farmacocinéticos: a) Absorção→ passagem da molécula do fármaco do local de administração ao sangue. Dependendo da via a absorção poderá ser mais lenta (oral) ou mais rápida (intravenosa). A via oral tem muito prejuízo devido à interação com alimentos, ácido estomacal. A única via que não sofre absorção é a intravenosa. *fatores que influenciam a absorção: ligados ao fármaco temos a solubilidade, peso molecular, concentração, grau de ionização. Ligadas ao organismo temos a circulação local, área de superfície, pH do meio e barreiras celulares. *vias de administração: enterais, como oral, sublingual, retal (passam por metabolismo de 1ª passagem; a concentração do fármaco diminui no fígado por causa das enzimas, e diminui ainda mais no local de ação, a retal e sublingual vão direto à circulação sistêmica); paraenterais (subcutânea, intramuscular, intravenosa), outras vias (dérmica, pulmonar e intraocular). A escolha da via depende da necessidade do efeito sistêmico ou localizado. *biodisponibilidade: fração da droga (não modificada) que atinge a circulação sistêmica após a administração por qualquer via. A via de maior biodisponibilidade é a intravenosa. Pode ser influenciada na adm por via oral pelas características da droga, inalteração com substancias no trato gastrointestinal, características do paciente. b) Distribuição→ distribuição do fármaco no organismo para alcançar o local de ação. Se não alcançar o local de ação formará o reservatório (se liga à albumina e continua no sangue). Em relação ao fármaco a distribuição poderá ser influenciada pelo tamanho da molécula, grau de ionização e solubilidade. Em relação ao organismo será influenciado pelo pH local, vascularização do tecido, etc. *esses reservatórios são locais onde a droga se encontra em maior concentração que no plasma. Os mecanismos para reserva são: diferença de pH, ligação, tecido adiposo e transporte ativo. *Barreiras especiais: hematoencefálica (protege o sistema nervoso central, só ultrapassa se for lipossolúvel), placenta (fármacos devem ser ácidos ou bases fracas). Os fármacos de meia vida curtos são metabolizados e eliminados mais rápido, devendo ser administrado constantemente. c) Biotransformação→ qualquer alteração que ocorra na estrutura de uma substância dentro do organismo. Ocorre principalmente no fígado. O objetivo é transformar a molécula lipossolúvel em hidrossolúvel para facilitar a excreção. Como consequência há formação de metabólitos inativos. Temos a fase I (enzimas como CYP450, degradam a molécula e a inativam), fase II (fase de conjugação e insere outra molécula, suas enzimas são UGT), fase III (metabólitos que precisam sair da célula através de transportadores proteicos). *a CYP 450 é um complexo enzimático responsável por metabolizar o fármaco. * A biotransformação é influenciada por fatores patológicos, idade e sexo, fatores genéticos, fatores ambientais. A inibição pode ocorrer por ação de um outro fármaco. d) Excreção→ ato de levar o fármaco para fora, a principal via de excreção é renal. Se for hidrossolúvel será excretado, caso contrário será reabsorvido. Ela depende do pH (urina alcalina excreta ácidos). FARMACOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO: -O sistema nervoso periférico é dividido em autônomo (simpático + parassimpático) e somático. a)Sistema nervoso Simpático: respostas de luta ou fuga. Neurotransmissor é a noradrenalina ou adrenalina. Fibra pré ganglionar curta e a pós ganglionar longa. Segmento tóraco-lombar. Informação difusa. - a noradrenalina é sintetizada a partir da tirosina. Pode agir em receptores pós sinápticos ou pré. O alfa ativa a fosfolipase c e inibe adenilato ciclase. O beta ativa a adenilato ciclase. * Quando o Alfa-2 (pré) se acopla ao Gi, se torna responsável pelo feedback negativo, e quando estimulado estimula adenilato ciclase, diminuindo exocitose, inibindo transmissão de noradrenalina. b)Sistema nervoso Parassimpático: respostas de repouso. Neurotransmissor é a Acetilcolina. Fibra pré-ganglionar longa e a pós ganglionar curta. Segmento crânio-sacral. Informação pontuada. -Transmissão Colinérgica: tem 4 etapas (síntese, estocagem, liberação e ação de neurotransmissores). A acetilcolina é armazenada em vesículas que ficam no botão terminal do neurônio, e são liberadas por meio do potencial de ação, que abre os canais de cálcio que ativam a exocitose, liberando acetilcolina para a fenda. *O carbamato bloqueia a enzima que degrada a acetilcolina. Os organofosforados desorganizam o sítio ativo da enzima que degrada acetilcolina, causando exacerbação da mesma na fenda, aumentando a transmissão colinérgica. I)Parassimpatolíticos: diminuem a transmissão colinérgica. São antagonistas competitivos muscarínicos. * todos os receptores muscarínicos agem em receptores próprios e são divididos em m1 (neural), m2 (cardíaco), m3 (glandular), m4 e m5. a)Atropina: diminui a secreção, aumenta PA, broncodilatação. b)Escopolamina c)Ipratrópio d)Glicopirrulato * Usos: usados na MPA, antiespasmódico. * Efeitos colaterais: ressecamento da boca, aumento frequência cardíaca, distúrbios oculares. * Contra indicações: glaucoma e retenção urinária. * Em caso de intoxicação usar Fisostigmia II)Parassimpatomiméticos: aumentam a transmissão colinérgica. Podem ser agonistas muscarinicos ou inibidores de colinesterase. a)Pilocarpina→ trata glaucoma e infecções no TGI. Aumenta secreção ocular, salivar, peristaltismo, tônus. Efeitos colaterais como cólicas, hipotensão e bradpnéia. b)Betanecol→ maior seletividade para receptores do TGI e bexiga. Usado para retenção urinária, esvaziamento da bexiga. c)Carbacol→ promove miose, induz síntese de óxido nítrico. d)Metacolina→ aumenta motilidade do TGI. *Como efeitos colaterais temos: exacerbação do SNA parassimpático, sudorese, cólicas, gases. *Contra indicações: pacientes com obstrução intestinal ou urinária, portadores de asma e ulceras peptídicas e fêmeas prenhas. Caso o animal nessas condições receba o fármaco deverá ser tratado com ATROPINA. * Inibem a acetilcolinesterase se ligando reversível (carbamatos como edrofônio, neostigmia, fisostigmia, piridostigmia) ou irreversivelmente (organofosforados como diflosparation, coumafós, calation, ectiopato). * O animal que apresentar intoxicação será tratado com Atropina, pois ela é um antagonista muscarínico sem seletividade. Agora se a intoxicação for por organofosforado usa-se Pralidoxima. III) Simpatomiméticas: drogas que aumentam a transmissão adrenérgica. São usados agonistas adrenérgicos em animais com arritmias, hipotensão, parada cardíaca, choque, ICC. • Para hipotensão só pode ser usado agonista Alfa-2, que é a “Xilazina” (diminui batimento e PA). São broncodilatadores, vasodilatadores. • Efeitos colaterais de agonistas adrenérgicos: tremor, ansiedade, vertigem, tensão, cefaleia, arritmia ventricular. • Agonistas Alfa-1: finelifrina, metoxamina. (vasoconstritores periféricos, bradicardia). • Agonistas Alfa-2: xilazina, detomidina, clonidina (não são simpatomiméticos). • Agonistas Beta-2: salbutamol, clembuterol, pirbuterol (vasodilatadores, taquicardia, temor). IV) Simpatolíticos: são antagonistas adrenérgicos: • Antagonistas Alfa-1: prazosin (usados para hipertensão, ICC, abstinência [diminui PA]). • Antagonistas Alfa-2: ioimbra (reversão anestésica). • Antagonistas Beta: efeitos cardiovasculares, cronotrópico e inotrópico negativo, diminui desporalização entre nodos sinoatrial e atrioventricular. • Antagonistas Beta-2: broncoconstrição. a) Propanolol→ seletivo beta. Ao agir em beta-1 diminui frequência cardíaca, em beta-2 diminuifrequência respiratória. b) Atenolol→ seletivo beta-1. Diminui frequência cardíaca e pressão sistólica e diastólica. FARMACOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL - A veterinária modulou esses fármacos para tratamento comportamental. São indispensáveis em processos cirúrgicos, alivio de dor e febre, convulsão, relaxante muscular, indutor de sono, sedação, depressores centrais. - Temos dois sistemas inibitórios de SNC: sistema gabaérgico e sistema glicina. - Epilepsia é a doença que causa crises decorrentes de convulsão (causas como má formação cerebral, metabólicas, nutricionais, inflamatórias e neoplásicas). A convulsão é a crise esporádica, ela ocorre quando núcleos de neurônios são recrutados. - Pilares da terapia anticonvulsivante: potencializar a transmissão gabaérgica, inibição dos canais de sódio e cálcio, estímulo da enzima glutamato descarboxilase. a) Fenobarbital→é um barbitúrico, age em receptores Gaba A, que é um canal iônico regulado por ligante, promove abertura do canal promovendo a entrada de cloreto, hiperpolarizando a célula. Ele bloqueia resposta excitatória induzida por glutamato. Para tirar o animal de crise, associa-se fenobarbital ao diazepam via retal. b) Primidona→ convertida em fenobarbital no organismo, age bloqueando canais de sódio, impedindo despolarização. Altamente toxica para gatos. - Benzodiazepínicos: possuem ação ansiolítica e hipnótica. Usado como anestesia. Quando o benzodiazepínico se liga no sitio ativo promove uma reação alostérica que fará com que o gaba endógeno fique por mais tempo impedindo a despolarização. É mais seguro por usar o gaba endógeno garantindo que saia (possui agonista reversível). a) diazepam→ usado em casos emergenciais, pois o animal desenvolve tolerância rapidamente. Causa letargia, ataxia. b) fenitoina→ bloqueia canal de sódio voltagem dependentes. Causa ataxia, diplopia, hiperplasia gengival. c) carbamazepina→ bloqueia canal de sódio voltagem dependentes. Causa ataxia, diplopia, tontura. d) ácido valpróico→ transformado em valproato. e) brometo de potássio→ leva à hiperpolarização. Pode ser associado. Tempo de meia vida alto. f) gabapentina→ age nos 3 pilares. g) topiramato→ potencializa a transmissão gabaérgica e diminui ativação de AMP de glutamato. * Indicação de anticonvulsivante: pacientes emergenciais, pacientes epiléticos idiopáticos ou adquirido. - Distúrbios de comportamento: comportamento ansioso, depressivo ou fobias. Para comportamento de ansiedade usa-se neurolépticos, anti-depressivos, estabilizadores de humor e ansiolíticos. -Neurolépticos: antagonistas dopaminérgicos. Divididos em fenotiazínicos (clorpromazina e acepromazina) e butirofenona (haloperidol). -Vias dopaminérgicas: via mesocortical (controla o comportamento animal), nigro- estriatal (controla movimento), túbero-infundibular (controla glândulas). a) Clorpromazina: causa resíduos em produtos de origem animal. b) Acepromazina: usada como MPA e indutor de sono. * Efeitos colaterais: prolapso peniano, hipotensão, tremor, rigidez muscular. * Contra indicado: pacientes epilépticos e cardiopatas. Resumo Farmacologia: I) OPIÓIDES x OPIÁCEOS - Há o sistema opióide com seus receptores e neurotransmissores. O organismo produz uma morfina endógena chamada endorfina e as dinorfinas endógenas que produzem substâncias que levam ao bem estar. - Receptores opióides: são metabotrópicos e estão acoplados à proteína G. O µ leva à analgesia. O k faz a analgesia em nível medular. O ϑ é importante na periferia. O θ está associado a canais iônicos com glutamato. - Temos os semi-sintéticos (Hidromorfona, heroína), sintéticos (meperidina, levorfanol e metadona), antagonista (naloxona, naltrexina e nalmefene) e ação mista (buprenorfina e buterfanol). A) MORFINA: além de promover analgesia, causam constipação, tem efeito anti-tussígeno e inibem o movimento intestinal. Usado em MPA. Age em receptores µ. Causa dependência química. É um agonista opióide. Dependendo da via parental há um efeito duradouro (subcutânea) ou rápido (intravenoso). No cão e no homem a morfina causa depressão, em gatos, porcos, cavalos, caprinos e ovinos causa hiperexcitabilidade (sendo necessário tranquilizante). Seus efeitos são: analgesia, indutor de êmese, anti-tussígeno, constipação, depressão respiratória, miose ou midríase, hipotermia ou hipertermia. O antro respiratório não responde ao aumento de gás carbônico e não é sempre que tem diminuição da função cardíaca. A êmese ocorre por estimular a zona quimiorreceptora do gatilho. A apomorfina é um agonista dopaminérgico. No local da aplicação há uma coceira devido à liberação de histamina que pode levar à uma broncoconstrição e vasodilatação. Pode levar à hipotensão, imunossupressão e cauda Straub. B) TRAMADOL: é um opióide sintético. É análogo da codeína. Tem menor ação em receptores µ. Usado para promover analgesia em dores leves e moderadas. A analgesia depende do metabólito que inibe a receptação de serotonina e dopamina. O tramadol tem um menor potencial de constipação e depressão respiratória, seus efeitos colaterais são menores que na morfina (tão eficaz quanto). C) PAPAVERINA: usada em animais selvagens. D) CODEÍNA: é um opióide natural. Tem um menor metabolismo de 1ª passagem. É convertida em morfina pela CYP 2D6. Tem menor ação em receptores µ. E) BUTORFANOL*: antagonista competitivo do receptor µ. Faz analgesia por agir em receptores k. Aumenta pressão arterial pulmonar e diminui a pressão sistêmica. Causa uma discreta depressão respiratória. II) ANTI-INFLAMATÓRIOS ESTEROIDAIS: -São os corticoides. Usados em casos de alergia, “ites” e imunossupressores. No organismo temos produção de um corticoide endógeno. No SNC tem a hipófise que controla as respostas do organismo, liberando hormônios para inúmeras situações. -Inflamação: um corte leva à uma resposta imune para haver cicatrização. Se o organismo não cicatriza temos uma resposta inflamatória crônica. Se há uma lesão com pus, deve-se associar anti-inflamatório ao antibiótico. A inflamação é uma resposta reflexiva no sistema imune inato. -Reações inflamatórias: mecanismo de defesa natural do organismo a qualquer agressão. Caracteriza-se pela reação dos vasos sanguíneos que leva ao acúmulo de líquido e leucócito em tecidos extravasculares. São divididas em crônica (não cicatriza) e aguda (cicatriza e é dividida em evento vascular e celular [faz diapedese p/ alcançar local ação]). -Temos o eixo hipotálamo- hipófise- adrenal. Os estímulos neuronais estão no córtex cerebral que é interpretada com dor, estímulo do ciclo circodiano. Devido à esses estímulos a hipófise libera o hormônio adrenocorticotrópico (ACTH), que estimula a córtex adrenal, que libera o cortisol (corticoide endógeno). -Cortisol: promove um aumento da resistência celular ao estresse. Sua alta concentração inibe centros cerebrais de hipófise e hipotálamo. Não há muito cortisol no organismo porque ele faz o Feedback negativo. Ele inibe atividade do sistema imune, aumenta pressão arterial, faz gliconeogênese, diminui massa muscular, engorda por retenção de líquido e redistribuição de tecido adiposo. Como efeitos colaterais: ação proteolítica, diminui formação de tecido ósseo, aumenta descalcificação, diminui formação de tecido conectivo, diminui permeabilidade vascular, aumenta lipólise, causa fraqueza. Os substratos são aminoácidos e gordura que causa hiperglicemia, poliúria, etc. São contra indicados em animais diabéticos, ulcerados, com osteoporose. - O hormônio Adrenocorticotrópico libera glicocorticoides (cortisol), mineralcorticóides (aldosterona) e esteroides sexuais. Os dois primeiros levam à alterações no metabolismo de carboidratos, proteínas e lipídeos. Fazem manutenção do equilíbrio hidro-eletrolítico, preservação da função normal dosistema cardíaco imune. - A regulação do Eixo HHSR é o feedback negativo. Controla o ritmo diurno da esteroidogenese basal com alto pico de liberação de cortisol pela manhã. - Glândula Adrenal: localizada acima do rim. Tem córtex e medula. Só recebe inervação pré - ganglionar. O córtex é formado por zona fasciculada (síntese de cortisol), zona glomerulosa e zona reticulada. Quando há administração crônica de corticoide temos atrofia das células da zona fasciculada. Causa insuficiência renal aguda. Dependendo do corticoide a terapia deve ser retirada gradativamente (protocolo em escada) para a glândula não continuar atrofiada (hipoadrenocorticismo). -Síntese de Glicocorticóides: vem do colesterol pela CYP 450. Em cães sua liberação ocorre a cada episódio do sono. Neles há uma maior ação de corticoides por alta concentração de receptores para corticoides. - Receptor de Glicocorticóide: interage com o núcleo e necessita dos dedos de zinco ( se fixa ao DNA). No mecanismo de ação induz síntese de proteínas que param com inflamação. Encontra o receptor no plasma ou núcleo e se encaminham no DNA onde há informação para síntese, insere dedos de zinco e induz síntese proteica. a)mecanismo de ação genômico direto→ induz síntese proteica. A proteína é anexina 1. b)mecanismo de ação genômico indireto→ não induz síntese proteica. Os mediadores induzem um complexo de proteínas que vão ao DNA e produzem proteínas inflamatórias para continuar a ação. c)mecanismo de ação não genômico→ o glicocorticoide induz proteínas anti-inflamatórias e elas precisam ser ativadas pelo próprio glicocorticoide. OBS: São as proteínas que param a inflamação e não o corticoide !!!!!!! -Os glicocorticídes inibem fatores decisivos na resposta inflamatória e suprimem a atividade fagocítica de células mononucleares, causam evasão de moléculas de anticorpos, diminuem produção de imunoglobulinas. Isso causa liberação de fatores vasoativos e quimioatraentes, redução da secreção de enzimas lipolíticas e proteolíticas, extravasamento de leucócitos para áreas da lesão. III) ANTI-INFLAMATÓRIOS ESTEROIDAIS - Ação curta (12 horas): corticosteroide, hidrocortisona, cortisona, fludocortisona. -Ação intermediária (12 a 36 horas): prednisona, prednisolona, metilprednisolona. -Ação longa (36 a 72 horas): β-metasona, dexametasona, flumetasona. -Os de ação curta e intermediária não é necessária que a retirada seja gradativa quando usado cronicamente. Essas drogas são usadas quando se busca uma ação anti- inflamatória ou uma ação imunossupressora. A dose necessária para alcançar a imunossupressão é de 2 a 3 vezes maior que a dose para ação anti-inflamatória. -Indicações: tratamento de inflamação causada por patógenos invasores, estímulos químicos e físicos, resposta imune inadequada como alergia e doença auto imune, trauma, trauma articular, edemas e neoplasias. -Em doenças auto imunes como Lupus e Penfigo, depois que o quadro é estabilizado recomenda-se diminuição da dose a cada 24 horas nos primeiros 7/10 dias, mudando para dias alternados, depois a cada 3 dias até sua total retirada. -Efeitos colaterais da terapia esteroidal: na interrupção abrupta da droga ocorre insuficiência da supra adrenal e reativação da doença basal caso ela não tenha sido controlada. No uso contínuo ocorre hiperadrenocorticismo, conhecida como síndrome de cushing comum em poodles. Causa poliúria, polidipsia, anorexia, depressão imunossupressão, aborto, hepatomegalia, diabetes mellitus. -Contra indicações: enfermidades infecciosas (dermatite, exabiose, criptococose, leishmaniose), diabetes mellitus, enfermidades renais, úlcera de córnea, cardiopatia, úlceras gastrointestinais. -Hipoadrenocorticismo da Síndrome de Cushing: causa sede excessiva, fome excessiva, poliúria, aumento circunferência abdominal, obesidade, maior visualização de vasos abdominais, atrofia muscular, dificuldade em transpor objetos, problemas dermatológicos. Esses efeitos são menos visíveis em gatos devido à baixa quantidade de receptores UGT. IV) ANTI- INFLAMATÓRIOS NÃO ESTEROIDAIS (daines): -Os mediadores químicos da inflamação são a prostaglandina e leucotrienos. A célula ao sofrer uma injúria ativa a fosfolipase a2, que produz o ácido araquidônico que induz as enzimas hipoxigenase e cicloxigenase. -Febre: normalmente causada por vírus ou bactérias que produzem o pirógeno (aumenta temperatura), que será fagocitado e passará a ser uma substância endógena. Dessa forma alcança o SNC e chamará pirógeno endógeno, que então alcança o hipotálamo (controla temperatura) e estimula a ação da COX 3 cerebral, que quando ativada produz prostraglandina E2PGE2 que desestrutura o núcleo do hipotálamo levando à febre. Então para o anti-inflamatório ser um anti-térmico eficaz ele deve inibir a COX 3. -Cascata da inflamação: o fosfolipídio é transformado em ácido araquidônico (pela fosfolipase a2),que é substrato para hipoxigenase e cicloxigense. a)hipoxigenase→ transforma o ácido araquidônico em leucotriena que causa vasoconstrição, broncoespasmo, aumento de permeabilidade. Seus metabólitos causam vasodilatação que inibe a quimiotaxia dos neutrófilos e estimula adesão de monócitos. b)cicloxigenase→ transforma o ácido araquidônico em prostraglandina G2 que é transformada em prostraglandina H2 que pode ser transformada em protaciclina (vasodilatação e inibe agregação plaquetária) ou tromboxiano (vasoconstrição e ativa agregação plaquetária). -Deve-se determinar a cox que será inibida ou estimulada porque há contra indicação entre eles. A COX 1 é construtiva e produz prostranóides que são as prostraciclinas, prostraglandinas e tromboxanos e agem buscando sempre a homeostase. A COX 2 é induzida e produz prostranóides que são as prostraciclinas, prostraglandinas e tromboxanos e age levando à uma inflamação. Descobriu-se recentemente que também está relacionada com a homeostase do parênquima renal. Já a COX 3 é a cox cerebral, para sua ativação há ocasionamento de febre. -Os Daines clássicos não são seletivos, inibindo tanto a Cox 1 (causando efeitos colaterais) quanto a Cox 2 (acabando com inflamação). De maneira geral Daines são ácidos fracos com pka entre 4 e 5 e possuem afinidade pelo local da inflamação. São formulados com sais sódicos aumentando pka e impedindo irritação estomacal. -Efeitos colaterais dos Daines: no TGI causa gastrite, úlcera hemorrágica e gastroenterite. No sistema renal causa nefrite crônica e insuficiência renal aguda. Diminui agregação plaquetária; diminui formação de células sanguíneas; aumenta degradação articular; alergias. Os efeitos colaterais são agravados quando associados com AIES. Não deve ser usado em fêmeas prenhas. Em gatos não se usa salicilatos por causarem hemólise. -Afinidade de daines com Cox 2 (maior p/ menor)→ rofecoxibe, celecoxibe, nimesulide, naproxeno, diclofenaco, meloxicam*, ibuprofeno, acido acetil salicílico, peroxicam. -Afinidade de daines com Cox 1 (maior para menor)→ peroxicam, ácido acetil salicilido, ibuprofeno, meloxicam, diclofenaco, naproxeno, nimesulide, celecoxibe, rofecoxibe. V) SALICILATOS: -Acetil salicílico: são analgésicos, antipiréticos e anti-inflamatórios. Liga-se pouco com proteínas plasmáticas. Tem fraca ação anti-espasmódica. Tem ação trombolítica pela inibição da agregação plaquetária porque inibe irreversivelmente Cox 2. NÃO deve ser usado em gatos pois o tempo de meia vida é muito longo e o gato tem pouco UGT. Indicado para osteoartrite, prevenção de tromboembolismo em cães com dirofilariose. Deve-se associar à alimentação para evitar irritação gástrica. -Ácido Acético: não deve ser usado em cães por inibir cox e hipoxigenase causando grave gastroenterite hemorrágica. Tem elevada ação analgésica, anti-inflamatória e condroprotetora. Usado apenas como colírio. -Ácidos Propiônicos: a)Naproxeno- usadoem equinos como anti-inflamatório, analgésico e anti-pirético. Não deve ser usado em beagle e mangrel pois tem tempo de meia vida muito longo. b)Ibuprofeno- inibe todas as Cox. Na medicina veterinária é usado em grandes animais para tratamento de mastite e como pré cirúrgico. Não deve se usar em pequenos animais por causar nefrotixicidade e problemas gastrointestinais devido à meia vida longa. c)Flurbiprofeno- usado apenas como colírio. d)Carprofeno: específico para cães, por ter poucos efeitos colaterais. Tóxico para gatos! e)Cetoprofeno: inibe Cox e hipoxigenase. Seu uso é seguro. É usado para cólicas equinas por via intravenosa. f) Vedaprofeno: pode ser administrado em fêmeas gestantes lactantes. -Ácido Aminonicolínico: flunixino meglumine é usado em grandes animais. É um potente anti-inflamatório, analgésico e anti-pirético. Usado em cólica equina, são muito eficazes mas tratam apenas sintomas, mascarando as causas. Acumula-se no local de ação (ação inespecífica). Não deve ser associado à alimentos. -Fenamatos: a)ácido mefenamico- usado em bovinos. b)ácido meclofenamico- uso em equinos e bovinos para osteoartrite e inflamação de tecidos moles e controle anafilático. Inibe Cox 1 e 2 irreversivelmente. c)ácido tolfenâmico- ação anti-inflamatória e analgésica. Usado em equinos para desordem musculoesquelético. Efeito anti-tromboxano. Não usado por via intravenosa e inibe Cox e hipoxigenase. -Pirazolona: fenilbutazona é um potente anti-inflamatório usado em distúrbios musculoesqueléticos, osteoartrite, laminite, inflamação de tecido mole em equino e bovino. Inibe irreversivelmente a Cox. Em pequenos animais causa intoxicação. Tem ação antioxidante. -Oxicam: a)piroxicam- potente anti-inflamatório, analgésico e anti-pirético. Não é usado em nenhum animal. Causa gastrite, ulcera e gastroenterite hemorrágica. b)meloxicam- cox 2 seletivo. São condoprotetores. Usados na MPA, tem um mínimo efeito gástrico e renal. - Sulfonanilida: a)nimesulida- cox 2 seletivo. Usado em cães e gatos por via oral ou intravenosa. b)paracetamol- pka alto e baixo grau de ligação às proteínas plasmáticas . Não usar em gatos. Possui ação anti-pirética que é maior que a ação anti-inflamatória. Ação seletiva cox 3 cerebral. Efeitos colaterais: hepatotoxicidade. Não indicado para felinos devido a baixa presença da uridinoglicuronil-transferase (UGT). Efeitos da toxicidade: cianose de lindua, salivação, êmese, depressão, anorexia, edema facial, coma, morte. c)dipirona- analgésico, anti-pirético e anti-espasmódico com pouca ação anti-inflamatória. Usado em todos animais. O efeito colateral é a discrasia sanguínea, hipotensão agranulocitose, leucopenia, convulsão, hipotermia.E feitos são de curta duração, são aumentados quando associados. Usado na cólica equina, hipermotilidade gastrointestinal. d)glicosaminoglicanos (gags)- usados como anti-inflamatórios. Melhora mobilidade da articulação e síntese cartilaginosa. Pode-se associar. -Coxibes: são inibidores seletivos cox 2, com ação analgésica e anti-térmica, favorecem a agregação plaquetária. Não usados em associação com AIES. Para uso deve-se levar em conta o custo benefício. Evita lesões no TGI. Inibem a homeostase do parênquima renal. a)celecoxibe b)deracoxibe- usado em osteoartrite. c) firocoxibe- usado na veterinária. VI) Farmacologia gastrointestinal - Usado concomitantemente na indicação crônica de anti-inflamatório não esteroidal. -Funções do Trato Gastrointestinal: ingestão de alimento e degradação do alimento (digestão). -Inervação do Trato Gastrointestinal: inervado pelo simpático (atonia muscular, contração de esfíncter, diminuição de secreção glandular) e parassimpático (aumento do movimento muscular, aumento da secreção glandular). Tem o plexo mioentérico (neurônios entre músculos do intestino) e plexo submucoso (neurônios na mucosa, libera secreção glandular). O nervo vago inverva TGI! -Secreção hormonal do TGI: na parede do estômago temos células parietais que liberam HCL (secreção gástrica). Temos glândulas endócrinas (gastrina) e glândulas parácrinas (histamina). A célula parietal tem que formar HCL na luz do estômago. Na parede há um transportador que pega o cloreto do plasma em troca do bicarbonato (que veio do gás carbônico) que veio do metabolismo. O bicarbonato vai para o sangue. Quando o cloreto entra na célula precisa sair por meio de um simporte. Ele volta pela Bomba Prótons K/Cl ATPase. O cloreto ficou na luz do estômago, o potássio entrou, e o H que estava fora formou o HCL. A liberação de HCL sofre influência de moléculas endógenas que tem receptores na parede (histamina H2, acetilcolina M3, gastrina CCKB), que quando ativadas induzem ativação de ATPase. -Funcôes do TGI: secreção de gastrina, motilidade do TGI, defecação, êmese, formação e excreção da bile. a)O receptor H2 está acoplado à proteína Gs, que estimula a adenilato ciclase, produz AMPc que fosforilam as proteínas quinase, que estimula ATPase. b) O receptor M3 está acoplado à proteína Gp, que ativa a fosfolipase c, que fazem os segundos mensageiros (DAG que ativa fosfoquinase e ativa ATPase) c)O receptor CCKB está acoplado à proteína Gp que ativa fosfolipase c e ativa ATPase. -Há um receptor acoplado à Gi que inibe a ATPase. Prostaglandina (PGE2) veio do ácido araquidônico. A consequência é aumentar HCL. -Tratamento suporte: é uma fluidoterapia para voltar a osmolaridade interna. O tratamento sintomático é para acabar com vômito ou diarreia. O tratamento específico é empregado quando esses sintomas provêm de uma infecção por fungos, vírus ou bactérias e é usado após o sintomático. O tratamento dietético serve para tirar a causa dos problemas, como por exemplo, êmese causada por ingestão de comida humana em cães. -Centro do Vômito: a maioria dos animais tem dentro do SNC o centro desenvolvido, entretando alguns não tem. Esses neurônios são estimulados por inflamação no estômago, rotação de labirinto, alta pressão cranial, intensa dor, cheiro, sabor, medicamentos e toxinas. Temos a zona deflagadora de quimiorreceptores (CTZ) ou zona de gatilho que quando ativada, ativa o centro do vômito e gera estímulo para contração do estômago para que o conteúdo estomacal volte, gerando o vômito. -Neurotransmissão do vômito: histamina em receptores histaminérgicos H1; dopamina em receptores dopaminérgicos D2; 5-hidroxitriptamina em receptores sertotonérgicos 5- HT3 -Causas da êmese em cães e gatos: infecciosos, metabólicos, nervosa, congênita, neoplásica, distúrbio gastrointestinal inflamatório, cirurgia, etc. Em gatos também a dirofilariose e a giardíase. -Indicação do vômito: em caso de envenenamento não corrosivo o vômito deve ser induzido. É indicado antes da cirurgia para indução anestésica. -Eméticos de ação central : apomorfina (agonista dopaminérgico) e morfina (agonista opióide) estimulam a CTZ. Cães preferem apomorfina. Não é usado em aves e suínos. Temos a xilazina (agonista α-2 como emético, ele também leva à sedação, usado muito em gatos. -Eméticos de ação periférica: cloreto de sódio, peróxido de hidrogênio 3%, ipeca, sulfato de zinco 1%. Levam à irritação da mucosa e consequentemente êmese. -Anti-eméticos: inibem o vômito. Contra indicados em caso de obstrução ou perfusão gastrointestinal, envenenamento corrosivo, tumores e convulsões. Os ação periférica alivia a mucosa irritada, usa gelo picado ou água gelada, bebida gasosa, citrato de sódio e vitamina B6. Os de ação central deprimem o centro do vômito. São antagonistas de receptores histaminérgicos, dopaminérgicos e serotonérgicos. 1) Antagonistas sertotonérgicos 5-HT3 a)Ondansetrona (vonal) e Granisetrona: muito caro e eficaz. Tem ação central e periférica. Previne êmese em filhotes com parvovirose. 2) Antagonistas dopaminérgicos D2 a)Metaclopramida (Plasil): atua no CTZ, facilitao esvaziamento gástrico, usado no refluxo por aumentar a motilidade, estimula prolactina (contra indicado em neoplasia mamária). Contra indicado em cães epilépticos e perfusão ou obstrução gastrointestinal. Efeitos colaterais: ataxia, aumento da agressividade. Interação medicamentosa: aumenta absorção de tetraciclina, digoxina e diminui efeitos de analgésicos opióides. b)Fenotiazina (Acepromazina) e Butirofenonas (Aloperidol): são neuropiléticos. Inibem o vômito. A Clorpromazina é usado em quimioterapia e radioterapia. As Fenotiazinas diminuem muito a pressão arterial. As Butirofenonas tem efeito anti-emético moderado causando menos sedação e hipotensão. 3) Antagonistas histaminérgicos H1 a) Prometazina (Fernergan), Difenidramina (Benadryl), Dimenidrinato (Dramin). b)Bloqueiam impulsos que chegam ao centro do vômito e zona vestibular. São eficazes na cinetose (movimento do labirinto). Cães tem maior número de receptores H1 no CTZ do que gatos. Causam sonolência. Tomar 2 a 4 horas antes do momento de necessidade para ação emética. -Citrato de Maropitant (Cerenia): é antagonista do receptor neurocinina e bloqueia ação da substrato P no centro do vômito. Amplo especto das causas (central, periférica, cinetoses). Início de ação rápida e segura. Injetável ou subcutânea uma vez ao dia. -Antidiarreicos: a terapia adequada depende do histórico. São os opióides. Sua venda é muito vulnerável pois ele causa dependência. São anti-peristálticos, inibem Acetilcolina, estimulam absorção de fluidos e eletrólitos, efeitos analgésicos e sedativos. Uso cauteloso em gatos! Tem ação direta e seletiva sobre a musculatura lisa intestinal. Diminui cólicas e melhora absorção da glicose. a) Difenoxilato (Lomotil)- anti-peristáltico. b) Loperamida (Imosec)- opióide sintético. -Protetores de Mucosa a)Subsalicilato de bismuto (Peptozil)- ação prostaglandinas.Útil no tratamento das diarreias exsudativas de origem inflamatória. Contra indicado em falência renal. b)Carvão Ativado- usado em envenenamento por ter superfície porosa que absorve veneno ou fármacos em excesso que podem causar intoxicação. c)Enterex- carvão ativado+zeolita+caulim+pectina. Adsortivo em emergência no caso de envenenamento por via oral, lavagem estomacal, ingestão acidental, banho com carrapaticida, entre outros produtos tóxicos. Ação por acúmulo no local (ação inespecífica). d)Medicação Biológica- floratil, yacult, probióticos, biocanis. Uso em distúrbios intestinais com putrefação excessiva para repor a flora intestinal. -Catárticos (laxantes): auxiliam o trânsito do conteúdo intestinal provocando defecação. Ação laxativa ou purgativa. Usado em casos de constipação, remoção de venenos, evacuação intestinal, pré cirúrgica e pré exames. a)catárticos irritantes ou de contato- óleo de rícino e óleo de semente de linhaça. Provocam irritação na parede intestinal provocando defecação. Temos o picossulfol (Gutalax) e bisacodil (Dulcolax). Irritam a mucosa intestinal estimulando o peristaltismo e reduzindo a absorção. b)catárticos osmóticos ou salinos- aumentam a osmolaridade amolecendo as fezes. Temos o hidróxido de magméticos, sulfato de sódio, sulfato de magnésico, fosfato de sódio (ñ usar em gatos). Atividade osmótica no intestino delgado, aumentando o peristaltismo. c)laxantes de volume ou formadores de massa- ágar ágar, folhas de sene (Tamarine), metilcelulose, prilium. São fibras que não são absorvidas. Ficam no tubo, fazem osmose e aumentam volume fecal. Absorvem água, aumentam o volume do bolo fecal, elevando assim o peristaltismo. O animal deve estar hidratado!!!!! d)lubrificantes intestinais- vaselina e glicerina (via retal), óleos vegetais e minerais (via oral). Lubrificam as fezes e mucosa intestinal, diminuem absorção água e vitaminas. e)açúcares- são hiperosmóticos, retém água por osmose e estimulam o peristaltismo. Contra indicado em diabéticos. Temos Lactose, Sorbitol e Lactulose. Efeitos colaterais como encefalopatite hepático por eliminar muita amônia. -Úlceras: quando há desequilíbrio entre protetores de mucosa secreção de HCL. Inicia-se então uma gastrite e depois uma úlcera. Causas: H.pylore (leva a um desequilíbrio entre secreção e proteção da mucosa), anti-inflamatórios não esteroidais (pois ao inibir a cox-1, inibem prostaglandinas, diminuindo mucosa e muco). Tratamentos: eles diminuem a secreção ácida-gástrica ao bloquear histamina H2, levando a uma diminuição da secreção gástrica (antagonistas histaminérgicos são a cimetidina, ranitidina, famotidina). Efeitos colaterais: tontura e dores musculares. A cimetidina inibe o Citocromo 450, são inibidores da Bomba de prótons H/K/ATPase, inibindo ATPase e diminuindo secreção gástrica (Omeprazol, Pantoprazol, Lansoprazol, Rabeprazol que variam apenas na seletividade). -Drogas pró-cinéticas: indicação: hipomotilidade e dilatações do tubo digestório. Regulam a motilidade do TGI (estimulando sistema miogênico, neural e químico por neurotransmissores). Por exemplo: Metoclopramida (plasil), que é um antagonista D2, agonista 5-HT4, antagonista da inibição pré sináptica de receptores muscarínicos (aumentam acetilcolina), aumentando o tônus, contraindo esfíncteres, relaxando esfíncter pilórico, aumentando o peristaltismo do duodeno e jejuno, favorecendo o esvaziamento gástrico, prevenindo refluxo gastro-esofágico e acelerando o trânsito nas primeiras porções do intestino. Outro exemplo é a Domperidona. ANTIMICROBIANOS: -Antibióticos: agentes antibacterianos específicos, produzidos por organismos vivos, bem como análogos estruturais obtidos por sínteses completa ou parcial, capazes de inibir processos vitais de uma ou mais espécies de microrganismos, podendo agir mesmo em baixas concentrações. -Usos: terapêutico (doses que combatam infecção), profilaxia (antes ou após exposição), metafilaxia (tratamento de animais em contato), aditivo zootécnico melhorador de desempenho (promotor de crescimento ou aditivo de produção). -Ação: na parede (betalactâmicos e cefalosporinas), síntese proteica (macrolídeos, aminoglicosídeos), metabolismo (sulfas, trimetropim), síntese DNA (quinilonas, rifamicinas). -Concentração mínima inibitória: menor concentração da droga capaz de inibir o crescimento de um microrganismo. -Concentração mínima bactericida: menor concentração da droga capaz de matar o microrganismo. -Concentração dependente: doses elevadas com intervalos longos. -Concentração tempo dependentes: administração frequentes. A) SULFAS Exemplo: Sulfametoxazol (Bactrim). -mecanismo de ação: bacteriostática, inibem a via de síntese do ácido fólico. -espectro de ação: amplo, tanto gram-positivas quanto negativas. Resistência bacteriana persistente e irreversível. -toxicidade: cristalúria sufonamídica, dor, diminuição da micção, hipersensibilidade, anemia aplásica e trombocitopenia. -vias de administração: oral, tópica. -farmacocinética: absorção maior em aves; privação de água retarda absorção; atravessam barreira hematoencefálica, placentária e próstata; biotransformação hepática; excreção renal, saliva, suor e leite. -OBS: não alteram flora ruminal. Uso oftalmológico e cutâneo. *Sulfas de uso sistêmico: excreção rápida (sulfatiazol, sulfadiazina), lenta (sulfametoxazol), lenta e ação prolongada (sulfadimetoxina), lenta ação muito prolongada (sulfadoxina), não absorvidas (sulfaguanidina), uso tópico (sulfacetamida). B) TRIMETROPIM -mecanismo de ação: bactericida, inibem a via de síntese do ácido tetra-hidrofólico. -espectro de ação: amplo -vias de administração: oral -OBS: usado em associação com sulfas. C) QUINOLONAS -mecanismo de ação: bactericidas, inibem DNA girasse. -espectro de ação: resistência bacteriana decorrente de uso exagerado. -gerações: 1ª flumequina (pequeno espectro, infecções urinárias), 2ª fluorquinolonas (enrofloxacina, difloxacino,norfloxacino, ciprofloxacino, muito usadas devido ao alto espectro, baixa toxicidade), 3ª levorfloxacino (bom espectro, eficazes contra Streptococcus pneumoniae). -toxicidade: danos à cartilagem articular, potencial teratogênico, cristalúria. -vias de administração: oral. -farmacocinética: absorção rápida, baixa ligação com proteínas plasmáticas, distribuição tecidual, eliminação renal/fezes. -usos: trato urinário, prostatites, otite, infecções dérmicas,etc. -OBS: associação com clorafenicol e rifamicina causa efeitos antagônicos. Inibição por CYP 450. D) METRONIDAZOL -mecanismo de ação: não elucidado. -espectro de ação: amplo (bactérias anaeróbicas, protozoários e fungos). -efeitos colaterais: raros (ataxia, convulsão, neuropatia, teratogenicidade). -vias de administração: intravenosa e oral. -farmacocinética: absorção rápida, amplamente distribuído, atravessa barreira hematoencefálica e placentária, efeito mutagênico, biotransformação hepática e excreção renal. -usos: infecções gastrointestinais por protozoários, orais. E) BETALACTÂMICOS -interferem na síntese da parede celular, são bactericidas, antimicrobianos tempo- dependentes, tem anel beta lactâmico. Temos penicilinas naturais ou semi-sintéticas. E cefalosporinas até 4ª geração. a)Penicilinas naturais: G cristalina (pico em 30 minutos, curta duração 4/6 hr, inativada no estômago), G procaína (pico em 3 horas, duração intermediária 12 hr), G benzatina (pico em 8 horas, longa duração 2 dias). -mecanismo de ação: bactericidas, inibem síntese da parede celular. -espectro de ação: bactérias gram-positivas aeróbicas e anaeróbias, cocos gram negativos, espiroquetas e actinomicetos. -efeitos colaterais: raros, hipersensibilidade. -vias de administração: subcutânea, intramuscular, intravenosa. -farmacocinética: biotransformação quase inexistente, excreção renal, não atravessam barreira hematoencefálica, próstata e olhos. -OBS: associação com inibidores da betalactamase. b)Penicilinas semi-sintéticas: Isoxazolipenicilinas (oxacilina, cloxacilina, dicloxacilina, são resistentes à ação de beta lactamases, não atuam em gram negativos),Aminopenicilinas (ampicilina, amoxicilina, são associadas ao sulbactam, melhor absorção oral, associada ao ácido clavulânico, uso respiratório), Carboxipenicilinas (carbenicilina e ticarcilina, atividade com maior gama em gram negativos). c)Cefalosporinas -mecanismo de ação: bactericidas, inibem síntese de parede celular. -espectro de ação: resistentes à betalactamase. -vias de administração: parental e pouco por via oral. -1ª geração: bactérias gram positivas, estafilococos, absorção parental (Cefalotina) e oral (Cefalexina). -2ª geração: menos ativas que as de primeira em gram positivas, sendo maiores em negativas, absorção parental (Cefaclor) e oral (Cefoxitina). -3ª geração: ativas frente a uma maior gama de bacilos gram negativos, aborção parental (Celtiofur) e oral (Cefixima). -4ª geração: maior potencia que anteriores frente à gram negativos e menos potentes em gram positivos. Exemplo Cefpiroma e Cefepima. d)Cefovecina sódica: usada em cães com infecções de pele, infecções no trato urinário, assim como em gatos. Administração subcutânea, tempo de meia vida longo. Não estabelecida margem de segurança. Amplo espectro de atividade antibacteriana. e)Vancomicina: interferem na síntese da parede celular. Bactericida sobre a maioria dos cocos. Bacteriostático sobre gram positivos. Não agem em negativos. Usado IV com soro fisiológico. F) AMINOGLICOSÍDIOS: -mecanismo de ação: bactericidas, interferem na síntese proteica ligando-se à subunidade 30s do ribossomo. -espectro de ação: bactérias aeróbicas gram negativas e estafilococos. -efeitos colaterais: nefrotoxicidade e ototoxicidade (causa lesão no 7ºpar de nervos cranianos). Bloqueio neuromuscular, apneia. -vias de administração: via parental. -exemplos: Estreptomicina, Gentamicina, Neomicina, Canamicina, Tobramicina. G) MACROLÍDEOS: -mecanismo de ação: bacteriostática. Ligam-se a subunidade 50s do ribossomo e impedem a síntese proteica. Sofre indução enzimática. -espectro de ação: espiramicina em menor espectro. Eritromicina atingem positivas e negativas. -vias de administração: oral. -farmacocinética: ótimo efeito em ph alcalino, inativadas em ácido. Não atravessam barreira hematoencefálica. Biotransformação hepática e eliminação via fezes e bile. -exemplo: Eritromicina, Tilosina, Espiramicina, Azitromicina. H) CLORANFENICOL: -mecanismo de ação: bacteriostática. Ligam-se irreversivelmente a subunidade 50s. -espectro de ação: amplo espectro. (positivas, negativas, micoplasmas, riquetsias e espiroquetas). -vias de administração: oral e parental. -farmacocinética: em monogástrico é absorvido no TGI. Atravessa placenta e distribui-se por tecidos. Eliminação renal. -exemplo: Cloranfenicol, Tianfenicol, Florfenicol. I) TETRACICLINAS: -mecanismo de ação: bacteriostática. Ligam-se à subunidade 30s. -espectro de ação: gram positivas, negativas aeróbias e anaeróbias, clamídias, riquetsias, espiroquetas, micoplasma e protozoários. -efeitos colaterais: nefrotoxicidade, hepatotoxicidade, descoloração dentária, diarreia. -vias de administração: via oral e parental. -exemplo: Tetraciclina, Doxiciclina, Oxitetraciclina, Clortetraciclina. J) RIFAMICINA: -mecanismo de ação: bactericidas. Inibem RNA polimerase. É indutor enzimático. -espectro de ação: bactérias gram positivas, cocos gram negativos, micobactérias, clamídias, bacilos. -efeitos colaterais: hepatite, anemia hemolítica, anorexia, diarreia. -vias de administração: parental e oral. -farmacocinética: ampla distribuição, atinge ossos, leite e SNC. ......................................................................................................................................................... ....................... Farmacologia Cardiovascular: -Sinais de cardiopatias: acometem animais idosos em sua maioria devido à sobrecarga de trabalho. O principal sinal é a tosse, o coração não bombeia tão bem e acumula sangue, promovendo o edema pulmonar que causa tosse. Outro sinal é o cansaço, fraqueza. -Cardiopatia x Insuficiência cardíaca: cardiopatia é uma doença do sistema cardiovascular. Diversos fatores podem levar à insuficiência cardíaca, como acúmulo de Na que leva ao acúmulo de água, aumenta volume sanguíneo, sobrecarregando o coração. A cardiopatia pode levar à insuficiência cardíaca. -Insuficiência cardíaca: doenças congênitas com comunicação anormal (persistência do ducto arterioso, defeito do septo ventricular), sobrecarga de volume (dirofilariose, endocardiose valvular, endocardite infecciosa), insuficiência do miocárdio (cardiomiopatia dilatada e de sobrecarga), insuficiência diastólica (cardiomiopatia hipertrófica, restritiva). É uma doença progressiva. -Mecanismos compensatórios da Insuficiência Cardíaca: insuficiência cardíaca diminui pressão arterial, ativa mecanismos compensatórios, como aumento do tônus da atividade simpática, vasoconstrição para aumentar a PA, ativação do sistema renina angiotensina, retendo sódio e água e liberação de aldosterona e ADH, retendo sódio e água para melhorar o débito cardíaco. *quando o coração está insuficiente não consegue bombear todo sangue dele, diminuindo o débito cardíaco que gera o cansaço no animal e promove a diminuição da pressão arterial, ativando mecanismos compensatórios. Isso não é benéfico a longo prazo para o coração, porque nele chegará um maior volume de sangue, acumulando mais líquido, gerando as cardiomiopatias, edema pulmonar, ascite (acúmulo líquido no abdômen), acúmulo de água na membrana, efusão pleural, mucosas pálidas, extremidades frias, maior tempo de refluxo capilar, taquicardia. -Cardiopatias em raças: EVMC (endocardiose valvar metrial crônica) em poodles, cardiopatia dilatada, cardiopatiado boxer, cardiopatia hipertrófica. -Insuficiência Cardíaca Congestiva: esquerda temos edema pulmonar, e direita temos aumento do abdômen (com ascite). -Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC): inotrópicos positivos (digitálicos e não digitálicos), que aumentam a força do coração; vasodilatadores; antiarrítmicos, que podem causar arritmias; diuréticos, pela liberação do ADH. *ocorre diminuição do débito cardíaco, que aciona mecanismos compensatórios, aumentando a frequência cardíaca e aumento da resistência vascular periférica, então usa-se diuréticos para remover o excesso de líquido, digitálicos e simpatomiméticos para aumentar o inotropismo e agentes vasodilatadores para diminuir a resistência. -Imagem * fosfolipídeos formam membrana, temos o meio intra (abaixo) e o meio extracelular (acima), formado pelo coração. É a membrana de uma célula cardíaca, onde a musculatura é estriada cardíaca. No vaso a musculatura é lisa. Na membrana temos a bomba de sódio e potássio, os digitálicos inibem essa bomba, inibem ATPase. Há alta concentração de sódio no meio intra e potássio no meio extra e isso não pode ocorrer, devido ao sódio ativa-se o trocador de Na/Ca que está na membrana celular (tira sódio e coloca cálcio). O aumento do cálcio leva à contração, aumentando então a força de contração. I)Digitálicos: -Mecanismo de ação:inibem enzima Na/k ATPase, aumenta cálcio intracelular, aumentam a atividade parassimpática nos nódulos sinoatrial e atrioventricular e nos átrios. -Efeitos: diminuem a frequência cardíaca, melhoram o débito cardíaco, melhoram o fluxo sanguíneo muscular, melhoram a pressão venosa pulmonar, contratilidade do miocárdio, diminuem a condução pelo nodo atrioventricular. -promovem ação colinérgica entre o nó sinoatrial e o nó atrioventricular, retardando a despolarização, diminuindo velocidade de contração, aumentando o período refratário. O potássio que ficou no meio extracelular será excretado, isso leva à uma hipopotassemia. O mecanismo de ação pode levar à um desequilíbrio hidroeletrolítico, por isso associamos um diurético que poupa concentração de potássio, reabsorvendo-o. -os não digitálicos são os simpatomiméticos que vão ao receptor adrenérgico. A dobutamina e a dopamina ativam Gs que ativa adenilato ciclase , que converte AMP em AMPc, levando à contração, ativando PKA, que aumenta cálcio intracelular levando à contração. *Temos a Digoxina e Digitoxina: ambas tem o tempo de meia vida longo (36hr e 7 dias). A Digitoxina tem ciclo entero-hepático, aumenta a diurese. A intoxicação digitálica pode causar anorexia, êmese, diarreia, arritmias cardíacas, bloqueio átrio-ventricular. *Digoxina (tem polaridade maior e não há biotransformação) e Digitoxina (se liga à proteínas plasmáticas, são apolares e melhoram à absorção): a distribuição pode ser causar hiperpotassemia (diminuição da fixação do digitálico na fibra nervosa) ou hipopotassemia (aumento). *diminuição da dose: distúrbios eletrolíticos, distúrbios endócrinos, hipóxia miocárdica, insuficiência renal ou hepática, em pacientes obesos não difunde. Associação com anti-ácidos, neomicina e metoclopramida diminuem a absorção, em gatos com furosemida e acido acetilsalicílico diminuem a biodisponibilidade. -Dobutamina e Dopamina: não são digitálicos. Dado por infusão contínua. A dobutamina (específica) tem menor potencial de causar arritmias do que dopamina. São agonistas beta- adrenérgico. São arritmogênicas. II) Vasodilatadores: -são inibidores da enzima ECA. Principal é a primobendana. a)Nitroglicerina (Nitroderm): relaxamento da musculatura lisa vascular, discos dérmicos de absorção lenta. Usado em caso de edema pulmonar cardiogênico. *Óxido nítrico estimula guanilato ciclase na célula, sintetizando GMPc que promovem relaxamento dentro da célula lisa. b)Anlodipina: bloqueador de canais de cálcio, vasodilatador arteriolar. Deve ser usado uma vez ao dia, altas doses diminuem a pressão arterial. c)Hidralazina: vasodilatador arteriolar, aumento de prostaciclina (promovendo vasodilatação). Usado em ICC. d)Primobendana: inibição da fosfodiesterase III, aumenta a concentração de AMPc, aumentam cálcio e causam contração. Aumenta o inotropismo sem consumo de oxigênio (não deixa o sistema fadigar). e)Anrinona e Milrinona: aumento da contratilidade miocárdica e vasodilatação arteriolar. Inibem fosfodiesterase III da musculatura lisa. Aumenta AMPc, aumente cálcio, promove contração de miofibrilas. vasodilatação! III) Inibidores da ECA: - convertem angiotensina I em II, não causam vasoconstrição -benazepril (eliminação maior biliar do que renal), lisinopril, enalapril, captopril (tempo de meia vida curto, causa anorexia, sua absorção diminui com alimentos). IV) Antiarritmicos: -aumentam o período refratário do coração. Diminuem ou retardam a transmissão. São bloqueadores dos canais de cálcio. São antagonistas adrenérgicos. V) Bradiarritmias: -atropina (via parental), propantelina (via oral), isoproterenol (agonistas adrenérgicos). VI) Taquiarritmias: a)Classe I→ Quinidina (não usar em gatos), Procainamida (longa duração), Lindocaína (emergências), Mexiletina (longa duração), Encainamida, Lorcainida, Flecainida. *São bloqueadores dos canais de Sódio voltagem dependentes, não despolarizando a célula. *usado em taquiarritmias ventriculares. Aumento do bloqueio de canais de sódio sem alterar o potencial de repouso. Retardam a condução, diminuem automaticidade, diminuem excitabilidade. b)Classe II→ Propanolol, Atenolol, Metoprolol, Esmolol. São antagonistas beta adrenérgicos. Evitar em pacientes asmáticos e com edema pulmonar. É inotrópico negativo. c)Classe III→ Sotalol (antagonista beta adrenérgico, cardiomiopatia do boxer), Amiodarona (lipofílica, cardiomiopatia do dobermann). São bloqueadores dos canais de K (prolongado potencial de ação, aumenta período refratário, prolonga condução dos nós). d)Classe IV→ Verapamil (gatos com cardiomiopatia hipertrófica), Diltiazem (usado em associação com digitálicos, usado em cardiomiopatia hipertrófica felina). Diminuem a contratilidade cardíaca, bloqueadores dos canais do cálcio. Causam vasodilatação coronariana. -DESENHO ********* VII) Diuréticos: -usado para diminuir o volume circulante e combater a retenção de sódio e água existente na insuficiência cardíaca congestiva. Promovem excreção de sódio e água para diminuir congestão, edema e efusão. -exemplos: Furosemida, Hidracloratiazida e Espironolactona. Farmacologia do Sistema Respiratório -Afecções do Sistema Respiratório: infecciosa, parasitária, alérgica, multifatorial. Deve-se buscar o tratamento da causa. 1)Expectorantes: objetivo aumentar a quantidade de catarro e diminuir a viscosidade das secreções, promovendo sua remoção. a)expectorantes reflexos: estimulação de terminações nervosas vagais na faringe, esôfago e mucosa gástrica para produção de muco. Substâncias nauseantes como iodeto de potássio (não lactentes e prenhas), guaifenesina (não usar em felinos, distúrbios de coagulação e úlceras gástricas), ipecacuanha (não usar em cardíacos e idosos). b)expectorantes mucolíticos: diminuem a viscosidade das secreções para facilitar a excreção. A Bromexina aumenta a função lisossômica, aumenta imunoglobulinas no muco, broncodilatador. A Dembrexina é o metabólito ativo. Há o N-acetilcisteína, é menos viscoso, ph de 7 a 9, usado por inalação ou oral, biotransformação por metabólito com enxofre. Provoca inativação com penicilinas, tetraciclinas e peróxido de hidrogênio. c)expectorantes inalantes: emprego limitado na vet. Usado NaCl e Dióxido de carbono. *inalação para fluidificar o catarro. 2)Antitussígenos: são inapropriados, não devem ser associados à expectorantes, contra indicados em pacientes com secreção abundando. Podem ter agentes narcóticos (codeína, hidrocona, butorfanol), agentesnão narcóticos (dextrometorfano e noscapina). *a tosse é um mecanismo que defesa que não deve ser abolido. Na tosse crônica, contínua e não produtiva deve-se evitar alterações crônicas no parênquima respiratório, diminui o débito cardíaco. Estimulação causa deformação mecânica que leva à broncoconstrição. 3)Broncodilatadores: são agonistas beta adrenérgicos. Exemplo Salbutamol, Sulfato de salbutamol e Clembuterol. Temos as Metilxantinas (teofilina, teobromina, cafeína), que excitam o SNC causando insônia e tremores, alteram o TGI causando vômitos e estimulam o coração. Podem ser anticolinérgicos (Ipratrópio, Glicopirrolato, Atropina). 4)Descongestionantes: a)Anti-histamínicos H1: Dimenidrinato, Clorfeiramina, Hidroxizina, Difenidramina, Cetirizina, Loratadina. Efeitos parassimpatoliticos. Anestésicos locais. b)Agonistas alfa 1 adrenergicos: Efenidrina, Pseudoefedrina. Causam vasoconstrição. Usado via tópica. Como efeitos colaterais causam estimulação do SNC, hipertensão, retenção urinária. -Antiinflamatórios esteroidais e não esteroidais: diminuem o edema de mucosa nos brônquios e bronquíolos. Diminuem a ação de prostaglandinas. -Antagonistas do receptor de cisteinil leucotrienos: Montelucaste e Zafirlucaste. Usado na asma felina. DIURÉTICOS - O sistema renal forma a urina e a excreção ocorre pela superfiltração do plasma pelo glomérulo. Nos túbulos ocorre a reabsorção de água e solutos. Os diuréticos agem nos túbulos renais alterando essa função tubular. - A filtração glomerular modula o volume e a composição da urina, controlam o volume, osmolaridade, composição e pH dos líquidos corporais. A água passa livremente pela membrana, os fármacos que ainda estão lipossolúveis serão reabsorvidos por canais da membrana, transporte de difusão. - No túbulo contorcido proximal, o filtrado passa tranquilamente. Na alça de Henle descendente ocorre a reabsorção de água, deixando o filtrado mais concentrado. Na alça de Henle ascendente grossa ocorre a reabsorção de íons como cloreto de sódio, diminui osmolaridade. No túbulo contorcido distal ocorre reabsorção de água e no túbulo coletor também, aumentando a osmolaridade, formando assim a urina concentrada. - Nos túbulos contorcidos proximais temos os inibidores da anidrase carbônica, como Acetazolamida. Na alça de Henle ascendente temos os diuréticos de alça como a Furosemida, que inibe um cotransportador de sódio, cloreto e potássio. No túbulo contorcido distal temos os tiazídicos como a Hidroclorotiazida que inibe o transportador de sódio e cloreto. No ducto coletor temos os antagonistas de aldosterona, inibindo reabsorção de sódio, fazendo com que ele fique no filtrado, como a Espironolactona. - Inibidores da Anidrase Carbônica: agem no túbulo contorcido proximal do néfron. Temos como exemplo a Sulfanilamida (inibe reabsorção de bicarbonato, aumentando essa excreção que causava acidoses metabólicas). Para evitar isso criaram fármacos que vão agir apenas na anidrase carbônica como a Acetazolamida, Diclorfenamida e Metazolamida. - Normalmente chega no filtrado o bicarbonato de sódio. O sódio é reabsorvido por meio de um transporte secundário, ele vai para dentro e o H sai. O H+ no túbulo renal se une com bicarbonato gerando o ácido carbônico. No lúmem, a anidrase carbônica desidrata, esse ácido carbônico é água + CO2 (entra na célula por difusão, onde encontra a anidrase carbônica que vai hidrata-lo e formar ácido carbônico que vai se ionizar em bicarbonato e H). Quando se toma um inibidor de anidrase, o bicarbonato não forma CO2 nem ácido carbônico, nem H, então nada funcionará. Portanto o bicarbonato sairá do túbulo contorcido proximal indo para a alça, gerando maior excreção de bicarbonato de sódio. A anidrase carbônica é inibida dentro e fora da célula. Na luz não ocorre transformação de bicarbonato, gerando excreção de bicarbonato de sódio, causando acidose metabólica, urina alcalina e é usada em intoxicação de indivíduo por ácidos. - A Acetazolamida é usada muito na forma de colírio para diminuir a formação do humor aquoso, diminuindo pressão intraocular. É o fármaco de escolha para glaucoma. Nas células parietais ela inibe a anidrase carbônica do estômago, diminuindo a formação de ácido clorídrico. Nos eritrócitos diminui bicarbonato, transporte de CO2 , aumentando a pressão de CO2. No SNC causa sonolência. É pouco usada para epilepsia, usado para alcalose metabólica, alcalinizar urina. Agravam acidose metabólica e respiratória. Não é um diurético eficaz. -Diurético Osmótico. a)Manintol→ ação similar aos catárticos osmóticos. Não é reabsorvido, se fixa nos túbulos aumentando a osmolaridade e atraindo água. -Diuréticos da Alça: a)Furosemida→ age na ascendente grossa, não altera água pois essa fração é impermeável à ela. É o mais eficaz, não cai no filtrado pois se liga à uma proteína. É secretado no túbulo contorcido proximal e vai pelo túbulo até a alça grossa, onde inibe o simporte de sódio, cloreto e potássio. Não altera a osmolaridade, aumentando e gerando intensa diurese. *indicação: em todos os casos de edema, ICC, insuficiência renal, hipercalcemia, hemorragia pulmonar, edemas refratários. *efeitos colaterais: hipotensão-hiponatremia, perda de potássio, desequilíbrio eletrolítico, alcalose metabólica. b)Tiazídicos→ agem no túbulo contorcido distal, inibem o transportador de sódio e cloreto. Temos como exemplos a Hidroclorotiazida, Clorotiazida, Flumetiazida, Hidroflumetiazida, Clortalidona. *Hidroclortiazida: inibe o cotransportador de cloreto e sódio. Diminui reabsorção de sódio, aumenta excreção de sódio, cloreto e potássio. Ocorre perda de potássio, pois o sódio não é reabsorvido para ativar a bomba. A urina se torna hiperconcentrada, aumentando o volume urinário. Causam perda de sódio, aumentam diurese, podem ser usados com inibidores da ECA ou antagonistas beta adrenérgicos. Agem no túbulo contorcido distal, geram hipercalcemia. - Poupadores de potássio: são antagonistas da aldosterona. Temos como exemplo a Espironolactona, Triantereno, Amilorida. São usados concomitantemente aos digitálicos para hipocalcemia, ICC. Não é um bom diurético, necessário então associação com diuréticos da alça ou tiazídicos. Deve ser associado para tratar hipotensão arterial sistêmica. Contra indicados para hipertensos desidratados ou hipertensão com hipopotassemia. *a Amilorida inibe o canal de reabsorção de sódio, consequentemente o sódio não é trocado pelo potássio na bomba, então apenas sódio é excretado. *a Espironolactona compete com o sítio ativo da aldosterona e quando ganha inibe a bomba, então os canais da membrana são diminuídos, o potássio se fixa, diminuindo sua excreção e aumentando a de sódio. Usados para hipertensão arterial sistêmica.
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