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DIREITO PROCESSUAL PENAL cursoagoraeupasso.com.br AGORA EU PASSO! 1 SUMÁRIO PROJETO DE QUESTÕES COMENTADAS .................................................................................... 2 INQUÉRITO POLICIAL ............................................................................................................. 2 PRISÕES .................................................................................................................................... 31 PROVAS ..................................................................................................................................... 45 cursoagoraeupasso.com.br AGORA EU PASSO! 2 PROJETO DE QUESTÕES COMENTADAS INQUÉRITO POLICIAL 1. O inquérito é um procedimento de índole administrativa, de caráter informativo e preparatório da ação penal, podendo ser dispensado pelo representante do Ministério Público. Certo ( ) Errado ( ) Gabarito: Certo. O inquérito policial é o instrumento pelo qual se coletam elementos informadores acerca da prática de um delito. Basicamente, não há espaço para contraditório e ampla defesa, uma vez que o inquérito tem caráter inquisitório e preparatório. Consiste num conjunto de diligências que, presididas pela autoridade policial, colhem elementos de informação suficientes a fomentar uma ação penal pela prática de um delito/infração penal, a qual será intentada pelo Ministério Público, que é o titular da ação penal. Por ser instrumento tão importante na persecução criminal, o inquérito policial necessita de algumas características e requisitos para ter seguimento. Assim, costuma-se dizer que é procedimento escrito, dispensável, sigiloso, inquisitório, oficioso e indisponível. Por ser peça meramente informativa, que visa apurar os fatos, o inquérito policial pode ser dispensado pelo Ministério Público se houverem fundados indícios de autoria e provas da materialidade. 2. A respeito do Inquérito Policial, tendo em conta o Código de Processo Penal, é correto afirmar que por se tratar de peça meramente informativa, inexistindo contraditório, o investigado e o ofendido não poderão solicitar a realização de diligências. Certo ( ) Errado ( ) Gabarito: Errado. o inquérito policial é um procedimento administrativo preliminar, de caráter inquisitivo, presidido pela autoridade policial, com a finalidade de reunir elementos informativos para subsidiar futura ação penal. Sendo uma peça informativa, não há contraditório nem ampla defesa. Entretanto, o erro da questão encontra-se na parte que o examinador afirma que nem ofendido nem seu representante legal poderão requerer diligências. De acordo com o art. 14 do CPP: Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão requerer qualquer diligência, que será realizada, ou não, a juízo da autoridade. 3. CEBRASPE (CESPE) - Agente de Polícia Federal/2018 Depois de adquirir um revólver calibre 38, que sabia ser produto de crime, José passou a portá-lo municiado, sem autorização e em desacordo com determinação legal. O comportamento suspeito de José levou-o a ser abordado em operação policial de rotina. Sem a autorização de porte de arma de fogo, José foi conduzido à delegacia, onde foi instaurado inquérito policial. Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o item seguinte. cursoagoraeupasso.com.br AGORA EU PASSO! 3 O inquérito instaurado contra José é procedimento de natureza administrativa, cuja finalidade é obter informações a respeito da autoria e da materialidade do delito. Certo ( ) Errado ( ) Gabarito: Certo. O IP é um procedimento e não um processo. Por ser um procedimento administrativo (instaurado no âmbito da polícia judiciária) o IP não tem a capacidade de julgar ninguém, servindo apenas para apurar a materialidade e autoria (justa causa). Sendo inquisitivo, NÃO há que se falar em contraditório e ampla defesa no curso do IP (STJ, HC nº259.930/ RJ, rel. Min. Sebastião Reis Junior, j. 14.05.13), garantia reservada somente aos processos judiciais ou administrativos a acusados e litigantes e geral (art. 5º, LX, CF). Logo, no IP não existe partes no sentido processual, apenas a figura do investigado ou indiciado. 4. CESPE - Delegado de Polícia – PCTO A respeito das normas constitucionais no âmbito da segurança pública, julgue os itens que se seguem. As polícias civis estão incumbidas da função de polícia ostensiva e da preservação da ordem pública, além da função de polícia judiciária e da apuração de infrações penais Certo ( ) Errado ( ) Gabarito: Errado. As polícias civis estão incumbidas, ressalvada a competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, nos termos do artigo 144, §4º. Artigo 144, §4º: Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem, ressalvada a competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as militares. O policiamento ostensivo cabe, em regra, à polícia militar, PRF, contudo, a PF em suas atividades em fronteiras também atua ostensivamente. Vale lembrar o que o STF, em 2017 (RG-ARE nº 654.432/GO) entendeu que o exercício do direito de greve, sob qualquer forma ou modalidade é vedado aos policiais e civis e a todos os servidores públicos que atuem diretamente na área de segurança pública. Incluem-se na proibição de fazer greve, portanto, a polícia civil, federal, rodoviária federal, ferroviária federal, polícia penal (estadual ou federal), e a militar. 5. O inquérito policial tem natureza administrativa. São, dentre outras, características: ser escrito, sigiloso e inquisitivo, já que nele não há o contraditório. Certo ( ) Errado ( ) Gabarito: Certo. O inquérito policial é o instrumento administrativo pelo qual se coletam elementos informadores acerca da prática de um delito. Em sua produção, não há espaço para contraditório e ampla defesa, uma vez que o inquérito tem caráter inquisitório e preparatório. Por ser instrumento tão importante na persecução criminal, o inquérito policial prescinde de algumas características e requisitos para ter seguimento. Assim, cursoagoraeupasso.com.br AGORA EU PASSO! 4 costuma-se dizer que é procedimento escrito, dispensável, sigiloso, inquisitório, oficioso e indisponível. 6. Em virtude do sistema inquisitivo que orienta o inquérito policial e do poder discricionário da autoridade policial, do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito policial não caberá recurso. Certo ( ) Errado ( ) Gabarito: Errado. Realmente o sistema inquisitivo e a discricionariedade orientam o IP, no entanto, nada impede que o ofendido ou seu representante legal, diante do indeferimento, promova recurso ao chefe de polícia, conforme prevê o §2° do art. 5º, CPP: § 2º Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito caberá recurso para o chefe de Polícia. Uma outra vertente da característica da discricionariedade é que o procedimento administrativo do inquérito policial não impõe ao delegado um rito a ser seguido. As possíveis diligências que poderão ser realizadas estão previstas nos artigos 6º e 7º do CPP. É importante frisar que o art. 6º do CPP é apenas um rol exemplificativo. Entretanto essa discricionariedade do delegado não é absoluta. Por exemplo, o artigo 158 do CPP determina que, quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado. Ou seja, a discricionariedade se depara com algumas ressalvas legais. 7. CEBRASPE (CESPE) - Sold (PM AL)/PM AL/Combatente/2018 Acerca de inquérito policial, julgue o item que se segue. Uma das características do inquérito policial é a publicidade, razão pela qual é vedada a instauração de inquérito sigiloso. Certo( ) Errado ( ) Gabarito: Errado. Não obstante exista previsão constitucional garantidora da publicidade dos atos processuais, a regra não tem caráter absoluto, uma vez que precisa proteger o interesse preponderante ao público, respeitando cada caso, priorizando o bom andamento das investigações. Assim, não há que se falar em publicidade do inquérito, uma vez que a investigação policial muitas vezes se utiliza do elemento surpresa para colher provas e informações. O sigilo do inquérito será resguardado pela autoridade policial, conforme art. 20 do Código de Processo Penal: Art. 20. A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade. cursoagoraeupasso.com.br AGORA EU PASSO! 5 8. Quanto ao Inquérito policial e notitia criminis, julgue o item. A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade. E nos atestados de antecedentes que lhe forem solicitados, a autoridade policial não poderá mencionar quaisquer anotações referentes a instauração de inquérito contra os requerentes. Certo ( ) Errado ( ) Gabarito: Certo. O inquérito precisa ser sigiloso, uma vez que ao apurar os fatos não pode nem deve expor o suspeito, a fim de manter o bom andamento da investigação e não incriminá-lo antes do fim da persecução criminal. Do mesmo modo, o sigilo serve para preservar a investigação, pois se o autor do delito souber de cada passo dado em direção a elucidação do crime, pode agir para ocultar provas ou mesmo incriminar um terceiro. O parágrafo único do artigo 20 estabelece que: Sobre o sigilo, diz o art. 20 do Código de Processo Penal: Art. 20. A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade. Parágrafo único. Nos atestados de antecedentes que lhe forem solicitados, a autoridade policial não poderá mencionar quaisquer anotações referentes a instauração de inquérito contra os requerentes. 9. FUNDATEC - Ag Leg (ALERS)/ALERS/2018 O Código de Processo Penal (CPP) brasileiro, no seu art. 20, caput, define que a autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade. Porém, esse sigilo não é absoluto, pois o juiz, o promotor de justiça e a autoridade policial poderão ter acesso integral. Ainda o advogado tem acesso aos atos já documentados nos autos. Qual o limite de acesso do advogado no inquérito? a) Amplo e irrestrito. b) Apenas às informações já introduzidas nos autos. c) Se limita às diligências em andamento. d) Está previsto no máximo até 48 horas após a Procuração. e) Amplo, decorre de concessão do contraditório penal. Gabarito: Letra (B) A) Amplo e irrestrito. Errada. De acordo com o enunciado, o acesso não é amplo e irrestrito: deve estar restrito ao direito de defesa do investigado, bem como dizer respeito a diligências já realizadas, não abrangendo as ainda em andamento - como a interceptação telefônica ainda não encerrada, por exemplo. B) Conforme o a Súmula Vinculante 14 do STF:”É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência” C) Se limita às diligências em andamento. Errada. As diligências em andamento não são abrangidas pelo direito de acesso ao inquérito, sob pena de se verem frustradas as atividades policiais. D) Está previsto no máximo até 48 horas após a Procuração. Errada. Não há previsão legal nesse sentido. O acesso aos autos pode se dar, em princípio, a qualquer tempo. cursoagoraeupasso.com.br AGORA EU PASSO! 6 E) Amplo, decorre de concessão do contraditório penal. Errada. Não é decorrência de procedimento contraditório - até porque o inquérito, em si mesmo, é inquisitivo e dispensa o cumprimento do contraditório. 10. CEBRASPE - (TJ AM) 2019 A respeito de ação penal e do disposto na Lei de Juizados Especiais Cíveis e Criminais (Lei n.º 9.099/1995), julgue o item seguinte. O inquérito policial é dispensável para a promoção da ação penal desde que a denúncia esteja minimamente consubstanciada nos elementos exigidos em lei. Certo ( ) Errado ( ) Gabarito: Certo. O inquérito policial é o instrumento administrativo que consiste num conjunto de diligências presididas pela autoridade policial, as quais colhem elementos de informação suficientes a fomentar uma ação penal pela prática de um delito/infração penal, que será intentada pelo Ministério Público, que é o titular da ação penal. Poderá ser dispensado se com a representação forem apresentados elementos suficientes a fomentar a denúncia. Diz o art. 39, §5º do Código de Processo Penal: §5º O órgão do Ministério Público dispensará o inquérito, se com a representação forem oferecidos elementos que o habilitem a promover a ação penal, e, neste caso, oferecerá a denúncia no prazo de quinze dias. O mesmo serve para as ações de competência do Juizado Especial, como bem demonstra o art. 77, §1º da Lei 9.099: § 1º Para o oferecimento da denúncia, que será elaborada com base no termo de ocorrência referido no art. 69 desta Lei, com dispensa do inquérito policial, prescindir-se-á do exame do corpo de delito quando a materialidade do crime estiver aferida por boletim médico ou prova equivalente. 11. FUNCAB - MPE-RO - Analista - Processual A respeito das comissões parlamentares de inquérito, a Constituição Federal dispõe que: a) terão poderes de investigação próprios das autoridades judiciais. b) visam a apurar fato determinado e são instituídas para vigorar por prazo indeterminado, a critério de seu presidente. c) dependem de iniciativa popular para sua criação, ou requerimento da maioria simples dos parlamentares. d) não podem quebrar o sigilo fiscal do investigado sem prévia autorização judicial e) sua instalação depende do requerimento de dois terços dos parlamentares membros da respectiva casa, ou das duas, em caso de CPI mista. Gabarito: Letra A a) Correto. De acordo com o art. 58, § 3º - As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação próprios das autoridades... b) visam a apurar fato determinado e são instituídas para vigorar por prazo indeterminado, a critério de seu presidente. Errado. As CPIs são instituídas para vigorar por prazo determinado. c) dependem de iniciativa popular para sua criação, ou requerimento da maioria simples dos parlamentares. Errado. Serão criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal cursoagoraeupasso.com.br AGORA EU PASSO! 7 d) não podem quebrar o sigilo fiscal do investigado sem prévia autorização judicial Errado. Pode ser determinada a quebra dos sigilos fiscal, bancário e telefônico do investigado pelas CPIs. e) sua instalação depende do requerimento de dois terços dos parlamentares membros da respectiva casa, ou das duas, em caso de CPI mista. Errado. Serão criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante requerimento de um terço de seus membros. 12. CESPE - MPE-PI - Analista Ministerial - Área Processual Embora a comissão parlamentar de inquérito seja instituída por prazo certo, a prorrogação é admitida, se não se ultrapassar a legislatura em que foi instalada. Certo ( ) Errado ( ) Gabarito: Certo. Uma CPI pode ser prorrogada indefinidas vezes, desde que não ultrapasse o prazo da legislatura em que a Comissão foi criada. A Comissão Parlamentar de Inquérito deve apurar fato determinado. C.F., art. 58, § 3º. Todavia, não está impedida de investigar fatos que se ligam, intimamente, com o fato principal. II. Prazo certo: o Supremo Tribunal Federal, julgando o HC nº 71.193-SP, decidiu que a locução “prazo certo”, inscrita no § 3º do artigo 58 da Constituição, não impede prorrogações sucessivasdentro da legislatura, nos termos da Lei 1.579/52" (Supremo Tribunal Federal, in HC 71231/RJ, Relator Ministro Carlos Velloso). 13. CEBRASPE (CESPE) - OTI (ABIN)/ABIN/Área 2/2018 A respeito do inquérito policial, julgue o item seguinte. Todos os procedimentos investigatórios criminais instaurados pelo Ministério Público para apurar crimes contra a administração pública têm de ser realizados em sigilo. Certo ( ) Errado ( ) Gabarito: Errado. Cuidado, o IP é sigiloso sim. Mas as investigações realizadas pelo MP, em regra, são públicas. Apenas por decisão fundamentada, quando a elucidação do fato ou interesse público exigir, o presidente do procedimento investigatório criminal poderá decretar o sigilo das investigações. RESOLUÇÃO CNMP Nº 181, DE 7 DE AGOSTO DE 2017 "Art. 15. Os atos e peças do procedimento investigatório criminal são públicos, nos termos desta Resolução, salvo disposição legal em contrário ou por razões de interesse público ou conveniência da investigação Art. 16. O presidente do procedimento investigatório criminal poderá decretar o sigilo das investigações, no todo ou em parte, por decisão fundamentada, quando a elucidação do fato ou interesse público exigir, garantido o acesso aos autos ao investigado e ao seu defensor, desde que munido de procuração ou de meios que comprovem atuar na defesa do investigado, cabendo a ambos preservar o sigilo sob cursoagoraeupasso.com.br AGORA EU PASSO! 8 pena de responsabilização. (Redação dada pela Resolução n° 183, de 24 de janeiro de 2018) 14. A Participação de membro do Ministério Público na fase investigatória criminal acarreta o seu impedimento ou suspeição para o oferecimento da denúncia. Certo ( ) Errado ( ) Gabarito: Errado. De acordo com a Súmula nº234 do STJ, mesmo que o MP realize a investigação, não estará impedido de oferecer denúncia. Súmula 234 – A participação de membro do Ministério Público na fase investigatória criminal não acarreta o seu impedimento ou suspeição para o oferecimento da denúncia. Jurisprudência importante do STJ: "PROCESSUAL PENAL. CRIME PRATICADO CONTRA SERVIDOR PÚBLICO. LEGITIMAÇÃO CONCORRENTE. MINISTÉRIO PÚBLICO E OFENDIDO. OFERECIMENTO DE REPRESENTAÇÃO. PEDIDO DE ARQUIVAMENTO. AÇÃO PRIVADA SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA. AUSÊNCIA DE INÉRCIA DO PARQUET. Se o Ministério Público requer o arquivamento de representação, o servidor público representante não pode formular queixa para instauração de ação privada subsidiária. É que em tal circunstância o MP não foi omisso" (AgRg na APn 302 DF, Relator Ministro Humberto Gomes de Barros, Corte Especial, 23/11/2006). 15. O inquérito policial é tradicionalmente conceituado como procedimento administrativo prévio que visa à apuração de uma infração penal e sua autoria, a fim de que o titular da ação penal possa ingressar em juízo. Sobre suas principais características, é correto afirmar que a prova da materialidade e indícios de autoria são necessários para propositura de ação penal, logo uma das características do inquérito é sua indispensabilidade. Gabarito: errado. Por ser peça meramente informativa, que visa apurar os fatos, o inquérito policial pode ser dispensado se houverem fundados indícios de autoria e provas da materialidade. 16. O inquérito policial é tradicionalmente conceituado como procedimento administrativo prévio que visa à apuração de uma infração penal e sua autoria, a fim de que o titular da ação penal possa ingressar em juízo. Sobre suas principais características, é correto afirmar que o inquérito policial é instrumento sigiloso, logo não poderá ser acessado em momento algum pelo advogado do indiciado. Gabarito: errado. É um procedimento sigiloso. Porém, de acordo com a Súmula Vinculante nº 14 do STF, o advogado ou defensor terá acesso: “É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.” cursoagoraeupasso.com.br AGORA EU PASSO! 9 17. O inquérito policial é tradicionalmente conceituado como procedimento administrativo prévio que visa à apuração de uma infração penal e sua autoria, a fim de que o titular da ação penal possa ingressar em juízo. Sobre suas principais características, é correto afirmar que o contraditório pleno e a ampla defesa são indispensáveis no inquérito policial INCORRETA. É procedimento meramente investigatório, de modo que ainda não há acusados, mas sim indiciado. Desta forma, não há abertura para contraditório e ampla defesa. É o que nos explica Renato Brasileiro de Lima: “Prevalece na doutrina e na jurisprudência o entendimento de que o inquérito policial é um procedimento inquisitorial, significando que a ele não se aplicam o contraditório e a ampla defesa. Isso porque se trata de mero procedimento de natureza administrativa, e não de processo judicial ou administrativo, já que dele não resulta a imposição de nenhuma sanção. Tal característica está diretamente relacionada à busca da eficácia das diligências investigatórias levadas a efeito no curso do inquérito policial. Deveras, fossem os atos investigatórios precedidos de prévia comunicação à parte contrária, seria inviável a localização de fontes de prova acerca do delito, em verdadeiro obstáculo à boa atuação do aparato policial. Funciona o elemento da surpresa, portanto, como importante traço peculiar do inquérito policial.” 18. O inquérito policial é tradicionalmente conceituado como procedimento administrativo prévio que visa à apuração de uma infração penal e sua autoria, a fim de que o titular da ação penal possa ingressar em juízo. Sobre suas principais características, é correto afirmar que o inquérito policial é um procedimento significativamente marcado pela oralidade Gabarito: errado. É procedimento escrito e os atos que não o forem necessitarão de transcrição, conforme determina o art. 9º do CPP: Art. 9º Todas as peças do inquérito policial serão, num só processado, reduzidas a escrito ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade. 19. O inquérito policial é tradicionalmente conceituado como procedimento administrativo prévio que visa à apuração de uma infração penal e sua autoria, a fim de que o titular da ação penal possa ingressar em juízo. Sobre suas principais características, é correto afirmar que o inquérito pode ser considerado indisponível para a autoridade policial, já que, uma vez instaurado, não poderá ser por ela diretamente arquivado. Gabarito: CORRETO. A indisponibilidade em relação a autoridade policial, o art. 17 do CPP dispõe: Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito. 20. FUNDATEC - Ana Tec ((DPE SC) - DPE SC/2018 De acordo com a Constituição Federal de 1988 e com o Código de Processo Penal, assinale a alternativa correta. a) Nos termos do Artigo nº 144 da Constituição Federal de 1988, é às Polícias Militares que incumbe a investigação e a apuração das infrações penais. cursoagoraeupasso.com.br AGORA EU PASSO! 10 b) O inquérito é um procedimento de índole administrativa, de caráter informativo e preparatório da ação penal, podendo ser dispensado pelo representante do Ministério Público. c) Não há que se falar na possibilidade de quaisquer outros inquéritos que não seja aquele previsto no Código de Processo Penal, que é o policial. d) A oficiosidade diz respeito ao fato de que a autoridade que preside o inquérito policial integra um órgão oficial do Estado. e) A oficialidade, no entanto, diz respeito ao fato de que, nos crimes de ação penal pública incondicionada, a autoridade policial deve atuar de ofício. Gabarito: Letra (B) a) Nos termos do Artigo nº 144 da Constituição Federal de 1988, é às Polícias Militares que incumbe a investigaçãoe a apuração das infrações penais. INCORRETA. Não é o que diz o §3º do art. 144 mencionado. Vejamos: § 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem, ressalvada a competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as militares. b) CORRETO. Conforme já vimos até agora, o IP é um procedimento administrativo com finalidade informativa e dispensável. c) Não há que se falar na possibilidade de quaisquer outros inquéritos que não seja aquele previsto no Código de Processo Penal, que é o policial. INCORRETA. Existem ainda o inquérito policial militar, previsto no Código de Processo Penal Militar, e o inquérito civil, que é de natureza administrativa e visa colher elementos hábeis ao ingresso de Ação Civil Pública. d) A oficiosidade diz respeito ao fato de que a autoridade que preside o inquérito policial integra um órgão oficial do Estado. INCORRETA. Oficiosidade trata da possibilidade de os órgãos responsáveis pela investigação criminal agirem de ofício, independendo de requisição do ofendido ou de terceiros. e) A oficialidade, no entanto, diz respeito ao fato de que, nos crimes de ação penal pública incondicionada, a autoridade policial deve atuar de ofício. INCORRETA. A legitimidade da persecução penal é dos órgãos do Estado. Perceba que o examinador troca os conceitos para confundir. Fique atento! 21. Deputado federal, que antes da diplomação cometer crime comum, será julgado pelo supremo tribunal federal. Gabarito: Errado Só será julgado pelo STF o deputado que cometer crime comum após a diplomação, desde que o crime tenha relação com o cargo. O foro por prerrogativa de função aplica-se apenas aos crimes cometidos durante o exercício do cargo e relacionados às funções desempenhadas. O entendimento que restringe o foro por prerrogativa de função vale para outros casos de foro por prerrogativa de função. Foi o que decidiu o próprio STF no julgamento do Inq 4703 QO/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 12/06/2018 no qual afirmou que o entendimento vale também para Ministros de Estado. O STJ também decidiu que a restrição do foro deve alcançar Governadores e Conselheiros dos Tribunais de Contas estaduais. cursoagoraeupasso.com.br AGORA EU PASSO! 11 O art. 105, I, “a”, da CF/88 prevê que compete ao STJ julgar os crimes praticados por Governadores de Estado e por Conselheiros dos Tribunais de Contas dos Estados: Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: I - processar e julgar, originariamente: a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal, e, nestes e nos de responsabilidade, os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, os membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, os dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios e os do Ministério Público da União que oficiem perante tribunais; A Corte Especial do STJ, seguindo o mesmo raciocínio do STF, limitou a amplitude do art. 105, I, “a”, da CF/88 e decidiu que: O foro por prerrogativa de função no caso de Governadores e Conselheiros de Tribunais de Contas dos Estados deve ficar restrito aos fatos ocorridos durante o exercício do cargo e em razão deste. Assim, o STJ é competente para julgar os crimes praticados pelos Governadores e pelos Conselheiros de Tribunais de Contas somente se estes delitos tiverem sido praticados durante o exercício do cargo e em razão deste. STJ. Corte Especial. APn 857/DF, Rel. para acórdão Min. João Otávio de Noronha, julgado em 20/06/2018. STJ. Corte Especial. APn 866/DF, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 20/06/2018. 22. Legalle - Estag (MPE GO)/MPE GO/2017 O inquérito policial é previsto e estabelecido no Código de Processo Penal. Qual das alternativas não apresenta uma informação correta? a) Todas as peças do inquérito policial serão, num só processado, reduzidas a escrito ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade. b) O inquérito policial acompanhará a denúncia ou queixa, sempre que servir de base a uma ou outra. c) Se o indiciado for menor, ser-lhe-á nomeado curador pela autoridade policial. d) Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base para a denúncia, a autoridade policial não poderá proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia. e) A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito. Gabarito: letra (D) a) Todas as peças do inquérito policial serão, num só processado, reduzidas a escrito ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade. CORRETA. Conforme art. 9º do CPP: Art. 9° Todas as peças do inquérito policial serão, num só processado, reduzidas a escrito ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade. b) O inquérito policial acompanhará a denúncia ou queixa, sempre que servir de base a uma ou outra. CORRETA. Nos termos do art. 12: Art. 12. O inquérito policial acompanhará a denúncia ou queixa, sempre que servir de base a uma ou outra. cursoagoraeupasso.com.br AGORA EU PASSO! 12 c) Se o indiciado for menor, ser-lhe-á nomeado curador pela autoridade policial. CORRETA. É o que determina o art. 15: Art. 15. Se o indiciado for menor, ser-lhe-á nomeado curador pela autoridade policial. d) INCORRETA. A questão pede a alternativa errada. Assim, a alternativa (D) está em desacordo acordo com o art. 18 do CPP. Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base para a denúncia, a autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia. e) A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito. CORRETA. É o que diz o art. 17: Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito. 23. INCAB (ex-FUNCAB) - Sold (PM SC)/PM SC/2019 O artigo 14 do Código de Processo Penal dispõe que “o ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão requerer qualquer diligência, que será realizada, ou não, a juízo da autoridade”. Considerando o teor do referido dispositivo legal, está correta a seguinte afirmação: a) Autoridade Policial não pode ouvir, no curso da investigação policial, as testemunhas indicadas pelo ofendido. b) Os depoimentos colhidos durante a investigação policial apenas deverão ser considerados pelo Ministério Público se favoráveis ao oferecimento da denúncia. c) Não cabe à Autoridade Policial examinar a necessidade das oitivas das testemunhas indicadas pelo ofendido durante a investigação policial, sendo obrigatórias as suas oitivas. d) No curso da investigação policial, a vítima pode determinar que a Autoridade Policial proceda às oitivas das testemunhas que lhe sejam indicadas. e) O mencionado dispositivo legal confere à Autoridade Policial a discricionariedade necessária para verificar se as diligências requeridas pelo ofendido ou pelo indiciado prejudicarão o curso das investigações, permitindo, assim, o seu indeferimento. Gabarito: LETRA (E) A autoridade policial tem a discricionariedade, podendo aceitar ou não o pedido de diligências feitas pelo ofendido ou seu representante legal. Vamos analisar o que está errado nas demais alternativas: a) A Autoridade Policial não pode ouvir, no curso da investigação policial, as testemunhas indicadas pelo ofendido. Errado. Pode ouvir sim, mas não significa que irá atender. b) Os depoimentos colhidos durante a investigação policial apenas deverão ser considerados pelo Ministério Público se favoráveis ao oferecimento da denúncia. Errado. Os depoimentos podem ser colhidos durante toda a fase da persecução penal. c) Não cabe à Autoridade Policial examinar a necessidade das oitivas das testemunhas indicadas pelo ofendido durante a investigaçãopolicial, sendo obrigatórias as suas oitivas. Errado. Cabe ao Delegado examinar o pedido do ofendido para diligências, mas não significa que irá atender. d) No curso da investigação policial, a vítima pode determinar que a Autoridade Policial proceda às oitivas das testemunhas que lhe sejam indicadas. cursoagoraeupasso.com.br AGORA EU PASSO! 13 Errado. Determinar soa como imperatividade do ofendido em relação ao pedido, sendo que não é obrigatório o delegado aceitar. 24. FUNRIO - Cad (PM GO)/PM GO/2017 Assinale a alternativa CORRETA, tomando-se por base o inquérito policial. a) O inquérito policial é um procedimento administrativo, inquisitivo e sigiloso, motivo pelo qual o advogado só pode ter acesso aos autos do inquérito por mera discricionariedade da autoridade policial. b) Nos crimes de ação penal de iniciativa pública condicionada à representação, o inquérito policial pode ser instaurado de ofício, independente de qualquer outra manifestação de vontade. c) Estando o indiciado preso, como regra, deve ser mantido incomunicável para atender aos interesses e à conveniência da própria investigação. d) Ao perceber que, após diversas diligências investigativas, a finalidade do inquérito não será atingida, pode a autoridade policial, de ofício, determinar a cessação dessas investigações, mediante decisão motivada. e) Em se tratando de infração de menor potencial ofensivo, a autoridade policial que tomar conhecimento do fato não deve instaurar inquérito, mas, sim, lavrar termo circunstanciado e, após a oitiva dos envolvidos, encaminhar os autos imediatamente aos Juizados Especiais, na forma do que dispõe o art. 69, da Lei Nº 9.099/95. Gabarito: Letra (E) A letra (E) está de acordo com o art. 69 da Lei 9099/1995, vejamos: Art. 69. A autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência lavrará termo circunstanciado e o encaminhará imediatamente ao Juizado, com o autor do fato e a vítima, providenciando-se as requisições dos exames periciais necessários. a) O inquérito policial é um procedimento administrativo, inquisitivo e sigiloso, motivo pelo qual o advogado só pode ter acesso aos autos do inquérito por mera discricionariedade da autoridade policial. Errado. Segundo a Súmula Vinculante 14 do STF: "É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa". b) Nos crimes de ação penal de iniciativa pública condicionada à representação, o inquérito policial pode ser instaurado de ofício, independente de qualquer outra manifestação de vontade. Errada. Conforme o § 4º do artigo 5º do CPP: "O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, não poderá sem ela ser iniciado". c) Estando o indiciado preso, como regra, deve ser mantido incomunicável para atender aos interesses e à conveniência da própria investigação. Errada. Visto que na ordem constitucional atual não se admite a incomunicabilidade do preso. d) Ao perceber que, após diversas diligências investigativas, a finalidade do inquérito não será atingida, pode a autoridade policial, de ofício, determinar a cessação dessas investigações, mediante decisão motivada. Errada. Segundo o artigo 17 do CPP: "A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito". cursoagoraeupasso.com.br AGORA EU PASSO! 14 25. Com. Exam. – PJ - MPE SC/2019 A notitia criminis de cognição imediata ocorre quando a autoridade policial toma conhecimento do fato delituoso através da apresentação do indivíduo preso em flagrante-delito, enquanto a denúncia anônima é considerada notitia criminis inqualificada. Certo ( ) Errado ( ) Gabarito: Errado. De acordo com Nucci Notitia Criminis: conhecimento dos fatos pela autoridade policial. Pode ser: I - cognição direta ou imediata - conhecimento dos fatos DIRETAMENTE pela autoridade policial, através de suas atividades rotineiras. Nas palavras de Nucci: "essa espécie de notícia do crime ocorre quando "o próprio delegado, investigando, por qualquer meio, descobre o acontecimento". II - cognição indireta ou mediata - quando a vítima (delatio criminis) provoca a atuação da autoridade policial, comunicando-lhe a ocorrência, bem como quando o promotor ou o juiz requisitam a atuação da autoridade. III - cognição coercitiva - ocorre quando a autoridade policial toma conhecimento do fato delituoso mediante a apresentação do indivíduo preso em flagrante. IV - notitia criminis inqualíficada -> quando a autoridade policia toma conhecimento dos fatos por meio da vulgarmente conhecida denúncia anônima ou então delação apócrifa ou, ainda, notitia criminis inqualificada. Nessa esteira, e de acordo com o STF: A denúncia anônima, sozinha, não serve para embasar a abertura de inquérito, mas tem força suficiente para justificar diligências preliminares com o objetivo de apurar a veracidade das informações obtidas anonimamente. Feito esse processo, é possível instaurar uma investigação. 26. CEBRASPE (CESPE) - TJ STJ/STJ/Administrativa/2018 A respeito dos procedimentos de investigação, julgue o item que se segue. Notitia criminis é o meio pelo qual a vítima de delito ou o seu representante legal manifesta sua vontade a respeito da instauração do inquérito policial e do posterior oferecimento de denúncia, nas hipóteses de ação penal pública condicionada. Certo ( ) Errado ( ) Gabarito: Errado. Notitia Criminis: É quando a autoridade policial toma conhecimento de fato criminoso, por qualquer meio. Delatio Criminis Postulatória é o meio pelo qual a vítima de delito ou o seu representante legal manifesta sua vontade a respeito da instauração do inquérito policial e do posterior oferecimento de denúncia, nas hipóteses de ação penal pública condicionada. 27. FUNDATEC – Delegado de Polícia PC RS/2018 Ronaldo é morador de um bairro violento na cidade de Rondinha, dominado pela disputa pelo tráfico de drogas. Dirigiu-se até a Delegacia de Polícia para oferecer detalhes como o nome, endereço e telefone do maior traficante do local. Foram anotadas todas as cursoagoraeupasso.com.br AGORA EU PASSO! 15 informações e, ao final, Ronaldo preferiu não revelar a sua identidade por receio de retaliações. Diante disso, é correto afirmar que: a) A Constituição Federal prestigia a liberdade de expressão e veda o anonimato, razão pela qual o delegado de polícia deve requerer à autoridade judiciária o arquivamento das informações prestadas, mediante prévia manifestação do Ministério Público. b) Trata-se de notitia criminis inqualificada, que torna obrigatória a imediata instauração de inquérito policial e a representação por medidas cautelares necessárias à obtenção da materialidade do delito imputado. c) Segundo o entendimento mais recente do Supremo Tribunal Federal, as notícias anônimas, por si só, não autorizam o emprego de métodos invasivos de investigação, constituindo fonte de informação e de provas. d) Poderá o delegado de polícia representar pela interceptação telefônica, havendo indícios razoáveis da autoria ou participação fornecidos pela notícia anônima. e) Segundo o entendimento mais recente do Supremo Tribunal Federal, as notícias anônimas autorizam o deferimento de medida cautelar de busca e apreensão, mas não permitem, de imediato, a autorização de interceptação telefônica, dado o caráter subsidiário desse meio de obtenção de prova. Gabarito: letra (C) As notícias anônimas não autorizam, por si sós, a propositura de ação penal ou mesmo, na fase de investigação preliminar o emprego de métodos invasivos de investigação. Vamos analisar as demais alternativas:a) A Constituição Federal prestigia a liberdade de expressão e veda o anonimato, razão pela qual o delegado de polícia deve requerer à autoridade judiciária o arquivamento das informações prestadas, mediante prévia manifestação do Ministério Público. Errado. A vedação ao anonimato não expurga a notitia criminis inqualificada do ordenamento jurídico brasileiro. Referida notitia, entretanto, deve ser levada em consideração com parcimônia. Doutrina e jurisprudência entendem ser impossível a instauração de procedimento criminal que se baseie única e exclusivamente em “denúncia anônima”. Nesses casos, tem-se recomendado às autoridades policiais, tão logo tenham conhecimento, que procedam à realização de investigação preliminar com vistas a constatar a plausibilidade da referida notitia criminis. b) Trata-se de notitia criminis inqualificada, que torna obrigatória a imediata instauração de inquérito policial e a representação por medidas cautelares necessárias à obtenção da materialidade do delito imputado. Errado. comentário da alternativa A resolve a questão. c) Segundo o entendimento mais recente do Supremo Tribunal Federal, as notícias anônimas, por si só, não autorizam o emprego de métodos invasivos de investigação, constituindo fonte de informação e de provas. CORRETA. A afirmação corresponde ao entendimento da Corte Suprema assentado no informativo 819 do STF. Ademais, cabe registrar que, conforme informativo 855 do mesmo Tribunal, a realização de diligências diversas para a apuração da delatio criminis, para além da notitia criminis inqualificada inicial, possibilita a decretação de interceptação telefônica, acaso presentes os demais pressupostos da medida. cursoagoraeupasso.com.br AGORA EU PASSO! 16 d) Poderá o delegado de polícia representar pela interceptação telefônica, havendo indícios razoáveis da autoria ou participação fornecidos pela notícia anônima. Errada. De acordo com o informativo 819 do STF não. e) Segundo o entendimento mais recente do Supremo Tribunal Federal, as notícias anônimas autorizam o deferimento de medida cautelar de busca e apreensão, mas não permitem, de imediato, a autorização de interceptação telefônica, dado o caráter subsidiário desse meio de obtenção de prova. Errado. A “denúncia anônima”, por si só, não possibilita a adoção de métodos invasivos de investigação, conforme alternativa C. 28. IADES - Sold (PM DF)/PM DF/Combatente/2018 No que se refere à notitia criminis e à delatio criminis no inquérito policial em crimes de ação penal pública incondicionada, assinale a alternativa correta. a) Notitia criminis indireta é verificada quando o próprio delegado investiga, por qualquer meio, e descobre um fato-crime, devendo apurá-lo. b) Delatio criminis inquisitorial intercorre quando o próprio juiz procede à investigação. c) Notitia criminis direta acontece quando a vítima provoca a atuação do delegado, bem como quando o promotor ou juiz requisitam tal atuação. d) Delatio criminis ocorre quando qualquer pessoa do povo comunica à autoridade policial, ou membro do Ministério Público, ou juiz, acerca da ocorrência da infração penal. e) Delatio criminis indireta cumpre-se quando a autoridade policial investiga, por qualquer meio, e descobre um fato-crime, devendo apurá-lo. Gabarito: Letra (D) DELATIO CRIMINIS é a comunicação feita à autoridade policial ao MP ou ao próprio juiz. Ela pode ser: Simples: por qualquer do povo. Postulatória: feita pelo ofendido. (APC, APP). Inqualificada: denuncia anônima. (verificara a procedência da denuncia antes de instaurar IP). OBS: a denuncia anônima só pode ensejar a instauração do IP quando se constituir como o próprio corpo de delito (ex. carta na qual há materialização do crime de ameaça) Vamos analisar as demais alternativas: a) Notitia criminis indireta é verificada quando o próprio delegado investiga, por qualquer meio, e descobre um fato-crime, devendo apurá-lo. Errado. Seria a notitia criminis DIRETA. b) Delatio criminis inquisitorial intercorre quando o próprio juiz procede à investigação. Errado. Notícia criminis de cognição mediata ocorre quando há requisição do MP, Juiz ou requerimento da vítima para a abertura do IP, momento em que, ao investigar, a autoridade policial toma conhecimento do fato. c) Notitia criminis direta acontece quando a vítima provoca a atuação do delegado, bem como quando o promotor ou juiz requisitam tal atuação. Errado. O correto é notícia criminis de cognição mediata/indireta. e) Delatio criminis indireta cumpre-se quando a autoridade policial investiga, por qualquer meio, e descobre um fato-crime, devendo apurá-lo. Errado. O correto é notícia criminis de cognição imediata/direta. cursoagoraeupasso.com.br AGORA EU PASSO! 17 29. CEBRASPE (CESPE) - Papiloscopista Policial Federal/2018 Na tentativa de entrar em território brasileiro com drogas ilícitas a bordo de um veículo, um traficante disparou um tiro contra agente policial federal que estava em missão em unidade fronteiriça. Após troca de tiros, outros agentes prenderam o traficante em flagrante, conduziram-no à autoridade policial local e levaram o colega ferido ao hospital da região. Nessa situação hipotética, Ao tomar conhecimento do homicídio, cuja ação penal é pública incondicionada, a autoridade policial terá de instaurar o inquérito de ofício, o qual terá como peça inaugural uma portaria que conterá o objeto de investigação, as circunstâncias conhecidas e as diligências iniciais que serão cumpridas. Gabarito: Certo Para esclarecer melhor, portaria é quando o delegado, de ofício, instaura o procedimento. Existem questões que são feitas para confundir você. Nessa questão, por exemplo, a banca buscou confundir o candidato. A situação a hipotética trouxe prisão em flagrante por tráfico de drogas e lesão corporais contra os policiais. Já na assertiva, o examinador trouxe outra pergunta dizendo que se a autoridade policial tomar conhecimento de um homicídio, que é um crime de ação penal pública incondicionada, nesse caso, o delegado irá instaurar o inquérito policial por meio da edição de uma portaria. Portaria é uma peça na qual a autoridade policial registra o conhecimento da prática de um crime de Ação Pública Incondicionada, especificando, se possível, o lugar, o dia e a hora em que foi cometido o crime, o autor e a vítima, e conclui determinando a instauração do inquérito policial. Lembre-se que se o acusado foi preso em flagrante, a autoridade policial dará início ao IP por meio do auto de prisão em flagrante - APF. 30. As diligências no âmbito do inquérito policial serão realizadas por requisição do membro do Ministério Público ou pela conveniência da autoridade policial, não existindo previsão legal para que o ofendido ou o indiciado requeiram diligências. Certo ( ) Errado ( ) Gabarito: Errado Existe sim previsão legal para o requerimento de diligência pelo ofendido. “Art. 14, CPP. O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão requerer qualquer diligência, que será realiza, ou não, a juízo da autoridade. 31. Logo que tiver conhecimento da prática de infração penal, a autoridade policial deverá determinar, se for caso, a realização das perícias que se mostrarem necessárias e proceder a acareações. Certo ( ) Errado ( ) Gabarito: Certo No momento em que a autoridade policial tiver o conhecimento de uma infração penal, ela devera realizar as condutas do art. 6. Imagine uma cena de crime. Quando a autoridade policial chegar ao local, ela devera manter tudo em ordem, isolar o local, cursoagoraeupasso.com.br AGORA EU PASSO! 18 chamar os peritos, apreender objetos, ouvir quem está no local, além de outras condutas. Questão somente cobrou o conhecimento do texto de lei. Art. 6º Logo quetiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá: VI – Proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações. VII – Determinar, se for o caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras perícias. 32. Com relação ao inquérito policial, julgue os seguintes itens. A reprodução simulada dos fatos ou reconstituição do crime pode ser determinada durante o inquérito policial, caso em que o indiciado é obrigado a comparecer e participar da reconstituição, em prol do princípio da verdade real. Certo ( ) Errado ( ) Gabarito: Errado Como vimos, o indiciado é obrigado a comparecer, mas não a participar da reprodução em prejuízo do princípio da não autoincriminação, também conhecido como nemo tenetur se detegere. Conclui-se que princípio nemo tenetur se detegere (o direito de não produzir prova contra si mesmo) é de fundamental importância para o direito, pois consagra um direito de grande relevância que é considerado por muitos como uma garantia mínima de todo acusado sendo que este não deve se restringir somente ao âmbito processual, mas antes a toda a esfera em que alguém estiver sendo acusado ou esteja se desenvolvendo uma acusação e qualquer prova produzida em desrespeito a esse princípio. Conforme o Art. 7º Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de determinado modo, a autoridade policial poderá proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a ordem pública. O código o código de processo penal não traz o procedimento dessa reconstituição. Entende-se que o investigado não pode ser obrigado a participar da reprodução simulada adotando uma postura ativa em razão da vedação a produção de prova contra si. A recusa em participar de uma reconstituição não pode constituir crime de desobediência, não possibilitará a condução coercitiva do agente (STF, HC nº 69.026/DF). E nem será suficiente para decretação de sua prisão preventiva. Vale ressaltar, no mais, que a reconstituição pode ser feita tanto no inquérito policial como no curso da ação penal. Embora não haja contraditório naquele é possível defesa requerê-la o que poderá ou não ser aceito pelo delegado Art. 14, CPP). 33. O Ministério Público pode requerer ao juiz a devolução do inquérito à autoridade policial, se necessária a realização de nova diligência imprescindível ao oferecimento da denúncia, como, por exemplo, de laudo pericial do local arrombado. Certo ( ) Errado ( ) Gabarito: Certo O MP pode requerer a devolução do IP ao delegado para novas diligências quando essas forem imprescindíveis ao oferecimento da denuncia. Se houver a devolução do IP o delegado, nesse caso, fica obrigado a realizar as diligências requisitadas. cursoagoraeupasso.com.br AGORA EU PASSO! 19 Art. 16, CPP. O Ministério Público não poderá requerer a devolução do inquérito à autoridade policial, senão para novas diligências, imprescindíveis ao oferecimento da denúncia. Jurisprudência sobre o tema PENAL. AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL. FURTO QUALIFICADO. DESTRUIÇÃO OU ROMPIMENTO DE OBSTÁCULO À SUBTRAÇÃO DA COISA. CRIME QUE DEIXA VESTÍGIO. PERÍCIA. IMPRESCINDIBILIDADE. AFASTAMENTO DA QUALIFICADORA. 1. A qualificadora da destruição ou rompimento de obstáculo só pode ser aplicada ao crime de furto mediante realização de exame pericial, tendo em vista que, por ser infração que deixa vestígio, é imprescindível a realização de exame de corpo de delito direto, por expressa imposição legal. Precedentes. 2. A substituição do laudo pericial por outros meios de prova apenas pode ocorrer se o delito não deixar vestígios, se estes tiverem desparecido ou, ainda, se as circunstâncias do crime não permitirem a confecção do laudo, o que não foi demonstrado no presente caso. 3. Ressalte-se que é manifestamente ilegal o reconhecimento da qualificadora do rompimento de obstáculo no furto, tão somente, pelas declarações das vítimas, confissão da ré e imagens fotográficas colacionada aos autos, quando o arrombamento deixa vestígios, sendo imprescindível para sua incidência, a confecção de laudo pericial (art. 158 e art. 167 do CPP) - HC n. 257.765/MS, Ministra Marilza Maynard (Desembargadora convocada do TJ/SE), Quinta Turma, DJe 28/6/2013. 4. Agravo regimental improvido. (AgRg no REsp 1501462/MT, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA, julgado em 24/03/2015, DJe 09/04/2015) 34. A quebra do sigilo de dados telefônicos pertinentes aos dados cadastrais de assinante não pode ser feita diretamente pela autoridade policial. Certo ( ) Errado ( ) Gabarito: Errado Vimos que em casos específicos a autoridade policial pode sim requisitar os dados cadastrais sem autorização pelo juiz. O membro do MP ou o Delegado de Polícia poderá REQUISITAR, de quaisquer órgãos do poder público ou de empresa da inciativa privada DADOS ou INFORMAÇÕES cadastrais da vítima ou de suspeitos, nos seguintes casos: 1. Sequestro ou Cárcere Privado 2. Redução a condição análoga à de Escravo 3. Tráfico de Pessoas 4. Extorsão Qualificada 5. Sequestro Relâmpago 6. Extorsão mediante sequestro 7. Envio de criança/adolescente para o Exterior Obs: tal requisição por parte do MP ou autoridade policial, não ofende a norma constitucional no quesito de inviolabilidade de comunicações. cursoagoraeupasso.com.br AGORA EU PASSO! 20 35. PJ (MPE GO)/MPE GO/2019 - Adaptada Sobre o inquérito policial, é correto afirmar que: Se necessário à prevenção e à repressão dos crimes relacionados ao tráfico de pessoas, o membro do Ministério Público ou o delegado de polícia poderão requisitar, independentemente de autorização judicial, às empresas prestadoras de serviço de telecomunicações e/ou telemática que disponibilizem imediatamente os meios técnicos adequados - como sinais, informações e outros - que permitam a localização da vítima ou dos suspeitos do delito em curso. Certo ( ) Errado ( ) Gabarito: Errado O delegado/MP poderão, no caso de crimes relacionados ao tráfico de pessoas, mediante autorização judicial, requisitar, as empresas prestadoras de serviço de telecomunicações e/ou telemática, sinais, informações e outros - que permitam a localização da vítima ou dos suspeitos do delito em curso. O artigo 13-B do CPP é extremamente confuso e pega pela falta de técnica chegando a ter uma possível inconstitucionalidade. Diz o referido artigo que “se necessária a prevenção é a repressão dos crimes relacionados ao tráfico de pessoas ou menos MP ou delegados de polícia poderão requisitar mediante autorização judicial às empresas prestadoras de serviço de telecomunicações é ou telemáticas que disponibilize imediatamente os meios técnicos adequados como sinais informações e outros que permitam a localização da vítima ou dos suspeitos de um delito em curso”. Percebe-se que o legislador não trouxe um rol de delitos relacionados à privação da liberdade da vítima como fez o artigo 13-A, falando apenas em crimes relacionados ao tráfico de pessoas, não se sabendo, exatamente, o que se quis dizer com essa expressão. Em primeiro lugar, há uma incongruência do legislador ao prever o poder de “requisitar mediante autorização judicial”. a requisição, tal como visto acima no artigo 13-A, é aquela que gera obrigatoriedade ou destinatário independentemente de intervenção do judiciário. Por isso é tecnicamente incorreto a lei estabelecer uma requisição que deva ser autorizada judicialmente. Deixando essa discussão de lado, o que importa é entender que a forma de obtenção das informações e de dados cadastrais da vítima e do suspeito é diferente entre o artigo 13-A e o artigo 13-B, sendo que no artigo 13-B a “requisição” depende de autorização judicial e que caso de não haver manifestação judicial no prazo de 12 horas, autoridade competente requisitará às empresas prestadoras de serviços de telecomunicaçõese/ou telemáticas que disponibilizem imediatamente os meios técnicos adequados, Que permitam a localização da vítima ou dos suspeitos do delito em curso, com imediata comunicação ao juiz. cursoagoraeupasso.com.br AGORA EU PASSO! 21 36. CEBRASPE (CESPE) - CAM DEP/Agente de Polícia Legislativa/2014 Paulo e João foram surpreendidos nas dependências da Câmara dos Deputados quando subtraíam carteiras e celulares dos casacos e bolsas de pessoas que ali transitavam. Paulo tem dezessete anos e teve acesso ao local por intermédio de João, que é servidor da Casa. Com base nessa situação hipotética, julgue o item a seguir. Poderá ser dispensado o inquérito policial referente ao caso se a apuração feita pela polícia legislativa reunir informações suficientes e idôneas para o oferecimento da denúncia. Certo ( ) Errado ( ) Gabarito: Certo O IP é dispensável à propositura da ação penal de iniciativa pública. Veja o que diz o CPP: Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no território de suas respectivas circunscrições e terá por fim a apuração das infrações penais e da sua autoria. Parágrafo único. A competência definida neste artigo não excluirá a de autoridades administrativas, a quem por lei seja cometida a mesma função. Como destacado, o IP tem a finalidade de apurar infrações penais e sua autoria. A finalidade é subsidiar o Ministério Público com elementos para o oferecimento de uma denúncia, ou seja, para a propositura de uma ação penal. Assim, se a apuração feita pela polícia legislativa reunir informações suficientes e idôneas para o oferecimento da denúncia, o inquérito policial é perfeitamente dispensável. Percebemos então que o MP não está condicionado ao inquérito policial para o oferecimento da denuncia. Assim, se já tiver provas necessárias, poderá oferecer a denúncia. 37. A responsabilidade criminal do acusado deve ser confirmada por meio de provas legalmente admitidas pelo ordenamento jurídico em vigor. Entretanto, embora o juiz possa se valer das provas colhidas na fase policial, ele deve considerar as provas colhidas na fase judicial, mediante os auspícios do contraditório judicial, não podendo fundamentar a sua decisão exclusivamente nos elementos probantes colhidos na fase policial, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. Certo ( ) Errado ( ) Gabarito: Certo As provas colhidas na fase policial servem somente para subsidiar a convicção do julgador, pois essas provas não foram submetidas ao contraditório judicial. Portanto o juiz não pode se basear somente nelas. No processo judicial, com as partes em contraditório, o juiz tem uma ampla forma de formular sua convicção, pois as provas poderão ser contestadas. entretanto, tratando-se provas não repetíveis, cautelares ou antecipadas, o juiz poderá formular sua convicção exclusivamente no IP. Art. 155: "O Juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas." Não repetíveis: não podem ser repetidas novamente, podendo desaparecer (ex: corpo de delito nos vestígios do crime) cursoagoraeupasso.com.br AGORA EU PASSO! 22 Antecipadas: provas que seriam colhidas na fase processual e que foram antecipadas e colhidas na fase do inquérito, pois corriam o risco de não mais existirem (ex: depoimento de pessoa com risco de morte por doença grave) Cautelares: que são de extrema urgência para serem captadas, podendo não mais acontecer (ex: interceptação telefônica) 38. Embora o inquérito policial tenha natureza de procedimento informativo, e não de ato de jurisdição, os vícios nele existentes podem contaminar a ação penal subsequente, com base na teoria norte-americana dos frutos da árvore envenenada, ou fruits of the poisonouss tree. Certo ( ) Errado ( ) Gabarito: Errado Tendo em vista sua natureza de procedimento investigatório prévio, o vício existente (STF RHC nº 134.182/DF), no inquérito policial não acarreta a nulidade da ação penal futura. Entretanto, isso não pode ser encarado de forma absoluta, ou seja, não se pode afirmar, categoricamente, que todo é qualquer vício ocorrido no curso do inquérito não interferirá na posterior ação penal. Logo é mais correto afirmar que os vícios ocorridos no curso do inquérito policial, em regra, não repercutem na futura ação penal, ensejando, apenas, a nulidade da peça informativa, salvo quando houver violações de garantias constitucionais e legais expressas e nos casos em que o órgão ministerial, na formação da opinio delicti, não consiga afastar os elementos informativos maculados para persecução penal em juízo, ocorrendo, desse modo, a extensão da nulidade à eventual ação penal 39. A depender dos rumos da investigação, bem como da gravidade do crime e da periculosidade do acusado, o delegado de polícia está autorizado a decretar a incomunicabilidade do investigado, por três dias, quando for do interesse do IP e da sociedade. Certo ( ) Errado ( ) Gabarito: Errado Apesar de prevista no artigo 21 do CPP, a incomunicabilidade do indiciado não foi recepcionada pela CF/88. Tal medida é incabível. Dispõe o artigo 21 do CPP: A incomunicabilidade do indiciado dependerá sempre de despacho nos autos e somente será permitida quando o interesse da sociedade ou a conveniência da investigação o exigir. A incomunicabilidade não foi recepcionada pela Constituição Federal. Nesse sentido apontam os incisos LXII e LXIII, do art. 5º /CF. Ademais, a incomunicabilidade do preso é vedada, inclusive, no estado de sítio (art. 136, § 3º, IV /CF), que é das situações mais excepcionais do Estado Democrático de Direito. Art. 136, § 3°, IV, CF: é vedada a incomunicabilidade do preso. Conclui-se que essa medida não deva acontecer nem mesmo em estado de defesa. cursoagoraeupasso.com.br AGORA EU PASSO! 23 40. Após a realização de inquérito policial iniciado mediante requerimento da vítima, Marcos foi indiciado pela autoridade policial pela prática do crime de furto qualificado por arrombamento. De acordo com o disposto no Código de Processo Penal e na atual jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça acerca de inquérito policial, embora fosse possível a instauração do inquérito mediante requisição do juiz, somente a autoridade policial poderia indiciar Marcos como o autor do delito. Certo ( ) Errado ( ) Gabarito: Certo O indiciamento é o ato resultante das investigações policiais por meio do qual alguém é apontado como provável autor de um fato delituoso.” (LIMA, Renato Brasileiro de. Curso deProcesso Penal. Niterói: Impetus, 2013, p. 111). A doutrina sempre explicou que o indiciamento é um ato privativo da autoridade policial (Delegado de Polícia). Essa característica foi reforçada recentemente pela Lei nº 12.830/2013, que previu no § 6º do art. 2º a seguinte regra: § 6º O indiciamento, privativo do delegado de polícia, dar-se-á por ato fundamentado, mediante análise técnico-jurídica do fato, que deverá indicar a autoria, materialidade e suas circunstâncias. Sendo o ato de indiciamento privativo do Delegado de Polícia, é equivocado e inadmissível que o juiz, o membro do Ministério Público ou a CPI requisitem o indiciamento de qualquer suspeito. Esse era o entendimento da doutrina antes da Lei e que agora é reforçado com o § 6º acima transcrito. Confira o que há anos já ensinava Nucci: “(...) não cabe ao promotor ou ao juiz exigir, através de requisição, que alguém seja indiciado pela autoridade policial, porque seria o mesmo que demandar à força que o presidente do inquérito conclua ser aquele o autor do delito. Ora, querendo, pode o promotor denunciarqualquer suspeito envolvido na investigação criminal (...)” (NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Processo Penal e execução penal. São Paulo: RT, 2006, p. 139). No caso julgado pelo STF, o juiz determinou à autoridade policial que fizesse o indiciamento formal de algumas pessoas. A 2º Turma do STF concedeu habeas corpus para anular esse indiciamento, deixando claro que não cabe ao juiz tomar essa providência. (STF. 2º Turma. HC 115015/SP). 41. Lúcio é investigado pela prática de latrocínio. Durante a investigação, apurou-se a participação de Carlos no crime, tendo sido decretada de ofício a sua prisão temporária. A partir dessa situação hipotética e do que dispõe a legislação, julgue o item seguinte. Como Lúcio está solto, o inquérito policial não terá prazo para ser concluído. Certo ( ) Errado ( ) Gabarito: Errado O IP sempre terá um prazo a ser cumprido, independentemente de o indiciado estar preso ou solto. Por estar solto, o prazo de conclusão é de 30 dias prorrogáveis por mais o necessário. É importante ressaltar que se estivesse preso preventivamente, o prazo seria de 30 dias prorrogáveis por mais 30, pois o crime cometido é de natureza hedionda. cursoagoraeupasso.com.br AGORA EU PASSO! 24 42. Conforme previsto no Código de Processo Penal (CPP), é de dez dias o prazo para conclusão do inquérito policial, se o investigado estiver preso, e de trinta dias, caso o investigado esteja solto. Esse prazo pode ser prorrogado pelo prazo assinalado pelo juiz, caso o fato seja de difícil elucidação. Certo( ) Errado( ) Gabarito: Certo Se o indiciado estiver solto o prazo é de 30 dias, podendo ser prorrogado; se estiver preso, o prazo é de 10 dias improrrogáveis. A questão cobra simplesmente o conhecimento do artigo 10 do CPP. Perceba que no §3º do artigo 10 estabelece que se o fato for de difícil elucidação, autoridade poderá querer ao juiz a devolução dos autos para ulteriores diligências, mas, somente se o indiciado estiver solto. Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela. § 3º Quando o fato for de difícil elucidação, e o indiciado estiver solto, a autoridade poderá requerer ao juiz a devolução dos autos, para ulteriores diligências, que serão realizadas no prazo marcado pelo juiz. 43. Acerca do inquérito policial, julgue o item seguinte. A conclusão do inquérito policial é precedida de relatório final, no qual é descrito todo o procedimento adotado no curso da investigação para esclarecer a autoria e a materialidade. A ausência desse relatório e de indiciamento formal do investigado não resulta em prejuízos para persecução penal, não podendo o juiz ou órgão do Ministério Público determinar o retorno da investigação à autoridade para concretizá-los, já que constitui mera irregularidade funcional a ser apurada na esfera disciplinar. Certo ( ) Errado ( ) Gabarito: Certo A falta do relatório em nada atrapalha no IP, nem mesmo na ação penal. A falta desse relatório só caracteriza mera irregularidade administrativa, a qual será avaliada na esfera administrativa, sujeitando o delegado às disciplinas. A doutrina tem o seguinte entendimento: “[...] Por outro lado a falta do relatório constitui mera irregularidade, não tendo o promotor ou o juiz o poder de obrigar a autoridade policial a concretizá-lo. Trata- se de falta funcional, passível de correção disciplinar. É natural que, determinado a lei que o relatório seja feito, a autoridade policial deve prezar a sua função, concretizando-o, o que não impede, em absoluto, ainda que o faça de modo muito resumido ou confuso. Pois o relatório não tem nenhuma utilidade probatória na instrução do processo, destinando-se ao esclarecimento do promotor acerca do que foi feito pelo estado-investigação [...]”. cursoagoraeupasso.com.br AGORA EU PASSO! 25 44. O inquérito policial, procedimento persecutório de caráter administrativo instaurado pela autoridade policial, tem como destinatário imediato o Ministério Público, titular único e exclusivo da ação penal. Gabarito: Errado O erro da questão é falar que o MP é titular único e exclusivo da ação penal, pois o ofendido também pode ser titular. DESTINATÁRIOS DO INQUÉRITO POLICIAL - O inquérito policial apresenta como destinatário imediato o titular da ação a que preceda, a saber: a) nas ações penais públicas: o Ministério Público, seu titular exclusivo; b) nas ações privadas: o ofendido, titular de tais ações. Logo, o MP não pode ser o titular único e exclusivo da ação penal. Uma vez que o ofendido nas ações penais privadas é o seu titular. O destinatário mediato do inquérito policial é o juiz, uma vez que o inquérito fornece subsídios para que ele receba a peça inicial e decida quanto à necessidade de decretar medidas cautelares. 45. Situação hipotética: Pedro, servidor público federal, foi indiciado pela Polícia Federal por suposta prática de corrupção passiva no exercício de suas atribuições. O inquérito policial, após remessa ao órgão do MPF, foi arquivado, por requerimento do procurador da República, em razão da atipicidade da conduta, e o arquivamento foi homologado pelo juízo criminal competente. Assertiva: Nessa situação, o ato de arquivamento do inquérito fez exclusivamente coisa julgada formal, o que impossibilita posterior desarquivamento pelo parquet, ainda que diante da existência de novas provas. Certo ( ) Errado ( ) Gabarito: Errado O arquivamento do inquérito por atipicidade do fato gera coisa julgada material, impedindo seu desarquivamento. A coisa julgada formal somente produz efeitos endoprocessuais, ou seja, dentro do processo. Assim, se houvesse somente coisa julgada formal, seria sim possível o desarquivamento mediante o surgimento de novas provas. Se houvesse coisa julgada material, isso teria efeitos em todas as outras relações processuais acerca do mesmo tema, não sendo possível o desarquivamento nesse caso. São casos de coisa julgada material: 1. Atipicidade do fato 2. Causa excludente de ilicitude, segundo o STJ. O STF se posiciona diferente em relação a esse tema. 3. Causa excludente da culpabilidade. Nesse caso, só há o posicionamento da doutrina. 46. Com relação ao inquérito policial e à ação penal, julgue o item que se segue. A doutrina e a jurisprudência majoritárias admitem o denominado arquivamento implícito, que consiste no fato de o oferecimento de denúncia pelo Ministério Público por apenas alguns dos crimes imputados ao indiciado impedir que os demais sejam objeto de futura ação penal. Certo ( ) Errado ( ) cursoagoraeupasso.com.br AGORA EU PASSO! 26 Gabarito: Errado O único erro da questão é se afirmar que se admite o arquivamento implícito no brasil. Arquivamento implícito, fenômeno verificado quando titular da ação penal pública deixa de incluir na denúncia algum fato investigado ou algum dos indiciados, sem justificação ou expressa manifestação deste procedimento. Informativo 540 STJ Na ação penal pública NÃO vigora o princípio da indivisibilidade. Assim, o MP não está obrigado a denunciar todos os envolvidos no fato tido por delituoso, não se podendo falar em arquivamento implícito em relação a quem não foi denunciado. Isso porque o Parquet é livre para formar sua convicção, incluindo na denúncia as pessoas que ele entenda terem praticado o crime, mediante a constatação de indícios de autoria e materialidade (STJ. 6ª Turma. RHC 34.233-SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 6/5/2014). Inquérito Policial e Arquivamento Implícito O sistema processualpenal brasileiro não agasalhou a figura do arquivamento implícito de inquérito policial. Com base nesse entendimento, a Turma desproveu recurso ordinário em habeas corpus interposto contra acórdão do STJ que denegara writ lá impetrado ao fundamento de que eventual inobservância do princípio da indivisibilidade da ação penal não gera nulidade quando se trata de ação penal pública incondicionada. No caso, o paciente fora preso em flagrante pela prática do delito de roubo, sendo que na mesma delegacia em que autuado já tramitava um inquérito anterior, referente ao mesmo tipo penal, contra a mesma vítima, ocorrido dias antes, em idênticas condições, sendo-lhe imputado, também, tal fato. Ocorre que o parquet em que pese tenha determinado o apensamento dos dois inquéritos, por entendê-los conexos oferecera a denúncia apenas quanto ao delito em que houvera o flagrante, quedando-se inerte quanto à outra infração penal. O Tribunal local, todavia, ao desprover recurso de apelação, determinara que, depois de cumprido o acórdão, fosse aberta vista dos autos ao Ministério Público para oferecimento de denúncia pelo outro roubo. Destarte, fora oferecida nova exordial acusatória, sendo o paciente novamente condenado. Sustentava o recorrente, em síntese, a ilegalidade da segunda condenação, na medida em que teria havido arquivamento tácito, bem como inexistiria prova nova a autorizar o desarquivamento do inquérito. RHC 95141/RJ, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 6.10.2009. (RHC-95141) 47. O princípio que rege a atividade da polícia judiciária impõe a obrigatoriedade de investigar o fato e a sua autoria, o que resulta na imperatividade da autoridade policial de instaurar inquérito policial em todos os casos em que receber comunicação da prática de infrações penais. A ausência de instauração do procedimento investigativo policial enseja a responsabilidade da autoridade e dos demais agentes envolvidos, nos termos da legislação de regência, vez que resultará em arquivamento indireto de peça informativa. Certo ( ) Errado ( ) Gabarito: Errado O delegado não está obrigado a instaurar IP em todos os crimes, somente nos crimes de ação penal incondicionada. Essa não é hipótese de arquivamento indireto. Em crimes de ação penal publica incondicionada, o delegado atua de ofício. Em crimes de ação penal publica condicionada a representação, o delegado só poderá cursoagoraeupasso.com.br AGORA EU PASSO! 27 atuar após a representação do ofendido ou ministro da justiça. Em crimes de ação penal privada, o delegado só irá atuar após requerimento da vítima ou seu representante legal. O delegado não está, portanto, vinculado a instaurar IP em todos os crimes. O arquivamento indireto se dá quando o Ministério Público declina da sua atribuição, ou seja, declara-se incompetente para a postulação do feito. Nesta hipótese poder-se-á ter duas possíveis decisões do juiz: a) concordar com o Ministério Público, e determinar a remessa a Justiça competente; b) não concordar com o Ministério Público, aplicando-se a regra do art. 28 do CPP. É importante, claro, observar a nova regra do artigo 28 do CPP que, está, provisoriamente, suspenso por determinação do STF. 48. Considere que a autoridade policial tenha instaurado inquérito para apurar a prática de crime cuja punibilidade fora extinta pela decadência. Nessa situação, ao tomar conhecimento da investigação, o acusado poderá se valer do habeas corpus para impedir a continuação da investigação e obter o trancamento do inquérito policial. Certo ( ) Errado ( ) Gabarito: Certo O Habeas Corpus pode ser usado para trancar o IP. Se surgirem novas provas, poderá haver novas investigações. Muita atenção, algumas questões trocam a palavra trancamento por arquivamento. Isso está errado. O HC somente trancará o IP, para ocorrer o arquivamento, deve ser feito mediante requerimento do MP (regra anterior do art. 28 do CPP, mas que atualmente continua valendo rsrs...) Agora em relação ao trancamento. Sempre que o IP puder resultar, ainda que de modo potencial, prejuízo à liberdade de locomoção, será cabível HC. Por meio do Habeas Corpus poderá acarretar o trancamento do IP. Trata-se de uma medida excepcional, que somente é admitida em 3 hipóteses: 1 - Manifesta atipicidade, formal ou material, da conduta delituosa; 2 - Quando presente alguma causa extintiva da punibilidade; 3 - Quando houver instauração de IP em crimes de ação penal privada ou pública condicionada à representação sem prévio requerimento do ofendido ou de seu representante legal. 49. CEBRASPE (CESPE) - Tec Min (MPE CE) 2020 Tales foi preso em flagrante em um parque de Fortaleza pela prática do crime de estupro, tendo sido reconhecido pela vítima, Marta, com a qual não possuía relação anterior. Há indícios de que Tales tenha praticado outros crimes sexuais, tendo sido também reconhecido por outras vítimas A partir dessa situação hipotética, julgue o item a seguir. A investigação policial não pode ser instaurada de ofício pelo delegado, sendo necessário que Marta represente formalmente contra Tales. Certo ( ) Errado ( ) cursoagoraeupasso.com.br AGORA EU PASSO! 28 Gabarito: Errado. Nessa situação o delegado de polícia poderá instaurar de ofício a investigação policial, independente de representação formal por parte de Marta. O crime de estupro é de ação penal pública incondicionada, assim, é permitido instaurar inquérito policial, de ofício, ou seja, independentemente da provocação de qualquer pessoa, segundo dispõe o art. 5º, inciso I, do CPP. 50. CEBRASPE (CESPE) - PJ (MPE PI) 2019 – Adaptada. Considerando-se o entendimento dos tribunais superiores a respeito de inquérito policial, é correto afirmar que o fato de a autoridade policial encontrar provas que justifiquem o flagrante delito convalida a irregular entrada em residência sem autorização judicial e sem permissão do morador. Gabarito: Errada. As novas provas não são capazes de convalidar uma irregular entrada em residência, uma vez que tal ilegalidade não se convalida. Mesmo o enunciado dá a entender que as provas foram encontradas em momento posterior ao ingresso na residência. Ademais, se configurado o flagrante, seria desnecessária a autorização judicial. 51. CEBRASPE (CESPE) - PJ (MPE PI) 2019 – Adaptada. Considerando-se o entendimento dos tribunais superiores a respeito de inquérito policial, é correto afirmar que é possível constatar constrangimento ilegal em razão da excessiva e desarrazoada duração da investigação, ainda que o prazo de conclusão do inquérito policial seja impróprio. Gabarito: Certo. O prazo de duração do inquérito policial, como regra geral, está previsto no art. 10 do Código de Processo Penal: Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela. Apesar da possibilidade ser prorrogado nos casos de difícil elucidação, não concede à autoridade prazo indeterminado para conclusão, considerando que são necessárias as devidas fundamentações para o atraso. Logo, quando o prazo torna-se evidentemente excessivo, há constrangimento ilegal, sendo cabível habeas corpus para trancar o inquérito. Nesse sentido: HABEAS CORPUS. TRANCAMENTO DE INQUÉRITO POLICIAL. INVESTIGAÇÃO DA PRÁTICA DOS CRIMES PREVISTOS NOS ARTS. 171, 297, 298 E 304 DO CP. EXCESSO DE PRAZO. DEZ ANOS DE DURAÇÃO DAS INVESTIGAÇÕES. INEFICIÊNCIA ESTATAL CARACTERIZADA. CONSTRANGIMENTO ILEGAL EVIDENCIADO. 1. Em caso de investigado solto, o prazo para a conclusão do inquérito policial é impróprio, podendo ser prorrogado a depender da complexidade das apurações. Essa fase pré-processual caracteriza-se como procedimento investigatório
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