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Dinâmica constitucional - recepção, desconstitucionalização e repristinação Mutação Constitucional

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Dinâmica constitucional: recepção, desconstitucionalização e repristinação. 
Mutação Constitucional. 
 
Desconstitucionalização é nome técnico que se dá à manutenção em vigor, perante 
uma nova ordem jurídica, da Constituição anterior, que porém perde sua hierarquia 
constitucional para operar como legislação comum. Tal teoria não foi adotada pelo 
Brasil. 
A nova Constituição revoga a anterior (ab-rogação) e institui um novo ordenamento 
jurídico (como ocorre no Brasil). Porém, o mesmo não acontece com o restante das leis 
e atos normativos que, em regra, permanecem válidos, satisfeita uma única condição, 
qual seja, a de serem compatíveis com a nova ordem constitucional. Obviamente, as 
normas conflitantes, explícita ou implicitamente, serão revogadas, independentemente 
da espécie (emendas constitucionais, leis complementares, leis ordinárias, leis federais, 
etc.), pois a criação de uma nova ordem jurídica exige o adequamento do restante do 
ordenamento jurídico. Sendo assim, não há a inconstitucionalidade superveniente, uma 
vez que a lei já nasce constitucional ou inconstitucional. 
A revogação pode ser total (ab-rogação) ou parcial (derrogação) da lei. 
 
Recepção consiste no acolhimento que uma nova constituição posta em vigor dá às 
leis e atos normativos editados sob a égide da Constituição anterior, desde que 
compatíveis consigo. O fenômeno da recepção, além de receber materialmente as leis e 
atos normativos compatíveis com a nova Carta, também garante a sua adequação à nova 
sistemática legal. 
 
Repristinação é o nome que se dá ao fenômeno que ocorre quando uma norma 
revogada passa a ter novamente vigência a partir do momento em que a lei que a 
revogou não mais está em vigor. Esta verdadeira restauração de eficácia é proibida em 
nosso Direito, em nome da segurança jurídica, salvo se houver expressa previsão da 
nova lei, conforme preceitua o art. 2º, § 3º, da Lei de Introdução às normas do Direito 
Brasileiro. Assim, a legislação que tenha perdido sua eficácia anteriormente à edição da 
nova Constituição Federal não irá readquiri-la com sua promulgação. Nesse sentido, 
decidiu o STF que “existe efeito repristinatório em nosso ordenamento jurídico, 
impondo-se, no entanto, para que possa atuar plenamente, que a repristinação encontre 
suporte em cláusula normativa que a preveja expressamente, pois a repristinação não se 
presume”. Logo, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a sua 
vigência. 
 
Mutação constitucional é a forma pela qual o poder constituinte difuso se 
manifesta. É forma de alteração do sentido do texto maior, sem, todavia afetar-lhe a 
letra. Trata-se de uma alteração do significado do texto, que é adaptado conforme a 
nova realidade na qual a constituição está inserida.

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