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MATERIAS DE PPSE I

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1 
 
PREPARAÇÃO PARA O EXAME DE PARTIDOS POLÍTICOS E SISTEMAS 
ELEITORAIS I 
 
PARTTIDOS POLÍTICOS 
 
CONCEITOS 
Max Weber – define Partidos Políticos como sendo as associações baseadas numa adesão 
formal, livre e construída com o objetivo de atribuir aos seus chefes uma posição de poder 
no seio de um grupo social. 
Benjamin Constein – entende-o como sendo uma reunião de pessoas que professam a 
mesma doutrina política. 
Giovanni Sartori – entende-o como qualquer grupo político identificado por uma 
designação oficial que se apresenta às eleições e é capaz de colocar através das eleições 
(livres ou não) candidatos em cargos políticos. 
Marcelo Rebelo de Sousa (sentido restrito) – defende na sua tese que Partidos Políticos é 
o agrupamento de cidadãos organizados, tendo em vista a participar no funcionamento das 
instituições políticas e expressar organizadamente a vontade popular. 
Jorge Miranda – define Partidos Políticos em sentido lato e em sentido restrito. Em sentido 
lato, significa qualquer agrupamento amplo de indivíduos destinados a conquistar, exercer e 
conservar o poder. Neste sentido, a ideia de Partido implica sempre e necessariamente a 
concorrência, na disputa para conquistar, exercer e conservar o poder. Tudo isso dentro das 
regras do jogo de resultados eleitorais democráticas. Em sentido restrito significa uma 
associação de caráter permanente e organizada para a intervenção no exercício do poder 
político, procurando com apoio popular a realização de um programa de fins gerais. 
 
ELEMENTOS CARACTERIZADORES DOS PARTIDOS POLÍTICOS 
São quatro os elementos caracterizadores dos Partidos Políticos e, que permitam distinguir 
de outras figuras afins: 
1º Os Paridos Políticos tem caráter duradouro – significa que é uma organização durável, 
cuja esperança de vida seja superior à dos seus dirigentes. Este critério permite excluir os 
aventureiros, os simpatizantes que desaparecem com o patrão ou com o protetor. Significa 
ainda que não se cria um Partido Político com um prazo de vida pré-estabelecido. 
2º Organização com implementação local generalizada – significa que é uma organização 
completa até há inclusão dos escalões locais. Através desta ótica é possível distinguir Partido 
2 
 
Político de simples grupo parlamentar, já que se implica a existência de relações entre o 
centro nacional e as unidades de base da organização. Quer isto dizer que um Partido Político 
não deve limitar a um sitio ou região com objetivo de alimentar a sua sede7direção nacional, 
isto no sentido de evitar Partidos regionais. 
3º Organização com uma vontade deliberada de ocupar e exercer o poder – significa que 
é uma organização com vontade deliberada de exercer o poder diretamente, só ou com 
outros, a nível local ou nacional, no sistema presente ou num sistema novo. Evidencia este 
critério a diferença face aos grupos de pressão que pretendem apenas influenciar o poder. 
Uma das funções dos Partidos Políticos é a conquista e o exercício do poder. 
4º Organização que procura o apoio popular através de eleições ou outros meios 
disponíveis – que isto dizer que os Partidos Políticos têm que procurar apoios permanentes 
e desenvolver constantemente atividades, por forma a conquistar mais militantes, 
simpatizantes e apoiantes. 
Resumo: Um Partido Político implica, pois, por um lado a continuidade, extensão até ao 
nível local e permanência de um sistema de organização, e por outro lado vontade manifesta 
e efetiva de exercer diretamente o poder, apoiando-se numa audiência de elite ou popular, 
militante ou eleitoral. 
 
DISTINÇÃO ENTRE PARTIDOS POLÍTICOS E OUTRAS FIGURAS AFINS: 
ASSOCIAÇÃO POLÍTICA, GRUPOS DE PRESSÃO E GRUPOS DE INTERESSE 
Diferença entre Partidos Políticos e Associação Política: Distinguem-se através de certos 
elementos: 
Primeiro: Um Partido Político propõe representar politicamente a sociedade na sua 
generalidade, exprimindo a vontade popular, enquanto que uma associação política que está 
associado ao gozo de direitos políticos pelo individuo no Estado ou organismos estatais, visa 
essencialmente a representação de determinados setores da sociedade. 
Segundo: Um Partido Político propõe conquistar e exercer o poder politico ou influenciar 
diretamente o ser exercício, enquanto que uma associação política se limita a participar na 
atividade de instancias sociais e tentar influenciar o exercício do poder. 
Terceiro: Um Partido Político é um agrupamento de carater duradouro, mas tal não significa 
que é eterno, enquanto que associação política pode constituir-se por prazo determinado. 
Quarto: A filhação de um Partido Político é exclusiva e incompatível com a afilhação 
noutros Partidos Políticos, isto é, uma pessoa não pode ser militante de mais do que um 
3 
 
Partido, enquanto que associação política é perfeitamente compatível com a participação em 
outras associações políticas ou no próprio Partido Político. 
Quinto: Uma Partido Político deve ter uma implantação local e generalizada, enquanto que 
associação política por ser apenas local. 
Sexto: Um Partido Político propõe intervir na designação de titulares dos órgãos do poder 
político, enquanto que uma associação política até pode transformar-se em Partido Político, 
mas um Partido Político não pode transformar-se numa associação política. 
A diferença essencial entre Partido Político e associação política é que Partido Político 
procura conquistar e exercer o poder, e a associação política não procura conquistar e exercer 
o poder. O papel fundamental da associação política é construir espaços de debate, a nível 
científico, académico, e pedagógico de forma a fomentar e a pressionar os governantes a 
satisfazerem os seus interesses. 
Conceito de Associação Política – é um agrupamento de cidadãos que sustentando certos 
princípios políticos procuram difundi-los ou divulga-los junto da opinião pública com o 
objetivo que sejam postos em pratica pelos governantes. Exemplo: Espaço democrático, 
criado em 1994 pelo cientista político Cabo-verdiano, Onésimo Silveira, em São Vicente, 
que mais tarde veio dar origem ao Partido Político “PTS”. 
 
Diferença entre Partidos Políticos e Grupos de Pressão: 
Contrariamente aos Partidos Políticos, os grupos de pressão agem a partir do exterior, 
enquanto que os Partidos Políticos agem do interior, porque estão dentro do sistema, 
enquanto que os grupos de pressão como estão fora do sistema, a sua ação vem do exterior, 
mas sem nunca terem a pretensão de conquistar e de exercer o poder, mas sim tem pretensão 
de influenciar o poder e o seu exercício. Um grupo de pressão não tem que ter carater 
duradouro, diferentemente do Partido Político que tem que ter um caráter permanente e 
duradouro. Os grupos de pressão não devem ter um caráter permanente necessariamente, 
porque pode ser apenas constituído para atingir um objetivo e uma vez atingido o objetivo o 
grupo extingue. Entende-se por Grupos de Pressão, organizações constituídas para a defesa 
de certos interesses, exercendo uma pressão sobre os poderes públicos com o objetivo de 
obterem decisões favoráveis dos poderes públicos, relativamente aos seus interesses. Os 
grupos de pressão apresentam as seguintes caraterísticas: Existência de um grupo 
organizado – primeiramente, um grupo só consegue fazer pressão se está minimamente 
organizado, isto é, se não estiver organizado não conseguirá fazer pressão. Nas sociedades 
modernas os indivíduos isoladamente não conseguem atingir os seus objetivos. Para 
4 
 
satisfazer os seus interesses e alcançarem os seus objetivos é preciso fazer as suas 
reivindicações chegarem aos órgãos certos e ao centro de decisão e ou aos decisores 
políticos. Para fazerem chegar essas reivindicações aos decisores políticos devem 
primeiramente estar minimamente organizados. Os indivíduos necessitam de se juntar e de 
se organizar em função de interesses comuns. Esses interesses podem ser deordem material 
ou também interesses morais para poderem prosseguir os seus interesses e dos seus 
associados; Defesa dos interesses – o grupo de pressão visa sempre a defesa de interesses 
que podem ser tantos morais, como materiais ou ainda ambas as coisas; Exercício de 
pressão – os grupos de pressão fazem sempre pressão, ou seja, visam sempre o exercício de 
pressão sobre o poder político, isto é, não têm como alvo a pressionar os cidadãos, mas sim 
o poder político. 
 
 Ação dos grupos de pressão: as formas de atuação dos grupos de pressão são varias, 
podendo ser legais ou ilegais. Os grupos de pressão procuram sempre fazer o máximo de 
pressão possível sobre os decisores políticos para poderem atingir os seus objetivos. Daí que 
a intensidade e a incidência da pressão que fazem depende precisamente da forma como os 
grupos estão organizados ou não. Se estiverem muito bem organizados, a intensidade e a 
incidência da pressão serão maiores. A capacidade de fazer pressão não só varia em numero 
de pessoas de quem faz pressão ou da intensidade e incidência da pressão, porque se se está 
perante um sistema frágil, as probabilidades de conseguir os objetivos do grupo são maiores, 
isto é, em sistemas políticos frágeis onde as instituições democráticas não estão 
consolidadas, porque a probabilidade é maior. 
 Processos, caminhos e meios utilizados para pressionar o poder político: 
1º: Ação de informação e mobilização da opinião pública – essa ação de informação e 
mobilização seria desenvolvida utilizando as redes sociais, meios de comunicação, 
distribuições de panfletos, outdoors, anúncios na rádio e na TV, etc. Quanto mais 
informações se passar, quanto maior for a mobilização, melhor será para o grupo; 2º: 
Utilização do poder financeiro disponível de forma legal ou ilegal para persuadir ou 
corromper o decisor político; 3º: Ação individual participando em greve ou lock-out. 
Muitas vezes os grupos de pressão não dão a “cara”, agem por detrás. Sabem que há um 
grupo de jovens descontentes com certas práticas, infiltram e motivam esses jovens levando-
os a praticarem determinadas ações, porque sabem que vão tirar proveito dessas ações; 4º: 
Recusa de pagamento de impostos; 5º: Violência física; 6º: Manifestações públicas; 7º: 
5 
 
Cortes de comunicações, de estradas, de energia, de água, etc.; 8º: Contatos e negociações 
– esta é a forma mais correta de se pressionar e que sempre acaba por acontecer. 
Nem sempre os grupos de pressão atingem os resultados esperado usando os meios ou formas 
de pressionar atrás referidos. Quando não se consegue atingir os resultados esperados, 
utilizam outras formas de luta, designadamente: intimidação, chantagem, ameaça, etc. – são 
formas de pressão que os grupos de pressão mais utilizam. 
 
Diferença entre Partidos Políticos e Grupos de interesse: 
Grupos de interesses são grupos que procuram realizar os seus objetivos de acordo com a lei 
e atuando apenas na esfera privada. 
 
CLASSIFICAÇÃO DA ORIGEM DOS PARIDOS POLÍTICOS SEGUNDO 
MAURICE DUVERGER 
Maurice Duverger disse que classicamente os Partidos Políticos tiveram duas origens: 
1. Origem eleitoral e parlamentar (interior) dos Partidos Políticos – este é um 
mecanismo de origem muito simples, porque a própria palavra já diz tudo “parlamentar”. 
Significa que surgiu no seio do grupo parlamentar. Duverger justifica que depois da 
consolidação da própria democracia, dos mecanismos de representação política houve 
afirmação dos grupos parlamentares. Com esta afirmação houve a necessidade de se criar o 
comité eleitoral. Depois era necessário fazer a ligação com os grupos parlamentares, isto é, 
com diferentes elementos entre grupos parlamentares e os comités eleitorais. Devido a 
necessidade que se criou dentro do próprio grupo parlamentar, de se estabelecer pontes e 
ligações com outras estruturas (comité eleitoral) surge a necessidade de se criar Partidos 
Políticos. Em primeiro lugar surge os grupos parlamentares e depois surgiram os comités 
eleitorais. Só que perante isto havia uma lacuna, isto é, não havia ligação ente estes dois. Era 
preciso haver ligações entre estes, e destas ligações surgiram os Partidos Políticos. 
2. Origem extraparlamentar (exterior) dos partidos políticos – São Partidos que 
surgem fora do Parlamento e onde já existiam Partidos de origem parlamentar a funcionar. 
Estes partidos surgem através de movimentos externos ao parlamento, movimentos de 
sindicatos, grupos de intelectuais, grupo de associação política, de entidades patronais, 
organização religiosas e organizações da sociedade civil. Muitas vezes esses Partidos surgem 
devido a um propósito claro, p.e., para a defesa de interesses concretos. 
Atualmente a origem extraparlamentar é regra e a origem parlamentar é exceção. 
 
6 
 
Principais diferenças entre a origem eleitoral e parlamentar e a origem 
extraparlamentar dos Partidos políticos. 
1. Os Partidos de origem eleitoral e parlamentar corresponde a um tipo mais antigo, 
enquanto que os Partidos de origem extraparlamentar correspondem a um tipo mais 
moderno; 
2. No inicio, os Partidos de origem parlamentar e eleitoral eram mais centralizados do 
que os Partidos de origem extraparlamentar que são mais descentralizados; 
3. Os Partidos de origem parlamentar e eleitoral nascem a partir da cúpula (topo), 
enquanto que os Partidos de origem extraparlamentar surgem a partir da base. 
4. Os Partidos de origem parlamentar e eleitoral tem amais influência com o grupo 
parlamentar, ou seja, há uma relação muito mais estreita entre o grupo parlamentar e o 
próprio Partido de origem parlamentar e eleitoral, enquanto que os Partidos de origem 
extraparlamentar não sofrem muita influência dos grupos parlamentares e não existe uma 
ligação muito forte ente estes Partidos e o grupo parlamentar; 
5. Os Partidos de origem exterior são geralmente mais coerentes e disciplinados do que 
os Partidos de origem parlamentar e eleitoral. 
 
FINS DOS PARTIDOS POLÍTICOS 
Quando se está a querer falar de fins faz-se referencia às finalidades ou objetivos para o qual 
o Partido Político foi criado ou constituído. São fins dos Partidos políticos os seguintes: 
1. Contribuir para o exercício dos direitos políticos dos cidadãos – significa que os 
partidos políticos têm o dever de defender os cidadãos, porque a força de um partido politico 
está na defesa dos interesses da coletividade e dos direitos destes, isto é, tudo o que os 
partidos políticos fazem é sob o pretexto e com a finalidade de defender os cidadãos; 
2. Representar politicamente o povo – a democracia representativa é feita pelos 
partidos políticos e estes ~são os pilares fundamentais da representação politica e como tal 
devem almejar sempre representar politicamente o povo; 
3. Definir programas do Governo e da Administração Publica – quem define o 
programa de governação de um País são os partidos políticos, sendo esta uma das exigências 
para a criação dos partidos políticos; 
4. Promover a educação cívica e os esclarecimentos dos cidadãos – está relacionado 
com todos aqueles discursos que os partidos políticos faze (workshop, fórum, contatos com 
o cidadão, tempo de antena, etc.), com o objetivo de estimular a participação dos cidadãos e 
de receber contributos e formar a própria consciência dos cidadãos; 
7 
 
5. Contribuir para o desenvolvimento das instituições politicas democráticas – os 
partidos políticos a através do recrutamento do pessoal dirigente tem essa finalidade de 
contribuir para o desenvolvimento das instituições politicas democráticas. 
 
FUNÇÕES DOS PARTIDOS POLÍTICOS 
São todas as atividades que os partidos políticos desenvolvem ou que levam a cabo para 
atingirem os seus fins ou objetivos. 
 
Funções dos Partidos Políticos para Peter Merkel: 
1ª Recrutamento e seleção do pessoal dirigente para os cargos do governo é da 
responsabilidade dos partidos políticos trazer sangue novopara os cargos dirigentes do 
Governo, exatamente porque os dirigentes dos órgãos não são eternos, uns saem e novos 
entram. É devido a essa função que o próprio sistema político não entra em falência. Esta 
função tem um caráter seletivo no sentido de ir buscar e recrutar pessoas de diferentes 
quadrantes (politólogos, engenheiros, economistas, juristas, etc.). Esta função permite a 
renovação cíclica dos políticos e dos corpos políticos que exercem os cargos políticos; 
2ª Função genérica de programas e de políticas para o Governo – que esta função dizer 
que cabe sempre aos partidos políticos propor programas e politicas de governação de um 
País, programas e políticas essas que normalmente passam por sufrágio do povo, visto que 
o povo acaba sempre por sufragar os programas e as políticas de um partido através do voto. 
Este programa reflete sempre a base social do partido, a sua ideologia, a sua historia e a sua 
própria origem. Pode-se dizer que esta função é uma antevisão daquilo que poderá acontecer 
caso o partido vença as eleições e for eleita. 
3ª Função de coordenação e controlo dos órgãos governamentais – quer esta função dizer 
que os partidos políticos representam um importante instrumento de ligação entre o Governo 
e a opinião publica. São os partidos que encaram a dialética entre a oposição e a situação. 
Os partidos funcionam como órgão de controlo e fiscalização perante o governo estando na 
oposição, enquanto que o partido da situação deve gerir o País e da justificação e explicar as 
suas medidas. Existe, portanto, uma espécie de veio de transmissão entre a opinião publica, 
a sociedade e os próprios partidos; 
4ª Função de integração societal através de conciliação de interesses de grupos e através 
de sistemas de crenças e ideologias – sendo a sociedade plural, os partidos políticos não 
governam só para os seus militantes ou só com estes, existindo assim uma diversificação em 
relação a isso. Quer esta função dizer que cabe aos partidos políticos servir como 
8 
 
intermediário de interesses e reivindicações de diversos grupos que existem na sociedade. 
Reivindicações e interesse que podem ser muitas vezes pontuais ou circunstanciais ou de 
longo prazo, porque permanentemente os partidos estão a ser pressionados pelos diferentes 
grupos, p.e. professores, taxistas, empregados domésticos, etc. 
5ª Função de integração social dos indivíduos através de mobilização de apoio e da 
socialização política – esta função tem a ver com a incentivação da participação política dos 
cidadãos e dos indivíduos. Esta função é o elo da socialização para que os cidadãos se sintam 
politicamente ligados uns aos outros e de acordo com as suas crenças; 
6ª Função de contra organização – esta função quer dizer que compete aos partidos 
políticos representar politicamente aqueles que não se identificam no sistema político 
económico e que estão de acordo com a ordem económica vigente a exprimirem através dos 
partidos as suas ideologias sem fomentar conflitos. 
 
Funções dos Partidos Políticos para Georges Lavou: 
Este autor falou de três funções dos Partidos Políticos: 
1ª Função da renovação política – esta função corresponde a primeira função de Peter 
Merkel (recrutamento e seleção do pessoal dirigente para os cargos do governo. Quer esta 
função dizer que compete aos partidos políticos contribuírem para que o pessoal politico seja 
ciclicamente renovado encontrando outros protagonistas. Ele está a referir que os partidos 
políticos têm um papel importante ao contribuírem para que constantemente o pessoal 
politico, o recrutamento de novos quadros e de novos agentes, de novos protagonistas 
assumem direções da Administração Publica. Portanto, se há esta renovação é porque os 
partidos têm um papel importante para que haja e para que continuem a haver essa 
renovação, porque a Administração Publica não é estática, existindo sempre a renovação. 
Essa renovação é provocada pelas mudanças, pelas formulações de novas políticas, pelas 
dinâmicas do crescimento. Neste aspeto de formulação de novas políticas e implementação 
dessas políticas os partidos têm mesmo um papel fundamental. 
2ª Função de legitimação – esta função corresponde a segunda, terceira, quarta e quinta 
função de Peter Merkel (função genérica de programas e políticas para o Governo; função 
de coordenação e controlo dos órgãos governamentais; função de integração societal através 
de conciliação de interesses de grupos e através de sistema de crenças e ideologias; e função 
de integração social dos indivíduos através da mobilização de apoio e da socialização 
política), respetivamente. Lavou diz que é através desta função que os partidos políticos 
asseguram a representação política dos cidadãos e a legitimidade dessa representação. 
9 
 
Através desta função as ações dos partidos são legitimadas pelo próprio povo e 
constantemente os partidos apresentam as suas propostas, programas e projetos para 
conseguir junto dos cidadãos essa legitimidade. Estando na situação, constantemente, as 
ideias que são implementadas pelo Governo não ideias de foram sufragadas. Há uma 
legitimação para o exercício ou implementação daquelas funções e estando na oposição 
pode-se contribuir com propostas e a oposição tem um papel que lhe é reservada que é a 
fiscalização, o controlo, etc. 
3ª Função de tribunícia – corresponde a sexta função de Peter Merkel (função de contra 
organização). Tribunícia vem da palavra tribuna – lugar onde as pessoas falam (púlpito). É 
claro que numa sociedade plural as pessoas têm direito a fazerem as suas escolhas, mas 
também os que não votaram a favor têm que se sentir representados através dos partidos 
políticos que devem ser voz daqueles que votaram contra ou daqueles que não votaram e não 
têm posição política, porque os partidos políticos representam a sociedade na sua globalidade 
e não apenas uma parte dela. Esta função serve para dar voz a quem não se revê, p.e., no 
programa do governo, em certas práticas, medidas e aspetos, por serem contra ou têm uma 
posição diferente. 
 
Funções dos Partidos Políticos para Jorge Bacelar Gouveia: 
Gouveia falou de três funções dos Partidos Políticos: 
1ª Função pedagógica – esta função quer dizer que são os partidos que definem através de 
programas eleitorais que elabora as várias opções que se colocam aos eleitorados e contribuir 
para formação da opinião publica. Os partidos têm essa função pedagógica em termos de 
sensibilizar o eleitorado para varias questões. Fazem esta pedagogia através das mensagens, 
chamadas de atenção, de programas de sensibilização, de comportamento e sobretudo deste 
ultimo, porque muitas vezes o eleitorado exige dos políticos um comportamento condizente. 
O eleitorado pode ter uma atitude negativa, mas não aceita uma atitude negativa de quem o 
representa. 
2ª Função eleitoral – esta é a função mais complexa e a mais importante. É a mais 
importante, porque é a função mais visível, onde os partidos políticos conseguem ter um 
papel mais visível por ser aquela que mais importa aos partidos políticos. De um modo geral 
esta função significa que os partidos políticos são responsáveis pela definição das opções 
políticas, seleção dos candidatos a titularidade dos cargos políticos e participação ativa em 
várias fases do processo eleitoral, nomeadamente, recenseamento eleitoral, processo 
eleitoral, apresentação de candidaturas, constituição de assembleias de voto. 
10 
 
3ª Função parlamentar – esta função quer dizer que em período não eleitoral os partidos 
políticos devem desempenhar uma ação de esclarecimentos e de formação das 
decisões/deliberações, ora apoiando o Governo no poder com discursos favoráveis e através 
de várias ações levadas a cabo e ora contestando a política governamental quando estão na 
oposição. Quer isto dizer eu o discurso de oposição é de formulação de alternativas, não 
sendo papel da oposição elogiar atostransnacionais, que ultrapassam o âmbito partidário. 
 
IMPORTÂNCIA, VANTAGENS (ARGUMENTOS A FAVOR) E DESVANTAGENS 
(ARGUMENTOS CONTRA) DOS PARTIDOS POLÍTICOS NUMA SOCIEDADE 
POLÍTICA DEMOCRÁTICA 
À luz de muitos teóricos e pensadores críticas aos partidos políticos, que põem em causa os 
partidos políticos, com argumentos que procuram e beliscam a democracia, consideram que 
os partidos políticos atrasaram o processo de consolidação da democracia. Mas, nem todos 
os pensadores criticam e perfilham da mesma ideia sobre os partidos políticos. Como se sabe 
durante muito tempo os partidos políticos eram mal vistos e não eram bem-vindos e não 
tiveram acolhimento merecido nas Constituições liberais. Durante muito tempo havia 
desconfiança em relação aos partidos. Se é certo que por um lado há estudiosos que são 
críticos aos partidos políticos, mas nem todos são, como por exemplo Giovani Sartori, 
Michels, etc. Sartori, diz que partidos políticos é de extrema importância, porque têm 
tornado num elemento fundamental no processo politico, de tal modo que alega que ao invés 
de chamar democracia deve-se chamar partidocracia, porque quis mostrar que o sistema 
politico funciona verdadeiramente com os partidos políticos e que o poder no sistema 
político está concentrado nos partidos políticos. Se se formos ver na prática, há uma 
deslocação do poder do Parlamento para os partidos políticos, do Governo para os partidos 
políticos, daí os partidos políticos serem efetivamente poderosos. Para Michels, que vai no 
mesmo sentido que Sartori, mas com algumas nuances, diz que assim como partidos políticos 
são importantes para a democracia, também a democracia é importante para os partidos 
políticos, porque os partidos políticos só se conseguem afirmar e ter espaço num regime 
politico democrático, porque fora do regime democrático (não se quer dizer que não existem 
partidos políticos fora deste regime, até porque já existiam), dificilmente os partidos poderão 
afirmar-se e exercerem as suas funções e atingir os seus fins, ou seja é dentro de um regime 
democrático que os partidos políticos ganham o seu espaço e exercem efetivamente as suas 
funções para alcançarem os seus fins. Vantagens ou argumentos a favor dos partidos 
políticos em relação ao quadro democrático: democracia implica forçosamente a 
11 
 
existência de partidos políticos, isto é, quer dizer que não existe um sistema democrático 
sem partidos políticos. Mas, podem existir partidos políticos sem que existe um regime 
democrático. Daí que o sistema democrático representativo consiste, tanto no plano formal 
como no plano substancial, numa organização estatal com base nos partidos políticos, sendo 
que que organiza a estrutura do Estado são os próprios partidos políticos. Mesmo nos 
regimes não democráticos os partidos políticos assumem importância até porque neste 
regime ou no regime democrático, os partidos políticos procuram muitas vezes invocar a 
ideia de democracia para poderem sobreviver e ter espaço. Muitos regimes não democráticos 
(regime de partidos único) são caracterizados como um Estado democrático. Os partidos 
políticos são a condição sine qua non (fundamental/essencial) do funcionamento do sistema 
democrático representativo. É condição sine qua non, primeiro porque os partidos políticos 
estabelecem a ponte entre o Estado e os indivíduos; em segundo lugar porque os partidos 
políticos contribuem para o exercício dos direitos políticos dos cidadãos; em terceiro porque 
os partidos políticos promovem a educação cívica e o esclarecimento politico dos cidadãos, 
educando-os para a participação nas atividades democráticas ou na vida política; em quarto 
lugar porque os partidos políticos servem de escola para a preparação do pessoal necessário 
ao exercício de funções politicas, permitindo que pessoas com vocação politica se 
candidatem ao desempenho de cargos do Governo e da Administração Publica (está ligado 
à função de recrutamento e seleção do pessoal dirigente pelos partidos políticos); em quinto 
lugar porque é através dos partidos políticos que se pode fazer uma fiscalização publica 
permanente das atividades governamentais e administrativas; em sexto porque os partidos 
políticos contribuem para a operacionalização do sistema politico; em sétimo e ultimo lugar 
os partidos políticos contribuem para a formação e composição dos principais órgãos do 
Estado. Desvantagens ou argumentos contra dos partidos políticos em relação ao 
quadro democrático: pegando na afirmação de que durante muito tempo, os partidos 
políticos foram mal-amados, não bem acolhidos e não bem-vindos, sempre houve uma certa 
desconfiança em relação aos partidos políticos. Mesmo nos Estado Unidos essa 
desconfiança, que até foi muito forte, e ainda existe, sobretudo nos períodos eleitorais. 
Atualmente até se fala na crise dos partidos políticos, crise da representação politica para se 
poder colocar a tónica de que este modelo já atingiu determinado limite. O descontentamento 
que se verifica, atualmente, em relação aos partidos políticos não tem a ver com apenas a 
estrutura dos partidos, mas também com vários outros fatores, nomeadamente, promessas 
não cumpridas, falta de soluções para vários problemas sociais e que levam as pessoas a 
criarem uma certa antipatia e desconfiança em relação os partidos políticos. Alguns autores, 
12 
 
considerados mais radicais, como Otto Adolf Eichmann (alemão), Peter Merkel (francês) e 
Ângelo Panebianco (italiano) defendem que os partidos políticos devem fazer uma adaptação 
profunda para poderem dar respostas aos desafios da sociedade. Vai na linha do pensamento 
de que os paridos políticos devem reinventar-se no sentido de adaptar e encontrar novas 
formas de organização, mudar a forma de fazer política e de se relacionar com os cidadãos. 
Nalguns países da América do Sul e do próprio ocidente, os partidos políticos estão 
tendencialmente a transformarem-se em oligarquias e quando se transformam em 
organizações oligárquicas dificultam a comunicação frutífera entre os governantes e os 
governados. Muitas vezes os partidos políticos evidenciam uma certa obsessão para 
satisfazer os interesses de grupos em vez de satisfazerem interesses da coletividade, ou seja, 
o interesse partidário acaba por sobrepor ao interesse coletivo. Os partidos políticos acabam 
por criar políticos profissionais, isto é, dirigentes que dedicam única e exclusivamente à vida 
politica, onde o interesse coletivo passa a não ter sentido para o dirigente, porque estão 
focados na vida politica que esquecem das preocupações da coletividade. Aponta-se para 
tendência de os partidos políticos dominarem a maquina do Estado e o sistema em proveito 
dos seus dirigentes, dando-os benefícios materiais e morais. As funções representativas dos 
partidos políticos estão em declínio, ou seja, muitas das funções de representatividade que 
os partidos políticos poderiam estar a desempenhar, estão sendo desempenhadas por outros 
organismos, que através de suas ações acabam por manifestar preocupações representativas. 
Há também uma perda de identidade estratégica partidária por parte dos partidos políticos 
que alimentam a governação ou que já estiveram na governação. Os cidadãos por causa 
destas inconveniências estão se tornando cada vez mais distantes da politica e dos partidos 
políticos. 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS PARTIDOS POLÍTICOS 
Critérios de classificação dos partidos políticos: 
Cada um dos autores usam determinados critérios para classificarem os partidos políticos. 
Os vários critérios existentes para a classificação os partidos políticos são: 
1. Critérios funcionalistas – com base neste critério os partidos políticos são 
classificados de acordo com os fins que procuram prosseguir; 
2. Critério organizacional – com base neste critério os partidos políticos são 
classificados de acordo com a dimensão e a natureza da sua estrutura; 
3. Critério sociológico– com base neste critério os partidos políticos são 
agrupados de acordo com grupos sociais que representam ou de onde provêm; 
13 
 
4. Critério ideológico – com base neste critério os partidos políticos são 
classificados de acordo com a família politica que pertencem; 
5. Critérios mistos – com base neste critério os partidos políticos são classificados 
de acordo com a conjugação de vários critérios. 
 
Classificação dos partidos políticos segundo Maurice Duverger: esta é a classificação 
mais clássica e por ventura a mais importante e de acordo com este autor os partidos políticos 
podem ser classificados em: 
a) Partidos de massas ou de militantes – historicamente e em termos de 
contextualização foram os primeiros tipos de partidos a surgirem. Surgiram no contexto de 
alargamento do direito de voto/sufrágio e da própria consolidação do sufrágio universal. Em 
Cabo Verde o sufrágio é caracterizado por ser universal, facultativo, periódico, direto e 
secreto. Com o alargamento do voto mais pessoas passaram a ter direito de votar e esse 
alargamento incentivou a criação dos partidos políticos de massas. São partidos mais 
centralizados e disciplinados e que procuram recrutar o máximo numero de militantes; São 
partidos fortemente articulados, organizados sem secções ou células; São partidos que 
normalmente procuram recrutar o máximo numero de pessoas e militantes com o objetivo 
financeiro, porque quanto mais pessoas mais será o aumento da capacidade de financiamento 
do próprio partido (mais será a probabilidade de cobrar quotas), mas também com o objetivo 
de obter força durante as campanhas eleitorais, porque quanto maior for o numero de 
militantes, maior será a divulgação da sua campanha e do seu projeto e propostas; Em termos 
de origem, normalmente são partidos de origem extraparlamentar e possuem também um 
programa adequado aos seus interesses; Encontram-se bem preparados para a competição 
política, porque são partidos mais centralizados, bem articulados, organizados, com muitos 
militantes que lhes garantem um forte poder financeiro o que favorece nos embates eleitorais. 
Exemplos: São normalmente partidos socialistas e os partidos comunistas. 
b) Partidos de quadros ou de notáveis: são partidos da elite que em função do 
prestigio social, politico, académico, financeiro ganham notoriedade; Contrariamente aos 
partidos de massas, nasceram na época do sufrágio censitário (exigia-se certos requisitos 
para se poder votar, ou seja, o voto era restrito), sendo apenas os notáveis que reuniam os 
requisitos para votar, por terem nas suas posses bens e instrução, daí serem poucas pessoas 
com o direito ao voto; São partidos que não procuram ter e recrutar o numero máximo de 
aderentes e militantes, mas tentam reunir quadros bem preparados de pessoas com prestigio 
social, moral e académico para poder influencias o eleitorado; Enquanto que partidos de 
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massas são rígidos, os partidos de quadro são flexíveis e indisciplinado, pouco estruturado e 
que estão muito mais preocupados com a qualidade do que com a quantidade; Em termos e 
organização têm um carater restrito e fechado; Relativamente à origem são partidos de 
origem eleitoral e parlamentar; São partidos que desenvolvem atividades periodicamente e 
não de forma permanente; São partidos com fraco componente ideológico; e são partidos 
com uma estrutura descentralizada. Exemplos: Em Portugal: CDSPP; Em Cabo Verde: a 
UCID aproxima dos partidos de quadro. 
 
Classificação dos partidos políticos segundo Jean Charlot: a primeira coisa que este autor 
fez foi romper com a classificação de Maurice Duverger que classificou os partidos em dois 
tipos, enquanto ele trouxe três tipos, rompendo assim com a tipologia clássica, introduzindo 
novo conceito de partido, sendo que dois dos seus tipos coincidem em termos de princípios 
com a classificação de Duverger, introduzindo o conceito de partidos de eleitores. Baseando 
sobretudo na realidade francesa classificou os partidos políticos em três tipos: 
a) Partidos de eleitores – nesta altura houve um partido de eleitores que 
desempenhou em papel fundamental no panorama politico francês e isso levou-o a introduzir 
este tipo de partido. Partidos de eleitores são partidos que não têm propriamente muitos 
militantes ou aderentes, mas sim têm eleitores e simpatizantes. Este partido foca nas pessoas 
apenas para exercerem o direito de voto. Daí que o resultado dos partidos de eleitores é 
imprevisível, porque o eleitor não dá tendência de voto. Estes partidos procuram federar-se 
ou estar muito próxima de organizações e de personalidades importantes que têm algum peso 
social. 
b) Partidos de militantes – no fundo, estes partidos correspondem a classificação 
do tipo de partidos de massa de m. Duverger, em termos de funcionamento e de 
características. Refere-se a um tipo de partido que mesmo não tendo um grande numero de 
aderentes ou militantes apresentam, normalmente, uma maior coesão política ideológica ou 
programática e também apresenta uma maior capacidade de ação por parte dos seus 
membros. São mais organizados, mais sólidos, mais consolidados, etc. Têm um componente 
ideológico mais forte e os seus militantes defendem os programas, os princípios, os valores, 
as missões e a visão dos partidos de militantes. 
c) Partidos de notáveis – no fundo corresponde ao tipo de partidos de quadros 
segundo a classificação de M. Duverger. São aqueles tipos de partidos que assentam 
fundamentalmente na qualidade dos seus membros, pelo fato de seus membros gozarem de 
prestígio social, económico e político. 
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Classificação dos partidos políticos segundo Peter Mair: apresenta a classificação dos 
partidos políticos em três tipos: 
a) Catch-all Party: trata-se de um partido que surgiu depois de várias 
transformações sociais e culturais no mundo. Essas transformações levaram ao 
enfraquecimento do sentimento de pertença, sobretudo pertença das classes sociais e 
religiosas. Essas transformações mudaram o mundo, passa-se a não haver o mesmo respeito 
pelas religiões e seus lideres como antigamente. A lógica do funcionamento deste partido é 
que “tudo o que vem na rede é peixe”. Enquanto que nos outros partidos, partidos de notáveis 
o foco é com notáveis, pessoas com determinados prestígios sociais, morais, económicos e 
políticos; partidos de massa concentra-se na multidão e catch-all party não tem um foco 
concreto, não lhe interessando a ideologia da pessoa (se é da esquerda ou da direita), o sexo 
da pessoa, a raça, a religião, a nacionalidade, a posição social, daí que lhes interessam todas 
as pessoas, porque para estes partidos o importante é ter votos. São partidos que surgiram 
depois da II Guerra Mundial, mais concretamente na década de 50, devido às varias 
transformações sociais que aconteceram ao longo dos tempos e que levaram as pessoas a 
perderem o sentimento da pertença. Procuram expandir o máximo possível a sua base 
eleitoral e não têm identidades ideológica. Procuram, concentrar o máximo de apoio e as 
suas energias apenas no momento eleitoral e focam apenas na própria competição eleitoral. 
Recrutam as pessoas independentemente da posição ideológica, logo são partidos que se 
caracterizam por uma redução drástica da componente ideológica e não têm uma visão 
pragmática. Procuram, posteriormente reforçar os seus grupos dirigentes da cúpula (topo) e 
esse reforço acontece sempre em função da meritocracia e da eficiência do objetivo que se 
atinge. São caracterizados pela redução do papel do militante, isto é, neste partido a ideia de 
militante não prevalece, não se invoca. Estão abertos a diferentes grupos de interesses, 
porque são partidos que tentam agradar a todos ao mesmo tempo. Não dão grande 
importância e nem valorizam a classe social e são capazes de fazer tudo para conseguirem 
votos, independentemente, da ideologia, do programa, de tipos de pessoas, tec. Têmum 
discurso moderado procurando agradar todos os quadrantes da sociedade, buscando votos 
em todo o lugar e não comprometendo com ninguém. Atualmente estes tipos de partido 
centram-se mais nas famílias do partido do centro direita ou no centro esquerdo. 
b) Partido cartel – surgiu a partir de 1950, mas só se destacaram efetivamente a 
partir de 1970. A palavra “Cartel” é na linguagem de narcotráfico, uma organização/junção 
para ter o monopólio de atividades, isto é, é a junção de dois grupos que vendem drogas para 
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ficarem mais fortes (linguagem de droga). Portanto, Cartel é a junção de duas organizações 
com o objetivo de conseguirem mais recursos e para terem mais poder. Surgiram devido ao 
crescente financiamento publico do Estado aos partidos políticos. O objetivo deste partido é 
concorrer ao financiamento publico, porque individualmente não poderão apoderar-se do 
dinheiro do Estado. Em termos económicos, Cartel significa acordos entre organizações para 
terem o monopólio do mercado. Em termos políticos são também acordos que os políticos 
fazem e juntam-se para concorrerem conjuntamente (em coligação) para poderem ter 
financiamento do Estado. A característica principal desse partido tem a ver com o modo de 
financiamento, porque procuram aproveitar dos recursos e benefícios do Estado para 
poderem sobreviver no mercado político, daí acabam por distanciar-se da sociedade e 
aproximar-se do Estado, isto é, estão muito mais próximos do Estado do que do povo. 
c) Partidos elitistas ou de elite – correspondem à noção dos partidos de massas de 
M. Duverger. Surgiram recentemente, no inicio do século XIX, na Europa ocidental. São 
partidos que têm fortes preocupações políticas, mas não se preocupam muito com questões 
ideológicas e doutrinarias. São partidos que privilegiam a filhação de membros pertencentes 
a uma elite social. As suas funções sociais são reduzidas no mínimo possível. Procuram 
legitimidade e aceitação social através de estatuto dos seus membros. 
 
Classificação dos partidos políticos segundo Ângelo Panebianco: fala de dois tipos de 
partidos políticos: 
a) Partido profissional eleitoral – são partidos que tem ligações verticais fracas, 
isto é, existem ligações fracas entre a base, o topo e os órgãos intermediários. Isso tem 
influencia no discurso político, porque o discurso deste partido é virado mais para o 
eleitorado de opinião, eleitorado que vota conforme as circunstancias. O eleitorado é 
conservador, discreto, ponderado e que tem opinião formado e é um eleitorado racional. São 
partidos que dão muita importância às técnicas de comunicação e marketing politico. São 
financiados, normalmente pelos grupos de interesses e fundos públicos. Do ponto de vista 
estrutural e organizacional são partidos que têm uma estrutura profissionalizada e com 
predominância eleitoralista, ou seja, o foco é nas eleições, procurando concorrer e competir 
eleitoralmente com profissionais e ter um máximo de profissionalismo possível. 
b) Partido burocrático de massas – caracterizado por uma burocracia centralizada 
e que tem fortes ligações organizativas verticais e o discurso é virado para o eleitorado de 
pertença. 
 
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ESTRUTURAS DO PARTIDO POLÍTICO – MAURICE DUVERGER 
Um partido politico precisa conquistar apoio da sociedade e de conquistar votos. Para isso, 
tem que ter uma estrutura organizacional que podem sem: 
a) Partido de estrutura direta – partidos de estrutura direta é a regra, ou seja, a 
maioria dos partidos políticos tem essa estrutura. São aqueles partidos políticos em que 
existe uma relação direta entre os seus dirigentes e os seus elementos de base. Quer isto dizer 
que nesse tipo de partido há normalmente um vínculo direto e esse vinculo direto implica 
que haja ligação formal das pessoas com o partido, através da militância onde os membros 
ficam sujeitos a pagamento de quotas, a participarem nas atividades periodicamente ou 
atividades realizadas pelo partido e do partido e têm os militantes a faculdade e o privilegio 
de eleger diretamente os seus membros dirigentes/representantes. 
b) Partido de estrutura indireta – é uma exceção. Nesta estrutura não há membro 
propriamente dito e dentro desse tipo de estrutura há: 
i. Partido de estrutura indireta rígida – este tipo de partido dificulta, 
normalmente, ao máximo o acesso dos militantes mais novos a um lugar nos 
órgãos de direção central; 
ii. Partidos de estrutura indireta mais flexível – facilitam um pouco o acesso 
dos militantes de base e mais novos a órgãos de direção central e normalmente 
permitem renovação constante dos seus membros. Em termos de hierarquia, 
há pouca hierarquização, contrariamente nos partidos de estrutura indireta 
rígida onde a hierarquização é mais forte. A taxa de militância nos partidos 
de estrutura indireta flexível é muito pouco em relação aos partidos de 
estrutura indireta rígida onde há maior taxa de militância.

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