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Furto mediante fraude e estelionato

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DIFERENCIE FURTO MEDIANTE FRAUDE E FRAUDE NO ESTELIONATO.
O Furto mediante fraude é empregada antes ou durante a subtração, ou seja, antecede a consumação do delito. Nesse sentido, o agente emprega a fraude, sem dúvida, para reduzir a vigilância da vítima sobre o bem a seu subtraído. No furto qualificado mediante fraude o agente emprega meio ardiloso para burlar a vigilância da vítima, desviando sua atenção para que o objeto possa ser subtraído com segurança. 
Temos como exemplo clássico daquele comprador que entra na loja, solicita determinada mercadoria ao vendedor que vai providenciar o pedido, mas a finalidade era burlar sua atenção, pois subtrai outra. O importante é que o agente praticou, ao mesmo tempo, a fraude e a subtração. A pena do crime de furto mediante fraude é maior. O crime de furto qualificado mediante fraude está elencado no art. 155, § 4º, inc. II, do Código Penal. 
É fato que ambos os tipos penais apresentam muitas semelhanças, por essa razão é necessário ficarmos atentos ao caso concreto para que não se cometa nenhuma ilegalidade. 
Contudo no estelionato, o agente emprega a fraude e faz com que a vítima (ou terceiro, em erro, através de uma falsa percepção da realidade, entregue o bem de forma espontânea. A posse é desvigiada e não há subtração, pois a própria vítima entrega o próprio patrimônio ao agente. 
O crime de estelionato mediante fraude está elencado no art. 171, caput, é de ação pena pública incondicionada e não admite a modalidade culposa. Ademais, o art. 171, caput, estabelece que essa vantagem ilícita possa ser para o próprio agente ou para terceiro. Nessa última hipótese, o terceiro só será responsabilizado caso saiba que está recebendo um produto de crime.
Um exemplo de estelionato é a hipótese do agente que vende veículos com gravame judicial, sendo que nem tinha a propriedade, recebendo antecipadamente, o respectivo pagamento.
Nesse sentido, a uma indagação a ser questionada: o crime envolvendo o falso “test drive” de veículos automotores. Trata-se de furto qualificado pela fraude ou de estelionato? Não há dúvida nenhuma, que se refere ao crime de estelionato mediante fraude, uma vez que nesse tipo de crime a vítima voluntariamente entrega o bem. Assim, não há subtração. 
Contudo a jurisprudência consolidou o entendimento de que para fins de pagamento de seguro, ocorre furto qualificado mediante fraude e não estelionato, na conduta do agente que, a pretexto de testar veículo posto à venda, o subtrai.
Em suma, a distinção primordial do furto qualificado mediante fraude e fraude no estelionato consiste na finalidade visada como uso da fraude. Assim, no furto qualificado pela fraude a coisa é subtraída, em discordância expressa ou presumida do detentor, utilizando-se o agente de fraude para retirá-la da esfera de vigilância da vítima. Já no estelionato o sujeito obtém a coisa que lhe é transferida pela vítima por ter sido induzida em erro.

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