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SOCIEDADE E MEIO AMBIENTE I Unidade – Tópico 3 2 O CENÁRIO BRASILEIRO PRÉ-DESCOBRIMENTO Pela falta de estudos precisos sobre os primeiros – e autênticos – descobridores do Brasil, vamos falar apenas daqueles que aqui estavam quando, no fim de tarde de uma quarta-feira do dia 22 de abril do ano de 1500, aproximaram-se da costa brasileira naus vindas de além-mar, trazendo a civilização. A formação populacional brasileira, a partir do século XV, foi composta pelos índios, que aqui já estavam, pelos europeus, inicialmente portugueses, espanhóis, franceses e holandeses, e africanos. A mistura de povos de três continentes distintos – América, África e Europa – rendeu ao Brasil uma rica diversidade cultural, que viria a ser incrementada, a partir do século XIX, pela vinda de outras levas de europeus – italianos, espanhóis, alemães –, árabes – sírios e libaneses – e asiáticos – japoneses. Contudo, o tripé da sociedade brasileira foi formado basicamente pelo índio, pelo africano e pelos europeus. 3 A CHEGADA DOS EUROPEUS Contudo, na segunda viagem, agora acompanhado do militar Pedro Álvares Cabral, e fortalecido com mais naus do que na primeira viagem, por um erro de cálculo, aportam em Porto Seguro. Em 22 de abril de 1500, depois de 45 dias de viagem, a frota de Cabral vislumbra um “grande monte”, que viria a ser batizado de Ilha de Vera Cruz. Conta-se que o primeiro contato com os nativos deu-se logo no dia seguinte à chegada. “O capitão Nicolau Coelho, veterano da Índia e companheiro de Gama, foi a terra, em um batel e deparou com dezoito homens “pardos, nus, com arcos e setas nas mãos”. Os portugueses classificaram como amistoso o primeiro contato que tiveram com os nativos Os recém-chegados permaneceram aportados no litoral baiano durante os nove dias que se seguiram, conhecendo a nova terra e seus habitantes. 3 A CHEGADA DOS EUROPEUS Contudo, na segunda viagem, agora acompanhado do militar Pedro Álvares Cabral, e fortalecido com mais naus do que na primeira viagem, por um erro de cálculo, aportam em Porto Seguro. Em 22 de abril de 1500, depois de 45 dias de viagem, a frota de Cabral vislumbra um “grande monte”, que viria a ser batizado de Ilha de Vera Cruz. Conta-se que o primeiro contato com os nativos deu-se logo no dia seguinte à chegada. “O capitão Nicolau Coelho, veterano da Índia e companheiro de Gama, foi a terra, em um batel e deparou com dezoito homens “pardos, nus, com arcos e setas nas mãos”. Os portugueses classificaram como amistoso o primeiro contato que tiveram com os nativos Os recém-chegados permaneceram aportados no litoral baiano durante os nove dias que se seguiram, conhecendo a nova terra e seus habitantes. Após 2 dias da chegada, ocorreu o 1°contato com os indígenas. que foi classificado como amistoso. E no dia 26 de abril – celebrada a 1ª missa no Brasil Pelo frei Henrique de Coimbra Então, como acreditavam que a terra descoberta tratava-se de uma ilha foi chamada Ilha de Vera Cruz. Em 1501, em uma segunda viagem ao Brasil, feita desta vez, para avaliar potencial econômico da nova terra. O Brasil foi batizado como Terra de Vera Cruz. E frente ao fascínio pelos produtos, especiarias vindos da Índia, a nova terra não conseguiu entusiasmar os portugueses, que nas décadas seguintes, arrendaram-na à iniciativa privada para exploração do seu único bem, o pau-brasil. Vieram então espanhóis, franceses e holandeses, e africanos. Desta forma a formação da sociedade brasileira, a partir do século XV, foi composta pelos índios, que aqui já estavam, pelos europeus, inicialmente portugueses, espanhóis, franceses e holandeses, e africanos. A partir do século XIX, outras levas de europeus chegaram: italianos, alemães – árabes – sírios e libaneses – e asiáticos – japoneses. Contudo, o tripé da sociedade brasileira foi formado basicamente pelos ÍNDIOS, AFRICANOS E EUROPEUS. Todas essa mistura (cada etnia, com seus costumes, sua religião, folclore, língua, culinária e vestimentas...) contribuiu para a FORMAÇÃO DA SOCIEDADE BRASILEIRA, que hoje tem uma rica diversidade cultural. 4 A ESCRAVIDÃO DA TERRA E A ESCRAVIDÃO DO HOMEM 4.1 OS ÍNDIOS As populações encontradas no Brasil eram: tupis-guaranis e dos tapuias; Esta classificação seria feita pelos padres jesuítas, que chegaram ao Brasil em 1549; A classificação dos jesuítas, que foi pautada na língua, na cultura e na localização; Rendeu aos índios que ocupavam o litoral e de língua geral o nome de tupis, quanto aos que viviam no interior e tinham a língua travada o nome de tapuias; 4 A ESCRAVIDÃO DA TERRA E A ESCRAVIDÃO DO HOMEM 4.1 OS ÍNDIOS As populações encontradas no Brasil eram: tupis-guaranis e dos tapuias; Os grupos tupis viviam da caça, pesca, coleta de frutos e uma agricultura rudimentar; O acúmulo era uma prática sem par entre estes selvagens. Pois a natureza estava ali, fornecendo diretamente de seu seio tudo de que necessitavam. A divisão dos indígenas em grupos, de certa forma os enfraqueceu frente à chegada dos colonizadores. A falta de uma nação indígena foi usada como estratégia pelos portugueses para conseguir aliados contra os grupos resistentes à sua presença 4 A ESCRAVIDÃO DA TERRA E A ESCRAVIDÃO DO HOMEM 4.1 OS ÍNDIOS “nas primeiras tentativas de exploração do litoral brasileiro de feitorias [...] nos anos iniciais, entre 1500 e 1535, a principal atividade econômica foi a extração do pau- brasil”; Desta forma, o negócio atrai outros interessados na árvore do novo mundo. Entram em cena traficantes espanhóis, ingleses e franceses. Logo descobrem que a cooperação do nativo selvagem é obtida a partir da troca por algumas quinquilharias de pouco valor. Surge o chamado escambo. Para manter a extração do pau-brasil depois do rápido esgotamento da madeira no litoral, os europeus passaram a recorrer aos índios para obtêla. A madeira era obtida como produto de troca ou escambo com os índios. 4 A ESCRAVIDÃO DA TERRA E A ESCRAVIDÃO DO HOMEM 4.1 OS ÍNDIOS “Com o aumento das distâncias a percorrer para alcançar o pau-brasil, o sistema começa a depender inteiramente da cooperação dos nativos, e os que se negavam a cooperar foram escravizados. “Os índios resistiram às várias formas de sujeição, pela guerra, pela fuga, pela recusa do trabalho compulsório” 4 A ESCRAVIDÃO DA TERRA E A ESCRAVIDÃO DO HOMEM 4.1 OS ÍNDIOS A partir de 1570, a Coroa começou a incentivar a importação de africanos, considerados pelos portugueses mais adaptáveis ao trabalho escravo. É neste ano também que surge a primeira lei proibindo a escravidão dos índios, contanto que estes se comportassem. Grupos adeptos ao canibalismo, como os Aimorés, continuaram sendo escravizados. 4 A ESCRAVIDÃO DA TERRA E A ESCRAVIDÃO DO HOMEM 4.2 OS AFRICANOS Salvador, na Bahia, foi o primeiro grande centro importador de escravos. Com o fumo produzido no Recôncavo Baiano, os traficantes dispunham de uma valiosa moeda de troca para adquirir escravos oriundos da Costa da Mina, Guiné, golfo de Benim e depois Angola, em sua maioria. Contudo, os negros também não se entregaram docilmente ao regime de escravidão que lhes foi imposto. Desde os primeiros tempos há relatos de fugas, agressões, resistência. Eram abundantes, no Brasil colonial, os quilombos, reduto de negros que conseguiam escapar pela fuga 4 A ESCRAVIDÃO DA TERRA E A ESCRAVIDÃO DO HOMEM 4 A ESCRAVIDÃO DA TERRA E A ESCRAVIDÃO DO HOMEM 4.2 OS AFRICANOS Enquanto os indígenas contavam com certa proteção à escravização, vinda principalmente da Igreja, o negro não contou com qualquer atenuante; No Brasil colônia, as relações escravistas podiam ser diversificadas. Nem sempre o escravo estava a serviço de seu dono. Havia senhores que adquiriam escravos para arrendamento, prestando serviços a terceiros. Outra modalidade bastante comum nos centros urbanos eram os “escravos de ganho”. Estes tinham a licença para prestar serviços vendendo mercadorias, como barbeirosou mesmo prostituindo-se, e em troca seus senhores cobravam uma quantia fixa por dia ou por semana. 4 A ESCRAVIDÃO DA TERRA E A ESCRAVIDÃO DO HOMEM 4.2 OS AFRICANOS A escravidão espalhou-se por toda a sociedade brasileira, condicionando ideias e comportamentos. O desejo de possuir um escravo era comum desde as classes dominantes até pessoas mais simples, como artesãos e lavradores; A quantidade de escravos de que uma família dispunha também era uma medida de status social; Na pirâmide social do Brasil colonial, os negros encontravam-se na base da sociedade. De todos os ciclos econômicos que se sucederam, o que oferecia o trabalho mais duro era o da mineração. Afora a privação de liberdade, o serviço exaustivo e as humilhações pautadas na suposta inferioridade racial, os africanos e afrodescendentes eram submetidos também a castigos físicos cruéis 4 A ESCRAVIDÃO DA TERRA E A ESCRAVIDÃO DO HOMEM 4.2 OS AFRICANOS Mesmo depois da abolição da escravatura havia uma licença para que marinheiros negros fossem açoitados quando o comandante considerasse necessário. O combate a esta prática desumana ficou conhecido como a Revolta da Chibata. Movimento de marinheiros negros da Marinha do Brasil, arquitetado por cerca de dois anos e que culminou com um motim de 2400 marinheiros contra os castigos físicos a eles atribuídos. A Revolta da Chibata foi liderada por João Cândido Felisberto, também conhecido como "Almirante Negro". De todos os males provocados ao povo africano e afrodescendente, podemos dizer que muitos deles foram praticados durante o período de 1534 a 1888, quando se deu a assinatura da Lei Áurea 4 A ESCRAVIDÃO DA TERRA E A ESCRAVIDÃO DO HOMEM 4.2 OS AFRICANOS Mesmo depois da abolição da escravatura havia uma licença para que marinheiros negros fossem açoitados quando o comandante considerasse necessário. O combate a esta prática desumana ficou conhecido como a Revolta da Chibata. Movimento de marinheiros negros da Marinha do Brasil, arquitetado por cerca de dois anos e que culminou com um motim de 2400 marinheiros contra os castigos físicos a eles atribuídos. A Revolta da Chibata foi liderada por João Cândido Felisberto, também conhecido como "Almirante Negro". De todos os males provocados ao povo africano e afrodescendente, podemos dizer que muitos deles foram praticados durante o período de 1534 a 1888, quando se deu a assinatura da Lei Áurea Porém a sociedade brasileira teve seu PERÍODO MAIS CRÍTICO após a abolição da escravatura. PQ será??? Ser LIVRE também significou, NÃO TER AONDE IR. A LEI QUE GARANTIU LIBERDADE AOS ESCRAVOS não veio acompanhada de condições de subsistência. O negro, assim como o índio e o europeu, são, todos os três, COMPADRES na formação do povo brasileiro. E a falta de uma moradia digna levou a população negra a uma cultura da sub-habitação. Com construções precárias, próximas às áreas centrais da cidade: iniciou a formação dos cortiços as favelas. 5 O BRASIL COMO QUINTAL DO MUNDO DESDE 1500 5 O BRASIL COMO QUINTAL DO MUNDO DESDE 1500 5.1 O MILAGRE ECONÔMICO O milagre econômico ocorreu no período vivido entre 1969 e 1973, quando a indústria brasileira cresceu de forma vertiginosa, aumentando muito o número de empregos e a renda dos trabalhadores. Contudo, a concentração de renda se ampliou. A industrialização, mais concentrada no eixo Rio-São Paulo, atrasou a economia de outras regiões brasileiras que não contavam com os mesmos recursos de investimentos, destacando-se aí o sertão nordestino. Este cenário incentivou a migração de um grande número de pessoas para grandes centros urbanos, crescimento das favelas e da criminalidade. ATIVIDADES E TAREFAS TÓPICOS 3 01 ) Quais foram os motivos que levaram à preferência da mão de obra escrava de origem africana? 02) Sobre os ciclos econômicos que se sucederam no Brasil, quais, em sua opinião, trouxeram mais prejuízos sociais?
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