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Recurso ordinário constitucional

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Heloisa Girão Cruz
Theodora Pamella Araújo de Aragão
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO ___. 
Habeas Corpus nº ___.
Raimundo Holanda, já devidamente qualificado nos autos do processo em epígrafe, por intermédio de seu advogado que esta subscreve, inconformado com o acódão que denegou a concessão de ordem de “ Habeas Corpus ”, vem, mui respeitosamente, perante Vossa Excelência, interpor com fundamento no art. 105, II, a da Constituição Federal c/c arts. 30 ao 32 da Lei 8038/90, o presente RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL. 
	
Requer seja recebido e processado o recurso, com o encaminhamento das inclusas razões ao Colendo Superior Tribunal de Justiça. 
Neste Termos
Pede Deferimento
Local..., dia...de... de 2021
 ________________________
 “Advogado(a)...”
 OAB...
 RAZÕES DE RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL 
Habeas Corpus nº ___.
Recorrente: Raimundo Holanda 
Recorrido: Justiça Pública
Egrégio Superior Tribunal de Justiça,
Colenda Turma,
Ilustres Ministros,
Douta Procuradoria de Justiça.
Em que pese o indiscutível saber jurídico da Colenda Câmara Criminal do Egrégio Tribunal de Justiça, o venerando acórdão recorrido que denegou o pedido de Habeas Corpus ao recorrente, não pode prosperar, pelas razões a seguir exposta.
I- DOS FATOS
O Sr. Raimundo Holanda foi denunciado e está sendo processado pelo crime previsto no artigo 159 do Código Penal Brasileiro, mediante grave ameaça praticada com arma de fogo contra a vítima Sra. Nádia, empresária. Onde o recorrente veio a exigir da família da vitima, como condição para sua liberdade o valor de R$ 200.000,00 (duzentos mil). O Sr. Raimundo foi autuado em flagrante de delito no momento que pegava o dinheiro deixado no local combinado, na praça. 
O recorrente encontra-se preso, tendo em consideração que o flagrante foi convertido em prisão preventiva, há mais de 190 dias. Com isso, a instrução criminal não foi encerrada por conta da insistência do Ministério Público em ouvir uma testemunha via precatória. 
Contudo, foi solicitado a revogação da prisão preventiva ao juiz competente, onde o pedido foi negado, ensejando assim a interposição de um habeas corpus ao TJ, que veio a fundamenta-se que: “a gravidade do fato ilícito se sobrepõe ao eventual excesso de prazo, não configurando, assim, em constrangimento ilegal”. 
Sendo assim, se faz necessário que a decisão tomada seja reformada, conforme será comprovado a seguir. 
II – DO DIREITO
Trata-se o caso de uma ação pública incondicionada, pela a suposta prática do crime estabelecido pelo o artigo 159 do Código Penal Brasileiro, com pena de 8 a 15 anos de reclusão. De acordo com a decisão tomada anteriormente: 
Não pode prosperar a respeitável decisão que denegou a ordem de Habeas Corpus, por encontra-se desprovida de amparo legal. Com efeito, no artigo 105, II, a, da Constituição Federal dispõe: 
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:
II - julgar, em recurso ordinário:
a) os habeas corpus decididos em única ou última instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão for denegatória. 
No caso em tela, a impetração do Habeas Corpus é perfeitamente cabível, não havendo razões de ter sido negado pela a Colenda Câmara. 
O Sr. Raimundo Holanda encontra-se preso a mais de 190 dias dado um atraso no decorrer do seu processo, devido a insistência do Ministério Público em ouvir uma testemunha via precatória, fazendo então com o que o réu permaneça encarcerado de forma inconstitucional dada a sua prisão preventiva ter excedido o limite de 81 dias conforme expresso no artigo 1º da lei 9303/96: 
Art. 1º O art. 8° da Lei n° 9.034, de 3 maio de 1995, passa a vigorar com a seguinte redação:
Art. 8° O prazo para encerramento da instrução criminal, nos processos por crime de que trata esta Lei, será de 81 (oitenta e um) dias, quando o réu estiver preso, e de 120 (cento e vinte) dias, quando solto.
Assim como previsto em lei, o réu deve ficar preso por até 81 dias, a partir desse tempo poderá haver adiamento da instrução, não podendo continuar com o encarceramento. Isso pois, no Brasil a um sistema processual penal que fundamenta-se na presunção de inocência, sendo pois, regra a liberdade, tratando a prisão como exceção.
Sobre o abuso de tempo prisional em que se encontra-se o réu, Pontes de Miranda, destaca:
O fato de estar preso o réu, por mais tempo do que a lei determina, é, insofismavelmente, violência ou coação por ilegalidade, ou abuso de poder. Se assim é, se o paciente, estribando-se na passagem constitucional, impetra o habeas corpus... e se pelos documentos prova a opressão, ou desleixo que em prisão ilegal importou, não sabemos como e fundado em que possa a instância superior negar-se a libertá-lo (1979,p.144). 
Dito isso, levanta-se o fato de que a uma regra para os processos em prisão, qual seria que a própria pronuncia do réu se faz constitucionalmente possível a aplicação de habeas corpus por excesso de prazo. Constatada pela Sumula 21 do Supremo Tribunal de Justiça: “pronunciado o réu, fica superada a alegação do constrangimento ilegal da prisão por excesso de prazo da instrução”. 
Diante da ilegalidade da prisão, o recorrente impetrou habeas corpus que foi negado, sendo fundamentado: “a gravidade do fato ilícito se sobrepõe ao eventual excesso de prazo, não configurando, assim, em constrangimento ilegal”. 
Com base dito pelo o Juiz afirmamos que o crime cometido pelo o réu, extorsão mediante sequestro, qual seja o artigo 159 do Código Penal Brasileiro, encontra-se no rol de crimes hediondos, qual seja no artigo 1º, IV da lei 8072/90. Nesse quesito ainda não se faz proibição de habeas corpus, tendo em vista que há sumula integrante ao Supremo Tribunal Federal que mesmo tratando-se de um crime hediondo, não se pode admitir o excesso de prazo na prisão. Conforme já disposto pela Sumula 697 do STF: “a proibição de liberdade provisória nos processos por crimes hediondos não veda o relaxamento da prisão processual por excesso de prazo”. 
Razão pela qual necessária se faz a concessão do pedido disposto no presente recurso. 
III- DOS PEDIDOS
Ante ao exposto, requer: 
a) que seja dado o conhecimento e provimento do recurso ordinário constitucional; 
b) que seja reformada a decisão que denegou o habeas corpus;
c) que seja revogada a prisão e expedido o alvará de soltura.

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