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Estrutura corpórea de vertebrados tema 1

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/
DEFINIÇÃO
Desenvolvimento e princípios de construção do corpo animal. Planos e eixos anatômicos.
Mecanismos de homeostase.
PROPÓSITO
Apresentar a estrutura e a construção do corpo animal, desde o período embrionário até os
processos de manutenção do equilíbrio de suas funções.
OBJETIVOS
/
 
Descrever o desenvolvimento embrionário de vertebrados
 
Relacionar os princípios de construção do corpo dos vertebrados
 
Distinguir as cavidades e as regiões corpóreas, além de seus limites anatômicos
 
Identificar o processo de homeostase em animais
INTRODUÇÃO
A anatomia é a ciência que estuda a forma e a localização das estruturas que compõem o
corpo dos organismos, enquanto a fisiologia se dedica à análise das suas funções. O estudo
dos organismos sob essas duas perspectivas, portanto, se chama morfofisiologia.
/
O estudo comparado das estruturas que compõem o corpo das diferentes espécies animais é
denominado anatomia comparada; o de suas funções, fisiologia comparada. Base do nosso
estudo, a morfofisiologia comparada é composta pela análise conjunta deles.
A análise comparativa é considerada fundamental na Biologia, pois o estabelecimento dela
auxilia no desenvolvimento de hipóteses evolutivas e na análise das respostas adaptativas dos
animais ao meio.
Módulo 1
Descrever o desenvolvimento embrionário de vertebrados
GAMETAS FEMININO E MASCULINO
O estudo do desenvolvimento do corpo dos animais é capaz de fornecer informações úteis não
somente ao estudo anatômico micro ou macroscópico, assim como o das estruturas que o
compõem, mas também se revela importante no estabelecimento das relações evolutivas.
Afinal, algumas delas já estão evidenciadas durante o estágio de formação embrionária.
No entanto, não podemos iniciar nossos estudos sobre a embriologia comparada sem
compreender melhor algumas diferenças estabelecidas antes mesmo da formação do embrião.
Trata-se daquelas relacionadas aos gametas feminino e masculino.
GAMETAS
Células reprodutivas dos animais.
Células haploides, os gametas feminino e masculino precisam se encontrar para a formação
de um novo indivíduo. A união do seu material genético resulta numa célula diploide.
GAMETA MASCULINO
javascript:void(0)
/
O gameta masculino (ou espermatozoide) apresenta formas variadas nas espécies de
vertebrados, mas ele comumente é composto por:
 
Fonte: Shutterstock
Cabeça
Além do material genético, pode estar presente nela uma estrutura denominada acrossomo.
Ela é rica em enzimas que auxiliam na penetração no gameta feminino.
Colo
Porção que conecta a cabeça à cauda.
Cauda
Apresenta um ou mais flagelos, conferindo mobilidade ao gameta.
 EXEMPLO
Nos vertebrados, os espermatozoides geralmente apresentam um único flagelo.
/
 
Fonte: Shutterstock
GAMETA FEMININO
O gameta feminino (ou ovo) pode conter:
Vitelo
Substância rica em carboidratos, proteínas e lipídeos que busca nutrir o embrião durante o
período no qual ele não consegue obter acesso a outras fontes de nutrientes.
Observaremos a seguir como os ovos das diferentes espécies animais podem ser
classificados segundo sua quantidade de vitelo:
 
/
OLIGOLÉCITOS (OU ISOLÉCITOS)
Apresentam pouca quantidade. São os gametas femininos de diversos invertebrados, como as
minhocas e as estrelas do mar.
 
MESOLÉCITOS (OU HETEROLÉCITOS)
Reúnem uma porção moderada, o que ocorre nos gametas femininos de anfíbios.
 
/
TELOLÉCITOS (OU MEGALÉCITOS)
Possuem uma grande parcela de vitelo em quase todo o ovo. É o caso, por exemplo, dos
gametas femininos de aves e répteis.
 
CENTROLÉCITOS
Sua localização fica ao redor do núcleo do ovo. Exemplo: gametas femininos dos insetos.
 COMENTÁRIO
Existem ainda os alécitos, que não contêm a substância. Trata-se dos gametas femininos dos
mamíferos placentários, como, por exemplo, o homem e o cão.
ENVELOPES
Além do vitelo, o gameta feminino pode apresentar camadas envoltórias. Denominadas
envelopes, elas lhe conferem proteção e nutrição.
/
Os envelopes podem ser:
 Clique nos botôes a seguir.
PRIMÁRIOS
SECUNDÁRIOS
TERCIÁRIOS
Sintetizados pelo próprio oócito.
Sintetizados pelas células foliculares.
Sintetizados pelos órgãos do aparelho reprodutor.
 EXEMPLO
Os ovos das aves contêm os três tipos de envelope: a membrana vitelínica é o primário; o
albúmen (clara), o secundário; e a casca, o terciário.
 
Fonte: Shutterstock
 Anatomia do ovo de aves.
As seguintes condições, portanto, refletem uma adaptação das diversas espécies ao tipo de
ambiente no qual haverá a formação e o desenvolvimento do embrião:
/
Presença (ou não) de vitelo;
Quantidade de vitelo;
Envoltórios presentes nos diferentes tipos de ovos animais.
FERTILIZAÇÃO E CLIVAGEM
A formação do zigoto ocorre logo após a fertilização, tendo início um processo de clivagem, ou
seja, a divisão de uma única célula inicial em várias outras denominadas blastômeros.
 
Fonte: Shutterstock
FERTILIZAÇÃO
União do material genético (pró-núcleo) dos gametas feminino e masculino.
javascript:void(0)
/
A presença (ou não) de vitelo no interior do ovo faz com que a clivagem ocorra de modo
diferente entre as espécies animais. Dessa forma, o zigoto pode sofrer uma clivagem total
(holoblástica) ou parcial (meroblástica).
Verificaremos as formações e os surgimentos decorrentes desse processo:
Mórula
Com a progressão das clivagens, surge a mórula. Trata-se de uma massa sólida com
determinada quantidade de células – geralmente, ela se situa entre 16 e 64 blastômeros –
segundo cada espécie de vertebrado.
O formato da mórula varia de acordo com o processo de clivagem da espécie. Esse processo,
por sua vez, depende da quantidade de vitelo no interior do ovo.
 
Fonte: Shutterstock
BLASTULAÇÃO
Após alcançar o estágio de mórula, os blastômeros continuam a sofrer mitoses e tomam a
direção da periferia do zigoto, formando uma cavidade contendo líquido conhecida como
blastocele. Neste momento, a mórula passa a ser chamada de blástula.
Você pode estar se perguntando: a blástula é igual em todos os animais?
/
Como a clivagem ocorre de diferentes modos segundo a presença e a quantidade de vitelo no
ovo, a forma assumida pela blástula também muda. Vejamos as figuras a seguir:
 
Fonte: Adaptado de Shutterstock
 Clivagem holoblástica em oligolécitos e mesolécitos.
 
Fonte: Adaptado de Shutterstock
 Clivagem meroblástica em telolécitos e centrolécitos.
GASTRULAÇÃO
/
Analisaremos agora a estruturação dos órgãos dos animais. Após a formação da blástula, as
células passam por diversos rearranjos e divisões. Como consequência, isso resultará na
formação de:
Estruturas do sistema nervoso central (neurulação);
Três folhetos germinativos (gastrulação): endoderma, mesoderma e ectoderma.
Assista a este vídeo para entender como ocorre o processo de clivagem e gastrulação nas
diferentes espécies animais.
Esses folhetos dão origem a todos os órgãos e tecidos do corpo do animal.
/
 
Fonte: (GILBERT; BARRESI, 2019)
 Tecidos germinativos e seus derivados.
Entenda os folhetos germinativos primários presentes nos embriões e algumas estruturas
derivadas deles:
Folheto
germinativo
Estrutura derivada
Ectoderma
Epiderme e seus anexos, glândulas mamárias, sudoríparas e
sebáceas, hipófise, ouvido interno, cristalino, retina, esmalte dentário,
parte medular da adrenal e estruturas do sistema nervoso central e
periférico.
Mesoderma
Esqueleto, músculos, derme, gônadas, glândulas sexuais acessórias,
sangue, baço, coração e parte cortical da adrenal.
Endoderma
Porções epiteliais de traqueia, brônquios e pulmões, faringe, tireoide,
paratireoides, tonsilas, cavidade timpânica, tuba auditiva e trato
gastrointestinal, além de fígado, pâncreas e bexiga.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
/
Perceba como o desenvolvimento embrionário apresenta estruturas bem parecidas em
diferentes espécies de animais:
 
PEIXE
 
/
RÉPTIL
 
PÁSSARO
 
/
HUMANO
VERIFICANDOO APRENDIZADO
1. DURANTE O PROCESSO DE GASTRULAÇÃO, SÃO FORMADOS TRÊS FOLHETOS
GERMINATIVOS QUE ORIGINAM TODOS OS DEMAIS TECIDOS PRESENTES NO
ORGANISMO ANIMAL. DESSA FORMA, ANALISE AS ASSERTIVAS A SEGUIR:
O ENDODERMA É A CAMADA GERMINATIVA MAIS EXTERNA DO EMBRIÃO,
ORIGINANDO ESTRUTURAS COMO O FÍGADO, O PÂNCREAS E A BEXIGA.
O MESODERMA SE TRATA DA CAMADA GERMINATIVA MÉDIA DO EMBRIÃO,
ORIGINANDO ESTRUTURAS COMO MÚSCULOS, GÔNADAS E SANGUE.
O ECTODERMA CONSTITUI A CAMADA GERMINATIVA MAIS INTERNA DO
EMBRIÃO, ORIGINANDO ESTRUTURAS COMO A PELE, O CRISTALINO E A
RETINA.
ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA: 
A) I
B) I e II
C) II e III
D) II
2. SOBRE O PROCESSO DE CLIVAGEM QUE OCORRE NO EMBRIÃO DOS ANIMAIS,
ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA:
/
A) O processo de clivagem ocorre igualmente nas diferentes espécies animais.
B) A quantidade de vitelo presente no ovo influencia o tipo de clivagem do embrião.
C) A blástula resultante da mitose da mórula se apresenta igualmente nos vertebrados.
D) A mórula resultante da clivagem possui o mesmo formato dentre os animais.
GABARITO
1. Durante o processo de gastrulação, são formados três folhetos germinativos que
originam todos os demais tecidos presentes no organismo animal. Dessa forma, analise
as assertivas a seguir:
O endoderma é a camada germinativa mais externa do embrião, originando
estruturas como o fígado, o pâncreas e a bexiga.
O mesoderma se trata da camada germinativa média do embrião, originando
estruturas como músculos, gônadas e sangue.
O ectoderma constitui a camada germinativa mais interna do embrião, originando
estruturas como a pele, o cristalino e a retina.
Assinale a alternativa correta: 
A alternativa "D " está correta.
O ectoderma corresponde ao folheto germinativo mais externo do embrião, enquanto o
endoderma é o mais interno.
2. Sobre o processo de clivagem que ocorre no embrião dos animais, assinale a
alternativa correta:
A alternativa "B " está correta.
A clivagem ocorre de diferentes modos segundo a presença e a quantidade de vitelo no ovo;
dessa maneira, a forma assumida pela mórula e, portanto, pela blástula também muda.
Módulo 2
Relacionar os princípios de construção do corpo dos vertebrados
/
PRINCÍPIOS DE CONSTRUÇÃO CORPÓREA
EM VERTEBRADOS
A formação do corpo animal observada durante o período de embriogênese e organogênese
segue princípios comuns que regem a construção de todos os organismos vertebrados.
Eles nos permitem perceber a existência de um padrão de desenvolvimento do corpo presente
em todos esses animais, auxiliando na identificação de semelhanças e de divergências
existentes entre as estruturas anatômicas de diversas espécies.
Esmiuçaremos a seguir os quatro princípios básicos do processo de constituição dos corpos
vertebrados e seus três tipos de plano anatômico.
CONSTITUIÇÃO DOS CORPOS
Ocorrida durante o desenvolvimento embrionário, a construção do corpo dos animais
vertebrados segue os seguintes princípios de construção corpórea:
Antimeria (ou zigomorfismo)
O corpo de um vertebrado é dividido em duas metades simétricas denominadas antímero
direito e antímero esquerdo.
A partir desse princípio, observa-se a existência de órgãos pares (ou homótopos), como
olhos, orelhas e pulmões. Eles já estão presentes nos dois antímeros do animal.
Essa simetria, contudo, não é perfeita, já que a posição, a forma e o tamanho deles podem
variar num mesmo indivíduo, o que é considerado normal.
/
 
Fonte: Shutterstock
 Antímeros esquerdo e direito em cão.
 EXEMPLO
É possível que os mamíferos apresentem tetas opostas com tamanhos diferentes. Além disso,
uma pode até produzir mais leite que a outra sem que isso signifique a ocorrência de uma
anomalia estrutural ou funcional.
Nota-se ainda a existência de órgãos ímpares ou únicos, como fígado, baço e pâncreas. Isso
indica que eles se encontram em apenas um antímero do animal.
ÓRGÃOS ÍMPARES OU ÚNICOS
A presença deste tipo de órgão também colabora para que a simetria entre os antímeros
não seja perfeita.
Metameria
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/
Seguindo uma disposição longitudinal da cabeça à cauda, as estruturas presentes no corpo
animal formam segmentos chamados de metâmeros.
Por isso, suas estruturas anatômicas se localizam em segmentos distribuídos ao longo do
corpo entre os polos cranial e caudal.
 
Fonte: Shutterstock
 Paquímeros dorsal e ventral em equino.
 EXEMPLO
Concentração de estruturas do sistema nervoso no polo cranial e do sistema reprodutor no
caudal.
Paquimeria (ou tubulação)
O organismo é composto por três tubos (paquímeros):
 Clique nas setas para ver as informações.
/
TUBO DORSAL (NEURAL)
Forma a cavidade craniana, cujas estruturas incluem o cérebro e o cerebelo, além da cavidade
vertebral, que contém a medula espinhal.
TUBO VENTRAL (VISCERAL)
Compondo as cavidades torácica e abdominopélvica, o tubo ventral possui órgãos de diversos
sistemas orgânicos, como, respectivamente, o cardiovascular e o digestório.
/
TUBO SUPERFICIAL
É composto por tegumento, músculos, articulações e esqueleto a envolver todas as cavidades
corpóreas do animal.
Estratimeria (ou estratificação)
As estruturas que compõem o corpo animal estão dispostas em camadas. Dessa forma, elas
podem ser superficiais, como o tegumento, ou profundas, que é o caso dos pulmões.
Isso acontece porque, como já vimos, a organogênese ocorre a partir dos três folhetos
embrionários (endoderma, mesoderma e ectoderma) dispostos em diferentes estratos.
Qual é a importância prática desses princípios?
O conhecimento sobre eles possibilita a identificação de estruturas homólogas entre as
diferentes espécies animais. A despeito da mesma origem embrionária e conformação básica,
essas estruturas se caracterizam pela apresentação de funções diferentes.
 EXEMPLO
Estrutura dos membros de diversas espécies animais com diferentes funções, como a
caminhada, o nado e o voo.
/
 
Fonte: Shutterstock
A análise de estruturas homólogas revela a ocorrência de órgãos vestigiais ou rudimentares,
ou seja, que não se desenvolvem completamente em algumas espécies, mas, em outras, sim.
De um ponto de vista utilitário, eles podem ser considerados afuncionais.
 EXEMPLO
O cóccix dos humanos seria um remanescente da cauda presente na maioria dos demais
mamíferos, não apresentando função além da inserção de músculos.
Tais órgãos, porém, também apresentam uma função adaptativa, como as asas dos
avestruzes, cujo tamanho é relativamente pequeno para permitir o voo, embora elas as ajudem
a manter seu equilíbrio.
A ocorrência de estruturas homólogas em diferentes espécies animais denota a existência de
um ancestral comum, constituindo, portanto, um processo de irradiação adaptativa. Trata-se
de um processo evolutivo no qual se registra um rápido aumento no número de espécies com
grande diversidade morfológica e ecológica originadas a partir de um ancestral comum.
/
Fonte: Shutterstock
Essas diversificações, portanto, são provenientes da adaptação dos organismos às novas
condições ecológicas.
 EXEMPLOS
Irradiação iniciada há 66 milhões de anos no grupo de mamíferos basais em formas
adaptadas para correr, pular, escalar, nadar e voar;
Os marsupiais australianos;
Os tentilhões de Galápagos observados por Darwin.
DARWIN
O naturalista inglês Charles Darwin (1809-1882) é considerado o pai da teoria da
evolução das espécies. Ele anteviu os mecanismos genéticos e fundou a Biologia
javascript:void(0)
/
moderna.
Fonte: (FRAZÃO, 2020)
 
Fonte: Shutterstock
Também é possível identificar nas espécies animais estruturas análogas. A despeito do
desempenho de funções semelhantes, elas possuem uma origem embrionária e uma
conformação básica diferentes, como, por exemplo, as asas presentes em insetos e em
morcego.
A existência dessas estruturas aponta a inexistência de um ancestral comum, revelando,
assim, um processo de convergência adaptativa. Trata-se da evolução de estruturas
similares ou análogas em diferentes linhagens,ainda que elas não possam ser atribuídas a um
ancestral comum. O fato de as estruturas serem análogas não significa que elas sejam
homólogas.
 EXEMPLOS
Desenvolvimento de asas em aves e mamíferos;
Adaptação sensorial de ecolocalização em morcegos e cetáceos.
/
 
Fonte: (SILVA JÚNIOR; SASSON, 2005)
 Homologia e analogia observadas entre as asas de diferentes espécies animais.
A identificação de analogias e homologias – incluindo a presença de órgãos vestigiais – entre
as espécies animais permite avaliá-las evolutivamente e estudar o seu processo de adaptação
ao meio.
Conheça neste vídeo as seguintes variações anatômicas: raridade, anomalia, holotopia,
sintopia, idiotopia, histotopia, distopia e heterotopia.
/
PLANOS ANATÔMICOS
Os planos anatômicos correspondem a linhas imaginárias que cortam o corpo do animal e
auxiliam no estudo detalhado das estruturas anatômicas presentes. Para traçarmos esses
planos, devemos considerar o animal em posição anatômica, o que significa a manutenção da
seguinte postura:
Em estação;
Sobre quatro apoios;
Membros esticados e apoiados no solo;
Pescoço posicionado num ângulo de 145° em relação ao dorso;
Cabeça erguida;
Narinas e olhos dirigidos frontalmente;
Orelhas eretas.
/
 
Fonte: (NEVES et al., 2007)
 Posição anatômica animal.
Listaremos a seguir os três tipos de plano anatômico:
PLANO MEDIANO OU LONGITUDINAL
Linha imaginária que, seguindo o princípio da antimeria, divide o corpo em duas metades:
antímero direito e antímero esquerdo.
As estruturas anatômicas mais próximas deste plano são chamadas de mediais; as mais
distantes, de laterais. O plano mediano institui o eixo medial e o lateral.
Exemplo
O nariz é considerado uma estrutura medial em relação aos olhos, enquanto estes constituem
estruturas laterais em relação com aquele.
Planos traçados paralelamente ao mediano são chamados de planos sagitais.
/
 
Fonte: (NEVES et al., 2007)
PLANO TRANSVERSAL OU SEGMENTAR
Linha imaginária que, seguindo o princípio da metameria, divide o corpo em duas metades:
metâmero cranial e metâmero caudal.
As estruturas anatômicas mais próximas da cabeça são denominadas craniais; as mais
distantes, caudais.
Exemplo
Considera-se o estômago cranial em relação à vesícula urinária, que é caudal se comparada
ao estômago.
Planos traçados paralelamente ao transversal são chamados de planos axiais.
 
Fonte: (NEVES et al., 2007)
PLANO FRONTAL
Linha imaginária que, seguindo o princípio da paquimeria, divide o corpo em duas metades:
paquímero dorsal e paquímero ventral.
javascript:void(0)
/
São denominadas dorsais e ventrais as estruturas anatômicas respectivamente mais
próximas e mais distantes da coluna vertebral.
Exemplo
O reto é dorsal em relação à vesícula urinária, enquanto ela é ventral em relação a ele.
Planos traçados paralelamente ao frontal são chamados de planos coronais.
 
Fonte: (NEVES et al., 2007)
CABEÇA
No caso das estruturas anatômicas localizadas na própria cabeça, chamá-las de craniais
seria redundante; portanto, devemos utilizar os termos rostral para as aquelas mais
próximas à face e caudal para as mais distantes. Neste caso, o nariz é rostral em relação
às orelhas, enquanto estas são caudais em relação àquele.
DORSAIS E VENTRAIS
No que diz respeito aos membros, os termos dorsal e ventral não devem ser aplicados,
pois tais estruturas não estão no tronco do animal.
javascript:void(0)
javascript:void(0)
/
Por isso, utiliza-se o termo proximal para as estruturas mais próximas ao tronco e distal
para as mais distantes.
O fêmur, por exemplo, é proximal em relação à tíbia, enquanto ela se revela distal em
relação a ele. Da mesma forma, em vez de empregar o termo ventral nas regiões de
mãos e pés, utilizam-se, respectivamente, os termos palmar e plantar.
RETO
Última porção do intestino grosso.
Mas, afinal, qual é a aplicação prática desses princípios?
Esses planos são bastante utilizados em estudos anatômicos aplicados a exames de imagem,
como, por exemplo, tomografia computadorizada e ressonância magnética.
 
Fonte: (KÖNIG; LIEBICH, 2016)
 Planos anatômicos e eixos de direção do corpo animal.
/
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. COMO VIMOS, OS PLANOS ANATÔMICOS SÃO ÚTEIS AO ESTUDO DAS
ESTRUTURAS ANATÔMICAS, POIS AUXILIAM NA IDENTIFICAÇÃO DE PADRÕES DE
NORMALIDADE E ATÉ MESMO DE ANOMALIAS. POR ISSO, ELES TAMBÉM SÃO
UTILIZADOS COMO UM AUXÍLIO AO DIAGNÓSTICO MÉDICO. OBSERVE A IMAGEM A
SEGUIR:
 
FONTE: (DONE ET AL., 2002; ROZA ET AL., 2009)
 IMAGEM FOTOGRÁFICA (A) E TOMOGRÁFICA (B) DE GATO DOMÉSTICO.
ASSINALE A ALTERNATIVA QUE INDICA O PLANO NO QUAL AS ESTRUTURAS
ANATÔMICAS ESTÃO APRESENTADAS:
A) Sagital
B) Coronário
C) Axial
D) Transverso
2. OS PRINCÍPIOS DE CONSTRUÇÃO CORPÓREA REGEM A CONSTRUÇÃO DE TODOS
OS ORGANISMOS VERTEBRADOS, SENDO ÚTEIS AO ESTUDO ANATÔMICO DAS
DIFERENTES ESPÉCIES ANIMAIS. SOBRE A APLICAÇÃO DESSES PRINCÍPIOS,
ANALISE AS ASSERTIVAS A SEGUIR:
/
A EXISTÊNCIA DE ESTRUTURAS HOMÓLOGAS E ANÁLOGAS EM DIFERENTES
ESPÉCIES SE REFERE AO SEU PADRÃO EVOLUTIVO.
ÓRGÃOS VESTIGIAIS SÃO AQUELES QUE NÃO ALCANÇAM O
DESENVOLVIMENTO ESPERADO NEM APRESENTAM FUNÇÕES.
QUANDO UMA ESTRUTURA ANATÔMICA REGISTRA UMA VARIAÇÃO ANATÔMICA
ENTRE INDIVÍDUOS DE UMA ESPÉCIE, ISSO INDICA A OCORRÊNCIA DE UMA
ANOMALIA.
APONTE A ALTERNATIVA CORRETA:
A) I
B) I e II
C) II e III
D) II
GABARITO
1. Como vimos, os planos anatômicos são úteis ao estudo das estruturas anatômicas,
pois auxiliam na identificação de padrões de normalidade e até mesmo de anomalias.
Por isso, eles também são utilizados como um auxílio ao diagnóstico médico. Observe a
imagem a seguir:
 
Fonte: (DONE et al., 2002; ROZA et al., 2009)
 Imagem fotográfica (A) e tomográfica (B) de gato doméstico.
Assinale a alternativa que indica o plano no qual as estruturas anatômicas estão
apresentadas:
/
A alternativa "A " está correta.
O plano mediano corta o animal igualmente em dois antímeros: direito e esquerdo. Qualquer
plano traçado paralelamente ao mediano é denominado sagital.
2. Os princípios de construção corpórea regem a construção de todos os organismos
vertebrados, sendo úteis ao estudo anatômico das diferentes espécies animais. Sobre a
aplicação desses princípios, analise as assertivas a seguir:
A existência de estruturas homólogas e análogas em diferentes espécies se refere
ao seu padrão evolutivo.
Órgãos vestigiais são aqueles que não alcançam o desenvolvimento esperado nem
apresentam funções.
Quando uma estrutura anatômica registra uma variação anatômica entre indivíduos
de uma espécie, isso indica a ocorrência de uma anomalia.
Aponte a alternativa correta:
A alternativa "A " está correta.
As variações anatômicas observadas em indivíduos de uma mesma espécie são frequentes e
consideradas normais. Já os órgãos vestigiais podem, mesmo sem alcançar o desenvolvimento
esperado, apresentar uma função adaptativa.
Módulo 3
Distinguir as cavidades e as regiões corpóreas, além de seus limites anatômicos
CAVIDADES E REGIÕES CORPÓREAS
Os eixos e planos anatômicos são essenciais para a localização das estruturas presentes no
corpo animal, possibilitando, dessa forma, o estudo da anatomia comparada.
Como vimos, o corpo dos animais vertebrados pode ser dividido anatomicamente em duas
grandes cavidades, uma dorsal e outra ventral. Trata-se do princípio da paquimeria abordado
no módulo anterior.
Cavidade corpórea dorsal
/
Inclui as cavidades craniana e vertebral (ou espinhal).

Cavidade corpórea ventral
Contém a cavidade torácica e a abdominal.
Essas cavidades têm a função de proteger e acomodar as estruturas anatômicas presentes
nelas.
O corpo animal, portanto, é composto por quatro grandes cavidades bem delimitadas e
didaticamente divididas em diferentes regiões. Estão localizados nelas os órgãos, os quais, por
sua vez, apresentam formas e funções distintas, integrando os distintos sistemas corpóreos
presentes nos animais.
Por isso, analisaremos agora os limitesanatômicos e a anatomia topográfica das cavidades
corpóreas, além de demonstrarmos as diferenças que elas possuem. Por fim, exibiremos a
classificação morfológica dos órgãos.
LIMITES ANATÔMICOS DAS CAVIDADES
CORPÓREAS
Como sabemos onde começam e terminam as cavidades corpóreas?
Pensemos nelas como espaços que contêm estruturas anatômicas, assim como um quarto
conta com uma cama, uma escrivaninha e um guarda-roupas. Da mesma forma que um recinto
precisa ter paredes que limitem seu interior, as cavidades anatômicas também devem
apresentar limites que demarcam o espaço delas. São os chamados limites anatômicos.
/
Fonte: (COLVILLE; BASSERT, 2010)
 Cavidades Corpóreas em cão (vista lateral esquerda).
Dessa forma, destacaremos a seguir os limites destas cavidades corpóreas:
CAVIDADE CRANIANA
Ela é limitada por diversos ossos do crânio e alguns da face.
CAVIDADE VERTEBRAL
Encontra-se limitada pelas vértebras.
CAVIDADE TORÁCICA
Vê-se limitada:
Dorsalmente pelas vértebras torácicas;
Ventralmente pelo osso esterno;
Lateralmente pelas costelas e pelos músculos da parede lateral do tórax;
Cranialmente pelos músculos da base do pescoço;
Caudalmente pelo músculo diafragma.
/
CAVIDADE ABDOMINOPÉLVICA
Ela fica limitada:
Dorsalmente pelas vértebras lombares e sacrais;
Ventral e lateralmente pelos músculos da parede abdominal;
Cranialmente pelo músculo diafragma;
Caudalmente pelo osso coxal.
A limitação entre as cavidades abdominal e pélvica (originadas de uma divisão da cavidade
abdominopélvica em duas) é questionável, pois ambas realizam uma comunicação direta. O
conteúdo delas pode, inclusive, variar de localização dependendo do estado fisiológico do
animal.
Exemplo
O útero alcança a cavidade abdominal quando a fêmea está gestante e permanece na pélvica
caso não haja uma gestação.
Seria como se o quarto que comentamos logo acima constituísse uma suíte sem porta de
divisão entre o banheiro e o quarto. Portanto, para evitarmos essas incertezas, abordaremos
aqui a cavidade abdominal sob uma perspectiva mais generalizada, ou seja, contendo a
pélvica. Por isso, ela é denominada cavidade abdominopélvica.
/
 
Fonte: (NEVES et al., 2007)
 Cavidades torácica e abdominopélvica em cão (vista ventral)
1. Coração / 2. Diafragma / 3. Fígado / 4. Intestino / 5. Baço / 6. Vesícula urinária / 7. Pulmões
ANATOMIA TOPOGRÁFICA
Como podemos localizar as estruturas anatômicas dentro de cada cavidade corpórea?
Atendo-nos ainda ao exemplo do quarto, sabemos que há nele uma cama, uma escrivaninha e
um guarda-roupas, mas não definimos exatamente a disposição dos móveis no interior dele
nem como eles foram colocados lá.
Para imaginá-lo o mais próximo possível da realidade, alguém precisa dizer como estão
posicionados esses itens, ou seja, se a cama está à direita e a escrivaninha, à esquerda, se o
guarda-roupas está encostado na parede – enfim, deve ser feita uma descrição completa! Essa
lógica também vale para as estruturas anatômicas presentes nas cavidades corpóreas.
 EXEMPLO
/
Não contribui muito saber que o baço, o fígado, os rins e o estômago estão presentes na
cavidade abdominal.
Para conhecermos realmente essa cavidade, precisamos situar cada estrutura dentro dela,
permitindo que exista a real noção de sua disposição anatômica. Por isso, os eixos
anatômicos são empregados para a localização das estruturas no interior da cavidade
corpórea.
De modo geral, existem, em todas essas cavidades, nervos, vasos sanguíneos, vasos linfáticos
e linfonodos (somente em mamíferos), além das estruturas que serão citadas a seguir.
Na cavidade craniana, estão presentes:
Cérebro;
Tronco cerebral;
Cerebelo.
Esta cavidade é subdividida ainda em calota craniana (Região dorsal.) e base do
crânio (Região ventral.) .
Por se tratar de uma região mais extensa, a base do crânio também pode ser separada em
três partes.
Elas são compostas pelas fossas:
 Clique nos botôes a seguir.
ROSTRAL
MÉDIA
CAUDAL
Contém estruturas importantes como o lobo frontal do cérebro e o bulbo olfatório.
Estão presentes a hipófise e os lobos temporais do cérebro.
Possui o tronco cerebral.
Agora já podemos imaginar melhor a disposição das estruturas anatômicas presentes na
cavidade craniana! A espinhal, por sua vez, abrange a medula espinhal.
/
 
Fonte: (DONE et al., 2002)
 Órgãos da cavidade craniana e espinhal em cão (vista lateral esquerda). 
1. Bulbo olfatório / 2. Cérebro / 3. Cerebelo / 4. Tronco cerebral / 5. Medula espinhal.
Já a torácica (ou tórax) conta com:
Pulmões;
Coração;
Timo;
Traqueia;
Esôfago.
/
 
Fonte: (DYCE; SACK; WENSING, 2010)
 Órgãos da cavidade torácica em cão (vista ventral). 
1. Coração / 2. Pulmões / 3. Timo
 ATENÇÃO
Para facilitar a localização dessas estruturas, a cavidade torácica deve ser virtualmente
fracionada em três regiões:
Lateral torácica esquerda;
Lateral torácica direita;
Mediastino.
Cada pulmão ocupa quase inteiramente a sua respectiva região lateral, enquanto a cranial (ou
pré-cardíaca) do mediastino é ocupada pelo timo, pela traqueia e pelo esôfago.
A traqueia e o esôfago também ocupam, ao lado do coração, o mediastino médio (ou
cardíaco). Já sua região caudal (ou mediastino pós-cardíaco) corresponde à área que integra o
espaço entre o coração e o músculo diafragma.
Vejamos agora os componentes da cavidade abdominal (ou abdômen):
/
Esôfago;
Estômago;
Intestinos;
Rins;
Glândulas adrenais;
Pâncreas;
Fígado;
Vesícula biliar (Ausente em equinos.) ;
Baço;
Ureter;
Uretra;
Vesícula urinária.
/
 
Adaptado de: (DYCE; SACK; WENSING, 2010)
 Órgãos da cavidade abdominal em cão (vista ventral). 
1. Fígado / 2. Estômago / 3. Baço / 4. Intestino / 5. Vesícula urinária
 
Fonte: Creative Commons.
 Cavidade dorsal (cerebral e espinhal) e disposição geral dos órgãos nas cavidades torácica
(cranial ao músculo diafragma) e abdominopélvica (caudal ao músculo diafragma) em felinos
(vista lateral esquerda).
No caso dos machos, as glândulas anexas ao sistema reprodutor masculino também estão
presentes na cavidade abdominal, como a próstata. Nas fêmeas, tal cavidade ainda alberga os
ovários, a tuba uterina, o útero e a vagina.
/
Alguns órgãos do sistema reprodutor são extracavitários, isto é, estão localizados fora das
cavidades corpóreas, como os testículos e o pênis nos machos e a vulva nas fêmeas.
Para facilitar a localização dessas estruturas, a cavidade abdominal é, assim como a torácica,
subdividida.
Dessa subdivisão, surgem nove regiões – delimitadas por duas linhas imaginárias verticais e
outras duas horizontais – denominadas quadrantes abdominais:
Hipocôndrio direito;
Xifoidal;
Hipocôndrio esquerdo;
Lateral direita;
Umbilical;
Lateral esquerda;
Inguinal direita;
Pélvica ou púbica.
Inguinal esquerda;
/
 
 Quadrantes abdominais em cão (vista ventral).
 COMENTÁRIO
Como a localização das estruturas anatômicas nesses quadrantes varia em função das
características anatômicas particulares de cada espécie, preferimos aprofundar esse assunto
nos próximos temas quando formos estudar a anatomia de cada sistema orgânico
isoladamente.
DIFERENÇAS ENTRE AS CAVIDADES
CORPÓREAS DOS ANIMAIS
As espécies domésticas não possuem as mesmas cavidades corpóreas.
As aves, os anfíbios, os répteis e os peixes não apresentam o músculo diafragma; logo, não
existe neles uma divisão entre as cavidades torácica e abdominopélvica.
/
 
Fonte: (COLVILLE; BASSERT, 2010)
Disposição geral dos órgãos na cavidade celomática em répteis (vista ventral). Note a ausência
do músculo diafragma.
 
Fonte: (COLVILLE; BASSERT, 2010)
Disposição geral dos órgãos na cavidade celomática em anfíbios (vista ventral). Veja a
ausência do músculo diafragma.
/
 
Fonte: Shutterstock.
Disposição geral dos órgãos na cavidade celomática em aves (vista lateral esquerda). Observe
a ausência do músculo diafragma.
O que encontramos nelas é uma única cavidade denominada celomática. Ela aloja todos os
órgãos encontradosnas cavidades torácica e abdominopélvica das outras espécies a despeito
da ocorrência de algumas particularidades, já que tais espécies não apresentam uretra ou
próstata.
 EXEMPLO
A vesícula urinária está presente apenas em anfíbios e alguns répteis (à exceção de serpentes,
crocodilos e alguns lagartos).
Além disso, ao contrário dos mamíferos, seus testículos não se localizam na bolsa escrotal
(extracavitários). Eles, portanto, são intracavitários, ou seja, ficam no interior da cavidade
celomática. Em contrapartida, há órgãos ausentes em mamíferos, como, por exemplo, os
sacos aéreos das aves e a bexiga natatória dos peixes.
/
CLASSIFICAÇÃO MORFOLÓGICA DOS
ÓRGÃOS
Apontaremos agora as diferenças entre as estruturas anatômicas presentes no interior das
cavidades corpóreas. Tais diferenças correspondem aos elementos orgânicos que somos
capazes de visualizar e distinguir a olho nu. Trata-se, portanto, dos órgãos que integram os
sistemas do corpo animal.
Por conta disso, essas estruturas – ou seja, os órgãos – assumem diversas formas e funções
diferentes. O estudo de sua forma é denominado morfologia, enquanto o de suas funções em
condições normais denomina-se fisiologia.
Os órgãos, em geral, são compostos por:
Tecido externo
Túnica serosa, adventícia ou fibrosa.
Tecido médio
Túnica muscular.
Tecido interno
Túnica mucosa.
Trata-se, assim, do princípio da estratificação abordado no módulo anterior.
Do ponto de vista morfológico, os órgãos podem ser classificados, segundo a presença ou não
de espaço no interior da sua estrutura anatômica, denominado luz ou lumen, como:
OCOS
Trata-se daqueles que apresentam luz, podendo ser:
Tubulares: A luz é circular e restrita, como o esôfago, a traqueia e os intestinos;
Cavitários: Ela é ampla, como o coração e o estômago.
Alguns autores não consideram o estômago um órgão cavitário, e sim um tubular. Considera-se
que, como ele compõe o tubo digestório, sua luz mais ampla seria apenas uma área de
dilatação desse tubo.
/
PARENQUIMATOSOS
Formados por tecido compacto, estes órgãos não apresentam luz, como, por exemplo, o
fígado, baço e pâncreas.
PSEUDOPARENQUIMATOSOS
Certos órgãos de aparência compacta contam com espaços diminutos formados por túbulos
(pequenos tubos) que os percorrem. Por isso, eles são classificados como
pseudoparenquimatosos.
Exemplo: Testículos, rins e pulmões.
Acompanhe este vídeo sobre as serosas, as meninges e os seus líquidos.
/
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. A FUNÇÃO DESEMPENHADA POR UM ÓRGÃO O CLASSIFICA COMO COMPONENTE
DE DETERMINADO SISTEMA ORGÂNICO QUE INCLUI OUTROS ÓRGÃOS COM
FUNÇÕES PARECIDAS OU COLABORATIVAS. CONTUDO, OUTRA MANEIRA DE
CLASSIFICÁ-LO SE DÁ DE ACORDO COM SUAS CARACTERÍSTICAS ESTRUTURAIS.
SOBRE ESSE TÓPICO, ANALISE AS ASSERTIVAS A SEGUIR:
OS ÓRGÃOS QUE APRESENTAM LUZ EM SEU INTERIOR SÃO CLASSIFICADOS
COMO OCOS, COMO O ESTÔMAGO E O CORAÇÃO.
OS ÓRGÃOS QUE NÃO CONTAM COM A PRESENÇA DE LUZ EM SEU INTERIOR
SÃO CLASSIFICADOS COMO PARENQUIMATOSOS, COMO O FÍGADO E OS
PULMÕES.
OS ÓRGÃOS QUE CONTAM COM LUZES DIMINUTAS EM SEU INTERIOR,
APRESENTANDO UMA APARÊNCIA SÓLIDA, SÃO CLASSIFICADOS COMO
PSEUDOPARENQUIMATOSOS, COMO OS RINS E OS TESTÍCULOS.
ESCOLHA A OPÇÃO CORRETA:
A) I e II
B) I e II
C) I e III
D) III
2. AS CAVIDADES CORPÓREAS TÊM A FUNÇÃO DE PROTEGER E ACOMODAR OS
ÓRGÃOS PRESENTES EM SEU INTERIOR. SOBRE ELAS, É CORRETO AFIRMAR QUE:
/
A) O conteúdo e a localização dos órgãos no interior das cavidades corpóreas são iguais em
todas as espécies de vertebrados domésticos.
B) As cavidades abdominal e pélvica apresentam limites bem definidos entre si.
C) O músculo diafragma corresponde ao limite caudal da cavidade torácica e cranial da
abdominopélvica em mamíferos.
D) O mediastino corresponde à região lateral da cavidade torácica e acomoda o coração.
GABARITO
1. A função desempenhada por um órgão o classifica como componente de determinado
sistema orgânico que inclui outros órgãos com funções parecidas ou colaborativas.
Contudo, outra maneira de classificá-lo se dá de acordo com suas características
estruturais. Sobre esse tópico, analise as assertivas a seguir:
Os órgãos que apresentam luz em seu interior são classificados como ocos, como
o estômago e o coração.
Os órgãos que não contam com a presença de luz em seu interior são classificados
como parenquimatosos, como o fígado e os pulmões.
Os órgãos que contam com luzes diminutas em seu interior, apresentando uma
aparência sólida, são classificados como pseudoparenquimatosos, como os rins e
os testículos.
Escolha a opção correta:
A alternativa "C " está correta.
Os pulmões são considerados órgãos pseudoparenquimatosos, já que eles apresentam
microespaços em seu interior graças à existência dos alvéolos pulmonares.
2. As cavidades corpóreas têm a função de proteger e acomodar os órgãos presentes
em seu interior. Sobre elas, é correto afirmar que:
A alternativa "C " está correta.
O músculo diafragma separa as cavidades torácica e abdominopélvica em mamíferos, estando
ausente em aves, anfíbios, répteis e peixes. Esses animais apresentam uma única cavidade
denominada celomática.
/
Módulo 4
Identificar o processo de homeostase em animais
HOMEOSTASE EM ANIMAIS
Os diversos órgãos distribuídos nas cavidades corpóreas dos animais vertebrados são
compostos por células. Portanto, a célula é a unidade funcional básica do corpo animal, e
cada uma apresenta características particulares que permitem o desempenho de determinada
função.
Na verdade, as células se unem na composição de tecidos, que, estando juntos, formam os
órgãos. Unidos, tais órgãos geram diferentes sistemas; uma vez somados, eles compõem o
corpo animal.
Dessa forma, um conjunto de células que compõe um animal deve trabalhar de modo
equilibrado e regulado para promover o alcance da chamada homeostase.
 
Fonte: Shutterstock
Abordaremos a seguir o conceito e a estruturação da homeostase, discorrendo sobre o
funcionamento da comunicação celular e seus mecanismos de feedback. Além disso,
falaremos sobre a adaptação dos animais ao meio onde habitam.
/
CONCEITO E ESTRUTURAÇÃO
A homeostase é o estado de equilíbrio dinâmico das funções corporais estabelecido por meio
de diversos sistemas de controle locais e sistêmicos a partir da ativação e/ou inibição de
fatores que influenciam a atividade das células. Essa influência gera uma reação em cadeia,
pois ela afeta os órgãos, os sistemas e, por fim, o próprio organismo como um todo.
Quando o corpo é exposto a uma mudança externa ou interna, pode ocorrer uma perda da
homeostase. Como consequência disso, diversos mecanismos compensatórios são
desencadeados.
Se eles tiverem sucesso, a homeostase é novamente alcançada e o corpo permanece em seu
estado saudável. Caso esses mecanismos falhem, o equilíbrio entre as funções orgânicas é
perdido e ocorre a perda de seu estado saudável.
 
Fonte: Shutterstock
Para que suas células consigam realizar adequadamente as funções delas, o corpo animal
precisa, entre outros parâmetros fisiológicos, se manter numa determinada faixa de:
/
 
Fonte: Shutterstock
Quando tais parâmetros são perdidos, as células realizam suas funções de modo inadequado,
o que gera um mau funcionamento de todo o organismo. É nesse momento que os
mecanismos compensatórios buscam o:
Retorno do parâmetro fisiológico perdido;
Restabelecimento do equilíbrio do meio interno do corpo do animal;
Bom funcionamento do organismo, ou seja, a homeostase.
Essa necessidade de constância do meio interno dos organismos vivos para que suas funções,
a despeito de quaisquer alterações externas, ocorram de modo adequado foi descrita pela
primeira vez por Claude Bernard em 1859. Segundo Bernard (1859):
CLAUDE BERNARD
O médico francês Claude Bernard (1813-1878) é considerado o pai da fisiologia
experimental.
javascript:void(0)
/
Apenas 70 anos depois houve uma descrição dos mecanismos que levam à manutenção dessa
constância. Eles foram nomeados como homeostasepor Walter Cannon. Para Cannon (1929):
WALTER CANNON
O médico norte-americano Walter Cannon (1871-1945) é o autor de quatro postulados
que regem a homeostase.
javascript:void(0)
/
COMUNICAÇÃO CELULAR
Como as diferentes células do corpo conseguem trabalhar em conjunto para a manutenção da
homeostase?
Elas precisam se comunicar, ou seja, as que perceberem as modificações externas ou internas
ao organismo deverão sinalizá-las às demais células do corpo para elas trabalharem na
execução das funções que colaborem na restauração do equilíbrio orgânico.
Para garantir a ocorrência de respostas compensatórias que promovam o equilíbrio das
funções orgânicas, se faz necessária a comunicação celular.
Ela ocorre graças à presença de moléculas sinalizadoras denominadas ligantes ou
mensageiros, podendo ser proteínas, aminoácidos e ácidos graxos.
Essa comunicação entre as células pode ser:
Endócrina
Seus mensageiros são os hormônios, ou seja, substâncias químicas produzidas por células
distantes da célula alvo, que, por sua vez, apresenta receptores para eles na superfície de sua
membrana plasmática ou no seu citoplasma ou núcleo. Mesmo que sua transmissão seja mais
lenta, a ação derivada dela é mais duradoura.
/
Sináptica
Os mensageiros são neurotransmissores produzidos por neurônios e recebidos por outros
neurônios e demais células do corpo. A transmissão é mais rápida e menos duradoura.
Basicamente, dois sistemas regulam a homeostase no organismo humano:
Nervoso (comunicação mais rápida e curta);
Endócrino (mais lenta e duradoura).
Observe os componentes dos sistemas de controle homeostático apresentados neste vídeo.
MECANISMOS DE FEEDBACK
/
As respostas compensatórias desencadeadas por esses sistemas são reguladas por
intermédio de um mecanismo dinâmico conhecido como feedback. Trata-se de um mecanismo
de retroalimentação no qual eventos são desencadeados em função de outros, garantindo,
assim, a homeostase.
Um feedback pode ser:
Positivo
Estimula ou aumenta os efeitos – ou o próprio evento que o gerou.
EXEMPLO
Negativo
Inibe ou diminui os efeitos – ou o próprio evento que o gerou.
EXEMPLO
 
Fonte:Shutterstock
EXEMPLO (BOX POSITIVO)
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/
Quando os níveis de cálcio no sangue aumentam, eles provocam a liberação do
hormônio calcitonina pela glândula tireoide, fazendo com que o excesso de cálcio seja
depositado nos ossos e excretado na urina. Ou seja, os níveis altos de cálcio sanguíneo
desencadeiam reações que levam à diminuição desses níveis.
MODAL EM EXEMPLO (BOX NEGATIVO):
Quando o filhote mama e provoca a liberação do hormônio ocitocina pela neuro-hipófise
da mãe, isso estimula a ejeção do leite pelas suas mamas. Ou seja, quanto mais ele
realizar a sucção, mais leite será ejetado por elas.
HOMEOSTASE E ADAPTAÇÃO AO MEIO
Os mecanismos químicos e físicos de compensação do equilíbrio das funções orgânicas
garantem a capacidade de adaptação ao meio ambiente, tornando possível a sobrevivência
dos seres vivos independentemente das condições externas do meio que os cerca. Por conta
disso, alguns deles apresentam mecanismos compensatórios que lhes garantem a
sobrevivência em condições nas quais, para outras espécies, é impossível a manutenção da
homeostase, levando-as até mesmo ao óbito.
Quanto mais satisfatórios forem os mecanismos reguladores dela, maiores serão as chances
de sobrevivência face às alterações ocorridas no meio. Analisaremos a seguir alguns casos em
que o mecanismo de homeostase pode ser observado:
DIMINUIÇÃO DA TEMPERATURA AMBIENTE
Pense em um animal homeotérmico que apresenta temperatura corporal constante, como os
cães.
/
Sua temperatura corporal deve ser mantida entre 38 e 39°C a fim de que suas funções
orgânicas ocorram de modo equilibrado.
Esse é o parâmetro fisiológico da temperatura corporal em cães.
 
Fonte: Shutterstock
Agora imagine que um cão está num ambiente cuja temperatura é de 10°C. De acordo com a
segunda lei da termodinâmica, o calor tende a fluir de um corpo com uma temperatura mais
alta para outro com uma mais baixa. Desse modo, ele perde calor para o ambiente e a sua
temperatura corporal diminui, o que compromete suas funções orgânicas.
Neste momento, uma sequência de eventos ocorre na tentativa de retomar a temperatura
fisiológica do cão: o hipotálamo detecta a queda de temperatura corporal, enquanto o animal
tem a sensação do frio. Assim, seu corpo promove tanto a constrição dos vasos sanguíneos
superficiais, diminuindo a perda de calor, quanto a contração de músculos esqueléticos,
provocando tremores para produção dele.
Caso esses mecanismos consigam fazer com que a temperatura corporal do cão retorne ao
seu parâmetro fisiológico, ele irá recuperar a sua homeostase. Se isso não ocorrer, o equilíbrio
das funções orgânicas será comprometido, podendo gerar um distúrbio que o leve a uma
doença ou até mesmo ao óbito.
De modo geral, os animais podem ser:
/
 
Fonte: Shutterstock
HOMEOTÉRMICOS
São os que apresentam mecanismos de regulação da temperatura corporal a despeito das
variações da temperatura do meio. Eles, portanto, conseguem habitar diversos ambientes,
como as aves e os mamíferos.

/
 
Fonte: Shutterstock
PECILOTÉRMICOS
São os que não apresentarem esses mecanismos. Por isso, eles precisam se estabelecer em
ambientes cuja variação de temperatura seja compatível com a temperatura corporal
necessária para o desempenho de suas funções orgânicas, o que torna sua distribuição
espacial mais restrita. É o caso de anfíbios, peixes e répteis.
DESEQUILÍBRIO HÍDRICO DO ORGANISMO
Este caso também serve para ilustrar os mecanismos de homeostase do corpo e a adaptação
das espécies animais ao meio onde vivem.
Pensemos juntos: o que leva um animal a buscar água para beber?
A água é o maior constituinte do corpo dos animais, participando praticamente de todos os
processos metabólicos do organismo. Desse modo, existe a necessidade de equilíbrio entre a
quantidade ingerida e a que fica perdida por conta da respiração, sudorese, urina etc.
Quando a quantidade de água no corpo dos animais diminui, ocorre um aumento da
concentração de moléculas e íons. Neste momento, uma sequência de eventos ocorre na
tentativa de retomar os níveis de água fisiológicos dele, ou seja, o parâmetro fisiológico do
equilíbrio hidroeletrolítico.
/
 
Fonte:Shutterstock
O hipotálamo detecta a diminuição da quantidade dela no organismo, fazendo com que o
animal tenha a sensação de sede. Desse modo, o hormônio antidiurético liberado pela neuro-
hipófise faz com que menos água seja eliminada pelos rins.
Caso esses mecanismos consigam restabelecer o parâmetro fisiológico do equilíbrio
hidroeletrolítico do animal, ele poderá recuperar a sua homeostase. Se isso não ocorrer, o
equilíbrio das funções orgânicas ficará comprometido, podendo gerar um distúrbio que leve a
uma doença ou até mesmo ao óbito.
A quantidade de água em cada vertebrado varia, assim como sua capacidade de minimizar as
perdas e de regular o consumo hídrico. Dessa forma, alguns animais são capazes de
sobreviver em ambientes com escassez hídrica, como os répteis e os camelos, enquanto
outros não conseguem fazê-lo, como os bovinos.
RESTRIÇÃO DE ALIMENTO
Os mecanismos de manutenção da homeostase também podem ser bem evidenciados neste
exemplo. Imaginemos agora um animal caçador, como uma raposa.
O que faz com que ele saia em busca de alimentos? O que o estimula a caçar suas presas
para se alimentar?
/
Os animais precisam obter energia tanto para execução de atividades aparentemente mais
simples, como a mastigação, quanto para aquelas consideradas mais complexas, como a
reprodução.
Essa energia é obtida a partir dos nutrientes presentes nos alimentos ingeridos por eles, como
a glicose.
 
Fonte: Shutterstock
Se a nossa raposa ficar sem se alimentar por um determinado período, os níveis de glicose no
seu sangue diminuirão, o hipotálamo detectará essa queda e ela terá asensação de fome.
Essa sensação, portanto, indica que:
Os níveis de glicose estão baixos;
A energia necessária para o desempenho das funções orgânicas está comprometida;
A homeostase fica prejudicada.
Para que a homeostase seja recuperada, o animal precisa se alimentar e fornecer às células as
moléculas necessárias provenientes dos nutrientes ingeridos, como a glicose. Quando ele se
alimenta, a distensão da parede de seu estômago e o nível aumentado de glicose em seu
sangue são percebidos pelo hipotálamo, obtendo ele, por fim, uma sensação de saciedade.
Quando os níveis de glicose sanguínea aumentam, o pâncreas libera um hormônio
denominado insulina. Isso faz com que as moléculas de glicose deixem o sangue para serem
/
utilizadas pelas células com o objetivo de obterem energia ou ficarem estocadas no fígado.
GLUCAGON
Responsável por fazer com o que o fígado disponibilize a glicose estocada.
Com isso, os níveis de glicose vão decaindo e ficam baixos, recomeçando o processo. Até que
o animal se alimente novamente, o pâncreas libera glucagon, que induz o fígado a liberar a
glicose estocada até o alimento ser encontrado.
Durante o processo de evolução das espécies, algumas desenvolveram mecanismos de
aproveitamento e armazenamento de energia proveniente dos nutrientes, estando mais bem
adaptadas a condições de restrição alimentar.
Como um animal não pode controlar as alterações que ocorrem externamente ao seu corpo –
ou seja, no meio em que vive –, o sucesso dos mecanismos de homeostase é o grande
responsável pela manutenção da sua vida, estando relacionado ao processo evolutivo e à
adaptação das espécies ao meio.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. COMO VIMOS, OS MECANISMOS DE HOMEOSTASE BUSCAM O EQUILÍBRIO DO MEIO
INTERNO FRENTE ÀS MUDANÇAS QUE OCORREM NO EXTERNO. SOBRE ESSE
TÓPICO, ANALISE AS ASSERTIVAS A SEGUIR:
 
A HOMEOSTASE É UM PROCESSO ESTÁVEL QUE OBJETIVA A RECUPERAÇÃO E
A MANUTENÇÃO DOS PARÂMETROS FISIOLÓGICOS QUE GARANTEM A VIDA
DOS ANIMAIS.
javascript:void(0)
/
A EXISTÊNCIA OU NÃO DE UM DETERMINADO MECANISMO, ASSIM COMO A
EFETIVIDADE DAS RESPOSTAS, VARIA ENTRE AS ESPÉCIES ANIMAIS.
EM TODAS AS ESPÉCIES ANIMAIS, A HOMEOSTASE É REGULADA POR
MECANISMOS DE RETROALIMENTAÇÃO NEGATIVOS.
ESCOLHA A OPÇÃO CORRETA:
A) I
B) I e I
C) II e III
D) II
2. PARA A MANUTENÇÃO DA HOMEOSTASE, DIVERSOS MECANISMOS
COMPENSATÓRIOS SÃO DESENCADEADOS PELO ORGANISMO. ISSO ENVOLVE A
DETECÇÃO DE UMA MUDANÇA EXTERNA POR UM RECEPTOR, QUE A ENCAMINHA A
UM CENTRO DE CONTROLE RESPONSÁVEL POR DETERMINAR AS RESPOSTAS
APROPRIADAS A SEREM DESENCADEADAS PELOS EFETORES. ESSE PROCESSO SÓ
É POSSÍVEL DEVIDO:
A) Às diferentes vias de comunicação celular, principalmente a endócrina e a nervosa.
B) À adaptação das diferentes espécies animais ao meio em que vivem.
C) Às constantes alterações que ocorrem no meio ambiente.
D) Ao mecanismo de feedback positivo, exclusivamente.
GABARITO
1. Como vimos, os mecanismos de homeostase buscam o equilíbrio do meio interno
frente às mudanças que ocorrem no externo. Sobre esse tópico, analise as assertivas a
seguir:
 
/
A homeostase é um processo estável que objetiva a recuperação e a manutenção
dos parâmetros fisiológicos que garantem a vida dos animais.
A existência ou não de um determinado mecanismo, assim como a efetividade das
respostas, varia entre as espécies animais.
Em todas as espécies animais, a homeostase é regulada por mecanismos de
retroalimentação negativos.
Escolha a opção correta:
A alternativa "D " está correta.
A homeostase é um processo dinâmico no qual mecanismos de retroalimentação (feedback)
positivos e negativos são acionados na tentativa de restabelecer ou manter o equilíbrio do meio
interno, podendo se apresentar de modo diferenciado entre as espécies animais.
2. Para a manutenção da homeostase, diversos mecanismos compensatórios são
desencadeados pelo organismo. Isso envolve a detecção de uma mudança externa por
um receptor, que a encaminha a um centro de controle responsável por determinar as
respostas apropriadas a serem desencadeadas pelos efetores. Esse processo só é
possível devido:
A alternativa "A " está correta.
Para que tanto o estímulo detectado pelo receptor seja encaminhado ao centro regulador
quanto a resposta determinada por esse centro seja executada pelos órgãos efetores, as
células deverão se comunicar por intermédio de moléculas sinalizadoras, como os
neurotransmissores (sistema nervoso) e os hormônios (endócrino).
Conclusão
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Durante nosso estudo, foi possível perceber que o desenvolvimento do corpo dos animais
vertebrados segue determinados padrões já observados desde o período embrionário. Além
disso, conseguimos verificar que tais padrões se refletem tanto na sua anatomia final quanto no
funcionamento integrado de seus sistemas orgânicos.
/
O estudo da morfofisiologia comparada permite, portanto, uma análise detalhada acerca das
semelhanças e diferenças encontradas entre as estruturas anatômicas dos animais e as
funções desempenhadas por elas. Isso definitivamente contribui na identificação de seus
aspectos evolutivos e adaptativos.
REFERÊNCIAS
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des liquides de l'organisme. v. 2. Paris: J Baillière et fils, 1859.
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COLVILLE, T. P.; BASSERT, J. Anatomia e fisiologia clínica para medicina veterinária. 2.
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DONE, S. H. et al. Atlas colorido de anatomia veterinária do cão e do gato. São Paulo:
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DYCE, K. M.; SACK, W. O.; WENSING, G. J. G. Tratado de anatomia veterinária. 4. ed. Rio
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ELLENPORT, C. R. Introdução geral. In: SISSON, S.; GROSSMAN, J. D. Guetty: anatomia dos
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REECE, W. O. Anatomia funcional dos animais domésticos. 3. ed. São Paulo: Roca, 2015.
ROZA, M. et al. Tomografia computadorizada de feixe cônico na odontologia veterinária:
descrição e padronização da técnica. In: Pesquisa veterinária brasileira. v. 29. n. 8. 2009. p.
617-624.
SILVA JÚNIOR, C.; SASSON, S. Biologia. v. 3. 8. ed. São Paulo: Saraiva, 2005.
VANDERLEY, C. S. B. S.; SANTANA, I. C. H. Histologia e embriologia animal comparada. 2.
ed. Fortaleza: UECE, 2015.
EXPLORE+
Para aprofundar seu conhecimento sobre o hipotálamo (principal centro integrador dos
mecanismos da homeostase), sugerimos a seguinte leitura:
CONSENZA, R. M. O hipotálamo e a regulação de funções corporais. In: CONSENZA, R.
M. Fundamentos de neuroanatomia. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012. p. 88-92.
CONTEUDISTA
Cheryl Gouveia Almada
 CURRÍCULO LATTES
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