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diretrizes IST (2)

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Introdução
Doença sexualmente transmitida (DST)
A partir de 2016, segundo recomendações da Organização Mundial de Saúde -> IST
E qual a diferença entre essas terminologias? 
VOCÊ SABIA?
DST PARA IST 
Como funciona o atendimento às pessoas com IST no SUS?
Porta de entrada e ordenadora do cuidado 
A assistência à saúde funciona, na maioria dos municípios, mediante o agendamento de consultas, apresentando dificuldades para o atendimento por demanda espontânea. Visando à quebra da cadeia de transmissão das IST e do HIV, a unidade de saúde deve garantir, o mais breve possível, o acolhimento adequado e com privacidade. 
Manejo de IST na Atenção Básica
Acolhimento; 
Atividades de educação em saúde; 
Realizar consultas; 
Realizar testagem rápida ou solicitação de exames para sífilis, HIV e hepatites B e C, nos casos de IST; 
Realizar tratamento das pessoas com IST e suas parcerias sexuais; 
Notificar as IST; 
Referir os casos de IST complicadas para unidades que disponham de especialistas; 
Profissionais de saúde e as IST
Abordagem Sindrômica
Principais síndromes:
 Corrimento vaginal
 Corrimento Uretral
 Úlceras Genitais
 Verrugas genitais
CORRIMENTO VAGINAL
Avaliação clínica
Avaliação da vulva
Exame especular: É importante a observação das paredes vaginais, do colo do útero e das secreções vaginais e suas características 
Vagina externa
Paredes vaginais colo uterino – exame especular
Mucorreia fisiológica 
Sem tratamento medicamentoso.
Candidíase vulvovaginal
É a infecção da vulva e vagina, causada por um fungo comensal que habita a mucosa vaginal e digestiva, o qual cresce quando o meio se torna favorável ao seu desenvolvimento. A relação sexual não é a principal forma de transmissão, visto que esses microrganismos podem fazer parte da flora endógena em até 50% das mulheres assintomáticas. 
candida albicans
Sinais e sintomas 
Prurido vulvovaginal (principal sintoma, e de intensidade variável); 
Fissuras e maceração da vulva; 
Corrimento branco, grumoso e com aspecto caseoso (“leite coalhado”); 
Dispareunia; 
Sinais e sintomas 
Hiperemia; 
Edema vulvar; 
Disúria;
Placas brancas ou branco-acinzentadas, recobrindo a vagina e colo uterino.
Vaginose bacteriana
É caracterizada por um desequilíbrio da microbiota vaginal normal, com diminuição acentuada ou desaparecimento de lactobacilos acidófilos (Lactobacillus spp) e aumento de bactérias anaeróbias (Prevotella sp. e Mobiluncus sp.), G. vaginalis, Ureaplasma sp., Mycoplasma sp., e outros. É a causa mais comum de corrimento vaginal, afetando cerca de 10% a 30% das gestantes e 10% das mulheres atendidas na atenção básica. Em alguns casos, pode ser assintomática. 
Sinais e sintomas 
Corrimento vaginal fétido, mais acentuado após a relação sexual sem o uso do preservativo, e durante o período menstrual; 
Corrimento vaginal branco-acinzentado, de aspecto fluido ou cremoso, algumas vezes bolhoso; 
Dor à relação sexual (pouco frequente).
Não é uma infecção de transmissão sexual, mas pode ser desencadeada pela relação sexual em mulheres predispostas (o contato com o esperma, que apresenta pH elevado, contribui para o desequilíbrio da microbiota vaginal). O uso de preservativo pode ter algum benefício nos casos recidivantes. 
Tricomoníase
A tricomoníase é causada pelo T. vaginalis (protozoário flagelado), tendo como reservatório o colo uterino, a vagina e a uretra. A prevalência varia entre 10% a 35%, conforme a população estudada e o método diagnóstico. 
trichomonas vaginalis
Os sinais e sintomas são:
Corrimento abundante, amarelado ou amarelo esverdeado, bolhoso; 
Prurido e/ou irritação vulvar; 
Dor pélvica (ocasionalmente); 
Sintomas urinários (disúria, polaciúria); 
Hiperemia da mucosa (colpite difusa e/ou focal, com aspecto de framboesa).
Colo em aspecto de framboesa.
Cervicites - gonorreia e clamídia
Maioria é assintomática.
Quando presentes, sintomas podem ser inespecíficos:
Disúria;
Dispareunia;
Dor pélvica;
Sangramento após a relação sexual;
Secreção no colo do útero, que pode se exteriorizar pela vagina
Cervicites - gonorreia e clamídia
CORRIMENTO URETRAL
As uretrites são IST caracterizadas por inflamação da uretra acompanhada de corrimento. Os agentes microbianos das uretrites podem ser transmitidos por relação sexual vaginal, anal e oral. O corrimento uretral pode ter aspecto que varia de mucoide a purulento, com volume variável, estando associado a dor uretral (independentemente da micção), disúria, estrangúria (micção lenta e dolorosa), prurido uretral e eritema de meato uretral.
Os agentes etiológicos mais importantes do corrimento uretral são a N. gonorrhoeae e a C. trachomatis.
Uretrite gonocócica
É um processo infeccioso e inflamatório da mucosa uretral, causado pela N. gonorrhoeae (diplococo Gram negativo intracelular). O risco de transmissão de um parceiro infectado a outro é de 50% por ato sexual. 
A gonorreia é frequentemente assintomática em mulheres. A infecção uretral no homem pode ser assintomática em menos de 10% dos casos. 
Sintomas
Nos casos sintomáticos, há presença de corrimento em mais de 80% e/ou disúria (> 50%). O período de incubação é cerca de dois a cinco dias após a infecção. 
O corrimento mucopurulento ou purulento é frequente. 
Uretrite por Clamídia
A infecção por clamídia no homem é responsável por aproximadamente 50% dos casos de uretrite não gonocócica. 
A transmissão ocorre pelo contato sexual (risco de 20% por ato), sendo o período de incubação, no homem, de 14 a 21 dias. 
Presença de corrimentos mucoides, discretos, com disúria leve e intermitente. 
ÚLCERAS GENITAIS
HERPES GENITAL
herpes simplex vírus;
Após primoinfecção – novos episódios por reativação;
Lesões em forma de vesículas que em poucos dias transformam-se em pequenas úlceras;
 ardência, prurido e dor.
Vesículas
Úlceras
Vesículas
Úlceras
soji
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SÍFILIS
Doença infectocontagiosa sistêmica.
Evolução crônica.
Agente etiológico: T. pallidum.
Sífilis
Transmissão : Predominantemente sexual e vertical.
Início da infecção: Maior chance de transmissão.
Evolução da doença
Três fases: Primária, secundária e terciária.
Características clínicas e achados laboratoriais distintos em cada fase.
Fase primária – características clínicas
Período de incubação: 10 a 90 dias.
“cancro duro”.
Lesão ulcerada, geralmente única, pouco dolorosa, com base endurecida, fundo liso, brilhante e pouca secreção serosa. 
Geralmente acompanhado de linfadenopatia inguinal.
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Fase secundária – características clínicas
Podem surgir:
Erupções cutâneas em forma de máculas e/ou pápulas. 
lesões eritemato-escamosas palmo-plantares. 
placas eritematosas branco-acinzentadas nas mucosas.
alopecia em clareira e madarose. 
febre, mal-estar, cefaleia.
linfadenopatia generalizada.
Sífilis Latente
Período em que não se observa sinal ou sintoma clínico de sífilis.
Recente ou tardia.
Maior parte dos diagnósticos ocorrem nessa fase.
Dizemos então: sífilis de duração ignorada.
Fase terciária – características clínicas
Após um longo período de latência.
Pode surgir entre 2 a 40 anos do início da infecção.
Inflamação e destruição tecidual.
Acometimento do sistema nervoso e cardiovascular.
Gomas sifilíticas.
Evolução da doença
Sífilis
Sífilis recente
(até um ano de evolução)
Sífilis tardia
(após um ano de evolução
Primária
Secundária
Latente recente
Latente tardia
Terciária
Sífilis Congênita
Lu
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Diagnóstico
Clínico;
Sorologias:
Testes treponêmicos.
Testes não treponêmicos.
			
Teste rápido
VDRL
Resultado reagente em titulações: 1:1, 1:2, 1:4, 1;8, 1:16, 1:32, 1:64...
Tratamento
A penicilina é o medicamento de escolha para o tratamento da sífilis.
Atendimento e tratamento das parcerias sexuais é imprescindível!
Sífilis primária, secundária e latente recente
Sífilis latente tardia ou ignorada e sífilis terciária
Penicilina G benzatina 2.400 UI, Dose Única.Penicilina G benzatina 2.400 UI, Três doses semanais.
TOTAL: 7.200 UI.
Tratamento
Cancroide - Cancro mole
Transmissão exclusivamente sexual, provocada pelo H. ducreyi
Caracteriza-se por lesões múltiplas (podendo, no entanto, haver uma única lesão) e habitualmente dolorosas, mais frequentes no sexo masculino. 
Donovanose
É uma IST crônica progressiva, causada pela bactéria K. granulomatis. Acomete preferencialmente pele e mucosas das regiões genitais, perianais e inguinais. 
Pouco frequente.
Linfogranuloma venéreo
Causado por C. trachomatis, sorotipos L1, L2 e L3. A manifestação clínica mais comum do LGV é a linfadenopatia inguinal e/ou femoral, já que esses sorotipos são altamente invasivos aos tecidos linfáticos.
VERRUGAS ANOGENITAIS
Verrugas anogenitais - HPV
O HPV é um DNA-vírus que pode induzir uma grande variedade de lesões proliferativas na região anogenital. Atualmente, há mais de 200 tipos de HPV descritos, sendo que aproximadamente 40 tipos infectam o trato anogenital e pelo menos 20 subtipos estão associados ao carcinoma do colo uterino. 
Existem tipos de HPV cancerígenos e outros não. 
A maioria das infecções são assintomáticas ou não aparentes. 
Outras podem apresentar-se sob a forma de lesões exofíticas, os chamados condilomas acuminados, verrugas genitais ou cristas de galo. 
Prevenção - Imunização
No SUS:
Disponível para meninos (11 a 14 anos) e meninas (9 a 14 anos).
com o objetivo prevenir os cânceres de colo do útero, vulva, vagina, pênis, ânus, boca e orofaringe.
Previne 4 subtipos: 6, 11, 16 e 18.
Responsáveis por cerca de 70% dos cânceres de colo de útero
Opções terapêuticas 
Podofilina 9 a 10%-25%
Ácido tricloroacético (ATA) a 80%-90%
Eletrocauterização
Crioterapia
Exérese cirúrgica
HIV / AIDS
HIV é a sigla em inglês do vírus da imunodeficiência humana.
ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças. As células mais atingidas são os linfócitos T CD4+.
As IST são fator de risco para aquisição e transmissão do HIV.
Hepatite B
É uma doença infecciosa que agride o fígado, sendo causada pelo vírus B da hepatite (HBV). 
Transmissão
Parenteral 
	Usuários de drogas ilícitas IV
Ocupacional (profissionais de saúde)
Hemodialisados, politransfundidos,
Receptores de sangue ou de órgãos
Sexual
Vertical 
Horizontal 
	Domiciliar
Comunitário
Indivíduos confinados em instituições
Bibliografia
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Controle dos cânceres do colo do útero e da mama / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – 2. ed. – Brasília : Editora do Ministério da Saúde, 2013. 124 p.: il. (Cadernos de Atenção Básica, n. 13)
Brasil. Ministério da Saúde. Protocolos da Atenção Básica : Saúde das Mulheres / Ministério da Saúde, Instituto Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa – Brasília : Ministério da Saúde, 2016. 230 p.
São Paulo (Cidade). Secretaria da Saúde. Manual técnico: saúde da mulher nas Unidades Básicas de Saúde / Secretaria da Saúde, Coordenação da Atenção Básica/Estratégia Saúde da Família. – 2. ed. - São Paulo: SMS, 2012. 67 p. – (Série Enfermagem).
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Atenção Integral às Pessoas com Infecções Sexualmente Transmissíveis / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. – Brasília : Ministério da Saúde, 2015.
https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=5958:a-cada-dia-ha-1-milhao-de-novos-casos-de-infeccoes-sexualmente-transmissiveis-curaveis&Itemid=812

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