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Infecções pré-natais Citomegalovírus Infecções pré-natais Rubéola - Infecção pré-natal mais comum no mundo desenvolvido - O vírus é secretado em todos os fluidos corporais -> Feto pode ser infectado por via transplacentária; o RN pode ser infectado no momento do parto ou durante a amamentação INFECÇÃO MATERNA - Infecção durante a gestação representa maior risco para o feto se infectar - Gestação não aumenta o risco de desenvolver uma forma mais severa da infecção > A maioria das infecções é assintomática > 10-15% dos adultos desenvolve mononucleose (febre, faringite, linfadenopatia e poliartrite) > Mulheres imunocomprometidas podem desenvolver miocardite, pneumonia, hepatite, retinite, gastroenterite ou meningoencefalite - Taxas de transmissão: > 30-36% no primeiro trimestre > 34-40% no segundo trimestre > 70-72% no terceiro trimestre INFECÇÃO FETAL - Infecção congênita: > Caracterizada por uma síndrome que pode envolver restrição de crescimento, microcefalia, calcificações intracranianas, corioretinite, retardo mental e motor, déficits sensorioneurais, hepatoesplenomegalia, anemia hemolítica e púrupura trombocitopênica - Muitos RNs infectados são assintomáticos ao nascimento, mas alguns desenvolvem sequelas a longo prazo > Complicações incluem perda de audição, déficits neurológicos, corioretinite, déficit psicomotor e dificuldade de aprendizagem DIAGNÓSTICO PRÉ-NATAL - Rastreamento de rotina não é recomendado - Gestantes devem ser testadas se apresentarem sintomas sugestivos da infecção ou se infecção congênita é suspeitada por achados ultrassonográficos anormais > Teste sorológico - Achados USG anormais: microcefalia, ventriculomegalia, calcificações cerebrais, hepatomegalia, esplenomegalia, ascite, oligo- - Infecção no primeiro trimestre de gestação causa risco significante de aborto e malformações congênitas graves QUADRO CLÍNICO - Geralmente é uma doença caracterizada por febre e rash macropapular generalizado, iniciando-se no rosto e se espalhando pelo tronco e extremidades - 25-50% dos casos podem ser assintomáticos - Outros sintomas incluem artralgias ou artrite, linfadenopatia de cabeça e pescoço e conjuntivite - O período de incubação é de 12 a 23 dias DIAGNÓSTICO - O vírus pode ser isolado a partir da urina, sangue, nasofaringe e LCS por até 2 semanas a partir das erupções - O diagnóstico geralmente se dá por análise sorológica > IgM + fecha diagnóstico INFECÇÃO FETAL -Rubéola é um dos vírus mais teratogênicos e seus efeitos no feto são piores durante a organogênese > Infecção mais grave quanto mais precoce for a gestação - Taxas de transmissão > Nas primeiras 12 semanas -> 90% de chance de infecção congênita > 13-14 semanas -> 50% de incidência > A partir do fim do 2º trimestre -> 25% - Quando a infecção ocorre depois das 20 semanas, a síndrome da ru- drâminio - Investigação da infecção fetal: > Cultura e PCR obtidas por amniocentese e cordocentese TRATAMENTO E PREVENÇÃO - Recomendação para tratamento restringe-se à doença materna grave complicada por imunodepressão > Agentes antivirais -> Ganciclovir - Prevenção consiste em evitar primoinfecção materna, especialmente no início da gestação > Medidas de higiene > Prevenção é difícil, pois o vírus é endêmico e, na maioria das pessoas, a infecção é assintomática Toxoplasmose béola congênita é rara - Manifestações clínicas incluem: > RCF, meningoencefalite, microcefalia, retardo mental, surdez, catarata, retinopatia, pneumonia intersticial, defeitos cardíacos, hepatoesplenomegalia, icterícia, hepatite, lesões ósseas, petéquias, púrpura, adenopatia, anemia hemolítica e trombocitopenia MANEJO E PREVENÇÃO - Não há tratamento específico para rubéola - Vacinação indicada para crianças e mulheres em idade reprodutiva (não grávidas) Sífilis - IgG e IgM - (gestante suscetível) -> Orientações higienodietéticas + sorologia trimestral - Alta avidez IgG indica que a infecção é mais antiga > Avidez superior a 30% indica infecção a mais de 6 meses - Investigar toxoplasmose fetal quando há confirmação do diagnóstico materno > Infecção congênita é suspeitada quando USG revela achados como hidrocefalia, calcificações intracranianas ou hepáticas, ascite, espessamento placentário, membrana hiperecoica, restrição de crescimento intrauterino e ventriculomegalia > O diagnóstico é confirmado a partir de PCR do DNA obtido por amniocentese TRATAMENTO - Início do tratamento materno com espiramicina, na dose 3 g/dia VO, quando há confirmação da infecção materna > Nos casos em que não é confirmada infecção fetal, recomenda- se manter a terapêutica com espiramicina até o fim da gestação - Caso infecção fetal seja comprovada, deve-se iniciar o tratamento com pirimetamina (25 mg/dia), sulfadiazina (4 g/dia) e ácido folínico (15 mg 3x/semana) > Sulfadiazina deve ser interrompida após as 34 semanas pelo risco de infecção neonatal > Intercalar o esquema -> 3 semanas triplo e 3 semanas com espiramicina - T. gondii -> Parasita intracelular obrigatório com dois estágios no ciclo de vida (felino e não felino) - Infecção humana é adquirida com a ingestão de carne crua ou mal- cozida, contato com oocistos a partir de fezes de gato, solo ou água INFECÇÃO MATERNA E FETAL - A maioria das infecções agudas é assintomática em pacientes imunocompetentes - Em alguns casos, sintomas maternos podem incluir fadiga, febre, dor de cabeça, mialgia e, em algumas vezes, rash macropapular e linfadenopatia cervical posterior - Infecção em mulheres imunocomprometidas pode ser severa e a reativação pode causar encefalite, reticoroidite e lesões em massa - Incidência e severidade de toxoplasmose fetal dependem da idade gestacional no período da infecção > Risco aumenta com o aumento da IG -> 15% com 13 semanas, 44% com 26 semanas e 71% com 36 semanas > A severidade da infecção fetal é maior no início da gestação - A maioria dos RN infectados é assintomática ao nascimento - Quando há sintomas, eles incluem baixo peso ao nascer, hepatoesplenomegalia, icterícia e anemia > Alguns RNs apresentam doença neurológica primária com calcificações intracranianas e hidrocefalia e microcefalia; muitos desenvolvem corioretinite e dificuldades de aprendizagem > Tríade clássica: corioretinite, calcificações intracranianas e hidrocefalia RASTREAMENTO E DIAGNÓSTICO - IgG + (infecção passada) confirmado antes da gestação não confere risco ao feto -> Seguimento pré-natal normal - IgM + e IgG reagente ou não reagente (infecção aguda) -> Seguir para tratamento materno PATOGÊNESE E TRANSMISSÃO - Causadas pela espiroqueta T. pallidum - Estágios iniciais incluem sífilis primária, secundária e sífilis latente precoce > São associados a níveis mais altos de espiroquetas e maior nível de transmissão - Sífilis materna pode causar diversos danos fetais > Espiroquetas cruzam a placenta para causar infecção congênita, também pode ser transmitida pelo contato com espiroquetas por meio de lesões da pele no momento de parto - Infecção fetal se desenvolve em >50% dos casos não tratados de sífilis precoce e em 10% dos casos de doença latente SÍFILIS MATERNA - Primária: cancro duro que se desenvolve no local de inoculação; resolve espontaneamente em 2-8 semanas - Secundária: disseminação das espiroquetas; manifestações em 4-10 semanas após o aparecimento do cancro e incluem anormalidades dermatológicas HIV - Na ausência de intervenção, a transmissão vertical situa-se em torno de 25-30% -> A taxa aumenta em gestantes sintomáticas - Latente: desenvolve-se quando a infecção não é tratada, mas as manifestações clínicas se resolvem - Teciária: doença lentamente progressiva que afeta qualquer órgão ou sistema SÍFILIS CONGÊNITA - Infecção materna pode levar a TPP, morte fetal, restrição de crescimento fetal ou infecção fetal - O feto desenvolve anormalidades hepáticas que são seguidas por anemia e trombocitopenia, depois ascite e hidropsia - O RN pode ter icterícia com petéquiasou púrpuras, linfadenopatia, retinite, pneumonia, miocardite, nefrose ou acometimento ósseo - Placenta apresenta-se aumentada e pálida - Sífilis recente (diagnóstico até os 2 anos) > Costuma apresentar-se semelhante à sífilis secundária; exantema bolhoso, hepatoesplenomegalia, anemia hemolítica, icterícia e osteocondrite dolorosa - Sífilis tardia (diagnóstico após os 2 anos) > Alterações neurológicas (surdez), cerdite intersticial, periortite, tíbia em sabre, dentes de Hutchinson RASTREAMENTO E DIAGNÓSTICO PRÉ-NATAL - Diagnóstico pode ser realizado por meio de pesquisa direta do agente na lesão primária ou secundária utilizando-se campo escuro - Sorologia -> VDRL e RPR > VDRL é mais usado no pré-natal; torna-se + 5-6 semanas após a infecção > Recomenda-se a coleta do exame na primeira consulta pré- natal, entre 28 e 32 semanas de gestação e no período periparto - Confirmação do diagnóstico com teste treponêmico -> FTA-ABs, MHA- TP TRATAMENTO - Objetiva erradicar a bactéria e prevenir sífilis congênita - Indicado sempre que há VDRL + - Penicilina G > Estágios iniciais: 2,4 milhões de UI IM em dose única > Estágios tardios: 2,4 milhões de UI IM 3 doses em 3 semanas - Para neurossífilis: penicillina G cristalina 3-4 milhões UI, IV a cada 4 horas por 10-14 dias, seguido de benzatina 2,4 milhões de UI IM semanalmente por 3 semanas - SEMPRE tratar parceiros - Controle da transmissão vertical -> Qualidade do pré-natal, profilaxia antirretroviral periparto e suspensão do aleitamento materno TRANSMISSÃO VERTICAL - 2/3 dos casos ocorrem durante o trabalho de parto e o parto; 1/3 ocorre por transmissão intrauterina, principalmente nas últimas semanas de gestação - Fatores de risco > Carga viral elevada, ausência de tratamento com TARV, vaginose, sífilis, uso de drogas ilícitas, relações sexuais sem preservativo, prematuridade, baixo peso ao nascer, procedimentos obstétricos invasivos, bolsa rota há mais de 4 horas, trabalho de parto prolongado e parto vaginal instrumentado - Prevenção: > TARV ao longo da gestação, zidovudina (AZT) PE anteparto, AZT xarope para o RN > Contraindicação à amamentação TRIAGEM SOROLÓGICA E DIAGNÓSTICO - O rastreamento durante a gestação deve ser feito por meio de testes capazes de identificar anticorpos anti-HIV 1 e 2 - Duas etapas > Rastreamento (elisa pode apresentar falso +) > Teste confirmatório (detecção de antígenos virais) TARV EM GESTANTES - Utilização de TARV potente diminui a carga viral na gestante infectada, reduzindo a transmissão vertical - Para pacientes que não estão em tratamento, preconiza-se a introdução da TARV a partir de 14 semanas de gestação, mas algumas situações justificam a introdução imediata da TARV (pacientes sintomáticas e CD4 < 350 células/mm3) - TARV deve incluir 3 drogas pertencentes a 2 classes diferentes - Pacientes que iniciaram a gestação em uso de TARV devem manter o mesmo esquema -> Efavirenz deve ser substituído ACOMPANHAMENTO PRÉ-NATAL - Abordagem inicial: orientação sobre transmissão vertical, investigação do status sorológico do parceiro, uso de substâncias ilícitas, avaliação de comorbidades, infecções oportunistas, tempo de diagnóstico da doença, uso prévio de TARV ou outros medicamentos, antecedentes obstétricos - Maior risco de complicações obstétricas -> Prematuridade, pré- eclâmpsia, DMG e RCF - Recomenda-se vacinação de rotina > Evitar se CD$ < 200 células/mm3 ou gestantes no último mês de gestação - Profilaxia de infecções oportunistas PROFILAXIA NO MOMENTO DO PARTO - A paciente deve receber zidovudina IV desde o início do trabalho de parto até o clampeamento do cordão > Cesariana eletiva -. AZT utilizada por 3 horas antes da cirurgia - Na falta de AZT injetável, a profilaxia pode ser feita por VO VIA DE PARTO - Determinada pela CV da paciente com 34 semanas de IG, desde que esteja em uso de TARV combinada > CV < 1000 cópias/mL -> Via de parto obstétrica > CV > 1000 cópias/mL -> Cesariana eletiva com 38 semanas - Pacientes que fazem uso de enfuvirtida não devem ter parto vaginal - Diagnóstico tardio durante o PN -> Iniciar imediatamente a TARV e programar cesárea eletiva com 38 semanas - Diagnóstico na admissão na maternidade -> Introdução imediata de AZT IV; trabalho de parto avançado - conduzir; dilatação < 4 cm, bolsa íntegra ou tempo de rotura de membranas < 2h - cesariana - TPP -> Não existe contraindicação à tocólise ou à realização de corticoterapia para maturação pulmonar, manter AZT IV enquanto a paciente apresentar dinâmica uterina - RPMO -> Não há consenso - RN -> Evitar aspiração de vias aéreas; limpeza imediata das secreções e sangue visíveis com compressa úmida, banho em água corrente, contraindicação à lactação, profilaxia com AZT xarope
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