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FELIZ ANO VELHO - Autor: Marcelo Rubens Paiva - Paiva fica paralítico aos 20 anos, no dia 14 de Dezembro de 1979. - “Uma maneira de passar o tempo foi pegar uma determinada pessoa e lembrar de todos os momentos em que eu estive com ela”. Isso é a explicação para tantos flashbacks e personagens. - Sempre que ele vê uma pessoa vem um Flashback e sabemos um pouco mais sobre a história da pessoa - Personagem pensa muito em sexo é flamenguista roxo, mas vira corintiano quando se muda para SP - No decorrer do livro ele fala de muito dos seus preconceitos. - Olaff é o melhor amigo. - Tempo que evoca muito a memória. - Diário: teor confessional, sem datação típica - Ele só consegue recuperar o movimento das mãos devido a ajuda da fisioterapeuta ocupacional - Publicado quando o autor tinha 23 anos, 1982 Estrutura: - Narração: 1ª pessoa (autobiográfica, memórias) - Linguagem: informal, espontânea (coloquialismo, gírias, palavrões) - Contém 7 capítulos: contam história do acidente em 14/12/1979 e do desaparecimento do pai na ditadura militar 1) Prefácio 2) BIIIIIIN 3) Do lado de cá dos trilhos 4) UTI - Unidade de Tratamento Intensivo 5) Hospital Paraíso, São Paulo 6) Apartamento 7) Uma paulista chamada avenida 8) Início de dezembro - 1980 Título: - Passou o natal e ano novo no hospital - Pessoas festejando o ano novo, pensa em se matar - Referência ao estado anterior do escritor - Referência ao estado precário de saúde do escritor em relação ao ano novo (reveillon 1979-80): seu ano novo não poderia ser feliz, pois continuaria vivendo no ano velho (vida ganhou fim) Tempo: - Cronológico de 1 ano: relato do acidente, pós acidente, luta pela recuperação (do acidente até a escrita) - Psicológico: volta aos 11 anos de idade - Lembranças: namoradas, festas, família, desaparecimento do pai há 9 anos (11 anos-1970), reflexões sobre a existência, ditadura, faculdade de engenharia 1. PREFÁCIO Existe uma série de questionamentos levantados por Luís Travassos (presidente da UNE em 68) ao Marcelo Rubens Paiva. Travassos faz um comentário, dizendo que leu o texto do autor num dia que estava de baixo astral e que a leitura o animou. Além do comentário, Travassos faz quatro questionamentos sobre o livro e finaliza com uma nota, que dizia que se Paiva não publicasse seu livro ele iria se aliar ao pai da namorada de Paiva do BBB e iria perseguir o autor até o inferno. Assinado em 1981. Travassos diz que faltou desenvolver o acidente e a história do pai Travassos morre antes da publicação do livro e Paiva, também no prefácio responde o amigo que já está morto. Disse que Travassos, que morreu em 1982 não pode ler o livro e que não pode escrever a sua história que era bem mais emocionante. Fala que esse livro é dedicado a ele (Zé) e que quando morrer vai ir para o céu levar as páginas ainda não lidas e algumas folhas em branco para ele escrever a sua própria história. É uma carta do amigo, colocada na obra como homenagem 2. BIIIN No primeiro capítulo ficamos sabendo o que aconteceu com o personagem. Ele estava bêbado e pulou de ponta num rio que tinha meio metro de profundidade. Bateu a cabeça, não conseguia se mexer, não sentia dor, apenas escutava BIIIN e sentia que estava se afogando. Estava com medo do que poderia acontecer até que o Professor Urtigas vira Marcelo Paiva. Estão presentes no acidente (Urtiga, Grégor, Florência, Marcinha) Depois do acidente os amigos acham que não foi nada, fazem brincadeiras, levantam Marcelo, mas percebem que têm coisa errada, o amarram numa tábua, o colocam na vã e vão para o hospital. A princípio, Marcelo não achou que fosse sério até entrar no pronto-socorro. Ele fica preocupado, pede para avisarem os seus pais, pede para avisarem o pai da sua ex-namorada que era médico. As enfermeiras começam a cortar suas unhas e cabelos. Ele não queria, pois teria uma gravação de violão em um estúdio profissional. Apagou. 3. DO LADO DE CÁ DOS TRILHOS Esse capítulo conta a história da juventude de Marcelo Paiva. Conta que nasceu em uma família abastada, neto de latifundiários. O pai era engenheiro, que era envolvido com política e a mãe era advogada. Diz que conheceu uma paraguaia na Unicamp, recebeu um convite de visita para vê-la no Paraguai. Marcelo leva seu amigo, mas os dois levam fora. Vão para argentina gastar em cassino, mulheres. Dizem que foram assaltados para que os pais pagassem a passagem de volta. 4. UTI – Unidade de Terapia Intensiva Marcelo acorda, repara que está conectado a um monte de tubos, mas não conseguia se mover. Perguntou o que tinha acontecido e uma enfermeira o informou que tinha sido operado e que estava tudo bem. Elma, outra enfermeira, comenta que sua mãe tinha passado no Hospital, mas teve que voltar para Campinas. Elma + um crioulo dão banho nele. Marcelo fica envergonhado, mas os dois já estavam acostumados. A mãe de Marcelo Paiva entra no quarto e a única sensação que ele tinha era vergonha de ter feito aquela cagada: se atirar, bêbado, em um lago. Contam que ele rompeu a vértebra, mas Paiva só queria saber se ia ficar bem, estava preocupado, pois tinha que voltar para a Unicamp, fazer provas e conseguir dinheiro para passar o carnaval em Olinda – Sua cabeça estava na vida normal, ele não sabia o que estava esperando. Conta que a única experiência que teve com a morte foi quando tinha 12 anos, quando seu pai, seu tio Ricardo, mais dois outros tios, mais dois avôs e uma prima morreram num período de 2 anos. Podendo somente olhar para o teto, Marcelo Rubens Paiva fica pensando na vida. Lembra-se de um gato que apareceu um dia na sua casa e esse gato era muito apegado ao seu pai Rubens Paiva. Comenta que um dia o gato foi embora e isso significava morte. Dito e feito, logo depois, seu pai, que era Deputado, foi sequestrado pela Ditadura. Vê-se no espelho e isso fere a sua vaidade, visto que ele estava careca e cheio de espinhas. Aparece uma nova enfermeira, a Ilma, que morava junto com Elma, e isso despertava seu lado libidinoso. Ficava imaginando poder transar com as duas após sua melhora. Ficamos sabendo que ele está no quarto ano de Engenharia Agrícola, que mora numa casa com Nana, Gureti, Helô, Marilusa e Cassy. Estava vivendo uma fase ecológica. Ele se relacionou com a Nana após terminar o relacionamento com a Ana. Ficamos sabendo também que Marcelo tem 4 irmãs ( logo no início já recebe a visita da Eliana e da Veroca) Fala que a sua mãe era uma pessoa muito forte e que sempre passava tranquilidade em qualquer momento, visto tudo que ela já tinha passado. Ter seu marido sequestrado, ser presa e torturada psicologicamente pelos militares. Para passar o tempo ele começa a pensar muito. Ele percebe que a UTI é tipo um purgatório e que tu vai sair de lá ou com profundas lesões ou morto. Doutor Miguel (Pai da ex) e Alex (o médico que fez a cirurgia) aparecem e falam que quando sua vértebra se recuperar ele poderia sentar numa cadeira de rodas e começar a fisioterapia. As enfermeiras passavam de 3 em 3 horas para tirar a pressão, era o maior programa que ele tinha. Nana aparecia junto com a Gorda, ambas chapadíssimas para escovar os seus dentes. Uma das maiores diversões que ele tinha era quando liam para ele as Histórias de Gabeira, um aventureiro. Marcelo Rubens Paiva se imaginava nas situações de Gabeira e isso dava emoção ao seu dia. Marcel disse que assim que se recuperasse, assim como Gabeira, iria abrir a janela e sentir o vento da Avenida Paulista. Livro: “que é isso companheiro, de Gabeira”- intertextualidade com o que aconteceu na sua infância quando seu pai foi pego pela PM. Sabemos que uma das suas irmãs (antes do acidente) teve um pesadelo (que o irmão estava se afogando) e achou que o Marcelo tinha morrido. Meio Mamonas Assassinas (o cara sonhou com o avião caindo antes de acontecer) Rosana, a fisioterapeuta leva as estudantes da PUC para terem uma experiência prática. Quando o Marcelo se dá conta ele vê que entram gente cantando Digon Bel e ele se liga que começou o natal. Chega o último dia do ano, ele faz o balançoe as promessas para o futuro e promete que se ele não conseguir voltar a andar ele iria se matar. Fica refletindo tudo que passou de bom no passado e diz “Adeus ano novo, feliz ano velho”. Uma imensa tristeza de perder aquelas felicidades. Muita gente sempre estava em volta de Marcelo, principalmente no ano novo. Querendo mudar um pouco de posição, pois não aguentava mais olhar para o teto ele pede para as enfermeiras inclinarem um pouco a cama. Ele mente que o Doutor deu permissão, mesmo sabendo que a coluna não estava calcificada. Quando inclina ele sente falta de ar e voltam ele na posição original. Quando isso ocorre ele volta a pensar na sua vida e se lembra do episódio de Lucia, uma menina que ele conheceu. Existe um convite por parte de Marcelo de levar ela para SP de avião, eles conseguem carona, vivem um pouco juntos, se separam, uns anos depois se reencontram, ela com namorado deixa ele um pouco de lado, vai falar com Marcelo, se dão uns beijos e nunca mais se veem. Sai da UTI em fevereiro, mas fica no quarto por 3 ou 4 meses 5. HOSPITAL PARAÍSO, SÃO PAULO Ocorre a transferência dele de Campinas para o Hospital paraíso em SP. Ele constata que o teto é verde, cheio de ornamentos e isolamentos acústicos, só por isso já sabia que seria cara a estadia (Especialista em tetos, pois é a única coisa que ele vê). Vai fazer uma radiografia, pedem para ele ficar de pé, fica feliz com o pedido, pois sabe que o corpo não aparenta estar parado. Comentam com ele que a sua vértebra está muito ruim e ele fica extremamente puto, ele diz que só quer sentar para cagar e bater uma punheta. Pela análise do teto ele consegue descobrir em que região do hospital ele está. Fica contente, pois deixariam ele se alimentar por comida e não mais por sopa e danone. Estão bolando um colete de ferro para fixar sua vértebra. Conta um pouco sobre a sua convivência com seu pai. Ele diz que o seu pai tinha medo que por ser o único filho ele ficasse meio afeminado, mas suas preocupações logo se passaram ao ver que ele era macho, tinha orgulho do seu filho homem. Se lembra da infância com seu pai. Dizia que enquanto outros pais levavam os filhos para jogar tênis, Rubens Paiva ensinou ele a levantar laje, fazer argamassa, pilotar avião, mas depois não pode aprender mais nada por causa do sequestro. Importante! Cena do sequestro do pai. Num feriado, a mãe e as filhas estavam se arrumando para irem à praia. Marcelo estava dormindo quando apareceram seis militares, com metralhadoras apontam para as mães e para as filhas enquanto o chefe da ordem de prisão ao Rubens Paiva (associado ao socialismo Chileno de Allende). Todo mundo estava preso na casa e todo mundo que resolvia visitar a residência era levado embora e preso. A mãe de Paiva pede para que ele leve uma caixa de fósforo para a Helena sem ser visto. Ele se esgueira, chega na porta de Helena, abre a caixa de fósforo e lê a mensagem de que Paiva e todos que se aproximassem da casa estariam de custódia. Daí Marcelo se tocou que o seu pai estava preso. Sua mãe é levada em custódia junto com a Eliana. Elas voltam alguns dias depois muito mal. Sua mãe não identificou foto alguma, apenas da sua família. A censura não era tão rígida naquela época e os jornais perguntavam onde está Paiva. O governo mentia descaradamente dizendo que ele não estava preso. Cometeram uma gafe, pois levaram o carro de Paiva e autenticaram com o carimbo do exército. Tentaram o Habeas, mas nada. Os militares dão um depoimento e dizem que estavam levando Paiva para interrogatório e que um veículo contendo pessoas desconhecidas levaram ele para um lugar desconhecido. Paiva teria fugido. 7 anos depois, dois repórteres fazem o levantamento completo e surge o caderno intitulado Quem matou Rubens Paiva? No Jornal do Brasil. Descobrem que ele foi morto e assassinado. O motivo da prisão parece ter sido uma carta enviada por alguns exilados no Chile. Marcelo diz que Rubens Paiva estava vivo na memória de muitas pessoas. Depois da evocação da memória do seu pai, Marcelo comenta que saiu da UTI. Ele tem dois enfermeiros, o Chico e o Santista. Lia muita coisa, conversava muito com as pessoas do hospital e lembrava que pegou a musa da Humanas na Unicamp. Marcelo fala que era tímido, mas que o seu sorriso era sua arma. Ele consegue uma TV no hospital, começa a ver novelas e se lembra de um jogo que a argentina que ganhar de 4x0 do peru para passar (Teófilo Cubillas). Nunca transou com Marcinha, foi visitar ele e ficou assustada, então ele conta um pouco a história deles O colete fica pronto e o médico diz que vai doer no início. Ele começa a se animar mais e cria até um samba enredo para quando sair dali. Volta e meia aparece o lado sexual dele. Com a chegada do Carnaval as visitas começaram a diminuir. Com essa diminuição ele começa a ficar mais amigo dos pacientes. Fica amigo de um menino que é muito querido, que reza por ele. Ele descobre que vai sair do hospital passado mais um mês, mas ele fica com medo do estado que vai sair. Ele fala que a culpa é dele, cagada dele. Ele lembra que ele fez dupla musical com CARCA. Conta que ambos começaram a fazer covers, conta que um dia foi chamado para um show em limeira. Fala que fizeram o pior show, pois não ensaiaram. Não decoraram as letras. Começam ensaiar, levar as coisas mais a sério. Fazem composições próprias e fazem músicas ao estilo de Mamonas. Lembrar que a TV cultura está fazendo festival de música (Só pode MPB , mas eles se inscrevem com um rock e um blues. Bamba novo, o Blues passou). Com um mês para ensaiarem eles protelam até o último dia. Ele é chamado para fazer uma entrevista que ia rodar antes da apresentação. Ele comenta que a inspiração da música era porque ele gostava do tênis bamba novo. Critica a rede TV por fazer uma competição injusta e que a rede só queria se colocar novamente no mercado. Ensaiam umas 50 vezes a música, são os últimos a se apresentarem no dia. A música tinha toda uma apresentação corporal, fingem que os instrumentos são metralhadoras. Não passam, mas um dos jurados, Tom zé – tropicália – gostou muito da apresentação e pediu para entrarem em contato. Continuam a banda – Os bostas. Desiste da banda depois de um show fracassado. Marcelo faz uma dupla com Carce. Acaba a lembrança da época musical e ele faz uma remissão do surgimento de Lula. Comenta que esse novo político estava lutando por direitos, que era diferente dos comunistas, que estava inflando os novos grupos. Marcelo é PTISTA. Está na hora de voltar para a casa. Marcelo já estava numa cadeira de rodas, mas sem estabilidade nenhuma. Vai ter uma enfermeira para cuidar dele. Receio de voltar para casa. 6. APARTAMENTO Capítulo curto que fala um pouco sobre a história do apartamento. Que sua mãe comprou na planta com o dinheiro que Paiva deixou. Conhece a enfermeira Stella (considera feia), fisioterapeuto Osório, fazem reformas na casa para ajudar na mobilidade 7. UMA PAULISTA CHAMADA AVENIDA Em casa, Marcelo começa a sair aos poucos de casa. Ele fica incomodado com as reações das pessoas e perde a sua alta imagem (ao ir no cinema com o cunhado). O que sou? Paralítico? Aleijado? Flashback da Marina (ela foi visitar ele, mas ninguém atendeu, então ela deixou uma cartinha dizendo que voltaria para ver ele). Era uma menina que ele conheceu na Unicamp, era mais velha e tinha namorado. Ela briga com o namorado e começa a ficar com Marcelo. Marina era ciumenta e acabou não dando certo. Fala de um cara que tinha tido a mesma lesão que ele e já estava andando, então ele decide achar esse cara para saber exatamente o que ele fez para melhorar Ele teve uns reflexos na perna e chamou um médico porque achou que estava melhorando, mas não era tanta melhoria assim, tirou a sonda também Começa a ir na psicóloga que o ajuda a refletir sobre sua condição Teve que voltar para o hospital para uma nova cirurgia, pois tinha crescido um caroço. Novos sofrimentos. Lê “Minha profissão é andar” de Pecci, que relata o seu acidente que o deixou paraplégico. Marcelose questiona se não pode escrever a sua história. Contratam um novo enfermeiro para ele, um homem. 7 meses do acidente. Contratam uma terapeuto ocupacional que xinga ele e bota-o para fazer novas atividades, escrever, empurrar a cadeira - SUBTÍTULO: OUTUBRO DE 80, BBB No centro de reabilitação BBB ele cria ânimo, pois encontra pessoas com os mesmos problemas e muito mais ativas. Sua vida começa a melhorar, visto que ele aceita a situação e começa a ser mais ativo, mais independente. Uma velha na rua passa por ele e larga uma esmola Retoma a força na rola e consegue bater punheta e transar. Redescoberta da sexualidade com Bianco 8. INÍCIO DE DEZEMBRO - 1980 Esse é o último capítulo e que faz uma reflexão sobre o seu estado atual. Por fim ele coloca novamente a cena do acidente, as mesmas falas e daí acabou.
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