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Contabilidade Aplicada ao Setor Público 
Curso Regular 2019 
Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 02 
 
Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 1 de 181 
AULA 02: Receita (MCASP Parte I). 
 
SUMÁRIO PÁGINA 
1.Apresentação. 1 
2.Principais classificações e um “esquenta” 2 
3.Ingressos e dispêndios: conceitos e diferenças 5 
4.Classificação da receita quanto à natureza 
(econômica) 
11 
5.Classificação por fonte de recursos 30 
6.Classificação da receita para apuração do resultado 
primário 
41 
7. Classificação por esfera orçamentária 44 
8. Classificação contábil quanto aos efeitos no 
patrimônio líquido 
45 
9. Classificação quanto à coercitividade 49 
10. Classificação quanto à periodicidade (regularidade) 53 
11.Tabela-síntese da classificação das receitas 54 
12.Etapas da receita e da despesa orçamentária 56 
13.Etapas/ estágios da receita orçamentária 57 
14.Questões comentadas 64 
15.Lista das questões apresentadas 113 
 
1. APRESENTAÇÃO 
 
 Pessoal aula de hoje veremos as classificações oficiais da receita. 
Durante a aula trataremos ainda das demais classificações: quanto aos 
efeitos sobre o patrimônio, quanto à coercitividade (classificação alemã) e 
quanto à regularidade. Por fim, trataremos das etapas e dos estágios da 
receita. 
 
 
2. PRINCIPAIS CLASSIFICAÇÕES E UM “ESQUENTA” 
Contabilidade Aplicada ao Setor Público 
Curso Regular 2019 
Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 02 
 
Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 2 de 181 
 O quadro a seguir evidencia as principais classificações da receita já 
cobradas em prova. 
 
Quadro 1: Visão Geral das Classificações da Receita 
Tipo de Classificação Critérios 
É uma classificação 
oficial na LOA? 
Tipo de ingressos 
Orçamentário e 
Extraorçamentário 
Não 
Natureza (Econômica) Corrente e Capital Sim 
Fonte Ordinária e Vinculada Sim 
Resultado Primário Primária e Financeira 
Sim, na Federal 
apenas. 
Esfera Orçamentária 
Fiscal, Seguridade e 
Investimento 
Sim 
Coercitividade 
(Acadêmica) 
Originária e Derivada Não 
Contábil Efetiva e Não Efetiva Não 
Periodicidade 
(Regularidade) 
Ordinária e 
Extraordinária 
Não 
 
 Observa-se que existem atualmente 4 (quatro) classificações 
oficiais da receita: natureza, fonte, resultado primário e por esfera 
orçamentária. 
A título de “ESQUENTA” vou apresentar três questões discursivas 
que cobraram esse tema. Vejam como é importante saber sobre as 
receitas de forma completa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Contabilidade Aplicada ao Setor Público 
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TCU/2009/AFCE/Cespe 
 
 
 
TRT 17ª Região/2009/Contador/Cespe 
 
 
Contabilidade Aplicada ao Setor Público 
Curso Regular 2019 
Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 02 
 
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ANCINE/2013/Analista/Cespe 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Contabilidade Aplicada ao Setor Público 
Curso Regular 2019 
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3. INGRESSOS E DISPÊNDIOS: CONCEITOS E DIFERENÇAS 
Antes de ingressarmos nas classificações das receitas propriamente 
ditas vou apresentar o conceito de ingressos e dispêndios. Na aula 
seguinte sobre despesas, retomarei mais uma vez a este tópico. 
Os ingressos são todas as entradas de bens ou direitos, em 
determinado período de tempo, que o Estado utiliza para financiar 
seus gastos, podendo ou não se incorporar ao seu patrimônio. Pode ser 
de natureza orçamentária, extra-orçamentária ou intra-orçamentária. 
Em sentido amplo, aos ingressos de recursos financeiros nos cofres 
do Estado denominam-se receitas públicas, catalogadas como 
orçamentárias, quando representam disponibilidades de recursos 
financeiros para o erário público, ou extraorçamentárias, quando 
não representam disponibilidades de recursos para o erário. 
O Quadro 2 que contém os conceitos relacionados aos ingressos que 
ocorrem nos cofres públicos. 
 
Quadro 2: Conceitos dos ingressos no setor público 
Ingressos Orçamentários 
Entradas financeiras que aumentam o saldo do 
patrimônio financeiro. 
São disponibilidades de recursos financeiros que 
ingressam durante o exercício orçamentário e 
constituem elemento novo para o patrimônio 
público. 
Instrumento por meio do qual se viabiliza a 
execução das políticas públicas, a Receita 
Orçamentária é fonte de recursos utilizada pelo Estado 
em programas e ações cuja finalidade precípua é 
atender às necessidades públicas e demandas da 
sociedade. 
Pertencem ao Estado, transitam pelo patrimônio do 
Poder Público, aumentam-lhe o saldo financeiro, e, via 
de regra, por força do Princípio Orçamentário da 
Universalidade, estão previstas na Lei 
Orçamentária Anual – LOA1. 
Exemplos: impostos, taxas, aluguéis. 
 
1 Nem todas as receitas orçamentárias passam pelo estágio da previsão. 
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Extraorçamentários 
Entradas que provocam alterações do patrimônio 
financeiro, porém não modificam o seu saldo. 
Ela não integra o orçamento público, não 
constituindo renda da Administração, uma vez que a 
sua execução não se vincula à execução do orçamento. 
Não constitui renda do Estado, sendo o mesmo 
mero depositário dos valores assim recebidos. Possui 
caráter temporário. 
O Estado apenas é considerado seu depositário 
quando do seu ingresso e nesse momento é gerado 
um aumento de igual valor no ativo e no passivo, 
ambos financeiros, mantendo inalterado o saldo 
patrimonial financeiro. 
Exemplos: Depósitos em caução, Fianças, 
Operações de Crédito por Antecipação de Receita 
Orçamentária – ARO, Emissão de moeda e outras 
entradas compensatórias no ativo e passivo 
financeiros. 
 
A Figura 1 ilustra os ingressos orçamentários e extraorçamentários. 
 
Figura 1: Segregação dos ingressos no setor público 
 
Fonte: MTO 
 
 
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A despesa pública é o conjunto de dispêndios realizados pelos entes 
públicos para o funcionamento e manutenção dos serviços públicos 
prestados à sociedade. Os dispêndios, assim como os ingressos, são 
tipificados em orçamentários e extraorçamentários. 
Quadro 3: Conceitos de dispêndios no setor público 
Dispêndios 
Orçamentários 
Saídas ou despesas financeiras que diminuem o 
saldo do patrimônio financeiro. 
 É o fluxo que deriva da utilização de crédito 
consignado no orçamento da entidade, podendo ou não 
diminuir a situação líquida patrimonial. 
Extra-
orçamentários 
Saídas financeiras ou despesas que provocam 
alterações no patrimônio financeiro, sem que, porém 
ocorram modificações no saldo patrimonial 
financeiro. 
Saída financeira que gera diminuição de igual valor 
no ativo financeiro e no passivo financeiro. 
É a aquele que não consta na lei orçamentária anual, 
compreendendo as diversas saídas de numerários, 
decorrentes de depósitos, pagamentos de restos a 
pagar, resgate de operações de crédito por 
antecipação de receita e saídas de recursos 
transitórios (pagamento de pensão alimentícia). 
A Figura 2 ilustra os dispêndios orçamentários e extraorçamentários. 
Figura 2: Segregação dos dispêndios no setor público 
 
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1.(Cespe/Câmara dos Deputados/2014/Consultor) As emissões de papel-
moeda estão entre as receitas compreendidas na lei de orçamento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
COMENTÁRIOS À QUESTÃO 
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1.(Cespe/Câmara dos Deputados/2014/Consultor) As emissões de papel-
moeda estão entre as receitas compreendidas na lei de orçamento. 
ERRADO, neste caso seriam receitas extraorçamentárias. 
 
 Vimos até aqui o que existe no nível conceitual. Porém, queria 
apresentar a vocês uma dica prática para acertar qualquer questão que 
envolva a diferenciação entre receitas orçamentárias e 
extraorçamentárias, e entre despesas orçamentárias e 
extraorçamentárias. As receitas extraorçamentárias são entradas 
compensatórias no ativo financeiro e no passivo financeiro, 
enquanto as despesas extraorçamentárias são saídas 
compensatórias do Ativo Financeiro e do Passivo Financeiro. 
 Observemos o Quadro 4 contendo o Balanço Patrimonial. 
 
Quadro 4: Estrutura do Balanço Patrimonial conforme Lei 4320/1964 
ATIVO PASSIVO 
ATIVO FINANCEIRO PASSIVO FINANCEIRO 
ATIVO PERMANENTE PASSIVO PERMANENTE 
Soma do Ativo Real Soma do Passivo Real 
 SALDO PATRIMONIAL 
TOTAL GERAL TOTAL GERAL 
Fonte: Anexo 14 – Lei 4320/1964 
 
Assim, se ocorrer algum evento que aumente simultaneamente o 
ativo financeiro e o passivo financeiro é receita extra-orçamentária; e se 
ocorrer algum evento que diminua simultaneamente o ativo financeiro e o 
passivo financeiro é despesa extra-orçamentária. 
 Na sequência vou pedir para vocês gravarem os componentes da 
dívida flutuante que está inserida no Passivo Financeiro: 
-Restos a pagar; 
-Serviço da dívida a pagar; 
-Cauções, depósitos (inclusive judiciais), consignações, retenções; 
-Débitos de Tesouraria (Antecipação de Receita Orçamentária); 
-Papel moeda. 
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 Observe que estes itens são itens estáticos, ou seja, são 
obrigações. Assim, a dica é (não vale para fins conceituais de 
concurso): quando um desses itens aumenta ocorre receita 
extraorçamentária, quando um desses itens diminui ocorre 
despesa extraorçamentária. O Quadro 5 mostra a “Dica Prática”. 
 
Quadro 5: Dica Prática de receitas e despesa extra-orçamentárias 
Item Estático da Dívida 
Flutuante →Obrigação 
do Passivo Financeiro. 
Fluxo de aumento do 
item → Receita extra-
orçamentária. 
Fluxo de diminuição do 
item → Despesa extra-
orçamentária. 
Restos a pagar Inscrição de Restos a 
Pagar 
Pagamento de Restos a 
Pagar 
Serviço da Dívida a Pagar Inscrição de Serviço da 
Dívida a Pagar 
Pagamento de Serviço da 
Dívida a Pagar 
Cauções, depósitos, 
consignações, retenções 
Recebimento de cauções 
e depósitos. 
Devolução de cauções e 
depósitos. 
Registro da consignação, 
retenção. 
Pagamento da 
consignação, retenção. 
Antecipação de Receita 
Orçamentária 
Contratação de ARO. Pagamento de ARO. 
Papel moeda Emissão de Papel 
Moeda. 
Resgate/Baixa do Papel 
Moeda. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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4. CLASSIFICAÇÃO DA RECEITA QUANTO À NATUREZA 
 Na lei orçamentária anual a receita apresenta a classificação quanto 
à natureza (classificação econômica). A classificação econômica foi 
instituída pela lei 4320/1964 e é adotada até hoje. Apesar disso, no caso 
das receitas existem pequenos cuidados que devemos ter quanto aos 
conteúdos da lei 4320/1964 e a portaria 163/2001, pois nem todos os 
conteúdos são idênticos. Inicialmente apresento a vocês o Quadro 6 que 
contém a classificação econômica instituída pela lei 4320/1964. 
 
Quadro 6: Classificação da Receita conforme a Lei 4320/1964 
Receita 
Corrente 
Tributária 
Impostos, Taxas, 
Contribuições de Melhoria. 
Contribuições 
Profissionais, Sociais 
(COFINS, CSLL), 
Interventivas (CIDE-
combustível). 
Patrimonial 
Receitas imobiliárias, receitas 
de valores mobiliários, 
participações e dividendos, 
outras receitas patrimoniais. 
Agropecuária - 
Industrial 
Receita de Serviços 
Industriais, outras Receitas 
Industriais 
Serviços 
Juros sobre empréstimos 
concedidos. 
Outras 
Multas, Cobrança da Dívida 
Ativa, Outras Receitas 
Diversas. 
Provenientes de recursos financeiros 
recebidos de outras pessoas de direito 
público ou privado, quando destinadas 
a atender despesas classificáveis em 
Despesas Correntes 
Recebimento de recursos de 
transferências de pessoas 
(doações) e de entes 
(convênios) 
Receita 
de Capital 
As provenientes da realização de 
recursos financeiros oriundos de 
constituição de dívidas 
Operações de Crédito. 
Da conversão, em espécie, de bens e 
direitos. 
Alienação de Bens Móveis e 
Imóveis, Amortização de 
Empréstimos Concedidos. 
Recursos recebidos de outras pessoas 
de direito público ou privado. 
Transferências de Capital. 
Destinados a atender despesas 
classificáveis em Despesas de Capital. 
Outras Receitas de Capital. 
O superávit do Orçamento Corrente. - 
Legenda: o superávit do Orçamento Corrente resultante do balanceamento dos totais 
das receitas e despesas correntes, apurado na demonstração a que se refere o Anexo nº 
1, não constituirá item de receita orçamentária. 
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As bancas gostam de incluir receitas de contribuições como sendo parte 
integrante das receitas tributárias, quando na verdade as 
contribuições de melhoria é que são receitas tributárias. As 
contribuições de melhoria não se confundem com as 
contribuições profissionais, interventivas e sociais. 
 
 
2. (Cespe/TCDF/2014) As contribuições parafiscais, assim como os 
impostos, são classificadas como tributos, e sua arrecadação é destinada 
ao custeio de atividade paraestatal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
COMENTÁRIOS À QUESTÃO 
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2. (Cespe/TCDF/2014) As contribuições parafiscais, assim como os 
impostos, são classificadas como tributos, e sua arrecadação é 
destinada ao custeio de atividade paraestatal. 
ERRADO, são receitas de contribuições (código 1.2). 
 
Pessoal, vimos os conceitos e a classificação da receita disposta na 
lei 4320/1964, porém devemos saber também a classificação da receita 
conforme a portaria 163/2001 que possibilita a identificação detalhada 
dos recursos que ingressam nos cofres públicos. Esta classificação é 
formada por um código numérico de 8 dígitos que se subdivide em 
seis níveis: categoria econômica (1º dígito), origem (2º dígito), 
espécie (3º dígito), desdobramento para identificação de 
peculiaridades (4º, 5º, 6º e 7º dígitos), tipo (8º dígito): 
C.O.E.DESD.T 
A Figura 3 ilustra a classificação quanto à natureza da receita 
estabelecida pela portaria 163/2001 e que deve ser seguida por todos 
os entes (União, Estados, DF e Municípios)2. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 Art. 2º A classificação dareceita, a ser utilizada por todos os entes da Federação, consta do Anexo I desta 
Portaria, ficando facultado o seu desdobramento para atendimento das respectivas peculiaridades. 
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Figura 3: Classificação quanto à natureza estabelecida pela portaria 163/2001 
atualizada 
 
O Quadro 7 mostra os conceitos relacionados a cada nível da receita 
orçamentária. 
Quadro 7: Conceitos atrelados a cada nível da classificação quanto à natureza da receita 
Nível Conceito 
1º Categoria Econômica 
Impacto das decisões do Governo na Economia 
Nacional (para estatísticos e consolidação do 
sistema de contas Nacional). 
2º Origem Identifica a precedência ao fato gerador. 
3º Espécie 
Permitem qualificar com maior detalhe o fato 
gerador (a origem) de tais receitas. 
4º 
Desdobramento para 
identificação de 
peculiaridades 
Tem finalidade de identificar peculiaridades de cada 
receita, caso seja necessário. Desse modo, esses 
dígitos podem ou não ser utilizados conforme a 
necessidade de especificação do recurso. 
No caso de receitas exclusivas de Estados e 
Municípios, o quarto dígito geral (1º dígito do 
desdobramento) utilizará o número “8”. 
5º Tipo 
O tipo, correspondente ao último dígito na natureza 
de receita, tem a finalidade de identificar o tipo de 
arrecadação a que se refere aquela natureza. 
Fonte: MTO 
 
 
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4.1. Classificação da receita quanto à categoria econômica 
Quanto à categoria econômica as receitas se classificam em 
Receitas Correntes e Receitas de Capital. O Quadro 8 contém os conceitos 
das relacionados às receitas correntes e de capital. 
 
Quadro 8: Receitas correntes e de capital 
Receita 
Corrente 
São arrecadadas dentro do exercício, aumentam as 
disponibilidades financeiras do Estado, em geral com 
efeito positivo sobre o Patrimônio Líquido, e constituem 
instrumento para financiar os objetivos definidos nos 
programas e ações correspondentes às políticas públicas. 
Classificam-se como correntes as receitas provenientes de 
tributos; de contribuições; da exploração do patrimônio 
estatal (Patrimonial); da exploração de atividades 
econômicas (Agropecuária, Industrial e de Serviços); de 
recursos financeiros recebidos de outras pessoas de direito 
público ou privado, quando destinadas a atender despesas 
classificáveis em Despesas Correntes (Transferências 
Correntes); e demais receitas que não se enquadram nos 
itens anteriores (Outras Receitas Correntes). 
Receita 
de Capital 
Aumentam as disponibilidades financeiras do Estado. 
Porém, de forma diversa das Receitas Correntes, as Receitas 
de Capital em regra não provocam efeito sobre o 
Patrimônio Líquido. 
Receitas de Capital são as provenientes tanto da realização 
de recursos financeiros oriundos da constituição de dívidas e 
da conversão, em espécie, de bens e direitos, quanto os 
recursos recebidos de outras pessoas de direito público ou 
privado e destinados a atender despesas classificáveis em 
Despesas de Capital. 
 
Na sequência vamos retornar a Figura 1 na seção 2. Lá observamos 
que há as receitas intraorçamentárias. As receitas intraorçamentárias 
decorrem do controle que existe sobre as operações intraorçamentárias. 
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As operações intraorçamentárias são aquelas realizadas entre 
órgãos e demais entidades da Administração Pública integrantes dos 
Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social do mesmo ente 
federativo. Não representam novas entradas de recursos nos 
cofres públicos do ente, mas apenas remanejamento de receitas entre 
seus órgãos. As receitas intraorçamentárias são contrapartida de 
despesas intraorçamentárias, que, devidamente identificadas, evitam a 
dupla contagem na consolidação das contas governamentais. 
Assim, a Portaria Interministerial STN/SOF 338/2006 incluiu as 
Receitas Correntes Intraorçamentárias e Receitas de Capital 
Intraorçamentárias representadas, respectivamente, pelos códigos 7 e 
8 em suas categorias econômicas. Essas classificações não 
constituem novas categorias econômicas de receita, mas apenas 
especificações das categorias econômicas Receitas Correntes e 
Receitas de Capital. A Figura 4 ilustra essa codificação. 
 
Figura 4: Codificação das receitas intraorçamentárias 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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3. (Cespe/MPU/2010/Técnico de apoio-orçamento) A classificação de 
receitas intraorçamentárias correntes e de capital foi incorporada à lei 
que trata das normas gerais de orçamento, dada a necessidade de 
registro de receitas provenientes de órgãos pertencentes ao mesmo 
orçamento, evitando-se as duplas contagens na consolidação das contas 
públicas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
COMENTÁRIO À QUESTÃO 
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3. (Cespe/MPU/2010/Técnico de apoio-orçamento) A classificação de 
receitas intraorçamentárias correntes e de capital foi incorporada à lei 
que trata das normas gerais de orçamento, dada a necessidade de 
registro de receitas provenientes de órgãos pertencentes ao mesmo 
orçamento, evitando-se as duplas contagens na consolidação das contas 
públicas. 
ERRADO, as receitas intraorçamentárias decorrem de operações entre 
entes integrantes do orçamento fiscal e da seguridade social. 
Assim, fica a assertiva errou ao incorporar no conceito o termo “mesmo 
orçamento”, pois inclui o orçamento de investimento. 
 
 
4.2. Classificação quanto à categoria origem 
A Figura 5 contém a relação entre as categorias econômicas e as 
origens. 
Figura 5: Classificação quanto à origem 
 
Fica claro que a classificação quanto à origem estabelecida pela 
portaria 163/2001 segue de lógica semelhante da classificação da lei 
4320/1964 exposta no Quadro 6. Porém, o concurseiro deve gravar as 
receitas que estão abrangidas por cada origem. O Quadro 9 contém as 
receitas correntes e o Quadro 10 as receitas de capital. 
 
 
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Quadro 9: Receitas abrangidas pelas receitas correntes 
Receitas 
Correntes 
Receitas que estão abrangidas 
Receitas 
Tributárias 
Englobam os impostos, as taxas e as contribuições de 
melhoria, previstos no art. 145 da CF. 
Receitas de 
Contribuições 
Reúnem-se nessa origem as contribuições sociais, de 
intervenção no domínio econômico e de interesse das 
categorias profissionais ou econômicas, conforme 
preceitua o art. 149 da CF. 
Receitas 
Patrimoniais 
São receitas provenientes da fruição do patrimônio de ente 
público, como, por exemplo, bens mobiliários e imobiliários 
(foros, laudêmios, arrendamentos) ou, ainda, bens intangíveis 
e participações societárias. Exemplos: compensações 
financeiras/ royalties3, concessões e permissões, entre 
outras. 
Receitas 
Agropecuárias 
Trata-se de receita originária, auferida pelo Estado quando 
atua como empresário, em posiçãode igualdade com o 
particular. Decorrem da exploração econômica, por parte 
do ente público, de atividades agropecuárias, tais como a 
venda de produtos agrícolas (grãos, tecnologias, insumos 
etc), pecuários (semens, técnicas em inseminação, matrizes 
etc), para reflorestamentos etc. 
Receitas 
Industriais 
São provenientes de atividades industriais exercidas pelo ente 
público, como: indústria de extração mineral, de 
transformação, de construção, entre outras. 
Receitas de 
Serviços 
Decorrem da prestação de serviços por parte do ente público, 
tais como: financeiros (juros), comércio, transporte, 
comunicação, serviços hospitalares, armazenagem, serviços 
recreativos, culturais etc. Tais serviços são remunerados 
mediante preço público, também chamado de tarifa. 
 
3 As compensações financeiras e os royalties têm origem na exploração do patrimônio do Estado, constituído 
por recursos minerais, hídricos, florestais e outros, definidos no ordenamento jurídico. As compensações 
financeiras são forma de se recompor financeiramente prejuízos, danos ou o exaurimento do bem porventura 
causados pela atividade econômica que explora esse patrimônio estatal. Os royalties são forma de participação 
no resultado econômico que advém da exploração do patrimônio público. O § 1º do art. 20 da CF versa sobre o 
assunto e assegura que os entes federados e a administração direta da União terão participação nos recursos 
auferidos a esses títulos. 
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Transferências 
Correntes 
Recursos financeiros recebidos de outras pessoas de 
direito público ou privado destinados a atender despesas 
de manutenção ou funcionamento, a fim de atender finalidade 
pública específica que não seja contraprestação direta em 
bens e serviços a quem efetuou essa transferência. Os 
recursos assim recebidos se vinculam à consecução da 
finalidade pública objeto da transferência. As transferências 
ocorrem entre entidades públicas (seja dentro de um 
mesmo ente federado, seja entre diferentes entes) ou entre 
entidade pública e instituição privada. 
Transferências de Convênios: são recursos transferidos 
por meio de convênios firmados entre entes públicos ou 
entre eles e organizações particulares destinados a custear 
despesas correntes e com finalidade específica: realizar ações 
de interesse comum dos partícipes. 
Transferências de Pessoas: compreendem as contribuições 
e as doações que pessoas físicas realizem para a 
Administração Pública. 
Outras Receitas 
Correntes 
Constituem-se pelas receitas cujas características não 
permitam o enquadramento nas demais classificações da 
receita corrente, tais como indenizações, restituições, 
ressarcimentos, multas previstas em legislações específicas, 
entre outras. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Quadro 10: Receitas abrangidas pelas receitas de capital 
Receitas de 
Capital 
Receitas que estão abrangidas 
Operações de 
Crédito 
Recursos financeiros oriundos da colocação de títulos 
públicos ou da contratação de empréstimos junto a 
entidades públicas ou privadas, internas ou externas. 
Alienação de 
Bens 
Ingressos financeiros provenientes da alienação de 
bens móveis ou imóveis de propriedade do ente 
público. O art. 44 da LRF veda a aplicação da receita de 
capital decorrente da alienação de bens e direitos que 
integrem o patrimônio público para financiar despesas 
correntes, salvo as destinadas por lei ao RGPS ou ao regime 
próprio do servidor público. 
Amortização de 
Empréstimos 
Ingressos financeiros provenientes da amortização de 
financiamentos ou de empréstimos que o ente público 
haja previamente concedido. Embora a amortização do 
empréstimo seja origem da categoria econômica Receitas de 
Capital, os juros recebidos associados ao empréstimo 
são classificados em Receitas Correntes/ de Serviços/ 
Serviços Financeiros, pois os juros representam a 
remuneração do capital. 
Transferências 
de Capital: 
São os recursos financeiros recebidos de outras 
pessoas de direito público ou privado e destinados a 
atender despesas com investimentos ou inversões 
financeiras, a fim de satisfazer finalidade pública específica 
que não seja contraprestação direta a quem efetuou essa 
transferência. Os recursos assim recebidos vinculam-se à 
consecução da finalidade pública objeto da transferência. As 
transferências ocorrem entre entidades públicas (seja dentro 
de um mesmo ente federado, seja entre diferentes entes) ou 
entre entidade pública e instituição privada. 
Outras Receitas 
de Capital 
Registram-se nesta origem receitas cuja característica 
não permita o enquadramento nas demais 
classificações da receita de capital, como: Resultado do 
Banco Central, Remuneração das Disponibilidades do Tesouro 
Nacional, Integralização do Capital Social, entre outras 
 
 
 
 
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A diferença entre receitas de transferências correntes e receitas de 
transferências de capital é que as primeiras se destinam a atender 
despesas de manutenção ou funcionamento (despesas correntes) e as 
segundas se destinam a atender despesas com investimentos ou 
inversões financeiras (despesas de capital). Não confundir este 
conceito como o conceito de receitas correntes e receitas de capital. Isso 
porque podemos aplicar receitas correntes em despesas de capital. 
 
Por fim, pessoal apresento mais algumas pegadinhas que já vi cair 
em concurso e que devemos saber. 
Quadro 11: Pegadinhas de concurso 
Nomenclatura Categoria Econômica 
Alienação de Bens Apreendidos Receita Corrente: outras 
Dividendos 
Receita Corrente: patrimonial 
Taxa de Ocupação de Imóveis 
Juros de empréstimos concedidos Receita Corrente: Serviços 
Títulos de Responsabilidade do Tesouro 
Nacional 
Receita de Capital: Operações de 
Crédito 
Empréstimos Compulsórios 
Alienação de Estoques 
Receita de Capital: Alienação de 
Bens 
Integralização do Capital Social 
Receita de Capital: Outras Receitas 
de Capital 
Resultado do Banco Central do Brasil 
Remuneração das Disponibilidades do 
Tesouro Nacional 
 
 
 
 
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4.3. Classificação da receita quanto à espécie e quanto ao 
desdobramento para identificação de peculiaridades da receita – 
3º e 4º níveis quanto à natureza 
Quanto ao 3º nível por exemplo, no caso das receitas correntes 
código 1.1 “impostos, taxa e contribuições de melhoria” tem-se as 
seguintes espécies: impostos, taxa e contribuições de melhoria. 
O 4º nível, composto por 4 dígitos, será facultativo exceto no caso 
de receitas exclusivas de Estados e Municípios quando o quarto dígito 
geral (1º dígito do desdobramento) utilizará o número “8”. 
 
Exemplo: Receita de IPVA – 1.1.1.8.X.Y.Z.1 
Nesse exemplo, temos a seguinte discriminação a seguir: 
1. Receita Correte 
1. Impostos, taxa e contribuições de melhoria 
1. Impostos 
8. Receita Exclusiva do Estado 
X.Y.Z. Códigos a serem utilizados para identifica o IPVA 
1. Principal do Imposto 
4.4. Classificação da receita quanto ao Tipo – 5º nível quanto à 
natureza 
O tipo de receita, correspondente ao último dígito na naturezade 
receita, tem a finalidade de identificar o tipo de arrecadação a que se 
refere aquela natureza, sendo: 
– “0”, quando se tratar de natureza de receita não valorizável ou 
agregadora; 
– “1”, quando se tratar da arrecadação Principal da receita; 
– “2”, quando se tratar de Multas e Juros de Mora da respectiva 
receita; 
– “3”, quando se tratar de Dívida Ativa da respectiva receita; 
– “4”, quando se tratar de Multas e Juros de Mora da Dívida Ativa da 
respectiva receita; 
- “5”, quando se tratar das Multas da respectiva receita quando a 
legislação pertinente diferenciar a destinação das Multas da destinação 
dos Juros de Mora, situação na qual não poderá ser efetuado registro de 
arrecadação no Tipo “2 – Multas e Juros de Mora”; 
- “6", quando se tratar dos Juros de Mora da respectiva receita, 
quando a legislação pertinente diferenciar a destinação das Multas da 
destinação dos Juros de Mora, situação na qual não poderá ser efetuado 
registro de arrecadação no Tipo “2 – Multas e Juros de Mora”; 
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- “7”, quando se tratar das Multas da Dívida Ativa da respectiva 
receita, quando a legislação pertinente diferenciar a destinação das Multas 
da Dívida Ativa da destinação dos Juros de Mora da Dívida Ativa, situação 
na qual não poderá ser efetuado registro de arrecadação no Tipo “4 – 
Multas e Juros de Mora da Dívida Ativa”; 
- “8”, quando se tratar dos Juros da Dívida Ativa da respectiva receita, 
quando a legislação pertinente diferenciar a destinação das Multas da 
Dívida Ativa da destinação dos Juros de Mora da Dívida Ativa, situação na 
qual não poderá ser efetuado registro de arrecadação no Tipo “4 – Multas 
e Juros de Mora da Dívida Ativa”; e 
- “9”, quando se tratar de desdobramentos que poderão ser criados, 
caso a caso, pela Secretaria de Orçamento Federal, mediante Portaria 
específica. 
Assim, todo código de natureza de receita será finalizado com um dos 
dígitos mencionados, e as arrecadações de cada recurso – sejam elas da 
receita propriamente dita ou de seus acréscimos legais – ficarão 
agrupadas sob um mesmo código, sendo diferenciadas apenas no último 
dígito. 
Figura 6: Tipo (5º nível da natureza da receita) 
 
 
 
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O quadro a seguir, mostra a aplicação dos códigos do 5º nível. 
Quadro : Aplicação do 5º nível da classificação quanto à natureza 
Exemplo Classificação Código 
Impostos – Principal Receita Tributária 1.1.1.X.X.X.X.1 
Multas e/ou juros pelo atraso no pagamento 
de impostos 
Receita Tributária 1.1.1.X.X.X.X.2 
Dívida Ativa de Impostos – Principal Receita Tributária 1.1.1.X.X.X.X.3 
Multas e/ou juros pelo atraso no pagamento 
na Dívida Ativa de Impostos 
Receita Tributária 1.1.1.X.X.X.X.4 
Alugueis Receita 
Patrimonial 
1.3.X.X.X.X.X.1 
Multas pelo atraso no pagamento de alugueis Receita 
Patrimonial 
1.3.X.X.X.X.X.2 
Dívida Ativa de aluguéis Receita 
Patrimonial 
1.3.X.X.X.X.X.3 
Multas e/ou juros pelo atraso no pagamento 
na Dívida Ativa de alugueis 
Receita 
Patrimonial 
1.3.X.X.X.X.X.4 
Multas de trânsito ou multas pelo atraso na 
devolução de livros na biblioteca pública 
Outras Receitas 
Correntes 
1.9.X.X.X.X.X.1 
 
Exemplo: Aplicação do 5º nível da natureza da receita – tipo 
Com base no Quadro 6.7, suponha que em 2018 se uma Pessoa Física 
ou Jurídica aluga um bem dominial da União com valor mensal de R$ 
10.000,00 e paga em dia, essa receita de aluguel será contabilizada 
como: -Receita patrimonial com o código 1.3.X.X.X.X.X.1. 
Se essa mesma Pessoa Física ou Jurídica, atrasasse um mês de aluguel 
de 2018 acarretando multa e juros de mora de R$ 1.500,00. Quando do 
pagamento do aluguel e dos juros de mora/multas em 2018 seriam 
utilizados os seguintes códigos: 
– R$ 10.000.00: 1.3.X.X.X.X.X.1 (principal). 
– R$ 1.500,00: 1.3.X.X.X.X.X.2 (multas e juros de mora) . 
Caso não fosse possível agrupar multa (R$ 800,00) juros e mora (R$ 
700,00), esse seria o registro: 
– R$ 10.000.00: 1.3.X.X.X.X.X.1 (principal). 
– R$ 800,00: 1.3.X.X.X.X.X.5 (multa). 
– R$ 700,00: 1.3.X.X.X.X.X.6 (juros de mora). 
 
 
 
 
 
 
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Em uma nova situação diferente das anteriores, suponha-se que em 
2018 esta Pessoa Física ou Jurídica não pagasse os últimos 6 meses de 
aluguel equivalente a R$ 60.000. Suponha-se que incidam juros e multas 
de R$ 20.000. E que em 2019 foi realizada a inscrição de dívida ativa 
total de R$ 90.000 a ser paga com esse valor até 30.06.2019. Caso essa 
Pessoa Física ou Jurídica pague o valor de R$ 90.000 no prazo será 
utilizado o seguinte código 1.3.X.X.X.X.X.3. 
Caso essa mesma Pessoa Física ou Jurídica atrasasse um mês do 
pagamento da dívida ativa negociada para pagar até 30.06.2019, 
acarretando multa e juros de mora de R$ 5.000,00. Quando do 
pagamento da dívida ativa e dos juros/multas em 2019 seriam utilizados 
os seguintes códigos: 
– R$ 90.000,00: 1.3.X.X.X.X.X.3 (principal da dívida ativa). 
– R$ 5.000,00: 1.3.X.X.X.X.X.4 (multas e juros de mora da dívida 
ativa). 
Caso não fosse possível agrupar multa da dívida ativa (R$ 3.000,00) 
juros e mora da dívida ativa (R$ 2.000,00), esse seria o registro: 
– R$ 90.000.00: 1.3.X.X.X.X.X.3 (principal da dívida ativa). 
– R$ 3.00,00: 1.3.X.X.X.X.X.7 (multa da dívida ativa). 
– R$ 2.000,00: 1.3.X.X.X.X.X.8 (juros de mora da dívida ativa). 
 
O código tipo “0” é utilizado quando da elaboração da LOA quando se 
deseja estimar de forma agrupada todas as situações que utilizam os 
demais códigos: 1, 2, 3 e 4. Por isso, possui natureza agregadora. 
 
Exemplo: Multas “autônomas” 
As multas de trânsito ou multas pelo atraso na devolução de livros na 
biblioteca pública não existiriam se o contribuinte tivesse agido dentro do 
previsto na legislação. Desse modo, elas não estão associadas a nenhuma 
receita anterior (como no caso das multas pelo atraso no aluguel que 
estão associadas ao aluguel). Essas multas “autônomas” (sem 
vinculação uma receita anterior) são contabilizadas como outras 
receitas correntes – código 1.9.X.X.X.X.X.1 (principal). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Importante: Impacto do 5º nível sobre a contabilização da receita 
quanto à natureza 
Receitas 
Correntes: 
Todos os códigos cujo o primeiro dígito seja “1” 
(categoria econômica “receitas correntes”) 
independente do 5º nível (tipo). 
 
Os códigos cujo o primeiro dígito seja “2” (categoria 
econômica “receitas de capital”) e cujo 5º nível (tipo) 
seja: 2. 4. 5. 6, 7 ou 8. 
 
Receitas de 
Capital 
Os códigos cujo o primeiro dígito seja “2” (categoria 
econômica “receitas de capital”) e cujo 5º nível (tipo) 
seja: 1 ou 3. 
 
Exemplo: Multas de Receita de Capital são receitas correntes 
As multas pelo atraso no pagamento devido por Pessoa Física ou 
Jurídica em virtude de imóvel alienado pela Administração Pública deve 
ser contabilizado da seguinte forma: 
– R$ 200.000.00: 2.2.X.X.X.X.X.1 (principal da parcela devida do 
imóvel). 
– R$ 10.000,00: 2.2.X.X.X.X.X.2 (multas e juro de mora da receita 
principal). 
Assim, apesar de possuir código da natureza 2 (receitas de 
capital), as multas e juros (R$ 10.000,00) serão contabilizadas 
como receita de capital. 
 
 
 
Com a mudançapromovida pela Portaria SOF nº 45, de 26 de agosto de 
2015, a receita da dívida ativa que antes em regra era classificada como 
outras receitas correntes, passou a acompanhar a origem (2º nível) 
e espécie (3º nível). Ou seja, desde 01.01.2016 é possível haver 
receita da dívida ativa em diversos tipos de receitas. 
 
 
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4. (Cespe/ANP/2013/Analista) As receitas dos royalties são originadas 
pela exploração do patrimônio do Estado, que é constituído por recursos 
minerais, hídricos e florestais. Essas receitas são classificadas como 
patrimoniais, dentro da categoria econômica receitas correntes. 
 
5. (Cespe/ANTAQ/2014) Caso se pretenda identificar, dentro de cada 
espécie de receita, uma qualificação mais específica ou agregar 
determinadas receitas com características próprias e semelhantes entre 
si, deve-se utilizar o nível de codificação da receita denominado rubrica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
COMENTÁRIOS À QUESTÃO 
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4. (Cespe/ANP/2013/Analista) As receitas dos royalties são originadas 
pela exploração do patrimônio do Estado, que é constituído por recursos 
minerais, hídricos e florestais. Essas receitas são classificadas como 
patrimoniais, dentro da categoria econômica receitas correntes. 
CERTO. Royalties são receitas correntes patrimoniais. 
 
5. (Cespe/ANTAQ/2014) Caso se pretenda identificar, dentro de cada 
espécie de receita, uma qualificação mais específica ou agregar 
determinadas receitas com características próprias e semelhantes entre 
si, deve-se utilizar o nível de codificação da receita denominado 
rubrica. 
ERRADO, não existe mais rubrica desde de 01/01/2016. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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5. CLASSIFICAÇÃO QUANTO À FONTE DE RECURSOS 
A classificação orçamentária por Fontes/Destinações de 
recursos tem como objetivo de identificar as fontes de 
financiamento dos gastos públicos. As Fontes/Destinações de 
recursos reúnem certas Naturezas de Receita conforme regras 
previamente estabelecidas. Por meio do orçamento público, essas 
Fontes/Destinações são associadas a determinadas despesas de 
forma a evidenciar os meios para atingir os objetivos públicos. 
Como mecanismo integrador entre a receita e a despesa, o código 
de Fonte/Destinação de recursos exerce um duplo papel no 
processo orçamentário. 
 
Para a receita orçamentária, esse código tem a finalidade de indicar a 
destinação de recursos para a realização de determinadas despesas 
orçamentárias. Para a despesa orçamentária, identifica a origem dos 
recursos que estão sendo utilizados. 
 
 A figura 6 ilustra essa associação entre a receita e a despesa. 
 
Figura 6: Fonte de recurso: relação entre receita e despesa 
 
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 Observa-se que a classificação por fonte de recursos é ao 
mesmo tempo uma classificação da receita e da despesa. Assim, 
mesmo código utilizado para controle das destinações da receita 
orçamentária também é utilizado na despesa, para controle das 
fontes financiadoras da despesa orçamentária. Desta forma, este 
mecanismo contribui para o atendimento do parágrafo único do art. 8º da 
LRF e o art. 50, inciso I da mesma Lei: 
 
Art. 8º [...] 
Parágrafo único. Os recursos legalmente vinculados a finalidade 
específica serão utilizados exclusivamente para atender ao 
objeto de sua vinculação, ainda que em exercício diverso daquele em 
que ocorrer o ingresso. 
 
Art. 50. Além de obedecer às demais normas de contabilidade pública, a 
escrituração das contas públicas observará as seguintes: 
I – a disponibilidade de caixa constará de registro próprio, de modo 
que os recursos vinculados a órgão, fundo ou despesa obrigatória 
fiquem identificados e escriturados de forma individualizada; 
 
A natureza da receita orçamentária busca identificar a 
origem do recurso segundo seu fato gerador. Existe, ainda, a 
necessidade de identificar a destinação dos recursos arrecadados. 
Para tanto, a classificação por Fonte/Destinação de Recursos 
identifica se os recursos são vinculados ou não e, no caso dos 
vinculados, pode indicar a sua finalidade. A destinação pode ser 
classificada em vinculada e ordinária. O Quadro 12 mostra os conceitos de 
cada destinação. 
 
 
 
 
 
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Quadro 12: classificação das destinações de recursos 
Tipo de 
destinação 
Conceito 
Destinação 
Vinculada 
É o processo de vinculação entre a origem e a aplicação 
de recursos, em atendimento às finalidades específicas 
estabelecidas pela norma. 
Destinação 
Ordinária 
É o processo de alocação livre entre a origem e a 
aplicação de recursos, para atender a quaisquer 
finalidades. 
 
A criação de vinculações para as receitas deve ser pautada 
em mandamentos legais que regulamentam a aplicação de 
recursos, seja para funções essenciais, seja para entes, órgãos, 
entidades e fundos. Outro tipo de vinculação é aquela derivada de 
convênios e contratos de empréstimos e financiamentos, cujos 
recursos são obtidos com finalidade específica. 
 
5.1. Códigos Utilizados 
Chegou a hora de apresentarmos os códigos que permitem a 
operacionalização das fontes de recursos. A classificação de fonte de 
recursos consiste em um código de três dígitos. O 1º dígito representa 
o grupo de fonte, enquanto o 2º e o 3º representam a 
especificação da fonte. O Quadro 13 mostra a classificação por fonte de 
recursos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Quadro 13: Classificação por fonte de recursos 
Classificação 
por fonte de 
recursos 
Grupo fonte de 
recursos 
Especificação das fontes de 
recursos 
Finalidade 
Identifica se os 
recursos são ou 
não do tesouro 
nacional; e se 
pertencem ao 
exercício atual ou 
anteriores. 
É o código que individualiza cada 
destinação. Possui a parte 
mais significativa da 
classificação. Sua 
apresentação segrega as 
destinações em dois grupos: 
Destinações Primárias e Não-
primárias. 
As Destinações Primárias são 
aquelas não-financeiras. 
As Destinações Não-
Primárias, também chamadas 
financeiras, são representadas 
de forma geral por operações de 
crédito, e amortizações de 
empréstimos. 
Exemplo de 
código 
1 00 
Descrição do 
código 
Tesouro nacional 
exercício corrente 
Recursos ordinários 
 
 Observa-se no exemplo acima que os recursos são originários do 
Tesouro Nacional e podem ser aplicados em quaisquer finalidades. 
 Na sequência, a Figura 7 contém os demais códigos do grupo 
fonte de recursos. 
 
 
 
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Figura 7: Código de grupo fonte de recursos-Os Recursos do Tesouro são aqueles geridos de forma centralizada pelo 
Poder Executivo, que detém a responsabilidade e controle sobre as 
disponibilidades financeiras. 
-Os Recursos de Outras Fontes são aqueles arrecadados e controlados de 
forma descentralizada e cuja disponibilidade está sob responsabilidade 
desses órgãos e entidades, mesmo nos casos em que dependam de 
autorização do Órgão Central de Programação Financeira para dispor 
desses valores. De forma geral esses recursos têm origem no esforço 
próprio das entidades, seja pelo fornecimento de bens, prestação de serviços 
ou exploração econômica do patrimônio próprio. 
-Os Recursos Condicionados, que são aqueles incluídos na previsão da 
receita orçamentária, mas que dependem da aprovação de alterações na 
legislação para integralização dos recursos. Quando confirmadas tais 
proposições, os recursos são remanejados para as destinações adequadas e 
definitivas. 
 
 
 
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Prosseguindo na classificação por fonte de recursos, a Figura 8 
contém alguns exemplos de códigos da especificação da fonte de 
recursos, enquanto a Figura 9 contém combinações dos grupos fontes e 
especificações das fontes. 
 
Figura 8: Exemplos de especificações de fonte de recursos 
 
 
Figura 9: Exemplos de combinações entre grupo e especificações de 
fonte de recursos 
 
 
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5.2. Aplicação da fonte de recursos 
Pessoal gostaria de apresentar um último conceito descrito a seguir. 
 
Uma mesma receita arrecadada 
pode no momento da 
arrecadação ter mais de uma 
fonte. 
Por exemplo, a receita de imposto 
de renda terá 3 especificações de 
fontes distintas: 00, 01 e 12. 
 
 A seguir, vamos detalhar cada uma das especificações. 
A fonte 00 corresponde aos Recursos Ordinários. Receitas do 
Tesouro Nacional, de natureza tributária, de contribuições, patrimonial, de 
transferências correntes e outras, sem destinação específica, isto é, que 
não estão vinculadas a nenhum órgão ou programação e nem são 
passíveis de transferências para os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios. Constituem recursos disponíveis para livre 
programação. 
Temos como exemplos: a Receita do Principal do Imposto de 
Importação, do imposto de renda, do imposto de produtos 
industrializados. Impostos Extraordinários, Aluguéis, arrendamentos. 
A fonte 01 corresponde às transferências do imposto sobre a 
renda e sobre produtos industrializados. É a fonte composta pelas 
transferências dos recursos provenientes da arrecadação desses tributos, 
segundo o art. 159 da Constituição Federal (alterado pela Emenda 
Constitucional nº 55, de 20 de setembro de 2007). A figura 10 mostra a 
repartição desses impostos. 
Figura 10: Repartição do imposto de renda e do imposto dos produtos 
industrializados 
TRANSFERÊNCIAS IR (%) IPI (%) 
Fundo de Participação dos Estados 21,5 21,5 
Fundo de Participação dos Municípios 24,5 24,5 
Estados Exportadores - 10 
Programas de Financiamento ao Setor Produtivo 3,0 3,0 
 
 
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 Isso significa que quando a União arrecada 100 reais de 
imposto de renda, R$ 24,50 são destinados ao Fundo de 
Participação dos Municípios; R$ 21,50, ao Fundo de Participação 
dos Estados; e R$ 3,00, aos fundos constitucionais do Norte, 
Nordeste e Centro-Oeste. 
A fonte 12 corresponde aos recursos destinados à 
manutenção e desenvolvimento do ensino. É a fonte composta pela 
parcela mínima de 18% do produto da arrecadação dos impostos, 
líquidos de transferências constitucionais, que a União deve aplicar na 
manutenção e desenvolvimento do ensino, de acordo com o art. 212 
da Constituição Federal. No caso dos Estados, Distrito Federal e 
Municípios o valor a ser aplicado é de 25% sobre os impostos líquidos 
de transferências constitucionais. 
Por fim, apresento a Figura 11 que contém a distribuição de uma 
receita de arrecadada de R$ 100,00 de imposto de renda. 
 
Figura 11: Repartição de 100 reais de imposto de renda 
R$ 100,00 de 
imposto de renda
FPM → 24,50
FPE → 21,50
FNE, FNO e FCO 
→ 3,00
Manutenção e 
desenvolvimento do 
Ensino → 9,72
Recursos Ordinários 
→ 41,28
Fonte → 01
Fonte → 12
Fonte → 00
 
 
 
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Pessoal não caiu em prova até hoje, porém vou apresentar como 
cheguei aos valores dos recursos destinados à manutenção e 
desenvolvimento do ensino e dos recursos ordinários. O Quadro 14 e 15 
contém os detalhes. 
 
Quadro 14: Memória de cálculo dos recursos destinados à manutenção e 
desenvolvimento do ensino 
A - Imposto de renda bruto R$ 100,00 
B- FPE (C = A x 21,5%) R$ 21,50 
C- FPM (D = A x 24,5%) R$ 24,50 
D - Imposto de renda líquido 
(E = A – B – C) 
R$ 54,00 
Valor a ser aplicado à manutenção e 
desenvolvimento do ensino 
(E x 18%) 
R$ 9,72 
 
Quadro 15: Memória de cálculo dos recursos ordinários 
A - Imposto de renda bruto R$ 100,00 
B- FPE (B = A x 21,5%) R$ 21,50 
C- FPM (D = A x 24,5%) R$ 24,50 
D – FNE, FNO e FCO (D = A x 3%) R$ 3,00 
E – Manutenção e desenvolvimento do 
ensino 
R$ 9,72 
F – Recursos ordinários 
(F = A – B – C – D - E) 
R$ 41,28 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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6. (Cespe/DPU/2010/Contador) O código de classificação de fontes de 
recursos é composto por três dígitos, sendo que o primeiro indica o grupo 
de fontes de recursos, e o segundo e terceiro, a especificação das fontes 
de recursos. O indicador de grupo de fontes de recursos identifica se o 
recurso é ou não originário do Tesouro Nacional e se pertence ao 
exercício corrente ou a exercícios anteriores. 
 
(Cespe/ANAC/2009/Analista Administrativo) No que se refere à 
destinação de recursos na contabilidade pública e a suas peculiaridades, 
julgue os itens a seguir. 
7. A criação de vinculações para as receitas deve ser pautada em 
mandamentos legais que regulamentam a aplicação de recursos, seja 
para funções essenciais, seja para entes, órgãos, entidades e fundos. 
Outro tipo de vinculação deriva de convênios e contratos de empréstimos 
e financiamentos, cujos recursos são obtidos com finalidade específica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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6. (Cespe/DPU/2010/Contador) O código de classificação de fontes de 
recursos é composto por três dígitos, sendo que o primeiro indica o grupo 
de fontes de recursos, e o segundo e terceiro, a especificação das fontes 
de recursos. O indicador de grupo de fontes de recursos identifica se o 
recurso é ou não originário do Tesouro Nacional e se pertence ao 
exercício corrente ou a exercícios anteriores. 
CERTO, são os códigos 1, 2, 3 e 6 do grupo fonte que permitem tal 
identificação. 
 
(Cespe/ANAC/2009/Analista Administrativo) No que se refere à 
destinação de recursos na contabilidade pública e a suas peculiaridades, 
julgue os itens a seguir.7. A criação de vinculações para as receitas deve ser pautada em 
mandamentos legais que regulamentam a aplicação de recursos, seja 
para funções essenciais, seja para entes, órgãos, entidades e fundos. 
Outro tipo de vinculação deriva de convênios e contratos de empréstimos 
e financiamentos, cujos recursos são obtidos com finalidade específica. 
CERTO, temos todas essas vinculações conforme consta na Figura 
8. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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6. CLASSIFICAÇÃO DA RECEITA PARA APURAÇÃO DO RESULTADO 
PRIMÁRIO 
Esta classificação orçamentária instituída pela União e válida para 
os demais entes tem por objetivo identificar quais são as receitas e as 
despesas que compõem o resultado primário do Governo Federal, que é 
representado pela diferença entre as Receitas Primárias e as 
Despesas Primárias. 
As receitas do Governo Federal podem ser divididas entre 
primárias e não primárias (financeiras). 
O primeiro grupo refere-se predominantemente a receitas 
correntes e é composto daquelas que advêm dos tributos, das 
contribuições sociais, das concessões, dos dividendos recebidos 
pela União, da cota-parte das compensações financeiras, das 
decorrentes do próprio esforço de arrecadação das unidades 
orçamentárias, das provenientes de doações e convênios e outras 
também consideradas primárias. 
Já as receitas não primárias (financeiras) são aquelas que não 
contribuem para o resultado primário ou não alteram o endividamento 
líquido do Governo (setor público não financeiro) no exercício financeiro 
correspondente, uma vez que criam uma obrigação ou extinguem um 
direito, ambos de natureza financeira, junto ao setor privado interno e/ou 
externo, alterando concomitantemente o ativo e o passivo financeiros. 
São adquiridas junto ao mercado financeiro, decorrentes da 
emissão de títulos, da contratação de operações de crédito por 
organismos oficiais, das receitas de aplicações financeiras da 
União (juros recebidos, por exemplo), das privatizações e outras. 
 
 
 
 
 
 
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Quadro 16: Comparação entre as receitas primárias e financeiras 
com a classificação quanto à natureza 
Classificação 
Exemplo de receita 
corrente 
Exemplo de receita 
de capital 
Receita Primária Demais em regra. Demais em regra. 
Receita Financeira 
Juros e aplicações 
financeiras. 
Operações de Crédito e 
Amortização de 
Empréstimos. 
 
 
 
 
 
8. (Cespe/2015/STJ) A classificação destinada a identificar as receitas de 
acordo com sua inclusão no resultado fiscal do governo divide-se em 
receitas de resultado primário e secundário. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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8. (Cespe/2015/STJ) A classificação destinada a identificar as receitas de 
acordo com sua inclusão no resultado fiscal do governo divide-se em 
receitas de resultado primário e secundário. 
ERRADO, seria resultado primário e a divisão seria: primária e 
financeira. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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7. CLASSIFICAÇÃO POR ESFERA ORÇAMENTÁRIA 
A classificação por esfera orçamentária tem por finalidade identificar 
se a receita pertence ao Orçamento Fiscal, da Seguridade Social ou de 
Investimento das Empresas Estatais, conforme distingue o § 5o do art. 
165 da CF. 
Além das características comuns à classificação da despesa por 
esfera orçamentária, vale destacar os seguintes constantes do quadro a 
seguir. 
Quadro 17: Receitas por esfera orçamentária 
Receitas do 
Orçamento Fiscal 
Referem-se às receitas arrecadadas pelos Poderes da 
União, seus órgãos, entidades fundos e fundações, 
inclusive pelas empresas estatais dependentes [vide 
art.2º, inciso III, da LRF]. Compreendem, por 
exclusão, as receitas não classificadas nos 
Orçamentos da Seguridade Social e de 
Investimento. 
Receitas do 
Orçamento da 
Seguridade Social 
Abrangem as receitas de todos os órgãos, entidades, 
fundos e fundações vinculados à Seguridade Social, ou 
seja, às áreas de Saúde, Previdência Social e 
Assistência Social. 
Receitas do 
Orçamento de 
Investimento das 
Empresas Estatais 
Referem-se aos recursos arrecadados pelas empresas 
estatais não dependentes [não enquadradas no art. 2º, 
inciso III, da LRF] em que a União, direta ou 
indiretamente, detenha a maioria do capital social com 
direito a voto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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8. CLASSIFICAÇÃO DA RECEITA QUANTO AOS EFEITOS SOBRE O 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
Para fins contábeis, quanto ao impacto na situação líquida patrimonial, a 
receita pode ser “efetiva” ou “não-efetiva”. O Quadro 18 mostra a diferença 
entre as receitas efetivas e não efetivas. 
Quadro 18: Receitas efetivas e não efetivas em comparação com a classificação 
quanto à natureza 
Classificação Conceito 
Exemplo de 
receita corrente 
Exemplo de 
receita de 
capital 
Receita 
Orçamentária 
Efetiva 
Aquela que, no momento 
do reconhecimento do 
crédito, aumenta a 
situação líquida 
patrimonial da 
entidade. Constitui fato 
contábil modificativo 
aumentativo. 
Receitas tributárias, 
de contribuições, 
patrimoniais, 
agropecuárias, 
industriais, de 
serviços, de 
transferências 
correntes. 
Transferências de 
capital. 
Receita 
Orçamentária 
não Efetiva (por 
mutação 
patrimonial) 
Aquela que não altera a 
situação líquida 
patrimonial no 
momento do 
reconhecimento do 
crédito e, por isso, 
constitui fato contábil 
permutativo. 
Receita da dívida 
ativa. 
Operações de 
crédito, alienação 
de bens, 
amortização de 
empréstimos. 
 
 
Em regra as receitas correntes são receitas efetivas e as receitas de 
capital são não efetivas. Porém, existem receitas correntes não efetivas 
(cobrança da dívida ativa) e receitas de capital efetivas (transferências de 
capital). 
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 Na receita não efetiva, o estado recebe dinheiro a partir da perda 
de um bem ou de um direito ou do surgimento de uma obrigação. Na 
receita efetiva o estado recebe o dinheiro sem perder um bem ou direito, 
ou sem ganhar uma obrigação. O Quadro 19 mostra alguns exemplos. 
 
Quadro 19: Exemplos de receitas não efetivas (por mutação patrimonial) 
Exemplo de 
receita 
É baixado um 
bem/direito ou é 
ganha uma 
obrigação? 
Como se dá o processo? 
Operação de 
crédito 
É ganha uma 
obrigação 
(empréstimos a 
pagar). 
No momento da arrecadação quando 
ocorre do aumento do caixa (no ativo), 
ocorre simultaneamente um aumento 
de uma obrigação (no passivo). 
Alienação de 
bens 
É baixado um bem 
móvel ou imóvel. 
No momento da arrecadação quando 
ocorre do aumento do caixa (no ativo), 
ocorre simultaneamente uma baixa de 
um bem (no ativo). 
Amortização de 
empréstimo 
É baixado um 
direito (empréstimoa receber). 
No momento da arrecadação quando 
ocorre do aumento do caixa (no ativo), 
ocorre simultaneamente uma baixa de 
um direito (no ativo). 
Recebimento 
da dívida ativa 
É baixado um 
direito (dívida ativa 
a receber). 
No momento da arrecadação quando 
ocorre do aumento do caixa (no ativo), 
ocorre simultaneamente uma baixa de 
um direito (no ativo). 
Legenda: lembre-se que o patrimônio é composto por bens, direitos e 
obrigações. 
 
 
 
 
 
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(Cespe/MTE/2014) No que se refere aos conceitos e às categorias 
econômicas das receitas e das despesas públicas, julgue o seguinte item. 
9. Para fins contábeis, a receita orçamentária efetiva aumenta a situação 
líquida patrimonial da entidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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(Cespe/MTE/2014) No que se refere aos conceitos e às categorias 
econômicas das receitas e das despesas públicas, julgue o seguinte item. 
9. Para fins contábeis, a receita orçamentária efetiva aumenta a situação 
líquida patrimonial da entidade. 
CERTO. Trata-se de fato modificativo aumentativo do Patrimônio 
Líquido. Em regra, todas as receitas correntes são efetivas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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9. CLASSIFICAÇÃO QUANTO À COERTICIVIDADE 
 A doutrina classifica as receitas públicas, quanto à procedência, em 
originárias e derivadas. Essa classificação possui uso acadêmico e não é 
normatizada; portanto, não é utilizada como classificador oficial da 
receita pelo poder público. O Quadro 20 mostra os conceitos e 
exemplos de cada uma. 
Quadro 20: receitas derivadas e originárias 
Classificação Conceito 
Exemplo de 
receita 
corrente 
Exemplo de 
receita de 
capital 
Receitas 
públicas 
originárias 
Segundo a doutrina, são as 
arrecadadas por meio da 
exploração de atividades 
econômicas pela 
Administração Pública. 
Resultam, principalmente, de 
rendas do patrimônio 
mobiliário e imobiliário do 
Estado (receita de aluguel), 
de preços públicos ou 
tarifas, de prestação de 
serviços comerciais e de 
venda de produtos industriais 
ou agropecuários. 
Receitas 
patrimoniais, 
agropecuárias, 
industriais, de 
serviços. 
Operações de 
créditos, 
alienação de 
bens, 
amortização de 
empréstimos. 
São receitas voluntárias. 
Receitas 
públicas 
derivadas 
Segundo a doutrina, são as 
obtidas pelo poder público 
por meio da soberania 
estatal. Decorrem de norma 
constitucional ou legal e, por 
isso, são auferidas de 
forma impositiva. 
Receitas 
tributárias e de 
contribuições. 
Receitas de 
empréstimos 
compulsórios. 
São receitas compulsórias. 
 
 
 
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Existem receitas correntes que são derivadas e que são 
originárias. Assim, como existem receitas de capital que são 
derivadas (empréstimos compulsórios) e que são originárias. 
 
 
 
Taxas são compulsórias (decorrem de lei). O que legitima o Estado a 
cobrar a taxa é a prestação de serviços públicos específicos e divisíveis 
ou o regular exercício do Poder de Polícia. A relação decorre de lei, 
sendo regida por normas de DIREITO PÚBLICO. 
Preço Público, sinônimo de tarifa, decorre da utilização de 
serviços facultativos que a Administração Pública, de forma direta ou 
por delegação (concessão ou permissão), coloca à disposição da 
população, que poderá escolher se os contrata ou não. São serviços 
prestados em decorrência de uma relação contratual regida pelo 
DIREITO PRIVADO. 
 
 
 
 
 
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10. (Cespe/2016/TCE-PR) Assinale a opção correta a respeito de receita 
pública. 
a) Operações de crédito são receitas de capital originárias da contratação 
de empréstimos junto a entidades públicas ou privadas, internas ou 
externas. 
b) Durante o exercício, as receitas cujos valores extrapolarem o 
originalmente previsto na LOA serão classificadas como ingressos 
extraordinários. 
c) No âmbito da União, o órgão que normatiza a classificação 
orçamentária da receita é a Secretaria do Tesouro Nacional. 
d) Segundo a classificação oficial, as receitas públicas podem ser 
originárias ou complementares. 
e) As receitas de capital e as receitas correntes provocam, ambas, efeito 
positivo no patrimônio líquido do Estado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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10. (Cespe/2016/TCE-PR) Assinale a opção correta a respeito de receita 
pública. 
a) Operações de crédito são receitas de capital originárias da contratação 
de empréstimos junto a entidades públicas ou privadas, internas ou 
externas. 
CERTO, apenas os empréstimos compulsórios são derivadas. 
Todas as demais receitas de capital são originárias. 
b) Durante o exercício, as receitas cujos valores extrapolarem o 
originalmente previsto na LOA serão classificadas como ingressos 
extraordinários. 
ERRADO, serão receitas orçamentárias. Ingressos extraordinários 
são: empréstimos compulsórios guerra, doações de recursos 
financeiros. 
c) No âmbito da União, o órgão que normatiza a classificação 
orçamentária da receita é a Secretaria do Tesouro Nacional. 
ERRADO, seria a SOF – Secretaria de Orçamento Federal. 
d) Segundo a classificação oficial, as receitas públicas podem ser 
originárias ou complementares. 
ERRADO, a classificação coercitiva é acadêmica – não oficial. Ela 
divide a receita entre derivadas e originárias. 
e) As receitas de capital e as receitas correntes provocam, ambas, 
efeito positivo no patrimônio líquido do Estado. 
ERRADO, em regra as receitas correntes sim, e em regra as 
receitas de capital não. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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10. CLASSIFICAÇÃO QUANTO À PERIODICIDADE 
 A última classificação pouco usual em prova refere-se à 
periodicidade da receita. O Quadro a seguir contém os conceitos. 
 
Quadro 21: Receitas quanto à periodicidade em comparação com a classificação 
quanto à natureza 
Classificação Conceito 
Exemplo de 
receita 
corrente 
Exemplo de 
receita de 
capital 
Receita 
Ordinária 
Entradas periódicas e 
constantes, compondo de 
forma permanente o 
orçamento do Estado, isto é, 
ingressam com regularidade 
por meio do normal 
desenvolvimento da atividade 
financeira do Estado 
Receitas 
tributárias 
Operações de 
Crédito 
Receita 
Extraordinária 
Se aufere excepcionalmente e 
de forma temporária em 
decorrência de determinada 
circunstância, como por 
exemplo, o empréstimo 
compulsório (art.148 da 
CF/88), o imposto 
extraordinário (art.154,II, da 
CF/88) ou uma doação ao 
EstadoImposto 
extraordinário 
de Guerra 
Empréstimo 
Compulsório 
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11.TABELA-SÍNTESE DA CLASSIFICAÇÃO DA RECEITA 
Receita 
quanto à 
categoria 
econômica 
Classificação quanto à 
coerticividade 
Classificação quanto aos 
efeitos sobre o Patrimônio 
Líquido 
Classificação quanto ao resultado 
primário 
Derivada Originária Efetiva Não efetiva Primária Financeira 
Corrente 
Tributária, 
Contribuições. 
Patrimoniais, 
Agropecuárias, 
Industriais, 
Serviços, 
transferências 
correntes. 
Em regra as 
receitas 
correntes. 
Receita do 
recebimento da 
dívida ativa; 
Receita de 
alienação de 
bens 
apreendidos. 
Em regra as 
receitas 
correntes. 
Receita de 
aplicação 
financeira 
(integram as 
receitas 
patrimoniais); 
receitas de juros 
(integram as 
receitas de 
serviços) 
Capital 
Empréstimos 
Compulsórios. 
Operações de 
crédito; alienação 
de bens; 
amortização de 
empréstimos; 
transferências de 
capital. 
Receita de 
transferências 
de capital. 
Em regra as 
receitas de 
capital. 
Empréstimos 
compulsórios; 
Alienação de 
bens móveis e 
imóveis; 
transferências de 
capital. 
Em regra as 
receitas de capital. 
 
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1ª Dica: Não há generalizações, ou seja, não se pode afirmar que todas 
as receitas correntes são receitas originárias, que todas as receitas de 
capital são receitas financeiras. 
2ª Dica: Existe uma divergência normativa entre o MTO (Manual de 
Técnico do Orçamento) e o Manual de Demonstrativos Fiscais (MDF). 
Pelo MDF as receitas de capital de alienação de bens são receitas 
financeiras. 
Pelo MTO uma parte das receitas de capital de alienação de bens são 
receitas financeiras (alienação de Estoques da Política de Garantia de 
Preços Mínimos - PGPM), enquanto outra parte são receitas primárias 
(Alienação de Títulos Mobiliários, alienação de bens móveis, alienação de 
bens imóveis, alienação de embarcações, alienação de equipamentos). 
Ou seja, pelo MTO alguns tipos de alienação de estoques são 
receitas financeiras. Todas as demais receitas de alienação de bens 
são receitas primárias. 
Pelo MDF as receitas de alienação de bens são receitas 
financeiras. 
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12. ETAPAS DA RECEITA E DA DESPESA ORÇAMENTÁRIA 
 Inicialmente gostaria de apresentar as etapas das receitas e das 
despesas as quais constam no Quadro 22. 
 
Quadro 22: Etapas da receita e da despesa 
 
Fonte: Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público - MCASP 
 Assim, observamos que na administração pública conforme 
estabelecido pela STN (órgão central de contabilidade) as etapas da 
receita e da despesa são as mesmas. A diferença está nos estágios que 
estão dentro de cada etapa. 
 Algumas questões, porém, podem ainda trabalhar com os 
estágios da receita e da despesa antes da publicação do MCASP. O 
Quadro 23 mostra os estágios. 
 
Quadro 23: Estágios da receita e da despesa 
 
 
Observa-se que o Quadro 22 é mais completo que o Quadro 23, 
dessa forma, deve-se ter total atenção quanto à nomenclatura utiliza na 
prova. 
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13. ETAPAS/ESTÁGIOS DA RECEITA ORÇAMENTÁRIA 
 Vimos na seção anterior as etapas e os estágios da receita. A Figura 
10 ilustra a sequência desde a previsão até o recolhimento. 
Figura 10: Estágios da receita 
 
Fonte: MCASP 
 Um questionamento inicial e recorrente em provas é se o 
lançamento seria ou não um estágio da receita. Hoje não resta 
dúvida de que o lançamento é sim estágio da receita. Porém, ele não 
se aplica a todas as receitas. A figura 11 ilustra o entendimento do 
Manual Técnico do Orçamento (MTO). 
 
Figura 11: Estágios da receita 
 
Fonte: MTO 
 
 
 
 
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Nem todas as etapas citadas ocorrem para todos os tipos de 
receitas orçamentárias. Pode ocorrer arrecadação não só das 
receitas que não foram previstas (não tendo, naturalmente, passado 
pela etapa da previsão), mas também das que não foram “lançadas”, 
como é o caso de uma doação em espécie recebida pelos entes públicos 
 
Previsão e lançamento são estágios da receita, porém nem todas as 
receitas passam por eles. 
 
13.1. Etapa de Planejamento 
Esta etapa compreende a previsão de arrecadação da receita 
orçamentária constante da Lei Orçamentária Anual – LOA, resultante de 
metodologias de projeção usualmente adotadas, observada as disposições 
constantes na Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF. 
A previsão implica planejar e estimar a arrecadação das 
receitas orçamentárias que constarão na proposta orçamentária. 
Isso deverá ser realizado em conformidade com as normas técnicas e 
legais correlatas e, em especial, com as disposições constantes na Lei de 
Responsabilidade Fiscal (LRF). 
Conforme a LRF as previsões de receita observarão as normas 
técnicas e legais, considerarão os efeitos das alterações na 
legislação, da variação do índice de preços, do crescimento 
econômico ou de qualquer outro fator relevante e serão 
acompanhadas de demonstrativo de sua evolução nos últimos três 
anos, da projeção para os dois seguintes àquele a que se 
referirem, e da metodologia de cálculo e premissas utilizadas. 
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No âmbito federal, a metodologia de projeção de receitas 
orçamentárias busca assimilar o comportamento da arrecadação de 
determinada receita em exercícios anteriores, a fim de projetá-la para o 
período seguinte, com o auxílio de modelos estatísticos e matemáticos. A 
busca deste modelo dependerá do comportamento da série histórica 
de arrecadação e de informações fornecidas pelos órgãos 
orçamentários ou unidades arrecadadoras envolvidos no processo. 
A previsão de receitas é a etapa que antecede à fixação do 
montante de despesas que irão constar nas leis de orçamento, além 
de ser base para se estimar as necessidades de financiamento do 
governo. 
 
13.2. Etapa de execução 
A realização da receita se dá em três estágios: o lançamento, a 
arrecadação e o recolhimento. 
 
13.2.1. Lançamento 
 O lançamento é o ato da repartição competente, que verifica a 
procedência do crédito fiscal e a pessoa que lhe é devedora e 
inscreve o débito desta4. O lançamento é uma atividade vinculada. 
Por sua vez, para do Código Tributário Nacional, lançamento é o 
procedimento administrativo que verifica a ocorrência do fato 
gerador da obrigação correspondente, determina a matéria 
tributável, calcula o montante do tributo devido, identifica o 
sujeito passivo e, sendo o caso, propõe a aplicação da penalidade 
cabível5. Uma vez ocorrido o fato gerador, procede-se ao registro 
contábil do crédito tributário em favor da fazenda pública em 
contrapartida a uma variação patrimonial aumentativa. 
 
4 Art. 53º lei 4320/1964. 
5 Art. 142º lei 5.172/1966.

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