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II Atividade Avaliativa de Farmacologia O AAS (ácido acetil salicílico) é a droga mais envolvida em intoxicações medicamentosas graves em crianças, provavelmente devido à sua apresentação infantil ser interessante e de sabor atrativo. em casos de intoxicação por esse medicamento, caso o socorro seja tardio possibilitando a absorção de grande parte do medicamento, é aconselhavél a realização do seguinte protocolo: Alcalinização: 50 mL de bicarbonato de sódio 8,4% em 750 mL de glicose 5% por infusão intravenosa contínua e bicarbonato de sódio por via oral na dose de 5g a cada 6 horas. Em que consiste este protocolo? Como a sua aplicação pode ajudar no tratamento de intoxicado por AAS? Tente compreender toda a farmacocinética envolvida neste processo. Resposta Dissertativa: Se o paciente chega com um quadro de intoxicação por AAS, que é um ácido fraco, pode se fazer o processo de alcalinização da urina, como ocorre com a administração de bicarbonato, onde esse processo vai tornar o sangue do paciente mais alcalino, ocorrendo uma reação entre um ácido fraco e uma base fraca, formando sal e água. E, esse sal formado será eliminado pela urina, reduzindo a intoxicação do paciente. Lembrar: Ao alcalinizar a urina, o objetivo é ionizar o fármaco, tornando ele polar e facilitando a sua excreção. Lembrar: revisar o conceito de aprisionamento iônico. Considere, a seguir, duas situações de risco extremo que devem ser evitadas ao máximo: 1) criança tem acesso à um armário e consegue retirar e deglutir 15 comprimidos de um medicamento x que sua mãe faz uso. 2) Criança tem acesso à armário e alcança um vidro de xarope que a sua mãe faz uso, ingerindo todo o seu conteúdo. considerando ainda que se trata do mesmo medicamento, sendo diferente apenas a forma farmacêutica, responda em qual situação a criança tem um maior risco e por que. Resposta Dissertativa: O risco maior existe na segunda situação, pois as formas líquidas dos fármacos possuem uma absorção mais rápida, já que já se encontram em condições adequadas para serem absorvidas a nível de intestino. No caso dos comprimidos a absorção é mais lenta, pois é necessário que ele seja primeiramente processado no estômago, para depois chegar ao intestino e ser absorvido. O fenobarbital é um fármaco utilizado no tratamento da epilepsia. Ao ser prescrito a um paciente, é sempre bom que se saiba quais demais medicamentos o paciente toma, assim como fazer uma orientação sobre alterações necessárias em sua dieta, isso porque este fármaco é capaz de induzir as enzimas hepáticas, particularmente as do CYP 450 (principais metabolizadoras de medicamentos). Sabendo disso, considere o quadro: Imagine um Paciente portador assintomático do vírus HIV faz uso correto e racional do seu coquetel de medicamentos a fim de evitar que a doença se estabeleça no seu corpo. Por ocasião da ingestão de hortaliças mal higienizadas, o paciente adquiriu uma neurocisticercose, apresentando quadros recorrentes de convulsões generalizadas. para isto, lhe foi prescrito fenobarbital na dose de 2 mg/kg/dia por um período de dois anos, para então reanalisar a necessidade de continuidade do tratamento. Transcorridos 9 meses de tratamento, o paciente começou a apresentar diarreia crônica, que não respondia à medicamentos e cuja origem não conseguiu determinar, além disso desenvolveu toxoplasmose ocular, perdendo parte da sua visão. Ao buscar ajuda e realizar uma bateria de exames o diagnóstico veio. o paciente havia realizado a soro conversão e agora estava, de fato, com AIDS. Ao ser questionado pelos médicos sobre o tratamento com o coquetel anti HIV, o paciente garantiu não ter falhado um dia se quer nem nas doses nem nos horários e que, de fato, não sabia o que havia acontecido. Analise toda a situação e me diga: a) O que aconteceu com esse paciente? b) O que deve ser feito com as doses para que o tratamento anti HIV volte a ter efeito? qual o perigo disso? Resposta Dissertativa: a) A administração de fenobarbital no paciente fez com que esse agisse como um indutor enzimático, acelerando o processo de metabolização do coquetel anti HIV e reduzindo a sua ação. Lembrar: Em casos de indutores enzimáticos, os outros fármacos acabam sendo metabolizados mais rápido, sendo convertidos em moléculas que não tem atividade,na maioria das vezes, e dessa forma diminui a sua atividade. b) Não é indicado quando se faz um tratamento crônico fazer uso de indutor enzimático. Então o ideal não seria aumentar a dose do anti HIV, pois existiria o perigo desse fármaco se ligar a outros receptores e surgir efeitos colaterais. O correto a se fazer seria retirar o fenobarbital e dar continuidade ao tratamento com anti HIV no paciente. Aos que tomam medicamentos de forma crônica (todos os dias por tempo indeterminado, as vezes várias vezes ao dia), uma recomendação é certa: TOME SEMPRE NOS HORÁRIOS CORRETOS. EVITE, AO MÁXIMO ESQUECER UMA DOSE. SE ESQUECER POR MUITO TEMPO, NÃO TOME DUAS DOSES DE UMA SO VEZ! Sobre essa recomendação responda: a) Por que se deve evitar esquecer uma dose? explique pontuando os mecanismos farmacocinéticos envolvidos. Os medicamentos devem ser tomados sempre nos mesmos horários preconizados, pois quando se toma a primeira dose e ela atinge concentrações máximas no plasma, ela é então metabolizada e começa a ser excretada, caindo assim a sua concentração. Assim, se eu não tomar outra dose no horário correto, a concentração cai demais e quando a outra dose for ingerida, não se consegue atingir o nível desejado do fármaco. b) Por que não se deve tomar duas doses de uma só vez ao se esquecer uma determinada dose? Explique pontuando os mecanismos farmacodinâmicos e farmacocinéticos envolvidos. Porque a dose prescrita do fármaco é suficiente e necessária para que eu tenha um efeito terapêutico. Então, se o paciente tomar duas doses seguidas no mesmo horário é atingido um nível mais alto que o desejado, podendo provocar uma toxicidade medicamentosa por excesso de dose. A meia vida de um medicamento determina quanto tempo ele passará no plasma do paciente. É interessante relacionar a meia vida com a eliminação do fármaco do corpo uma vez que ela pode ser definida como "o tempo necessário para que a concentração plasmática do fármaco caia pela metade". É ainda mais interessante atentar que a meia vida não muda com o aumento da dose, na grande maioria das vezes (cinética de primeira ordem). Ou seja, uma dose maior do medicamento não fará que ele passe mais tempo no organismo. Ao aumentarmos a concentração plasmática de um fármaco, mais fármaco eu terei no sangue e mais rápido esse fármaco vai ser liberado do organismo (lembrar aqui de cinética de primeira ordem); ou seja, aumentar a dose de um medicamento não faz com que ele permaneça mais no organismo, pois isso vai depender da meia vida do medicamento.