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SISTEMAS ESTRUTURAIS II PROF. ME. RENAN GUSTAVO JUNQUEIRA Reitor: Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira Pró-Reitoria Acadêmica: Maria Albertina Ferreira do Nascimento Diretoria EAD: Prof.a Dra. Gisele Caroline Novakowski PRODUÇÃO DE MATERIAIS Diagramação: Alan Michel Bariani Thiago Bruno Peraro Revisão Textual: Fernando Sachetti Bomfim Marta Yumi Ando Simone Barbosa Produção Audiovisual: Adriano Vieira Marques Márcio Alexandre Júnior Lara Osmar da Conceição Calisto Gestão de Produção: Cristiane Alves © Direitos reservados à UNINGÁ - Reprodução Proibida. - Rodovia PR 317 (Av. Morangueira), n° 6114 Prezado (a) Acadêmico (a), bem-vindo (a) à UNINGÁ – Centro Universitário Ingá. Primeiramente, deixo uma frase de Só- crates para reflexão: “a vida sem desafios não vale a pena ser vivida.” Cada um de nós tem uma grande res- ponsabilidade sobre as escolhas que fazemos, e essas nos guiarão por toda a vida acadêmica e profissional, refletindo diretamente em nossa vida pessoal e em nossas relações com a socie- dade. Hoje em dia, essa sociedade é exigente e busca por tecnologia, informação e conheci- mento advindos de profissionais que possuam novas habilidades para liderança e sobrevivên- cia no mercado de trabalho. De fato, a tecnologia e a comunicação têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, diminuindo distâncias, rompendo fronteiras e nos proporcionando momentos inesquecíveis. Assim, a UNINGÁ se dispõe, através do Ensino a Distância, a proporcionar um ensino de quali- dade, capaz de formar cidadãos integrantes de uma sociedade justa, preparados para o mer- cado de trabalho, como planejadores e líderes atuantes. Que esta nova caminhada lhes traga muita experiência, conhecimento e sucesso. Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira REITOR 33WWW.UNINGA.BR UNIDADE 01 SUMÁRIO DA UNIDADE INTRODUÇÃO .............................................................................................................................................................5 1. CONCEITO DE TENSÃO .........................................................................................................................................6 1.1 TENSÃO NORMAL ................................................................................................................................................6 1.2 TENSÃO DE CISALHAMENTO .............................................................................................................................7 2. CONCEITO DE DEFORMAÇÃO ..............................................................................................................................8 2.1 DEFORMAÇÃO POR CARREGAMENTO AXIAL ..................................................................................................8 2.2 DEFORMAÇÃO POR CISALHAMENTO...............................................................................................................9 3. PROPRIEDADES MECÂNICAS DOS MATERIAIS ............................................................................................... 10 3.1 TENSÃO E DEFORMAÇÃO – CARREGAMENTO AXIAL .................................................................................... 10 3.2 DUCTILIDADE ..................................................................................................................................................... 11 3.3 FRAGILIDADE ...................................................................................................................................................... 11 CONCEITOS DE RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS PROF. ME. RENAN GUSTAVO JUNQUEIRA ENSINO A DISTÂNCIA DISCIPLINA: SISTEMAS ESTRUTURAIS II 4WWW.UNINGA.BR 3.4 LEI DE HOOKE .................................................................................................................................................... 12 4. TORÇÃO ................................................................................................................................................................. 13 5. FLEXÃO .................................................................................................................................................................. 16 6. CISALHAMENTO .................................................................................................................................................. 18 7. FLAMBAGEM .........................................................................................................................................................20 7.1 CARGA CRÍTICA DE FLAMBAGEM .....................................................................................................................20 7.2 ÍNDICE DE ESBELTEZ .........................................................................................................................................22 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................................................................23 5WWW.UNINGA.BR SI ST EM AS E ST RU TU RA IS II | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA INTRODUÇÃO O conhecimento de alguns conceitos da resistência dos materiais tem fundamental importância no entendimento das diferenças de projeto que ocorrem nos diversos tipos de materiais utilizados na construção civil. Para cada tipo de material, existe uma norma que rege os princípios de dimensionamento, bem como as veri� cações que devem ser cumpridas para que a estrutura seja funcional e segura. Para cada tipo de esforço, existe um modelo de cálculo de resistência, que possui suas limitações e simpli� cações, sempre de modo a permitir um cálculo relativamente simples, com uma margem de segurança adequada. Quando tratamos de esforços internos, não necessariamente tratam-se das cargas que atuam em uma estrutura, mas do que ela absorve internamente. No cálculo estrutural, são de interesse os esforços de � exão, axiais, cisalhantes (corte) e esforços de torção. Para cada tipo de esforço citado, surgem conceitos intrínsecos de cada natureza, fazendo-se objeto de estudo desta unidade. Os esforços internos devem ser extraídos por meio da construção dos diagramas para cada tipo de esforço, processo já aprendido na disciplina de Sistemas Estruturais I. Sabendo-se que, em uma mesma barra, podem existir diversos esforços e com diferentes valores para cada posição, o intuito do cálculo de esforços em estruturas é determinar quais os valores de interesse em uma região especí� ca. Em geral, as estruturas podem ser representadas por barras, tendo, cada uma, um diagrama de momento � etor, torçor, cortante e normal. Cada diagrama, representando efeitos isolados, apresenta diversos valores, diferentes em cada posição da barra. O intuito do cálculo estrutural, em geral, é determinar o máximo esforço da barra de modo que ela seja dimensionada para tal. 6WWW.UNINGA.BR SI ST EM AS E ST RU TU RA IS II | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 1. CONCEITO DE TENSÃO 1.1 Tensão Normal Um conceito bastante importante no estudo de sistemas estruturais é a tensão. Vale salientar aqui que força e tensão são dois conceitos diferentes. A Figura 1 mostra um sistema de barras em que uma força de 30 kN é aplicada no ponto B, fazendo com que cada barra esteja submetida a um esforço axial diferente, que é função da geometria do problema e da força aplicada. Figura 1 – Sistema de barras submetidas a forças axiais. Fonte: Beer e Johnston Junior (2007). Para saber se as barras suportam cada qual o seu valor de esforço, isto é, se a barra BC suporta a força FBC e a barra AB, a força FAB, não basta que se saiba apenas a força. A resistência da peça, nesse caso, depende também da área da seção transversal e do material com o qual ela é constituída. A Figura 2 apresenta a barra BC seccionada, em que a força FBC pode ser entendida como sendo a força resultante de uma série de forças elementares, distribuídas ao longo da área da seção. Figura 2- Distribuição de tensão na seção transversal da barra BC. Fonte: Beer e Johnston Junior (2007). A força distribuída por unidade de área ou intensidade das forças distribuídas numa certa seção transversal, segundo Beer e Johnston Junior (2007), é chamada de tensão atuante. Dessa forma, a tensão σ em uma barra de área A, submetida a uma força axial P, pode ser descrita como: Equação 1 7WWW.UNINGA.BR SI ST EM AS E ST RU TU RA IS II | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA A relação σ=P/A é válida apenas em regiões distantes de aplicações de forças pontuais, surgindo aqui o princípio de Saint-Venant, em que se introduz o conceito de concentração de tensão. Figura 3 - Princípio de Saint-Venant. Fonte: Beer e Johnston Junior (2007). O dimensionamento em peças submetidas apenas ao esforço axial é feito considerando apenas as regiões em que é válida a relação σ=P/A. Em estruturas metálicas, por exemplo, peças tracionadas são dimensionadas nessa ideia, no entanto, em regiões de ligação, existem descontinuidades (furos) no material, que também apresenta concentrações de tensão, gerando a necessidade de outros critérios de dimensionamento. 1.2 Tensão de Cisalhamento De acordo com Hibbeler (2010, p. 20), a tensão de cisalhamento é de� nida como “[...] a tensão que age no plano da área secionada”. A Figura 4 ilustra um bloco apoiado em outros dois blocos, que está submetido a uma força F. Se F for su� cientemente grande, a tendência é que o bloco seja “cortado”, ou cisalhado, nas posições em que encontra apoio (AB e CD). Nesses pontos de apoio, surgem esforços internos cisalhantes, representados pela letra V, que, no caso do exemplo, escreve-se . Figura 4 – Bloco submetido à t ensão de cisalhamento média. Fonte: Hibbeler (2010). 8WWW.UNINGA.BR SI ST EM AS E ST RU TU RA IS II | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA A tensão cisalhante média (τmed) atuante na face cisalhada pode ser escrita, de acordo com Hibbeler (2010), como: Equação 2 em que A é a área da seção em que está atuando o esforço cortante V. Apesar de existir a formulação de tensão média, veremos à frente que a tensão de cisalhamento não é constante ao longo da seção: ela depende do cálculo do momento estático de 1ª ordem da seção. Observe a seguinte situação em que duas chapas estejam ligadas por meio de um conector de diâmetro d (um parafuso, por exemplo), conforme mostrado na Figura 5. Figura 5 – Chapas tracionadas ligadas por meio de conector. Fonte: Hibbeler (2010). Perceba que, para o dimensionamento do conector, apesar de a força F agir como esforço axial nas chapas, ela tende a cisalhar o conector com uma tensão média , em que A, nesse caso, é a seção transversal do parafuso, ou seja, . 2. CONCEITO DE DEFORMAÇÃO 2.1 Defo rmação por Carregamento Axial Sabe-se que qualquer material, quando submetido a qualquer solicitação, apresenta um alongamento, encurtamento ou uma distorção, dependendo da direção e do sentido do esforço atuante. Tomando como exemplo uma barra de comprimento L, submetida a um carregamento axial P, ela alonga um certo valor δ, conforme é mostrado na Figura 6. 9WWW.UNINGA.BR SI ST EM AS E ST RU TU RA IS II | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Figura 6 – Deformação axial. Fonte: Beer e Johnston Junior (2007). De acordo com Beer e Johnston Junior (2007), a deformação especí� ca ε é adimensional, sendo de� nida como: Equação 3 No entanto, não são apenas cargas axiais que geram deformações. Diferenças de temperatura também geram um estiramento ou um encurtamento, a depender se a variação é positiva ou negativa, respectivamente. A variação térmica é um efeito bastante importante em determinadas situações. Uma dessas situações são estruturas muito grandes, como vigas muito compridas ou paredes com áreas muito amplas. Dependendo da situação, caso os efeitos de dilatação térmica (deformação pela temperatura) não sejam considerados, a estrutura pode apresentar diversas patologias. Um exemplo dessas patologias são � ssuras em estruturas de concreto. 2.2 Deformação por Cisalhamento A deformação por cisalhamento, de acordo com Hibbeler (2010, p. 48), é “[...] a mudança que ocorre no ângulo entre dois segmentos de reta que originalmente eram perpendiculares um ao outro”. A Figura 7(a) apresenta um elemento submetido a tensões de cisalhamento. Observe que a tensão cisalhante é constituída por dois binários, um em cada face do elemento. Os vetores que estão na direção de y tendem a rotacionar o elemento no sentido anti-horário, enquanto que os que estão na direção x contrapõem esse giro, tendendo a rotacionar o mesmo elemento no sentido horário. Tal peculiaridade é necessária para que se garanta a estaticidade do elemento submetido ao cisalhamento, restringindo os movimentos de translação ( ) e de rotação ( ). 10WWW.UNINGA.BR SI ST EM AS E ST RU TU RA IS II | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (a) (b) Figura 7 - Deformação por cisalhamento. Fonte: Beer e Johnston Junior (2007). Dessa forma o elemento tende a se distorcer no formato de um losango, como mostra a Figura 7(b), apresentando as distorções do elemento com a letra γ, dada em radianos. 3. PROPRIEDADES MECÂNICAS DOS MATERIAIS 3.1 Tensão e Deformação – Carregamento Axial Como visto anteriormente, qualquer material, quando submetido a uma solicitação, está sujeito a um deslocamento associado. No entanto, ao analisarmos simplesmente a força aplicada e o deslocamento, percebemos que apresentarão valores diferentes ao se alterarem as dimensões da peça. Em um ensaio de tração de uma barra de aço, por exemplo, a barra possui um comprimento inicial L e, ao ser submetida a uma carga P, passa a ter um novo comprimento L+δ. Observe que, se utilizarmos uma barra com área maior, para a mesma carga P aplicada, perceberemos que o deslocamento δ associado a essa carga será menor. Para que seja possível avaliar um ensaio de modo a se caracterizar o material, não dependendo das dimensões do corpo de prova, surge a ideia de se trabalhar com o diagrama tensão- deformação. Assim, na análise, substitui-se a força P pela tensão e o alongamento δ pela deformação . Dessa forma, eliminam-se as propriedades geométricas da seção (área A) e o comprimento L da peça, possibilitando a caracterização intrínseca de qualquer material. A Figura 8 mostra um exemplo de diagrama tensão-deformação relacionado ao aço. Perceba que existe certo trecho do diagrama, denominado escoamento, em que a curva se horizontaliza. Trata-se de um fenômeno em que o material não absorve qualquer carregamento e se deforma, apresentando uma estricção na seção da peça pouco antes de romper. O trecho linear inicial (onde a tensão não atinge σe) consiste em uma fase em que o material apresenta comportamento elástico linear, que obedece à Lei de Hooke, explicada à frente. 11WWW.UNINGA.BR SI ST EM AS E ST RU TU RA IS II | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (a) (b) Figura 8 – (a) Exemplo de digrama tensão-deformação; (b) barra de aço com escoamento da seção e, posteriormen- te, ruptura. Fonte: Beer e Johnston Junior (2007). 3.2 Ductilidade De acordo com Hibbeler (2010, p. 60), material dúctil é “[...] qualquer material que possa ser submetido a grandes deformações antes de sofrer ruptura”. Um exemplo é o aço utilizado na construção civil, pois ele apresenta o escoamento antes que atinja a ruptura, conforme já dito anteriormente. A ductilidade é uma propriedade bastante interessante, pois consiste em um “aviso” antes que a estrutura se rompa, dando margem para que indivíduos evacuem uma edi� cação em uma eventual ruína, por exemplo. 3.3 Fragilidade Ainda para Hibbeler (2010, p. 61), materiais frágeis são “[...] materiais que exibem pouco ou nenhum escoamento antes da falha”. Um exemplo bastante corrente na construção é o concreto. A Figura 9 mostra um diagrama com valores típicos do concreto. O primeiro quadrante representa o comportamento na tração (tensões e deformaçõespositivas), enquanto no quarto quadrante tem-se o comportamento na compressão (tensões e deformações negativas). Figura 9 – Diagrama tensão-deformação típico do concreto. Fonte: Hibbeler (2010). 12WWW.UNINGA.BR SI ST EM AS E ST RU TU RA IS II | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Perceba como a tensão de compressão atinge a tensão máxima com uma deformação bastante inferior quando comparada ao comportamento do aço na Figura 8. 3.4 Lei de Hooke Perceba, pelas Figuras 8 e 9, que, no início do diagrama, fase inicial de carregamento, o comportamento do grá� co é linear. A tensão é proporcional à deformação, ou seja, se uma barra sofre uma deformação “x” para a tensão “y”, quando a peça estiver submetida a uma tensão “2y”, a deformação será “2x”. Assim surge o conceito de módulo de elasticidade (E), que nada mais é do que o coe� ciente de proporcionalidade entre a tensão e a deformação. A Lei de Hooke assume a seguinte forma matemática: Equação 4 Devido ao fato de a deformação ε ser adimensional, a unidade do módulo de elasticidade assume a mesma unidade da tensão σ, isto é, Pascal e seus múltiplos no Sistema Internacional, ou ksi e psi no Sistema Inglês de unidades. A Equação 4 representa a Lei de Hooke para cargas e deformações axiais. Para o cisalhamento, o que ocorre é algo parecido com essa equação, entretanto, substituindo-se os parâmetros σ, E e ε, que são grandezas longitudinais, pelos correspondentes parâmetros referentes ao cisalhamento, respectivamente τ, G e γ. A Lei de Hooke para o cisalhamento assume a seguinte forma: Como você pôde ver na Figura 9, o concreto possui resistência à tração muito baixa quando comparada à compressão. Em contrapartida, o aço possui resistência muito maior que o concreto. O aço CA-50, por exemplo, possui 500 MPa de resistência característica. Assim, como forma de utilizar o concreto na construção civil, ele é associado ao aço de modo a ser disposto nas regiões tracionadas em vigas, por exemplo. Um bom complemento com respeito aos conceitos de tensão e deformação pode ser visto no vídeo Ensaios de Materiais – Ensaio de tração – cálculo da tensão, disponível em <https://www.youtube. com/watch?v=VTNwWTK98sw>. No vídeo, é apresentada, de forma bastante didática e ilustrativa, a importância do cálculo de tensão e deformação dos materiais. Além disso, apresentam-se os conceitos de deformação elástica e deformação plástica. 13WWW.UNINGA.BR SI ST EM AS E ST RU TU RA IS II | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Equação 5 Sendo: τ: tensão de cisalhamento G: módulo de elasticidade transversal γ: deformação por cisalhamento ou distorção. 4. TORÇÃO Aqui, serão estudadas peças submetidas ao efeito de torção, abordando os conceitos de tensão e deformação relativos a esse tipo de esforço. Observe a barra de seção circular mostrada na Figura 10. Figura 10 - Peça submetida à torção. Fonte: Beer e Johnston Junior (2007). Imagine que essa barra seja composta por várias � bras rotuladas nas extremidades (Figura 11). O efeito ocasionado pela torção é, na realidade, um cisalhamento em que, ao se avaliar um eleme nto in� nitesimal desta peça, observa-se o conjugado de vetores de cisalhamento de modo a manter o equilíbrio do elemento. Figura 11 – Efeito nas � bras da barra, ocasionado pela torção. Fonte: Beer e Johnston Junior (2007). Vale salientar que toda essa discussão com relação à torção é feita com base em eixos de seção circular, pois uma propriedade bastante interessante dessa seção é que a barra mantém as seções planas após aplicação da torção, diferentemente de uma barra com seção quadrada, por exemplo. Veja a Figura 12. 14WWW.UNINGA.BR SI ST EM AS E ST RU TU RA IS II | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (a) (b) Figura 12 - Comportamento das seções adjacentes: (a) seção circular e (b) seção quadrada. Fonte: Beer e Johnston Junior (2007). Para analisar a distorção gerada pela torção, considere a Figura 13, que representa a distorção γ ocasionada pela rotação ϕ, do ponto A para a posição A’. O raio ρ indica a posição, na seção, onde se analisa a distorção, isto é, a distorção será máxima quando ρ for máximo (na superfície externa da barra). Figura 13 - Distorção devido à torção. Fonte: Beer e Johnston Junior (2007). Assim, é possível descrever a distorção por meio da seguinte relação: Equação 6 Considerando que a barra tenha raio “c”, a distorção máxima é obtida, fazendo : Equação 7 15WWW.UNINGA.BR SI ST EM AS E ST RU TU RA IS II | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Após aplicação da Lei de Hooke para o cisalhamento ( ), podemos chegar à seguinte expressão da tensão de cisalhamento por torção, segundo Beer (2007): Equação 8 em que: τ: tensão de cisalhamento pela torção. T: esforço interno de torção da peça. J: momento de inércia polar. Perceba que a relação é linear com o raio. Ou seja, quanto menor o raio, menor a tensão, e vice-versa. É importante salientar isso, pois, em uma seção vazada, por exemplo, a tensão mínima apresentará um valor τmin, aplicando ρ = c1 na Equação 8. Da mesma forma, a tensão máxima será obtida na borda externa, onde ρ = c2. Observe a Figura 14. (a) (b) Figura 14 - Diagrama de tensão cisalhante devido à torção em seção circular (a) maciça e (b) vazada. Fonte: Beer e Johnston Junior (2007). O momento de inércia polar J é de� nido genericamente pela integral: Equação 9 O momento de inércia polar para uma seção circular, com raio “c”, é . No caso de uma seção vazada com raio interno c1 e raio externo c2, o momento de inércia polar pode ser dado por: Equação 10 16WWW.UNINGA.BR SI ST EM AS E ST RU TU RA IS II | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 5. FLEXÃO Agora, abordaremos como calcular as tensões devido à � exão. Vale salientar que, diferentemente da tensão cisalhante por torção vista no item 4, a � exão gera tensões normais na seção da peça, podendo ser tanto de tração como de compressão na mesma seção. O estudo da � exão, assim como o cisalhamento (que será visto posteriormente), é de extrema importância para projetos e veri� cações em vigas uma vez que são os esforços predominantes para tal elemento. A Figura 15 apresenta uma viga � etida em sua con� guração deformada. Perceba que, para o momento aplicado da � gura, as regiões mais inferiores da viga são tracionadas ao passo que as mais superiores são comprimidas. Figura 15 - Viga � etida em sua con� guração deformada. Fonte: Beer e Johnston Junior (2007). Uma premissa bastante importante e que é adotada para a determinação das tensões normais ao longo da seção é que as seções permanecem planas após a aplicação de carregamento. A Figura 16 mostra os efeitos (a) de deformação e (b) de tensão devido ao momento aplicado. Perceba que, devido ao fato de termos considerado que as seções permanecem planas após o carregamento, o diagrama de deformações é linear. Além disso, note que, como o momento, por natureza, gera tração e compressão na mesma seção, algumas regiões serão tracionadas, e outras, comprimidas, tendo uma variação linear. Consequentemente, existe certo p onto da seção em que a tensão é zero, dando-se a essa posição o nome de linha neutra (eixo x da Figura 16). Para complementar os conhecimentos sobre esse assunto, refaça os exemplos 5.1 e 5.2 de Hibbeler (2010) – referência completa ao fi nal desta apostila. 17WWW.UNINGA.BR SI ST EM AS E ST RU TU RA IS II | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (a) (b) Figura 16 - (a) Deformações em seção de viga; (b) tensões em seção de viga. Fonte: Hibbeler (2010). A expressão que relaciona a tensão normal σ com o momento � etor aplicado é dada conforme a Equação 11. Equação 11 Na equação, σ é a tensão normal devido ao momento � etor M na posição y da seção, e I é o momento de inércia em torno da linha neutra. Vale salientar que o momento de inércia é sempre um valor positivo. Genericamente, o momento de inércia é de� nido como: Equação 12 Para seçõesretangulares de base “b” e altura “h”, o momento de inércia em torno da linha neutra é . Já para seções circulares, . Para complementar os conhecimentos sobre esse assunto, refaça o exemplo 6.14 de Hibbeler (2010). O sinal negativo da Equação 11 se explica pela convenção de sinais das grandezas envolvidas. Considerando que o momento M seja positivo quando traciona as fi bras inferiores e comprime as superiores e que o valor de y seja positivo quando estiver em uma posição acima da linha neutra, a multiplicação desses valores irá gerar um valor de tensão positivo. No entanto, para essa convenção de sinais positivos, a tensão correspondente à posição de y positivo é de compressão. Dessa forma, explica-se a necessidade da correção da Equação 11 com o sinal negativo associado. 18WWW.UNINGA.BR SI ST EM AS E ST RU TU RA IS II | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 6. CISALHAMENTO Assim como realizado até aqui com os esforços de � exão e cargas axiais, este tópico trata do cálculo de tensão por cisalhamento em uma viga com seção transversal prismática de material homogêneo, que se comporta de maneira linear. De acordo com Hibbeler (2010, p. 262), o cisalhamento “[...] é resultado de uma distribuição de tensão de cisalhamento transversal que age na seção transversal da viga”. Uma propriedade do cisalhamento, como mostrado anteriormente na Figura 7, é a complementaridade das tensões (lembre-se de que, no cisalhamento, surgem aqueles binários que restringem translação e giro, fazendo com que o elemento seja distorcido na forma de um losango). Essa propriedade faz com que as tensões que atuam no plano transversal também atuem no plano horizontal. Tal comportamento pode ser explicado � sicamente por meio da Figura 17, em que são apresentadas duas vigas formadas por tábuas, com a diferença de que, na primeira, as tábuas estão soltas e, na segunda, unidas. (a) (b) Figura 17 - (a) Tábuas soltas; (b) Tábuas unidas. Fonte: Hibbeler (2010). Se, na Figura 17(a), as tábuas forem lisas e estiverem soltas, a ação da força P fará com que as tábuas deslizem umas sobre as outras. Já, na Figura 17(b), a ação da força P produzirá a mesma tendência de deslizamento entre as tábuas, no entanto, como elas estão unidas, a viga agirá como uma única unidade, fazendo com que surjam tensões que tenderão a distorcer a seção transversal, como mostrado em 7(b). A Figura 18(a) mostra uma viga submetida a um dado carregamento. Em 18(b), evidencia- se o elemento de viga de largura dx, com uma seção longitudinal traçada a uma altura y’ da linha neutra. A porção de área da seção acima dessa posição y’ é chamada de A’, cujo centro de gravidade dista da linha neutra. (a) (b) Figura 18 – Elemento de viga evidenciado. Fonte: Hibbeler (2010). 19WWW.UNINGA.BR SI ST EM AS E ST RU TU RA IS II | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA É possível deduzir uma expressão para se determinar o valor da tensão de cisalhamento na seção para a posição y’. De acordo com Hibbeler (2010), essa tensão é dada por: Equação 13 em que: V: esforço cortante na seção. I: momento de inércia da seção, calculado em torno do eixo neutro. t: largura da seção transversal na posição onde se deseja calcular a tensão. Q: momento estático de 1ª ordem, dado por: Equação 14 Para uma seção retangular de largura b e altura h, o momento estático para uma altura arbitrária y em relação ao eixo neutro é: Equação 15 Substituindo-se esse valor na Equação 13, teremos o seguinte: Equação 16 Perceba que a distribuição de tensão de cisalhamento é parabólica, variando de zero, nas bordas superior e inferior ( ), até seu valor máximo na posição da linha neutra ( ). Portanto, a tensão cisalhante máxima é obtida substituindo-se o valor de y por zero na Equação 16, obtendo-se: Equação 17 A Figura 19 mostra, de forma grá� ca, a distribuição de tensões cisalhantes em uma seção retangular. Para complementar os conhecimentos sobre esse assunto, refaça o exemplo 7.2 de Hibbeler (2010). 20WWW.UNINGA.BR SI ST EM AS E ST RU TU RA IS II | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Figura 19 – Distribuição de tensão cisalhante em uma seção retangular. Fonte: Hibbeler (20 10). 7. FLAMBAGEM 7.1 Carga Crítica de Flambagem O fenômeno de � ambagem nada mais é do que a ruptura por instabilidade de uma barra quando submetida a um esforço de compressão. Admitindo que a coluna mostrada na Figura 20 seja ideal, com a força aplicada perfeitamente centrada, conforme a força P aumenta, a coluna vai sofrendo encurtamento axial (sem qualquer movimentação lateral). Para esse tipo de coluna (ideal), quando a força P atingir um valor limite chamado Pcr (carga crítica), a � ambagem ocorrerá instantaneamente de modo que, mesmo que o material não tenha atingido sua tensão limite, caracteriza-se sua ruína. (a) (b) Figura 20 – Flambagem de coluna: (a) coluna indeformada; (b) coluna � ambada. Fonte: Beer e Johnston Junior (2007). 21WWW.UNINGA.BR SI ST EM AS E ST RU TU RA IS II | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA De acordo com Beer e Johnston Junior (2007), essa carga crítica é conhecida como Fórmula de Euler, em homenagem ao matemático Leonhard Euler (1707-1783), e assume a seguinte forma: Equação 18 em que: E: o módulo de elasticidade do material. I: momento de inércia da seção. Lf: comprimento de � ambagem da barra. Vale salientar que o momento de inércia é sempre calculado em torno de certo eixo. Por exemplo, se a barra tiver uma seção retangular, devemos avaliar os dois eixos, isto é, em torno de um deles, o momento de inércia será máximo e, em torno do outro, mínimo. A carga crítica em uma barra sempre será calculada em torno de mais de um eixo, obtendo-se, ao longo do cálculo, uma carga crítica em torno de x e outra em torno de y: Pcr,x e Pcr,y. Ao � nal, a carga crítica de um elemento será o menor valor dentre todos os demais calculados. A Figura 21 ilustra uma coluna que possui o mesmo comprimento de � ambagem em ambas as direções, no entanto, como é um per� l retangular, o momento de inércia em torno do eixo a-a é menor em relação ao do eixo b-b. Nesse caso, a coluna apresenta � ambagem com curvatura em torno do eixo a-a. Figura 21 – Coluna � ambada. Fonte: Hibbeler (2010). Outro parâmetro a ser discutido é o comprimento de � ambagem Lf. Dependendo dos tipos de vinculações nas extremidades da barra, o comprimento de � ambagem será diferente. No caso da fórmula de Euler, ela foi inicialmente deduzida para uma barra com as duas extremidades articuladas, em que o comprimento de � ambagem é igual ao comprimento da barra. No entanto, o que muda no cálculo da carga crítica se a coluna tiver, por exemplo, as duas extremidades engastadas ou apenas uma engastada ou qualquer outra con� guração? 22WWW.UNINGA.BR SI ST EM AS E ST RU TU RA IS II | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Nesse caso, o comprimento de � ambagem, também conhecido como comprimento de � ambagem efetivo, de acordo com Beer e Johnston Junior (2007), é dado pelo comprimento da barra multiplicado por um coe� ciente K, qu e depende das vinculações nas extremidades com valores, de acordo com a Figura 22. Equação 19 F igura 22 – Coe� ciente de � ambagem por � exão de elementos isolados. Fonte: Pfeil e Pfeil (2009). 7.2 Índice de Esbeltez Um conceito bastante importante para o cálculo de � ambagem nas estruturas em geral é o índice de esbeltez. É um parâmetro que surge ao se determinar a tensão crítica em uma coluna: Equação 20-a Equação 20-b em que: r: raio de giração, dado por: A relação L/r é de� nida como índice de esbeltez e ela avalia o quão suscetível à � ambagem uma peça está, ou seja, o quão esbelta é a peça. Existe uma confusão de que uma peça esbelta é uma peça com seção “fi na”, por exemplo, uma régua. No entanto, se ela tiver um comprimento pequeno sufi ciente, ela pode sequer apresentar fl ambagem. Portanto, a esbeltez é medida não apenas pelas dimensões da seção, mas pela relaçãoentre o comprimento e essa propriedade de seção, chamada aqui de raio de giração. 23WWW.UNINGA.BR SI ST EM AS E ST RU TU RA IS II | U NI DA DE 1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA CONSIDERAÇÕES FINAIS Muitos dos conceitos vistos aqui são de fundamental importância no entendimento das estruturas de concreto armado, aço e madeira. É importante que você estude esses conteúdos também nos livros colocados como referência no plano de ensino uma vez que esta apostila é apenas um resumo. Mesmo que resumida, no entanto, esta apostila apresenta todas as considerações necessárias para o entendimento dos conteúdos posteriores. O entendimento do cálculo de tensões normais por esforços axiais e momentos � etores e de tensões de cisalhamento por esforços cortantes e momentos torçores consiste na base de todo o processo de dimensionamento e análise das estruturas. O que foi estudado nesta unidade, em grande parte, foi o cálculo de tensões para os diversos tipos de esforços em estruturas. As equações apresentadas permitem o cálculo das tensões em qualquer ponto dos elementos. Entretanto, para um projeto de estruturas, é necessário obter os valores máximos de tensões e/ou deformações de modo a se comparar com os valores de resistência dos materiais analisados. Com relação à � ambagem, é grande sua importância na consideração de elementos comprimidos, por exemplo, pilares em edi� cações. Nas próximas unidades, serão abordadas as nuances de cada material com relação também à � ambagem. Cabe ressaltar aqui a importância desse conteúdo inicial já que, se ele for mal entendido, a de� ciência nesse conhecimento será estendida para as demais unidades. O problema disso não são apenas as próximas unidades do curso, mas a vida pro� ssional do arquiteto, pois o conhecimento de estruturas, de modo geral, quando bem dominado, facilita e economiza toda a parte estrutural num orçamento de execução de obras. Para complementar os conhecimentos sobre esse assunto, refaça os exemplos 13.2 e 13.3 de Hibbeler (2010). 2424WWW.UNINGA.BR UNIDADE 02 SUMÁRIO DA UNIDADE INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................26 1. VANTAGENS E DESVANTAGENS ..........................................................................................................................27 1.1 VANTAGENS .........................................................................................................................................................27 1.1.1 MAIOR RESISTÊNCIA .......................................................................................................................................27 1.1.2 MENOR PESO PRÓPRIO .................................................................................................................................27 1.1.3 EXECUÇÃO MAIS SIMPLES EM CANTEIRO DE OBRA, COM ECONOMIA DE PRAZO ...............................27 1.1.4 MAIOR PRECISÃO ............................................................................................................................................28 1.2 REUTILIZÁVEIS ...................................................................................................................................................28 1.2.1 FACILIDADE EM REFORÇÁ-LO ........................................................................................................................28 1.3 DESVANTAGENS .................................................................................................................................................28 1.3.1 CUSTO INICIAL MAIS ELEVADO .....................................................................................................................28 1.3.2 MATÉRIA-PRIMA MUITO DISTANTE .............................................................................................................28 ESTRUTURAS DE AÇO PROF. ME. RENAN GUSTAVO JUNQUEIRA ENSINO A DISTÂNCIA DISCIPLINA: SISTEMAS ESTRUTURAIS II 25WWW.UNINGA.BR 1.3.3 MÃO-DE-OBRA POUCO QUALIFICADA ..........................................................................................................28 1.3.4 CORROSÃO .......................................................................................................................................................29 1.3.5 BAIXA RESISTÊNCIA A ALTAS TEMPERATURAS .........................................................................................29 1.3.6 ESTRUTURA MUITO ESBELTA........................................................................................................................29 1.3.7 ALTO CUSTO INICIAL .......................................................................................................................................29 2. COMPOSIÇÃO DO MATERIAL .............................................................................................................................29 3. PRODUÇÃO DO MATERIAL ..................................................................................................................................30 4. PERFIS ESTRUTURAIS ........................................................................................................................................ 31 4.1 PERFIS LAMINADOS ..........................................................................................................................................32 4.2 PERFIL DE CHAPA DOBRADA ...........................................................................................................................32 4.3 CANTONEIRA ......................................................................................................................................................33 4.4 PERFIL “U” .........................................................................................................................................................34 4.5 PERFIL “I” ...........................................................................................................................................................35 4.6 PERFIS SOLDADOS E PERFIS COMPOSTOS ..................................................................................................35 5. ELEMENTOS DE LIGAÇÃO ...................................................................................................................................36 5.1 PRINCIPAIS ELEMENTOS DE LIGAÇÃO ...........................................................................................................36 5.1.1 REBITES ............................................................................................................................................................36 5.1.2 PARAFUSOS .....................................................................................................................................................37 5.1.3 SOLDA ...............................................................................................................................................................37 6. SISTEMAS ESTRUTURAIS E PRÉ-DIMENSIONAMENTO ................................................................................38 6.1 ARCOS .................................................................................................................................................................38 6.1.1 PRÉ-DIMENSIONAMENTO .............................................................................................................................39 6.2 TRELIÇAS PLANAS ............................................................................................................................................39 6.2.1 PRÉ-DIMENSIONAMENTO .............................................................................................................................41 6.3 TRELIÇAS ESPACIAIS ........................................................................................................................................416.3.1 PRÉ-DIMENSIONAMENTO .............................................................................................................................42 6.4 VIGAS DE ALMA CHEIA .....................................................................................................................................42 6.4.1 PRÉ-DIMENSIONAMENTO .............................................................................................................................44 6.5 STEEL FRAME ....................................................................................................................................................44 7. EDIFÍCIOS EM ESTRUTURAS METÁLICAS – GALPÕES ....................................................................................45 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................................................................48 26WWW.UNINGA.BR SI ST EM AS E ST RU TU RA IS II | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA INTRODUÇÃO Estruturas metálicas são de grande interesse na construção civil quando se trata de obras grandes, que requerem grandes vãos e maior agilidade na construção. Sistemas construtivos em aço muitas vezes tornam um empreendimento mais em conta pela agilidade, ganhando um orçamento na economia de prazo e tempo com mão-de-obra. Diferentemente das estruturas de concreto armado e da madeira, as estruturas em aço são projetadas por meio da adoção de per� s metálicos, sejam eles dobrados, laminados ou soldados. Esses per� s podem apresentar os mais diversos formatos, sendo os mais comuns, para elementos de vigas e pilares, os per� s laminados do tipo “I”, que, muitas vezes, facilitam o encaixe entre as peças. Além desses, tratando-se agora de per� s dobrados, para estruturas de coberturas, é bastante comum o uso de treliças, com banzos em per� s “U”, com diagonais e montantes também em per� s “U” de encaixe ou ainda com per� s de cantoneira dupla (2L), formando “U”. Dentre esses sistemas estruturais em aço, as coberturas em aço são muito importantes visto que galpões industriais, por exemplo, normalmente são executados nesse material. Essas coberturas podem ser feitas com uma associação de treliças bidimensionais ligadas por um sistema de terças e contraventamento ou ainda por meio de treliças espaciais. Ao longo desta unidade, serão apresentadas também algumas obras em aço pelo mundo a � m de ilustrar os sistemas estruturais abordados. Tratando-se do projeto de estruturas metálicas, existem diversas considerações a serem conhecidas pelo projetista. Uma delas é a concepção estrutural, item bastante importante não só para o engenheiro que vai calcular, mas também para o arquiteto que, tendo esses conhecimentos, desenvolverá sua arquitetura com uma noção mais clara das necessidades estruturais desse quesito. Como base para a elaboração desta unidade, adotou-se o livro de Rebello (2007), Parte I - Estruturas de Aço. Outras fontes eventualmente consultadas e colocadas como complemento serão oportunamente citadas. 27WWW.UNINGA.BR SI ST EM AS E ST RU TU RA IS II | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 1. VANTAGENS E DESVANTAGENS 1.1 Vantagens 1.1.1 Maior resistência A maior vantagem do aço é com relação à sua alta resistência aos esforços, consequentemente, permitindo o uso de peças com menores dimensões. Vigas metálicas, por exemplo, possuem cerca de 60% da altura de vigas de concreto armado. Para ele, o aço possui em torno de 150 MPa de resistência à tração e compressão enquanto o concreto apresenta cerca de 10 MPa na compressão e 1,0 MPa na tração, dependendo da classe do concreto (entrando aqui a questão de dosagem). 1.1.2 Menor peso próprio Outra consequência da alta resistência desse material é que, utilizando-se peças com menores dimensões, o peso próprio da estrutura é reduzido, resultando em fundações menores, em comparação ao concreto. 1.1.3 Execução mais simples em canteiro de obra, com economia de prazo Os detalhes de projeto para a execução de uma estrutura metálica são menos confusos, pois contêm exatamente como deve ser feito qualquer encaixe no local, diferentemente do concreto, que, muitas vezes, gera muita confusão na obra, pois os detalhes de ligação entre uma viga e um pilar nunca são visíveis. O canteiro de obra se torna mais limpo e organizado, pois, em se tratando de estrutura metálica, que é um sistema pré-fabricado, ocorre apenas sua montagem. Tal fato leva ao dado de que o tempo de execução de uma estrutura em aço é aproximadamente 60% do tempo necessário para a execução de uma estrutura equivalente em concreto. Atualmente, os tipos de aço mais utilizados, conforme nomenclatura da NBR 8800 (2008), são o MR 250, pelas normas da ABNT, e o A36, regido pelas normas da ASTM. Ambos possuem resistência ao escoamento, que é o critério principal utilizado para dimensionamento à tração, compressão, fl exão e cisalhamento do aço. Vale relembrar o termo escoamento. A resistência ao escoamento é a tensão em que o material inicia o processo de escoamento, fenômeno característico do aço e já discutido na Unidade 1 quando tratamos do diagrama tensão-deformação. 28WWW.UNINGA.BR SI ST EM AS E ST RU TU RA IS II | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Um grande motivo para a agilidade na estrutura metálica é que ela não precisa de tempo de cura, por exemplo, em comparação ao concreto. Dessa forma, as fundações podem ser executadas ao mesmo tempo em que a estrutura principal é fabricada. 1.1.4 Maior precisão Enquanto estruturas de concreto admitem erros da ordem de 1 cm, as estruturas em aço, por serem projetadas com suas dimensões em milímetros, já não admitem tal ordem de erro. Assim, existe menor margem para erro, obrigando o executor a fazê-la da forma mais enxuta possível. 1.2 Reutilizáveis No caso de estruturas metálicas que tiverem ligações parafusadas, essa vantagem permite que elas possam ser facilmente desmontadas e serem reutilizadas em outros locais. O que não é possível com o concreto, que, quando demolido, torna-se resíduo. Mesmo que a estrutura não possa ser reutilizada em outro local, no caso de estruturas com ligações soldadas, por exemplo, o aço sucateado pode ser reciclado, sendo reaproveitado na fabricação de um novo aço. 1.2.1 Facilidade em reforçá-lo Por meio da soldagem, é possível soldar chapas a per� s ou, ainda, soldar per� s com outros per� s, formando per� s compostos, sempre de modo a aumentar a resistência, seja pelo aumento de área seja pelo aumento do momento de inércia. 1.3 Desvantagens 1.3.1 Custo inicial mais elevado Devido ao fato de as estruturas metálicas não serem tão amplamente utilizadas nas edi� cações em geral, sua produção tende a ser baixa. Nesse quesito, uma produção baixa gera um custo muito alto, tornando-o um material mais caro e, por sua vez, ocasionando um baixo uso, realimentando esse ciclo vicioso. 1.3.2 Matéria-prima muito distante O ferro e o carvão estão localizados a grandes distâncias das metalúrgicas. O carvão é encontrado em grandes quantidades em Santa Catarina, enquanto o ferro é encontrado mais em Minas Gerais e ao Norte do País, condições que aumentam os custos. 1.3.3 Mão-de-obra pouco qualificada Comparado com a execução de estruturas em concreto armado, a mão-de-obra quali� cada para estruturas metálicas é escassa no Brasil, o que não se re� ete para o concreto armado já que não exige mão-de-obra especializada. Em contrapartida, tal situação pode ser vista como desvantagem nas estruturas de concreto já que são empregados muitos funcionários sem qualidade de mão-de-obra e com baixa remuneração. 29WWW.UNINGA.BR SI ST EM AS E ST RU TU RA IS II | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA A necessidade de uma mão-de-obra mais quali� cada implica ao empregador gastos extras, o que é mal visto, desestimulando o uso desse material. 1.3.4 Corrosão O aço é um material que, naturalmente, sofre corrosão pelosimples fato de estar exposto ao tempo. Tal ocorrência gera a necessidade de impedir a corrosão com pinturas especiais ou adicionar elementos extras, como cobre, cromo ou níquel na liga do aço, ainda em processo de fabricação. Esses processos geram aumentos nos custos, o que, obviamente, é visto como desvantagem por parte dos construtores, pois o material torna-se mais caro. 1.3.5 Baixa resistência a altas temperaturas A altas temperaturas, como em situações de incêndio, o aço reduz drasticamente sua resistência – diferentemente da madeira, por exemplo, como veremos na Unidade 4, a qual possui bom comportamento quando a estrutura é submetida à situação de incêndio. Nesse sentido, as estruturas metálicas tornam-se colapsíveis. 1.3.6 Estrutura muito esbelta Como o aço permite o uso de peças com menores dimensões, isso acarreta elementos mais esbeltos, o que é um problema pelo fato de que o conjunto estrutural passa a ser menos estável. Dessa forma, o colapso de uma estrutura metálica não se dá, normalmente, pela ruína das peças, mas pela perda de equilíbrio estático do conjunto. Para contornar esse problema, surge a necessidade de se aumentar a seção ou uso de peças de travamento a � m de deixar a estrutura mais estável. Essas soluções propiciam um inevitável aumento nos quantitativos, encarecendo a estrutura. Apesar desses aumentos, um projeto bem estudado pode levar a uma solução bastante otimizada de modo a se aproveitarem o máximo possível as estruturas de travamento e aumentar as seções em regiões realmente necessárias. 1.3.7 Alto custo inicial Uma consequência do benefício de agilidade no processo da estrutura metálica está em seu orçamento. As estruturas metálicas necessitam um desembolso maior logo de início quando comparadas a obras com outros materiais: cerca de 25% a 30% do custo total, em um prazo bastante curto. É importante avisar o cliente quanto a isso. 2. COMPOSIÇÃO DO MATERIAL O aço é composto principalmente por ferro e carbono, podendo conter adições de outros elementos, dependendo da necessidade. Elementos como manganês, silício, fósforo, enxofre, alumínio, nióbio, cobre, níquel e outros, quando incorporados à liga, alteram suas propriedades físicas, como resistência mecânica, resistência à corrosão, ductilidade e outras. Por exemplo: a adição de cromo gera aços inoxidáveis; a adição de níquel gera aços resistentes à corrosão; e assim por diante. 30WWW.UNINGA.BR SI ST EM AS E ST RU TU RA IS II | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Alguns elementos acabam permanecendo na composição da liga como forma de impurezas que não são retiradas, pois é economicamente inviável. No entanto, elas não afetam o desempenho do material. O carbono, como dito no início, é um dos principais compostos do aço. O teor de carbono in� uencia nas principais propriedades do material. Quanto maior a porcentagem de carbono, mais resistente é o aço, só que menos dúctil ele se torna, deixando-o quebradiço. O contrário também é verdadeiro: quanto menos carbono, menos resistente e mais dúctil o material se torna. A ductilidade é uma propriedade bastante interessante do aço, pois, quanto mais dúctil, maiores são as deformações antes de sua ruptura. Dessa forma, um material mais dúctil, quando da ocasião de uma ruptura estrutural, funciona como aviso para que haja tempo de evacuação das pessoas do local. Essa propriedade também permite a produção de per� s dobrados, sem que ocorram trincas nas dobras. O dimensionamento de estruturas metálicas não considera como resistência a tensão de ruptura, mas a tensão de escoamento. Isso porque, a partir da tensão de escoamento, o material começa a apresentar deformações residuais indesejadas para a estrutura. Figura 1 – Diagrama tensão-deformação do aço. Fonte: Pfeil e Pfeil (2009). A Figura 1 mostra o diagrama tensão-deformação dos aços A36 e A242, com as tensões de escoamento iguais a 250 MPa e 350 MPa, respectivamente. 3. PRODUÇÃO DO MATERIAL As principais matérias-primas para a produção do aço são o minério de ferro e o carvão coque. O carvão coque é obtido, inicialmente, por meio da queima do carvão mineral na coqueria, onde ele é transformado em blocos denominados coque. O minério de ferro é utilizado, pois não se encontra o ferro puro na natureza. Para que o minério seja transformado em ferro, ele deve ser aquecido. Assim, quantidades pré-de� nidas de minério, coque e calcário são colocadas na parte superior de um forno denominado alto-forno. Esses materiais são fundidos, produzindo ferro e impurezas. O calcário é importante nessa fase, pois sua função é retirar o excesso de impurezas. 31WWW.UNINGA.BR SI ST EM AS E ST RU TU RA IS II | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Na parte inferior do forno, é introduzido ar superaquecido sob pressão, que queima o coque, formando um gás que remove os óxidos do minério de ferro. O calor liquefaz o calcário, que se combina com as impurezas, formando escória e fundindo o ferro do minério. A escória, por ser menos densa que o ferro fundido, � utua sobre ele. Nesse estágio, o ferro fundido é denominado ferro-gusa ou simplesmente gusa. Aqui, é possível dividir os dois materiais. A escória é utilizada para a produção de cimento, e o ferro-gusa é despejado, ainda líquido, sobre um recipiente denominado carro torpedo. Como o ferro-gusa não tem aplicação estrutural, ele se encontra com alto teor de carbono, que foi inicialmente absorvido do coque (3,5% a 4%). É necessário que esse teor seja reduzido para que ele, efetivamente, seja transformado em aço. Dessa forma, o ferro-gusa é misturado a sucatas e calcário e é levado a um forno em forma de barril. A eliminação do excesso de carbono ocorre com a sua queima quando se introduz oxigênio de alta pureza a uma velocidade supersônica, com duração de 20 minutos, aproximadamente. Após isso, veri� ca-se, em laboratório, a composição do aço e, então, ele é colocado em recipientes especiais para a adição de outros elementos, já citados no início deste tópico, para obtenção de alguma propriedade física em especí� co. Por � m, o aço é despejado em moldes, que resultam em blocos de aço chamados lingotes. A partir dos lingotes, o aço passa pelo processo de laminação, quando é transformado em per� s ou chapas. 4. PERFIS ESTRUTURAIS De acordo com Pfeil e Pfeil (2009), as usinas produzem aço sob a forma de chapas, barras, per� s laminados, � os tre� lados, cordoalhas e cabos. Os três primeiros são feitos em laminadores que “moldam” o aço, dando seu formato desejado ao � nal. Já os � os tre� lados são obtidos puxando-se, sucessivamente, barras de aço por � eiras, com diâmetros cada vez menores. Esse processo de tre� lação é feito a frio e com lubri� cantes para evitar superaquecimento. Por último, cabos e cordoalhas são formados por associação de � os. O processo de laminação dos lingotes, bem como o processo de lingoteamento do aço, pode ser estudado no item 1.3, do capítulo 1, de Pfeil e Pfeil (2009) – referência completa ao fi nal desta apostila. Para a visualização de todo o processo de produção explicado neste tópico, assista ao vídeo Processo Produção do Aço - Votorantim Siderurgia, disponível em <https://www.youtube.com/ watch?v=F2azAmgMZC0>. 32WWW.UNINGA.BR SI ST EM AS E ST RU TU RA IS II | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 4.1 Perfis Laminados Para Pfeil e Pfeil (2009), per� s laminados são obtidos a partir de laminadores com rolos giratórios. A peça aquecida ao rubro (até � car vermelha) é comprimida entre os rolos, saindo do outro lado com espessura reduzida. Esse processo é realizado sucessivamente, até que a barra atinja as dimensões especi� cadas. A Figura 2 mostra um esquema desse procedimento. (a) (b) (c) Figura 2 – Processo de laminação de um per� l I. Fonte: Pfeil e Pfeil (2009). A norma brasileira que rege as recomendações de projeto de per� s laminados a quente é a NBR 8800:2008. 4.2 Perfil de Chapa Dobrada Segundo Pfeil e Pfeil (2009), aschapas podem ser divididas em grossas e � nas, sendo as � nas subdivididas em a quente e a frio, conforme Tabela 1. Chapas Fabricação Espessuras Utilização em construção Grossas A quente > 5,0 mm Estruturas metálicas em geral. Finas A quente 1,2 – 5,0 mm Per� s de chapas dobradas. A frio 0,3 – 2,65 mm Acessórios de construção, como calhas, rufos etc. Tabela 1 – Chapas grossas e chapas � nas. Fonte: Pfeil e Pfeil (2009). 33WWW.UNINGA.BR SI ST EM AS E ST RU TU RA IS II | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Dessa forma, as chapas a serem utilizadas para a produção de per� s de chapas dobradas se encontram em espessuras de 1,2 mm a 5,0 mm. Rebello (2007) coloca essas espessuras como sendo de 1,5 mm a 5,0 mm. A ambiguidade entre os valores de 1,2 mm e 1,5 mm, entre uma fonte e outra, pode ser explicada pela diferença de nomenclatura, ocorrendo, muitas vezes, um arredondamento nessas medidas, dependendo do catálogo consultado. Essas chapas podem ser dobradas a frio, sendo, então, produzidos os per� s de chapa dobrada, comumente chamados per� s dobrados. Podem apresentar as mais variadas formas, dentre elas: o per� l “U”, “U” enrijecido”, “cartola”, “S”, “Z”, como pode ser visualizado na Figura 3. Figura 3 – Exemplos de per� s dobrados. Fonte: Pfeil e Pfeil (2009). A norma que rege o dimensionamento desse tipo de per� l é a NBR 14762. 4.3 Cantoneira Cantoneiras são per� s no f ormato de L, que podem ter as duas abas iguais ou desiguais. Podem ser tanto laminadas como dobradas e são especi� cadas em projeto pela letra L. Por exemplo: a cantoneira L 4” x 4” x ½” consiste de uma cantoneira com as duas abas iguais, de comprimento de 4 polegadas, com espessura de ½ polegada. Convertendo para milímetros, tem- se a mesma especi� cação na forma L 100 x 100 x 12,5 mm. Muitas vezes, uma ligação pode ser feita com o auxílio de cantoneiras. Veja o exemplo da Figura 4, em que se ilustra a união entre uma viga e um pilar por meio de duas cantoneiras ligadas com parafusos. Figura 4 – Exemplos de ligação entre viga e pilar. Fonte: Pfeil e Pfeil (2009). 34WWW.UNINGA.BR SI ST EM AS E ST RU TU RA IS II | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Além disso, a cantoneira também pode servir como barra de treliça, sendo recomendável o uso de cantoneira dupla com formato de “T”, conforme mostrado na Figura 5. Figura 5 – Barras de cantoneira dupla em treliça. Fonte: Pereira (2015). As cantoneiras também podem ser associadas para formarem pilares bastante rígidos, ao se posicionar quatro barras, uma em cada canto, e fazer a ligação adequada entre elas. 4.4 Perfil “U” Também pode ser obtido por laminação ou por dobra de chapa. Sua especi� cação em projeto é feita com a letra “U”. A nomenclatura dos elementos da seção pode ser visualizada na Figura 6. Figura 6 – Per� l “U” simples e “U” enrijecido. Fonte: Rebello (2007). No caso de per� l “U” laminado, a nomenclatura é dada pela altura da alma em polegada, seguida do seu peso linear. Tratando-se de per� l dobrado, a nomenclatura é dada pelas dimensões dos elementos da seção na seguinte o rdem: altura, largura e espessura. Para visualizar maiores detalhes de coberturas de treliças em galpões, veja o manual: DREHMER, G. A.; MESACASA JUNIOR, E.; PRAVIA, Z. M. C. Galpões para usos gerais. 4. ed. Rio de Janeiro: CBCA, 2010. 35WWW.UNINGA.BR SI ST EM AS E ST RU TU RA IS II | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Exemplos: • U 8” x 17,11, para per� l laminado (altura = 8”, peso = 17,11 kgf/m). • U 100 x 50 x 3, para per� l de chapa dobrada (altura = 100 mm, largura = 50 mm, espessura = 3 mm). Se for enrijecido, acrescenta-se o comprimento do lábio. Vale salientar que per� s enrijecidos são apenas de chapa dobrada. Esse tipo de per� l é comumente utilizado como terças, em coberturas treliçadas em aço. Quanto maior o vão entre as tesouras, maiores serão os per� s utilizados nas terças. O per� l “U” enrijecido, nesse quesito, permite vãos maiores simplesmente pela presença dos dois lábios extras na seção. 4.5 Perfil “I” É obtido por laminação ou pela soldagem de três chapas (nesse caso, é denominado per� l soldado). A especi� cação do per� l “I” laminado é feito pela letra “I”, acompanhada da dimensão de sua altura, em polegada ou milímetro, seguida de seu peso linear. Veja a Figura 7. Figura 7 – Per� l “I”. Fonte: Rebello (2007). 4.6 Perfis Soldados e Perfis Compostos São formados pela associação de chapas ou per� s laminados simples, sendo a ligação, em geral, soldada (PFEIL; PFEIL, 2009). Existe a padronização de três tipos de per� s soldados: CS (colunas soldadas), VS (vigas soldadas) e CVS (colunas e vigas soldadas). A Figura 8 apresenta alguns exemplos desses per� s. Figura 8 – (a) Per� l soldado; (b) per� s compostos. Fonte: Pfeil e Pfeil (2009). 36WWW.UNINGA.BR SI ST EM AS E ST RU TU RA IS II | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 5. ELEMENTOS DE LIGAÇÃO Uma estrutura em aço é composta por barras, as quais devem ser ligadas adequadamente por elementos que resistam e transmitam os esforços entre barras. Esses elementos de ligação se fazem necessários sempre que houver mudança na direção dos elementos estruturais, por exemplo, na ligação entre pilar e viga, onde o pilar está na vertical, e a viga, na horizontal. Essas ligações podem ser feitas diretamente entre um per� l e outro ou por meio de uma chapa de ligação, cuja espessura deve ser dimensionada para que resista adequadamente à transferência de esforços. As ligações podem ser de dois tipos: rígidas ou � exíveis. As ligações rígidas são ligações que restringem o giro entre os elementos ligados, como nós de pórtico, junção de vigas etc. Já as ligações � exíveis permitem a rotação, como nós de treliça, apoios articulados etc. Na prática, nem sempre as ligações serão totalmente rígidas ou totalmente � exíveis, porém, não devem prejudicar o comportamento global da estrutura. 5.1 Principais Elementos de Ligação 5.1.1 Rebites É um pino cilíndrico, de material dúctil, tendo uma cabeça em uma das extremidades que se apoia no elemento a ser ligado. A peça é colocada sobre o furo com folga e, por meio de uma ferramenta pneumática, ele é prensado a quente contra um anteparo, que, com a percussão e devido à alta temperatura, se deforma, gerando uma segunda cabeça. Ao resfriar, o rebite tende a se contrair, solidarizando a ligação. Veja a Figura 9. Figura 9 – Instalação de rebite. Fonte: Rebello (2007). Apesar de existir, é um elemento que caiu em desuso, pois foram desenvolvidos parafusos de alta resistência, e o processo de soldagem se tornou mais viável, fácil de instalar, econômico e seguro. 37WWW.UNINGA.BR SI ST EM AS E ST RU TU RA IS II | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 5.1.2 Par afusos São barras cilíndricas, rosqueadas em uma extremidade e com uma cabeça na outra, de forma a permitir o seu aperto por meio de porcas e arruelas. Os parafusos podem ser comuns, fabricados com aço-carbono, menos resistentes, conhecidos pela nominação ASTM A307, e de alta resistência, como o A325 e o A490. Parafusos de alta resistência podem fazer a ligação de peças por meio de atrito entre as peças ligadas ou por resistência ao cisalhamento do corpo do parafuso. 5.1.3 Solda Solda é um meio de se unir materiais por meio da fusão das partes adjacentes. De acordo com Pfeil e Pfeil (2009), as soldas empregadas na indústria da construção são de energia elétrica e, portanto, aquecem o metal-base por meio da formação de um arco voltaico. O material fundido deve ser isolado da atmosfera de modo a evitar qualquer alteração nas propriedades físicas do aço. Dessa forma, surgem diversos meios de proteção, sendo o mais comum a solda por eletrodo manual revestido. Figura 10 – Solda com eletrodo manual revestido. Fonte: Pfeil e Pfeil (2009). Nesse processo, o eletrodo é revestido com um material que, quando fundido, libera gases que fazem a proteção da poça de fusão contra a atmosfera, gerando escória, quedeve ser removida após o procedimento. Além desse tipo de solda, existe também o arco submerso em material granular fusível, arco elétrico com proteção gasosa (conhecido como MIG/MAG) e arco elétrico com fl uxo de núcleo. 38WWW.UNINGA.BR SI ST EM AS E ST RU TU RA IS II | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 6. SISTEMAS ESTRUTURAIS E PRÉ-DIMENSIONAMENTO 6.1 Arcos Arcos são estruturas que trabalham predominantemente comprimidas. Em épocas remotas, os arcos eram construídos com blocos de pedra, que, ao serem empilhados de forma adequada (em forma de arco), permitiam a solidarização de todos os blocos e propiciavam grandes vãos sob as estruturas. Apesar de a ideia do arco ser perfeitamente comprimida ser o que a originou, nem sempre uma estrutura em arco apresentará apenas compressão. Isso depende de como o carregamento incide na estrutura. A Figura 11 mostra um arco submetido a uma força pontual que gera � exão no arco, e não apenas compressão. Para que ocorra apenas compressão, a geometria do arco deve ser alterada para as duas retas que mostram a trajetória ideal que daria somente compressão. Figura 11 – Comportamento de arco submetido a uma carga pontual. Fonte: Rebello (2007). A solução mais utilizada, também por ser a mais econômica, é o uso de arcos treliçados associados com cantoneiras e per� s “U”, como mostrado na Figura 12. Figura 12 – Comportamento de arco submetido a uma carga pontual. Fonte: Rebello (2007). Comece a reparar as estruturas de galpões em estruturas metálicas. Você perceberá que, realmente, as coberturas em arco treliçado são sempre utilizadas. Para entender melhor sobre esses outros processos de solda, leia o item 4.1, do capítulo 4, de Pfeil e Pfeil (2009). 39WWW.UNINGA.BR SI ST EM AS E ST RU TU RA IS II | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 6.1.1 Pré-dimensionamento Existem fórmulas empíricas relacionadas ao vão a ser vencido pelo arco que fornece qual a � echa adequada do arco e as demais medidas com as variáveis, ilustradas na Figura 13. • Flecha ideal (f): • Largura do arco (b): • Espessura do arco (h): 2% do vão (L). Figura 13 – Pré-dimensionamento de arco. Fonte: Rebello (2007). 6.2 Treliças Planas Treliças planas são estruturas reticuladas com barras, que possuem apenas esforços axiais de tração ou compressão. Assim, não apresentando momento � etor, as seções das barras são dimensionadas de f orma mais otimizada. Para entender esse conceito, observe a Figura 14, que representa o comportamento de uma viga com apoio nas extremidades, submetida à � exão. Figura 14 – Viga deformada devido à � exão. Fonte: Rebello (2007). Caso a viga fosse substituída por duas outras barras inclinadas com vértice para cima, ambas estariam comprimidas. Essa compressão, ao atingir a cabeça dos pilares, produz um esforço que tende a empurrá-los para fora. Para evitar esse comportamento, introduz-se o elemento de tirante, que será responsável por segurar a cabeça desses pilares. Veja a Figura 15. 40WWW.UNINGA.BR SI ST EM AS E ST RU TU RA IS II | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Por defi nição, o termo tirante é dado aos elementos que são puramente tracionados, independentemente do esforço atuante na estrutura. Figura 15 - Comportamento básico de uma treliça. Fonte: Rebello (2007). Perceba, com isso, que uma treliça sempre apresentará barras comprimidas e tracionadas para que satisfaça o equilíbrio interno. A Figura 16 mostra um esquema convencional bastante utilizado na adoção do sistema de treliças planas. Ela ilustra os termos tradicionais de uma treliça, como banzo superior, banzo inferior, diagonal e montante. Figura 16 – Treliça convencional com as nomenclaturas dos elementos das barras. Fonte: Rebello (2007). As letras “C” e “T” indicam as barras que estão comprimidas e tracionadas, respectivamente, para essa disposição. Entretanto, não é regra utilizar tal disposição, podendo-se inverter a direção das diagonais conforme Figura 17. Nessa imagem, perceba que algumas barras, que anteriormente eram comprimidas, passam a ser tracionadas, e vice-versa. 41WWW.UNINGA.BR SI ST EM AS E ST RU TU RA IS II | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Figura 17 – Treliça com diagonais invertidas, gerando esforços invertidos. Fonte: Rebello (2007). Essa é apenas uma adoção de geometria. Ao se conceber um projeto em estrutura metálica, o projetista é livre para de� nir a disposição das barras conforme sua necessidade ou questão estética. O cálculo estrutural é que determinará quais per� s serão utilizados corretamente para cada situação. O que o projetista deve saber, como mais importante nesta etapa, é que a disposição de barras deve sempre formar triângulos. Assim, garante-se que, se as cargas forem aplicadas sempre nos nós da treliça , os esforços nas barras serão normais de tração ou compressão. 6.2.1 Pré-dimensionamento As treliças mais econômicas possuem relação entre altura da treliça e vão, compreendida entre 1/7 e 1/10. O ângulo de inclinação mais adequado para as diagonais � ca entre 30° e 60°, sendo 45° o ideal. O espaçamento mais econômico entre treliças é de 5,0 metros, podendo, eventualmente, ser aumentado para 6,0. Caso for utilizada treliça com duas águas, o pré- dimensionamento da altura corresponde à altura máxima da treliça. 6.3 Treliças Espaciais Ao se projetar uma treliça espacial, devemos nos preocupar com o aspecto construtivo. A solução mais simples é utilizar um módulo a partir de prismas regulares, podendo ser sistemas com prismas triangulares, tetraedros ou pirâmides de base quadrada. A Figura 18 apresenta o modelo mais simples de uma treliça espacial, que é o sistema de pirâmides com base quadrada. Figura 18 – Treliça espacial mais simples. Fonte: Rebello (2007). 42WWW.UNINGA.BR SI ST EM AS E ST RU TU RA IS II | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA O sistema de ligação pode ser feito pelo conhecido sistema Mero, conforme Figura 19 , ou amassando-se as pontas no sistema Mdeck (Figura 20). Figura 19 – Treliça espacial mais simples. Fonte: Souza e Malite (2005). Figura 20 – Treliça espacial mais simples. Fonte: Souza e Mallite (2005). 6.3.1 Pré-dimensionamento Pode-se usar a seguinte formulação empírica para o cálculo da altura da treliça espacial: em que: L: Espaçamento maior entre pilares. l: Espaçamento menor entre pilares. 6.4 Vigas de Alma Cheia Dá se o nome de alma para a parte vertical da seção de uma viga. A expressão alma cheia, portanto, corresponde a almas que não apresentam vazios. A viga de alma cheia é um elemento que propicia um grande aproveitamento de espaço. No entanto, é um dos elementos mais solicitados, pois precisa transmitir os esforços, na maioria das vezes, do sentido horizontal (posição onde se encontra) para o sentido vertical (caminho das cargas de viga para pilar). Dessa forma, os esforços predominantes nesse tipo de elemento são: a � exão e o cortante. 43WWW.UNINGA.BR SI ST EM AS E ST RU TU RA IS II | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Figura 21 – Caminho das forças em uma viga de alma cheia. Fonte: Rebello (2007). Figura 22 – Diagramas de momento � etor para vigas. Fonte: Rebello (2007). Em termos de apoios, a viga pode se apresentar como biapoiada sem balanço, biapoiada com balanço, contínua sem balanço e contínua com balanço. O balanço, muitas vezes, pode ser um aliado da estrutura, pois, se for bem dosado, pode reduzir os esforços ao l ongo da viga pelo fato de “balancear” o momento do vão. Em outras palavras, a carga atuante no trecho em balanço tende a “levantar” o trecho entre pilares, ocasionando essa tendência de alívio ao longo do vão entre os pilares. (a) (b) (c) (d) Figura 23 – (a) Viga biapoiada; (b) Viga biapoiada com balanço; (c) Viga contínua sem balanço; (d) Viga contínua com balanço. Fonte: Rebello (2007). 44WWW.UNINGA.BR SI ST EM AS E ST RU TU RA IS II | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 6.4.1 Pré-dimensionamento Para vigas biapoiadas sembalanço, existem as seguintes relações: • para cargas pequenas. • para cargas médias. • para cargas grandes. Para vigas biapoiadas com balanço: • para cargas pequenas. • para cargas médias. • para cargas grandes. Para vigas contínuas sem balanço: • para cargas pequenas. • para cargas médias. • para cargas grandes. Para vigas contínuas com balanço, faz-se o pré-dimensionamento conforme os dois itens anteriores e admite-se o maior h. 6.5 Steel Frame É um sistema estrutural que consiste basicamente na composição de uma malha de per� s metálicos, espaçados de 40 cm a 60 cm, com espessura entre 0,9 mm e 1,5 mm. São utilizados per� s galvanizados para maior resistência à oxidação. A malha estrutural é revestida internamente, com painéis do tipo dry wall, e externamente, com painéis resistentes ao tempo, como placas cimentícias e OSB. 45WWW.UNINGA.BR SI ST EM AS E ST RU TU RA IS II | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Figura 24 – Construção em steel frame. Fonte: Bullfor (2018). 7. EDIFÍCIOS EM ESTRUTURAS METÁLICAS – GALPÕES No capítulo 9 de Rebello (2007), existem diversos tipos de considerações sobre edifícios, tais como “galpões”, “ponte rolante”, “edifícios residenciais e comerciais”, “critério para uso de lajes”, “critério para uso de vigamento” (aqui você tem o princípio básico para mezaninos), dentre outros tipos de estruturas. Neste item, existem diversos itens relacionados a edifícios em estruturas metálicas. Para esta apostila, selecionou-se o galpão para ser explicado visto que é o tipo de edifício em aço mais executado no Brasil. O galpão é o principal tipo de construção em estrutura metálica realizada no Brasil. Isso porque é onde o aço se torna mais viável do que o concreto devido à exigência de grandes vãos livres. Os componentes principais são a estrutura principal, cobertura (terças e telhas), fechamento e contraventamentos. A estrutura principal é composta por um pórtico, que pode apresentar diferentes formas de acordo com o vão a ser vencido. Esses pórticos podem ser concebidos por meio de um pórtico simples, arco, pórticos múltiplos (associação de vários pórticos simples) ou em shed. Em coberturas com telhas, essas devem se apoiar em vigas chamadas terças (Figura 25), que desempenham a função de transmitir a carga do telhado à estrutura principal (pórtico, treliça, tesoura etc.). Figura 25 – Detalhe de terça. Fonte: Márquez (2015). 46WWW.UNINGA.BR SI ST EM AS E ST RU TU RA IS II | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA As telhas também funcionam como fechamento lateral em galpões. Fechamentos laterais em galpões podem ser feitos com: • Alvenaria de tijolos ou blocos cerâmicos. • Telhas metálicas. • Painéis pré-moldados de concreto armado. • Painéis pré-moldados de argamassa armada. No caso das alvenarias, elas são normalmente utilizadas como complemento das vedações com telhas, conforme visto na Figura 26. Figura 26 – Galpão em estrutura metálica, com fechamento lateral com telha e pré-moldado. Fonte: Cobervale (2020). Outro elemento fundamental no projeto arquitetônico e que, se esquecido, pode acarretar diversas surpresas para o projetista é o contraventamento. Como já visto, a estrutura metálica tende a ser mais esbelta. A consequência disso é que ela se torna muito instável e, portanto, necessita de contraventamentos para reduzir esse efeito. A ausência de contraventamento em galpões acarreta a necessidade do uso de per� s maiores para enrijecimento da estrutura. No entanto, esse aumento de per� s não compensa economicamente. A forma mais adequada e econômica de se pensar nos contraventamentos é buscar formas com que eles funcionem sempre à tração, já que é o mais favorável dos esforços. A princípio, a maneira mais fácil de fazer isso é dispor barras em “X”, pois, assim, com o esforço atuando de um lado ou de outro, as barras que o compõem sempre estarão tracionadas. No entanto, não é regra que esses elementos sejam sempre dispostos dessa forma: eles também podem servir como escoras (elementos comprimidos) de modo a enrijecer a estrutura da mesma forma. A mão francesa, mostrada na Figura 25, faz parte do sistema de contraventamento, mas seu esforço predominante é de compressão, servindo como um apoio intermediário da terça e, ao mesmo tempo, como travamento do banzo inferior. A Figura 27 mostra um esquema da disposição dos contraventamentos típicos em “X”, no plano de� nido pelas terças e banzos superiores das treliças. 47WWW.UNINGA.BR SI ST EM AS E ST RU TU RA IS II | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Figura 27 – Contraventamento em cobertura. Fonte: Rebello (2007). Para melhor e� ciência, é comum dispor os contraventamentos em intervalos adequados (menores que 25 m) como mostrado na Figura 28. Figura 28 – Contraventamento alternado. Fonte: Santos, Santana e Barboza (2018). Os contraventamentos podem ser dispostos na horizontal e na vertical. A disposição na vertical permite que os esforços sejam transmitidos dos pilares às fundações de forma mais adequada. O problema é que o contraventamento vertical pode prejudicar a circulação. Nesse caso, pode-se enrijecer o pórtico; no entanto, essa solução sempre será economicamente menos viável. 48WWW.UNINGA.BR SI ST EM AS E ST RU TU RA IS II | U NI DA DE 2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA CO NSIDERAÇÕES FINAIS Como já dito, as estruturas metálicas são uma solução bastante utilizada quando se necessita agilidade na obra ou grandes vãos. Entretanto, deve ser levado em consideração o seu custo, pois é maior quando comparado ao uso de outros materiais, como concreto e madeira. Por outro lado, economizando em prazo, isso pode ocasionar ganhos no orçamento, o que pode fazer com que compense a escolha por esse material. Um projeto arquitetônico em que se propôs o uso de estrutura metálica não necessariamente deve apresentar a especi� cação dos per� s efetivamente veri� cados de acordo com o cálculo dos esforços. No entanto, apresentar um projeto arquitetônico com uma concepção mais próxima do que o calculista pode propor como solução é ideal. As regras de pré-dimensionamento, saber os elementos necessários nas estruturas (a exemplo dos contraventamentos) e todas as demais informações apresentadas nesta unidade são de fundamental importância na vida do(a) arquiteto(a). Quando se trata de estruturas metálicas, nem sempre o(a) arquiteto(a) lidará com galpões ou grandes e arrojadas estruturas. Em vez disso, é bastante comum que a estrutura metálica seja proposta como um elemento extra para suprir certas necessidades de uma estrutura em concreto, por exemplo. Dito isso, cabe ao(à) futuro(a) arquiteto(a) não só ler e estudar esta apostila, mas também se aprofundar nas referências bibliográ� cas colocadas aqui. Muito do que foi colocado aqui é resumido e deve ser complementado com as leituras e vídeos indicados ao longo do texto. 4949WWW.UNINGA.BR UNIDADE 03 SUMÁRIO DA UNIDADE INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................51 1. CONCEITOS ...........................................................................................................................................................52 1.1 O CONCRETO .......................................................................................................................................................52 1.1.1 DEFINIÇÃO ........................................................................................................................................................52 1.1.2 TRAÇO ...............................................................................................................................................................52 1.1.3 RESISTÊNCIA ...................................................................................................................................................52 1.1.4
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