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TCC Orientação e Supervisão

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2
A AÇÃO PEDAGÓGICA DO ORIENTADOR E DO SUPERVISOR ESCOLAR
Maristela do N. Carvalho[footnoteRef:1] [1: Licenciatura Plena em Pedagogia pela Universidade Norte do Paraná– UNOPAR Campus Nova Friburgo/RJ. Especialização em Psicopedagogia pela Faculdade Educacional da Lapa- FAEL Campus Nova Friburgo/RJ. . Especialização em Supervisão, Orientação e Inspeção Escolar pela Faculdade de Educação São Luís, Jaboticabal, São Paulo, Brasil. 
Orientadora: Lucia Helena Vasques. 
] 
RESUMO: O presente artigo busca refletir sobre o papel do supervisor e do orientador educacional, bem como as suas funções e atribuições no sistema de ensino. Dentro do ambiente escolar estes especialistas possuem uma importante contribuição, pois visam orientar o corpo docente e discente, frente às necessidades e diversidades do cotidiano escolar, colaborando para o processo ensino-aprendizagem. O estudo objetiva analisar a questão da importância desses profissionais de atuarem como um líder no processo de ensino, para o fortalecimento do trabalho pedagógico, acompanhando as atividades escolares, bem como o desempenho dos alunos, atuando na construção da qualidade da formação de sujeitos.
 
PALAVRAS-CHAVE: Orientador Educacional, Supervisor Escolar, Funções Pedagógicas.
1. Introdução
Com o decorrer do tempo percebe-se que a educação brasileira passou por várias transformações. A escola atualmente, se faz necessária investir em um trabalho integrado no âmbito escolar, de maneira que atenda de forma significativa o educando, contribuindo para o seu desenvolvimento social e intelectual.
 Para que esse trabalho integrado se realize de maneira significativa no ambiente escolar, é preciso que todos os envolvidos com a equipe pedagógico da escola estejam propícios a desenvolver um trabalho pautado na transformação dos indivíduos.
Em meio a esses papéis, destaca-se o orientador e o supervisor pedagógico, ambos possuem uma grande responsabilidade que exige desses profissionais um olhar amplo para o ambiente de ensino, que esteja favorável para o desenvolvimento educacional dos alunos. Em relação a função desses profissionais no espaço escolar, é importante destacar que a sua atuação e intervenção pedagógica enriquece o trabalho docente propiciando um ambiente rico em saberes. Colaborando com essa ideia Vieira (2010, p. 83) destaca que o objetivo dessas funções é “garantir um processo de ensino e aprendizagem saudável e bem sucedido”.
O objeto de trabalho dos supervisores e orientadores escolares é a aprendizagem dos educandos através do professor, garantindo a eficiência escolar através da sua intervenção em forma de planejamento e acompanhamento, onde todos os envolvidos com processo de ensino e aprendizagem têm suas responsabilidades e um único objetivo à aprendizagem significativa.
 Assim de acordo com Placo (2003, p. 48) “o trabalho desses profissionais visa o melhor planejamento possível das atividades escolares”. Portanto, estes profissionais visam o aperfeiçoamento da pratica educativa e a aprendizagem significativa dos educandos, desenvolvendo um trabalho de qualidade contribuindo cada vez mais para a melhoria do ensino.
2.1- Evolução do Orientador e do Supervisor Escolar – aspectos históricos no Brasil
A história dos profissionais de educação no Brasil pode-se observar que inicialmente quando o ensino foi instaurado no Brasil, os educadores eram considerados profissionais missionários, decorrente do fato em que a docência em sua maioria era exercida por religiosos como os Jesuítas, que tinham como finalidade a catequização. 
Conforme o desenvolvimento da sociedade, a instituição escolar, bem como a formação docente acompanhou o desenvolvimento e a evolução da sociedade, ocorrendo mudanças significativas no âmbito educacional. Ligado ao fato que a educação está vinculada aos interesses da sociedade surge dessas demandas profissionais que tem por objetivo auxiliar o trabalho doente visando à qualidade de ensino. 
Com o surgimento de outras profissões, surge então no espaço escolar o papel do supervisor escolar que de acordo com Giancaterino (2010) a palavra supervisão é formada por vocábulos super (sobre) e visão (ação de ver). Indica a atitude de ver com mais clareza uma ação qualquer. E também o papel do orientador escolar, a palavra orientação vem do termo oriente que significa a direção do sol nascente, a parte do céu onde nasce o sol, esta definição para a palavra orientação está presente em diversos dicionários, com o sentido do ato ou de arte em orientar.
Com criação da escola surge a função de inspetor de ensino, agora chamada de “supervisor escolar”, o conceito de supervisão surge ainda no inicio da industrialização e tinha como objetivo melhorar a qualidade e a quantidade da produção. Essa ideia foi absorvida pela educação no século XIX, tinha a nomenclatura supervisão escolar e sua principal função era verificar as atividades docentes. Como ressalta Urbanetz e Silva (2008, p.42):
Inicialmente, a supervisão apareceu como uma força disciplinadora “dentro de uma linha de inspecionar, reprimir, checar e monitorar”. Essas funções foram paulatinamente se modificando, passando por controle comportamental em busca da liderança no processo educativo até a superação da simples tarefa de fiscalização para, então, se tornar supervisor escolar.
	Ao longo dos anos a papel do supervisor obteve vários conceitos se estabelecendo num processo intermitente ora fiscalizando, ora inspecionando, ora controlando a organização do sistema educacional na sociedade vigente. 
	No ano de 1827 o Brasil inaugura a questão da organização autônoma da instrução pública. O Art. 5º da lei determinava que os estudos se realizassem de acordo com o “Método do Ensino Mútuo”[footnoteRef:2]. No ensino mútuo o professor tem as funções de docência e também de supervisão. [2: Menezes (2001) Também conhecido como método lancasteriano, esse ensino visa suprir a falta de professores, pois um aluno adiantado ensina um grupo de alunos sob orientação e supervisão de um único professor. ] 
	No final do período monárquico a ideia de supervisão foi ganhando novos rumos que impulsionavam a ideia de supervisão na direção indicada. Em relação a isso Saviani (2006, p. 24) destaca: “a organização administrativa e pedagógica do sistema como um todo, o que implicava a criação de órgãos centrais e intermediários de formulação das diretrizes e normas pedagógicas bem como de inspeção, controle e coordenação das atividades educativas [...]”.
	Na década de 20 surgem os profissionais da educação, que com formação técnica constituíram uma nova categoria profissional. Nos anos 30, a supervisão assume um papel organizacional e pedagógico com o Decreto 19.890 de 18/04/1931, fazendo com que mais tarde surja o conceito de orientação pedagógica pelo Decreto‐lei 4.244 de 9/4/1942. 
Em relação a orientação educacional, pode-se dizer que sua trajetória não foi diferente, surgiu da necessidade de se especializar o trabalho docente e de organizar o trabalho escola, conciliando aos moldes da especialização do mundo do trabalho. Destaca URBANETZ e SILVA (2008, p. 43): 
 Com o aparecimento da ideia de orientação vocacional, corrobou-se dentro da instituição escolar a visão tecnicista de encontrar o homem certo para o lugar certo. Sua linha mestre, o “aconselhamento, visando direcionar as crianças e jovens ao mundo do trabalho ao mundo do trabalho de maneira adequada e conformada.”
 
	No ano de 1956, surge o Programa Americano- Brasileiro de Assistência ao Ensino Elementar (PABAEE), que tinha por objetivo a formação dos Supervisores/Orientadores escolares para atuar no ensino primário, voltado para a educação tecnicista[footnoteRef:3], dentro dos moldes norte-americanos. Com o proposito de melhorar a formação docente e a qualidade do ensino. [3: Segundo Saviani (1993, p. 24), “na escola tecnicista professores e alunos ocupam papel secundário dando lugar à organização racional dos meios. Professores e alunos relegados à condição de executores de um processo cuja concepção, planejamento,coordenação e controle, ficam a cargo de especialistas supostamente habilitados, neutros, objetivos, imparciais” ] 
	De acordo com Medina (2002 apud PABAEE, 1964, p.4-5), uma das ideias contidas nos objetivos do PABAEE era: 
“(...) Introduzir e demonstrar aos educadores brasileiros os métodos e técnicas utilizados na educação primária, promovendo a análise, aplicação e adaptação dos mesmos, a fim de atender às necessidades comunitárias em relação à educação, por meio do estímulo à iniciativa do professor, no sentido de contínuo crescimento e aperfeiçoamento. Criar, demonstrar e adaptar material didático e equipamento, com base na análise de recursos disponíveis no Brasil e em outros países, no campo da educação primária.”
 	No ano de 1961, com a criação da LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) - Lei 4.024 de 20/12/1961 nota-se que as transformações ocorridas no campo da supervisão foram retomadas para o “Ensino Primário”. Devido à implementação desse programa em 1968 aconteceu a reforma universitária momento a presença da supervisão no sistema educacional brasileiro, com o objetivo de ampliar a formação desse profissional para todo o ensino de 1° e 2° grau.
 . 	Com Lei Federal 5692, de 11 de agosto de 1971 acaba por evidenciar a importância do supervisor e do orientador no cuidado com a prática pedagógica. Durante o período das décadas de 60 até 80 foram criadas quinze associações de supervisores e orientadores no Brasil, com o propósito de resgatar a sua função dentro da escola. Em relação a isso Rodrigues (2007, p. 7) ressalta que:
“As associações de supervisores e orientadores, objetivavam a recuperação da pessoa do educador e defendiam o diálogo e a integridade do trabalho pedagógico contra uma especialização imposta e estéril. Lutavam pela consolidação de um projeto educacional que conduzisse a “unilateralidade”, ou seja, um trabalho humano na sua dimensão espiritual e material, que levara em consideração a totalidade social rompendo deste modo à mera fragmentação implantada pelo trabalho de caráter capitalista.”.
A partir da promulgação da atual Lei de Diretrizes e Bases (LDB) da Educação Nacional (Lei n° 9394, de 20/12/1996), o Supervisor/ Orientador Escolar recebeu o grande compromisso de coordenar a elaboração e acompanhar a execução da proposta pedagógica, com a participação da comunidade escolar. É imprescindível que as atribuições do supervisor sejam planejadas em parceria com o Orientador Educacional, principalmente no aspecto de articulação com a comunidade escolar.
É de suma importância destacar a presença do orientador e do supervisor no espaço escolar. Pose-se dizer que ambas as especialidades evoluíram no cenário educacional, contribuindo para um trabalho coletivo e eficaz, objetivando a aprendizagem dos educandos.
2.2 Aspectos pedagógicos do Orientador e do Supervisor Escolar 
A Orientação Educacional e a Supervisão Escolar são dois segmentos de grande importância da escola que se responsabilizam pela articulação das ações pedagógicas, na busca pela construção e execução do planejamento escolar, visando o trabalho coletivo e a melhoria do processo de ensino.
Com o passar do tempo percebe-se que a função do orientador e do supervisor escolar sofreu diversas alterações significativas para a área, favorecendo a educação no Brasil. Diante das demandas educacionais e sociais vigentes, o trabalho entre esses dois profissionais, precisa ocorrer de maneira precisa e eficaz, favorecendo todos os envolvidos com o sistema de ensino.
 A Orientação é uma das áreas estratégicas da organização escolar, pois visa garantir a plena inserção do educando no espaço escolar e social com o apoio da família e demais instituições sociais. Como afirma Grinspun (2003, p. 149-150):
“A prática de orientador, hoje, deve estar em procurar ajudar o aluno a construir o conhecimento, a facilitar as condições de aquisição desse conhecimento, promovendo as interações e toda a teia de relações que envolva o sujeito e o meio. Os sentimentos permearão todo o processo e o seu significado será valorizado na construção pretendida. É com esse desafio que o orientador, na prática, terá que lidar: ajudar o aluno, orientá-lo no sentido de permitir viver seus desejos, sonhos e paixões, que se interrelacionam com os saberes, com os fazeres, com o próprio conhecimento.” 
É nesse sentido que através do trabalho de orientação e assistência aos docentes nos aspectos educacionais, pedagógicos e também sociais, sempre buscando ter em vista o desenvolvimento do educando e a construção da cidadania em uma sociedade democrática. 
O trabalho do orientador educacional tem sido visto como um profissional que atua diretamente com os educandos. Visto que a orientação é definida como “um método pelo qual o orientador educacional ajuda o aluno, na escola a tomar consciência de seus valores e dificuldades” contribuindo para a sua formação cidadã, visando sempre o bem estar dos educandos. 
O orientador no espaço escolar é um dos profissionais que atua na equipe de gestão, ele trabalha diretamente com o aluno, ajudando em seu desenvolvimento pessoal e intelectual, buscando junto aos docentes, entender e compreender o comportamento dos educandos e agir de maneira adequada em relação a cada um deles. Sobre isso destaca Penni (2002,p. 33) que:
(...) a escola é espaço de construção de relações que imprimem marcas naqueles que por ali transitam. Se estas relações são permeadas por princípios democráticos – respeito ao outro, solidariedade, liberdade – as pessoas crescem no aprendizado e no exercício da democracia, caso contrário, a escola terá falhado em parte de sua missão. Porque para além da função de socializar o saber sistematizado, a ela cabe ensinar a convivência democrática, o respeito aos direitos e deveres individuais e coletivos. Esta é uma aprendizagem que começa na escola e prossegue ao longo da vida.
 Para Luck (2002) para ser capaz de propor uma educação integral e humanizada é necessário que os orientadores tenham conhecimento de como ocorre à aprendizagem e todos os fatores que dizem respeito ao desenvolvimento do aluno. 
Em relação a isso Placco (1994, p. 30) salienta que: 
 
O Orientador Educacional é um dos educadores da escola que participa e propicia uma ação educacional coletiva, assessorando o corpo docente no desencadeamento de um processo em que a sincronicidade é desvelada, torna-se consciente, autônoma e direcionada para um compromisso com a ação pedagógica competente e significativa para os objetivos propostos no projeto pedagógico da escola. 
	A partir das reflexões de Placco, é possível compreender que o orientador desenvolve o seu fazer pedagógico tendo por objetivo uma prática coletiva que auxilia tanto o corpo docente quanto os educandos, contribuindo para uma pratica eficaz.
De acordo com Ribeiro (1994, p. 17) “a orientação deve se constituir em um trabalho de equipe, feito por todos os membros da escola”. O trabalho do orientador deve ser em conjunto, para o desenvolvimento de suas funções, ele precisa relacionar-se de maneira benéfica, tanto com a equipe gestora, como com os estudantes, pais, professores e comunidade. 
O supervisor por sua vez tem uma importante função no âmbito escolar para Nérici (1978, p. 26) “A Supervisão Escolar visa à melhoria do processo ensino- aprendizagem, para o que tem de levar em conta toda a estrutura teórica, material e humana da escola”.
Para Libânio (2010), a supervisão educacional é responsável pela viabilização, integração e articulação do trabalho pedagógico-didático em articulação com os professores. Visto que papel deste profissional será então o de facilitar a aprendizagem, valorizar e incentivar as tentativas e erros do educador levando-o a reflexão sobre a sua ação. 
Para Alarcão (2004, p. 35) o supervisor é um profissional cujo trabalho é “o desempenho qualitativo da organização escolar e dos que nela realizam seu trabalho de ensinar, estudar ou apoiar a função educativa por meio da aprendizagem individual ou coletiva”. Assim o seu principalfoco é a unidade das ações pedagógicas, o melhor desempenho e o aprimoramento tudo o que está relacionado ao ensino- aprendizagem. 
	Segundo Rangel (2001), o supervisor faz parte do corpo docente e tem sua particularidade do seu trabalho, caracterizado organização das atividades didáticas e curriculares, promovendo as oportunidades coletivas de estudo, cabe ao supervisor ajudar a estabelecer uma dinâmica que o auxilie no avanço de sua atividade docente, como afirma Vasconcelos (2003, p. 89):
Acolher o professor em sua realidade, em suas angústias: dar colo; reconhecimento de suas necessidades e dificuldades... Fazer a critica dos acontecimentos, ajudando a compreender a própria participação do problema, a perceber as suas contradições trabalhar em cima da ideia de processo de transformação; buscar caminhos alternativos, provocar para o avanço... Acompanhar a caminhada no seu conjunto, nas suas várias dimensões.
 
	Em análise ao texto acima o que se conclui é que a ação supervisora transcende a função de mera inspeção e passa a coordenar o trabalho pedagógico, nesta perspectiva torna-se um parceiro do docente, com proposito de fornecer uma aprendizagem real e significativa. 
	 Para Libâneo (2002, p. 35) refere-se ao supervisor educacional como "um agente de mudanças, facilitador, mediador e interlocutor", o profissional citado garante que o trabalho pedagógico seja de qualidade e voltado à ação socializadora, tornando possível uma sociedade capaz de reinvenções e de melhorias. 
	A supervisão e a orientação educacional é atualmente dois vertentes no espaço escolar que se responsabilizam pela articulação das ações pedagógicas, buscando a construção e execução do planejamento escolar, do cumprimento do currículo[footnoteRef:4], buscando a adequação da aprendizagem às demandas sociais da comunidade local. [4: Conforme Eyng (2010, p.9) “O currículo escolar que se consubstancia no projeto pedagógico é a principal estratégia de definição e articulação de políticas, competências, ações e papéis desenvolvidos no âmbito da escola e da sala de aula".] 
Ao supervisor e ao orientador cabe à realização de um trabalho que envolva diálogo, essa articulação precisa ser de forma coletiva, para que todos os envolvidos na comunidade escolar se desenvolvam e possam participar do desenvolvimento geral da instituição, resgatando a postura de uma escola desenvolvedora de alunos autônomos e crítico-reflexivos.
	
2.3- O supervisor e o orientador escolar e suas atribuições
 A educação é um processo de transformação do ser humano no qual faz com que ele desenvolva suas potencialidades de acordo com o ambiente em que vive. Durantes anos, a educação brasileira teve muitos avanços em relação ao papel do supervisor e do orientador no espaço escolar, favoráveis à categoria e ao ensino. 
Estes profissionais no desempenho de suas funções tem a responsabilidade de elaborar e desenvolver atividades relevantes tanto para o professor quanto para o aluno, para que isso ocorra precisam ter claro como deve ser sua atuação e quais seus papéis na escola. 
O orientador educacional assim como os demais profissionais tem seu papel na escola, para que ele desempenhe bem as suas atribuições, precisa estar ciente que suas funções são diversas e objetivas. As funções específicas do cargo segundo Grinspun (2011) são: 
· Orienta os alunos em seu desenvolvimento pessoal, preocupando-se com a formação de seus valores, atitudes, emoções e sentimentos;
· Orienta, ouve e dialoga com alunos, professores, gestores e responsáveis e com a comunidade; 
· Participa da organização e da realização do projeto político-pedagógico e da proposta pedagógica da escola;
· Ajuda o professor a compreender o comportamento dos alunos e a agir de maneira adequada em relação a eles;
· Ajuda o professor a lidar com as dificuldades de aprendizagem dos alunos; 
· Ajudar a mediar conflitos entre alunos, professores e outros membros da comunidade; Conhece a legislação educacional do país; 
· Circula pela escola e convive com os estudantes.
O trabalho do orientador educacional é amplo e muito importante, seu papel na escola é de suma importância para a construção de uma educação de qualidade. Ele está sempre em contato com todos os segmentos da escola e conhecer a realidade na qual está inserida. Ele tem como função ainda, estabelecer assistência pedagógica didática aos professores para obter-se um ensino de qualidade.
É importante destacar que para que o orientador tenha sucesso em sua função, precisa construir uma relação de confiança que permita administrar os diferentes pontos de vista e ter a habilidade de negociar e prever ações. Assim, se torna coo- responsável pelo desenvolvimento pessoal de cada educando, dando suporte a sua formação como cidadão.
O supervisor por sua vez, tem a função de orientar e dar assistência aos professores tanto nos aspectos educacionais e pedagógicos quanto nos sociais, mediando e colaborando nas atividades desenvolvidas pelo educador. Sua ação deve assegurar que os objetivos da educação sejam alcançados. De acordo com Vieira (2010) “o supervisor pedagógico deve acompanhar a pratica docente de maneira que os ajudem a se tornarem os supervisores da sua própria pratica”.
É notório destacar a verdadeira importância desse serviço no ambiente escolar, visto que a sua real função é a aprendizagem efetiva do aluno, através do seu agir diretamente voltado ao trabalho do docente. Rangel (2001, p. 77) salienta que a função supervisora, “(...) trata-se, portanto, de uma função que, contextualizada, insere-se nos fundamentos e nos processos pedagógicos, auxiliando e promovendo a coordenação das atividades desse processo e sua atualização, pelo estudo e pelas práticas coletivas dos professores”. 
A ação supervisora possui uma função globalizada do conhecimento através da integração dos diferentes componentes curriculares, integrando saberes e conhecimentos para a melhoria do ensino. Segundo o Projeto de Lei nº 290/2003:
“Art. 4º – São atribuições do Supervisor Educacional, ou Supervisor Escolar, a coordenação do processo de construção coletiva e execução da Proposta Pedagógica, dos Planos de Estudo e dos Regimentos Escolares, além das seguintes:
I – investigar, diagnosticar, planejar, implementar e avaliar o currículo em integração com outros profissionais da Educação e integrantes da Comunidade;
II – supervisionar o cumprimento dos dias letivos e horas/aula estabelecidos legalmente;
III – velar pelo cumprimento do plano de trabalho dos docentes nos estabelecimentos de ensino;
IV – assegurar processo de avaliação da aprendizagem escolar e a recuperação dos alunos com menor rendimento, em colaboração com todos os segmentos da Comunidade Escolar, objetivando a definição de prioridades e a melhoria da qualidade de ensino;
V – promover atividades de estudo e pesquisa na área educacional, estimulando o espírito de investigação e a criatividade dos profissionais da educação (...)”.
	É visível a importância desses especialistas de atuar como um líder no processo de ensino, ajudando e auxiliando os professores e alunos garantindo a qualidade do ensino oferecido, criando um o ambiente de trabalho rico em trocas de experiências e colaboração visando sanar as dificuldades de cada um, atendendo a cada especificidade de maneira sucinta e eficaz. Almeida (2001, p. 11) salienta que:
Como a participação cabe à coordenação pedagógica procurar realizar a construção de propostas pedagógicas de forma mais participativa. Pois é possível realizar propostas de educação, concepção de planejamento, objetivos, conteúdos, metodologias, próprios e defendendo eles através da diretividade, ou seja, levar em consideração as posições dos outros, com respeito e determinação.
Portanto pode-se concluir que esses dois profissionais são de suma importância para que a educação ocorra de forma sistematizada, criando um clima propício ao processo de ensino e aprendizagem, num trabalho de cooperação. É nítido que ambos ajudam os docentes e discentes auxiliando-os a compreender eadministrar situações de aprendizagem, melhorando assim a pratica e o ensino.
3. Conclusão
O novo cenário da educação no Brasil requer uma nova escola, direcionada para a formação integral dos educandos, garantindo a todos uma educação de qualidade. Em decorrência desse fato surgem novos profissionais no âmbito escolar com o intuito de garantir a qualidade de ensino, frente a tais fatos, surge então o orientador e o supervisor escolar, estes profissionais tem a função específica no processo ensino e aprendizagem.
Tendo em vista a análise sobre os estudos na área, nota-se que durante décadas vem se discutindo a respeito da orientação e supervisão no contexto escolar. Ambas tem uma história importante dentro da educação, por ter passado por vários períodos que caracterizam suas práticas o trabalho do supervisor escolar e do orientador educacional surgiu a partir da necessidade da sociedade durante a história da formação dos profissionais da educação, sofrendo mudança em relação ao seu modo de atuar, principalmente em relação ao acompanhamento das atividades docentes e discentes. 
Estes profissionais são de grande importância na escola, pois eles orientam e organizam o trabalho pedagógico dos professores, pois dele depende grande parte do funcionamento da escola, acompanhando e assessorando alunos, professores e pais. O supervisor e o orientador possuem diversas atribuições e que envolve todo o contexto escolar, familiar e social, criado meios para que o ambiente escolar seja adequado e favorável para a aprendizagem.
O papel da escola hoje é formar indivíduos competentes, fortalecidos por seu conhecimento. Nesse contexto a supervisão e orientação é imprescindível para uma boa formação, pois visam ajudar o docente nessa dialética e na realização de uma educação de qualidade. Refletindo acerca desse amplo desafio, em que o supervisor e o orientador possuem que envolve todo o contexto escolar e social, pode-se evidenciar a importância desses especialistas, que promovam a integração entre a escola e a família e valorizem o desenvolvimento social e cognitivo do aluno. 
 A atuação desses profissionais se mostra necessária na escola, pois os mesmos visam o melhoramento do funcionamento da mesma. Atuando através da organização, planejamento das atividades cotidianas, entre outros desafios que aparece a estes profissionais, contribuindo de forma específica e importante em todo processo ensinar e aprender. Tornando o seu trabalho necessário para uma boa organização escolar.
Pode-se concluir, portanto, que é notório a importância desses profissionais e a relação que ambos devem ter com todos os envolvidos com o processo de ensino, visando sempre a melhoria da pratica pedagógica, atentos ao processo de desenvolvimento da aprendizagem. Possibilitando uma educação participativa e transformadora, mediando e articulando esse processo de aprendizagem e potencializando na educação escolar a formação de indivíduos críticos, autônomos, e conscientes de seu papel enquanto ser social. 
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