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TCC- ENFERMAGEM UFRR (21)


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Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA 
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE 
BACHARELADO EM ENFERMAGEM 
 
 
 
 
 
 
 HELENA CUNHA DE LIMA 
 
 
 
 
 
ENCONTRO DO ENFERMEIRO COM O IDOSO NA ATENÇÃO BÁSICA: 
ANÁLISES SEMIOLÓGICAS ENVOLVIDAS NO CUIDADO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BOA VISTA 
2020 
 
 
 
 
HELENA CUNHA DE LIMA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ENCONTRO DO ENFERMEIRO COM O IDOSO NA ATENÇÃO BÁSICA: 
ANÁLISES SEMIOLÓGICAS ENVOLVIDAS NO CUIDADO 
 
 
Trabalho de conclusão de curso apresentado como pré 
requisito para obtenção de título de Bacharel em 
Enfermagem pelo curso de Bacharel em Enfermagem no 
Centro de Ciência da Saúde da Universidade Federal de 
Roraima. 
 
Orientador: Prof° Dr. Paulo Sérgio da Silva 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BOA VISTA 
2020 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
HELENA CUNHA DE LIMA 
 
 
 
 
 
 
ENCONTRO DO ENFERMEIRO COM O IDOSO NA ATENÇÃO BÁSICA: ANÁLISES 
SEMIOLOGICAS ENVOLVIDAS NO CUIDADO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
____________________________________ 
Prof. Dr. Paulo Sérgio da Silva 
Orientador/Curso de Enfermagem-UFRR 
 
 
____________________________________ 
Profª. Mª Andréa dos Santos Cardoso 
Curso de Enfermagem-UFRR 
 
 
 
 
 
 
____________________________________ 
Profª Mª Tarcia Millene de Almeida Costa Barreto 
Curso de Enfermagem-UFRR 
Monografia apresentada como pré-requisito 
para conclusão do Curso de Bacharelado em 
Enfermagem da Universidade Federal de 
Roraima. Defendida em 07 de dezembro de 
2020 e avaliada pela seguinte banca 
examinadora: 
 
 
 
 
AGRADECIMENTO 
 
A Deus, que me deu força e coragem para vencer todos os obstáculos e dificuldades 
enfrentadas durante o decorrer do curso, que através da oração encontrei serenidade e vontade 
de seguir em frente. 
Ao meu pai JOSE FERREIRA LIMA, ao qual não está aqui presente, mais que 
contribuiu imensamente para que eu chegasse até aqui. A minha mãe NILZA JOSÉ DA 
CUNHA que sempre me deu incentivo, procurando tornar as coisas mais fáceis dedicando o 
seu tempo à cuidar de minha filha para que eu pudesse estudar. A minha irmã ELIZABETH 
DA CUNHA LIMA que sempre me motivou e me ajudou de todas as formas. 
Agradecer aos meus irmãos RAFAEL CUNHA DE LIMA, RODRIGO DA CUNHA 
LIMA e ANTÔNIO VIEIRA SILVA FILHO pelas palavras de força e motivação. 
Ao meu esposo EMANOEL DE JESUS PEREIRA e minha filha MARIA 
EMANOELA CUNHA PEREIRA, pela paciência, compreensão, carinho e companheirismo 
por ter segurado a minha mão durante toda essa longa caminhada. 
Agradecer aos meus professores pelas sábias maneiras de conduzir o curso, pelos 
ensinamentos e por serem verdadeiros heróis. 
Dizer o quão grata eu sou pelos meus amigos de classe, pela convivência, 
compartilhamento de trabalhos e experiências vividas ao longo desses anos. 
E principalmente ao meu Professor Orientador Dr. PAULO SÉRGIO DA SILVA, 
que é esse ser humano de valor inestimável, homem de inteligência e sabedoria incrível que 
incansavelmente e permanentemente fez com que esse trabalho se concluísse. Agradeço de 
coração meu querido orientador por ter acreditado na possibilidade da realização deste 
trabalho, pela sua disponibilidade dispensada e sugestões que foram preciosas para a 
concretização desta monografia. 
 
 
 
RESUMO 
 
Sabe-se que o exame físico constitui a primeira etapa no processo de cuidado do enfermeiro, 
deve ser realizado minuciosamente, pautado em um cuidado humanizado e sempre buscando 
diagnosticar as potencialidades e as fragilidades do idoso através de uma técnica semiológica 
adequada. O objetivo geral desse estudo visa analisar os aspectos semiológicos envolvidos no 
cuidado realizado pelos enfermeiros quando se encontram com os idosos na Unidade Básica 
de Saúde. Método: trata-se de uma revisão integrativa que proporciona a síntese do 
conhecimento e a incorporação de evidencias para a aplicabilidade dos seus resultados na 
prática de saúde e enfermagem. A realização da busca do material foi realizada nas bases de 
dados Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e Bases de Dados em Enfermagem 
(BDENF), mediante quatro descritores: “Serviços de Saúde para Idosos”, “Idoso”, “Exame 
Físico” e “Atenção Primária à Saúde”. Ao todo foram incluídos onze manuscritos cuja 
apresentação foi organizada em quadros esquemáticos e a síntese do conhecimento organizada 
em duas categorias, intituladas: “Práticas semiológicas utilizadas por enfermeiros da atenção 
básica de saúde quando se encontram com os idosos” e “Necessidades de cuidado apresentada 
pela população idosa identificadas pelos enfermeiros da atenção básica em saúde”. Na 
primeira categoria os momentos propedêuticos e as escalas de avaliação são apontados como 
elementos fundamentais nas práticas semiológicas, enquanto que na segunda categoria chama-
se atenção para a importância do enfermeiro considerar as várias dimensões do ser que 
envelhece ao fazer um exame físico, das quais se destacam a de ordem psicológica, social, 
econômica e cultural que irão proporcionar um leque de respostas adequadas às suas 
verdadeiras necessidades. Considerações finais: a base de estudos selecionadas nesta revisão 
integrativa apresentada no corpo dessa pesquisa aponta para necessidade de construir novas 
maneiras de examinar, uma semiologia que seja própria da enfermagem e que considere o não 
dito no encontro do idoso com o enfermeiro na atenção primária à saúde. 
 
 
Palavras - chave: Idoso. Saúde do Idoso. Exame Físico. Atenção Primária. 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
It is know that the physical examination is the first step in the nurse’s care process, it must be 
carried out thoroughly, based on humanized care and always seeking to diagnose the elderly’s 
strengths and weaknesses through an appropriate semiological technique. The general 
objective of this study aims to analyze the semiological aspects involved in the care provided 
by nurses when they meet with the elderly in the Primary Health Care. Method: It is an 
integrative review that provides the synthesis of knowledge and the incorporation of evidence 
for the applicability of its results in health and nursing practice. The search for the material 
was carried out in the Scientific Electronic Library Online (SCIELO) and in the Bases de 
Dados em Enfermagem (BDENF) databases, using four descriptors: “Health services for the 
elderly”, “Elderly”, “Physical examination” and “Primary health care”. In all, eleven 
manuscripts were included, whose presentation was organized in schematic tables and the 
synthesis of knowledge was organized in two categories entitled “Semiological practices used 
by nurses in primary health care when they meet the elderly” and “Care needs presented by 
the elderly population identified by nurses in primary health care”. In the first category, the 
propaedeutic moments and the assessment scales are pointed out as fundamental elements in 
the semiological practices, while in the second category, attention is drawn to the importance 
of the nurses to consider the many dimensions of the person who ages when they are going to 
do a physical examination, of which stands out the psychological, social, economic and 
cultural order that will provide a range of responses appropriate to the real needs of the 
elderly. Final considerations: the base of studies selected in this integrative review presented 
in the body of this research points towards the necessity of creating new ways of examining, a 
semiology that is proper to nursing that considers what was unsaid by the elderly in his 
encounter with the nurse in the primary health care. 
 
 
Keywords: Elderly. Health of the elderly. Physical Examination. Primary Attention 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE QUADROS 
 
Quadro Esquemático 1 - Distribuição de artigos por descritordisponíveis e 
incluídos provenientes das bases de dados Scientific 
Electronic Library Online (SciELO) e Base de Dados de 
Enfermagem (BDENF), junho, 2020.................................. 
 
 
28 
Quadro Esquemático 2 - Distribuição de artigos incluídos na base de dados 
Scientific Electronic Library Online (SciELO) e Base de 
Dados da Enfermagem (BDENF); considerando título do 
artigo, ano de publicação, revista e objetivos dos estudos 
incluídos, 2020.................................................................... 
 
 
28 
 
 
 
 
LISTA DE SIGLAS 
 
AB Atenção Básica 
AGA Avaliação Geriátrica Ampla 
AIVD Atividade Instrumental de Vida Diária 
APS 
ARMI 
Atenção Primária a Saúde 
Avaliação Rápida Multidimensional da Pessoa Idosa 
AVD Atividade de Vida Diária 
BDENF Bases de Dados em Enfermagem 
DECs Descritores em Ciências da Saúde 
EIADV Escala de Independência em Atividades da Vida Diária 
ESF Estratégia Saúde da Família 
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
OMS Organização Mundial de Saúde 
OPAS Organização Pan-Americana de Saúde 
PE Processo de Enfermagem 
PNAB Política Nacional da Atenção Básica 
PNAD 
PNI 
PNSPI 
Pesquisa Nacional Amostra Domiciliar 
Política Nacional do Idoso 
Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa 
RR 
SAE 
Roraima 
Sistematização da Assistência de Enfermagem 
SCIELO Scientific Electronic Library Online 
SUS Sistema Único de Saúde 
UBS Unidade Básica de Saúde 
UFRR Universidade Federal de Roraima 
UFSM Universidade Federal de Santa Maria 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 9 
1.1 PROBLEMA ................................................................................................................... 11 
1.2 OBJETIVOS ................................................................................................................... 11 
1.2.1 Objetivo Geral ............................................................................................................... 11 
1.2.2 Objetivos Específicos .................................................................................................... 11 
1.3 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................ 11 
2 REFERENCIAL TEMÁTICO .................................................................................... 13 
2.1 PRIMEIRO NÚCLEO CONCEITUAL: CONCEITO DE IDOSO E O PROCESSO DE 
ENVELHECER ........................................................................................................................ 13 
2.2 SEGUNDO NÚCLEO CONCEITUAL: AS POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE 
DIRECIONADAS PARA A POPULAÇÃO IDOSA .............................................................. 15 
2.3 TERCEIRO NÚCLEO CONCEITUAL: ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO AO IDOSO 
NA ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE ................................................................................... 16 
2.4 QUARTO NÚCLEO CONCEITUAL: ASPECTOS SEMIOLÓGICOS DE 
ENFERMAGEM ENVOLVIDOS NA AVALIAÇÃO DO IDOSO ........................................ 19 
2.5 QUINTO NÚCLEO CONCEITUAL: ELEMENTOS PROPEDÊUTICOS 
ENVOLVIDOS NO EXAME FÍSICO REALIZADOS PELO ENFERMEIRO. .................... 21 
3 MÉTODO ...................................................................................................................... 28 
4 RESULTADOS .............................................................................................................. 29 
5 DISCUSSÃO .................................................................................................................. 31 
5.1 CATEGORIA 1: PRÁTICAS SEMIOLÓGICAS UTILIZADAS POR ENFERMEIROS 
DA ATENÇÃO BÁSICA DE SAÚDE QUANDO SE ENCONTRAM COM OS IDOSOS .. 31 
5.2 CATEGORIA 2: NECESSIDADES DE CUIDADO APRESENTADA PELA 
POPULAÇÃO IDOSA IDENTIFICADAS PELOS ENFERMEIROS DA ATENÇÃO 
BÁSICA EM SAÚDE .............................................................................................................. 35 
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................... 39 
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 41 
 
 
9 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
A Atenção Básica (AB), representada pelas Unidades Básicas de Saúde (UBS), 
constitui a porta de entrada na rede do Sistema Único de Saúde (SUS). Nesses serviços, os 
enfermeiros cotidianamente ofertam um conjunto de ações de cuidar de cunho preventivo, 
promocional e curativo a população, em suas diferentes faixas etárias (SILVA, BARBOSA, 
FIGUEIREDO, 2012). 
Nesta perspectiva, a AB oferta cuidados a partir de equipes multiprofissionais que 
implementam um conjunto de ações em saúde de forma horizontalizada com a comunidade. 
Na equipe de saúde encontra-se o enfermeiro responsável por programar as ações de saúde da 
unidade, gerenciar o serviço, planejar estratégias para grupos de saúde específicos, realizar 
visitas domiciliares, dentre outras ações (SILVA, BARBOSA, FIGUEIREDO, 2012). 
Olhar para as práticas em saúde que são realizadas pelos enfermeiros na AB, nos 
convida a pensar que o seu protagonismo profissional toca o plano gerencial e assistencial do 
cuidado, sobretudo no contexto da saúde pública. No que diz respeito especificamente a 
assistência, é oportuno destacar o enfermeiro como elemento integrador da unidade básica de 
saúde com a comunidade (SILVA, BARBOSA, FIGUEIREDO, 2012). 
Sobre isso Matumoto (2011), afirma que a prática do enfermeiro na AB é realizada a 
partir das “necessidades sociais de saúde que são dadas em um momento histórico, se 
constitui e se transforma na dinâmica das relações com outras práticas sociais que compõem o 
cenário do SUS”. 
Diga-se que os enfermeiros orientados pelos princípios doutrinários e as diretrizes do 
SUS cuidam do indivíduo, da família e da comunidade em diferentes espaços. Aqui, destaca-
se um grupo etário específico e com necessidades de cuidados singulares: a população idosa. 
Isso porque a população brasileira vem aumentando gradativamente a expectativa de vida e a 
maioria das pessoas idosas são portadoras de disfunções orgânicas que afetam em maior ou 
menor grau as atividades de vida diária. 
Sobre isso, a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) descreve o 
envelhecimento humano como um processo sequencial, natural, individual, irreversível, 
universal, acumulativo, contínuo e não patológico, em que se observa diminuição gradual e 
progressiva das capacidades funcionais e cognitivas (OPAS, 1993). 
Cabe ainda destacar, que o processo de envelhecimento é um percurso progressivo 
que ocorre durante a vida afetando todos os organismos, resultando em alterações dos padrões 
fisiológicos dos indivíduos, em uma relação mútua de fatores sociais, culturais, biológicos e 
10 
 
 
emocionais. O conceito de envelhecer pode ser entendido como algo subjetivo e de 
transformações biopsicossociais que modificam aspectos comuns em indivíduos saudáveis 
(CANCELA, 2017). 
No Brasil, o Ministério da Saúde compreende o envelhecimento populacional como 
uma conquista e um triunfo da humanidade no atual século e na mesma intensidade reconhece 
que existem muitos desafios para que o envelhecimento aconteça com qualidade de vida. No 
campo das políticas e dos programas dirigidos à população idosa na atenção básica em saúde, 
o desafio é contemplar seus direitos, preferências e necessidades, para a manutenção e 
melhoria de sua capacidade funcional, garantindo atenção integral à sua saúde (BRASIL, 
2017). 
Nessa perspectiva, o enfermeiro é uma figura indispensável para o acompanhamento 
do processo de envelhecer e na atenção integral a saúde do idoso, isso porque ao olhar o corpodo idoso como um conjunto de fatores integrados o enfermeiro realiza leituras 
multidimensionais que determinam o processo de envelhecer de forma saudável. Isso inclui 
análises físicas, emocionais, sociais, econômicas, espirituais, culturais, familiares e como de 
interesse nesta investigação semiológicas (SILVA, BARBOSA, FIGUEIREDO, 2012). 
Nessa percepção, destaca-se como elementar o encontro do enfermeiro com o idoso 
na atenção primária em saúde. Aqui, fala-se de um encontro que seja capaz de captar pistas no 
corpo do idoso a partir do uso dos sentidos humanos. Não é simplesmente estar ao lado do 
idoso realizando uma técnica estritamente semiológica. Fala-se aqui da apropriação de 
conhecimentos de uma semiologia do cuidado de enfermagem para captar necessidades reais 
de saúde que na maioria das vezes não são expressas pelos idosos quando estão com os 
enfermeiros. 
Contudo, é oportuno contextualizar diretamente pistas semiológicas fornecidas pelo 
corpo do idoso ao enfermeiro. Com a amplificação do uso dos sentidos humanos e utilização 
do conhecimento clínico, são construídos planejamentos de cuidados que contribuirão para 
implementações de ações promocionais à saúde da população idosa e seus familiares no 
contexto da atenção básica. 
Assim, fala-se de um conjunto de ações de cuidar em saúde que são planejadas por 
enfermeiros aos idosos, seja no plano individual ou coletivo, no interior da UBS ou no 
domicílio, que são pensadas a partir de leituras semiológicas que vão além de etapas 
propedêuticas previstas em um exame físico. 
 
 
11 
 
 
1.1 PROBLEMA 
 
Baseado nas contextualizações introdutórias postas emerge a seguinte questão desta 
investigação: Quais as análises semiológicas que os enfermeiros utilizam na Atenção Primária 
quando se encontram com os idosos? 
 
1.2 OBJETIVOS 
1.2.1 Objetivo Geral 
• Analisar os aspectos semiológicos envolvidos no cuidado realizados por enfermeiros 
aos idosos na atenção básica em saúde. 
1.2.2 Objetivos Específicos 
• Identificar as práticas semiológicas utilizadas por enfermeiros da atenção básica de 
saúde quando se encontram com os idosos. 
 
• Conhecer os instrumentos de avaliações de necessidades na população idosa realizadas 
por enfermeiros. 
 
1.3 JUSTIFICATIVA 
 
A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera idoso, qualquer pessoa a partir 
dos 60 anos nos países em desenvolvimento e de 65 anos em países subdesenvolvidos. O 
limite de 60 anos foi adotado no Brasil e é considerado no Estatuto do Idoso e nas Politicas 
Brasileiras relacionadas ao envelhecimento (MAZO; LOPES; BENEDETTI, 2001). 
O aumento proporcional da população idosa, em nível mundial e nacional, requer 
mais do que recursos, carecendo de uma conscientização por parte dos enfermeiros no 
momento do exame físico e avaliação multidimensional dos idosos. 
Com o aumento da expectativa de vida da população brasileira, crescem também os 
desafios da saúde pública em propiciar estratégias para atender as demandas específicas dos 
idosos. No Brasil, o número de idosos passou de 3 milhões em 1960, para 7 milhões em 1975 
e 14 milhões em 2002 e deverá alcançar cerca de 32 milhões em 2020 (VERAS; OLIVEIRA, 
2018). 
12 
 
 
Nesta lógica o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), estimou um 
incremento médio de mais de 1 milhão de pessoas idosas a cada ano. A Pesquisa Nacional 
Amostra Domiciliar (PNAD), aponta que 14,4% da população brasileira têm 60 anos ou mais 
de idade. Em 2050, a população idosa representará cerca de 30% da população brasileira 
(IBGE, 2016). 
Com essas noções epidemiológicas, destacamos que o idoso, que vem crescendo 
vertiginosamente a demanda por saúde deste grupo social. Dessa forma, ao chegarem à 
Unidade Básica de Saúde, sobretudo na consulta de enfermagem eles sofrem avaliação 
multidimensional do enfermeiro, ou seja, entrevistas, avaliações físicas, emocionais, 
atividades de vida diária, entre outros. O idoso, considerado por vezes em situação de 
vulnerabilidade e fragilidade, seja em condições de senescência1 ou senilidade2, necessita de 
avaliações semiológicas ampliadas na AB. 
Baseado nisso, a partir de experiências concretas com idosos em uma visita técnica 
vivenciada junto ao módulo “Saúde do Idoso”, emergiu o interesse em olhar e ver as práticas 
semiológicas desenvolvidas por enfermeiros quando se encontram para cuidar deles. 
Nesse sentido, a motivação para investir neste tema da pesquisa, surgiu da 
necessidade de incorporar de forma integral os fundamentos da semiologia no cuidado com a 
pessoa idosa, fazendo com que o enfermeiro líder da equipe Estratégia Saúde da Família 
(ESF), busque de forma incessante, articular medidas para a qualidade de vida dessas pessoas 
na atenção primária. 
Assim, esta pesquisa traz aspectos semiológicos envolvidos no cuidado prestado pelo 
enfermeiro. Chama-se atenção de maneira peculiar para as necessidades apresentadas por 
idosos e que podem ser identificadas a partir de leituras clínicas que transcendem a análise de 
um corpo puramente biológico. 
 
 
 
 
1 Senescência: é caracterizada como um fenômeno fisiológico, arbitrariamente identificado pela idade 
cronológica, que pode ser considerado como um envelhecimento sadio, em que o declínio físico e mental é lento 
sendo compensado, de certa forma, pelo organismo (SIMÕES, 1998). 
2 Senilidade: caracteriza-se pelo declínio físico associado à desorganização mental. Ela não é exclusiva da idade 
avançada e pode ocorrer prematuramente, pois se identifica com uma perda considerável do condicionamento 
físico e cognitivo, observável pelas alterações na coordenação motora, a alta irritabilidade, além de uma 
considerável perda de memória (SIMÕES, 1998). 
13 
 
 
2 REFERENCIAL TEMÁTICO 
 
2.1 PRIMEIRO NÚCLEO CONCEITUAL: CONCEITO DE IDOSO E O PROCESSO DE 
ENVELHECER 
 
O idoso é o sujeito do envelhecimento, é qualquer indivíduo acima de 60 anos de 
idade de acordo com o conceito que foi criado na França em 1962, substituindo termos como 
velho e velhote e foi adotado no Brasil em documentos oficias logo depois (MANZARO, 
2010). 
A Lei n° 10.741, de 1° de outubro de 2003, define Idoso como pessoa com idade igual 
ou superior a 60 (sessenta) anos. A OMS diz o mesmo para os países em desenvolvimento e 
acima de 65 anos para os países desenvolvidos, logo, o envelhecimento populacional é 
referente uma consequência do desenvolvimento (BRASIL, 2006). 
O termo velhice é considerado para uns como o último ciclo de vida que independe de 
condições de saúde e hábitos de vida, é individual, e que pode vir acompanhado de perdas 
psicomotoras, sociais, culturais, entre outros (MANZARO, 2010). 
Considera-se ainda velhice é um período de declínio caracterizado por dois aspectos: a 
senescência e a senilidade. Este se refere à fase do envelhecimento em que o declínio físico é 
mais acentuado e é acompanhado da desorganização mental; enquanto aquele é o período em 
que os declínios físicos e mentais são lentos e graduais, ocorrendo em alguns indivíduos por 
volta dos 50 anos de idade e em outros, depois dos 60 anos (REBELLATO; MORELLISA, 
2004). 
O processo de envelhecimento provoca no organismo modificações biológicas, 
psicológicas e sociais; porém, como já mencionado, é na velhice que este processo aparece de 
forma mais evidente. As modificações biológicas são morfológicas, reveladas por 
aparecimento de rugas, cabelos brancos e outras; as fisiológicas relacionadas às alterações das 
funções orgânicas,; as bioquímicas, que estão diretamente ligadas as transformações das 
reações químicas que se processam no organismo. As modificações psicológicas ocorrem 
quando, ao envelhecer, o ser humano precisa adaptar-se a cada situação nova do seu 
cotidiano. Já as modificações sociais são verificadas quando as relações sociais tornam-se 
alteradas em função da diminuição da produtividade (SANTOS 2010). 
Diante de váriosconceitos sobre envelhecimento, é importante conhecer as definições 
desse termo de cada autor que aqui será representado. O “envelhecer” é um processo natural 
e inevitável, que concomitantemente ao acúmulo de experiências, traz consigo perdas 
14 
 
 
progressivas, sejam elas cognitivas, mentais, físicas ou sociais (FREITAS; et al., 2016). O 
envelhecimento representa o conjunto de consequências ou os efeitos da passagem do tempo. 
Pode ser considerado biologicamente como a involução morfofuncional que afeta todos os 
sistemas fisiológicos principais, de forma variável (MORAES; et al., 2010). 
O envelhecimento humano pode ser compreendido como um processo complexo e 
composto pelas diferentes idades cronológicas, biológicas, psicológicas e sociais 
(SCHNEIDER; et al., 2008). O envelhecimento pode ser definido como um processo 
sociovital multifacetado ao longo de todo o curso da vida. A velhice denota o estado de “ser 
velho” consiste na condição que resulta do processo de envelhecimento que gerações 
vivenciaram e vivenciam dentro de contextos sociais políticos e individuais diversos (LIMA 
et al., 2008; NERI, 2006). 
 No conceito biológico, o envelhecimento relaciona-se com aspectos nos planos 
molecular, celular, tecidual e orgânico do indivíduo, enquanto o conceito psíquico é a relação 
das dimensões cognitivas e psicoafetivas, interferindo na personalidade e afeto (FECHINE; et 
al., 2012) 
Os indivíduos envelhecem de formas muito diversas e, a este respeito, podemos falar 
de idade biológica, de idade social e de idade psicológica: Idade biológica - está ligada ao 
envelhecimento orgânico. Cada órgão sofre modificações que diminuem o seu funcionamento 
durante a vida e a capacidade de autorregulação torna-se também menos eficaz. Idade Social - 
refere-se ao papel, aos estatutos e aos hábitos da pessoa, relativamente aos outros membros da 
sociedade. Esta idade é fortemente determinada pela cultura e pela história de um país. Idade 
psicológica - relaciona-se com as competências comportamentais que a pessoa pode mobilizar 
em resposta às mudanças do ambiente; inclui a inteligência, memória e motivação 
(FONTAINE, 2000). 
 Por fim, destacam-se as teorias que tentam explicar o processo de envelhecimento, 
elas estão aliadas a fatores intrínsecos e extrínsecos. As principais teorias biológicas do 
envelhecimento de acordo com Moreira (2001), são: a) Teoria da Adaptação-Regulação: 
Teoria de Frolkis que tenta fornecer uma compreensão geral do envelhecimento ligando as 
alterações programadas com os distúrbios do aparelho genético e com as influencias 
adaptativas através de acontecimentos do meio ambiente. b) Teoria do relógio do 
envelhecimento: o envelhecimento seria a confirmação do programa de diferenciação que 
teria a morte como sua fase final. c) Teoria da Autoimunização: esta teoria declara que o 
organismo, com a idade, perde a autoimunidade protetora de seus tecidos de agressão dos 
corpos de imunização. d) Teoria dos Radicais Livres ou Dano Celular: vários componentes 
15 
 
 
celulares são atacados pelos radicais livres que, inevitavelmente, acumulam-se ao longo do 
metabolismo celular. e) Teoria do Estresse: relaciona a fase de exaustão com o 
envelhecimento que é considerado por uma diminuição da resistência. 
 
2.2 SEGUNDO NÚCLEO CONCEITUAL: AS POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE 
DIRECIONADAS PARA A POPULAÇÃO IDOSA 
 
Na constituição do Brasil em 1988, houve um fato histórico, o direito universal e 
integral à saúde foi conquistado e confirmado, posteriormente, com a criação do SUS, através 
das Leis Orgânicas de Saúde (8080/90 e 8142/90) (BRASIL, 2011). Devido essa conquista, o 
estado passou a se responsabilizar pela saúde do cidadão, ou seja, é dever do estado prover 
assistência à saúde para todas as pessoas, de forma igualitária e universal sem excluir nenhum 
segmento social (LÓZ, 2012). 
O objetivo das políticas públicas de saúde é garantir atenção a toda população com 
medidas de promoção, prevenção e recuperação da saúde, assegurando uma atenção integral 
considerando as realidades e necessidades de saúde de toda população (BRASIL, 2010). Em 
prol do aumento da parcela populacional idosa e respeitando os direitos previstos na 
constituição de 1998, foi declarada em 1944 a Política Nacional do Idoso (PNI), 
regulamentada pelo Decreto n.1948, de 03 de junho de 1996, onde assegura direitos sociais à 
pessoa idosa, ao criar condições para promover sua autonomia, sua integração e sua 
participação efetiva na sociedade e reafirmar seu direito à saúde nos diversos níveis de 
atendimento do SUS (FERNANDES; et al., 2012). 
 Anos depois, em 19 de outubro de 2006, foi publicada a Portaria n° 2.528, 
recomendando aos órgãos e entidades do Ministério da Saúde com ações relacionadas ao 
tema, que promovessem a elaboração ou readequação de seus programas, projetos e 
atividades em conformidade com as diretrizes e responsabilidades neles estabelecidos, 
propondo inclusive a revisão das Portarias n° 702 e 249, de 2002. Nesse contexto, a Política 
Nacional de Saúde da Pessoa Idosa, na sua versão atualizada de 2006, estabelece como meta a 
atenção à saúde adequada e digna para os idosos brasileiros, considerando a condição de 
funcionalidade, entendendo que a incapacidade funcional e as limitações físicas, cognitivas e 
sensoriais não são consequências inevitáveis do processo de envelhecimento, embora 
reconheça que a prevalência de incapacidade aumente com a idade e que esse fator sozinho 
não prediz incapacidade (BRASIL, 2014). 
16 
 
 
A PNSPI estabelece como suas diretrizes: Promoção do envelhecimento ativo e saudável; 
Atenção integral, integrada à saúde da pessoa idosa; Estímulo às ações intersetoriais, visando 
à integralidade da atenção; Provimento de recursos capazes de assegurar a qualidade da 
atenção à saúde da pessoa idosa; Estímulo à participação e ao fortalecimento do controle 
social; Formação e educação permanente dos profissionais de saúde do SUS na área de saúde 
da pessoa idosa; Divulgação e informação sobre a PNSPI para profissionais de saúde, gestores 
e usuários do SUS; Promoção de cooperação nacional e internacional das experiências na 
atenção à saúde da pessoa idosa; Apoio ao desenvolvimento de estudos e pesquisas (BRASIL, 
2006). (Portaria n°2.528). 
De acordo com essa lei, cabe aos setores da saúde prover o acesso dos idosos aos serviços 
e às ações voltadas à promoção, recuperação e proteção de saúde. É necessário desenvolver a 
cooperação entre as esferas de governo e entre os diversos setores sociais e da saúde que 
atendem ao ser que envelhece (MARTINS; et al., 2007). 
 
2.3 TERCEIRO NÚCLEO CONCEITUAL: ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO AO IDOSO NA 
ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE 
 
Teorizar este estudo por natureza é desafiador e nos coloca em meio a um conjunto 
de conceitos que tocam as atividades de avaliações e cuidados realizados pelos enfermeiros 
quando se encontram com os idosos na atenção básica em saúde. Para isso, somos convidados 
a pensar nas práticas e nos saberes advindos de enfermeiros no SUS. 
O SUS é definido como um sistema público de saúde nacional e de caráter universal, 
baseado na concepção de saúde como direito de cidadania, na noção de unicidade e ao mesmo 
tempo nas diretrizes organizativas de: descentralização com comando único em cada esfera de 
governo; integralidade do atendimento; e participação da comunidade (BRASIL, 2003). 
O SUS é considerado uma das maiores conquistas sociais consagradas na 
Constituição Federal de 1988. E seus princípios apontam para a democratização nas ações e 
nos serviços de saúde que deixavam de ser restritos e passam a ser universais integrais e 
equânimes, da mesma forma, deixam de ser centralizados e agora são norteados pela 
descentralização de todas as ações e serviços de saúde prestada por órgãos e instituições 
públicas federais, estaduais e municipais (BRASIL, 2003). 
Essa grande conquistada sociedade brasileira, foi criada com um grande propósito: 
promover a justiça social e superar as desigualdades na assistência à saúde da população, 
17 
 
 
tornando obrigatório e gratuito o atendimento a todos os cidadãos, além de ser uma política de 
estado que amplia os direitos sociais e busca assegurar a cidadania (BRASIL, 2011). 
O sistema de saúde brasileiro organizado a partir de níveis de atenção a saúde 
apresenta como porta de entrada a atenção básica em saúde. Na rede primária evidencia-se 
uma aproximação do enfermeiro com a família e comunidade. Cabe destacar que a UBS, 
porta de entrada dos clientes na rede de atenção a saúde desenvolve um conjunto de ações de 
cuidar em nível de prevenção, promoção, proteção e recuperação da saúde, sobretudo da 
população idosa. 
Nesta perspectiva, encontramos amparo teórico quando os documentos do Ministério 
da Saúde descrevem que a AB caracteriza-se por um conjunto de ações de saúde, no âmbito 
individual e coletivo, que abrange a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos, 
o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação, redução de danos e a manutenção da saúde com o 
objetivo de desenvolver uma atenção integral que impacte na situação de saúde e autonomia 
das pessoas e nos determinantes e condicionantes de saúde das coletividades (BRASIL, 
2011). 
Dessa forma a AB, é orientada por princípios da universalidade, da acessibilidade e 
da coordenação do cuidado, do vínculo e continuidade, da integralidade, da responsabilização, 
da humanização, da equidade e da participação social (BRASIL, 2012). 
Segundo a Política Nacional de Atenção Básica (PNAB), regida pela portaria de n° 
2.488 de 21 de outubro de 2011, estabelece que AB tenha como fundamentos: guiar-se pelos 
princípios da universalidade, da acessibilidade e da coordenação do cuidado, do vínculo e 
continuidade, da integralidade, da responsabilidade, da humanização, da equidade e também 
da participação social (BRASIL, 2012). 
A AB considera a pessoa em sua singularidade e inserção sociocultural, buscando 
produzir a atenção integral, incorporar as ações de vigilância em saúde a qual constitui um 
processo contínuo e sistemático de coleta, consolidação, análise e disseminação de dados 
sobre eventos relacionados à saúde, além disso, visa o planejamento e a implementação de 
ações públicas para a proteção da saúde da população, a prevenção e o controle de riscos, 
agravos e doenças, bem como para a promoção da saúde (BRASIL, 2017). 
Neste contexto as UBS instaladas perto de onde as pessoas moram, trabalham, 
estudam e vivem, desempenham um papel central na garantia à população de acesso a uma 
atenção à saúde de qualidade (BRASIL, 2012). Diante dessa afirmação, é fundamental 
destacar a figura do enfermeiro nas UBS, onde são evidenciados grandes desafios de 
18 
 
 
implementar o cuidado em enfermagem na construção de relações interpessoais de diálogo, 
escuta, humanização e respeito com a comunidade (BRANDÃO et al., 2018). 
De acordo com a nova proposta da PNAB 2017, as UBS deverão assegurar o 
acolhimento e escuta ativa e qualificada das pessoas, mesmo que não sejam da área de 
abrangência da unidade, com classificação de risco e encaminhamento responsável de acordo 
com as necessidades apresentadas, articulando-se com outros serviços de forma resolutiva, em 
conformidade com as linhas de cuidado estabelecidas (BRASIL, 2017). 
 A atuação do enfermeiro na atenção primária à saúde (APS) no Brasil vem 
substancialmente provocando mudanças nas práticas de atenção à saúde do SUS, respondendo 
a proposta do novo modelo assistencial que não está centrado estritamente na clínica e na 
cura, mas sobretudo, na integralidade do cuidado, na intervenção frente aos fatores de risco, 
na prevenção de doenças e na promoção de saúde e da qualidade de vida (FERREIRA et al., 
2018). 
As atribuições específicas do enfermeiro defendidas pela PNAB abrangem ações 
dirigidas aos indivíduos, famílias e comunidade, com a finalidade de garantia a assistência 
integral na promoção e proteção da saúde, prevenção de agravos, diagnósticos, tratamento, 
reabilitação e manutenção da saúde, nos diferentes espaços sociais e em todas as fases do 
ciclo vital (BRASIL, 2012). 
Realizar atenção à saúde aos indivíduos e familiares vinculadas às equipes e, quando 
indicado ou necessário, no domicílio e/ou nos demais espaços comunitários em todos os 
ciclos de vida, assim como consulta de enfermagem, procedimentos, solicitação de exames 
complementares, prescrever medicações conforme protocolos, diretrizes clínicas e 
terapêuticas, são atribuições específicas do enfermeiro postas na PNAB 2017 (BRASIL, 
2017). 
A AB tem o enfermeiro como elemento central da equipe multidisciplinar, o que tem 
representado um campo de crescimento e reconhecimento social deste profissional, por ser um 
componente ativo no processo de consolidação da ESF como política integrativa e 
humanística da saúde (SILVA; et al., 2010). 
Inserido na equipe saúde da família, o enfermeiro desempenha atividades de natureza 
educativa, assistencial e administrativa, contribuindo de forma significativa para a 
resolutividade nos diferentes níveis de atenção à população (CAÇADOR; et al., 2014). 
Trazendo esse olhar para o idoso, a assistência deve prezar pela manutenção da qualidade de 
vida, considerando os processos de perdas próprias do envelhecimento e as possibilidades de 
19 
 
 
prevenção, manutenção e reabilitação do seu estado de saúde (OLIVEIRA; MENEZES, 
2014). 
Assim, coloca-se em relevo o papel do enfermeiro em fornecer o cuidado a 
população idosa de forma a atender as necessidades humanas básicas de acordo com os 
princípios e diretrizes do SUS que é protagonizado nas UBS. Isso nos autoriza pensar nos 
aspectos semiológicos que transcende especificamente a biologia de um corpo que envelhece, 
em busca de indícios para uma forma de examinar os idosos nas práticas realizadas pelos 
enfermeiros da atenção básica em saúde. 
 
2.4 QUARTO NÚCLEO CONCEITUAL: ASPECTOS SEMIOLÓGICOS DE 
ENFERMAGEM ENVOLVIDOS NA AVALIAÇÃO DO IDOSO 
 
De saída, é oportuno apresentar neste segundo núcleo conceitual aspectos conceituais 
inerentes à semiologia do cuidar. Em um olhar estritamente biomédico a semiologia é 
considerada: um sinal ou semiótica; é o capítulo da medicina que se ocupa do estudo dos 
sinais e sintomas das enfermidades; é o ramo da ciência que ensina a técnica correta para 
obter sinais e sintomas de determinado estado patológico mediante inspeção, palpação, 
percussão e ausculta (HAHMAD; VALDES, 2000). 
O exame físico é caracterizado pela obtenção de dados do estado emocional e físico 
por meio dos sentidos humanos que envolve a visão, audição, tato e olfato. As quatro técnicas 
fundamentais utilizadas são: a inspeção, que utiliza os vários sentidos e pode ser direta ou 
indireta; a palpação, envolve o sentir com as mãos; a percussão consiste em ouvir os sons 
produzidos com leves pancadas sobre a região do corpo, com os dedos ou com algum 
instrumento e por fim a ausculta, que é a observação de sons e ruídos no corpo com auxílio de 
um estetoscópio (GOMES et al., 2018). 
A semiologia de enfermagem divergem em duas dimensões: as técnicas semiológicas 
que buscam sinais, alterações e anormalidades no corpo e as subjetivas que se faz presente a 
comunicação interpessoal nas emoções e nas motivações para que o enfermeiro perceba 
dimensões do processo saúde-doença-cuidado e que contribui para melhorar as condições de 
saúde (OLIVEIRA et al., 2016). 
Fala-se neste estudo sobre uma semiologia do cuidar, capaz de captar pistas no corpo 
do idoso que se encontra com enfermeiro na UBS para pensar nas implementações de 
cuidados. Pistas estas que transcendem o olhar puramente clínico e está alicerçada no “não 
20 
 
 
dito” pelo cliente cuidado. Fala-se do uso dos sentidos humanos aguçado dos enfermeiros 
para captar naexpressão do idoso suas reais necessidades de cuidado. 
Nesse sentido, é fundamental ter sensibilidade para observar, escutar, tocar, cheirar e 
em determinadas situações usar o paladar para operacionalizações de práticas de cuidar que 
atenda as especificidades dos idosos. 
Trazendo esse olhar que vai além do plano técnico científico, as duas dimensões 
citadas anteriormente se intercomunicam, pois não tem como o realizar o exame físico sem 
tocar, sem cheirar, sem escutar, sem se comunicar e interagir com o cliente (OLIVEIRA et al., 
2016). 
Nesse contexto, é necessário construir um vínculo com o idoso e sua família, saber 
ouvir a sua história, demonstrar interesse por suas queixas e entender que cada pessoa 
envelhecida possui particularidades que merecem total respeito e atenção na assistência de 
enfermagem. Há que se considerar assim que o enfermeiro precisa aguçar o uso da visão, de 
audição, olfato e de suas mãos para observar, ouvir e auscultar, farejar, palpar e percutir o 
idoso (MIDÃO; MORENO, 2009). 
Nesta corrente, o enfermeiro deve estar preparado para avaliar elementos do processo 
de envelhecimento nas suas múltiplas dimensões e, a partir daí, elaborar diagnósticos de 
enfermagem para propor ações especificas em saúde, já que a probabilidade de adoecer 
aumenta com a idade (PASCHOAL, 1996). 
Uma avaliação semiológica realizada pelo enfermeiro ao idoso, deve ser de forma 
holística onde inclui a análise de seu funcionamento físico, emocional, social, familiar e 
espiritual, por isso, é necessário que o exame físico no idoso seja concentrada não somente na 
sua patologia específica, mas também na capacidade funcional no ambiente em que ele vive 
(LEVY, 2001). 
Diante disso, o exame físico, constitui a primeira etapa no processo de cuidado do 
enfermeiro, devendo ser realizado minuciosamente, pautado em um cuidado humanizado, e 
sempre buscando diagnosticar potencialidades e as fragilidades do idoso através de técnicas 
propedêuticas adequadas (FREIRE et al., 2015). 
Cabe sublinhar, que no decorrer do processo de senescência e senilidade, o grau de 
dependência dos idosos tendem a aumentar gradativamente, exigindo do enfermeiro uma 
assistência apropriada e eficaz, crescente em quantidade e principalmente na qualidade, 
capacitada em atender as necessidades e peculiaridades de cada idoso (PAULA; CINTRA, 
2005). 
21 
 
 
É importante que o enfermeiro tenha essa percepção ao realizar o exame físico do 
idoso de maneira detalhada utilizando todos os sentidos humanos em prol da identificação de 
necessidades humanas para assim prestar uma assistência de enfermagem qualificada e 
direcionada para cada idoso. 
Sendo assim, o exame físico e a sensibilidade no uso dos sentidos humanos para 
captar necessidades humanas, representam poderosos instrumentos para a prestação dessa 
assistência. Isso faz com que o enfermeiro realize o diagnóstico de enfermagem, elabore um 
plano de cuidado específico e individualizado, que acompanhe e avalie a evolução do idoso, a 
fim de possibilitar um cuidado que garante a manutenção e a promoção de sua saúde 
(PAULA; CINTRA, 2005). 
Por fim, considera-se o corpo do idoso como centro de informações que transmite 
mensagens, emoções e reações diante das situações da vida. Nessa perspectiva, torna-se 
elementar dilatar o que vem sendo pensado como semiologia para assim refletir sobre uma 
prática de examinar que torne o enfermeiro capaz de entender o seu próprio comportamento e 
a do idoso, sobretudo os impossibilitados de se comunicar de forma verbal. 
 
2.5 QUINTO NÚCLEO CONCEITUAL: ELEMENTOS PROPEDÊUTICOS ENVOLVIDOS 
NO EXAME FÍSICO REALIZADOS PELO ENFERMEIRO. 
 
Aqui assumimos especificamente os apontamentos conceituais sobre semiologia 
produzidos pela Professora enfermeira Alba Barros. Exame físico este que deve ser iniciado 
no cliente preferencialmente pela cabeça, utilizando o método propedêutico para examinar as 
principais estruturas dessa região. Deve ainda ser inicialmente, observar a posição da cabeça 
do paciente, que, por sua vez deverá estar ereta e em perfeito equilíbrio, sem apresentar 
movimentos involuntários. Deve ser observado o tamanho do crânio, que varia de acordo com 
a idade e o biótipo (BARROS, 2008). 
Devemos orientar o cliente quanto às posições corretas para a realização do exame 
físico, pois será a partir das mesmas que o enfermeiro observará todos os elementos 
propedêuticos no cliente e neste particularmente ter um olhar mais critico com o inicio do 
exame físico que se da pela cabeça. 
As características dos cabelos como a distribuição, quantidade, alterações na cor, 
higiene e presença de parasitas também devem ser observadas. A palpação do crânio deve ser 
realizada para rastrear presença de pontos dolorosos, tumorações e outras lesões. 
(BARROS,2008). 
22 
 
 
O examinador neste caso o enfermeiro detém sobre olhares aguçados e críticos, sobre 
o cliente examinado, sendo estes de extrema importância para achados que posteriormente 
necessitaram de cuidados realizados por ele e pela equipe de enfermagem. 
Na propedêutica da face, é importante observar alterações na coloração da pele que 
indiquem patologias como, por exemplo, palidez, cianose ou icterícia. Além disso, o 
enfermeiro deve desde já, observar os sinais que o corpo emite através de suas feições e 
olhares. (BARROS, 2008). O enfermeiro ainda detém de um olhar humanizado e cientifico, 
onde o mesmo pode interagir e intervir com as emoções que o cliente venha apresentar no 
momento da realização do exame físico. 
O exame realizado através da mobilidade visual deve ser feito, solicitando-se ao 
paciente que acompanhe com o olhar a movimentação de determinado objeto, que poderá ser 
de qualquer escolha do profissional examinador, da direita para esquerda, para cima e para 
baixo. (BARROS, 2008). Na prática do exame físico o enfermeiro se coloca em uma postura 
onde o mesmo deve seguir uma linha de raciocino cientifico com propósito de identificar e 
assim tratar os achados que serão emitidos através da realização do exame físico. 
Discorrendo ainda sobre o exame físico chegamos agora até as fossas nasais, que, 
constituem o segmento inicial do sistema respiratório, comunicando-se com o exterior através 
de narinas e com a rinofaringe. (BARROS,2008). O enfermeiro examinador deverá observar 
criteriosamente a forma, o tamanho do nariz, que poderá indicar alguma alteração como 
ocorre nos traumatismos, tumores ou doenças endócrinas. Faz-se necessário que a superfície 
externa do nariz também seja examinada, observando a simetria e a presença de 
deformidades. 
 O aparelho auditivo é constituído por três partes: ouvido externo, ouvido médio e 
ouvido interno. Na inspeção do pavilhão auricular, o enfermeiro examinador deverá verificar 
a forma e o tamanho bem como a presença de deformações congênitas ou adquiridas como 
nódulos tumorações e hematomas. É importante que o exame do conduto auditivo externo 
seja realizado com o auxílio de um otoscópio. 
O enfermeiro examinador poderá utilizar de instrumentos que poderão auxiliar na sua 
prática do exame físico como o otoscópio que ira rastrear alterações na orelha interna por 
exemplo. Entrelaçando conhecimento teórico e prático para manuseio do mesmo a cavidade 
bucal é revestida pela mucosa oral, bastante vascularizada, que deve-se apresentar íntegra. 
Devem-se inspecionar as estruturas da boca utilizando luvas e se possível uma espátula. 
Observar ainda a coloração da cavidade oral e o hálito do paciente a ser examinado. 
(BARROS, 2008). 
23 
 
 
Por muitas vezes ainda o paciente se recusa a deixar o enfermeiro examinar a cavidade oral 
pelo fato da mesma não estar íntegra ou limpa. Isto nos reforça ainda de sempre deixar o 
paciente que será examinado o mais confortável e acolhido possível. 
O dorso da língua deve apresentar a superfície rugosa, recoberta por papilas e 
levemente esbranquiçada.Faz-se necessário observar o seu tamanho e a sua coloração. Logo 
acima da língua, na sua porção posterior, situam-se o palato mole e a úvula. As amigdalas 
devem ser inspecionadas no paciente com a boca bem aberta, tenha o mesmo alguma queixa 
ou não, utiliza-se a espátula, pressionando-se levemente a língua (BARROS,2008). 
Através da inspeção utilizando ainda a espátula como objeto auxiliador, o examinador 
enfermeiro poderá ainda identificar possíveis alterações nas amigdalas, diagnosticando e 
intervindo posteriormente ao exame com suas ações de enfermagem. 
Ao examinar o pescoço, é de suma importância observar o seu tamanho, que pode 
variar com o biotipo e a sua simetria. A posição deve ser vertical no paciente sentado. Na 
inspeção do pescoço, observar a presença de cicatrizes, cianose e ingurgitamento das veias 
jugulares. Verificar ainda se existe aumento das glândulas parótidas e submaxilares. O 
examinador realizará a palpação em região cervical a fim de rastrear linfonodos palpáveis 
(BARROS, 2008). 
Neste momento o enfermeiro utilizara de sua visão e palpação para examinar o cliente 
e através de suas praticas do exame físico o mesmo estará perceptível à busca de alterações, 
utilizando de seus conhecimentos para cuidar das mesmas posteriormente entrelaçando teoria, 
pratica e cuidado. 
Habitualmente o exame físico é dividido em duas partes: o exame físico geral e o 
exame específico dos diversos sistemas. Após a primeira avaliação, os dados seguintes a 
serem coletados no exame físico geral do paciente são os sinais vitais e os dados 
antropométricos, que permitem que se estabeleçam valores básicos para o paciente, 
facilitando o registro de alterações das condições de saúde do mesmo (BARROS, 2008). 
Os dados coletados durante a realização do exame físico geral como, pressão arterial, 
frequência cardíaca e a avaliação do peso, ofertam informações muito importantes para o 
enfermeiro examinador durante a avaliação do funcionamento do sistema cardiovascular por 
exemplo, auxiliando no exame físico. 
A avaliação do precórdio deve ser feita com o paciente em decúbito dorsal, com o 
tórax exposto. Na inspeção, encontramos o ictus cordis, que corresponde ao ponto mais 
externo do movimento do coração e que resulta do impacto da ponta do coração a cada sístole 
ventricular. Podendo haver dificuldade de sua visualização em mulheres por causa da mama. 
24 
 
 
A palpação do precórdio pode ser feita juntamente com a inspeção, a fim de determinar a 
presença de pulsações normais e anormais. (BARROS, 2008) 
O enfermeiro examinador é totalmente sensível durante a realização da sua prática do 
exame físico, sabendo então interpretar que se faz necessário haver posições corretas do 
cliente para o sucesso da sua prática aplicada ao cliente que será examinado, utilizando de 
suas invenções convenientes para a obtenção favorável do exame físico em ambos os sexos. 
A ausculta é o método semiológico que oferece informações valiosas acerca dos sons 
cardíacos, que são chamados de bulhas cardíacas, do enchimento ventricular e do fluxo 
sanguíneo através das valvas cardíacas, bem como do ritmo. Faz-se necessário dar uma 
especial atenção às áreas onde a sua audibilidade for melhor, apesar de não corresponderem à 
região onde se localizam anatomicamente as valvas. As áreas chamadas de focos de ausculta 
são o foco mitral, que corresponde ao choque de ponta e esta localizado no cruzamento do 5° 
espaço intercostal esquerdo com a linha hemiclavicular, o foco tricúspide, localizando na base 
do apêndice xifoide, o foco aórtico, que fica no 2° espaço intercostal à esquerda, junto ao 
esterno. (BARROS, 2008) 
É neste momento em que o enfermeiro utilizará toda a sua bagagem de conhecimentos 
adquirida ao longo de sua formação acadêmica e profissional, entendendo ainda que estar 
prontamente apto ao exercer seu domínio no corpo receptor de cuidados, suas atribuições será 
realizada com sucesso, pois o enfermeiro realizará com êxito o que almeja atribuído a sua 
prática. 
O enfermeiro contribui significativamente para o tratamento de pacientes com 
problemas respiratórios, mediante a obtenção de uma anamnese e realização do exame físico 
do tórax. A anamnese respiratória visa colher informações sobre as condições atuais e seus 
problemas respiratórios progressivos (BARROS, 2008). A partir das queixas do cliente o 
enfermeiro identificará sua inquietação e assim adiante utilizará de seu domínio 
técnico/cientifico atuando em prol da melhora do mesmo. 
O exame físico será realizado após a entrevista. As técnicas de inspeção, palpação, 
percussão e ausculta são empregadas no ato do exame físico. Ao realizar-se o exame, é 
necessário saber o marcos anatômico das regiões posteriores, lateral e anterior do tórax. Na 
inspeção dinâmica, o enfermeiro observará a dinâmica respiratória. A técnica de palpação é 
empregada para avaliação da traqueia e da parede torácica (BARROS, 2008). 
O enfermeiro tende a dominar todo o marcos anatômico do tórax do cliente e então 
durante a palpação, o enfermeiro avalia a presença de crepitações, dor da parede torácica, 
presença de massas, edema e frêmito palpável. 
25 
 
 
O percurso é utilizado como técnica de avaliação da produção de sons pela percussão 
da parede torácica. A percussão ajuda a determinar se os tecidos estão cheios de ar, líquido ou 
se são sólidos. A ausculta é a técnica de exame mais importante para avaliar o fluxo aéreo 
pela árvore transbronquica (BARROS, 2008). O enfermeiro determina ouvir os ruídos 
torácicos utilizando o estetoscópio como objeto auxiliar ao seu exame físico, durante todo o 
ciclo respiratório para que a ausculta obtenha sucesso, o enfermeiro pedirá que o cliente 
inspire e expire. 
A execução do exame físico do abdome exige que o enfermeiro planeje as condições 
ideais para o desenvolvimento do procedimento, de modo a garantir o conforto e a segurança 
do paciente sempre em primeiro lugar. O local ideal para a realização do exame do abdome é 
uma sala se possível um consultório, que tenha boa iluminação, que seja ventilada e que 
garanta acima de tudo a privacidade do paciente (BARROS, 2008). 
 O enfermeiro terá que estar sensibilizado quanto ao local da realização do exame 
físico, caso não seja possível à realização do exame em uma sala privada, o exame poderá ser 
realizado no leito, apenas atentando para a utilização de um biombo para manter a privacidade 
do cliente. É ideal que o enfermeiro tenha o material em mãos para a preparação do exame 
físico do abdome devendo ter a sua disposição materiais como: balança antropométrica, 
estetoscópio, fita métrica, caneta marcadora, relógio com marcador de segundos e luva para 
procedimentos, se necessário. A posição mais satisfatória é o decúbito dorsal, tendo os braços 
estendidos ao longo do corpo. Um travesserio pequeno deve ser colocado sob a cabeça e outro 
sob os joelhos, para permitir o relaxamento da musculatura abdominal (BARROS, 2008). 
O enfermeiro utilizará instrumentos que facilitará a execução da prática do exame 
físico ao cliente que será examinado, se faz ainda importante que este cliente esteja totalmente 
à vontade e sinta-se ainda acomodado a verbalizar sobre as sensações que lhe será causada no 
ato do exame físico para melhor compreensão do diagnostico e intervenções de enfermagem. 
A divisão do abdome em quatro quadrantes é um método simples e bastante utilizado. Os 
quadrantes são obtidos, traçando-se duas linhas imaginarias ou dois planos perpendiculares 
entre si, que se cruza em nível da cicatriz umbilical A situação em que se encontram os órgãos 
abdominais relacionados aos quadrantes são as seguintes: no quadrante superior direito 
encontram-se o lobo direito do fígado, a vesícula biliar, o piloro, o duodeno, a cabeça do 
pâncreas, a flexura hepática do colón e parte dos colóns ascendente e transverso; no superior 
esquerdo, está o lobo esquerdo do fígado,estomago o corpo do pâncreas, a flexura esplênica 
do colón e parte dos colóns transverso e descendente. No quadrante inferior direito, situam-se 
26 
 
 
o ceco, o apêndice vermiforme e parte do colón ascendente e, no esquerdo o colo descendente 
e parte do colón sigmoide (BARROS, 2008). 
Faz-se muito importante que o enfermeiro domine anatomia e fisiologia para que o 
mesmo consiga identificar todos os órgãos abdominais no ato do exame físico e possa 
diagnosticar alterações presentes no cliente examinado. 
Utilizam-se no exame físico do abdome as técnicas instrumentais obedecendo à 
sequência: inspeção, ausculta, percussão e palpação. Evitando desta forma, alterações 
equivocadas como, por exemplo, sons intestinais alterados por uma palpação ou percussão 
anterior, ou ainda dificuldades em completar o exame devido ao desconforto ou aumento da 
dor produzido no cliente. (BARROS, 2008). 
A partir de então compreendemos a importância do enfermeiro antes mesmo de palpar 
o abdome, solicite que o cliente apresente qualquer área dolorosa ou vulnerável, o qual deverá 
ser examinado pelo enfermeiro por último. O enfermeiro ainda se atentará ao longo do exame 
físico as manifestações do cliente através de sinais faciais de dor ou de desconforto. 
A inspeção do abdome caracteriza a observação de sua superfície quanto à forma e ao 
contorno, à simetria, a características da pele e à ocorrência de movimento visível na parede. 
(BARROS, 2008). Ainda na inspeção o enfermeiro poderá avaliar a presença de 
abaulamentos, retrações, cicatrizes ou lesões. Que facilitara no seu diagnóstico e conduta de 
enfermagem. 
A avaliação dos ruídos intestinais, que ocorrem em consequência dos movimentos 
peristálticos e do deslocamento de ar e líquidos ao longo dos intestinos, surge à denominação 
de ruídos hidroaéreos, constitui a principal finalidade da ausculta abdominal. Quando for de 
difícil acesso auscultá-los, o enfermeiro deverá prosseguir sistematicamente, repetindo a 
ausculta por 2 a 5 minutos em cada um dos demais quadrantes abdominais em busca de 
atividade peristáltica. (BARROS, 2008). 
No momento da ausculta o enfermeiro deverá se atentar quanto aos ruídos hidroaéreos 
notificando ao prontuário à frequência e intensidade dos mesmos. Frequência irregular pode 
variar entre 5 (cinco) e 35 (trinta e cinco) por minuto, levando ainda em consideração que 
esta frequência poderá ocorrer também dependendo ainda da fase de digestão do cliente A 
percussão direita ou indireta do abdome no momento do exame físico auxilia na determinação 
do tamanho e da localização de vísceras solidas e na avaliação da presença e distribuição de 
gases, líquidos e massas (BARROS, 2008). 
Consideramos ainda que os sons emitidos pela percussão são descritos como: 
timpânicos ou maciços, e qualquer mudança em ambos os sons durante a percussão, 
27 
 
 
determinaram o tamanho e a posição dos órgãos levando ainda em consideração possível 
conteúdo intra-abdominal. 
A palpação abdominal no exame físico é realizada por meio da palpação superficial e 
profunda auxiliando a determinação do tamanho, forma, posição e sensibilidade da maioria 
dos órgãos abdominais, além da identificação de massas e acúmulo de fluidos (BARROS, 
2008). 
No ato do exame físico o enfermeiro deverá palpar o abdome do cliente sempre em 
sentido horário, deixando para ser examinado no final, áreas mencionadas anteriormente pelo 
cliente como dolorosas ou sensíveis, a fim de prevenir dor difusa no abdome do mesmo. 
28 
 
 
3 MÉTODO 
 
Trata-se de uma revisão integrativa que emerge como um método que proporciona a 
síntese do conhecimento e a incorporação de evidências para aplicabilidade dos seus 
resultados na prática em saúde e de enfermagem (SOUZA et al., 2010). Cabe destacar, que a 
terminologia integrativa, têm origem na união de conceitos ou ideias provenientes das 
pesquisas já consolidadas (WHITEMORE; KNAFL, 2005). 
Este tipo de estudo é composto por cinco etapas: 1ª etapa constitui na identificação 
do tema e seleção da questão da pesquisa; a 2ª etapa, inclui o estabelecimento dos critérios de 
inclusão e exclusão; a 3ª etapa entra os estudos pré-selecionados e selecionados; a 4ª etapa 
permite a categorização dos estudos selecionados, 5ª etapa consiste na análise e interpretação 
dos resultados e finalmente a 6ª etapa síntese do conhecimento (MENDES; SILVEIRA; 
GALVÃO, 2008). 
Na primeira etapa foi definido como tema: a prática semiológica utilizada pelos 
enfermeiros da atenção básica no cuidado ao idoso; e, a seguinte questão de pesquisa: Quais 
as análises semiológicas que os enfermeiros utilizam na atenção primária quando se 
encontram com os idosos? 
Na segunda etapa, foram definidos os seguintes critérios de seleção dos materiais 
revisados. Para inclusão: considerados os últimos cinco anos de publicação, em língua 
portuguesa, cadastrados no Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e Bases de Dados 
em Enfermagem (BDENF). Para exclusão: livros, dissertações e teses. 
Na terceira etapa a seleção do material foi orientada por descritores isolados 
cadastrados no site Descritores em Ciências da Saúde (DECs), com definição em português 
relacionada com a temática do estudo. Nesse aspecto, auxiliaram nas buscas da literatura os 
descritores: “Serviços de Saúde para Idosos”, “Idoso”, “Exame Físico” e “Atenção Primária à 
Saúde”. Na quarta etapa o material consultado foi analisado quanto ao título, resumo e texto 
completo e pré-selecionado de acordo com os objetivos deste estudo. 
Por fim, na quinta etapa os dados foram analisados seguindo o referencial teórico de 
Laurence Bardin (2011), que consiste em um conjunto de técnicas das comunicações visando 
obter, por procedimentos, sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens, 
indicadores (quantitativos ou não) que permitam a inferência de conhecimentos relativos às 
condições de produção/recepção das mensagens. Feito a análise os dados foram organizados 
em categorias e apresentado a síntese do conhecimento. 
29 
 
 
4 RESULTADOS 
 
A realização da busca do material, utilizando os quatro descritores, resultou na 
organização dos artigos disponíveis e incluídos nesta revisão integrativa no quadro 
esquemático 1. Nele estão representadas as bases de dados SCIELO e BDENF, levando em 
consideração artigos publicados no período de Junho de 2015 a Junho de 2020. 
 
Quadro Esquemático 1 - Distribuição de artigos por descritor disponíveis e incluídos 
provenientes das bases de dados Scientific Electronic Library Online (SciELO) e Base de 
Dados de Enfermagem (BDENF), junho, 2020. 
 
DESCRITORES 
SCIELO BDENF 
Disponíveis Incluídos Disponíveis Incluídos 
Idoso 3.555 3 4.479 1 
Serviços de Saúde para Idosos 1 0 365 0 
Atenção Primária à Saúde 2.158 3 2.468 2 
Exame Físico 77 0 443 2 
TOTAL 5791 6 7755 5 
Fonte: Esquematização dos autores, 2020. 
 
Os onze artigos incluídos, seis do SciELO e cinco da BDENF, foram organizados em 
um quadro esquemático, considerando os título do artigo, ano de publicação, revista, e 
objetivos listados nos estudos. As informações referentes aos manuscritos que abordam 
(in)diretamente as práticas semiológicas utilizadas por enfermeiros da atenção básica de saúde 
junto aos idosos podem ser evidenciados no quadro esquemático 2, disposto a seguir. 
 
Quadro Esquemático 2 - Distribuição de artigos incluídos na base de dados Scientific 
Electronic Library Online (SciELO) e Base de Dados da Enfermagem (BDENF); 
considerando título do artigo, ano de publicação, revista e objetivos dos estudos incluídos, 
2020. 
 
SCIENTIFIC ELECTRONIC LIBRARY ONLINE 
 
 
AUTOR PRINCIPAL 
TÍTULO DO ARTIGO 
 
ANO 
 
PERIÓDICO 
 
OBJETIVOS DO ESTUDO 
SILVA 
Consulta de enfermagem a idosos: 
instrumentos de comunicação e 
papéis da enfermagem segundo 
Peplau. 
 
2015 
 
Revista Escola 
Anna Nery 
Identificar os instrumentosda 
comunicação e os papéis desenvolvidos 
pelos enfermeiros na interação com os 
idosos. 
30 
 
 
LINO 
Rastreamento de problemas de 
idosos na Atenção Primária e 
proposta de roteiro de triagem 
com uma abordagem 
multidimensional. 
 
2016 
 
Caderno de 
Saúde Pública 
Examinar as características psicométricas 
de testes de triagem para idosos. 
GALAVOTE 
O trabalho do enfermeiro na 
Atenção Primária a Saúde. 
 
2016 
 
Revista Escola 
Anna Nery 
Descrever a organização do trabalho do 
enfermeiro na atenção primária à saúde nas 
regiões brasileiras. 
MEDEIROS 
O desafio da integralidade no 
cuidado ao idoso, no âmbito da 
Atenção Primária a Saúde. 
 
2017 
 
Revista Saúde 
Debate 
Objetiva discutir os desafios da 
integralidade no cuidado ao idoso no 
âmbito da Atenção primária a saúde. 
LIMA 
Identificando necessidades e 
possíveis soluções: com a palavra 
pessoas idosas na Atenção 
Primária a Saúde. 
 
 
2018 
 
 
Revista Saúde 
Debate 
Compreender a percepção de pessoas 
idosas sobre a atenção a saúde promovida 
por profissionais para o enfrentamento de 
suas necessidades. 
SILVA 
Estrato de risco e qualidade do 
cuidado à pessoa idosa na 
Atenção Primária à Saúde. 
 
2019 
Revista Latino 
Americana em 
Enfermagem 
 
Identificar padrões de associações entre 
grau de conformidade as solicitações de 
exames laboratoriais por extrato de risco. 
 
BASES DE DADOS EM ENFERMAGEM 
 
 
TÍTULO DO ARTIGO 
 
ANO 
 
PERIÓDICO 
 
FATORES 
 
RESENDE 
Assistência do enfermeiro ao 
idoso na estratégia saúde da 
Família. 
 
 
2015 
Revista de 
Enfermagem do 
Centro Oeste 
Mineiro 
Identificar a assistência prestada pelos 
enfermeiros aos idosos. 
ADAMY 
Formação do enfermeiro sobre 
anamnese e exame físico 
 
 
2016 
 
Jounal Nursing 
Health 
Analisar a formação do enfermeiro que 
atua na atenção primária sobre a anamnese 
e exame físico 
SILVA 
Consulta de enfermagem na 
estratégia saúde da família: 
realidade de um distrito sanitário 
 
2016 
Revista de 
Enfermagem 
UFSM 
Discutir a fragilidade e os aspectos 
limitantes para execução da consulta de 
enfermagem no contexto da estratégia de 
saúde da família. 
PONTES 
Comunicação interpessoal do 
enfermeiro durante o exame 
físico: fatores que interferem 
nesta competência 
 
2019 
Revista 
Enfermagem em 
Foco. 
Avaliar quais fatores sócio demográficos e 
profissionais interferem na competência 
em comunicação interpessoal do 
enfermeiro durante o exame físico. 
LIMA 
Exame físico na enfermagem: 
avaliação do conhecimento 
teórico-prático. 
 
2020 
 
Revista Nursing 
Verificar o conhecimento teórico prático 
dos enfermeiros sobre a técnica do exame 
físico céfalo-caudal. 
Fonte: Esquematização dos autores, 2020. 
 
31 
 
 
5 DISCUSSÃO 
 
As discussões foram encaminhadas para formulações que considerem avaliação do 
idoso na atenção básica em saúde, considerando a identificação de necessidades de cuidado 
pelo enfermeiro. Toda a síntese do conhecimento foi organizada em duas categorias, 
intituladas: “Práticas semiológicas utilizadas por enfermeiros da atenção básica de saúde 
quando se encontram com os idosos” e “Necessidades de cuidado apresentada pela população 
idosa identificadas pelos enfermeiros da atenção básica em saúde”. 
 
5.1 CATEGORIA 1: PRÁTICAS SEMIOLÓGICAS UTILIZADAS POR 
ENFERMEIROS DA ATENÇÃO BÁSICA DE SAÚDE QUANDO SE ENCONTRAM 
COM OS IDOSOS 
 
O exame físico é uma habilidade inerente à prática assistencial de diversos 
profissionais da saúde que atuam na atenção básica com idosos. Há cerca de dois milênios 
Hipócrates já enfatizava a percepção clínica pela “visão, toque, audição, olfato, paladar e 
compreensão”, configurando-se nos principais pilares da prática do exame físico (LIMA et al., 
2020). 
A prática de exame físico na enfermagem fortalece a qualidade da assistência e 
destacando o enfermeiro como profissional que possui maior proximidade, tendo importante 
papel no levantamento de necessidades (MONTEIRO; et al, 2020). 
Envelhecer com qualidade de vida é complexo e envolve dimensões como bem-estar 
físico, familiar, emocional, habilidade funcional, espiritualidade, funções sociais, sexualidade 
e função ocupacional, que quando integradas mantêm o indivíduo em equilíbrio consigo 
mesmo e com o mundo ao seu redor (RESENDE; et al., 2015). 
A assistência de enfermagem especificamente o exame físico, faz-se necessário 
mudanças na prática assistencial, bem como o enfermeiro necessita de um conjunto de 
conhecimentos (saber), habilidades (saber fazer) e atitudes (saber ser) que evidenciam sua 
competência profissional (SILVA; et al., 2016). 
A enfermagem é a profissão da área da saúde que mais atua no quesito exame físico, 
sustentadas por um método de trabalho organizado, o Processo de Enfermagem (PE), que 
pode utilizar como referencial a Teoria das Necessidades Humanas Básicas de Wanda Aguiar 
Horta, que demanda as necessidades humanas psicobiológicas, psicossociais e psicoespirituais 
(LIMA et al., 2020). 
32 
 
 
A regulamentação da resolução 358/2009 pelo COFEN tornou obrigatório no Brasil a 
implementação da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) e do PE em todos os 
cenários onde se dá o exercício profissional do enfermeiro. Este método de trabalho deve ser 
realizado de forma deliberada e inter-relacionada por meio de cinco etapas: coleta de dados, 
diagnóstico, prescrição, intervenção e evolução de enfermagem. O exame físico está inserido 
nessas etapas e desde às necessidades psicobiológicas (MONTEIRO; et al., 2020). 
Considera-se que o PE é de fundamental importância conforme preconiza a Lei n° 
7.498 de 25 de junho de 1986, que dispõe sobre a regulamentação do exercício da 
enfermagem, sobretudo a consulta de enfermagem que inclui a anamnese e exame físico e a 
partir deste, a prescrição da assistência de enfermagem como atividade privativa do 
enfermeiro (MENDES; et al, 2016). 
Dentre as técnicas propedêuticas para a realização da semiologia, enfatiza-se a 
necessidade de observar cada região do corpo, sua anatomia e fisiologia, seguindo os passos 
da inspeção, palpação, percussão e ausculta (ADAMY; et al., 2016). A execução de um 
exame físico de qualidade clínica é essencial para o diagnóstico de necessidades, diminuindo 
os custos de exames laboratoriais e diagnósticos de imagens, além de fortalecer a relação 
enfermeiro-idoso na atenção básica em saúde (LIMA; et al., 2020). 
Diante disso, a ferramenta intelectual e importante de trabalho do enfermeiro é a 
anamnese e o exame físico que configura a primeira etapa do processo de enfermagem, 
momento em que ocorrem a entrevista, o exame físico, a observação e a consulta ao 
prontuário do indivíduo, as quais subsidiarão o planejamento de suas intervenções (ADAMY; 
et al., 2016). 
Nesse sentido, é fundamental que o enfermeiro ao encontrar com idoso nos espaços 
de cuidado da UBS utilize palavras adequadas e compreensíveis, com uma linguagem simples 
e acessível, tratá-los no mesmo nível, chamá-los pelo nome, de forma amigável e harmoniosa, 
isso faz com que eles se sintam mais tranquilos e seguros diante do cuidado que será 
implementado (PONTES; et al., 2019). É importante que a consulta de enfermagem ao idoso, 
principalmente no quesito exame físico, não sejam mecanizados, ouvir suas queixas, histórias, 
acolher com carinho, humanizar as relações entre enfermeiro e idoso, escutar seus problemas, 
ser ético e atento a fim de transmitir segurança (RESENDE; et al., 2015). 
É por meio da comunicação estabelecida na relação enfermeiro/idoso que é possível 
compreender o paciente integralmente, buscando entender a visão do mundo e suas atitudes. 
A qualidade das relações influencia, significativamente, pensamentos e ações, bem como leva 
33 
 
 
ao entendimento acerca de conceitos, princípios e habilidades que compõem aexistência 
humana (SILVA; et al., 2015). 
A comunicação é o processo de compreender e compartilhar ideias, uma importante 
necessidade humana, por meio da qual os indivíduos partilham sentimentos, crenças, valores, 
atitudes e comportamentos. Para comunicar-se o indivíduo usa basicamente dos tipos de 
comunicação, a verbal e não verbal. A linguagem verbal relaciona-se diretamente as palavras, 
podendo ser escrita ou falada, e a não verbal caracteriza-se nas informações/mensagens 
emitidas ou recebidas por gestos, posturas, expressões faciais, orientações do corpo, tom e 
ritmo da voz, organização dos objetos no espaço e até mesmo pela relação de aproximidade e 
distância entre às pessoas (PONTES; et al., 2019). 
O exame físico é o meio em que o enfermeiro identifica as necessidades básicas do 
paciente e oferece um plano de cuidado baseado nas respostas humanas com o objetivo de 
selecionar as intervenções apropriadas e avaliar o resultado alcançado (LIMA et al., 2020). 
Além do conhecimento científico, é preciso saber observar e ouvir o idoso para que ocorra a 
troca de informações e construa uma relação de confiança entre enfermeiro e paciente 
(ADAMY et al., 2016). 
As práticas semiológicas têm somado e contribuído para o fortalecimento da 
qualidade do cuidado ao idoso, destacando o enfermeiro como profissional que possui maior 
proximidade e empatia com esse paciente (LIMA et al., 2020). A observação, a escuta, a 
linguagem não verbal (olhar, comportamento, toque, tom de voz, a fisionomia e a expressão), 
e o diálogo, são elementos essenciais da semiologia utilizadas pelos enfermeiros, uma vez que 
possibilita a busca pela realidade, considerando o contexto em que vive, auxiliando no 
cuidado prestado por esse profissional (ADAMY et al., 2016). 
Por meio do exame físico o enfermeiro inicia a idealização do planejamento do 
cuidado individualizado, holístico, humanizado, com embasamento científico e centrado no 
idoso como um todo (PONTES et al., 2019). Nesta perspectiva, percebe-se que a maneira 
como o enfermeiro conduz essa prática semiológica, obtêm-se dados primordiais para a 
qualificação do seu cuidado prestado (ADAMY et al., 2016). 
A Avaliação Geriátrica Ampla (AGA) é uma abordagem multidimensional que usa 
os instrumentos específicos para examinar as diferentes funções nos idosos, como capacidade 
funcional, visão, audição, mobilidade, humor, cognição, apoio social entre outros. As 
ferramentas utilizadas incluem questionários, escalas, ou testes de desempenho, aplicadas pelo 
profissional de saúde, preenchidas pelo próprio indivíduo, ou por um parente. A AGA 
encontra na Atenção primária a saúde o espaço adequado para sua implementação, em função 
34 
 
 
da sua abordagem holística à saúde. Entretanto devido ao longo tempo para a administração 
desse procedimento e à elevada demanda por atendimento na APS, ela deveria ser direcionada 
aqueles idosos com maior risco de incapacidade, tornando-se um desafio a utilização de uma 
estratégia de avaliação breve que oriente a realização da AGA (LINO; et al., 2016). 
 Cabe afirmar que a AGA como importante método de atuação multidimensional que 
utiliza os instrumentos específicos para examinar as diferentes funções como: capacidade 
funcional, visual, auditiva, mobilidade, humor, cognição, apoio social entre outras. Esse 
instrumento permite que o enfermeiro faça intervenções precoces de maior impacto potencial 
ao idoso (LINO; et al., 2016). 
Dentre as estratégias disponíveis para avaliação semiológica no idoso no âmbito da 
AB, a OMS e o Ministério da Saúde recomenda a avaliação multidimensional e adotam o 
instrumento de Moore & Siu e a Avaliação Rápida Multidimensional da Pessoa Idosa 
(ARMI), respectivamente. Em ambos os casos, as ferramentas são compostas por testes de 
desempenho, perguntas ou partes de escalas de avaliação geriátrica, sendo que alguns itens 
ainda carecem de respaldo na literatura (LINO; et al., 2016). 
 Todas estas afirmativas tem reforçado a importância do exame físico realizado pelos 
enfermeiros da atenção básica em saúde, com o propósito de manter uma assistência de 
qualidade orientada para a segurança e o bem estar do idoso (LIMA; et al., 2020). 
Nesse sentido, julga-se oportuno indicar estas especificidades semiológicas na 
prática do enfermeiro junto à atenção básica em saúde. Isso porque o envelhecimento trás 
consigo disfunções fisiológicas que alteram na capacidade funcional, que podem desencadear 
alterações cognitivas, fisiológicas que de alguma forma irão interferir no bem-estar do idoso. 
Diante dessa temática, os enfermeiros necessitam estar preparados para lidar com os 
idosos e realizar uma avaliação multidimensional, pois, nessa consonância a visão clínica 
ampliada do enfermeiro visualizaria diversos aspectos que estejam relacionados à sua 
autonomia, sua capacidade de interação social, seu nível de independência para realização de 
atividades diárias e autorrealização (SILVA; et al., 2015). 
A capacidade funcional constitui um indicador de saúde mais completo e necessário 
para o enfermeiro, esta avalia o desempenho de cada indicador buscando auxiliar no cuidado 
ao idoso. Dessa forma, designa-se como capacidade funcional a habilidade do indivíduo para 
realizar o autocuidado e de viver de forma independente, sendo aferida por meio do 
desempenho da AVD e AIVD. Tomar banho, fazer a higiene pessoal, alimentar-se, entre 
outras constituem as AVD, ao passo que as AIVD incluem atividades como cuidar das 
próprias finanças, sair sozinho, usar o telefone e controlar medicamentos (LINO; et al., 2016). 
35 
 
 
A Escala de Independência em Atividades da Vida Diária (EIADV), também 
conhecida como escala de Katz, mostra-se bastante eficaz para avaliar a capacidade funcional 
do idoso em relação ao seu autocuidado, mobilidade, continência e capacidade de se 
alimentar, que são importantes componentes funcionais no processo de envelhecimento 
(ANDRIOLO; et al., 2016). 
Na escala de Lawton permite avaliar a autonomia do idoso pra realizar as atividades 
necessárias para viver de forma independente na comunidade, designadas por atividades 
instrumentais de vida diária (AIVD), ou seja, refere-se às atividades adaptativas dos idosos ao 
seu meio ambiente, a sua vida cotidiana (ARAÚJO; et al., 2019). 
Isso porque uma avaliação multidimensional ao idoso faz com que haja uma 
detecção no menor tempo possível dos agravos à saúde do idoso (RESENDE; et al., 2015). A 
avaliação da pessoa idosa nos serviços de AB tem por objetivo global destacar a sua 
funcionalidade diante da vida. A presença de declínio funcional pode sugerir a presença de 
doenças ou alterações ainda não diagnosticadas (BRASIL, 2007). 
A detecção precoce de modificação do estado funcional possibilita a adoção de 
medidas possíveis de prevenir o seu declínio, por meio de intervenções sobre os aspectos 
clínicos, psicológicos e sociais que determina a saúde do idoso (LINO; et al., 2016). 
A avaliação multidimensional rápida da pessoa idosa é um instrumento realizado na 
UBS e faz uma síntese da estrutura da avaliação multidimensional que identifica problemas de 
saúde condicionantes de declínio funcional em pessoas idosas (BRASIL, 2007). 
Portanto, a avaliação semiológica do enfermeiro quando se encontram com o idoso 
tem como objetivo identificar problemas de saúde, condicionantes do declínio funcional que 
irão ao encontro de suas necessidades – problema, que possa ser encontrado durante essa 
prestação de cuidado. 
Assim, é preciso ressaltar que o enfermeiro atua na sensibilização, prevenção, 
promoção da saúde da pessoa idosa, bem como na manutenção da sua qualidade de vida, 
autonomia e independência. Esses aspectos intensificam a aposta que os enfermeiros da AB 
fazem em direcionar o olhar para as necessidades de cuidado apresentadas pela população 
idosa para estruturar suas práticas. Tais concepções podem ser evidenciadas

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