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FACULDADEUNINASSAU CURSO DE GRADUAÇÃO EMENGENHARIA QUÍMICA LOD (LEVEL OF DEVELOPMENT): NIVEIS DE DESENSOLVIMENTO Gleyssy Moraes Modesto Outubro 2020 Belém/Pa INTRODUÇÃO O Building Information Modelling (BIM) é uma metodologia que se tem vindo a expandir muito ao longo dos últimos anos, sendo uma marca da inovação digital operada na Indústria da Construção atual. Esta metodologia reúne tecnologias, processos e políticas que permitem um trabalho colaborativo na construção de empreendimentos no espaço virtual. A implementação do BIM nas obras de edifícios, infraestrutura e reformas tem sido vantajosa quando comparada com o modelo tradicional por reduzir erro e retrabalho e por melhorar o controle e previsibilidade dos custos. Apesar das definições de fases de desenvolvimento de um projeto no processo convencional serem conhecidas na prática pelos profissionais, existem problemas que limitam a verificação do atendimento dos requisitos de cada uma dessas fases. Uma razão é que tanto nas normas vigentes, ABNT NBR 13531 (1995), quanto nos manuais de escopo de projeto, Associação de Gestores e Coordenadores de Projetos (2003), a delimitação das fases não especifica critérios objetivos e sim conceitos. A outra razão se deve ao fato do processo de verificação da fase de um projeto ser manual e por esse motivo imprecisa, dando margem para verificações incompletas e para a subjetividade. Problemas semelhantes ocorrem também no universo do BIM: o conceito adotado pela American Institute of Architects (2007) para classificar os níveis de desenvolvimento enfatiza a evolução geométrica do modelo e dá importância relativamente menor para as propriedades não geométricas. Esses fatores motivaram a proposição de uma metodologia para o cálculo do Nível de Desenvolvimento de um projeto com o uso do BIM. É discutido no artigo o conceito de LOD (level of detail) cujo tratamento dado na bibliografia leva em consideração principalmente o nível de detalhe geométrico de um modelo BIM dando pouco valor para as propriedades não-geométricas. É proposta a ampliação do conceito de LOD para o de Nível de Maturidade de um projeto composta por quatro domínios. O artigo examina o domínio denominado Nível de Desenvolvimento e propõem uma metodologia para seu cálculo. O estudo realizado por Bolpagni e Ciribrini (2015) alerta que os requisitos e definições de cada Nível de Desenvolvimento variam de um país para outro não havendo um conceito único para gestão do conteúdo de modelos BIM. O BIM é utilizado como uma ferramenta de colaboração, troca de informações e comunicação. Ele ajuda, por exemplo, o responsável por gerenciar determinado projeto a explicar melhor à sua equipe que informações e detalhes serão necessários em determinadas fases do projeto. De modo geral, o nível de desenvolvimento auxilia aos envolvidos no processo a especificar e ter uma visão melhor do que estará incluído nos produtos resultantes do BIM e no que vai ser entregue como resultado de determinada atividade ou processo relacionado. Este estudo surge num cenário de ligação entre Portugal e o Brasil, com vista à implementação generalizada do BIM, alinhado a uma necessidade de aprofundamento de estudos sobre a temática dos Requisitos de Informação para Nível de Desenvolvimento em modelos BIM. Pretende-se comparar os principais conceitos de Níveis de Desenvolvimento e Nível de Informação Necessário utilizados no mundo para trabalhar os requisitos de informação. NIVEIS DE DESENVOLVIMENTO No Brasil temos como referência o BIM Fórum (que seguiu o AIA), sendo o único que vincula o LOD às etapas do projeto (estudo de viabilidade, estudo preliminar, anteprojeto, legal, básico, executivo). Além dos 6 níveis padrão, é acrescentado o ND 0 que corresponde ao levantamento de dados, programa de necessidades e estudo de viabilidade. Na evolução das fases de projeto são incrementados atributos geométricos e não geométricos a cada elemento. Figura 1: LOD (level of development): Niveis de desensolvimento Em 2018, a ISO 19650-1, trouxe um conceito considerado a evolução do LOD: o Nível de Informação Necessário. Onde consiste na estrutura que define a extensão e detalhe da informação, com o objetivo de que seja fornecido o mínimo de informação necessária para responder aos requisitos de execução, controle e verificação da mesma. Figura 2: Visão Geral de Gestão Pública de Projetos de AEC para Edificação. Fonte: GT – BIM - SC (Baseado em Manzione 2013). A estrutura do SC-Caderno BIM consiste em Níveis de desenvolvimento (ND), que vão do ND-100 ao ND-400, que corresponde ao projeto concluído e detalhado para a geração da documentação à construção, e por último o ND-500, que corresponde ao como construído (AS Build). ND-0 – Concepção do produto Na etapa de concepção do produto é possível estabelecer o programa de necessidades e verificar a viabilidade do produto proposto. Nesse momento, apenas um esboço é elaborado a fim de contribuir com a análise de viabilidade. Onde as etapas do esboço são: 1) Levantamento de informações (urbanística, ambiental, fundiária e econômica); 2) Identificação das necessidades; 3) Vistoria no local proposto; 4) Reunião preliminar para levantamento das diretrizes de projeto e análise das interferências do entorno do futuro empreendimento; 5) Esboço. ND-100 – Definição do produto – Estudo Preliminar (EP) O ND 100 inclui elementos do projeto, como objetos 3D que são usados para estudos de massa. Esses elementos podem ser representados graficamente com um símbolo ou outra representação genérica. Devem ser suficientes para os estudos preliminares e conceituais, e orientativos para o planejamento do projeto. Mas não satisfaz os requerimentos para o ND 200. Informações relacionadas a outro elemento do modelo (por exemplo, custo por metro quadrado) pode ser derivada. Estimativa de Custos Ex. R$/m² de área de construção, R$/quarto de hotel. Nesse nivel de detalhamento procura-se estabelece e analisar as seguintes etapas e processos: 1) Vistoria no local definido para a obra; 2) Definição de cronograma de projetos; 3) Reunião preliminar para apresentação das diretrizes de projeto, além da proposta de solução das interferências do entorno do futuro empreendimento; 4) Estudo Preliminar; 5) Reunião para apresentação volumétrica do Estudo Preliminar; e 6) Modelos BIM do Estudo Preliminar Figura 3: Exemplo de LOD 100 ND 200 – Definição do produto – Anteprojeto (AP) Os elementos são modelados de forma genérica e aproximadas de suas dimensões, peso, quantidades, orientação e localização onde está presente suas dimensões básicas nos eixos X, Y e Z.. Informações não geométricas podem ser anexadas ao modelo. Onde as etapas desse nivel são: 1) Anteprojeto Arquitetônico básico; 2) Reunião de aprovação do anteprojeto, com assinatura de ata de aprovação; 3) Anteprojeto Estrutural com base no Anteprojeto Arquitetônico; 4) Climatização com base nos Anteprojetos Arquitetônico e Estrutural; 5) Instalações hidráulicas, elétricas e sistemas com base nos Anteprojetos Arquitetônico e Estrutural; e 6) Compatibilização de Anteprojetos: Arquitetônico x Estrutural x Climatização x Instalações. Figura 4: Exemplo do LOD200 ND 300 – Definição do produto – Projeto Legal (PL) Elementos contido no modelo com LOD 300 já fazem parte de um sistema específico. Isso significa que dimensões, orientações, formas, precisam estar inseridas e informações não gráficas também podem ser anexadas aos elementos. A principal evolução com relação ao LOD 200 é que os sistemas genéricos passam a ser específicos. 1) Projetos Legais (aprovação e acompanhamento); 2) Projeto Estrutural com base no projeto Arquitetônico; 3) Instalações hidráulicas, elétricas e sistemas com base nos projetos Arquitetônico e Estrutural; e 4) Compatibilização de projetos legais: Arquitetônico x Estrutural x Climatização x Instalações. e 5) Solicitar por ofício a supressão de vegetação, quando necessário. Figura 5: Exemplo de LOD 300 ND 350 – Identificação E Solução De Interfaces – Projeto Básico(PB) Os elementos genéricos são transformados em elementos finais, com visão da construção e da identificação das interfaces entre as especialidades. Essa etapa permite consolidar claramente todos ambientes, suas articulações e demais elementos do empreendimento, com as definições necessárias para o intercâmbio entre todos envolvidos no processo. o objetivo de montagem, de forma precisa e exata de suas dimensões, peso, quantidades, orientações e localização contendo o detalhamento completo de fabricação e montagem. Informações não geométricas podem ser anexadas ao modelo. 1) Projetos Básicos Arquitetônicos; 2) Projetos Básicos de todas as disciplinas (complementares); 3) Compatibilização total entre todas as disciplinas; 4) Aprovação formal dos projetos básicos, através de termo de aprovação; e 5) Memoriais Descritivos e de Cálculo. Figura 6: Exemplo de LOD 350 ND 400 – Projeto De Detalhamento De Especialidades – Projeto Executivo (PE) Esta etapa contempla o desenvolvimento final e o detalhamento de todos os elementos do empreendimento, de modo a gerar um conjunto de informações suficientes para a perfeita caracterização das obras/serviços a serem executadas, bem como a avaliação dos custos, métodos construtivos e prazos de execução. São elaborados todos os elementos do empreendimento e incorporados os detalhes necessários de produção, dependendo do sistema construtivo. O resultado deve ser um conjunto de informações técnicas claras e objetivas sobre todos os elementos, sistemas e componentes do empreendimento. O modelo BIM nessa fase tem precisão acurada e informações completas para a execução da obra. 1) Modelos BIM finais, Desenhos, Quadros 2) Animação, renderização externa e interna, gerados a partir do modelo; 3) Orçamento; 4) Composição de Custos. Deve estar baseado no planejamento de execução da obra e na modelagem do projeto; 5) Cronograma físico-financeiro; 6) Planejamento preliminar da execução da Obra; 7) Caderno de Encargos; 8) Descrição detalhada de todos os itens constantes no memorial descritivo e na planilha orçamentária, na modelagem e informações do projeto, bem como das técnicas aplicadas; e 9) Reunião de aprovação final do projeto. Figura 7: Exemplo de LOD 400 Nd 500 – Pós-Entrega Da Obra – Obra Concluída Se refere a verificação de campo e não é uma indicação de progressão para um nível mais alto de geometria do elemento ou informação não gráfica.A representação é verificada em campo em termos de tamanho, forma, localização, quantidade e orientação, estimativa de custos realizadas. Figura 8: Exemplo de LOD 100 ao LOD 500 CONCLUSÃO Em resumo quando falamos de LOD trata-se de uma classificação que organiza as etapas do desenvolvimento de um projeto em BIM. De acordo com a classificação é possível identificar o nível de informações que é preciso ter em cada etapa, lembrando que informação demais também atrapalha. Sendo assim o objetivo é obter as informações necessárias (nem demais, nem de menos) em cada etapa e determinar o nível de confiabilidade desses dados. Outro ponto a ser observado. O nível LOD de um projeto pode ser variado, onde o estrutural está em LOD400, hidráulico em LOD200 e elétrico em LOD300. Claro que isso no decorrer do projeto e da necessidade de informações. Figura 9: as variações de LOD em um projeto REFERÊNCIAS MASOTTI, L.F.C. Análise da implementação e do impacto do BIM no Brasil. Trabalho de conclusão de curso da Universidade Federal de Santa Catarina, 2014. SANTA CATARINA. Secretaria de Estado do Planejamento. Caderno de apresentação de projetos em BIM. Santa Catarina:[s.n.], 2015. SANTOS, E. T. Tecnologia orçamentária. Disponível em: <http://construcaomercado.pini.com.br/negocios-incorporacao-construcao. aspx>. Acesso em: 8 Out. 2020. SENATE PROPERTIES. Common BIM Requirements 2012 (COBIM). 2012. SILVA, J. Building Information Modeling: Modelagem da informação da construção. Trabalho apresentado em palestra UNIGRANRIO, Rio de Janeiro, 2013. SUZUKI, R. BIM e governo – oportunidade para o mercado brasileiro. Disponível em: < http://www.sindusconsp.com.br/bim-e-governo-oportunidadepara-o-mercado- brasileiro/>. Acesso em: 8 Out. 2020. CABIZUCA, L. et al. BIM BR: Uma proposta de modelo para desenvolvimento e teste de processos e protocolos para uso de tecnologias BIM. In: ENCONTRO NACIONAL DE TECNOLOGIA DO AMBIENTE CONSTRUÍDO, 13., 2010, Canela, Anais... Canela, 2010. BOSZCZOWSKI, F. Aplicação do BIM 4D no planejamento de obras de estruturas metálicas – Estudo de caso. Paraná: Universidade Positivo, 2015. AMORIM, S. L. BIM – Uma tecnologia para o futuro imediato da construção. In: BIM – Building Information Modeling, 2011, Rio de Janeiro. Proceedings. 2011. INTRODUÇÃO NIVEIS DE DESENVOLVIMENTO ND-0 – Concepção do produto ND-100 – Definição do produto – Estudo Preliminar CONCLUSÃO REFERÊNCIAS
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