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Morfologia de Órgãos Vegetativos das Espermatófitas tema 1

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/
DEFINIÇÃO
Descrição morfológica dos órgãos vegetativos das plantas terrestres. Morfologia externa da
raiz, caule e folha, incluindo arquitetura de folha simples e composta e tipos de filotaxia.
PROPÓSITO
Compreender que o estudo da morfologia vegetal vai além da apreensão de termos associados
às estruturas e formas dos órgãos. Treinar o olhar e a percepção sobre cada componente do
corpo do vegetal e entender que morfologia é uma importante ferramenta nos estudos
taxonômicos e de sistemática. Reconhecer os principais órgãos vegetativos das plantas
terrestres apresentadas, sua morfologia, diversidade, adaptações, bem como suas principais
funções.
PREPARAÇÃO
/
Sugerimos que utilize um dos dicionários de botânica indicados: Glossário da coleção didática
do canto das flores – UNIRIO, Glossário de Botânica, da UFSM, e Glossário de Termos
Botânicos, da Universidade de Coimbra. Todos são encontrados nos sites das respectivas
instituições e poderão ser úteis em caso de dúvida em relação a alguma terminologia
morfológica.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Identificar as estruturas características da raiz e as suas adaptações
MÓDULO 2
Descrever as estruturas que caracterizam o caule e sua diversidade
MÓDULO 3
Identificar as estruturas que caracterizam a folha, sua diversidade e filotaxia
INTRODUÇÃO
Muitos não imaginam a complexidade de uma árvore, muito menos quanto tempo foi
necessário para a evolução das suas estruturas vegetativas e reprodutivas, que nada mais são
do que o caule, as folhas, flores e frutos. A teoria da evolução postulada por Darwin (1859)
lançou luz sobre a história de todos os organismos vivos, afirmando que, ao longo do tempo,
novidades aparecem por meio de mutação.
/
Essas novidades são selecionadas pelo ambiente, se conferirem vantagem ao organismo, e
passadas a todos os descendentes do indivíduo, sendo chamadas de novidades-chave. O
ancestral e os descendentes que as possuem formam uma linhagem evolutiva ou, em uma
linguagem mais técnica, um grupo monofilético. Essas mutações podem não ser perceptíveis
aos nossos olhos, como alterações metabólicas. Porém, muitas vezes, são alterações
morfológicas, ou seja, na forma dos organismos. Por essa razão, a morfologia nos ajuda a
contar a história das plantas terrestres, já que muitas novidades-chave herdadas de um
ancestral podem ser facilmente visualizadas como nos mostra o fluxograma a seguir.
Para sair da água, por exemplo, o ancestral de todas as plantas terrestres (Embriophyta)
adquiriu uma camada de cera denominada “cutícula”, cuja função principal é diminuir a perda
de água.
Todo o conhecimento atual sobre a Morfologia das plantas é produto de séculos de estudos, os
quais culminaram nas modernas análises filogenéticas. Essas análises incluem inúmeros
dados moleculares e morfológicos, provenientes de milhares de espécies em todo o globo.
Pesquisadores de diversas áreas contribuem continuamente com peças fundamentais para a
montagem deste quebra-cabeça que forma a imagem da conquista do ambiente terrestre pelas
plantas.
A Morfologia é o principal instrumento utilizado para identificar as diversas linhagens das
plantas terrestres e reconstruir a sua história evolutiva. Cada grupo taxonômico geralmente
possui um conjunto de características morfológicas, que chamamos de diagnósticas, as quais
permitem sua identificação. A taxonomia trata do conhecimento e da classificação da
biodiversidade utilizando diversas ferramentas, incluindo a morfologia. O Brasil é o país com
maior biodiversidade vegetal do mundo (FORZZA et al., 2012), logo, conhecer os principais
javascript:void(0)
/
grupos de Angiospermas do país se torna fundamental para profissionais de Biologia e áreas
correlatas.
GRUPO TAXONÔMICO
Grupos ou categorias taxonômicas são delimitadas pelos taxonomistas e procuram refletir
a história evolutiva, ou seja, representar toda uma linhagem. Do mais inclusivo para o
menos inclusivo os principais grupos são: reino, filo, classe, ordem, família, gênero e
espécie. Na Botânica, a parte de nomenclatura trata da organização e correta escrita dos
nomes. As ordens têm a terminação ales e as famílias aceae. O nome das espécies é
binomial e deve ser destacado no texto com itálico ou negrito, o primeiro nome se refere
ao gênero e o segundo é o epiteto específico e é seguido do nome do autor abreviado.
Por exemplo: Eriocaulon setaceum L.
MÓDULO 1
 Identificar as estruturas características da raiz e as suas adaptações
/
Para saber sobre como a botânica evoluiu no tempo, e em que ponto do quebra-cabeça
estamos, assista ao vídeo que preparamos para você, sobre a história da botânica.
MORFOLOGIA DAS PARTES VEGETATIVAS
Iniciamos este módulo destacando que identificar plantas, muitas vezes, é uma tarefa árdua.
Precisamos conhecer todas as informações, tanto da parte vegetativa, quanto reprodutiva das
espécies. Contudo, quando vamos ao campo, a planta pode não estar em época de floração ou
frutificação. A morfologia das partes vegetativas é muito útil para identificar grupos taxonômicos
e, por vezes, até mesmo espécies.
/
 
Fonte: Shutterstock
Durante a leitura deste tema, faça visitas a jardins ou parques, observe a vegetação e procure
identificar as estruturas vegetativas e suas variações que serão apresentadas a você nos
módulos a seguir.
Você já ouviu falar de dendrologia?
A dendrologia se ocupa do estudo das árvores e da identificação delas por meio de
características vegetativas. No texto, estas características aparecem associadas a várias
famílias (linhagens) de Angiospermas, as quais foram inseridas entre parênteses ao longo
deste tema e apresentam sempre a terminação aceae.
Vejamos agora, as características morfológicas vegetativas diagnósticas para reconhecer
importantes grupos taxonômicos.
 SAIBA MAIS
Não se preocupe com a quantidade de termos novos apresentados no texto. Não tente
decorá-los. Lembre-se que você não precisou decorar a palavra cadeira, ou mesa, mas
estas palavras foram incorporadas ao seu dia a dia de forma natural. Isto se deve ao fato
de você entender o que significa uma cadeira e conviver com este objeto diariamente.
Por este motivo, meu conselho é que, durante o estudo deste módulo, você encontre um
lugar com vegetação perto da sua casa, um jardim, ou uma rua tranquila com árvores, um
parque, onde você possa praticar os conceitos aqui apresentados. Ao olhar um vegetal
javascript:void(0)
/
procure ver o hábito, o tipo de caule, a posição que as folhas ocupam nos ramos. Tire
fotos, faça seu próprio dicionário ilustrado de botânica. Desta forma, os termos referentes
a morfologia serão incorporados mais facilmente.
Nesse contexto, destacamos que as primeiras linhagens de Embryophyta a conquistar o
ambiente terrestre (musgos, antóceros e hepáticas) já possuíam cutícula. Contudo, dentro
dessas plantas, a água era transportada em cada célula por osmose, em um mecanismo lento
de transporte. A próxima novidade-chave foi o aparecimento de um tecido condutor que tornou
esse transporte mais eficiente.
 ATENÇÃO
A partir de então, temos o aparecimento da linhagem das plantas vasculares (Tracheophyta).
As primeiras linhagens de Tracheophyta (samambaia e licófitas) também herdaram do seu
ancestral a lignina uma substância que se deposita na parede de várias células vegetais em
diferentes proporções e lhe confere dureza. A presença dos vasos condutores e da lignina
possibilitou o aparecimento de plantas de maior porte.
 SAIBA MAIS
As Tracheophyta conquistaram uma completa independência do meio aquático no que
se refere à parte vegetativa da planta, pois já possuíam cutícula e tecido condutor.
Contudo, ainda existia uma dependência ao meio aquático para a reprodução, já que,
para alcançar os gametas femininos desse organismo, os masculinos precisavam nadar
com uma cauda móvel, semelhante a um chicote (flagelo).
As próximas novidades-chave a aparecerem foram a semente e o grão de pólen,
proporcionando às plantas terrestresa completa independência em relação ao meio
aquático. Enquanto a semente conferiu proteção, água e nutrientes para o embrião, o
grão de pólen eliminava a água como meio para chegar ao gameta feminino. Essa
estrutura, transportada por vento ou insetos, abriga o gameta masculino que se torna
imóvel (sem flagelo).
Essas novidades apareceram no ancestral e foram fixadas nos seus descendentes, formando a
linhagem das plantas com semente (Spermatophyta), na qual outras duas linhagens
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/
apareceram, que são:
Gimnospermas e
Angiospermas.
A grande novidade evolutiva que apareceu nas Angiospermas foi a flor. Esta novidade foi tão
importante que apesar de ser a linhagem mais “jovem” entre as plantas terrestres, as
Angiospermas representam o grupo vegetal dominante no planeta hoje, com cerca de 300.000
espécies (STEVENS, 2001).
Essas espécies estão dentro de famílias que também correspondem a linhagens, que se
diversificaram dentro das Angiospermas, com o aparecimento de diferentes novidades-chave.
Para resumir essa história, lançamos mão do cladograma, esse “esquema” nos mostra uma
linha continua no tempo, na qual estão representadas as principais linhagens de plantas
terrestres, bem como as novidades-chaves que apareceram nos diferentes grupos, observe a
figura a seguir:
Sendo assim, destacamos que:
GIMNOSPERMAS
A maioria das espécies é arbórea. As folhas são aciculadas ou escamiformes nos pinheiros e
ciprestes, nas cicas são semelhantes às das palmeiras, enquanto o ginkgo tem folha em forma
de leque.
/
ANGIOSPERMAS
Plantas com flores, desde vistosas até minúsculas de difícil visualização.
MONOCOTILEDÔNEAS
Plantas herbáceas ou epífitas, com raízes fasciculadas, caule haste ou subterrâneo, folhas com
bainha, raro pecíolo, nervação paralelinérvea ou peniparalelinérvea, raro pinada.
EUDICOTILEDÔNEAS
Hábitos diversos, raízes pivotantes, caule de todos os tipos, folhas sésseis ou com pecíolo,
rara bainha, nervação, geralmente, peninérvea.
FAMÍLIAS DE MONOCOTILEDÔNEAS
ARACEAE (ANTÚRIOS, FILODENDROS)
Possuem nervação geralmente pinada, muitos tem folhas de base sagitada, as tonalidades
podem variar na mesma folha (variegada). As inflorescências são envolvidas por uma bráctea
grande, geralmente rígida e vistosa chamada espata.
ARECACEAE (PALMEIRAS)
Possuem caule em estipe e folhas pinadas ou flabeliformes.
BROMELIACEAE (BROMÉLIAS)
Muitas epífitas, filotaxia rosulada, formando tanque, presença de escamas nas folhas, folhas e
brácteas vistosas e coloridas são muito comuns.
ORCHIDACEAE (ORQUÍDEAS)
Muitas epífitas, raiz com velame, presença de pseudobulbo em algumas espécies, caules
curtos ou subterrâneos, folhas alternas dísticas ou espiraladas.
POACEAE (GRAMÍNEAS)
Possuem a lígula como uma estrutura característica.
FAMÍLIAS DE EUDICOTILEDÔNEAS
/
CACTACEAE (CACTOS)
São facilmente reconhecidas pelo seu caule do tipo cladódio e seus espinhos.
FABACEAE (FEIJÃO, CALIANDRA, INGÁ)
São reconhecidas por possuírem folhas geralmente compostas ou recompostas, a presença do
pulvino é algo bem comum.
MORACEAE (AMOREIRA, FIGUEIRA)
Geralmente, apresentam grandes estipulas recobrindo as gemas terminais.
MYRTACEAE (GOIABEIRAS, JABUTICABEIRAS)
As árvores, geralmente, apresentam cascas esfoliantes, as folhas das espécies nativas do
Brasil são opostas, enquanto as espécies Australianas possuem folhas alternas como ocorre
com o eucalipto. As folhas possuem nervuras coletoras e glândulas translucidas são facilmente
visíveis no limbo foliar ao colocá-lo contra a luz.
RUBIACEAE (IXORA, CAFÉ)
Folhas opostas com estípulas interpeciolares são características nesta família.
RUTACEAE (LIMOEIRO, LARANJEIRA)
Folhas alternas com glândulas translucidas. A presença de espinhos também é algo
característico, ocorrendo em muitas espécies.
RAIZ – ESTRUTURA
A primeira estrutura a emergir da semente é a raiz. Essa parte torna possível à planta jovem
(plântula) fixar-se no solo e absorver água, duas funções essenciais para a sua sobrevivência.
A raiz que emerge na plântula é a raiz principal.
/
 
Fonte: Shutterstock
 
Fonte: Regina Moura
 Raiz axial do coentro
Nas Eudicotiledôneas e nas Gimnospermas, a raiz principal é chamada de axial ou pivotante,
ela é a primeira a aparecer, e dela surgem as raízes laterais.
/
 
Fonte: Adriana Oliveira
 Raiz fasciculada de orquídea
Nas Monocotiledôneas, por outro lado, a raiz principal se degenera e novas raízes surgem da
base do caule, sendo denominadas adventícias. Este sistema radicular é denominado
fasciculado.
 
 
A raiz é um órgão, geralmente, subterrâneo, cilíndrico, aclorofilado, não segmentado,
desprovido de gemas e com geotropismo positivo, ou seja, cresce em direção ao centro da
Terra. Ela tem duas funções principais: fixar a planta ao solo e absorver água e sais minerais.
Além disso, auxilia na sustentação do vegetal, na reserva de nutrientes e na aeração da planta.
A extensão de um sistema radicular, ou seja, a sua profundidade no solo e distância com que
se expande lateralmente, depende de diversos fatores.
/
 
Fonte: Shutterstock
As raízes em crescimento são sensíveis a variações ambientais, como: luz, gravidade,
temperatura e quantidade de nutrientes no solo. Os sistemas radiculares axiais penetram mais
profundamente no solo do que os fasciculados. Contudo, a maioria das árvores tem sistemas
radiculares superficiais e muitas raízes estão localizadas na porção superficial do solo.
 ATENÇÃO
As raízes de nutrição que estão ativamente envolvidas na absorção de água e íons minerais
ficam nas porções mais superficiais, onde o solo é mais rico em nutrientes. Árvores com raízes
superficiais e crescimento agressivo, como figueira (Moraceae), tipuana (Fabaceae) e o
flamboyant (Fabaceae), podem danificar calçadas, por essa razão seu uso para o paisagismo
vem sendo abandonado.
ZONAS DA RAIZ
A raiz pode ser dividida em três zonas, que são:
ZONA DE DISTENSÃO OU LISA
/
A zona de distensão é uma área localizada na ponta da raiz e possui células indiferenciadas
que se encontram em intensa divisão, sendo denominadas de meristemáticas. A ponta da zona
de distensão é protegida pela coifa, uma estrutura semelhante a um dedal, formada por células
vivas que secretam mucilagem. Essa substância lubrifica a raiz durante a sua passagem
através do solo. Além da função de proteção, as células da periferia da coifa ajudam a manter
o contato entre as raízes e o solo, evitam o ressecamento e participam na prevenção de
infecções nas células meristemáticas da ponta. Desse modo, o crescimento longitudinal da raiz
ocorre próximo ao ápice, empurrado constantemente para dentro do solo.
 
Fonte: Regina Moura
 Raiz de aguapé. As setas estão indicando a coifa da raiz terminal e raízes laterais. Note
que a zona pilífera está ausente.
ZONA PILÍFERA OU ABSORÇÃO
A região pilífera ou de absorção é onde são produzidos os pelos radiculares que ampliam a
capacidade de absorção de água e nutrientes. Eles são efêmeros, por isso, novos pelos são
produzidos constantemente após a região de distensão. Essa produção ocorre na mesma
proporção em que os pelos mais velhos são eliminados na extremidade superior da zona
pilífera. Enquanto o ápice da raiz penetra o solo, novos pelos radiculares se desenvolvem,
provendo a raiz com uma superfície capaz de absorver novos suprimentos de água e nutrientes
minerais. Por essa razão, os jardineiros devem ser cuidadosos durante o transplante de
plantas, tendo de levar o máximo possível de solo ao torno dela. Se a planta for simplesmente
/
arrancada, a maior parte de suas raízes com pelos absorventes será perdida, e a planta,
provavelmente, não sobreviverá.
ZONA DE RAMIFICAÇÃO
A zona de ramificação corresponde à parte mais velha da raiz e não possui pelos
absorventes. Normalmente, nessa parte, desenvolvem-se as raízes laterais e ocorre o
espessamento do órgão. Por terem uma origem profunda na raiz-mãe, as raízes laterais são
consideradas endógenas, ou seja, de origeminterna. À medida que a raiz lateral cresce do
interior da raiz principal e aumenta em tamanho, ela se projeta através do córtex. Enquanto
ainda muito jovens, os primórdios destas raízes desenvolvem a coifa e o meristema apical.
 
Fonte: Regina Moura
 Zonas da raiz
A estrutura da raiz é mais simples do que a do caule, de onde são emitidas gemas
acompanhadas de folhas. Contudo, algumas espécies, como a batata doce, podem produzir
gemas a partir das raízes, as chamadas raízes gemíferas.
/
 
Fonte: Shutterstock
Como proceder então para distinguir um caule subterrâneo que possui gemas de uma raiz
gemífera?
RESPOSTA
Essa não é uma tarefa fácil, por isso, é indicado um corte anatômico para tal distinção, já que a
estrutura interna desses órgãos é diferente.
RAIZ - TIPOS E FUNÇÕES
O tipo mais comum de raiz é a subterrânea, cuja função é fixar a planta no solo e absorver
água e outros nutrientes. Contudo, algumas raízes têm função e localização distintas. Raízes
subterrâneas que armazenam nutrientes e têm potencial alimentício são chamadas de
tuberosas. Podemos citar, nesse caso, a cenoura, a batata doce, o rabanete e a mandioca.
Raízes aéreas surgem acima do nível do solo e auxiliam no suporte do corpo de grandes
árvores, que podem ser:
/
Raízes tabulares – ficam acima do solo como tábuas, aumentado o suporte da árvore, como
ocorre com algumas figueiras e pau d’alho.
Raízes escora ou suporte - são raízes adventícias que auxiliam na sustentação da planta,
principalmente, em áreas alagadas ou com pouca estabilidade. Também podem ocorrer em
árvores cuja relação altura x largura é muito grande, auxiliando na sustentação de troncos.
Espécies de Pandanus possuem raízes escora.
/
Raízes estranguladoras – ocorrem, principalmente, nas figueiras, popularmente, chamadas
de mata-pau. Nesse caso, raízes aéreas contornam uma árvore hospedeira, passando a
competir com ela e a impedir o seu crescimento em espessura, até, finalmente, matá-la e tomar
seu lugar.
Raízes pneumatóforos - auxiliam na respiração de plantas de mangues, visto que o solo
possui baixo teor de oxigênio, um elemento necessário para as raízes. Elas crescem para
cima, ou seja, têm geotropismo negativo, e para fora do solo lodoso, fornecendo uma aeração
/
adequada. São dotadas de lenticelas, pequenas aberturas pelas quais o ar entra, e de
aerênquima, um tecido com espaço para armazenar o oxigênio captado.
Raízes tabulares – ficam acima do solo como tábuas, aumentado o suporte da árvore, como
ocorre com algumas figueiras e pau d’alho.
Raízes escora ou suporte - são raízes adventícias que auxiliam na sustentação da planta,
principalmente, em áreas alagadas ou com pouca estabilidade. Também podem ocorrer em
árvores cuja relação altura x largura é muito grande, auxiliando na sustentação de troncos.
Espécies de Pandanus possuem raízes escora.
Raízes estranguladoras – ocorrem, principalmente, nas figueiras, popularmente, chamadas
de mata-pau. Nesse caso, raízes aéreas contornam uma árvore hospedeira, passando a
competir com ela e a impedir o seu crescimento em espessura, até, finalmente, matá-la e tomar
seu lugar.
Raízes pneumatóforos - auxiliam na respiração de plantas de mangues, visto que o solo
possui baixo teor de oxigênio, um elemento necessário para as raízes. Elas crescem para
cima, ou seja, têm geotropismo negativo, e para fora do solo lodoso, fornecendo uma aeração
adequada. São dotadas de lenticelas, pequenas aberturas pelas quais o ar entra, e de
aerênquima, um tecido com espaço para armazenar o oxigênio captado.
Espécies com raízes aéreas são facilmente encontradas, mesmo em áreas urbanas. 
Que tal fotografar algumas e iniciar seu dicionário ilustrado de botânica?
Nas plantas aquáticas, a raiz, geralmente, possui aerênquima, um tecido que auxilia no
armazenamento de oxigênio da água. A zona pilífera pode estar ausente, já que a água é
abundante e não há necessidade de aumentar a área de absorção. Ao observar a imagem de
uma raiz de aguapé, uma planta aquática, procure delimitar as principais zonas do órgão.
/
 
Fonte: Adriana Oliveira
 Aerênquima com células braciformes e espaços típicos desse tecido (seta A) e estômato
(seta B) na folha de uma Monocotiledônea aquática.
Diante desse contexto, você consegue visualizar a zona pilífera?
RESPOSTA
A princípio, você pode ter achado que as estruturas laterais são pelos absorventes. Contudo,
se prestar atenção, verá que essas estruturas são raízes laterais. Sabemos disso pela
presença da coifa em cada uma delas!
 
Fonte: Shutterstock
/
Muitas adaptações especiais de raízes são encontradas entre as plantas epífitas, que crescem
sobre outras plantas. Elas não fixam suas raízes no solo, e sim na planta sobre a qual vivem,
retirando água e nutrientes da chuva, do material orgânico disponível sobre os galhos e ou
mesmo da atmosfera. A absorção é feita então pelas próprias raízes que são modificadas ou
por outras estruturas.
RAÍZES ASSIMILADORAS
A epiderme das raízes de orquídeas tropicais (Orchidaceae) epífitas, por exemplo, tem várias
camadas de células. Esse tecido é denominado de velame e atua na absorção de água e
nutrientes de modo muito eficiente, e as raízes são chamadas de assimiladoras.
 
Fonte: Shutterstock
RAÍZES HAUSTÓRIOS
Plantas parasitas como a erva de passarinho possuem raízes denominadas de haustórios.
Essas raízes penetram no corpo do hospedeiro retirando seiva elaborada (holoparasitas) ou
seiva bruta (hemiparasitas).
RAÍZES GRAMPIFORMES
Estão presentes em plantas trepadeiras e possuem origem caulinar, ou seja, são adventícias, e
se aderem como grampos às superfícies ou a outros vegetais.
RAÍZES MICORRIZAS
/
São uma associação de raízes e fungos que promove o crescimento das plantas ao aumentar
a absorção de água e nutrientes. A associação de raízes de leguminosas (Fabaceae) com a
bactéria Rhizobium é fundamental para o ciclo do Nitrogênio.
 
Fonte: virtualmuseum
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. A PRIMEIRA ESTRUTURA A EMERGIR DA SEMENTE É A RAIZ, O QUE
TORNA POSSÍVEL À PLANTA JOVEM (PLÂNTULA) FIXAR-SE NO SOLO E
ABSORVER ÁGUA, DUAS FUNÇÕES ESSENCIAIS PARA A SUA
SOBREVIVÊNCIA. ASSINALE A OPÇÃO CORRETA SOBRE A ESTRUTURA
DA RAIZ:
A) A zona de distensão da raiz é uma área de células diferenciadas localizada na base da raiz.
B) A raiz é um órgão cilíndrico, clorofilado, não segmentado e provido de gemas.
C) Nas Eudicotiledôneas e nas Gimnospermas, o sistema radicular é chamado de axial ou
pivotante.
/
D) Nas Monocotiledôneas, a raiz principal se degenera e novas raízes surgem do caule, sendo
denominadas raízes tabulares.
2. O TIPO MAIS COMUM DE RAIZ É A SUBTERRÂNEA CUJA FUNÇÃO É
FIXAR A PLANTA NO SOLO E ABSORVER ÁGUA E OUTROS
NUTRIENTES. CONTUDO, ALGUMAS RAÍZES TÊM FUNÇÃO E
LOCALIZAÇÃO DISTINTAS. UTILIZANDO OS CONHECIMENTOS
ADQUIRIDOS, ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA A SEGUIR:.
A) As raízes tabulares têm função principal de armazenamento.
B) As raízes que armazenam nutrientes são chamadas tuberosas.
C) Haustórios são raízes com função de fixação e suporte.
D) Pneumatóforos são raízes cuja função é o armazenamento de água.
GABARITO
1. A primeira estrutura a emergir da semente é a raiz, o que torna possível à planta jovem
(plântula) fixar-se no solo e absorver água, duas funções essenciais para a sua
sobrevivência. Assinale a opção correta sobre a estrutura da raiz:
A alternativa "C " está correta.
 
O sistema radicular das Eudicotiledôneas e das Gimnospermas possui uma raiz principal e é
chamado de axial ou pivotante.
2. O tipo mais comum de raiz é a subterrânea cuja função é fixar a planta no solo e
absorver água e outros nutrientes. Contudo, algumas raízes têm função e localização
distintas. Utilizando os conhecimentos adquiridos, assinale a alternativa correta a
seguir:.
A alternativa "B " está correta.
 
As raízes que armazenam nutrientes são chamadas de tuberosas, tendo potencial alimentício.
/
MÓDULO 2
 Descrever as estruturas que caracterizam o caulee sua diversidade
CAULE - ESTRUTURA
O caule é o órgão da planta que liga as raízes às folhas, provê suporte, além de conduzir seiva
bruta e elaborada. Ele se caracteriza por possuir uma estrutura básica de nós e entrenós. As
gemas estão sempre localizadas nos nós e são compostas por células que ainda não se
diferenciaram e que, por meio de estímulos hormonais, formam as estruturas vegetativas e
reprodutivas das plantas.
 
Fonte: Regina Moura
 Estrutura do caule
Em cada nó, cordões do cilindro vascular do caule se curvam para fora e se dirigem para a
folha, deixando uma ou mais lacunas no cilindro vascular oposto à folha.
/
 
Fonte: Shutterstock
O meristema apical do sistema caulinar é uma estrutura dinâmica que, além de adicionar
células ao corpo da planta, produz repetitivamente os primórdios foliares e os primórdios de
gemas, resultando em uma sucessão de unidades similares denominadas fitômeros. O sistema
caulinar vegetativo carece de uma cobertura protetora especializada, como a coifa encontrada
nas raízes, mas, por outro lado, é circundado por folhas jovens que se dobram sobre ele,
conferindo-lhe proteção.
As gemas são regiões compostas por células que ainda não se diferenciaram e que, por meio
de estímulos hormonais, formam as estruturas vegetativas e reprodutivas das plantas. As
gemas ocupam diversas posições no corpo da planta:
GEMAS APICAIS
As gemas apicais se formam no ápice do caule ou no ápice dos ramos da planta e têm a
função de promover o crescimento em comprimento. Normalmente, os termos apical e terminal
são usados como sinônimos, porém, alguns autores preferem usar o termo apical para a gema
presente no ápice do caule principal da planta, e terminal, para as que estão no ápice dos
ramos.
GEMAS AXILARES OU LATERAIS
As gemas axilares ou laterais se encontram no nó, ou seja, na lateral de um caule ou ramo,
junto à axila de uma folha. Essas gemas surgem na base da superfície superior (adaxial) das
folhas.
GEMAS ADVENTÍCIAS
/
As gemas adventícias se formam na base ou ao longo dos troncos, nas nervuras ou nas
margens das folhas e mesmo em algumas raízes, como ocorre nas denominadas raízes
gemíferas.
GEMAS ACESSÓRIAS
As gemas acessórias se desenvolvem ao lado ou acima da gema axilar ou terminal. Podem
variar em número e se desenvolver em diferentes estruturas vegetais. Em árvores cítricas, por
exemplo, em uma mesma axila pode ocorrer o desenvolvimento de um ramo e um espinho.
Além disso, as gemas apresentam diferentes funções:
GEMAS VEGETATIVAS
GEMAS REPRODUTIVAS OU FLORÍFERAS
Ao se desenvolverem, têm por função originar um caule ou um ramo. Formam ramos com
novas gemas nas axilas dos primórdios foliares, os quais dão origem a novas folhas.
Ao se desenvolverem, têm por função produzir flores ou inflorescências na dependência dos
estímulos ambientais, assim como fotoperíodo (comprimento do dia/noite) e vernalização
(exposição a temperaturas baixas não congelantes).
As gemas também são classificadas pelo período de atividade:
GEMAS PRONTAS
Desabrocham e se desenvolvem no mesmo ano de sua formação. Dependendo da estação do
início de seu desenvolvimento, são denominadas de primaveris (primavera), estivais (verão) e
outonais (outono). As gemas, normalmente, não se desenvolvem no inverno.
GEMAS HIBERNANTES
São formadas em um ano e somente iniciam o desenvolvimento (entram em atividade) no ano
seguinte. Macieiras, pereiras, pessegueiros e videiras são exemplos de plantas que
apresentam gemas hibernantes e/ou dormentes, na dependência das condições climáticas e
do sistema de podas aplicado.
O crescimento de um caule ocorre pela ação das gemas. O grau de dominância da gema
terminal (apical) sobre as axilares (laterais) atua na “arquitetura” da planta, ou seja, na forma
de crescimento e ramificação do caule. Assim, observamos dois tipos básicos de “arquitetura”
ou padrão de ramificação:
Assim, observamos dois tipos básicos de “arquitetura” ou padrão de ramificação:
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Fonte: Adriana Oliveira
SISTEMA MONOPODIAL
No sistema monopodial, há um eixo principal na planta, cujo crescimento se dá em função de
uma única gema terminal. As ramificações principais partem do eixo central. Podemos
exemplificar os caules monopodiais com pinheiros, araucárias, jambo. Na figura apresentada,
podemos observar o sistema monopodial de crescimento de uma Gimnosperma.
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Fonte: Adriana Oliveira
SISTEMA SIMPODIAL
Não há predominância da gema terminal, pois ela morre por apoptose em um determinado
estágio do desenvolvimento da planta. Com isso, as gemas axilares ou laterais assumem o
crescimento da planta. Muitas gemas atuam ao mesmo tempo, promovendo um crescimento
mais difuso. São exemplos de caules simpodiais: ipê amarelo, ipê roxo, mangueira, jaqueira,
guapuruvu. Na figura apresentada, podemos observar sistema simpodial de crescimento de
uma Leguminosa.
Apesar de apresentarmos fotos de crescimento simpodial e monopodial, é interessante você
tentar identificá-los em árvores próximas a sua residência.
CAULE - TIPOS E FUNÇÕES
Assim como as raízes, os caules podem ser aéreos, aquáticos ou subterrâneos. Os tipos de
caules aéreos podem ser eretos e sem ponto de apoio, podendo alcançar dezenas de metros.
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Podem ser rastejantes, desenvolvendo-se sobre o solo e paralelo a ele, ou trepadores,
precisando de um suporte para se desenvolverem.
As plantas apresentam diversidade de caules eretos ou erguidos, que são denominados de
acordo com as suas características:
TRONCO
Esse é o caule que encontramos nas árvores, caracteriza-se por ser cilíndrico e lenhoso, com
coloração que pode variar de cinza a marrom escuro como nas paineiras, mangueiras, ipês,
jaqueiras. A casca, parte mais externa do tronco, é muito variável, podendo ser, por exemplo,
esfoliante nas goiabeiras e jabuticabeiras.
 
Fonte: Adriana Oliveira
 Caule tipo tronco com liana
 
Fonte: Adriana Oliveira
 Casca esfoliante de jabuticabeira
HASTE
É um tipo de caule ereto comum nas plantas herbáceas, ele é macio, carnoso, flexível, verde,
fotossintetizante e não lenhoso, ao contrário do tronco.
 
Fonte: Adriana Oliveira
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 Caule tipo haste de Monocotiledônea.
ESTIPE
É um caule robusto, resistente, geralmente, não ramificado, com nós e entrenós evidentes e
folhas concentradas no ápice do caule. O estipe é característico das palmeiras (Areceae), mas
ocorre também no mamoeiro e na imbaúba.
 
Fonte: Adriana Oliveira
 Caule tipo estipe de palmeira e folhas simples pinatissectas.
COLMO
É um caule cilíndrico, que pode ser ou não ramificado, herbáceo e flexível, com nós e entrenós
(gomos) bem visíveis, comum nas gramíneas (Poaceae). A região do entrenó pode ser oca,
como ocorre nos bambus, sendo chamada de colmo fistuloso, ou maciça, como ocorre na
cana de açúcar, sendo chamada de colmo cheio.
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Fonte: Wikimedia Commmons
 Caule do tipo colmo em bambu.
CLADÓDIO
É um caule modificado comum nos cactos. Como ocorrem em ambientes extremamente secos,
as cactáceas perderiam muita água se tivessem folhas, pois estas possuem uma grande
superfície onde ocorrem as trocas gasosas e a transpiração. Por isso, nos cactos, as folhas
são atrofiadas, reduzidas a espinhos e o caule passa a ter função fotossintética e de reserva de
água.
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Fonte: Adriana Oliveira
 Caule do tipo cladódio e espinho de origem foliar de cacto.
PSEUDOBULBOS
São espessamentos de caule geralmente aéreos que ficam preenchidos por parênquima
aquífero, que atua como reserva de água. São muito comuns em orquídeas epífitas que
precisam armazenar água para sobreviver em períodos secos.
 
Fonte: Shutterstock
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 Pseudobulbos em espécie de Orchidaceae epífita.
Destaca-se ainda que os caules aéreos podem ser rastejantes (prostrados) com crescimento
horizontal em função de sua grande flexibilidade. São reconhecidos dois tipos, que são:
 
Fonte: Shutterstock
Estolão
Raízes adventícias são liberadas do caule rastejante, como no morangueiro ou em muitas
gramíneas. No pontoonde as raízes se fixam, emergem folhas, flores e frutos, como se fosse
um novo indivíduo. Na figura, temos um estolão em morangueiro. Repare como ele se projetou
e formou novos brotos.
 
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Fonte: Wallpaper Flare
Sarmento
Rasteja livremente sem emitir raízes de fixação. Alguns autores consideram que esse termo
também deva ser aplicado a plantas trepadeiras, que possuem estruturas próprias de fixação.
A abóbora possui um caule sarmentoso, repare que não há raízes adventícias, mas existem
gavinhas que ajudam a planta a se prender em algum suporte.
Os caules aéreos trepadores estão presentes em plantas trepadeiras, são delgados,
alongados, flexíveis e, pelo menos no início do desenvolvimento da planta, são pouco
espessos. Eles se fixam ou se enrolam em outros vegetais ou diferentes substratos,
alcançando posição privilegiada em relação à iluminação.
Podemos distinguir dois tipos:
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Fonte: Wikimedia Commmons
Volúvel – não apresentam órgãos especializados em fixação. As trepadeiras volúveis não
obedecem sempre ao mesmo sentido para se enrolar em seu suporte, algumas espécies
seguem o sentido horário, outras o anti-horário. Para entendermos melhor, devemos seguir o
movimento que o ápice descreve para se enrolar. Se, ao passar por trás do suporte, o caule
seguiu para a direita, é denominado caule dextrorso, girando no sentido horário; se segue para
a esquerda, temos um caule sinistrorso, girando no sentido anti-horário. Podemos citar como
exemplos de caules volúveis o guaco e o cipó chumbo. Na figura, temos um caule volúvel de
Cuscuta europaea se envolvendo em uma folha de capim.
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Fonte: Adriana Oliveira
Escandente ou sarmentoso – é um caule que possui estruturas especiais para a planta se
prender no suporte: as gavinhas. Elas têm características diferentes, podendo ser parecidas
com molas, como no maracujá, nas parreiras e no chuchu. Outras têm terminações em
ventosas, como em algumas espécies de hera; e ainda podem ter o formato de garras, como
na unha de gato. Na figura podemos ver um caule sarmentoso com gavinhas, que se enrolam a
um suporte.
Os caules subterrâneos, geralmente, possuem função de reserva e de propagação vegetativa.
Existem vários tipos de caule subterrâneo, que são:
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Fonte: Shutterstock
RIZOMA
É um caule, geralmente, rico em reserva, apresenta consistência herbácea carnosa ou
lenhosa. Seu diâmetro varia de poucos milímetros em algumas gramíneas, a meio metro ou
mais, em algumas palmeiras. Esse tipo de caule exibe nós, entre nós e folhas reduzidas,
semelhantes a escamas ou catafilos que protegem as gemas axilares.
As gemas, ao se desenvolverem, originam folhas ou brotos foliados, que emergem para o
ambiente aéreo, formando os pseudocaules, compostos por bainhas foliares enroladas entre si,
ou os escapos, que portam as inflorescências, flores e frutos até o amadurecimento da planta.
Os rizomas, geralmente, apresentam crescimento horizontal a partir da gema apical e das
gemas axilares e, dependendo do período de atividade da gema apical, podem ser
classificados em dois tipos.
 SAIBA MAIS
Nos rizomas indefinidos, a gema apical se mantém ativa, permanecendo em crescimento
indefinidamente, como acontece em araruta. Nos rizomas definidos, após um certo
período, a gema apical interrompe sua atividade de crescimento, o qual é mantido por
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gemas axilares (laterais) que formam ramificações (novos eixos) e podem, facilmente, ser
utilizadas como propágulos para a multiplicação da planta, como ocorre no gengibre e na
bananeira.
 
Fonte: Adriana Oliveira
TUBÉRCULOS
O tubérculo é um caule subterrâneo arredondado ou ovoide, bastante intumescido pelo
acúmulo de reservas, principalmente amido. Não apresenta órgãos vegetativos diferenciados,
como escamas ou catafilos, consequentemente não exibem nós e entrenós, como ocorre nos
rizomas. Contudo, podem originar novas plantas a partir das pequenas gemas ou botões
(“olhos”) que nascem em depressões distribuídas pela superfície. As gemas se nutrem das
reservas do tubérculo, até que estas formem suas próprias folhas e raízes e possam se auto
sustentar, como ocorre na batata-inglesa por exemplo. A ausência de nós e entrenós nos carás
e inhames (Dioscoreaceae), associado a gemas distribuídas pela superfície, permitem
classificá-los como caule tubérculo e não rizoma.
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Fonte: Shutterstock
BULBO
É uma estrutura mista, formada por caule e folhas subterrâneas aclorofiladas. Se as folhas são
secas, recebem o nome de escamas; e se apresentam reservas, são denominadas de
catafilos. Os bulbos são responsáveis pela sobrevivência da planta em épocas desfavoráveis
devido ao frio ou à seca, e possuem elevada capacidade de propagação vegetativa, como as
cebolas e os alhos.
Os bulbos apresentam raízes adventícias fasciculadas na região inferior do prato e uma gema
apical na região superior que, ao brotar, forma um caule aéreo e herbáceo que escapa do solo,
razão do nome “caule escapo floral”, expondo as flores ao ambiente aéreo.
De acordo com o tamanho do prato e das folhas, os bulbos recebem diferentes classificações,
que são:
BULBO TUNICADO
O prato é formado pelo caule reduzido verticalmente, que não acumula nutrientes. Este prato é,
relativamente, rígido e é revestido por um conjunto de escamas de origem foliar. As escamas
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mais internas são espessas, possuem reserva e são chamadas de catafilos. As mais externas
são as cascas. Exemplos deste tipo de bulbo são o alho e a cebola.
CORMO OU BULBO SÓLIDO
É um tipo de bulbo volumoso e sólido, cujo caule é espessado, possui reservas e é rodeado
por escamas. Este tipo de bulbo é encontrado na palma de santa Rita.
BULBO ESCAMOSO
O prato é, parcialmente, volumoso e cercado por catáfilos espessados. Ocorre em jacinto e lírio
asiático.
O xilopódio é também é uma estrutura mista, formada por caule e raiz. São sistemas
subterrâneos espessados, geralmente, lignificados e rígidos. São comuns em diversas
espécies do Cerrado que sofrem de seca e queimadas regulares. Ocorrem também na
Caatinga, campos de altitude da Mata Atlântica, assim como, em outros locais com pouca
disponibilidade de água. Após o período de seca ou de fogo, a planta rebrota a partir do
xilopódio.
Os caules aquáticos desenvolvem-se na água, podendo ser flutuantes ou submersos. Em
geral, são flexíveis, clorofilados ou possuem outro tipo de pigmento, caracterizando-se como
herbáceos.
O caule pode assumir outras formas e funções, tendo a planta ainda seu caule principal
juntamente com modificações caulinares.
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Fonte: Shutterstock
GAVINHAS
São modificações caulinares ou foliares alongadas que se enrolam em algum substrato ao
tocá-lo. O maracujá, o chuchu e a uva são exemplos de plantas que possuem gavinhas de
origem caulinar.
ESPINHOS
São estruturas que espetam e cuja função é defender as plantas. Podem ter origem foliar,
como ocorre nos cactos, ou caulinar, como o do limão.
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Fonte: Shutterstock
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Fonte: Shutterstock
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ACÚLEOS
São projeções epidérmicas semelhantes externamente aos espinhos, porém, não possuem
vascularização.
 SAIBA MAIS
Como diferenciar um acúleo de um espinho? Encontre uma roseira, destaque o acúleo dela e
veja como se desprende facilmente do caule devido à ausência de tecido vascular. Em
seguida, destaque o espinho da laranjeira ou de um limoeiro e perceba como não se
desprenderá tão facilmente e parte da epiderme do caule será removida junto com ele.
 
Fonte: Flickr
Os filocládios são uma modificação caulinar em que os caules têm a estrutura foliácea, de
tamanho definido, herbáceos, clorofilados, com ramificações e gemas. São exemplos de
filocládios: flor de maio e aspargos.
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Agora, para saber mais sobre dendrologia, assista ao vídeo a seguir:
CLASSIFICAÇÃO QUANTO À CONSISTÊNCIA DO
CAULE
 
 
De acordo com a consistência, os caules podem ser classificadosem:
HERBÁCEOS
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Caules flexíveis, clorofilados, geralmente fotossintetizantes. Exemplos: salsa e camomila.
SUBLENHOSOS
Caules que apresentam rigidez apenas na base, região mais antiga da planta. Exemplos:
almeirão, manjericão, quiabo.
LENHOSOS
Caules rígidos, fortemente, lignificados desde a base até próximo do ápice dos ramos.
Exemplo: ipê amarelo, quaresmeira, mangueira, goiabeira.
ERVAS
Possuem caule herbáceo, não apresentam crescimento em espessura no caule, ou seja, não
são plantas lenhosas. Exemplos de ervas são a camomila, o girassol e a erva de Santa Maria.
SUBARBUSTOS
Possuem características intermediarias entre ervas e arbustos. Geralmente, são plantas que
aparentam ser herbáceas, com caule lenhoso na base ou subterrâneo, como o saião e a ora-
pro-nóbis.
ARBUSTOS
Possuem caules lenhosos, com ramificações já próximas ao solo, geralmente sem eixo
principal definido. São exemplos de arbustos a camélia, a romã e o urucum.
ÁRVORES OU PLANTAS ARBÓREAS
Possuem caules lenhosos, formados por um eixo principal ereto com ramificações no ápice. Há
uma nítida diferenciação entre o tronco e a copa. Pequenas árvores são comumente chamadas
de arvoretas.
LIANAS
São plantas sustentadas por outro vegetal ou por alguma estrutura, apesar de suas raízes
estarem fixadas ao solo. Seu crescimento depende de estar escorada em algo que sirva de
suporte. Nas matas as lianas, apoiam-se nas árvores e podem chegar ao topo de suas copas,
onde a luz solar é mais intensa. O hábito lianescente é comum na Mata Atlântica e na
Amazônia. O pente de macaco é um exemplo de liana.
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EPÍFITAS
Incluem as plantas que vivem sobre outras sem parasitá-las. Muitas espécies de orquídeas e
bromélias (Bromeliaceae) possuem esse hábito e vivem sobre árvores. Se completam seu ciclo
de vida sem contato com solo, são denominadas holoepífitas. Se estabelecem contato com o
solo em alguma fase da vida, são denominadas hemiepífitas. Algumas espécies de
Monocotiledôneas, como alguns filodendros (Araceae), são exemplos de hemiepífitas. Na Mata
Atlântica, as epífitas são abundantes. Caso você viva nesse domínio, poderá facilmente
visualizar muitas espécies de bromélias e orquídeas que possuem esse hábito.
 
Fonte: Adriana Oliveira
 Hábito epífito de bromélia - holoepífita
 
Fonte: Adriana Oliveira
 Hábito epífito de filodendron -hemiepífito
As Gimnospermas possuem hábito herbáceo ou arbóreo. Dentro das Angiospermas, as
Eudicotiledôneas possuem espécies arbóreas, herbáceas, bem como lianas e algumas epífitas
enquanto as Monocotiledôneas são predominantemente herbáceas ou epífitas.
Nas Monocotiledôneas, algumas plantas possuem maior porte e hábito diferenciado, mas não
podem ser consideradas árvores, já que seu caule não apresenta crescimento secundário
(lenho).
 EXEMPLO
Palmeiras, por exemplo, não são árvores, pois não possuem caules lenhosos; também não são
ervas ou lianas, portanto, seu hábito é de palmeira. As bananeiras são ervas gigantes, seu
caule é subterrâneo e as bainhas das folhas formam um pseudocaule. Da mesma maneira,
denomina-se porte de bambu para os bambus e porte agavoide para agaves, dracenas e
cordylines.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
/
1. O CAULE É O ÓRGÃO QUE LIGA AS RAÍZES ÀS FOLHAS, PREVÊ
SUPORTE PARA A PLANTA, ALÉM DE CONDUZIR SEIVA BRUTA E
ELABORADA. ASSINALE A OPÇÃO CORRETA SOBRE A ESTRUTURA DO
CAULE:
A) O caule possui uma estrutura de nós e entrenós, a região do nó sempre possui uma gema.
B) No sistema monopodial, não há predominância de uma gema terminal.
C) As gemas são regiões compostas por células já diferenciadas que atuam fabricando
hormônios.
D) O crescimento do caule se dá pela ação da raiz, juntamente com a folha.
2. ASSIM COMO AS RAÍZES, OS CAULES PODEM SER AÉREOS,
AQUÁTICOS OU SUBTERRÂNEOS. ASSINALE A OPÇÃO CORRETA
SOBRE TIPOS E FUNÇÕES DE CAULES:
A) O bulbo é um tipo de caule que armazena nutriente.
B) O rizoma é um caule aéreo que armazena amido.
C) O bulbo é uma estrutura mista de caule e folha.
D) O cladódio é o caule comum das orquídeas e atua na absorção de nutrientes pelas células
do velame.
GABARITO
1. O caule é o órgão que liga as raízes às folhas, prevê suporte para a planta, além de
conduzir seiva bruta e elaborada. Assinale a opção correta sobre a estrutura do caule:
A alternativa "A " está correta.
 
O caule é um órgão caracterizado pela presença de nós e entrenós que podem ou não ser
evidentes e sempre possui gemas associadas às folhas.
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2. Assim como as raízes, os caules podem ser aéreos, aquáticos ou subterrâneos.
Assinale a opção correta sobre tipos e funções de caules:
A alternativa "C " está correta.
 
O bulbo é uma estrutura mista, formada por caule e folha. As raízes que armazenam nutrientes
são chamadas de tuberosas, tendo potencial alimentício.
MÓDULO 3
 Identificar as estruturas que caracterizam a folha, sua diversidade e filotaxia
FOLHAS - ORIGEM
A teoria do megafilo afirma que as folhas da maioria das plantas atuais são derivadas de um
complexo de ramos que se achataram e se conectaram. Esse achatamento de vários ramos e
conexão de nervuras, provavelmente, gerou um tipo de folha com uma grande lâmina.
UM ESTUDO RECENTE (BOER ET AL., 2012) SUGERE
QUE AS PRIMEIRAS ANGIOSPERMAS PODIAM
OTIMIZAR A PERDA DE ÁGUA COM MÁXIMO GANHO
DE CARBONO POR MEIO DO DESENVOLVIMENTO DE
FOLHAS COM POUCOS ESTÔMATOS DE GRANDE
TAMANHO. PORÉM, DURANTE O CRETÁCEO, A
QUEDA DE CO2 LEVOU AS FOLHAS À EVOLUÇÃO DE
/
UMA MÁXIMA CONDUÇÃO DE GASES PELOS
ESTÔMATOS. ISSO DEU ÀS ANGIOSPERMAS FOLHAS
DE LÂMINA AMPLA COM MAIOR NÚMERO DE
ESTÔMATOS DE MENOR TAMANHO O QUE
AUMENTOU A EFICIÊNCIA DAS TROCAS GASOSAS.
A evolução foliar ocorreu de maneiras diversas em grupos de plantas terrestres. Devido a esse
fato, a folha é uma estrutura altamente variável e apresenta uma maior complexidade
morfológica do que as encontradas na raiz e no caule.
FOLHAS – ESTRUTURA
As folhas podem ser definidas de acordo com sua estrutura e desempenham diversas funções:
 
Fonte: Shutterstock
 Estrutura do caule
As folhas podem sofrer modificações e assumir outras funções, como:
Atração de polinizadores;
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Proteção;
Reserva;
Suporte.
A cor verde da maioria das folhas é causada pelo pigmento da clorofila. Geralmente, são
achatadas para o aproveitamento da luz solar, elas se originam dos ramos e estão sempre
acompanhadas de uma gema localizada em sua axila.
As folhas chamadas completas têm uma estrutura básica que inclui bainha, pecíolo e limbo,
mas nem todas apresentam essas partes. Portanto, embora pareça simples, identificar uma
folha exige entendimento sobre a sua estrutura, bem como, treinamento prático.
 
Fonte: Regina Moura
 Estrutura básica da folha
BAINHA
É a porção achatada e alargada da base do pecíolo ou do limbo. É um componente típico das
folhas das Monocotiledôneas, mas, raramente, ocorre nos outros grupos, assim podemos
dizer que a maioria das folhas é incompleta.
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Fonte: Regina Moura
PECÍOLO
Em geral, é uma estrutura cilíndrica, mas pode ser anguloso e flexível. Conecta o limbo
diretamente ao caule ou à bainha. Pode ser bastante longo, como nas folhas de imbaúba, ou
bem curtos, como nas folhas de cana do brejo. É responsável pelo movimento das folhas.
 
Fonte: Shutterstock
LIMBO
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Também chamado de lâmina, é a porção laminar bifacial da folha, responsável pela
fotossíntese. A face da lâmina que fica voltada para cima é denominada superior, ventral ou
adaxial. A outra, que fica voltada para baixo, é denominada inferior, dorsal ou abaxial. As duas
faces podem, tanto ser iguais, quanto diferentes em cor e indumento.
INDUMENTO
Cobertura da superfície da lâmina foliar por anexos da epiderme denominados tricomas.
 
Fonte: Shutterstock
As folhas podem ser classificadas em simétricas, quando o limbo apresenta os lados
esquerdo e direito exatamente iguais, como as folhas da quaresmeira. Também podem ser
assimétricas, com os lados esquerdo edireito do limbo diferentes, mesmo de modo sutil, por
exemplo, a folha em forma de foice do eucalipto. A assimetria é uma característica das folhas
de begônia. Na figura, temos folhas simétricas de Miconia calvescens , Melastomataceae.
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/
 
Fonte: Flickr
Uma vez que conhecemos as três regiões constituintes da folha, podemos compreender a sua
classificação:
FOLHA COMPLETA
Possui bainha presa ao caule, pecíolo e limbo. Exemplos: palmeiras, imbaúba.
FOLHA PECIOLADA
Possui pecíolo preso ao caule e limbo. Exemplos: mangueira, limoeiro.
FOLHA INVAGINANTE
Possui bainha presa ao caule e limbo. Exemplos: milho, cana de açúcar.
FOLHA SÉSSIL
Possui o limbo preso direto ao caule. Exemplos: ixora.
Examine as folhas sempre a partir da gema e procure identificar e diferenciar seus
componentes. Você vai se surpreender com a variedade que essa estrutura apresenta na
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/
natureza.
FOLHAS – FUNÇÃO
A superfície da folha é essencialmente plana e achatada, facilitando o aumento da relação
superfície/volume. Isso permite a realização de suas principais funções fisiológicas:
fotossíntese, trocas gasosas e transpiração. As folhas também estão envolvidas na
preservação da espécie, pois atuam na reprodução, dispersão, reserva, proteção, fixação,
acúmulo e absorção, propagação, além de servir como armadilhas para animais.
 ATENÇÃO
É importante destacar que, quando as folhas não forem planas, como as acículas dos
pinheiros, que se assemelham a uma longa agulha, não deixam de desempenhar as funções
fisiológicas. As folhas também atuam na preservação da espécie, por exemplo, protegendo-se
contra o congelamento nas regiões de neve.
FOLHAS – FILOTAXIA
A filotaxia refere-se ao arranjo das folhas nos ramos caulinares e ao número de folhas de cada
nó. É uma característica muito importante para a distinção das famílias de Angiospermas.
Para saber qual a filotaxia de determinada planta, é interessante observar ramos mais velhos,
porque os jovens são mais flexíveis e podem se torcer com a movimentação das folhas. Os
tipos de filotaxia que encontramos nas folhas são:
ALTERNA
Uma folha por nó. Se as folhas se distribuem formando um espiral ao longo do ramo em que se
inserem, a filotaxia é alterna – espiralada, caso se arranjem no mesmo plano, a filotaxia é
alterna – dística.
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Fonte: Adriana Oliveira
 Folha com filotaxia alterna-espiralada, de espécie da família das figueiras, gemas axilares e
terminal evidentes.
 
Fonte: Adriana Oliveira
 Folha com filotaxia alterna-dística, nervação peninérvea da arvore da fruta do conde.
OPOSTA
O nó abriga duas folhas. Se as folhas estiverem dispostas em um mesmo plano, a filotaxia é
oposta-dística; se ocuparem planos diferentes, é oposta - cruzada.
 
Fonte: Adriana Oliveira
 Filotaxia oposta cruzada da cana do brejo.
VERTICILADA
O nó abriga mais de duas folhas. O termo fasciculado é usado quando as folhas saem
aparentemente do mesmo ponto do nó de um ramo muito reduzido denominado braquiblasto,
como por exemplo, nas folhas dos pinheiros. Na figura a filotaxia verticilada da alamanda, da
família Apocynaceae.
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Fonte: Adriana Oliveira
 Filotaxia verticilada.
ROSULADA
Em caules com entrenós muito curtos, ou quando o caule aéreo é ausente, as folhas formam
uma roseta basal. Nesse tipo de arranjo, as folhas podem apresentar filotaxia dística ou
alterna, que não fica evidente, pois o caule é muito reduzido, sendo necessária uma análise
atenta.
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Fonte: Ricardo Moura
 Filotaxia rosulada de bromélia.
FOLHAS – TIPOS
No que se refere à integridade do limbo, há dois tipos principais de folhas: as simples, em que
o limbo não está dividido em subunidades, e as compostas, em que o limbo é dividido em
folíolos.
As folhas simples são extremamente variáveis, de acordo com os recortes que o limbo pode
apresentar.
FOLHAS SIMPLES INTEIRAS
Não possuem recortes, facilmente se diferenciam das compostas. Na imagem abaixo, vemos
folha simples lâmina inteira, oval, ápice cuspidado e base cordada do hibisco.
/
 
Fonte: Adriana Oliveira
FOLHAS SIMPLES LOBADAS
Possuem recortes que não alcançam a metade do comprimento entre a margem e a nervura
mediana, ou o ponto de encontro das nervuras em uma folha palminérvea ou radiada. Um bom
exemplo são as folhas de parreira.
FOLHAS SIMPLES FENDIDAS
Recortes mais profundos do que as lobadas, mas não atingindo a metade da distância entre a
margem e a nervura principal, ou o ponto de encontro das nervuras em uma folha palminérvea
ou radiada, como as folhas de mamona.
FOLHAS SIMPLES PARTIDAS
Os recortes do limbo alcançam ou ultrapassam a metade do comprimento entre a margem e a
nervura principal ou o ponto de encontro das nervuras em uma folha palminérvea ou radiada,
as folhas de imbaúba.
FOLHAS SIMPLES SECTAS
Possuem recortes profundos, que atingem a nervura central. As folhas de tomateiro e de rúcula
são exemplos deste tipo de folha simples.
As folhas sectas se distinguem das compostas porque as porções de limbo formadas pelos
recortes não são articuladas. As estruturas formadas no limbo de folha secta são chamadas de
pínulas.
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Os recortes dos limbos de folhas simples seguem o padrão de nervação, conferindo-lhes uma
classificação:
PINATILOBADA, PINATIFENDIDA, PINATIPARTIDA,
PINATISSECTA
Quando as folhas forem peninérveas.
PALMATILOBADA, PALMATIFENDIDA,
PALMATIPARTIDA, PALMATISSECTA
Quando as folhas forem palminérveas, como na mamona.
 
Fonte: Pixapay
 Folhas simples palmatissecta, palmatinérvea do mamoeiro.
 
Na folha composta, também chamada de pinada, a nervura central é denominada de raque (ou
ráquis), onde se dispõem os folíolos, que são unidades articuladas. A articulação permite que
eles se soltem separadamente do eixo da folha conforme envelhecem.
De acordo com o número de folíolos as folhas podem ser chamadas de:
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Fonte: Adriana Oliveira
UNIFOLIOLADA
Com um folíolo, como o limoeiro (seta indicando articulação do folíolo).
 
Fonte: Adriana Oliveira
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BIFOLIOLADA
Com dois folíolos, como na pata de vaca.
 
Fonte: Adriana Oliveira
TRIFOLIOLADA
Com três folíolos, como no pequi.
As folhas unifolioladas se diferenciam de folhas simples devido à sua articulação, sempre
presente nas folhas compostas.
Se a folha terminar com apenas um folíolo, é chamada de imparipinada. Caso termine em dois
folíolos, é chamada de paripinada. Esta informação auxilia na identificação de certos grupos
taxonômicos.
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Fonte: Autor
 Folha recomposta com foliólulos de uma Leguminosa.
As folhas podem ainda ser recompostas, também chamadas bipinadas. Nesse caso, os
folíolos são recortados em subunidades denominadas de foliólulos.
Por vezes, folhas simples pinatissectas, podem ser confundidas com compostas. Isso ocorre
quando os recortes das folhas chegam até a nervura central, assemelhando-se aos folíolos.
 
Fonte: Adriana Oliveira
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 Folhas simples com pínulas de cicas.
Você pode observar esse tipo de lâmina nas folhas do tomateiro (Eudicotiledônea –
Solanaceae), por exemplo. Isso também ocorre com as palmeiras (Monocotiledôneas -
Arecaceae) e com as cicas, que possuem folhas simples pinatissectas com recortes que
atingem a nervura central.
As pínulas muito se assemelham aos folíolos, o que pode causar confusão. A folha pinatissecta
pode, a princípio, parecer composta, mas não há articulação entre suas partes e a raque. Por
isso, apesar de parecer algo fácil, uma análise atenta deve ser feita para diferenciar a folha
simples pinatissecta de uma composta com folíolos.
 VOCÊ SABIA
Como saber se uma folha é simples ou composta? O primeiro passo é achar o ramo caulinar e
a gema, ponto onde a folha se inicia. Caso a folha seja unifoliolada, cheque se, logo após o
pecíolo há uma articulação. Nesse caso, trata-se de uma folha composta com um folíolo. Se a
folha for seccionada, você precisará checar se as seções possuem articulações que se
destacamfacilmente sem rasgar. Se for esse o caso, a folha será composta. Caso contrário,
trata-se de uma folha simples pinatissecta.
Algumas folhas recompostas parecem verdadeiros ramos cheios de folhas, como a leia
vermelha e a leia verde. Para distingui-los, você deve localizar as gemas nos nós e a gema
apical. Se não encontrar as gemas, estará diante de uma folha recomposta.
FOLHA – NERVAÇÃO
Os vasos condutores na folha, geralmente, são bem visíveis e chamados de nervuras. O
padrão de distribuição das nervuras no limbo proporciona uma classificação:
NERVAÇÃO PENINÉRVEA
Há somente uma nervura principal, mais longa e evidente, que sai da base em direção ao ápice
do limbo. Dela, partem transversalmente nervuras secundárias em direção à margem,
formando um arranjo regular, por se assemelhar a uma pena. Esse tipo de nervação é muito
comum, sendo encontrada nas folhas de mangueira, jaqueira e goiabeira.
/
NERVAÇÃO PALMATINÉRVEA
Possui duas ou mais nervuras primárias e laterais que se originam da base do limbo sem se
encontrar no ápice, indo em direção à margem. Esse tipo de nervação pode ser encontrado,
como vimos anteriormente, nas folhas do mamoeiro, e do melão de São Caetano.
NERVAÇÃO CURVINÉRVEA
As nervuras principais têm origem no mesmo ponto na base do limbo, acompanhando a
nervura central e convergindo no ápice, como nas folhas da quaresmeira.
 
Fonte: Adriana Oliveira
 Folha com nervação curvinérvea de espécie da família do cará.
NERVAÇÃO RADIADA OU PELTINÉRVEA
Ocorrem em folhas peltadas, e todas as nervuras partem da região de inserção do pecíolo em
direção à margem.
NERVAÇÃO PARALELINÉRVEA
As nervuras seguem paralelas da base ao ápice do limbo, igualmente, espessadas sem ou
com pouco arqueamento em relação à central.
NERVAÇÃO PENIPARALELINÉRVEA
A nervura principal é evidente e, transversalmente, ao longo dela, partem nervuras secundárias
longas e paralelas, como ocorre na cana da Índia, na ave-do-paraíso, bananeira e helicônias.
/
Nervuras paralelinérveas e peniparalelinérveas são características de Monocotiledôneas,
apesar de outros padrões também ocorrerem em alguns grupos. Por exemplo, antúrios e
filodendros (Araceae) geralmente apresentam nervação complexa, sendo o padrão principal
pinado e com nervuras laterais, que podem se unir na margem, formando uma nervura
coletora.
 
Fonte: Adriana Oliveira
 Folha com nervação peniparalelinérvea de espécie da família do antúrio.
Nas Eudicotiledôneas, o padrão de nervação peninérvea é mais variado, por essa razão, uma
terminologia mais refinada tem sido adotada:
/
 
Fonte: Shutterstock
Quando as nervuras laterais não se ramificam, sendo retas ou pouco curvadas e não tocando a
margem, a nervação é camptódroma. Na nervação eucamptódroma, as nervuras laterais são
fortemente curvadas, sendo que parte delas acompanha a margem. Na nervação
caspedódroma, as nervuras secundárias se estendem até a margem sem ramificações. Na
nervação broquidódroma, as nervuras secundárias se unem na margem, formando uma
nervura coletora. Esse tipo de nervação é comum na família da goiabeira (Myrtaceae).
De acordo com o número de nervuras principais, a folha pode ainda ser classificada em
enérvea, quando a nervura não é aparente, como ocorre na babosa; e uninérvea, se possui
uma nervura aparente, como nas folhas de espada de São Jorge, e assim sucessivamente.
/
 
Fonte: Adriana Oliveira
 Folha enérvea da babosa.
 DICA
Você deve ter percebido que a arquitetura foliar é muito diversa. Para treinar seu olhar para
reconhecer as diferenças entre os tipos de arquitetura, recomendamos que fotografe folhas
com diferentes tipos de nervação. Em casa, tente identificar qual o padrão de cada folha pelas
descrições aqui fornecidas.
A arquitetura foliar é o arranjo das nervuras no limbo foliar. Normalmente, é estudado por
meio da técnica de clareamento ou diafanização das folhas, seguida de coloração,
evidenciando todo o arranjo das nervuras.
FOLHA - FORMAS
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/
O LIMBO FOLIAR PODE SER DIVIDIDO EM TRÊS
PARTES: BASE, MEIO E ÁPICE. DE ACORDO COM A
RELAÇÃO ENTRE ESTAS PARTES, PODEMOS OBTER
AS PRINCIPAIS FORMAS FOLIARES (SYSTASS, 1969).
 
Fonte: Shutterstock

Quando a folha possui contorno arredondado e base mais larga que o ápice sua forma é oval.
Quando a folha possui contorno arredodando e base mais estreita que o ápice sua forma é
oboval.

/
 
Fonte: Wikimedia Commmons
 
Se a base e o ápice tiverem a mesma largura e as margens forem paralelas, a folha será
oblonga. Já as folhas elípticas possuem o meio mais largo, estreitando-se em direção ao
ápice e à base.
Nas folhas angulosas, se a base for mais larga que o ápice, a forma será trulada.

Se a base for mais estreita, a folha será obtrulada.

Se a base e o ápice tiverem a mesma largura, ela será rômbica.
 SAIBA MAIS
As folhas com três lados e ângulos e com base mais larga são chamadas de triangulares, e
aquelas com o ápice mais largo são chamadas de obtriangulares. A partir dessas formas
/
básicas, há variações que podem ser definidas pela proporção entre a altura e largura do
limbo. A terminologia para forma foliar é muito extensa.
Já as folhas de Gimnospermas têm formatos especiais, pois os Pinheiros e ciprestes
(Conipherophyta<) possuem folhas semelhantes a agulhas chamadas de aciculadas, ou
semelhantes a escamas denominadas de escamiformes. A folha das Cicas e das Zamias
(Cycadophyta) são semelhantes às das palmeiras. A folha do Ginkgo é chamada de
flabeliforme por ser parecido com um leque.
 
Fonte: Adriana Oliveira
 Folha simples, lâmina inteira, oval, ápice cuspidado e base cordada do hibisco.
As folhas também apresentam formas variadas de ápice, base e margem. Ápices que formam
ângulos agudos e não possuem projeção são chamados apenas de agudos; se possuem
projeções, podem ser chamados de apiculados, aristados e cuspidados.
Se os ápices formam angulo obtuso, são chamados de obtusos ou arredondados, como vimos
na folha oboval. Ápices retos são chamados de truncados, e ápices com reentrâncias são
chamados de retusos ou emarginados.
 ATENÇÃO
/
De modo semelhante, as bases podem ser agudas ou obtusas, arredondadas ou truncadas.
Bases com reentrância podem ser sagitadas ou cordadas quando se assemelharem a um
coração.
A margem, assim como o limbo, pode ser inteira ou apresentar recortes, que podem ser:
Crenadas – quando as reentrâncias forem superficiais, simétricas de ápice arredondado
Denteadas – quando as reentrâncias forem superficiais, simétricas de ápice agudo
Serreadas – quando as reentrâncias forem um pouco mais profundas, assimétricas de
ápice agudo.
Geralmente, as folhas são iguais em um indivíduo, mas podem apresentar formas distintas.
Esse fenômeno é chamado de heterofilia, já o termo anisofilia se aplica a folhas diferentes
presentes no mesmo ramo.
 EXEMPLO
A heterofilia pode ocorrer devido à idade das folhas ou no início de desenvolvimento da planta.
Por exemplo: no feijoeiro, o primeiro par de folhas é simples e os demais são de folhas
compostas trifoliadas. Há ainda a heterofilia determinada pelo tipo de ambiente em que a folha
se desenvolve. Por exemplo: as folhas de sagitária submersas são filiformes, enquanto as que
ficam acima da superfície da água são sagitadas e as que flutuam são arredondadas.
/
 
Fonte: Wikimedia Commmons
A anisofilia pode ser encontrada nos ramos de maracujá. Para conhecer a diversidade de
formas foliares, fotografe folhas de diferentes espécies e procure identificar formas, tipos de
ápice, base e margem.
Na figura, vemos dois tipos de folha: uma simples inteira (seta branca) e outra simples
palmatipartida (seta preta).
FOLHAS – CONSISTÊNCIA
A consistência da folha é muito útil para a identificação das espécies. De acordo com a
natureza dos tecidos que a compõe, do ambiente, do teor de água e de sua resistência, esse
tipo de folha pode ser:
CARTÁCEA
Quando a folha é maleável e possui a espessura de papel A4. E. Este tipode consistência é
encontrado na folha da maioria das espécies, como no hibisco e na roseira.
MEMBRANÁCEAS
Quando a folha tem a consistência de uma membrana, geralmente, é translúcida, ou seja,
permite a passagem de luz sem dificuldade. Encontramos folhas membranáceas em plantas
/
aquáticas submersas, como a espada de melão (Alismataceae), cultivada por muitos
aquaristas. Essas folhas não possuem muita lignina e são muito flexíveis para acompanhar a
flutuação da água.
CORIÁCEAS
Apresentam consistência rígida, semelhante a couro curtido, e não se dobram sem quebrar,
como ocorre nas folhas da lixeira (Dilleniaceae).
CARNOSAS
Têm aspecto volumoso por armazenarem água, sendo típicas de suculentas.
FOLHA - MODIFICAÇÕES FOLIARES
Semelhante ao que acontece no caule, a estrutura foliar também pode sofrer modificações em
sua forma e função.
 
Fonte: Adriana Oliveira
 Brácteas chamativas da bougainville.
Folhas modificadas para proteção e/ou atração em flores e inflorescências são chamadas de
brácteas ou hipsofilos sendo muito comuns na natureza. Conforme a figura, que mostra as
brácteas chamativas da bougainville.
/
 
Fonte: Adriana Oliveira.
 Espata do antúrio.
A família à qual pertence o copo de leite e o antúrio (Araceae), por exemplo, possui uma
bráctea de cores vistosas, chamada de espata, que envolve a inflorescência, conforme figura
30. A espata também protege as inflorescências das palmeiras, mas nesse grupo não possui
cores chamativas.
 
Fonte: Adriana Oliveira
 Folha modificada de drosera com tricomas adesivos.
/
Plantas insetívoras têm estruturas foliares modificadas para captura dos insetos, como as
dioneias e as droseras, cujas folhas secretam substâncias adesivas. As utriculárias apresentam
utrículos, uma espécie de bolsa que prende pequenos microrganismos.
FOLHAS - APÊNDICES FOLIARES
As estípulas são folhas anexas que protegem a gema. Elas têm forma e posição variadas e são
muito importantes na identificação de grupos taxonômicos. A família a qual pertence o café
(Rubiaceae) é caracterizada pelas folhas opostas com presença de estípulas interpeciolares,
ou seja, entre os pecíolos. Espécies da família da figueira (Moraceae) possuem grandes
estipulas, protegendo a gema terminal. Na figura, temos Ficus elastica Roxb. mostrando a
estípula da gema apical, conforme a seta em destaque.
 
Fonte: Wikimedia Commmons
 Ficus elastica Roxb.
Por vezes, as estípulas se fundem e envolvem o caule, sendo chamadas de ócrea. Esse caso
é muito comum nas Cocolobas (Polygonaceae).
A lígula é uma projeção associada à bainha que ocorre nas gramíneas (Poaceae). Essa família
tem extrema importância do ponto de vista econômico, pois nela estão as espécies que
fornecem grãos importantes como o trigo, a cevada e o arroz.
/
 
Fonte: Shutterstock
TRIGO
 
Fonte: Shutterstock
CEVADA
/
 
Fonte: Shutterstock
ARROZ
Uma modificação interessante ocorre no pecíolo de muitas Leguminosas, que apresentam um
entumescimento e formam o que denominamos pulvino.
O pulvino é uma estrutura que atua nos movimentos nictinásticos, comum nas folhas das
Leguminosas, como as dormideiras.
 ATENÇÃO
Essa família também é muito importante para a humanidade, nela ocorrem espécies utilizadas
na alimentação, como o feijão e a ervilha, enquanto muitas espécies arbóreas são
comercializadas pela indústria madeireira.
OUTRAS ESTRUTURAS VEGETATIVAS
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/
TRICOMAS
Os tricomas são anexos epidérmicos e podem estar presentes em qualquer órgão vegetal.
Podem ter como função a proteção contra excesso de radiação solar ou contra herbivoria,
sendo, neste caso, chamados de tectores. Além disso, também podem ser responsáveis por
produzir algum tipo de substância, sendo chamados de glandulares.
Há grande variedade de tipos de tricomas, e uma terminologia extensa para nomeá-los. Eles
também auxiliam a identificar diferentes grupos vegetais. Nas bromélias (Bromeliaceae)
epífitas, a absorção de nutrientes é feita pelas escamas, tricomas altamente modificados
localizados nas folhas
 
Fonte: Shutterstock
PILOSIDADE
/
A pilosidade é chamada de indumento e depende do tipo, da quantidade e da
disposição dos tricomas na superfície dos órgãos. Quando não existem
tricomas, a superfície é chamada de glabra; quando existem, é denominada
pilosa. Contudo, o termo piloso não é muito adequado já que existe uma
terminologia específica para cada tipo de indumento.
CILIADA
Se os tricomas estão restritos à margem das estruturas, a superfície é
chamada de ciliada.
Tricomas tectores dispersos pelo limbo foliar são classificados quanto ao comprimento, a
rigidez, a posição: ereto ou apresso (deitado) no limbo foliar e a densidade em que são
encontrados.
/
 EXEMPLO
Por exemplo, tricomas macios, longos e apressos (deitados) compõem uma superfície serícea.
Enquanto tricomas apressos rígidos e longos formam uma superfície estrigosa. Tricomas
macios, eretos, curtos e esparsos formam uma superfície pubescente.
Por ser um assunto muito complexo, que foge ao nosso objetivo, não detalharemos os tipos de
indumento.
NECTÁRIOS E GLÂNDULAS EXTRAFLORAIS
OS NECTÁRIOS EXTRAFLORAIS SÃO GLÂNDULAS
SECRETORAS QUE, EMBORA POSSAM ESTAR
PRÓXIMOS ÀS ESTRUTURAS REPRODUTIVAS DAS
PLANTAS, NÃO ESTÃO ASSOCIADOS DIRETAMENTE
AO PROCESSO DE POLINIZAÇÃO (FIALA;
MASCHWITZ, 1991). SÃO ENCONTRADOS EM TODAS
AS PARTES AÉREAS DAS ANGIOSPERMAS,
ESPECIALMENTE, NAS FOLHAS, PODENDO SER
ATIVOS OU NÃO (BENTLEY, 1977) E EXIBIR
MORFOLOGIA E ESTRUTURA ANATÔMICA VARIÁVEL.
ECOLOGICAMENTE, A FUNCIONALIDADE DESSAS
GLÂNDULAS ESTÁ ASSOCIADA AO FORNECIMENTO
DE SUBSTÂNCIAS NUTRITIVAS. EM CONTRAPARTIDA,
/
OS VISITANTES ATUAM NA PROTEÇÃO CONTRA
HERBÍVOROS.
(JANZEN, 1966).
GLÂNDULAS TRANSLUCIDAS
Podem ser facilmente vistas nas folhas de espécies da família da goiabeira. Essas glândulas
são secretoras de óleo e podem ser visualizadas em muitas espécies ao se colocar a folha
contra o sol. Também são encontradas nas folhas dos limoeiros e laranjeiras (Rutaceae), e
seus óleos exalam um odor cítrico. Nectários extraflorais são encontrados na base das folhas
ou pecíolos de muitas espécies de leguminosas.
 
Fonte: Shutterstock
LÁTEX EM TRONCO DE SERINGUEIRA
/
 
Fonte: Wikimedia Commmons
LÁTEX EM CAULE PRIMÁRIO
Embora não seja uma estrutura, o látex é um produto metabólico de defesa contra a herbivoria,
e é encontrado em algumas famílias como das alamandas (Apocynaceae) e da mandioca
(Euphorbiaceae). Apesar de não ser uma característica morfológica, a presença dessa
substância em caules ou folhas auxilia na identificação de plantas no estágio vegetativo.
/
Agora, assista ao vídeo em que apresentamos, mais detalhadamente, as diversas utilizações
das folhas:
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. A TEORIA DO MEGAFILO AFIRMA QUE AS FOLHAS SÃO DERIVADAS
DE UM COMPLEXO DE RAMOS ACHATADOS QUE SE CONECTARAM.
ASSINALE A OPÇÃO CORRETA SOBRE A ATUAL ESTRUTURA FOLIAR E
SUAS MODIFICAÇÕES:
/
A) As folhas são órgãos laminares, aclorofilados de crescimento ilimitado.
B) As folhas se originam dos ramos caulinares e estão sempre acompanhadas de uma gema
axilar.
C) As estípulas são folhas anexas que auxiliam na exposição da gema ao sol.
D) A lígula é uma folha modificada para atração em flores e inflorescências.
2. A FILOTAXIA É UMA DAS CARACTERÍSTICAS IMPORTANTES SOBRE A
MORFOLOGIA DAS FOLHAS. SOBRE ESSE ASSUNTO, ASSINALE A
OPÇÃO CORRETA:
A) A filotaxia trata da forma das folhas, bem como da forma do ápice, da base e das margens
foliares.
B) Quando duas folhas saem do mesmo nó, a filotaxia é chamada alterna.
C) Quando, na planta, as folhas têm o arranjo de uma folha por nó seguindo um mesmo eixo, a
filotaxia é chamada oposta-dística.
D) Quando, na planta, as folhas têm o arranjo de uma folha por nó seguindo mais de um eixo, a
filotaxia é chamada alterna-espiralada.
GABARITO
1. A teoria do Megafilo afirma que as folhas são derivadas de um complexo de ramos
achatados que se conectaram. Assinale a opção corretasobre a atual estrutura foliar e
suas modificações:
A alternativa "B " está correta.
 
As folhas se originam nos ramos caulinares, estando sempre associadas a uma gema.
2. A filotaxia é uma das características importantes sobre a morfologia das folhas. Sobre
esse assunto, assinale a opção correta:
A alternativa "D " está correta.
 
/
Quando apenas uma folha sai do nó, a filotaxia é alterna, se folhas alternas saem em
diferentes eixos, a filotaxia é alterno-espiralada.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O estudo da morfologia vegetal vai além da apreensão de termos associados às estruturas e
formas dos órgãos. É fato que é quase como estudar uma nova língua, mas é principalmente
treinar o olhar e a percepção sobre cada componente do corpo do vegetal. A morfologia ainda
é, nos dias de hoje, ferramenta importante nos estudos taxonômicos e de sistemática.
Somente reconhecendo famílias, gêneros e espécies é possível dar continuidade a estudos de
outras áreas da botânica como a anatomia, a fitopatologia, a fitoquímica, a fisiologia vegetal e a
etnobotânica. O conhecimento acerca da biodiversidade também é aplicado no dia a dia de
muitos profissionais de outras áreas que trabalham com espécies vegetais, como o paisagista,
o engenheiro agrônomo e o farmacêutico que trabalha na indústria de fitoterápicos.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, M. & ALMEIDA, C. V. Morfologia da raiz de plantas com sementes. Coleção
Botânica, v. 1. Piracicaba: ESALQ/USP, 2014.
/
______. Morfologia do caule de plantas com sementes. Coleção Botânica, v. 2. Piracicaba
ESALQ/USP, 2014.
______. Morfologia da folha de plantas com sementes [recurso eletrônico]. Coleção Botânica,
v. 3. Piracicaba: ESALQ/USP, 2018.
BENTLEY, B. L. Extrafloral nectaries and protection by pugnacious bodyguards. In:
Annual Review of Ecology, Evolution, and Systematics v. 8, p. 407-42, 1977.
DE BOER, H.; EPPINGA, M. & WASSEN, M. et al. A critical transition in leaf evolution
facilitated the Cretaceous angiosperm revolution. In: Nature Communications v. 3, p. 1221,
2012.
DARWIN, C. On the Origin of Species by Means of Natural Selection, or Preservation of
Favoured Races in the Struggle for Life. London: John Murray. 1859.
FIALA, B. & MASCHWITZ, U. Extrafloral nectaries in thegenus Macaranga
(Euphorbiaceae ) in Malaysia: comparative estudies of their possible significance as
predispositions for myrmecophytism. In: Biological Journal of the Linnean Society v. 44, p.
287-305, 1991.
FLORA DO BRASIL 2020 EM CONSTRUÇÃO. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Consultado
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FORZZA, R. C.; BAUMGRATZ, J. F. & BICUDO, C. E. M. et al. New Brazilian Floristic List
Highlights. In: Conservation Challenges v. 32, n. 1, p. 39-45, 2012.
JANZEN, D. H. Coevolution of mutualism between ants and Acacias in Central America.
In: Evolution v. 20, n. 3, p. 249-275, 1966.
RAVEN, P.H.; EVERT, R.F.; EICHHORN, S.E. Biologia Vegetal. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2014
STEVENS, P. F. Angiosperm Phylogeny Website. Versão 14, 2017. Consultado em meio
eletrônico em: 01 de jun. 2020
SOUZA, V. C. & LORENZI, H. Botânica Sistemática: guia ilustrado para identificação das
famílias de Angiospermas da flora brasileira, baseado em APG II. Nova Odessa: Instituto
Plantarum, 2005.
SOUZA, V. C.; FLORES, T. B. & LORENZI, H. Introdução a Botânica: morfologia. São Paulo:
Instituto Plantaraum de Estudos da Flora, 2013.
SYSTASS. Committee for descriptive biological terminology II. Terminology of simple
symmetrical plane shapes. In: Taxon v. 11, n. 5, p. 145-156, 1962.
/
EXPLORE+
Para aprofundar os seus conhecimentos sobre os assuntos explorados neste tema, fazemos as
seguintes indicações:
Atualmente, a reconstrução da história evolutiva das Angiospermas, bem como a
elaboração de uma classificação que reflita essa história, é feita por especialistas em
diferentes grupos de plantas. O resultado deste trabalho incessante pode ser conferido no
site do Angiosperm phylogeny group , cuja sigla é APG. Para navegar no site, algumas
dicas são importantes: os dados compilados pelo APG, as filogenias geradas e as
novidades chaves das linhagens de plantas terrestres são disponibilizadas em um site
constantemente atualizado. As informações sobre os grupos estão em inglês. Contudo,
mesmo se você não estiver com seu inglês afiado, você pode clicar na palavra tree
(árvore) e ver as árvores filogenéticas das Angiospermas, das Monocotiledôneas e
Eudicotiledôneas, ou de alguma família que você tenha interesse. Vale a pena conferir!
A primeira flora do Brasil, a Flora brasiliensis , foi publicada entre os anos de 1840 e
1906 por Martius, Eichler e Urban. Nela, foram descritas mais de 22.000 espécies, muitas
delas, belamente ilustradas. Esse estudo, publicado há mais de um século, está
digitalizado e disponível para o público no site com que recebe o mesmo nome da obra.
Atualmente, o Brasil é considerado o país com a maior biodiversidade do mundo
(FORZZA et al. 2012), com 48.400 espécies de vegetais e fungos. Esse avanço no
conhecimento da nossa flora se tornou possível devido ao esforço de cerca de 900
taxonomistas, denominados The Brazil Flora Group , cuja sigla é BFG. 
Estes pesquisadores realizaram um inventário robusto finalizado em 2010, que resultou
em uma lista com as espécies da flora do Brasil. Essa lista foi inserida em uma
plataforma que é constantemente alimentada com novos dados e se tornará a nova flora
do Brasil. Para conhecer esse trabalho, acesse o site Flora do Brasil 2020.
No site da Flora do Brasil, inserindo o nome da espécie ou até o nome popular, você terá
acesso a informações como descrição da espécie, imagens, área de ocorrência e status
de conservação, dentre outras. Se você digitar, por exemplo, Orchidaceae, no campo
/
família e clicar em consultar, irão aparecer todos os gêneros e as espécies de orquídea
que ocorrem no país. Você pode restringir sua área se quiser encontrar apenas as que
ocorrem em um bioma, como a Mata Atlântica, ou em um estado, como Rio de Janeiro.
Também pode buscar espécies pela forma de vida e área, por exemplo lianas do estado
de São Paulo. Essas informações são muito úteis em um levantamento de espécies de
determinada área. Após identificar uma espécie, o profissional pode checar se ela está
registrada na flora do Brasil, de acordo com a área em que ele a coletou. Se ela não
estiver registrada, ele deve tentar confirmar a identificação com um especialista, o qual,
por sua vez, irá registrar a nova ocorrência na plataforma e a espécie terá sua área de
distribuição ampliada. Nem todas as categorias buscadas têm descrições ou imagens
porque a flora ainda está em andamento, mas ela representa um grande passo para o
conhecimento e proteção da nossa biodiversidade.
Para os que desejam se aprofundar no estudo das formas do limbo foliar e em outros
aspectos da morfologia, sugerimos o download gratuito do Livro Plant Systematics
(RADFORD, 1974), que traz definições e esquemas das principais formas planas e
tridimensionais encontradas na natureza.
CONTEUDISTA
Adriana Luiza Ribeiro de Oliveira
 CURRÍCULO LATTES
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