Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS - UNISINOS UNIDADE ACADÊMICA DE GRADUAÇÃO CURSO DE NUTRIÇÃO JENNIFER IANCA REIS DOS SANTOS QUESTIONÁRIO: Genômica Nutricional São Leopoldo 2020 1) Como são definidas nutrição genômica, nutrigenética, nutrigenômica e epigenômica nutricional? Genômica Nutricional estuda a forma como os nutrientes e os genes interagem e como se expressam para revelar resultados fenótipos, ou mesmo no resultado de diversas doenças. Os estudos da Genômica Nutricional é amplo e abrangem as áreas de Nutrigenética, Nutrigenômica e Epigenômica Nutricional. A Nutrigenômica estuda a forma como alimentos e genomas se relacionam e afetam a expressão dos genes. Um exemplo é a restrição energética e modificação alimentar em indivíduos que tenham sobrepeso ou obesidade, que destacam como os nutrientes afetam a expressão dos genes, quando esses indivíduos mudam seus hábitos alimentares, os genes que estão envolvidos com o metabolismo e com fator de crescimento similar à insulina revelam a down regulation (redução de expressão). O principal objetivo da Nutrigenômica é, portanto, estabelecer uma nutrição personalizada baseada no genótipo visando promover a saúde e reduzir o risco de doenças crônicas não transmissíveis. A Nutrigenética estuda o efeito da variação genética que existe entre os indivíduos (por culpa dessa variedade tem influência na saúde e em diversos riscos de doenças, tendo em vista o hábito alimentar de cada indivíduo) em resposta à dieta. Um exemplo é o caso da fenilcetonúria, que apresenta uma deficiência genética da enzima fenilalanina- hidroxilase que é responsável por debilidade mental e convulsões, apesar disso havendo uma dieta pobre em fenilalanina pode apresentar uma diminuição dos efeitos cerebrais dessa doença, já doenças mais crônicas como hipertensão e diabetes se desenvolvem através de hábitos externos como, atividade física, cuidado com a saúde e uma boa alimentação, que podem ou não aumentar a evolução dessas doenças. Outro exemplo é o caso do gene FTO (Fat Mass and Obesity Associated); estudos apontam que ele pode ser influenciado por fatores ambientais, como a redução de ingestão energética e a prática de exercícios físicos. A Epigenômica é o estudo das alterações genéticas na célula, mas sem qualquer modificação do DNA: fatores relacionados à alimentação são capazes de atuar através de mecanismos epigenéticos ao longo de toda vida, por gerações. Alguns processos de que influenciam a alimentação ao longo da vida e vai passando pelas gerações podem conduzir-se por meio de mecanismos epigenômicos, como por exemplo os indivíduos que passaram pela privação intrauterina durante o Inverno Holandês da Fome, nos anos de 1944 e 1945, e que depois de anos quando já tinham atingido a vida adulta mostraram ter mais incidência de doenças crônicas, tais como esquizofrenia, diabetes mellitus tipo 2, hipercolesterolemia e alguns tipos de câncer. 2) A utilização dos testes de nutrigenética está pronto para fazer parte da rotina, da prática do profissional nutricionista? Embora a Genômica Nutricional esteja em ascensão, e do vislumbre e esperança de um futuro promissor com a utilização da ciência da nutrigenética para detecção de doenças, o nutricionista não possui conhecimento teórico e prático para tal competência. Caso http://abran.org.br/ http://abran.org.br/ faça, pode afetar a interpretação correta dos resultados ou utilizar essa ferramenta da forma inadequada, fazendo com que os resultados n]ao sejam de fato, satisfatórios. Além disso, os testes de nutrigenética não são acessíveis a todos pacientes, seja pelo alto valor (R$1800 – R$3000) ou confiabilidade. 3) Quais são as ferramentas relevantes para as intervenções dietoterápicas personalizadas disponíveis no momento? As ferramentas relevantes para as intervenções dietoterápicas disponíveis no momento são: o histórico familiar, os parâmetros bioquímicos, a presença de fatores de risco, avaliação antropométrica, física, a dieta do paciente e tabelas de recomendações de ingestão de nutrientes. Como referência de tabela, hoje é usado por muitos profissionais da nutrição, a DRIs que estabelece as necessidades energéticas de acordo com o sexo, idade e fase da vida das pessoas. Porém, dentro desses grupos ainda têm-se diferentes necessidades entre os indivíduos já que todos somos diferentes devido ao nosso DNA. No entanto, quando se fala em dietoterapia personalizada há a necessidade de conhecer o código genético do indivíduo para saber do potencial suscetível à doença ou para manutenção da saúde deste, sendo que para tal devemos ter as ferramentas (testes genéticos e profissionais) validadas e de qualidade, o que hoje ainda não temos. Muito se descobriu sobre genética nos últimos tempos, porém, no campo da Nutrição Genômica ainda há muito a ser revelado. A nutrigenômica representa uma abordagem da interação entre dieta e genes, buscando desvendar a complexa relação entre os nutrientes, os polimorfismos genéticos, e o sistema biológico, como um todo, para melhorar a saúde mediante a da personalização da dieta. Algumas das intervenções entre o genoma e a alimentação disponíveis no momento, abrange três principais áreas de pesquisa que são: a nutrigenômica, que se propõe a estudar a modulação da expressão gênica por nutrientes e compostos bioativos presentes nos alimentos; a nutrigenética que busca identificar quais variações genéticas geram respostas metabólicas distintas a um determinado padrão alimentar em uma determinada população; e ainda a epigenômica nutricional que estuda os mecanismos epigenéticos pelos quais a expressão gênica é regulada, sendo que estes mecanismos não acarretam em alterações na sequência dos nucleotídeos do DNA. Modelos estão sendo elaborados para futura aplicação na Nutrição Genômica. Há a necessidade de entender as múltiplas interações genéticas em uma mesma patologia, pensar em todas as questões éticas, credibilizar os testes genéticos e capacitar os profissionais, colocando como requisito na graduação disciplinas que contemplem genética e seus campos. Comentado [BP1]: Acho que faltou mencionar a falta de padronização dos testes moleculares e a sua habilidade em definir probabilidade e risco até o momento. 4) Na maioria das DCNT, a variação genética ou polimorfismo em nucleotídio único traduz um maior risco de desenvolvimento da doença. Essa afirmação é V ou F? Justifique. Falso. Podem influenciar, porém não se traduz necessariamente num maior risco de se desenvolver em doença. Variações genéticas que predispõem os indivíduos a obesidade, inflamações, dislipidemias e ao estresse oxidativo podem interagir com fatores ambientais, como fumar, atividade física e a dieta modificando a expressão dessas condições. Sendo assim, quando um SNP (nucleotídeo único) acontece dentro de um gene ou numa região regulatória, próxima a um gene, pode ter um papel mais direto em doenças, afetando a função do gene. A aplicação da abordagem nutrigenômica no contexto das DCNT é, entretanto, mais complexa visto que sua origem é poligênica. Do ponto de vista genético, para se estimar o risco para essas diferentes doenças será necessário conhecer o impacto da combinação de milhões de polimorfismos distribuídos no genoma. Além disso, também deverão ser previstas interações dessas variações genéticas com fatores ambientais, sobretudo a alimentação. ABRAN. A Nutrigenômica, a Nutrigenética e a Epigenética como meios para alcançar o potencial da nutrição, manter a saúde e prevenir doenças. Fev/2013. Baumler MD. Nutrigenetics — Building a Platform for Dietitians to Offer Personalized Nutrition. September 2012. Today’s Dietitian. Vol. 14 No. 9 P. 48 Mutch DM. Nutrigenomics and nutrigenetics: the emerging faces of nutrition. The FASEB Journal, vol. 19 no. 12 1602-1616. October 2005.
Compartilhar