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TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: O primeiro navio destacado da conserva para levar a Portugal a notícia do descobrimento do Brasil, e com instâncias ao rei de Portugal para que por amor da religião se apoderasse d'esta descoberta, 1cometera a violência de arrancar de suas terras, sem que a sua vontade fosse consultada, a dois índios, ato contra o qual se tinham pronunciado os capitães da frota de Pedro Álvares. Fizera-se o índice primeiro do que era a história da colônia: era a cobiça disfarçada com pretextos da religião, era o ataque aos senhores da terra, à liberdade dos índios; eram colonos degradados, condenados à morte, ou espíritos baixos e viciados que procuravam as florestas para darem largas às depravações do instinto bruto." (DIAS, Gonçalves. Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, 4º trim. 1867, p.274.) 1.A visão de Gonçalves Dias no texto: a)reforça a posição dos brasileiros que desejam comemorar os 500 anos da chegada dos portugueses ao Brasil, como se esta tivesse sido um evento relevante e benéfico para os habitantes de nossa terra; b)insere-se no contexto do Romantismo, que busca ressaltar os aspectos negativos da colonização portuguesa, como elemento motivador para um distanciamento e uma diferenciação em relação a Portugal; c)recusa a ideia da violência que teria caracterizado a colonização portuguesa no Brasil, como se a esquadra de Pedro Álvares não houvesse enviado dois índios a Portugal, contra a vontade deles; d)ressalta a concordância a que os capitães da frota de Pedro Álvares teriam chegado, como se o consenso de todos estes comandantes justificasse a atitude de evitar os dois índios ao rei português; e)valoriza e confirma a iniciativa de alguns órgãos de imprensa que celebram a conquista portuguesa como fator importante para nosso posterior desenvolvimento como nação. 2. Pense na vertente indianista do Romantismo brasileiro para responder às questões. a) Considerando-se o modo pelo qual Gonçalves Dias e José de Alencar retrataram a figura do índio em suas obras, é possível afirmar que estavam sendo fiéis aos valores do Romantismo? Por quê? ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ b) Qual a relação que se pode estabelecer entre a valorização do indianismo, em Gonçalves Dias e José de Alencar, e o período histórico em que viveram? ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ 3.Leia as estrofes seguintes, extraídas do poema "Canção do Exílio" de Gonçalves Dias. Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá; As aves, que aqui gorjeiam, Não gorjeiam como lá. Nosso céu tem mais estrelas, Nossas várzeas têm mais flores, Nossos bosques têm mais vida, Nossas vida mais amores. [...] Não permita Deus que eu morra, Sem que eu volte para lá; Sem que desfrute os primores Que não encontro por cá; Sem qu 'inda' aviste as palmeiras, Onde canta o Sabiá. Em relação à "Canção do Exílio" é correto afirmar que Escola “Guimarães Rosa” Aluno(a): _____________________________________________________________________ Nº: _________ Turma: 1º ___ Disciplina: Literatura Professora: Flávia Poloni Data: _____________ a)exalta a natureza brasileira em sua fauna e sua flora, destacando-se pela temática regionalista. b)se trata de um soneto clássico que celebrizou o poeta como um dos mais importantes do Romantismo brasileiro. c)é um canto de amor à pátria e teve alguns dos seus versos incorporados à letra do Hino Nacional. d)as estrelas e as flores, referidas na segunda estrofe, simbolizam a falta de preocupação com os problemas do período colonial. e)os versos da última estrofe acentuam o sentimento do exílio e expressam o desejo do poeta de morrer em Portugal. 4.Observe com atenção o fragmento abaixo: I- Juca-Pirama No meio das tabas de amenos verdores, Cercadas de troncos - cobertos de flores, Alteiam-se os tetos d'altiva nação; São muitos seus filhos, nos ânimos fortes, Temíveis na guerra que em densas coortes Assombram das matas a imensa extensão. São rudos, severos, sedentos de glória, Já prélios incitam, já cantam vitória, Já meigos atendem à voz do cantor: São todos Timbiras, guerreiros valentes! Seu nome lá voa na boca das gentes, Condão de prodígios, de glória e terror! [...] (DIAS, Gonçalves. "I-Juca-Pirama.") Reflita sobre as tendências da poesia romântica indianista e assinale a alternativa que NÃO confirma a visão idealizada do poeta em relação ao indígena brasileiro: a)"I-Juca-Pirama" expressa o nacionalismo de seu autor, que, ao idealizar a coragem e o heroísmo do índio brasileiro, atribui-lhe também alguns distúrbios de personalidade. b)O poeta romântico transformou o silvícola em um dos símbolos da autonomia cultural e da superioridade da nação brasileira. c)O poema gonçalvino enalteceu e preservou as tradições indígenas brasileiras, incorporando-as ao orgulho nacional. d)O índio de Gonçalves Dias ganhou o tom dos valorosos cavaleiros medievais e reafirmou o sentimento nacionalista de nosso Romantismo. e)A poesia romântica indianista resgatou o passado histórico do Brasil e valorizou a bravura de seus habitantes naturais. 5."A sociedade, no meio da qual me eduquei, fez de mim um homem à sua feição. Habituei-me a considerar a riqueza como a primeira força viva da existência e os exemplos ensinavam-me que o casamento era meio tão legítimo de adquiri-la, como a herança e qualquer honesta especulação." No enredo de SENHORA, tal como se depreende do trecho transcrito, há uma aproximação entre casamento e a)recomendações divulgadas pela igreja. b)normas impostas aos escravos. c)costumes copiados dos indígenas. d)leis do tempo da colônia. e)práticas da organização social burguesa. 6.Nos versos abaixo, Castro Alves assim se dirige à bandeira nacional: Tu, que da liberdade após a guerra Foste hasteada dos heróis na lança, Antes te houvessem roto na batalha, Que servires a um povo de mortalha!... Com esses versos, o poeta está a)conclamando os brasileiros à luta pela proclamação da República. b)rememorando as ações heroicas dos rebeldes de Canudos. c)acusando as intromissões do governo inglês em assuntos nacionais. d)denunciando as conspirações contra o regime monarquista. e)lamentando as atrocidades das práticas escravistas no Brasil. 7.Leia com atenção os juízos estéticos transcritos abaixo e marque: Juízo I. "Intérprete dos anseios do homem seiscentista solicitado por ideais em conflito. O fusionismo é a sua tendência dominante - tentativa de conciliar, incorporando contrários." Juízo II. "Procurando libertar a língua de termos espúrios, restituindo-lhe uma sobriedade castiça e o rigor de sentido, é a revitalização do pastoralismo e bucolismo." a)se o primeiro se referir ao BARROCO e o segundo, ao ARCADISMO. b)se o primeiro se referir ao ARCADISMO e o segundo, ao BARROCO. c)se ambos se referirem ao BARROCO. d)se ambos se referirem ao ARCADISMO.e)se ambos se referirem à LITERATURA DOS JESUÍTAS no Brasil. 8."Que diversas que são, Marília, as horas Que passo na masmorra imunda, e feia, Dessas horas felizes já passadas Na tua pátria aldeia!" Esses versos de "Marília de Dirceu", de Tomás Antônio Gonzaga, caracterizam: a)a primeira parte da obra, o namoro. b)a felicidade da futura família. c)o sonho de realizar a Inconfidência. d)a segunda parte da obra, a cadeia. e)o sonho de um futuro feliz ao lado da amada. 9.Apresentam-se em seguida, três proposições I, II e III. I. "O momento ideológico, na literatura dos Setecentos, traduz a crítica da burguesia culta aos abusos da nobreza e do clero." II. "O momento poético, na literatura do Arcadismo, nasce de um encontro, embora ainda amaneirado, com a natureza e os afetos comuns do homem." III. "Façamos, sim, façamos, doce amada, Os nossos breves dias mais ditosos." A característica que está presente nestes versos de Marília de Dirceu, de Tomás Antônio Gonzaga, é o "carpe diem" ("gozar a vida"). Marque: a)se só a proposição I é correta. b)se só a proposição II é correta. c)se só a proposição III é correta. d)se só são corretas as proposições I e II. e)se todas as proposições são corretas. 10.Ao evidenciar as tendências do Arcadismo brasileiro, Antônio Cândido conclui: A poesia pastoral, como tema, talvez esteja vinculada ao desenvolvimento da cultura urbana, que, opondo as linhas artificiais da cidade à paisagem natural, transforma o campo num bem perdido, que encarna facilmente os sentimentos de frustração. (CÂNDIDO, Antônio. "Formação da literatura brasileira." São Paulo: Martins, 1959. p.54. v.I) A partir de uma reflexão sobre a afirmativa transcrita acima, fale sobre as manifestações da Natureza na poesia árcade: ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ 11.Leia os seguintes fragmentos de "Marília de Dirceu", de Tomás Antônio Gonzaga. Texto 1 Verás em cima de espaçosa mesa Altos volumes de enredados feitos; Ver-me-ás folhear os grandes livros, E decidir os pleitos. Texto 2 Os Pastores, que habitam este monte, Respeitam o poder do meu cajado; Com tal destreza toco a sanfoninha, Que inveja me tem o próprio Alceste. Responda: a) Em qual dos fragmentos o sujeito lírico é caracterizado de acordo com a convenção arcádica? ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ b) Explique. ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ 12."Nasce o sol, e não dura mais que um dia, Depois da luz se segue a noite escura, Em tristes sombras morre a formosura, Em contínuas tristezas, a alegria." Na estrofe acima, de um soneto de Gregório de Matos, a principal característica do Barroco é: a)a forte presença de antíteses. b)o culto do amor cortês. c)o uso de aliterações. d)o culto da natureza. e)a utilização de rimas alternadas. 13.Considerando-se a produção poética de Gregório de Matos e Cláudio Manuel da Costa, é correto afirmar que ambos a)cultivaram o soneto, forma fixa pela qual exploraram temas e recursos poéticos próprios dos diferentes períodos e estilos literários que tão bem representaram. b)cultivaram o soneto, pois valorizaram o mesmo estilo de época predominante no século XVII, quando esta forma fixa de poesia era considerada superior a todas as demais. c)notabilizaram-se pela sátira, dirigida contra os mandatários da Coroa portuguesa responsáveis pela exploração econômica do açúcar e pela corrupção política na Bahia. d)notabilizaram-se por um tipo de lirismo sentimental que já prenunciava o movimento romântico, influindo diretamente nas obras de Gonçalves Dias e Álvares de Azevedo. e)notabilizaram-se pela idealização do amor e da natureza, estes dois elementos centrais para a lírica que seguia os padrões e os valores do chamado estilo neoclássico. 14.Leia o trecho de um sermão, do Padre Antônio Vieira: "Será porventura o estilo que hoje se usa nos púlpitos um estilo tão empeçado, um estilo tão dificultoso, um estilo tão afetado, um estilo tão encontrado a toda parte e a toda a natureza? O estilo há de ser muito fácil e muito natural. Compara Cristo o pregar e o semear, porque o semear é uma arte que tem mais de natureza que de arte." O objetivo do autor é a)destacar que a naturalidade - propriedade da natureza - pode tornar mais claro o estilo das pregações religiosas. b)salientar que o estilo usado na igreja, naquela época, não era afetado nem dificultoso. c)argumentar que a lição de Cristo é desnecessária para os objetivos da pregação religiosa. d)lamentar o fato de os sermões serem dirigidos dos púlpitos, excluindo da audiência as pessoas que ficavam fora da igreja. e)mostrar que, segundo o exemplo de Cristo, pregar e semear afetam o estilo, porque são práticas inconciliáveis. 15.Assinale a alternativa CORRETA a respeito do Padre Antônio Vieira: a)Em função de seu zelo para com Deus, utilizava-o para justificar todos os acontecimentos políticos e sociais. b)Dada sua espiritualidade, demonstrava desinteresse por assuntos mundanos. c)Procurava adequar os textos bíblicos às realidades de que tratava. d)Mostrou-se tímido diante dos interesses dos poderosos. e)Embora vivesse no Brasil, por sua formação lusitana, não se ocupou de problemas locais. TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES: Ora, suposto que já somos pó, e não pode deixar de ser, pois Deus o disse, perguntar-me-eis, e com muita razão, em que nos distinguimos logo os vivos dos mortos? Os mortos são pó, nós também somos pó: em que nos distinguimos uns dos outros? Distinguimo-nos os vivos dos mortos, assim como se distingue o pó do pó. Os vivos são pó levantado, os mortos são pó caído, os vivos são pó que anda, os mortos são pó que jaz: Hic jacet1. Estão essas praças no verão cobertas de pó: dá um pé-de-vento, levanta-se o pó no ar e que faz? O que fazem os vivos, e muito vivos. NÃO AQUIETA O PÓ, NEM PODE ESTAR QUEDO: ANDA, CORRE, VOA; ENTRA POR ESTA RUA, SAI POR AQUELA; JÁ VAI ADIANTE, JÁ TORNA ATRÁS; TUDO ENCHE, TUDO COBRE, TUDO ENVOLVE, TUDO PERTURBA, TUDO TOMA, TUDO CEGA, TUDO PENETRA, EM TUDO E POR TUDO SE METE, SEM AQUIETAR NEM SOSSEGAR UM MOMENTO, ENQUANTO O VENTO DURA. Acalmou o vento: cai o pó, e onde o vento parou, ali fica; ou dentro de casa, ou na rua, ou em cima de um telhado, ou no mar, ou no rio, ou no monte, ou na campanha. Não é assim? Assim é. (VIEIRA, Antônio. Trecho do Cap. V do Sermão da Quarta-Feira de Cinza.) 1 - Hic jacet: aqui jaz. 16.Segundo o "Novo Dicionário Aurélio Básico da Língua Portuguesa", "sermão" é um "discurso religioso geralmente pregado no púlpito". a) De que forma o autor reproduz, no texto escrito, características próprias do discurso falado? ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________b) O texto apresenta uma relação de oposição entre estaticidade e movimento. Indique, no trecho destacado em maiúsculo, qual dessas ideias é abordada e a forma de construção de período utilizada para exprimi-la. ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ 17.Em Padre Vieira fundem-se a formação jesuítica e a estética barroca, que se materializam em sermões considerados a expressão máxima do Barroco em prosa religiosa em língua portuguesa, e uma das mais importantes expressões ideológicas e literárias da Contra-Reforma. a) Comente os recursos de linguagem que conferem ao texto características do Barroco. ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ b) Antes de iniciar sua pregação, Vieira fundamenta-se num argumento que, do ponto de vista religioso, mostra-se incontestável. Transcreva esse argumento. ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Fragmento I Pálida à luz da lâmpada sombria, Sobre o leito de flores reclinada, Como a lua por noite embalsamada, Entre as nuvens do amor ela dormia! Era a virgem do mar na escuma fria Pela maré das águas embalada! Era um anjo entre nuvens d'alvorada Que em sonhos se banhava e se esquecia! Fragmento II É ela! é ela! - murmurei tremendo, E o eco ao longe murmurou - é ela! Eu a vi - minha fada aérea e pura - A minha lavadeira na janela! (...) Esta noite eu ousei mais atrevido Nas telhas que estalavam nos meus passos Ir espiar seu venturoso sono, Vê-la mais bela de Morfeu nos braços! Como dormia! que profundo sono!... Tinha na mão o ferro do engomado... Como roncava maviosa e pura!... Quase caí na rua desmaiado! (...) É ela! é ela! - repeti tremendo; Mas cantou nesse instante uma coruja... Abri cioso a página secreta... Oh! meu Deus! era um rol de roupa suja! 18.Os fragmentos acima são de Alvares de Azevedo e desenvolvem o tema da mulher e do amor. Caracterizam duas faces diferentes da obra do poeta. Comparando os dois fragmentos, podemos afirmar que, a)no primeiro, manifesta-se o desejo de amar e a realização amorosa se dá plenamente entre os amantes. b)no segundo, apesar de haver um tom de humor e sátira, não se caracteriza o rebaixamento do tema amoroso. c)no primeiro, o poeta figura a mulher adormecida e a toma como objeto de amor jamais realizado. d)no segundo, o poeta expressa as condições mais rasteiras de seu cotidiano, porém, atribui à mulher traços de idealização iguais aos do primeiro fragmento. e)no segundo, ao substituir a musa virginal pela lavadeira entretida com o rol de roupa suja, o poeta confere ao tema amoroso tratamento idêntico ao verificado no primeiro fragmento. TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES: O trocano ribombou, derramando longe pela amplidão dos vales e pelos ecos das montanhas a pocema do triunfo. Os tacapes, vibrados pela mão pujante dos guerreiros, bateram nos largos escudos retinindo. Mas a voz possante da multidão dos guerreiros cobriu o imenso rumor, clamando: - Tu és Ubirajara, o senhor da lança, o vencedor de Pojucã, o maior guerreiro da nação tocantim. (...) Quando parou o estrondo da festa e cessou o canto dos guerreiros, avançou Camacã, o grande chefe dos araguaias. (...) Assim falou o ancião: - Ubirajara, senhor da lança, é tempo de empunhares o grande arco da nação araguaia, que deve estar na mão do mais possante. CAMACÃ O CONQUISTOU NO DIA EM QUE ESCOLHEU POR ESPOSA JAÇANÃ, A VIRGEM DOS OLHOS DE FOGO, EM CUJO SEIO TE GEROU SEU PRIMEIRO SANGUE. AINDA HOJE, APESAR DA VELHICE QUE LHE MIRROU O CORPO, NENHUM GUERREIRO OUSARIA DISPUTAR O GRANDE ARCO AO VELHO CHEFE, que não sofresse logo o castigo de sua audácia. Mas Tupã ordena que o ancião se curve para a terra, até desabar como o tronco carcomido, e que o mancebo se eleve para o céu como a árvore altaneira. Camacã revive em ti, a glória de ser o maior guerreiro cresce com a glória de ter gerado um guerreiro ainda maior do que ele. (ALENCAR, José de. Ubirajara. 8ª ed. São Paulo: Ática, 1984, p. 31-2.) Vocabulário: - pocema: canto selvagem, clamor. 19.O texto apresenta o índio num ritual, exaltando-se o guerreiro Ubirajara por vencer o rival, Pojucã. a) O que representa o discurso de Camacã para a vida na tribo? ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ b) Quais as expressões empregadas por Alencar para definir a velhice de Camacã? Que figura de linguagem está contida nessas expressões? ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ 20.Apresenta-se, em "Ubirajara", um cenário de exaltação ao herói. Logo, trata-se de um ritual grandiloquente para aquele que simboliza o poder na tribo, em valores que expressam o ideário romântico do qual participou Alencar a) Por que se pode dizer que a oração "Tu és Ubirajara" sintetiza o discurso de exaltação ao herói? ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ b) Comente a visão romântica do índio brasileiro, expressa em Alencar, comparando-a com a visão do índio no Modernismo, valendo-se da figura de "Macunaíma", de Mário de Andrade: No fundo do mato-virgem nasceu Macunaíma, herói de nossa gente. Era preto retinto e filho do medo da noite. Houve um momento em que o silêncio foi tão grande escutando o murmurejo de Uraricoera, que a índia tapanhumas pariu uma criança feia. Essa criança é que chamaram de Macunaíma. (ANDRADE, Mário. "Macunaíma, o herói sem nenhum caráter". 31. ed. Belo Horizonte/ Rio de Janeiro: Garnier 2000, p. 13.) ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ Gabarito: Resposta da questão 1: [B] Resposta da questão 2: a) Ambos retrataram a figura do índio, de modo idealizado, e exaltaram a pátria. A natureza, em suas obras, ganha valor em suas descrições. Os autores tinham um conhecimento da tradição, dos costumes e da língua dos nativos, o que contribuiu às cenasdescritas. b) Pode-se afirmar que Gonçalves Dias - participante da primeira geração do Romantismo no Brasil - atinge o máximo de sua arte no Indianismo. Seus versos desenham um índio portador de sentimentos e de atitudes artificiais, extremamente europeizado. Ainda assim, o índio de Gonçalves Dias está mais próximo da realidade que o índio de José de Alencar. Este escreveu três obras: "O Guarani", "Iracema" e "Ubirajara", e torna o índio um símbolo nacional, o herói da pátria e o elemento formador de um Novo Mundo. Embora idealizado, Alencar faz questão de firmar o índio como representante de nosso passado histórico. Resposta da questão 3: [C] Resposta da questão 4: [A] Resposta da questão 5: [E] Resposta da questão 6: [E] Resposta da questão 7: [A] Resposta da questão 8: [D] Resposta da questão 9: [E] Resposta da questão 10: Os árcades tinham por ideal unir a literatura, o homem e a natureza em uma poesia pastoril. A natureza - centrada nos campos, prados - é que permitiria ao homem elevar seus sentimentos de amor e libertar-se dos valores corrompidos pelo progresso. Os árcades propunham uma vida simples, bucólica, longe da cidade. Resposta da questão 11: No texto 2, o sujeito lírico apresenta características da convenção arcádica. Há presença dos pastores, a vida campestre ("monte"), para se tornar "agradável" ao leitor, para lhe proporcionar o prazer da fantasia, longe da agitação da vida urbana. Resposta da questão 12: [A] Resposta da questão 13: [A] Resposta da questão 14: [A] Resposta da questão 15: [C] Resposta da questão 16: a) O sermão aponta características do discurso falado, pois faz - o uso da primeira pessoa do plural (nós) - o uso do termo "ora" - o uso de pronomes demonstrativos: "entra por esta rua, sai por aquela..." - uso de interrogações, criando uma interlocução. b) Há uma apresentação dinâmica dos fatos pelo emprego dos verbos de ações (movimento). Orações coordenadas criam a ideia de rapidez. Resposta da questão 17: a) O Barroco é o movimento marcado pela oposição de ideias; assim, no poema encontram-se antíteses ("pó levantado"/ "pó caído"; paradoxos ("Distinguimo-nos os vícios dos mortos, assim como s distingue o pó do pó"); anáforas (pronome indefinido "tudo") polissíndetos (ou) e outros. b) O argumento é: "Ora, pressuposto que já somos pó, e não pode deixar de ser, pois Deus o disse"... Resposta da questão 18: [C] Resposta da questão 19: a) O discurso de Camacã representa a perpetuação de poder. Ele transmitirá, ao seu filho, Ubirajara, o comando. b) As expressões que definem a velhice de Camacã são: - "apesar da velhice que lhe mirrou o corpo"; - "que o ancião se curve para a terra até desabar como o tronco carcomido". A figura de linguagem nessas expressões é a comparação. Resposta da questão 20: a) Ubirajara, cujo significado é "senhor da lança", ganha tal atributo por seu feito heroico nas guerras disputadas. Sintetiza a exaltação do herói, porque faz parte da cena em que lhe é conferido o título. b) A visão romântica retrata o índio de forma idealizada e eufórica. Alencar constrói Ubirajara aos moldes das grandes epopeias da Europa. Em Macunaíma, o anti-herói, deixa o caráter grandiloquente e assume o feitio cômico e contraditório.
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