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Escala de Braden

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Brazilian Journal of health Review 
 
 Braz. J. Hea. Rev., Curitiba, v. 2, n. 6, p. 4900-4925 nov./dec. 2019. ISSN 2595-6825 
 
 
4900 
 
O uso da Escala de Braden para prevenção de lesão por pressão em 
pacientes internados em Unidade de Terapia Intensiva 
 
The use of the Braden Scale to prevent pressure injury in intensive 
care unit patients 
 
DOI:10.34117/bjhrv2n6-003 
 
Recebimento dos originais: 10/10/2019 
Aceitação para publicação: 04/11/2019 
 
 
Daniela Oliveira de Sales 
Enfermeira. Especialista em Enfermagem na Assistência ao Adulto em UTI 
Instituição: Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo 
Endereço: Rua Dr. Cesário Motta Jr., 61 – Santa Cecília, São Paulo – SP, Brasil 
E-mail: danysouza.sales@gmail.com 
 
Camila Waters 
Enfermeira. Mestre em Enfermagem 
Instituição: Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo 
Endereço: Rua Dr. Cesário Motta Jr., 61 – Santa Cecília, São Paulo – SP, Brasil 
E-mail: camila.waters@fcmsantacasasp.edu.br 
 
 
RESUMO 
 
Introdução: A lesão por pressão (LPP), causada por uma pressão por um prolongado 
tempo geralmente sobre uma proeminência óssea, também pode ser causada por uso de 
dispositivo médico. Objetivo: Identificar, na literatura científica, a pontuação da Escala 
de Braden nos pacientes adultos e idosos internados em Unidade de Terapia Intensiva, o 
perfil do paciente que desenvolve LPP e quais são as medidas de prevenção de LPP 
utilizadas na UTI. Material e método: Pesquisa bibliográfica e descritiva, utilizando o 
descritor: “Unidades de Terapia Intensiva” e a palavra-chave: “Escala de Braden”, 
incluídos artigos científicos completos, em português, publicados no período de 2008 a 
2018 e excluídos artigos de revisão bibliográfica, artigos que não atendiam ao objetivo 
do estudo e artigos cuja população era pediátrica e neonatal. Resultados: Avaliados seis 
artigos, sendo que um foi publicado no ano de 2008, um em 2009, outro em 2010, dois 
no ano de 2011 e um em 2014. Dois foram publicados pela Acta Paul Enferm, e um 
publicado em cada um dos seguintes periódicos: Rev. Esc Enferm USP, Rev Latino-am 
Enfermagem, Rev enferm UERJ e Rev Gaúcha Enferm. Em três artigos os dados foram 
coletados no estado de São Paulo e em três outros artigos os dados foram coletados nos 
seguintes estados: Rio Grande do Sul, Ceará e Minas Gerais. A média da pontuação na 
Escala de Braden variou de 11,35 a 13,86, classificado como um risco moderado e alto 
para o desenvolvimento da lesão. A incidência de pacientes que desenvolveram LPP 
variou de 25,6% a 62,5%. Os pacientes que desenvolveram LPP apresentavam uma idade 
acima de 45 anos, possuíam a cor de pele branca, desenvolveram a lesão após sete dias 
de internação na UTI e apresentavam escores baixos na Escala de Braden. As áreas mais 
acometidas pela LPP foram a sacral, calcâneo, occipital; a maioria se encontrava em 
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estágio 1 e apresentava de uma a duas lesões. As medidas de prevenção para a LPP citadas 
foram a mudança de decúbito, o uso de colchões especiais, o uso de coxins, travesseiros, 
almofadas, proteção das proeminências ósseas com películas, a manutenção das camas 
limpas e do paciente limpo, seco e hidratado. Conclusões: As LPP, um problema de saúde 
pública totalmente passível de prevenção, se tornam um indicador de qualidade da 
assistência prestada à saúde, causam um grande impacto e complicações ao paciente, seus 
familiares e sociedade, além de prolongar o tempo de tratamento, internação hospitalar, 
reabilitação e gastos hospitalares. 
 
Palavra-chave: Unidades de Terapia Intensiva, Escala de Braden e Epidemiologia 
 
 
ABSTRACT 
 
Introduction: Pressure ulcer (PU), caused by pressure for a prolonged time usually over a 
prominent boné, may also be caused by use of a medical device. Objective: To identify, 
in the scientific literature, the Braden Scale score in adult and eldery patients hospitalized 
in the Intensive Care Unit (ICU), the profile of the patient who develop PU and what are 
the measures of prevention of PU used in the ICU. Material and method: A bibliography 
and descriptive research, using the descriptor: “Units of Intensive Care” and the key word: 
“Braden Scale”, including complete scientific papers published in Portuguese from 2008 
to 2018 and excluded articles of bibliographic review, articles that did not meet the 
objective of the study and articles whose pediatric and neonatal population. Results: Six 
articles were evaluated, one of which was published in 2008, one in 2009, one in 2010, 
two in 2011 and one in 2014. Two were published by Acta Pau Enferm, ando no published 
in each of the followin journals: Rev Esc Enf USP, Rev Latino-am Enfermagem, Rev 
Enferm UERJ e Rev Gaúcha Enferm. In three articles the data were collected in the state 
of São Paulo and in three others articles the data were collected in Rio Grande do Sul, 
Ceará and Minas Gerais. The mean score in the Braden Scale rangd from 11.35 to 13.86, 
classified as a moderate and high risk for lesion development. The incidence of patients 
who developed PU ranged from 25,6% to 62,5%. Patients who developed PU were over 
45 years old, has White skin color, developed PU after 7 days of ICU stay and had low 
scores on the Braden Scale. The áreas most affected by PU were the sacral, calcaneal, 
occipital; most were in stage 1 and had one to two lesions. The measures of prevention 
for PU mentioned were the change of decubitus, the use of special mattresses, the use of 
cushions, pillows, cushions, protection of bony proeminences with films, the maintenance 
of clean beds and the patient clean, dry and hydrated. Conclusions: Pressure ulcer, a 
public health problem totally preventable, becomes an indicator of the qaulity of care 
provided to the health, causes a great impact and complications to the patient, their 
relatives and society, besides prolonging the time of treatment, hospitalization hospital, 
rehabilitation and hospital expenses. 
 
Keyword: Units of Intensive Care, Braden Scale, epidemiology 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
A lesão por pressão (LPP) é definida pelo National Pressure Ulcer Advisory Panel 
(NPUAP) como um dano na pele ou tecidos moles subjacentes, causada por uma pressão 
por um prolongado tempo, geralmente sobre uma proeminência óssea e que também pode 
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ser causada por uso de dispositivo médico. Essas lesões são classificadas por estágios, 
que recentemente foram revisados e atualizados pelo NPUAP. O que diferencia os 
estágios é o grau de comprometimento tecidual como descritos: estágio 1 - pele íntegra 
com eritema que não embranquece; estágio 2 - perda da pele com exposição da derme; 
estágio 3 - perda da pele em sua espessura total e estágio 4 - perda da pele em sua 
espessura total e perda tissular. Além dessas classificações, também existem lesão por 
pressão não classificável, lesão tissular profunda, lesão por pressão relacionada à 
dispositivos médicos e lesão por pressão em membranas e mucosas(1). 
Estima-se que até 38,0% dos pacientes hospitalizados podem desenvolver LPP, 
um problema evitável de saúde, que afeta a recuperação do paciente, adia a alta hospitalar, 
causa sofrimento e acarreta aumento da carga de trabalho para os profissionais de saúde(2). 
O quadro epidemiológico da LPP não faz distinção entre os países desenvolvidos 
e os países em desenvolvimento. A prevalência de LPP, por exemplo, nos Estados Unidos 
e o aumento dos custos com a prorrogação de internação dos pacientes é de 15,0% e de 
50,0%, respectivamente. No Brasil, há publicações que detectaram uma prevalência deste 
problema para pacientes hospitalizados, que varia de 27,0%a 39,4%. No continente 
europeu, em países como a Inglaterra, Alemanha, Suécia, Itália e Holanda, as taxas são 
de 7,9%, 8,3%, 20,0%, 23,0% e 24,2% respectivamente. Em Portugal existem graves 
problemas na notificação dos casos de LPP. Na Coréia do Sul, a prevalência de LPP varia 
entre 10,5% e 45,5%(3). 
Os fatores de risco para o desenvolvimento da LPP são classificados como 
extrínsecos ou intrínsecos. Fatores extrínsecos estão relacionados ao ambiente: pressão, 
fricção, cisalhamento e umidade, relativos à exposição física do paciente. Já os intrínsecos 
estão relacionados à condição clínica apresentada pelo paciente, como as doenças que 
reduzem os movimentos e percepção sensorial, estado nutricional, perfusão tecidual, 
incontinência vesical e/ou intestinal, câncer metastático, doenças neurológicas, uso de 
alguns medicamentos e a idade avançada, que acarreta o surgimento de doenças crônicas 
como diabetes mellitus e doenças cardiovasculares, que comprometem seu estado de 
saúde(2). 
As LPP podem localizar-se em diversas regiões do corpo que ficam em pressão 
por um determinado tempo. Entre as mais acometidas estão: região sacra, occipital, 
trocanteriana, maléolos laterais, calcâneo, ísquio, cotovelo, escápula, dentre outras. Um 
estudo realizado em São Paulo revelou que as regiões sacral e trocanteriana foram as mais 
acometidas, com 32,47%. Em comparativo, em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) 
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de um hospital em Belo Horizonte, as regiões mais predominantes para o 
desenvolvimento da lesão foram a região sacral (36,0%), seguida dos calcâneos 
(22,0%)(4). 
A LPP se caracteriza como um indicador negativo da qualidade da assistência 
prestada. É avaliada internacionalmente como evento adverso e representa importante 
desafio para o cuidado em saúde, por contribuir com o aumento da morbidade, da 
mortalidade, tempo, custos do tratamento de saúde e por afetar um elevado número de 
pessoas. Assim, no Brasil, o Ministério da Saúde, por meio da Portaria nº 529, de 1º de 
abril de 2013, instituiu o Programa Nacional de Segurança do Paciente, no qual um dos 
objetivos é a diminuição da ocorrência da LPP(5). 
A determinação do risco para o desenvolvimento da LPP é a primeira medida 
preventiva a ser adotada; deve ser realizada na admissão do paciente e/ou pelo menos a 
cada 48 horas, ou quando ocorrer alteração em suas condições de saúde. Principalmente 
em pacientes criticamente enfermos, que apresentam grande número de fatores de risco, 
torna-se importante utilizar um instrumento preditor para auxiliar na prevenção de LPP. 
Dentre os instrumentos disponíveis, a escala de Braden (EB) é a mais citada entre os 
estudos; foi construída por Bergstrom e Braden em 1987, a partir da fisiopatogenia da 
LPP, e validada para a língua portuguesa por Paranhos e Santos em 1999 (Anexo 1). Tem 
sido a mais utilizada e testada até o momento, pois demonstrou ter maior sensibilidade e 
especificidade do que as outras escalas, como Norton, Gosnell e Waterlow(6). 
De acordo com a escala de Braden, são avaliados seis fatores de risco (subescalas). 
Dos seis parâmetros, três medem determinantes clínicos de exposição à pressão – 
percepção sensorial, atividade e mobilidade e três mensuram a tolerância do tecido à 
pressão – umidade, nutrição, fricção e cisalhamento. O escore da Escala de Braden varia 
de 6 a 23 pontos, sendo que a contagem de menor número de pontos indica que o 
indivíduo tem alto risco para desenvolver a LPP. Pacientes com um valor de 19 a 23 
pontos são considerados sem risco para o desenvolvimento de LPP; de 15 a 18 com risco 
baixo; de 13 a 14 com risco moderado; de 10 a 12 com alto risco; e de nove ou menos 
pontos com risco muito elevado. Vale ressaltar que o valor igual ou menor do que 16 
pontos denota que o paciente adulto tem risco para o desenvolvimento de LPP. Entretanto, 
os pacientes com escores de 17 e 18 também são considerados de alto risco na presença 
de outros fatores como idade maior que 65 anos, febre, baixa ingestão de proteína, pressão 
diastólica menor que 60 mmHg e instabilidade hemodinâmica. A escala é descrita e 
avaliada da seguinte forma(6-8): 
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• Percepção sensorial: relacionada à capacidade de resposta ao desconforto e 
pressão, que pode ser totalmente limitado, muito limitado, levemente limitado e 
ter nenhuma limitação. O risco para LPP aumenta quando se tem alteração no 
desejo de mudar de posição; 
• Umidade: relacionada ao grau de umidade que a pele é exposta. Esta umidade 
pode ser promovida pela incontinência anal ou urinária, resíduos de alimentos ou 
exsudação de feridas. A pele pode estar completamente molhada, muito molhada, 
ocasionalmente molhada e raramente molhada; 
• Atividade: relacionada ao grau de atividade física fora do leito, podendo estar 
acamado, confinado à cadeira, anda ocasionalmente e anda frequentemente; 
• Mobilidade: relacionada à capacidade de mudança de posição e ao controle 
corporal, é a habilidade de mudar e controlar as posições do corpo, aliviando a 
pressão por meio de movimentos, podendo ser totalmente imóvel, bastante 
limitado, levemente limitado e não apresenta limitações. A mobilidade é um dos 
fatores de risco mais relevante na formação de LPP, estando relacionado ao 
conforto físico e psíquico do indivíduo; 
• Nutrição: relacionada à ingestão de alimentos, se avalia o padrão usual de ingestão 
alimentar, que pode ser muito pobre, provavelmente inadequado, adequado e 
excelente; 
• Fricção e cisalhamento: relacionada à movimentação no leito com necessidade ou 
não de assistência, tendo como categorias: problema, problema em potencial e 
nenhum problema. 
A UTI é um local de atendimento para pacientes graves e/ou de risco, clínico ou 
cirúrgico, que necessitam de atendimento médico, de enfermagem e fisioterapeuta por 24 
horas ininterruptas, com equipamentos e recursos especializados, além de monitorização 
contínua(9). 
As UTI’s são divididas de acordo com a faixa etária (neonatal, pediátrica e adulta) 
e por especialidade médica, de acordo com as patologias - cardiológica, coronariana, 
neurológica, respiratória, traumas, queimados dentre outras(9). 
Pacientes graves e/ou de risco, com possibilidade de recuperação e pacientes com 
morte encefálica, sendo potencial doador, são pacientes que necessitam e têm indicação 
de internação na UTI. Nesse sentido, toda UTI deve cumprir as normas para ambiência e 
estrutura física, de acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa(9). 
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A LPP é mais incidente em pacientes de UTI em relação àqueles internados em 
outras unidades hospitalares, pelos fatores de risco que apresentam, como instabilidade 
hemodinâmica, insuficiência respiratória, necessidade de sedação contínua, gravidade da 
doença, falência múltipla de órgãos, entre outros. Levando em consideração a incidência 
de LPP, ressalta-se que a avaliação de risco deve ser realizada mesmo em pacientes que 
já possuem LPP, porque assim pode prevenir a ocorrência de lesões em outros locais(8,10). 
Um estudo avaliou pacientes críticos de quatro UTI distintas (duas unidades 
neurológicas, uma cardiológica e uma geral), de dois hospitais privados na cidade de São 
Paulo, em um período de um a 15 meses, e encontrou uma incidência de LPP que variou 
de 10,0 a 62,5%(10). Em outro estudo realizado em uma UTI de um hospital terciário de 
grande porte do interior do estado de São Paulo, a incidência de LPP foi de 62,5%(3). 
O enfermeiro tem um papel importante em seu dia a dia na UTI, que parte do 
processodo cuidar, desde a observação, o levantamento de dados, a história do paciente, 
realizar o exame físico, executar o tratamento, aconselhar e ensinar a manutenção da 
saúde e orientar os doentes para a continuidade do tratamento, planejamento, 
implementação, evolução, avaliação e interação entre pacientes e trabalhadores da 
enfermagem e entre diversos profissionais de saúde. Além do processo de administrar, 
organizando a assistência, o enfermeiro deve proporcionar educação continuada para 
qualificar o pessoal de enfermagem. O enfermeiro deve estar apto a cuidar de todos os 
doentes internados em UTI, saber lidar constantemente com o binômio vida/morte e ter 
estabilidade emocional(11). 
O trabalho do enfermeiro em uma UTI é caracterizado por atividades assistenciais 
e gerenciais complexas, que exigem competência técnica e científica. A tomada de 
decisões e adoção de condutas seguras estão diretamente relacionadas à vida e à morte 
das pessoas(11). 
A LPP é um problema de saúde com graves consequências, e que é totalmente 
passível de prevenção; por esse motivo foi despertado o interesse por esse estudo, baseado 
no uso da escala de Braden. A utilização da escala pode ser útil como uma forma de adotar 
medidas preventivas e fazer com que a equipe de enfermagem preconize os cuidados com 
pacientes que apresentem maior risco para o desenvolvimento de LPP. Acredito que essa 
escala seja um instrumento eficaz e, quando o paciente é avaliado diariamente de forma 
correta, ajuda a predizer quais são os pacientes que apresentam maior risco de 
desenvolver LPP, para que possam ser intensificados os cuidados na assistência, com o 
objetivo de evitar essas lesões. 
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Dessa forma, a pergunta norteadora para esse estudo é: qual é a pontuação da 
Escala de Braden nos pacientes internados na UTI, o perfil do paciente que desenvolve 
LPP e quais são as medidas de prevenção de LPP utilizadas na UTI? 
 
2 OBJETIVO 
Identificar, na literatura científica, a pontuação da Escala de Braden nos pacientes 
adultos e idosos internados em Unidade de Terapia Intensiva, o perfil do paciente que 
desenvolve LPP e quais são as medidas de prevenção de LPP utilizadas na UTI. 
3 MATERIAL E MÉTODO 
Foi realizada uma pesquisa bibliográfica e descritiva. A pesquisa bibliográfica é 
baseada em materiais já publicados e as descritivas têm como finalidade principal a 
descrição das características de determinada população ou fenômeno, ou o 
estabelecimento de relações entre variáveis(12). A coleta de dados foi realizada entre os 
meses de fevereiro a maio de 2019, após aprovação do Projeto pela Comissão Científica 
do Curso de Enfermagem da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo 
(Protocolo 124/18). A pesquisa foi realizada na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), 
utilizando o descritor: “Unidades de Terapia Intensiva” e a palavra-chave: “Escala de 
Braden”. Incluídos artigos completos, escritos no idioma português e publicados no 
período de 2008 a 2018. Excluídos artigos de revisão bibliográfica; que não atendiam ao 
objetivo do estudo e que abordassem população pediátrica e neonatal. Foi elaborado um 
instrumento de coleta de dados que auxiliou na busca das informações dos artigos 
científicos, contendo ítens relacionados à: título do artigo, nome dos autores, nome do 
periódico, ano de publicação, base de dados, objetivo do estudo, tipo de estudo, tamanho 
da amostra, estado de coleta de dados, pontuação na Escala de Braden, quantidade de 
pacientes que desenvolveram LPP, características dos pacientes que desenvolveram LPP, 
áreas mais acometidas, estadiamento da LPP, número de lesões por paciente e medidas 
de prevenção para LPP. Os resultados foram apresentados em quadros e figuras, de forma 
a responder o objetivo proposto. 
 
4 RESULTADOS 
No cruzamento do descritor: “Unidades de Terapia Intensiva” e da palavra-
chave: “Escala de Braden”, encontramos 47 publicações. Após a aplicação dos filtros 
descritos em critérios de inclusão, permanecemos com 25 artigos e após a leitura dos 
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mesmos, foram excluídos 19 artigos que não respondiam ao objetivo da pesquisa. Dessa 
forma, o material dessa pesquisa foi composto por seis artigos, que serão apresentados 
nos quadros e figuras abaixo: 
 
Quadro 1. Identificação dos artigos segundo o título do artigo, nome dos autores, nome do periódico e ano 
de publicação. Brasil, 2008-2018. 
Identifica
ção 
Título do artigo Nome dos autores Nome do 
periódico 
Ano de 
publicaç
ão 
1 Avaliação do risco de úlcera por 
pressão em UTI e assistência 
preventiva de enfermagem(13) 
Taís Pagliuco Barbosa, 
Lúcia Marinilza 
Beccaria, Nádia Antônia 
Aparecida Poletti 
Rev enferm 
UERJ. 
2014 
2 Implantação da Escala de Braden 
em uma unidade de terapia 
intensiva de um hospital 
universitário(14) 
Taline Bavaresco, 
Regina Helena 
Medeiros, Amália de 
Fátima Lucena 
Rev 
Gaúcha 
Enferm. 
2011 
3 Comparação de escalas de 
avaliação de risco para úlcera por 
pressão em pacientes em estado 
crítico(15) 
Thiago Moura de 
Araújo, Márcio Flávio 
Moura de Araújo, 
Joselany Áfio Caetano 
Acta Paul 
Enferm 
2011 
4 Fatores associados à úlcera por 
pressão em pacientes internados 
nos Centros de Terapia Intensiva 
de Adultos(16) 
Flávia Sampaio Latini 
Gomes, Marisa Antonini 
Ribeiro Bastos, 
Fernanda Penido 
Matozinhos, Hanrieti 
Rotelli Temponi, 
Gustavo Velásquez-
Meléndez 
Rev Esc 
Enferm 
USP 
2010 
5 Úlcera por pressão: risco e 
gravidade do paciente e carga de 
trabalho de enfermagem(17) 
Mariana Fernandes 
Cremasco, Fernanda 
Wenzel, Fernanda Maria 
Sardinha, Suely Sueko 
Viski Zanei, Iveth 
Yamaguchi Whitaker 
Acta Paul 
Enferm 
2009 
6 Uso da escala de Braden e de 
Glasgow para identificação do 
risco para úlceras de pressão em 
pacientes internados em centro de 
terapia intensiva(18) 
Luciana Magnani 
Fernandes, Maria Helena 
Larcher Caliri 
Rev Latino-
am 
Enfermage
m 
2008 
 
Brazilian Journal of health Review 
 
 Braz. J. Hea. Rev., Curitiba, v. 2, n. 6, p. 4900-4925 nov./dec. 2019. ISSN 2595-6825 
 
 
4908 
 
Figura 1. Identificação dos artigos segundo o ano de publicação. Brasil, 2008-2018. 
 
 
 
Figura 2. Identificação dos artigos segundo o nome do periódico. Brasil, 2008-2018. 
 
 
 
 
 
1 1 1
2
1
0
1
2
3
2008 2009 2010 2011 2014
Q
u
a
n
ti
d
a
d
e
Ano de publicação
2
1 1 1 1
0
1
2
3
Acta Paul Enferm Rev Esc Enferm
USP
Rev Latino-am
Enfermagem
Rev enferm UERJ. Rev Gaúcha
Enferm.
Q
u
a
n
ti
d
a
d
e
Nome do periódico
N=6 
N=6 
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Quadro 2. Identificação dos artigos segundo a base de dados, objetivo do estudo, tipo de estudo, tamanho 
da amostra e estado de coleta de dados. Brasil, 2008-2018. 
Identifica
ção 
Base de 
dados 
Objetivo do estudo Tipo de 
estudo 
Tamanho 
da 
amostra 
Estad
o de 
coleta 
de 
dados 
1 BDENF - 
Enfermag
em 
Identificar os pacientes com risco de 
desenvolver úlcera por pressão 
(UPP) em unidade de terapia 
intensiva (UTI) por meio da Escala 
de Braden e relacionar esses escores 
com a assistência de enfermagem na 
sua prevenção. 
Estudo 
transversal
, 
prospectiv
o. 
190 
pacientes 
São 
Paulo 
2 LILACS Implantar a EB como instrumento 
preditor de risco para UP e analisar 
os resultados do seu uso em uma 
unidade de terapia intensiva, com 
vistas a contribuir para a 
qualificação do cuidado. 
Estudo 
prospectiv
o 
longitudin
al 
74 
pacientes 
Rio 
Grand
e do 
Sul 
3 LILACS, 
BDENF –Enfermag
em 
Comparar as escalas de avaliação de 
risco para UP de Norton, Braden e 
Waterlow entre pacientes em estado 
crítico brasileiros. 
Estudo 
exploratóri
o e 
longitudin
al 
42 
pacientes 
Ceará 
4 LILACS Estimar a ocorrência de úlcera por 
pressão e seus fatores associados, 
nos Centros de Terapia Intensiva 
(CTI) de adultos, em Belo 
Horizonte. 
Estudo 
transversal
, de coorte 
142 
pacientes 
Minas 
Gerais 
5 LILACS Verificar a associação entre 
ocorrência de UP em pacientes em 
estado crítico com escores da Escala 
de Braden, gravidade do paciente e 
carga de trabalho de enfermagem e, 
identificar os fatores de risco para 
UP em pacientes de UTI. 
Estudo 
transversal 
74 
pacientes 
São 
Paulo 
6 BDENF - 
Enfermag
em 
Identificar os fatores associados ao 
seu desenvolvimento em indivíduos 
internados em um centro de terapia 
intensiva (CTI) considerando como 
variáveis independentes os aspectos 
avaliados pelas escalas de Braden e 
Glasgow, a idade, sexo, cor da pele 
e tempo de internação hospitalar. 
Estudo 
exploratóri
o, 
descritivo 
48 
pacientes 
São 
Paulo 
 
Brazilian Journal of health Review 
 
 Braz. J. Hea. Rev., Curitiba, v. 2, n. 6, p. 4900-4925 nov./dec. 2019. ISSN 2595-6825 
 
 
4910 
 
Figura 3. Identificação dos artigos segundo o estado de coleta de dados. Brasil, 2008-2018. 
 
Quadro 3. Identificação dos artigos segundo a pontuação na Escala de Braden e a quantidade de pacientes 
que desenvolveram LPP. Brasil, 2008-2018. 
Identificação Pontuação na Escala de Braden Quantidade de pacientes 
que desenvolveram LPP 
1 Houve prevalência de pacientes com risco 
moderado (13 a 14 pontos). 
Não foram avaliados 
pacientes que 
desenvolveram LPP e sim o 
risco para a LPP. 
2 O escore médio foi de 11,35, considerado 
como alto risco para o desenvolvimento de 
LPP. 
19 pacientes de 74 avaliados 
(25,67%). 
3 A média da pontuação da Escala de Braden 
variou de 11,6 a 12,5 (DP±6,7). 
Risco mínimo (um paciente), moderado (34 
pacientes) e alto (sete pacientes). 
25 pacientes de 42 avaliados 
(59,5%). 
4 O valor médio da Escala de Braden foi de 
13,86. 
50 pacientes de 142 
avaliados (35,2%). 
5 A média dos escores Braden foi de 12,5 
(DP=2,4; min=7 e máx=19). Do total de 
pacientes a maioria (55,4%) possuía escores 
entre 10 e 12, o que representa alto risco para 
UP. Pacientes com altíssimo risco para LPP, 
escores Braden < 9, totalizaram 10,8%. 
21 pacientes de 74 avaliados 
(31,0%). 
6 A média dos escores nos pacientes que não 
desenvolveram LPP foi 15 (risco moderado) 
e para os pacientes que desenvolveram LPP 
foi 11 (risco elevado). 
30 pacientes de 48 avaliados 
(62,5%). 
 
 
3
1
1
1
São Paulo
Rio Grande do Sul
Ceará
Minas Gerais
N=6 
Brazilian Journal of health Review 
 
 Braz. J. Hea. Rev., Curitiba, v. 2, n. 6, p. 4900-4925 nov./dec. 2019. ISSN 2595-6825 
 
 
4911 
Quadro 4. Identificação dos artigos segundo as características dos pacientes que desenvolveram LPP. 
Brasil, 2008-2018. 
Identificação Características dos pacientes que desenvolveram LPP 
1 • Não foram avaliados pacientes que desenvolveram LPP e sim o risco 
para a LPP. 
2 • Cor branca em 14 (73,68%), 
• Sexo masculino em 11 (57,9%), 
• Média de idade de 48,8 ± 19,8 anos, 
• Tempo mediano de internação de 14 dias (4-30), 
• Acometimento entre o segundo e o 26º dia de internação, 
• Na maioria (60,9%), a LPP foi observada em até sete dias de 
internação na UTI, 
• Dez (52,63%) pacientes internaram devido à disfunção respiratória e 
quatro (21,05%) por problemas cardiovasculares, 
• Em 12 (63,15%) pacientes, o antibiótico foi a medicação mais usada, 
• 17 (89,47%) pacientes fizeram uso de cateter vesical de demora, 
• Sete (36,84%) pacientes usaram fraldas. 
3 • Acometimento entre o segundo e 14º dia de internação, 
• Tempo médio de surgimento de LPP de 9,6 (DP± 3,3) dias após a 
internação hospitalar. 
4 • Cor de pele parda (38,0%), 
• 71,4% entre os indivíduos de 45 a 59 anos, 
• 40,0% (71,4%) com faixa etária de 60 anos ou mais, 
• 13 pacientes apresentavam alterações neurológicas e digestórias, seis 
apresentavam alterações osteomusculares e um apresentava alterações 
genitourinárias. A maior prevalência de LPP ocorreu entre pacientes 
portadores de sepse, seguida de doenças do sistema respiratório, como 
insuficiência respiratória pulmonar aguda, tromboembolismo pulmonar e 
pneumonia, 
• 50,0% em pacientes eutróficos, 
• 42,6% eram fumantes, 
• A prevalência de LPP foi progressivamente maior naqueles com 
mais de dez dias de internação, 
• Todos os pacientes que estavam no CTI há mais de 50 dias eram 
portadores de LPP, 
• Ocorreu associação significativa entre uso de broncodilatadores e 
LPP. 
5 • A maioria (60,9%) das LPP foi observada na primeira semana de 
internação nas UTIs, 
• Idade mais elevada, 
• Ficaram mais tempo internados na UTI e no hospital, 
• Tinham a média dos escores de Braden mais baixa, 
• Estado mais grave pela escala Simplified Acute Physiology Score II. 
6 • Sexo feminino em 19 pacientes, 
• Cor da pele branca em 22 pacientes, 
• Média de idade de 51 anos, 
• Média de índice de massa corporal de 28,6 Kg/m2, 
• Média de tempo de internação de 18,43 dias. 
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4912 
Quadro 5. Identificação dos artigos segundo as áreas mais acometidas, estadiamento da LPP e número de 
lesões por paciente. Brasil, 2008-2018. 
Identifica
ção 
Áreas mais acometidas Estadiamento da 
LPP 
Número de lesões por 
paciente 
1 • Não foram 
avaliados pacientes que 
desenvolveram LPP e sim 
o risco para a LPP. 
• Não foram 
avaliados pacientes 
que desenvolveram 
LPP e sim o risco para 
a LPP. 
• Não foram 
avaliados pacientes que 
desenvolveram LPP e sim 
o risco para a LPP. 
2 • Não relata. • Não relata. • Não relata. 
3 • Sacral, 
• Calcâneo, 
• Occipital. 
 
• 48,9% em 
estagio 1, 
• 51,1% em 
estágio 2. 
• Seis pacientes 
apresentaram uma LPP, 
• 16 pacientes 
apresentaram duas LPP, 
• Três pacientes 
apresentaram três LPP. 
4 • Sacral (36,0%), 
• Calcâneos (22,0%), 
• Trocânteres (9,0%), 
• Ílio (6,0%), 
• Maléolos (4,0%), 
• Tuberosidades 
isquiáticas (4,0%), 
• Tíbias (4,0%), 
• Lóbulos das orelhas 
(3,0%), 
• Escápulas (3,0%), 
• Cotovelos (3,0%), 
• Processo espinhoso 
(2,0%), 
• Podáctilos (2,0%), 
• Occipital (1,0%). 
• 25,0% em 
estágio 1, 
• 57,0% em 
estágio 2, 
• 9,0 % em 
estágio 3, 
• 6,0% em 
estágio 4. 
• 27 pacientes 
apresentaram uma LPP, 
• 11 pacientes 
apresentaram duas LPP, 
• 12 pacientes 
apresentaram três ou mais 
LPP, sendo que um 
paciente apresentou 12 
LPP. 
5 • Não relata. • Não relata. • Não relata. 
6 • Calcâneo (35,7%), 
• Sacral (22,9%), 
• Escápulas (12,9%). 
• 57,1% em 
estágio 1. 
• 42,9% em 
estágio 2. 
• Não relata. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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4913 
Quadro 6. Identificação dos artigos segundo as medidas de prevenção para LPP. Brasil, 2008-2018. 
Identificação Medidas de prevenção para LPP 
1 • Camas limpas, 
• Pacientes limpos e secos, 
• Mudança de decúbito de duas em duas horas, 
• Uso de colchões piramidais, 
• Uso de coxins em proeminências ósseas, 
• Hidratação da pele. 
2 • Aplicar uma escala preditiva de risco, 
• Obter dados para conduzir um plano de cuidados preventivos para 
LPP, uma vez que o escore identificado poderá determinar com maior 
precisão as intervenções para a prevenção ou o tratamento da LPP, 
• Mudança de decúbito, 
• Mobilização no leito e fora dele, 
• Remoção e redistribuição das áreas de pressão do corpo, 
• Uso de coxins, 
• Higiene da pele, 
• Hidratação da pele, 
• Uso de películas não-estéril, 
• Uso de protetores cutâneos, 
• Monitoramentodas condições nutricionais, 
• Monitoramento das condições de umidade, 
• Monitoramento da sensibilidade da pele. 
3 • Não relata. 
4 • Não relata. 
5 • Não relata. 
6 • Mudança de decúbito de duas em duas horas, 
• Uso de travesseiros e almofadas para posicionamento, 
• Proteção das proeminências ósseas, 
• Uso de colchão especial como forma de aliviar a pressão nos 
tecidos. 
 
5 DISCUSSÃO 
As Unidades de Terapia Intensiva (UTI) apresentam pacientes com características 
peculiares, em decorrência de sua gravidade clínica e da instabilidade hemodinâmica dos 
sistemas orgânicos. Essas condições requerem mecanismos de suporte à vida como o uso 
de ventilação mecânica, sedação contínua, uso de drogas vasoativas, monitorizações e 
diversos tipos de dispositivos como cateteres, drenos e sondas. Por isso, os pacientes estão 
mais expostos e vulneráveis à alterações no processo de manutenção da integridade da 
pele, favorecendo o desenvolvimento de LPP. Durante a internação na UTI, existem 
situações que comprometem a perfusão tissular da pele, como: redução da pressão 
sanguínea decorrente de alterações cardiovasculares, síndrome da resposta inflamatória 
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4914 
sistêmica (SIRS), choque séptico, choque hemorrágico, uso de fármacos e instabilidade 
hemodinâmica. Em qualquer uma dessas situações, o paciente crítico sofre com as 
alterações do fluxo sanguíneo para a área que está sobre pressão, comprometendo a 
oxigenação e a nutrição dos tecidos naquela região, podendo levar ao desenvolvimento 
de isquemia, hipóxia, edema e necrose tecidual(19). 
De acordo com a EB, os pacientes internados em UTI, apresentam risco moderado 
e alto para desenvolver LPP, e isso se deve ao tempo prolongado de internação e à 
associação da gravidade, complexidade e grau de dependência dos pacientes com doenças 
infecciosas, comuns em UTI(19). 
Quanto à relação entre a cor da pele e a ocorrência de LPP, o eritema não-
branqueável, conhecido como LPP em estágio 1, pode ser de difícil identificação em 
pessoas com tons escuros de pele, uma vez que a cor pode ser diferente da área 
circundante, condição que pode constituir um indicativo de risco(19). 
Referente ao gênero, observa-se que os homens são mais suscetíveis à doença 
crônica mal controlada e às causas externas. Essas causas, muitas vezes, necessitam de 
UTI devido às complicações associadas e demandam tempo maior de internação, 
predispondo à formação de LPP(20). 
Idosos possuem menos tecido subcutâneo, diminuindo a capacidade de 
distribuição da pressão, levando ao comprometimento do fluxo sanguíneo e, 
consequentemente, ao aumento do risco de lesões, pois são mais vulneráveis para 
desenvolver LPP. O envelhecimento populacional eleva a vulnerabilidade aos agravos de 
saúde, sendo necessárias intervenções intensivas e aumento no tempo de internação(20). 
Em relação ao Índice de Massa Corporal (IMC) e maior ocorrência de LPP, as 
classificações do IMC estratificadas como baixo peso e obesidade importante, 
caracterizaram alto risco para a ocorrência de LPP e necessitam maior atenção em relação 
àqueles pacientes com peso normal. Pacientes com LPP apresentam escores mais 
elevados de IMC, quando comparados aos pacientes sem LPP, mostrando existir uma taxa 
elevada de LPP em pacientes críticos com peso adequado e/ ou com sobrepeso. No 
paciente crítico, a desnutrição destaca-se como fator de risco intrínseco, mais associado 
às lesões, estando relacionada com a diminuição da tolerância do tecido à pressão. Alguns 
pacientes passam por longos períodos em jejum, estados patológicos e hipercatabólicos, 
cirurgias e desnutrição(20). 
A escala Simplified Acute Physiology Score (SAPS), associada à Acute Physiology 
and Chronic Health Evaluation (APACHE) têm a finalidade de avaliar o prognóstico e a 
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4915 
mortalidade dos pacientes, determinar a resposta terapêutica, comparar populações de 
pacientes de UTI e estimar custos. Quanto maior a gravidade do estado do paciente, maior 
a incidência de LPP. Os pacientes que desenvolveram LPP apresentam média elevada no 
escore SAPS. Os índices de gravidade são importantes indicadores para a identificação 
do risco de desenvolvimento de LPP e a SAPS é um instrumento eficaz e satisfatório 
como prognóstico de gravidade dos pacientes na UTI(20). 
Ressalta-se que quanto maior o tempo de internação, maior o risco de desenvolver 
LPP. Considera-se que os pacientes submetidos a um período prologado de uso de 
ventilação mecânica, sedação contínua, dias de balanço hídrico positivo e uso de 
antibióticos, estão mais suscetíveis a desenvolver a lesão(20). 
Nos pacientes com sedação, a LPP é justificada pela não realização da mudança 
de decúbito, devido à instabilidade hemodinâmica. Tratando-se de pacientes sedados, a 
não percepção sensorial faz com que este paciente mereça uma melhor atenção em relação 
à ocorrência de LPP, visto que muitas vezes eles são incapazes de comunicar o 
desconforto, tornando-os mais vulneráveis. O enfermeiro deve estar apto a identificar 
precocemente este grupo, implementando ações que possam reduzir suas 
complicações(21). 
A idade avançada é um fator relevante para o surgimento da LPP. A provável 
elevação do risco dessas lesões ocorre devido às alterações específicas no processo de 
envelhecimento da pele; essas mudanças resultam num tecido mais frágil e susceptível às 
forças mecânicas, tais como, fricção, pressão e cisalhamento(22). 
Os broncodilatadores oferecem risco de LPP, agem através de seu efeito direto 
relaxante sobre a célula muscular lisa. Eles pertencem à três classes farmacológicas: 
agonistas dos receptores β2-adrenérgicos, metilxantinas e antagonistas muscarínicos (ou 
anticolinérgicos inalatórios). Os β2-agonistas são potentes broncodilatadores e como 
efeitos indesejáveis mais frequentes têm-se: tremor de extremidades e taquicardia. Então 
pode-se inferir que as alterações que possivelmente os broncodilatadores β2-adrenérgicos 
e antagonistas antimuscarínicos poderão promover sobre sistema cardiovascular, podem 
repercurtir no sistema tegumentar e favorecer o surgimento de LPP(23). 
O tabagismo também pode ser considerado um fator de risco, pois produz efeitos 
no organismo que interferem no fluxo sanguíneo, provocando vasoconstrição, 
favorecendo a diminuição do aporte de oxigênio e nutrientes para as células(24). 
Os pacientes internados em Unidade de Terapia Intensiva, geralmente apresentam 
alto risco para o desenvolvimento de LPP, devido à utilização de equipamento 
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4916 
respiratório, cateteres urinários, dispositivos de compressão sequencial, múltiplos 
cateteres intravenosos e principalmente devido à diminuição da percepção sensorial, 
causada por sedativos, analgésicos e relaxantes musculares, determinando uma menor 
reação à pressão excessiva(25). 
Em relação aos estágios, no nosso trabalho encontramos uma maior prevalência 
de lesões em estágio 2, semelhante à pesquisa realizada em um hospital geral da cidade 
de Joinville, que constatou que 58,5% das lesões identificadas estavam em estágio 2. É 
possível que esse fato ocorra pela dificuldade em distinguir o eritema reativo, daquele 
não reativo, que já constitui a pré-lesão e poderá evoluir para estágios posteriores caso 
não se afaste o estímulo causal. Sabe-se que a ocorrência de LPP prolonga a 
hospitalização e os custos do tratamento, aumenta o risco para o desenvolvimento de 
outras complicações, como infecções, dificulta a recuperação do paciente e representa um 
acréscimo no sofrimento emocional e físico(25). 
Noque diz respeito à localização das lesões, a região sacral é a mais acometida, 
seguida do calcâneo e região trocanteriana. Outros locais com acometimento incluem a 
região occipital, maléolos, glúteos, escápulas, região isquiática e cotovelo. A pressão 
corporal em repouso não se distribui homogeneamente pela superfície de apoio, então 
determinados pontos do corpo, principalmente as proeminências ósseas, concentram 
pressões maiores, motivo pelo qual elas são as mais acometidas pelas LPP(26). 
A prevenção acaba sendo o principal foco dos profissionais responsáveis pelo 
cuidado do paciente. A abordagem preventiva deve ser multidisciplinar e tem início na 
identificação precoce dos pacientes suscetíveis, devendo abranger a equipe cuidadora, 
além dos familiares envolvidos e do próprio paciente, quando possível. Mecanismos de 
distribuição da pressão, mudança periódica de posição, controle da incontinência, 
cuidados com a pele e nutrição são as principais medidas envolvidas na prevenção da 
lesão(26). 
Alguns cuidados devem ser realizados, como manter cama limpa e a pele 
higienizada, pois a pele úmida é mais vulnerável, propícia o desenvolvimento de lesões 
cutâneas, e tende a se romper mais facilmente. Dessa forma, deve-se manter os pacientes 
limpos e secos, e higienizar regularmente ou sempre que apresentar sujidade. O processo 
de limpeza deve incluir a utilização cuidadosa de um agente de limpeza suave que 
minimize a irritação e a secura da pele(27). 
Quanto à mudança de decúbito de duas em duas horas, são vastas as estratégias 
voltadas para o sistema tegumentar, que trata do maior órgão humano responsável pela 
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4917 
proteção de muitas estruturas internas do organismo contra os agentes externos. Esta 
medida de proteção é uma prática exigida da equipe de enfermagem e de fisioterapeutas, 
demandando tempo e esforço físico, mas que ainda é uma das técnicas mais baratas e 
eficazes para a prevenção de LPP. Fazer o reposicionamento contínuo do paciente no leito 
permite a eliminação da pressão contínua da pele e possibilita a estes profissionais a 
observação de fatores contribuintes da lesão, como cisalhamento e hiperemia da pele(28). 
No entanto, o reposicionamento do paciente no leito nem sempre é uma alternativa 
viável para àqueles internados nos setores críticos, visto que os pacientes, muitas vezes, 
têm diferentes necessidades e, em algumas situações, apresentam restrições à mudança 
de decúbito, como em casos de altas vazões de drogas vasoativas, entre outras condições 
clínicas(28). 
Outras medidas, como usar colchões especiais, como os piramidais ou 
pneumáticos, atuam como superfícies redutoras de pressão, e trabalham com a 
distribuição de pressão local em uma área de superfície corporal maior(29). 
O uso de coxins em proeminências ósseas, travesseiros e almofadas para 
posicionamento ou cunhas de espuma, devem ser colocados entre os tornozelos e joelhos 
durante o posicionamento do paciente no leito, para evitar a pressão nesses locais, quando 
o paciente não tiver a mobilidade para essas áreas. Os dispositivos de prevenção de LPP 
nos calcâneos devem elevá-los, de tal forma que o peso da perna seja distribuído ao longo 
da sua parte posterior, sem colocar pressão sobre o tendão de Aquiles e mantendo o joelho 
em ligeira flexão. Deve-se dar preferência para a utilização de uma almofada ou 
travesseiro abaixo das pernas para elevar completamente os calcâneos e mantê-los 
flutuantes(29). 
Manter a hidratação cutânea é importante para evitar o ressecamento da pele e as 
fissuras. A aplicação de hidratantes na pele substitui a função de barreira decorrente da 
perda da lubrificação natural. Por isso, a importância de uma atenção especial, 
principalmente em indivíduos idosos com comprometimento da barreira de proteção(30). 
A massagem de conforto é uma prática contra-indicada. Na presença de 
inflamação aguda, em pacientes com tecidos cutâneos fragilizados e vascularização 
prejudicada, a massagem não é recomendada como uma estratégia de prevenção de 
LPP(30). 
Pacientes críticos, internados em Unidade de Terapia Intensiva, devem ser 
mobilizados com base em critérios de segurança. A prolongada imobilidade do paciente 
crítico repercute negativamente no sistema musculoesquelético, cardiovascular, 
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4918 
respiratório, tegumentar e cognitivo. A mobilização do paciente fornece benefícios como 
a redução do tempo de ventilação mecânica, menor tempo de permanência na UTI, menor 
tempo de internação hospitalar, redução da sedação e da duração do delirium, redução 
dos custos hospitalares, além da melhora dos desfechos clínicos e funcionais na alta 
hospitalar. Para prevenir e minimizar estas alterações, faz-se necessária a intervenção 
fisioterapêutica imediata, desde que o paciente tenha estabilidade clínica para suprir as 
demandas vasculares e oxigenativas que a intervenção exige. Os critérios de exclusão da 
terapia de mobilização no leito e fora dele são: pacientes hemodinamicamente instáveis e 
que necessitam de altas doses de vasopressores não estão aptos a iniciar e nem a progredir 
a terapia(31). 
Caso a mobilidade do paciente esteja comprometida e a pressão nesta interface 
não for redistribuída, a pressão pode prejudicar a circulação, levando ao surgimento da 
LPP. Neste caso, recomenda a utilização de superfícies de apoio específicas (como 
colchões, camas e almofadas), pois redistribuem a pressão que o corpo do paciente exerce 
sobre a pele e os tecidos subcutâneos(32). 
A terapia nutricional, em portadores de lesão por pressão, é indicada sempre que 
o paciente não conseguir atingir suas necessidades nutricionais pela via oral 
convencional. Baixos valores de IMC estão associados à redução da gordura corporal e, 
consequentemente, à diminuição da proteção contra a pressão em áreas ósseas 
proeminentes(33). 
O processo de cicatrização consome energia, utilizando principalmente o 
carboidrato sob forma de glicose. Para que o organismo não utilize proteínas no processo 
de cicatrização, o fornecimento adequado de calorias é importante. É recomendado de 30 
a 35 kcal/kg/dia de energia e 1,2 a 1,5 g/kg/dia de proteínas, além de 1 mL/kcal de 
ingestão de líquidos. Pacientes com várias LPP e/ou muito grandes, situações de grande 
catabolismo, e sem outras comorbidades, pode-se avaliar a oferta de pelo menos 1,5 
g/kg/dia. Comercialmente, têm sido desenvolvidos vários suplementos para a terapia 
nutricional enteral, suplementação nutricional oral, via sonda nasogástrica, nasoenteral 
ou percutânea (gastrostomia), com o objetivo de prevenir e tratar as LPP. Essas fórmulas 
são compostas principalmente por proteína, zinco, vitamina C, arginina e glutamina. A 
intervenção nutricional deve ser considerada parte integrante do tratamento da lesão por 
pressão. Recomenda-se avaliar o estado nutricional dos pacientes e garantir o aporte de 
energia e proteína adequados e recomendados pelas diretrizes atuais(33). 
Brazilian Journal of health Review 
 
 Braz. J. Hea. Rev., Curitiba, v. 2, n. 6, p. 4900-4925 nov./dec. 2019. ISSN 2595-6825 
 
 
4919 
Alguns enfermeiros apresentam dificuldade em distinguir a LPP de lesões 
decorrentes de outras causas, principalmente a dermatite associada à incontinência (DAI), 
lesões por fricção ou lesões relacionadas à adesivos médicos. A dermatite associada à 
incontinência é uma condição distinta e é recomendado que os profissionais envolvidos 
na assistência sejam capacitados para a realização do diagnóstico diferencial entre a DAI 
e as LPP. A DAI decorrente da urina está relacionada à sua composição química e à sua 
osmolaridade. O contato da pele com a urina, de forma repetidae/ou por longos períodos, 
leva a uma hiperidratação da pele exposta. Isso ocorre porque a amônia da urina aumenta 
o pH da pele, diminuindo a tolerância tecidual à fricção, cisalhamento ou pressão(34). 
As fezes também figuram como agente etiológico da DAI, cuja irritação é 
atribuída à presença de enzimas digestivas, principalmente lipases e proteases, na qual a 
atividade enzimática fica exacerbada na presença de um pH alcalino(34). 
A urina, na presença de fezes, desencadeia a transformação da uréia em amônia 
pelas bactérias fecais, principalmente em contato com a urease presente nas fezes 
líquidas, aumentando ainda mais o risco para a DAI(34). 
As fezes líquidas são mais irritantes do que as fezes sólidas, porque normalmente 
entram em contato com uma superfície maior de pele. Elas ainda contêm mais sais biliares 
e lipases pancreáticas, que são particularmente irritantes para a pele, o que aumenta a sua 
vulnerabilidade a outros irritantes de baixo peso molecular, incluindo a amônia(34). 
Por outro lado, sabe-se que a exposição da pele à umidade excessiva, é fator 
importante na formação das LPP, sendo ela provocada pela incontinência urinária, anal e 
perspiração. A umidade macera e enfraquece as camadas superficiais da pele, tornando-
as mais vulneráveis às lesões, principalmente quando associada à fricção e ao 
cisalhamento(35). 
Em relação ao monitoramento da sensibilidade da pele, o uso de drogas vasoativas 
causa vasoconstrição e coopera para o surgimento das lesões de pele nos pacientes graves 
internados nas UTIs(36). 
A grande maioria das drogas utilizadas para os pacientes graves causa sedação, 
efeito anestésico, ação vasopressora ou indutoras de coma, interferindo na sensibilidade 
do paciente. A alteração da percepção sensorial provoca diminuição da mobilidade e 
capacidade autônoma do alívio da pressão, submetendo o paciente a alto risco de 
desenvolver LPP. Este risco, associado a outros fatores, favorece a diminuição da oferta 
de nutrientes à pele, que ocorre devido à vasoconstrição provocada pela ação das drogas 
vasoativas constritoras, podendo gerar lesões e isquemia tecidual(36). 
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 Braz. J. Hea. Rev., Curitiba, v. 2, n. 6, p. 4900-4925 nov./dec. 2019. ISSN 2595-6825 
 
 
4920 
6 CONCLUSÕES 
Na avaliação de seis artigos, que utilizaram a Escala de Braden em pacientes 
internados em UTI, foi possível identificar que: 
• Todos os artigos foram publicados em periódicos de enfermagem, sendo dois 
publicados na Acta Paulista de Enfermagem, dois publicados no ano de 2011, nas 
bases de dados LILACS e BDENF, sendo realizados estudos prospectivos, com a 
maioria dos dados coletados no estado de São Paulo; 
• A maioria dos pacientes foi avaliada pela Escala de Braden com risco moderado 
ou risco alto para desenvolver a LPP; 
• A incidência de LPP nos pacientes avaliados variou de 25,67% a 62,5%; 
• Os pacientes que desenvolveram LPP apresentavam uma idade acima de 45 anos, 
possuíam a cor de pele branca, desenvolveram a LPP após sete dias de internação 
na UTI e apresentavam escores baixos na Escala de Braden; 
• As regiões sacral, calcâneos, occipital e escapular foram os locais em que as LPP 
ocorreram, sendo que a maioria se encontrava em estágio 1 e apresentava de uma 
a duas lesões; 
• As medidas de prevenção para a LPP estiveram relacionadas aos fatores 
intrínsecos e extrínsecos dos pacientes, como mudança de decúbito, uso de 
colchões especiais, uso de coxins, travesseiros, almofadas, proteção das 
proeminências ósseas com películas, manutenção das camas limpas e do paciente 
limpo, seco e hidratado. 
 
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Os profissionais de enfermagem devem ter conhecimento sobre a incidência das 
LPP, seus fatores de risco, classificação das lesões e medidas de prevenção. Deve-se 
avaliar continuamente se as ações preventivas estão realmente sendo eficazes e aplicadas 
de forma individualizada e integral, com a intenção de promover a segurança do paciente 
e a melhoria da qualidade do cuidado prestado. 
As lesões por pressão são um problema de saúde pública que se tornam um 
indicador de qualidade da assistência prestada à saúde. Causam um grande impacto e 
complicações ao paciente, seus familiares e sociedade, além de prolongar o tempo de 
tratamento, internação hospitalar, reabilitação e gastos hospitalares. 
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Deve-se levar em consideração que é um problema totalmente passível de 
prevenção, mas que ainda hoje é um desafio para a equipe multiprofissional, pois, requer 
uma equipe de enfermagem bem qualificada para identificar os fatores de risco, de forma 
a planejar e implementar medidas eficientes e eficazes para a prevenção e o tratamento. 
Ressalta-se a importância da utilização de um instrumento preditor para auxiliar 
na prevenção de LPP, o qual se destaca a Escala de Braden que, apesar de não ter sido 
desenvolvida especificamente para pacientes críticos de UTI, é a escala que apresenta 
maior especificidade e sensibilidade para essa população e é também a mais utilizada e 
citada entre os estudos. 
 
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