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Teologia Própria 
2 
 
Sumário 
O CONHECIMENTO DE DEUS ....................................................................... 3 
A EXISTÊNCIA E O SER DE DEUS ................................................................ 3 
OS NOMES DE DEUS .................................................................................... 7 
DEUS E SUA TRIUNIDADE ............................................................................ 9 
JESUS CRISTO, DEUS CONOSCO ............................................................. 14 
O ESPÍRITO SANTO ..................................................................................... 14 
DISTORÇÕES HISTÓRICAS SOBRE A DOUTRINA DA TRIUNIDADE ........ 16 
TEXTOS DIFICEIS - E EXPLICADOS ........................................................... 18 
 
Teologia Própria 
3 
 
O CONHECIMENTO DE DEUS 
É fato que Deus não pode ser plenamente conhecido por ninguém (Sl 139:6; 
145:3; Rm 11:33), tudo que podemos conhecer de Deus é porque Ele quis nos 
manifestar (Mt 11:27; Rm 1:19). Não é a sabedoria humana que faz Deus conhecido, 
mas a revelação (1Co 1:21; 2:14; 2Co 4:3-4). Isto porque o finito não pode 
compreender o infinito. Para alcançar o conhecimento de Deus dependemos das 
Escrituras Sagradas. O reformador João Calvino considerava que para o homem é 
impossível investigar as profundezas do Ser de Deus. “Sua essência,” diz ele, “é 
incompreensível de tal maneira que sua divindade escapa completamente aos 
sentidos humanos”. Não é que os Reformadores Protestantes negassem que o 
homem pode saber algo da natureza de Deus por meio da criação, mas afirmavam 
que o homem só pode adquirir verdadeiro conhecimento de Deus pela Revelação 
Especial, sob a iluminadora influência do Espírito Santo. Sem a revelação o ser 
humano jamais seria capaz de adquirir qualquer conhecimento de Deus, pois só o 
Espírito Santo pode dar esse conhecimento (1Co 2:11). Assim, só com a Bíblia 
podemos conhecer coisas verdadeiras acerca de Deus, e essa é a glória do ser 
humano (Jr 9:23-24). Portanto, é, sobretudo pelas Escrituras, que nos guiaremos 
neste estudo. 
Mas, por que conhecer Deus? O conhecimento de Deus se faz necessário, 
porque é só conhecendo o objeto da nossa adoração, que saberemos como nos 
relacionar corretamente com Ele, como obedecê-lo e adorá-lo (Vd. Jo 4:19-24). 
Se Deus não é conhecido, não pode ser obedecido; porque a obediência é 
sempre baseada sobre o conhecimento. Quando a alma é abençoada com o 
conhecimento de Deus, descobre que este conhecimento é vida (Jo 17:3), e vida é 
poder; e quando se tem pode-se agir. 
A EXISTÊNCIA E O SER DE DEUS 
A Existência de Deus 
Uma primeira coisa a ser notada é que a Bíblia não se preocupa em tentar 
provar que Deus existe. A Bíblia já pressupõe que uma pessoa de sã consciência, não 
negará a existência do Ser criador, e que a criação é um testemunho incontestável 
d’Ele (Gn 1:1; Sl 19:1-2; 14:1; Rm 1:18-20). 
Provas Tradicionais da Existência de Deus 
Durante a história algumas pessoas se viram compelidas a desenvolver 
argumentos racionais para explicar a existência de Deus, fazendo frente aos 
incrédulos. Os argumentos mais conhecidos são: 
1) Argumento Ontológico. Este argumento diz que o ser humano tem a 
ideia de um ser absolutamente perfeito, e que a existência é uma 
característica essencial da perfeição, ou seja, um ser para ser perfeito 
tem que existir. E esse ser perfeito seria Deus. 
2) Argumento Cosmológico. Declara este argumento que tudo o que existe 
no mundo tem uma causa, sendo assim, também o universo inteiro (o 
Teologia Própria 
4 
 
cosmos) deve ter uma causa, e uma causa infinitamente grande, 
portanto essa causa seria Deus. 
3) Argumento Teleológico. Este argumento afirma que todo o universo uma 
ordem, uma inteligência, uma harmonia e um desígnio / objetivo. Isto 
mostraria então a existência de um ser inteligente que planejou tudo isto 
que os nossos olhos contemplam, portanto, Deus. 
4) Argumento Moral. Diz este argumento que o reconhecimento pelo ser 
humano de um bem supremo, e sua busca do ideal moral exige e 
necessita da existência de um Deus que converta esse ideal em 
realidade. 
5) Argumento Histórico. Este argumento diz que em todas as tribos e povos 
do mundo se encontra um sentimento do divino, uma forma de culto, e 
isto deve pertencer a natureza própria do homem. E se a natureza 
humana tem essa inclinação para a adoração religiosa, isto só se explica 
com a existência de um ser superior que deu ao ser humano uma 
natureza religiosa. 
 
O Ser (A Natureza) de Deus 
“Deus, o Soberano Proprietário do Universo, é espírito, eterno, infinito e 
imutável em sabedoria, poder, santidade, justiça, bondade e verdade”. 
É claro que não se pretende aqui dissecar a natureza divina, isso seria 
impossível, apenas vamos dar uma olhada em como a Bíblia revela um pouco da 
natureza da Divindade, sem querer ser exaustivo. 
1) Deus é Infinito (Êx 3:14-15; Sl 90:2). Ele é um ser absoluto. Não provém, 
nem é condicionado por coisa alguma. É a causa de tudo, e é livre de 
qualquer fronteira/limitação. 
2) Deus é Espírito (Jo. 4:24). Por ser um espírito Ele não é um ser corpóreo, 
material. Deus nã possui as propriedades da matéria, porque um espírito 
não tem estas propriedades (Lc 24:37-39) e, portanto, jamais pode ser 
discernido pelos sentidos físicos (Jo 1:18). Por esta causa, é 
expressamente proibido na Bíblia, fazer imagens e representações de 
Deus (Êx 20:4; Rm 1:23-25). 
3) Deus é Pessoal (Jo 1:18; 10:30; 1Jo 4:8). Isto significa que Deus tem 
mente, vontade, é inteligente, possui razão, autoconsciência, 
individualidade, autodeterminação. Por isso, erra todo movimento que 
confunde Deus com uma força, uma energia, um poder, ou coisas 
semelhantes. 
4) Deus é Santo (Lv 11:44; Is 6:1-3; 1Jo 1:5-6). Isto significa que Ele é 
essencialmente (na sua natureza) puro, não existe mal em seu ser. Ele 
é completamente santo (Sl 77: 13). 
 
Os Atributos de Deus 
Passaremos a considerar a revelação das qualidades de Deus dividindo-as em 
duas seções: atributos Incomunicáveis e Comunicáveis. 
Teologia Própria 
5 
 
1) Atributos Incomunicáveis. Estas são aquelas qualidades que só Deus 
tem. São as seguintes: 
a) Deus é Eterno (Sl 90: 2; 1Tm 6:16). Ele é sem começo nem fim. 
É autônomo, independente, e não precisa de nada para existir e 
se satisfazer (At 17:24-25). Mesmo assim, Ele se alegra com o 
bom serviço de Suas criaturas (Is 43:7; Ef 1:11-12; Ap 4:11). 
Sendo eterno Deus percebe o tempo com igual realismo, para Ele 
sempre é presente, não tem passado, nem futuro (90:4; 2Pe 3:8). 
b) Deus é Imutável (Sl 102:25-27; Is 46:9-11; Tg 1:17). Ele é 
invariável, não pode ser diferente na sua essência: “Eu sou o que 
Sou” (Êx 3:14). O seu caráter não muda, agora, o seu 
procedimento com as pessoas pode mudar (Gn 6:6; Jn 3:3;10). 
Mas, tudo isso que para nós parece mudança, já está previsto no 
Seu eterno conselho, Sua vontade (Ef 1:11). 
i. Desde toda a eternidade, e pelo sapientíssimo e 
santíssimo conselho de sua própria vontade, Deus 
ordenou livre e imutavelmente tudo quanto acontece; 
porém, de modo tal que nem é Deus o autor do pecado, 
nem se faz violência à vontade das criaturas, nem é tirada 
a liberdade ou contingência das causas secundárias, antes 
são estabelecidas. 
ii. E os textos como Gn 6:6; Êx 32:9-14; Is 38:1-6; Jn 3:4, 10, 
que parecem mostrar que Deus muda de ideia, se 
arrepende? Sim, parece, mas, não é isso que acontece. 
Estes textos mostram a atitude de Deus diante da situação 
que existe naquele momento. O autor bíblico não está 
sondando o secreto conselho de Deus, os seus decretos, 
ele está vendo a situação no momento que está 
acontecendo naquele instante, e usa uma linguagem que 
se chama antropomórfica, isso para fazer o ser humano 
entender como Deus se sentia com a rebeldia das pessoas 
naquele momento. Textos assim nãopodem ser 
interpretados literalmente, como também as passagens 
seguintes: Êx 33:20; Dt 8:3; Is 30:27; Hb 4:13. 
c) Deus é Onisciente (Jó 37:16; Pv 15:3, Hb 4:13). Ele conhece 
todas as coisas ao mesmo tempo. A. A. Hodge explica como isso 
se dá: 
i. Conhecemos as coisas sucessivamente, como elas se nos 
apresentam e quando passamos inferencialmente do 
conhecido para o antes desconhecido; Deus conhece 
todas as coisas eternamente por uma intuição direta e toda 
compreensiva. Nosso conhecimento é dependente; o de 
Deus é independente. O nosso é fragmentário; o de Deus 
é total e completo. 
d) Deus é Onipotente (Gn 17:1; Lc 1:37; 2Co 6:18; Ef 1:11). Ele faz 
acontecer tudo o que quiser, sempre! 
Teologia Própria 
6 
 
e) Deus é Onipresente (Sl 139:7-10; Jr 23:23-24; Am 9:1-4). Isto 
significa que Deus está presente em toda parte. O ser humano 
não pode se esconder de d’Ele, pois já vimos que Ele é onisciente 
(sabe tudo), e vemos que Ele é onipresente, Sua presença enche 
todos os lugares, para Deus não existem dimensões espaciais. 
2) Atributos Comunicáveis. Essas qualidades de Deus as pessoas também 
podem ter em menos grau, são qualidades de Deus que somos 
exortados a imitar. 
a) Santidade (Lv 11:44-45; Is 40:25). A pureza de Deus é elevada a 
grau infinito (1Jo1:5), mas os seus servos também são chamados 
a serem santos (1Ts 5:23; Hb 12:14; 1Pd 1:13-16). 
b) Justiça (Dt 32:4; Rm 3:25-26). Todos os atos de Deus são 
corretos, mas os seus servos também são exortados a buscarem 
a justiça ((Ef 6:14; Fp 1:9-11). 
c) Amor (1Jo 4:8). Deus é amor, e manifesta isso em sua bondade 
e misericórdia. Os seus servos também são aconselhados a amar 
(Mt 22:37-39; 1Jo 4:7-21). 
d) Sabedoria (Sl 104: 24; Rm 16:27). Deus é perfeito em sabedoria, 
mas os seus servos podem ter sabedoria também (Tg 1:5). 
e) Fidelidade (Nm 23:19; Sl 145:13; 1Jo 1:9). Deus é perfeito em 
fidelidade, mas os seus servos também podem ser fiéis (Pv 12:22; 
Ef 4:25; Cl 3:9-10). 
f) Bondade (Lc 18:19). Deus é perfeito em bondade, mas os seus 
servos também podem ser bons (Gl 6:10). 
i. Misericórdia, graça e paciência (Ex 34:6; Sl 103:8; Rm 
15:5; 1Pe 5:10). Estas qualidades de Deus podem ser 
aspectos particulares de Sua bondade. 
• Misericórdia é a bondade de Deus para com os 
angustiados e aflitos. 
• Graça é a bondade de Deus para com os que 
mereciam castigo. 
• Paciência é a bondade de Deus quando tira a 
punição dos que a merecem. 
g) Devemos, pois, imitar a misericórdia (Mt 5:7), a graça (2Co 8:7) e 
a paciência (Gl 5:22) do Senhor. 
i. Paz (ou Ordem, 1Co 14:33). Deus é o Deus da paz, e os 
seus servos devem ser de paz também (Mt 5:9; Gl 5:22). 
ii. Zelo (Êx 34:14). Deus é um Deus zeloso, e os seus servos 
também devem sê-lo (2Co 11:2). 
iii. Ira (Rm 1:18). Deus se ira contra o pecado, e os seus 
servos devem também odiar o pecado (Sl 97:10; Pv 8:13). 
iv. Perfeição (Dt 32:4; Mt 5:48). Deus é perfeito em grau 
infinito, mas os seus servos também são exortados a 
buscarem a perfeição n’Ele (2Co 13:11). 
 
Teologia Própria 
7 
 
OS NOMES DE DEUS 
Nós conhecemos Deus por “Deus”, mas será que é assim que Ele é chamado 
na Bíblia? O nome de Deus é Jeová como dizem os “Testemunhas de Jeová”? Nesta 
seção nós teremos a oportunidade de ver que o Senhor nosso Deus é muito grande 
para ser contido em um só nome. As Escrituras do Antigo Testamento nos apresentam 
vários nomes pelos quais o Senhor é chamado. E estes nomes sendo conhecidos nos 
fazem compreender mais acerca do agir de Deus. 
Dividiremos esta seção em: nomes Genéricos e nomes Específicos de Deus. 
No Antigo Testamento 
1) Os Nomes Genéricos. El, El Elyom, Elohim. Estes nomes são chamados 
genéricos porque são também aplicados a divindades falsas no A.T. Isto 
acontece por causa da língua; povos de uma mesma língua chamam 
seus deuses pelos mesmos nomes. 
a) El (Gn 33:20). O Geseniu’s Hebrew and Chaldee Lexicon nos dá 
para esta palavra a significação de: forte, poderoso, poder, força 
(Gn 31:29; Is 9:5; Ez 31:11). E diz que a palavra é usada em geral 
para nome do Deus do céu, mas pode ser também aplicada a 
ídolos (p.ex. Sl 81:10; Dn 11: 36). 
b) Elohim (Gn 1:1). Esta palavra pode ser o plural do nome divino El, 
que provavelmente deriva da raiz ‘wl, com o significado de 
preeminência. Alguns autores dizem que esta palavra é o plural 
de Eloah. É usado também para designar uma divindade, uma 
aparição divina (1Sm 28:13), ou homens com autoridade (Êx 21: 
6; Sl 8:5; 82:6). Com o artigo definido significa o Deus único e 
verdadeiro (1Rs 18:21, 37). 
c) El Elyom (Gn 14:19-20, Nm 24:6; Is 14:14) Significa aquele que é 
sublime, exaltado. 
2) Os Nomes Específicos. Adonay, El-Shaday, Iahweh. Estes são nomes 
que nas Escrituras aparecem aplicados somente ao Deus verdadeiro. 
a) Adonay (Gn 18:3; Is 3:18; 6:1). Significa o Senhor; o Soberano, a 
quem tudo está sujeito, e com quem o ser humano se relaciona 
como servo. 
b) El-Shaday (Gn 17:1; Êx 6:3). Descreve Deus como o possuidor 
de todo poder na terra e no céu. A natureza, a criação, tudo está 
sob seu controle. 
c) IHWH (mn’) (Êx 6:3). Este é o nome que mais vezes aparece na 
Bíblia aplicado a Deus (6.828 vezes na Bíblia Hebraica de Kittel e 
na Bíblia Hebraica Stuttgartensia). O hebraico bíblico do A.T. é 
composto apenas de consoantes não tendo vogais, e YHWH são 
as letras hebraicas que compõem o nome pessoal de Deus no 
A.T. Temendo descumprir o terceiro mandamento: “Não tomarás 
o nome do Senhor (YHWH), teu Deus em vão” (Êx 20:7), os 
leitores antigos da Bíblia evitavam pronunciá-lo, substituindo o 
mesmo na leitura pala palavra Adonay (Senhor). Os sinais 
Teologia Própria 
8 
 
vocálicos da palavra Adonai eram colocados entre as consoantes 
que representavam o nome divino: YHWH. Com esta prática a 
pronúncia do nome de Deus se perdeu. Os eruditos bíblicos hoje, 
em sua maioria, usam a palavra Iahweh (Javé), e dando a razão 
histórica para isso diz a Comissão de Tradução, Revisão e 
Consulta da Sociedade Bíblica do Brasil: 
i. Teodoreto, pai da igreja, da escola de Antioquia, falecido 
em 457 d.C. afirma que os samaritanos, que tinham o 
Pentateuco em comum com os judeus como Escrituras 
Sagradas, pronunciavam o nome o nome de Deus assim: 
Iabé (trocando o V pelo B). Clemente, da escola de 
Alexandria, falecido antes de 216 d.C. transliterava “a 
palavra de quatro letras” por Iaové. Também os papiros 
mágicos egípcios, que são do final do terceiro século d.C., 
dão como certa a pronúncia cima referida, a de Teodoreto 
(Iabé). 
Assim, mesmo com a incerteza que há para a pronúncia deste 
nome, o que se pode afirmar com segurança é que Jeová nunca 
foi a transliteração ou tradução do nome de Deus (YHWH) no 
A.T., esta palavra é uma invenção da Idade Média. Portanto, o 
grupo religioso chamado “Testemunhas de Jeová” é 
fundamentado sobre um nome falso, nome que não aparece nas 
Escrituras Sagradas. Sobre esta palavra Jeová, diz a Comissão 
de Tradução, Revisão e Consulta: 
“Esse (Jeová) não é, portanto, o nome do Deus de Israel. O 
Jerome Biblical Comentary chama ‘Jeová’ de um “não-nome” 
(77:11), e o Interpreter’s Dictionary of the Bible o chama de ‘nome 
artificial’ (s.v Jehovah). O Lexicon in Veteris Testamenti Libros, de 
Kochler - Baumgartner (s.v YHWH), chama a grafia ‘Jeová’ de 
‘errada’, e defende como ‘correta e original’ a pronúncia 
‘Yahweh’.” 
Portanto, as Escrituras não aprovam transliteração Jeová, os 
judeus nunca pronunciaram esse nome, e a história nos mostra 
que a pronúncia mais provável seria Iahweh (Javé). Não sendo 
esta, Jeová está completamente fora de cogitação. 
Este nome Javé (vamos chamar assim) aparece unido a outros 
termos qualificativos de Deus, formando assim nomes 
compostos, como por exemplo: 
i. Javé-Jireh: O SENHOR proverá (Gn 22:14); 
ii. Javé-Tsebaôt: O SENHOR dos exércitos (1Sm 1:3); 
iii. Javé-Ropheh:OSENHOR que sara (Êx 15:26); 
iv. Javé-Nissi: O SENHOR é a minha bandeira (Êx 17:15; 
v. Javé-Shalom: O SENHOR envia a paz (Jz 6:24); 
vi. Javé-Roeh: O SENHOR é meu pastor (Sl 23:1); 
vii. Javé-Tsidkenu: O SENHOR é a nossa justiça (Jr 23:6); 
viii. Javé-Shammah: O SENHOR está presente (Ez 48: 35). 
Teologia Própria 
9 
 
 
No Novo Testamento 
O N.T. tem alguns equivalentes gregos (a língua do N.T.), para os nomes de 
Deus que aparecem em hebraico no A.T. 
1) Para El, Elohim e Elyom o N.T. usa a palavra Deus, que é também uma 
palavra genérica. O equivalente de Elyom (Deus altíssimo) encontra-se 
na expressão Theou tou Hupsistou (Mc 5:7; At 16:7; Hb 7:1). Shadday e 
El-Shadday (Todo-Poderoso, Onipotente) é traduzido no N.T. por 
Pantokrator; Theos-Pantokrator (2Co 6:18; Ap 1:8; 4:8: 11:17; 15:3; 
16:7;14); 
2) Quanto ao nome Yahweh o N.T. segue a Septuaginta (O A.T. em grego) 
que traduz esta expressão por Kyrios (Senhor), que deriva de força, 
poder. Este nome não tem exatamente a mesma conotação de Yahweh; 
mas designa Deus como o Poderoso, o Senhor, o Possuidor, o Regente 
que tem autoridade e poder legal (Hb 1:10; 8:8-11), Cristo também 
recebe este nome (Jo 20:28; 1Co 8:6; Ap 17:14). 
3) Também encontramos Deus sendo chamado de Pather (Pai) no N.T. O 
A.T. já chamava Deus assim para designar a relação de Deus com Israel 
(Dt 32:6; Sl 103:13), e o N.T. usa a expressão para demonstrar Deus 
como o Originador ou Criador de tudo (1Co 8:6; Ef 3:14-15; Tg 1: 17). 
 
Bem, pelo que acabamos de estudar podemos ver que Deus é identificado por 
vários nomes nas Escrituras, e cada nome de Deus nos mostra uma das 
características do Senhor. Reflita nessas características, pois elas vão nos revelando 
quem Deus é e o seu caráter. 
DEUS E SUA TRIUNIDADE 
“Embora seja um grande mistério que existam diversas pessoas em um só 
Ente, é verdade que na divindade há uma distinção de pessoas, indicadas nas 
Escrituras pelos nomes Pai, Filho e Espírito Santo e pelo uso dos pronomes Eu, Tu e 
ele, empregados por elas mutuamente entre si”. 
A Confissão de Fé de Westiminster (1649), uma das mais antigas confissões 
de fé protestante afirma: Na unidade da Deidade há três pessoas, de uma só 
substância, poder e eternidade: Deus o Pai, Deus o Filho e o Deus Espírito Santo. O 
pai não é de ninguém: não é gerado nem procedente; o Filho é eternamente gerado 
do Pai; o Espírito Santo é eternamente procedente do Pai e do Filho (cap. II, sec. III). 
Veremos agora como as Escrituras trabalham este assunto. 
A Triunidade no Antigo Testamento 
A doutrina da Triunidade de Deus não é completamente revelada no A.T., ali 
temos claramente Deus como o Deus único (Dt 4:35,39), o Espírito Santo como seu 
agente pessoal (Gn 1:2; Ne 9:20; Sl139:7; Is 63:10-14), e a Palavra (o verbo) como 
seu pronunciamento criativo (Gn 1:26; Sl 33:6, 9). 
1) Como já foi dito, encontramos no A.T. nomes genéricos e nomes 
específicos sendo aplicados a Deus, e estes nomes nos ajudam a 
Teologia Própria 
10 
 
compreender mais um pouco sobre o Senhor e sobre a doutrina da 
Triunidade. Observe, por exemplo, Gn 1:1, onde no hebraico temos as 
seguintes palavras: Bereshit bará Elohim (no princípio criou Deus). A 
palavra que é traduzida por Deus aqui é Elohim, e é uma palavra plural. 
Então, para ficar correto gramaticalmente, uma tradução literal de Elohim 
seria: deuses. Mas há um problema, pois o verbo bará (criar) está no 
singular. Assim, a palavra Elohim (Deus) vindo no plural revela não que 
haja muitos deuses, mas que Deus é uma unidade composta: Pai, Filho, 
e Espírito Santo. Em vários lugares Deus confira isso usando o verbo no 
plural para se referir a Si próprio (desçamos, façamos), ou o pronome 
nós (Gn 1:26; 3:22; 11:7; Is 6:8). 
Ali, no momento da criação (Gn 1:1) Deus é chamado de Elohim porque 
criava o mundo: o Pai, o Filho (a palavra, o verbo) e o Espírito Santo (Gn 
1:2; Sl 33:6-9; 104:30; Jó 33:4-6; Jo 1:1-3). 
2) Para os judeus do A.T. a grande confissão sobre o seu Deus era Dt 6:4. 
E é interessante notar a palavra hebraica que é traduzida por único no 
texto. Em nota sobre a passagem nos informa a Bíblia Vida Nova: “Único 
Senhor. A palavra hebraica aqui empregada “único” (‘ehadh) significa 
uma unidade composta... A palavra hebraica que expressa unidade 
absoluta é Yahidh, e nunca é usada para expressar a unidade da 
Deidade”. 
A palavra Yahidh (unidade absoluta) nós encontramos em Gn 22:2, 
porque Isaque era o único filho de Abraão, e vamos encontrar ‘ehadh 
(unidade composta) em Gn 2:24, porque Adão formaria uma unidade 
composta com Eva (vd. tb. Êx 24:3; 13:23). Mesmo sabendo que yahidh 
e ‘ehadh são usadas as vezes como sinônimas, yahidh é mais enfática 
quando se quer expressar unidade absoluta, e é interessante que 
justamente na confissão mais importante do povo de Israel sobre a 
unidade de seu Deus, é usada na Bíblia a palavra ‘ehadh. A pergunta 
que se faz é: por que o escritor que conhecia muito bem o idioma 
hebraico, usa essa palavra se queria mostrar uma unidade absoluta para 
Deus? Não, ele sabia que Deus era uma unidade composta: Pai, Filho e 
Espírito Santo. 
3) Além destes fatos o A.T. já prenunciava o Pai e o Filho como um único 
Deus em outros lugares. Observe: 
a. Is 9:6. A profecia chama Cristo de Pai da eternidade e Deus forte. 
Sabe-se que eternidade só tem quem não tem começo nem fim, 
portanto Cristo sendo o Pai eterno, não poderia ter tido começo. 
Ele é também declarado como Deus. Sabendo-se que o próprio 
Deus afirma sua singularidade (Is 43:10-13), Cristo tem que ser 
um com Ele, senão Ele seria outro deus. 
b. Is 40:3. É anunciado na profecia que um homem viria para 
preparar o caminho do SENHOR (YHWH). Quando João Batista 
começou seu ministério anunciando o Messias (Jesus), disse que 
essa profecia se cumpriu em si próprio. João diz que era ele a 
“voz que clama no deserto”, e que o SENHOR (YHWH) 
Teologia Própria 
11 
 
profetizado era Cristo (Jo 1:19-27). Uma declaração mais clara da 
unidade de Deus e Cristo impossível. 
c. Sl 102:25. Esse versículo é retomado em Hb 1:10, onde é 
claramente aplicado a Jesus Cristo, ou seja, o Deus referido no 
Sl 102:25 era Cristo. 
d. Zc 12:10. Esta passagem é mais uma prova do A.T. de que Cristo 
e Deus Pai são inexplicavelmente o mesmo Deus. Observe. O 
SENHOR (YHWH) (veja o versículo 7), diz pela boca do profeta 
que em um tempo futuro, pessoas iam olhar pra Ele se 
lamentando, até aqueles que o transpassaram. Isso segundo a 
própria Bíblia se cumpriu na crucificação de Jesus. João, ao 
relatar a cena da crucificação, diz que esta profecia se cumpre ali, 
onde um soldado perfura o lado de Jesus com uma lança e as 
pessoas olham Jesus transpassado (Jo 19:34-37). Ali estava o 
próprio Deus sendo transpassado em Jesus Cristo (Vd. At.20:28). 
 
A Triunidade no Novo Testamento 
É no N.T. que esta doutrina é revelada mais claramente. Nós temos o Pai, o 
Filho e o Espírito Santo apresentados lado-a-lado, como co-iguais (Mt 28:19, note que 
Jesus relaciona os três com apenas um nome: em nome. Vd.: 2Co 13:13; Jd 20-21). 
Esta unidade é bem expressa também no seguinte fato: em Jo 14:15-23 Jesus diz que 
na conversão Ele e o Pai farão morada no crente, e Paulo nos diz que quem faz 
morada no salvo é o Espírito Santo, e que nós somos templo de um, e não de três 
(1Co 6:18-19; Ef 1:13-14), então Deus, Jesus e o Espírito Santo são um. 
1) Textos-prova Importantes do Novo Testamento. 
a) Jo 1:1. Temos neste texto Cristo (o verbo) claramente declarado 
como igual a Deus. As “Testemunhas de Jeová”, que não aceitam 
a divindade de Jesus, dizem que o texto deveria ser traduzido: “a 
palavra (verbo) era [um] deus”, com um artigo indefinido (um). Isto 
porque no grego (a língua do N.T.) não existe o artigo definido 
antes da palavra Deus (predicativo do sujeito) e assim, segundo 
a gramática grega, o substantivo Deus ficariaindefinido (um 
deus). Será que estão certos? Não. Realmente isto é uma regra 
da gramática grega, mas não em todos os lugares. Pois no 
mesmo capítulo 1 deste evangelho de João, tem frases que não 
tem o artigo definido antes do predicativo do sujeito e mesmo 
assim o artigo indefinido não é exigido, pois não caberia ali. 
Observe: 
i. Jo 1:6, o artigo indefinido não aparece antes da palavra 
Deus, mas a frase não é: “houve um homem enviado por 
UM Deus”, mas “por Deus”. 
ii. Jo 1:14, não existe o artigo indefinido antes da palavra 
carne, mas a frase não é: “a palavra se fez UMA carne, 
mas “se fez carne”. 
Teologia Própria 
12 
 
iii. Jo 1:18, não existe artigo indefinido antes da palavra Deus, 
mas a frase não é: “UM Deus nunca foi visto por ninguém”, 
mas “Deus nunca foi visto por ninguém”. 
iv. O Dr. D. A. Carson observa “que o intérprete deve ser 
cuidadoso com respeito às conclusões tiradas a partir da 
mera presença ou ausência de um artigo”. Assim, está 
correto traduzir “e o verbo era Deus”, mesmo sendo esta 
frase anartra (sem a presença do artigo definido). Esta é 
mais uma prova da unidade na divindade. 
b) Em Jo 14:26 é o Pai quem envia o Espírito Santo, ao passo que 
em Jo 16:7 quem envia é o Filho. Por isso as Escrituras dizem 
que o Espírito Santo é o Espírito de Deus e igualmente o Espírito 
de Cristo (Rm 8:9; 1Pe 1:11). 
c) Hb 10:15 faz uma citação de Jr 31:31-33. No texto de Jeremias 
diz que quem está falando é o SENHOR (YHWH), mas o autor de 
Hebreus diz que quem está falando é o Espírito Santo. 
d) Em Is 6:1-3, 9-19, Isaias diz que viu e ouviu o SENHOR (YHWH), 
dos Exércitos. Mas como poderemos conciliar isso com Jo 1:18; 
1Tm 6:16, que afirmam que Deus jamais foi visto por alguém? A 
Bíblia responde e nos mostra que este é um dos maiores 
exemplos da unidade composta de Deus. A resposta está em At 
28:25-27, onde Paulo diz que quem falou com Isaias foi o Espírito 
Santo, e em Jo 12:37-41, onde o autor bíblico diz que Aquele 
SENHOR (YHWH) que Isaias viu era na verdade Jesus Cristo em 
sua glória. Esta é uma das maiores provas da Triunidade na 
Bíblia. 
e) Em Mt 1:18-21 é anunciado que o Espírito Santo desceria sobre 
Maria para engravidá-la, mas em Lc 1:35, está escrito que o Filho 
de Maria é o Filho de Deus. Só há uma explicação: Deus e o 
Espírito Santo são o mesmo Deus. 
f) Em Hb 7:25 temos a informação de que a obra intercessória 
pertence a Jesus Cristo (Vd. tb.: Jo 15:16b; 16:23), mas em Rm. 
8:26-27, é dito que é o Espírito Santo quem intercede pelos 
cristãos. Mais uma vez unidade entre Jesus e o Espírito. 
g) At 20:28. Este é um texto desconcertante, pois diz que quem 
pagou o resgate, derramou o sangue na cruz pela Igreja, foi o 
próprio Deus (YHWH). Esta afirmação só pode indicar que Cristo 
e Deus são o mesmo. 
h) Mt 21:15-16. Temos aqui Jesus fazendo uma citação do Sl 8:2, 
onde no hebraico o sujeito das declarações é o SENHOR 
(YHWH), e Jesus aplica as declarações deste salmo a Si próprio, 
como se ele, Cristo, que naquele momento recebe o louvor das 
crianças, fosse o YHWH do salmo citado. 
i) Fp 2:6. Nesta passagem o apóstolo Paulo diz que Jesus antes de 
vir ao mundo tinha a forma (gr. Morphê) de Deus. Esta palavra 
(morphê) que Paulo usa aqui é muito sugestiva, pois significa: “a 
Teologia Própria 
13 
 
natureza essencial e inalterável do ego”, então, Paulo está 
afirmando aqui que Cristo antes de vir a este mundo era 
essencialmente Deus. 
j) Em Hb 1:3 está escrito que Jesus é a “expressão exata da 
essência” de Deus. A palavra traduzida por “expressão exata” é 
charakter (que significa: imagem, representação), e a palavra 
traduzida por “essência” é hypostasis (significa: essência, 
substância). Sobre isso observa Wayne Gruden: “Significando 
que Deus Filho reproduziu o Ser ou a natureza de Deus Pai em 
todos os aspectos: todos os atributos ou poderes que Deus Pai 
tem, Deus Filho também os têm”. 
k) 1Pe 2:8 - Pedro cita Is 8: 14 onde se diz que O SENHOR (YHWH) 
seria uma pedra de tropeço para os que não cressem n’Ele, e diz 
que esta pedra era Jesus. Pedro afirma que isto se cumpriu em 
Cristo. 
 
Enfim, se poderiam multiplicar aqui textos mostrando a identificação de Deus 
Pai, Filho e Espírito Santo, uma unidade composta, misteriosamente revelada. 
Observe mais uma vez esta identificação nos seguintes exemplos: 
1) Na Bíblia o Pai, o Filho e o Espírito Santo são revelados como DEUS. O 
Pai (At 17:24); O Filho (Mc 2:5-7; Jo 1:1-3, 18; 20:28); O Espírito Santo 
(Mc 3:29; At 5:3-4; 28:25-27 comparado com Is 6:9-10). 
2) Se não aceitarmos a Triunidade divina, como explicar textos como Dt 4: 
35, 39; Is 44:6, 8; 45:5, 21; 46:9? Os textos mostram que só existe UM 
Deus. 
3) Na Bíblia também encontramos o Pai, o Filho e o Espírito Santo 
revelados como SENHOR. O Pai (Mt 22:37); o Filho (At 10: 36; Fp 2:11); 
o Espírito (2Co 3:16-17). 
4) Se não aceitarmos a Triunidade de Deus como explicar estas passagens 
se a própria Bíblia diz que só Deus é o Senhor (Mc 12:29)? 
5) Também encontramos na Bíblia o Pai, o Filho, e o Espírito sendo 
tratados como SANTOS. O Pai (Is 6:3); o Filho (At 3:13-14); o Espírito 
(Is 63:10; Rm 15:16). 
6) Como conciliar estes textos se a Bíblia diz que só Deus é santo (ISm. 
2:2)? Isto só se explica com a Triunidade divina. 
7) Encontramos na Bíblia também o Pai, o Filho sendo tratados como 
ONISCIENTES. O Pai (1Cr 28:9); o Filho (Jo 2:24-25; 21:17; Cl 2:2-3); o 
Espírito (1Co 2:10-11). 
 
Todas estas passagens só poderão ser explicadas com a doutrina da 
Triunidade divina, sem ela tudo viraria uma confusão. Não é preciso entender, mas 
sim aceitar o que a Bíblia revela. Nem sempre entendemos tudo que Deus faz, por 
isso Ele é Deus. 
Teologia Própria 
14 
 
JESUS CRISTO, DEUS CONOSCO 
A Bíblia é uma testemunha indubitável de que só se deve adorar a Deus (Mt 
4:10). Pois, bem, E se encontrássemos outra pessoa sendo adorada e incentivada a 
sua adoração, o que deveríamos concluir? Ou essa pessoa seria o mesmo Deus e 
não outro, ou seria um Deus falso. Observe como a Bíblia trata deste assunto. 
1) Mt 21:15-16. Neste texto Jesus recebe adoração de um grupo de 
crianças. E ainda, para confirmar que o que se estava fazendo ali era 
adoração Ele cita o Sl 8:2, onde no hebraico aparece a palavra ’oz, que 
significa: esplendor, majestade, glória, louvor. Assim Jesus está 
confirmando que as crianças estavam adorando a Ele. 
2) Jo 5:23. Jesus afirma explicitamente que a mesma honra, reverência que 
é dada ao Pai, deve ser dada a Ele também. Assim Ele se iguala ao Pai 
se fazendo um Deus com Ele. 
3) Jo 16:14. Cristo aqui diz que a missão do Espírito Santo na terra é levar 
as pessoas a glorificá-Lo. Em grego é usada a palavra doxa, que 
significa: glória, honra, aplausos (Jo 4:24; Rm 1:9; Fp 3:3, onde a mesma 
palavra significa adoração). 
4) Jo 20:28. Tomé, explicitamente adora a Jesus chamando-o de “Deus 
meu”. Mais claro impossível. E o interessante é que Jesus não recrimina 
Tomé, como se ele estivesse errado, mas aceita as suas palavras. 
5) Fp 2:5-11. Nesta passagem a Bíblia explica o processo da encarnação 
de Jesus, Sua condição como ser humano na terra enquanto cumpria a 
obra da redenção, e Sua exaltação após a morte e ressurreição para ser 
adorado por todos (11). 
6) Hb 1:1-14. Este texto é claro em afirmar a adoração de Jesus e todas as 
criaturas são conclamadas a adorar a Jesus. 
7) Ap 5:11-14; 22:8-9. Não têm no NT passagens mais claras que estas 
que mostram o cordeiro que é Cristo (Jo 1:29; 1Pe 1:18-20) sendo 
claramente adorado por todos, e em todos os lugares. 
8) Jesus Cristo é apresentado na Bíblia como um com o Pai e o Espírito 
Santo. F. F. Bruce diz que já em 112 d.C., Plínio Segundo, governador 
da Bitínia, escreveu ao imperador Trajano falando sobre os cristãos, e 
afirmava que eles tinham o costume de se reunir e cantar hinos à Cristocomo a um Deus. 
 
Não podemos esquecer que tudo isso é um tremendo mistério (1Tm 6:16), 
todos que tentaram explicar racionalmente a Triunidade de Deus cometeram erros. 
Deixemos, pois como está, nos conformando com o que a Palavra de Deus revela, e 
ela revela que Deus é Pai, Filho e Espírito Santo. 
O ESPÍRITO SANTO 
Em toda discussão sobre Deus não se pode deixar de fora o tema do Espírito 
Santo. Espírito é a tradução da palavra hebraica ruach e da palavra grega pneuma. 
Estes termos derivam de raízes cujo significado é respirar. Por isso as palavras 
Teologia Própria 
15 
 
também podem ser traduzidas por vento (Ez 37:5-6; Jo 3:8). Vamos então procurar 
nas Escrituras a revelação sobre o Espírito do Senhor, isto para desfazer alguns 
enganos de grupos tais como: Testemunhas de Jeová, Judeus Messiânicos, e grande 
parte dos Adventistas do Sétimo Dia, que se apresentam contra a personalidade do 
Espírito Santo e contra a Triunidade divina. 
Sobre quem é o Espírito Santo, R. C. Sproul escreve: 
“A Bíblia revela o Espírito Santo não como uma força abstrata, um poder ou 
uma coisa, mas como “ele”. O Espírito Santo é uma pessoa. Uma personalidade inclui 
inteligência, vontade e individualidade. Uma pessoa age por intenção. Nenhuma força 
abstrata pode tencionar fazer qualquer coisa. Boas ou más intenções são limitadas 
aos poderes dos seres pessoais.” 
As Escrituras apoiam esta declaração do Espírito Santo como uma pessoa 
divina. 
1) Em Jo 14:26; 15:26; 16:13-14, o Espírito Santo é tratado pelo pronome 
pessoal masculino “aquele” (ekeinos), isto não seria de se esperar pois 
a palavra espírito em grego (pneuma) é uma palavra neutra, e exigiría 
um pronome neutro (ekeino) para combinar. 
2) Em At 15:28, o Espírito Santo é colocado lada a lado com os apóstolos; 
em Jo 16:14 com Jesus Cristo; e em Mt 28:19; 2Co 13:13; 1Pe 1:1-2; Jd 
20,21, com o Pai e com o Filho. Isto requer a plena personalidade do 
Espírito Santo senão Ele não poderia ser tratado como uma pessoa. 
 
Nas Escrituras encontramos várias características de uma pessoa aplicadas ao 
Espírito Santo. Observe: 
1) Consolo (Jo 14:26; 15:26; 16:7); 
2) Intercessão (Rm 8:26-27); 
3) Pode-se mentir a Ele (At 5:3-4); 
4) Tristeza (Is 63:10; Ef 4:30); 
5) Poder (Rm 15:13; Lc 4:14, em grego dúnamis que significa força, poder), 
salienta-se aqui que o Espírito Santo tem poder, não é um poder; 
6) Amor (Rm 15:30); 
7) Ofende-se (Hb 10:29); 
8) Decide (At 15:28); 
9) Escolhe (At 13:2); 
10) Conhece (1Co 2:10, inteligência); 
11) Envia (Is 48:16; At 10:19-20); 
12) Conduz as pessoas à glorificação de Cristo (Jo 16:14); 
13) Concede os dons a quem quer (vontade própria, individualidade) (1Co 
12:1-11). 
 
Aqui temos no Espírito Santo todas as características essenciais de uma 
personalidade; vontade própria, inteligência e individualidade, assim não se têm base 
escriturística nenhuma para despersonalizá-Lo. 
Teologia Própria 
16 
 
Além disso, o Espírito Santo é apresentado em uma unidade intrínseca com o 
Pai e o Filho em toda a Bíblia. Veja estes exemplos: 
1) Porque o Espírito Santo habita na Igreja, ela é chamada de templo de 
Deus (1Co 3:17; 6:19; 2Co 6:16); 
2) O Espírito é criador com o Pai e com o Filho (Gn 1:1-2; Hb 1:2,10; Gn 
1:2; Jó 26:13; 33:4; Sl 104:30); 
3) O Espírito é Deus com o Pai e com o Filho (Jo 17:3; Rm 9:5; At 3-4); 
4) O Espírito é Senhor com o Pai e com o Filho (At 17:24; 2Co 3:17; Fp 
2:11); 
5) O Espírito é eterno com o Pai e com o Filho (Sl 90: 2; Is 9:6; Mq 5:2; Hb 
9:14); 
6) O Espírito é justificador com o Pai e com o Filho (Rm 3:21-24; 1Co 6:11); 
7) O Espírito é onisciente com o Pai e com o Filho (1Cr 28:9; Mt 9:3-4; Jo 
16:30,31; Ez 11:5; 1Co 2:10-11); 
8) O Espírito é onipresente com o Pai e com o Filho (Hb 4:13; Sl 139:7-8; 
Mt 18:20; 28:20). 
 
Conclui-se inevitavelmente que a Bíblia não apresenta três deuses, mas uma 
só essência divina, que se nos mostra como Pai, Filho e Espírito Santo. Importante 
notar que na revelação não se pode confundir as funções. Ao Pai pertence à vontade 
divina, a formação dos propósitos. Ao Filho a mediação e a execução do plano do Pai. 
E ao Espírito pertence à revelação, a preparação para toda a obra do Filho (Vd. Ef 
1:11; 1Tm 2:5; Jo 16:8-11). Sproul escreve sobre o caso: 
“Vemos, pois, que quando a Igreja cristã confessa sua fé em um Deus triúno, 
ela tenciona transmitir a ideia de que existe uma só essência ou ser e não três; mas 
que existem três personalidades subsistentes distintas na deidade. Os nomes Pai, 
Filho e Espírito Santo indicam distinções pessoais na deidade, mas não divisões 
essenciais em Deus.” 
DISTORÇÕES HISTÓRICAS SOBRE A DOUTRINA DA TRIUNIDADE 
Na tentativa de racionalizar este mistério que é esta doutrina surgiram algumas 
distorções, ou heresias cristológicas ao longo da história da Igreja. 
1) Sabelianismo / Modalismo / Monarquianismo. Doutrina popularizada por 
um bispo chamado Sabélio (186-250 d.C.). Ele afirmava que Jesus e o 
Espírito Santo não eram pessoas distintas, mas apenas manifestações 
de Deus temporárias e sucessivas. Seu ensino foi condenado pela Igreja 
como heresia em 261 d.C. 
Esta doutrina erra porque faz de Jesus e do Espírito Santo apenas 
manifestações de Deus, e não pessoas individuais. Assim, a Igreja teria 
sido salva por uma manifestação/ aparição apenas. O próprio Cristo 
destrói esta ideia ao afirmar sua personalidade distinta do Pai (Jo 8:16-
18). E as Escrituras apresentam os três ao mesmo tempo (Mt 3:13-17). 
Assim, deve-se considerar as distinções das pessoas, salientando-se 
que quando se usa o termo pessoa aqui, apenas se faz por não ter um 
Teologia Própria 
17 
 
termo melhor. Quando se diz que em Deus há três pessoas, não se quer 
dizer que existem três indivíduos, mas que existem distinções pessoais 
dentro da essência divina, que é uma só em gênero e número. 
2) Arianismo. Esta doutrina foi popularizada por um presbítero chamado 
Ário, de Alexandria, entre fins do terceiro e início do quarto século de 
nossa era. Ele afirmava que Jesus e o Espírito Santo eram criaturas de 
Deus. Por suas afirmações heréticas Ário foi excomungado pelo seu 
bispo por volta de 320 a.C. Que Jesus é apenas uma criatura de Deus 
também é ensinado modernamente pelas “Testemunhas de Jeová”. As 
ideias de Ário foram condenadas no Concílio de Nicéia (325 d.C.), onde 
foi aprovado o credo que afirmava que Jesus Cristo era da mesma 
substância de Deus Pai. 
Dizia o Credo de Nicéia: 
“Cremos em um só Deus, Pai, Todo-poderoso, Criador de todas as 
coisas visíveis e invisíveis. E em um só Senhor Jesus Cristo, o unigênito 
Filho de Deus, gerado pelo Pai antes de todos os séculos, Luz da Luz, 
verdadeiro Deus de verdadeiro Deus, gerado não criado, de uma só 
substância com o Pai, pelo qual todas as coisas forma feitas...” 
A controvérsia com Ário estava baseada em duas palavras que 
terminaram ficando famosas na História da Teologia: homoousios (da 
mesma natureza) e homoiousios (de natureza semelhante, mas não a 
mesma). Ário aceitava Cristo como apenas semelhante ao Pai, mas não 
de mesma natureza. Os concílios de Nicéia (325) e Constantinopla (381) 
confessaram que Cristo não apenas semelhante, mas igual ao Pai, da 
mesma natureza.1 Isto porque a Bíblia confirma a eternidade de Jesus e 
do Espírito Santo, logo sendo eternos, são iguais (Is 9:6; Jo 1:1-3; Hb 
9:14). 
3) Adocianismo. Este ensino concebia Jesus como um homem até seu 
batismo depois disso Deus o teria adotado como Filho, e lhe concedido 
poderes sobrenaturais. Jesus não era eterno, mas apenas um homem 
sublime. Foi condenado no Concílio de Constantinopla (381 d.C). 
4) Subordinacionismo. Orígenes (c.185-254 d.C.), um escritor do começo 
do cristianismo, advogava que o Filho era de alguma forma inferior ao 
Pai. Ele dizia que o lado físico de Cristo foi progressivamente absorvido 
pelo divino, de modoque ele deixou de ser homem. Seu método não foi 
muito consistentemente explicado e terminou desembocando no 
Arianismo.2 
5) A controvérsia em torno da palavra FILIOQUE. Esta controvérsia se deu 
em 1054 d.C, sobre a colocação da expressão “filioque” no Credo de 
Nicéia, isso acabou gerando uma divisão entre o cristianismo Ocidental 
(Católico Romano) e o cristianismo Oriental (Hoje em várias 
 
1 Ibid, pp. 179-180. 
2 Para uma discussão detalhada sobre a doutrina da Trindade e sua história, vd. BRAATEN, 
Carl E. e JENSON, Robert W. (eds) Dogmática Cristã, v.1. (São Leopoldo: Sinodal, 1999), pp. 103-174. 
HÀGLUND, Beng. pp. 5788. BERKHOF, L. Teologia Sistemática 3a ed. (Grand Rapids: T.E.E.L., 1976), 
pp. 96-98. 
Teologia Própria 
18 
 
ramificações como Igreja Ortodoxa Grega, Igreja Ortodoxa Russa). 
“Filioque” é uma expressão latina que significa “e do Filho”. Até então o 
Credo de Nicéia da primeira versão (325) e da segunda (381), diziam 
apenas que o Espírito Santo procedia do Pai. Mas, em um Concílio 
regional, na cidade de Toledo, Espanha, acrescentou-se a frase: “e do 
Filho” (filioque) baseada em Jo 15:26 e 16:7. Muitas lutas políticas dentro 
da Igreja complicaram a disputa entre os que aceitavam e os que não, 
esta expressão. Chegou-se assim à divisão ocorrida entre a Igreja 
Ocidental e a Igreja Oriental, em 1054 d.C. 
Sobre o tema a posição correta parece ser a dos que aceitavam a 
expressão “filioque”, pois os textos citados mostram que o Espírito Santo 
tanto procede do Pai como do Filho. 
TEXTOS DIFICEIS - E EXPLICADOS 
1) Jo 14:28. Cristo faz uma declaração que aparentemente lhe coloca numa 
posição inferior ao Pai. Mas, não é isso o que acontece. Quando Cristo 
faz uma afirmação assim, Ele está falando em sua condição humana 
assumida por Ele livremente no mistério da encarnação (Fp 2:6-11). Na 
terra, o Senhor tinha todas as limitações da encarnação, para levar ao 
cabo o seu propósito de morrer como substituto do ser humano. 
Portanto, ele tinha que ser humano, não apenas parecer com um 
humano. Após sua ressurreição, Jesus reassumiu todo seu poder (Mt 
28:18), e é Deus Todo-Poderoso (Ap 1:8). Se essa afirmação tirasse a 
divindade de Cristo e o fizesse inferior ao Pai, a afirmação de Hb 2:9 o 
colocaria em inferioridade aos anjos, e Lc 2:51, o colocaria em 
inferioridade aos seus pais. Mas, sabemos que não é assim, essas são 
afirmações feitas dentro de um contexto (o da humanidade de Jesus) 
que deve ser observado para a correta interpretação de todas as 
passagens que parecem colocar Jesus como inferior. 
2) Mt 3:11; At 2:14; Tt 3:5-6. Às vezes estes textos são citados para tentar 
despersonalizar o Espírito Santo. Mas, o que temos aqui é um a 
linguagem figurada aplicada a pessoa do Espírito. Veja os exemplos: 
a) Lc 22:3 - Satanás é uma pessoa espiritual, mas entrou em Judas 
e encheu o coração de Ananias (At 5:3). Cristo é uma pessoa, 
mas é dito que Ele enche o universo (Ef 1:20-23). 
b) Mt 3:11 - O Espírito é uma pessoa e os crentes podem ser 
batizados nele não existe problema com isso, pois Moisés era 
uma pessoa e Paulo diz que os judeus no deserto foram batizados 
nele (1Co 10:2). Como também a Bíblia fala que os salvos foram 
batizados em Cristo (Rm 6:3; Gl 3:27). Mais uma vez o que se 
usa aqui é linguagem figurada. 
c) Tt 3: 5-6 - O fato de o Espírito ser derramado não tira sua 
personalidade, pois Paulo era uma pessoa e diz que “estava 
sendo derramado” (Fp 2:17; 2Tm 4:6).

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