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APS- Jurisdição Constitucional

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APS- Jurisdição Constitucional 
Aluno: Sandrine Amorim Paz 
RA: 2719307 
Turma: 3109C02 
Professor: Marcelo Salvador Mingrone 
 
No caso exposto em tela é cabível, à Associação Alfa ingressar exclusivamente com 
Ação Civil Pública com pedido de liminar em face do Município Beta, pessoa jurídica 
de Direito Público, pois ficou amplamente demonstrado a falta de comprometimento e 
cumprimento do seu dever constitucional com a saúde daqueles que mais precisam de 
atenção e respeito, colocando em risco a saúde, integridade física e até mesmo a vida 
dos idosos que ficaram sem atendimento laboratorial adequado. Tratando-se de interesse 
difuso, enquadrado no art 1º inciso IV e VIII e art. 5º, inciso V, alíneas “a” e “b” ambos 
da lei nº 7.347/85 (lei da ação civil pública), assim sendo a Associação Alfa tem 
legitimidade ativa no polo da demanda, pelo fato de ter sido constituída há mais de 1 
ano e sua atividade ser destinada à defesa do patrimônio social e do direito à saúde de 
todos e não uma eventual defesa ou interesse individual, inclusive dos idosos, que não 
podem ser individualizados. 
A lei 7.347/85, é um instrumento de defesa coletivo, e a partir dela que podemos 
assegurar o direito de ação ou ameaça ao direito. 
Diante deste senário a Associação resolveu peticionar ao Secretário de saúde e sua 
justificativa era de que não havia profissionais capacitados e medicamentos disponíveis 
em quantitativo suficiente e que a situação da rede de saúde realmente está precária e 
que a comunidade precisa ter paciência e esperar a disponibilização de repasse dos 
recursos públicos federais, reiterando a negativa do atendimento laboratorial aos idosos. 
Pois bem, estabelece a Constituição Federal de 1988, em seu art. 1º, inciso III, que o 
Estado terá como fundamento a dignidade da pessoa humana, um dos princípios mais 
importante no nosso ordenamento jurídico, é uma garantia das necessidades vitais de 
cada indivíduo, e assim nos diz Ingo Sarlet; 
“Onde não houver respeito pela vida e pela integridade física e moral 
do ser humano, onde as condições mínimas para uma existência digna 
não forem asseguradas, onde não houver uma limitação do poder, 
enfim, onde a liberdade e a autonomia, a igualdade em direitos e 
	
dignidade e os direitos fundamentais não forem reconhecidos e 
assegurados, não haverá espaço para a dignidade da pessoa 
humana”. 
 
Complementa também o art. 5º, caput, da CF/88 o direito fundamental à vida, direito 
este que somente será assegurado em sua plenitude combinado com o art art. 6º onde 
concretiza o direito à saúde a todos e trazido como dever fundamental do Estado o art. 
196 ambos da CF/88. 
Tendo em vista a população idosa que foi prejudicada pelo não cumprimento do dever 
do Estado em relação as políticas sociais e econômicas destinada a preservação da vida, 
saúde e da dignidade da população do município, o Município Beta fere os arts. 30, 
inciso VII e 230 ambos da CF/88, o qual impõe ao Estado o dever Fundamental de 
amparar e preservar o bem-estar, a vida e a dignidade da pessoa idosa. 
Ademais o argumento das autoridades era o de que não havia profissionais capacitados, 
medicamentos disponíveis em quantitativo suficiente e verbas de repasse dos recursos 
públicos federais, mas apesar disso, as obras públicas da área de lazer do bairro em que 
estava situado o Posto de Saúde Gama, nos quais eram utilizados exclusivamente 
recursos públicos municipais, continuaram a ser realizadas, ou seja não há como 
usufruir do direito ao lazer, igualmente consagrado como direito fundamental, sem o 
pleno direito à vida e à saúde o que torna constitucionalmente inadequado em razão da 
maior importância do sistema de saúde. 
Estes são os motivos que preenche os requisitos legais e torna imprescindível a 
concessão da medida liminar, a fim de que o Município Beta regularize imediatamente o 
sistema de saúde e preste atendimento laboratorial adequado aos idosos que necessitam 
de tal serviço. Estando configurado o “periculum in mora” e o “fumus boni iuris”, 
tendo em vista a urgência da situação uma vez que os idosos estão sujeitos a 
complicações grave de saúde e risco de morte caso não recebam tratamento adequado 
de saúde.

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