Buscar

ANATOMOFISIOLOGIA APLICADA A ESTETICA 2

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 106 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 106 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 106 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

ANATOMOFISIOLOGIA
APLICADA
João Armando Brancher
Walquiria Aparecida Garcia Zonta
*Todos os gráficos, tabelas e esquemas são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência. 
Imagens de capa: © Tefi // Shutterstock; © Stihii // Shutterstock; e © BlueRingMedia // Shutterstock.
Informamos que é de inteira responsabilidade da autoria a emissão de conceitos. Nenhuma parte 
desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem autorização. A violação dos 
direitos autorais é crime estabelecido pela Lei n.º 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código Penal.
Copyright Universidade Positivo 2016
Rua Prof. Pedro Viriato Parigot de Souza, 5300 – Campo Comprido
Curitiba-PR – CEP 81280-330
Superintendente 
Reitor
Pró-Reitor Acadêmico
Coordenador Geral de EAD
Coordenadora Editorial
Autoria 
Supervisão Editorial
Parecer Técnico
Validação Institucional
Layout de Capa
Prof. Paulo Arns da Cunha
Prof. José Pio Martins
Prof. Carlos Longo
Prof. Renato Dutra
Profa. Manoela Pierina Tagliaferro
Prof. João Armando Brancher 
Profa. Walquiria Aparecida Garcia Zonta 
Aline Scaliante Coelho
Altair Argentino Pereira Junior
Francine Fabiana Ozaki e Regiane Rosa
Valdir de Oliveira
FabriCO
KOL Soluções em Gestão do 
Conhecimento Ltda EPP 
Análise de Qualidade, Edição de Texto, 
Design Instrucional, Edição de Arte, 
Diagramação, Imagem de Capa, 
Design Gráfico e Revisão
Ícones
Afirmação
Contexto
Biografia
Conceito
Esclarecimento
Dica
Assista
Curiosidade
Exemplo
Sumário
Capítulo 5 
Captação e absorção de nutrientes; eliminação de resíduos: sistema digestório ............. 9
5.1 Funções gerais do sistema digestório .......................................................................... 9
5.1.1 Canal alimentar e órgãos acessórios ...................................................................................................................... 10
5.1.2 Digestão ..................................................................................................................................................................11
5.1.3 Absorção .................................................................................................................................................................11
5.1.4 Excreção ..................................................................................................................................................................12
5.2 Ingestão e deglutição ................................................................................................ 12
5.2.1 Boca ........................................................................................................................................................................12
5.2.2 Glândulas salivares ................................................................................................................................................ 16
5.2.3 Faringe ....................................................................................................................................................................17
5.2.4 Esôfago ...................................................................................................................................................................18
5.3 Digestão ....................................................................................................................21
5.3.1 Estômago ............................................................................................................................................................... 21
5.3.2 Duodeno ................................................................................................................................................................ 23
5.3.3 Pâncreas .................................................................................................................................................................24
5.3.4 Fígado e vesícula biliar ........................................................................................................................................... 25
5.4 Excreção .....................................................................................................................27
5.4.1 Intestino delgado e mesentério ............................................................................................................................. 28
5.4.2 Absorção de nutrientes ......................................................................................................................................... 29
5.4.3 Intestino grosso ..................................................................................................................................................... 29
5.4.4 Movimentos intestinais ..........................................................................................................................................31
Referências ......................................................................................................................32
Capítulo 6 
Controle das funções corporais: equilíbrio, harmonia e bem-estar ...............................33
6.1 Organização funcional do sistema nervoso ...............................................................33
6.1.1 Sistema nervoso central ......................................................................................................................................... 36
6.1.2 Sistema nervoso periférico .................................................................................................................................... 40
6.1.3 Envoltórios do tecido nervoso ............................................................................................................................... 42
6.1.4 Barreira hematoencefálica e líquor ........................................................................................................................ 42
6.2 Funções sensoriais, integrativas e motoras ...............................................................43
6.2.1 Estimulação sensorial ............................................................................................................................................ 44
6.2.2 Tronco encefálico e controle motor ....................................................................................................................... 45
6.2.3 Reflexo e reação .................................................................................................................................................... 45
6.2.4 Funções cognitivas e comportamento .................................................................................................................. 45
6.3 Sistema Nervoso Autônomo .....................................................................................46
6.3.1 Divisões simpática e parassimpática ..................................................................................................................... 46
6.3.2 Função simpática .................................................................................................................................................. 47
6.3.3 Função parassimpática .......................................................................................................................................... 48
6.3.4 Neurotransmissores da fisiologia autonômica ...................................................................................................... 48
6.4 Controle endócrino das funções corporais ................................................................48
6.4.1 Definição de glândulas endócrinas ........................................................................................................................ 49
6.4.2 Hipófise: um dos principais órgãos endócrinos .....................................................................................................51
6.4.3 Hormônios .............................................................................................................................................................53
6.4.4 Mecanismos de ação dos hormônios .................................................................................................................... 53
Referências ......................................................................................................................55
Capítulo 7 
Proteção e defesas do corpo humano .............................................................................57
7.1 Pele e mucosas ...........................................................................................................57
7.1.1 Estrutura da pele .................................................................................................................................................... 57
7.1.2 Funções da pele ...................................................................................................................................................... 58
7.1.3 Anexos cutâneos .................................................................................................................................................... 59
7.1.4 Mucosas ...................................................................................................................................................................61
7.2 Sistema imunológico ................................................................................................61
7.2.1 Antígenos ............................................................................................................................................................... 62
7.2.2 Células do sistema imunológico ............................................................................................................................ 63
7.2.3 Resposta imunológica ........................................................................................................................................... 66
7.2.4 Hipersensibilidades ................................................................................................................................................ 66
7.3 Sistema linfático ........................................................................................................67
7.3.1 Linfa ....................................................................................................................................................................... 67
7.3.2 Vasos linfáticos ...................................................................................................................................................... 68
7.3.3 Células e tecidos linfáticos ..................................................................................................................................... 69
7.3.4 Linfonodos ............................................................................................................................................................. 69
7.4 Resistência do corpo à infecção ................................................................................70
7.4.1 Leucócitos .............................................................................................................................................................. 71
7.4.2 Granulócitos ........................................................................................................................................................... 72
7.4.3 Sistema monocítico macrofágico .......................................................................................................................... 73
7.4.4 Inflamação ..............................................................................................................................................................74
Referências ......................................................................................................................78
Capítulo 8 
Aparelho genitourinário ..................................................................................................79
8.1 Órgãos excretores ......................................................................................................79
8.1.1 Rins ......................................................................................................................................................................... 80
8.1.2 Ureteres .................................................................................................................................................................. 82
8.1.3 Vesícula urinária .................................................................................................................................................... 82
8.1.4 Uretra masculina e uretra feminina ....................................................................................................................... 84
8.2 Sistema genital masculino ........................................................................................85
8.2.1 Testículos ............................................................................................................................................................... 85
8.2.2 Túbulos e ductos seminíferos ................................................................................................................................ 86
8.2.3 Pênis .................................................................................................................................................................... 86
8.2.4 Glândulas acessórias .............................................................................................................................................. 88
8.3 Sistema genital feminino ..........................................................................................88
8.3.1 Ovários e tubas uterinas ........................................................................................................................................ 89
8.3.2 Útero ...................................................................................................................................................................... 90
8.3.3 Genitália externa .................................................................................................................................................. 92
8.3.4 Glândulas mamárias .............................................................................................................................................. 92
8.4 Gravidez .....................................................................................................................94
8.4.1 Ciclo menstrual ...................................................................................................................................................... 95
8.4.2 Fertilização ............................................................................................................................................................ 96
8.4.3 Desenvolvimento e funções da placenta ............................................................................................................... 97
8.4.4 O feto e a mãe ......................................................................................................................................................101
Referências ...................................................................................................................104
5 Captação e absorção de nutrientes; 
eliminação de resíduos: sistema digestório
Com o aprofundamento de pesquisas na área de saúde sobre fatores que inter-
ferem na qualidade de vida, várias descobertas ressaltam o impacto que uma alimentação 
saudável exerce sobre os aspectos funcionais do corpo humano. Nesse sentido, é funda-
mental conhecer os órgãos que participam da digestão dos alimentos.
Neste capítulo, compreenderemos o conceito de digestão e estudaremos o sistema 
digestório, analisando cada um de seus órgãos e entendendo como eles participam 
desse processo.5.1 Funções gerais do sistema digestório
As funções do sistema digestório são exercidas por vários órgãos e glândulas e 
são essenciais para que nosso organismo absorva os nutrientes necessários. São elas:
Ato de levar os alimentos, sejam sólidos ou líquidos, à boca.
Ingestão
Produção e liberação, por vários tipos de células, de substâncias que contribuem para a digestão.
Secreção
São resultado de ações musculares que ajudam a triturar, misturar e impulsionar as partículas 
alimentares.
Processos mecânicos 
Processo que diminui macromoléculas de nutrientes até sua menor forma.
Digestão
Passagem de substâncias nutrientes das paredes do canal alimentar para o sangue, 
a linfa e as células.
Absorção 
AnAtomofisiologiA AplicAdA 10
Processo pelo qual todo material não absorvido é eliminado em forma de fezes pela porção 
final do canal alimentar, chamada de ânus.
Defecação 
Para que essas funções sejam executadas, nosso organismo possui estruturas 
divididas em dois grupos, que compreenderemos a seguir.
5.1.1 Canal alimentar e órgãos acessórios
Os componentes do sistema digestório são divididos em: canal alimentar, 
(também chamado de trato gastrointestinal) por onde as partículas dos alimentos 
percorrem um trajeto no qual serão sucessivamente processadas, e órgãos anexos ou 
órgãos acessórios que contribuem de diversas formas para funções digestivas.
O estresse pode causar uma patologia que acomete todo o trato gastrointestinal, denominada 
síndrome do intestino irritável ou colo irritável, que pode causar dores e cãibras abdominais, 
diarreia e constipação alternadas, náuseas e flatulência e perda de apetite.
O canal alimentar é composto pelos seguintes órgãos: boca (cavidade bucal), 
faringe, esôfago, estômago, intestino delgado e intestino grosso. Os órgãos anexos 
compreendem estruturas como dentes, língua e glândulas anexas, que incluem as 
glândulas salivares, o fígado com a vesícula biliar e o pâncreas. 
Sistema digestório
Cavidade
bucal
Fígado
Vesícula biliar
Intestino delgado
Glândula parótida
Faringe
Esôfago
Estômago
Pâncreas
Ânus
Glândulas
submandibular
e sublingual
©
 s
na
pg
al
le
ri
a 
/ /
 S
hu
tt
er
st
oc
k.
 (A
da
pt
ad
o)
.
AnAtomofisiologiA AplicAdA 11
Todas essas partes serão estudadas mais a fundo ao longo deste capítulo, em 
conjunto com sua função no processo da digestão.
5.1.2 Digestão
O objetivo dos processos digestivos é transformar moléculas grandes, que não 
atravessariam a mucosa intestinal (revestimento interno dos intestinos), em moléculas 
suficientemente pequenas para não só atravessarem a mucosa, como serem absor-
vidas pelas células.
Os processos digestivos podem ser divididos em processos mecânicos e 
processos químicos. Fortes músculos estriados, como o músculo masseter (situado na 
região interna das bochechas de cada lado do rosto) e o músculo temporal (situado de 
cada lado nas têmporas) agem voluntariamente e produzem os movimentos mastiga-
tórios que permitirão que os dentes triturem os alimentos. Movimentos executados 
por músculos relacionados à língua e à faringe desencadeiam o ato da deglutição, que 
impulsiona o bolo alimentar para a faringe. 
A partir do esôfago, a musculatura especial do canal alimentar, constituída de 
músculos lisos e de controle involuntário, produz movimentos peristálticos, que 
mantêm a propulsão das partículas alimentares sempre adiante para a próxima parte, 
onde nova etapa da quebra de moléculas será realizada. Músculos da parede do estô-
mago e do intestino delgado realizam também movimentos especiais que misturam 
as partículas alimentares às substâncias químicas que vão sendo liberadas nas várias 
porções do canal alimentar. A liberação de muitas e variadas enzimas ao longo das 
porções do canal alimentar, e também do ácido clorídrico e da bile, constituem os 
processos químicos. Tanto os processos mecânicos quanto os químicos serão detalhados 
ao longo do capítulo. 
5.1.3 Absorção
O processo de absorção requer um revestimento interno especial nos órgãos 
digestórios, por isso, só ocorre no estômago, no intestino delgado e no intestino 
grosso, que são dotados de um epitélio mucoso próprio para algum grau de absorção.
Segundo Tortora e Grabowski (2006), ocorre pouca absorção no estômago, uma 
vez que suas células epiteliais são impermeáveis à maioria das substâncias nutrientes, 
permitindo apenas a absorção de água, íons, ácidos graxos de cadeia curta e algumas 
drogas, especialmente a aspirina, e álcool.
É no intestino delgado que ocorre 90% da absorção, pois esse órgão e sua 
mucosa são especialmente construídos para esse processo. Nele, são absorvidas as 
AnAtomofisiologiA AplicAdA 12
vitaminas lipossolúveis, como A, D, E e K, e a maioria das hidrossolúveis, como B e 
C. Todos os carboidratos são absorvidos como monossacarídeos, e os triglicerídeos, 
na forma de monoglicerídeos e ácidos graxos. Além disso, de acordo com Tortora e 
Grabowski (2006), cerca de 50% dos aminoácidos absorvidos provêm das proteínas 
alimentares, enquanto o restante vem de células mortas desprendidas da mucosa e 
de sucos digestivos. Por fim, as células epiteliais que formam a mucosa intestinal do 
intestino delgado absorvem a maior parte da água e dos íons (sódio, potássio, cálcio, 
ferro, magnésio, cloreto, fosfato, nitrato e iodeto) que atravessam o canal alimentar e 
provêm dos alimentos, bebidas e secreções digestivas. 
O processo termina no intestino grosso, responsável pela absorção de água e íons, 
como sódio e cloreto, além da formação do bolo fecal. O próximo passo é a excreção de 
tudo o que não foi absorvido pelo organismo.
5.1.4 Excreção
Todo o material não digerido ou não absorvido, células mortas da mucosa do 
canal alimentar, bactérias ou produtos de sua decomposição e certa quantidade 
de água e sais constituem o bolo fecal. Um movimento resultante de contrações da 
musculatura lisa do intestino grosso, chamado de peristalse em massa, impulsiona o 
bolo fecal em direção ao reto. O reflexo de defecação é desencadeado pela presença 
desse composto no reto, distendendo suas paredes. As estruturas e os movimentos 
envolvidos na excreção serão detalhados mais adiante. 
5.2 Ingestão e deglutição
Os processos que desencadeiam a digestão dos alimentos começam na boca com 
a ingestão e a deglutição do bolo alimentar, por isso, a cavidade bucal é especialmente 
construída para realizar essas funções. 
Ao longo desta seção, conheceremos as partes que integram a cavidade bucal, 
como a boca, a língua e os dentes, e estudaremos ainda as glândulas salivares, a 
faringe e o esôfago.
5.2.1 Boca
A boca ou cavidade bucal é fechada anteriormente pelos lábios, que formam a 
rima bucal ao se encontrarem. Logo após os lábios, existe uma região chamada de 
vestíbulo bucal, que fica entre os dentes e os lábios. 
A parte superior da boca é denominada palato e está subdividida em palato 
duro, formado pelos dois ossos palatinos e por porções dos dois ossos maxilares, 
AnAtomofisiologiA AplicAdA 13
e palato mole, constituído por músculos. Na parte central do palato mole, existe a 
úvula, uma projeção que possui receptores especiais para avisar sobre a passagem 
do bolo alimentar em direção à faringe. Além disso, as contrações dos músculos do 
palato mole o elevam juntamente com a úvula e impedem que partículas alimentares 
cheguem à cavidade nasal. Na parte final do palato mole, existem dois arcos pala-
tinos, e entre eles estão situadas as tonsilas palatinas ou amígdalas, que pertencem 
ao sistema linfático e atuam na defesa do corpo contra microrganismos. Todas essas 
estruturas podem ser vistas na imagem a seguir. 
Estruturas que compõem a cavidade bucal
Lábio Incisivos
Incisivos
Canino
Canino
Pré-molares
Pré-molares
Molares
Arcos
palatinos
Molares
Língua
Tonsila
palatina
Úvula
Palato
mole
Palato
duro
As paredes da cavidade bucal são formadas pelas bochechas, que são consti-
tuídas por tecido adiposo, músculos bucinadores e tecido epitelial interno e externo. O 
assoalhoda boca é formado pela língua, estrutura de musculatura estriada e recoberta 
de mucosa, cujos músculos participam da mastigação, da deglutição e da fonação.
Na cavidade bucal, estão os dentes. Os seres humanos possuem quatro tipos de 
dentes, ilustrados na imagem anterior: incisivos, que cortam o alimento; caninos, que 
o seguram, rasgam ou laceram; e os pré-molares e molares que os moem, trituram e 
esmagam. 
©
 re
nd
ix
_a
le
xt
ia
n 
// 
Sh
ut
te
rs
to
ck
. (
A
da
pt
ad
o)
.
AnAtomofisiologiA AplicAdA 14
Em geral, os dentes possuem três partes: coroa, colo e raiz. A coroa é a parte que 
se vê acima da gengiva; colo é o ponto entre coroa e raiz, na altura da gengiva; e raiz é 
a parte de fixação nos alvéolos dentais (espaço presentes nas arcadas dentais superior, 
do osso maxilar e inferior, do osso mandíbula). 
No interior da coroa, existe uma cavidade pulpar, que contém a polpa do dente, 
onde estão presentes vasos sanguíneos, nervos e vasos linfáticos, que chegaram até ali 
pelos canais do dente, localizados no interior da raiz. Os dentes incisivos e os caninos 
apresentam uma raiz única, já os pré-molares e os molares possuem três ou mais raízes.
Em alguns dentes doentes, às vezes, é necessário retirar todo o conteúdo da polpa do dente, 
tanto da cavidade pulpar quanto da raiz, por meio de um procedimento conhecido como trata-
mento de canal.
Os dentes são compostos de tecido conjuntivo calcificado, que consiste numa 
matriz mineralizada chamada dentina. Ela é recoberta, na coroa, pelo esmalte e, na 
raiz, pelo cemento. Sendo assim, a proteção da coroa contra o atrito dos movimentos 
mastigatórios e corrosão por substâncias presentes nos alimentos se deve ao esmalte, 
e o cemento fixa a raiz firmemente ao periodonto, que é o tecido conjuntivo que 
reveste a cavidade alveolar. 
Elementos que compõem o dente
Esmalte
Dentina
Gengiva
Cemento
Osso
Canal
da raiz
do dente
Polpa no
interior da
cavidade pulpar
Coroa
Colo
Raiz
©
 J
ac
ky
 C
o 
// 
Sh
ut
te
rs
to
ck
. (
A
da
pt
ad
o)
.
AnAtomofisiologiA AplicAdA 15
Durante o desenvolvimento, o ser humano apresenta dois conjuntos de dentes. 
A primeira dentição, formada por 20 dentes decíduos (também conhecidos como 
dentes primários ou dentes de leite) começa a irromper em torno dos 6 meses de idade. A 
segunda dentição é composta por 32 dentes permanentes, que começam a irromper 
em torno dos seis anos e substituem os decíduos conforme eles vão caindo.
Outra estrutura da cavidade bucal que auxilia na ingestão de alimentos é a língua, 
formada por dois conjuntos de músculos que produzem os movimentos especiais da 
língua durante a fonação, a mastigação e a deglutição: os músculos intrínsecos da 
língua, que a constituem, e os músculos extrínsecos, situados no assoalho da língua e 
nas proximidades do osso hioide. 
A língua é composta por três partes: corpo, raiz e dorso ou superfície supe-
rior. O dorso e suas margens apresentam projeções afiladas conhecidas como papilas 
linguais, ilustradas na imagem a seguir, cujo epitélio espessado que as recobre favo-
rece o atrito com as partículas alimentares, contribuindo para sua movimentação 
sobre a língua. Algumas papilas ainda possuem receptores neurológicos especializados 
em captar informações sobre tato, sabores diferenciados e temperatura dos alimentos. 
Anatomia da língua
Epiglote
Tonsila lingual
Tonsila palatina
Corpo
Raiz
Papila circunvalada
Papila fungiformes
Papila �liformes
Na linha mediana inferior da língua, encontra-se o frênulo lingual, uma prega de 
mucosa que une o corpo da língua ao assoalho, restringindo movimentos excessivos. 
Em algumas circunstâncias, o frênulo lingual pode reduzir demais os movimentos da 
língua e prejudicar tanto a fala quanto a mastigação e deglutição, situação que pode 
ser corrigida por uma cirurgia simples. 
©
 s
to
ck
sh
op
pe
 //
 S
hu
tt
er
st
oc
k.
 (A
da
pt
ad
o)
.
AnAtomofisiologiA AplicAdA 16
5.2.2 Glândulas salivares
Existem dois tipos de glândulas salivares. O primeiro é o das glândulas salivares 
maiores, formado pelas glândulas parótidas, submandibulares e sublinguais, com 
ductos que liberam na cavidade bucal suas secreções, que constituem a saliva. Essas 
glândulas podem ser visualizadas na imagem a seguir. O segundo grupo é o das inúmeras 
glândulas salivares menores, distribuídas nas túnicas mucosas da cavidade oral. 
Glândulas salivares maiores
Glândula
parótida
Glândula
sublingual
Glândula
submandibular
A saliva produzida pelas glândulas salivares é composta por água (99,5%) e 
solutos, que podem ser íons, enzimas, solução-tampão e metabólitos (0,5%). Suas 
funções incluem:
• lubrificar e ajudar a hidratar os alimentos para facilitar a deglutição; 
• destruir bactérias que possam agredir a mucosa causando infecções ou os den-
tes provocando cáries; 
• manter a mucosa úmida; 
• iniciar os processos de digestão química dos alimentos pela liberação, pelas 
glândulas salivares maiores, das enzimas amilase salivar e, pelas glândulas 
salivares menores, da lipase lingual. 
A amilase salivar começa a quebra das moléculas de carboidratos da forma de 
polissacarídeos para tri ou dissacarídeos, enquanto a lipase lingual age nas partículas 
alimentares apenas quando elas chegam ao estômago, onde o pH é mais ácido, produ-
zindo uma quebra parcial de triglicerídeos. 
A produção da saliva é comandada pelo sistema nervoso autônomo (SNA), 
que também controla o funcionamento dos órgãos e das glândulas. A estimulação 
©
 A
lil
a 
M
ed
ic
al
 M
ed
ia
 / 
/ S
hu
tt
er
st
oc
k.
 (A
da
pt
ad
o)
.
AnAtomofisiologiA AplicAdA 17
do sistema nervoso parassimpático produz a secreção contínua ideal de quantidades 
de saliva para cumprir suas funções. O sistema nervoso simpático por sua vez, pode 
conduzir ao ressecamento da boca, por diminuição na liberação de saliva, principal-
mente em situações de estresse.
O SNA é formado por dois componentes: o sistema nervoso simpático, que é ativado em situa-
ções de gasto energético, como aumento de atividade física e estresse, e o sistema nervoso 
parassimpático, que atua em situações de reposição energética, como digestão e repouso.
5.2.3 Faringe
O órgão seguinte no canal alimentar é a faringe, que pertence tanto ao sistema 
digestório, por permitir a passagem do alimento, quanto ao sistema respiratório, por 
possibilitar o acesso do ar.
A faringe é um tubo constituído por um grupo de músculos estriados esquelé-
ticos, denominados músculos constritores da faringe (superior, médio e inferior) que 
atuam durante a deglutição impulsionando o alimento em direção ao esôfago. Ela é 
revestida por uma túnica mucosa composta pelo epitélio pavimentoso estratificado, 
que a protege das substâncias corrosivas presentes nos alimentos e das alterações 
extremas na temperatura do que é ingerido.
A faringe é constituída por três porções, que podem ser visualizadas na imagem 
a seguir: a porção nasal ou nasofaringe, situada posteriormente à cavidade nasal; 
porção oral ou orofaringe, localizada posteriormente à cavidade bucal e a porção 
laríngea ou laringofaringe, posteriormente à laringe. 
Porções da faringe
Nasofringe
Orofaringe 
Laringofaringe 
©
 B
la
m
b 
/ /
 S
hu
tt
er
st
oc
k.
 (A
da
pt
ad
o)
.
AnAtomofisiologiA AplicAdA 18
Para que o bolo alimentar continue seu trajeto após passar pela faringe e chegar 
ao estômago, precisa primeiro passar pelo esôfago, que estudaremos a seguir.
5.2.4 Esôfago
O esôfago é um tubo muscular longo, com cerca de 25 cm de comprimento e 2 
cm de diâmetro, revestido internamente por epitélio estratificado pavimentoso ou 
escamoso, que contribui para proteger a mucosa esofágica de corrosões causadas pela 
qualidade de certos alimentos (muito picantes ou ácidos, mal mastigados e causando 
atrito) e também por sua temperatura. 
O esôfago começa na porção laringofaringe na região cervical, desce na cavidade 
torácica pelo mediastino posterior, anteriormente à coluna vertebral e paralelamenteà artéria aorta, e atravessa o músculo diafragma por uma abertura chamada de hiato 
esofágico. Sua porção final desemboca no estômago. 
Em função desse trajeto, o esôfago é dividido em três porções com constituições 
musculares diferentes. A primeira é a porção cervical, localizada no terço superior e 
constituída de músculo estriado; a segunda, mais longa, é a porção torácica, formada 
por uma mistura de músculo estriado e músculo liso; e a porção final, logo após o hiato 
esofágico, é a porção abdominal do esôfago, constituída apenas de músculo liso. 
Para facilitar o processo de deglutição, o esôfago contém glândulas esofágicas, 
que produzem muco lubrificante, e duas estruturas constituídas de músculos em forma 
de anel ao redor de seu diâmetro: o esfíncter esofágico superior e esfíncter esofá-
gico inferior. Ambos têm a função de relaxar, permitindo passagem do bolo alimentar 
para porção seguinte, e contrair logo após, fechando o diâmetro para impedir o refluxo 
do bolo alimentar. 
O processo de deglutição impulsiona o bolo alimentar da boca em direção ao 
estômago, passando pela faringe e esôfago, constituindo três etapas: a primeira é a 
etapa voluntária ou fase oral da deglutição, na qual a língua empurra o bolo para 
cima e para trás, em direção ao palato mole. 
Quando o bolo chega à orofaringe, começa a etapa faríngea ou fase faríngea 
da deglutição (involuntária/reflexa), na qual ocorre a elevação do palato mole e 
úvula, fechando a comunicação com a nasofaringe para impedir a subida de partículas 
alimentares para cavidade nasal. Ao mesmo tempo, inferiormente, ocorre o abaixa-
mento da cartilagem epiglote, que fecha a entrada da laringe para impedir que corpos 
estranhos sólidos ou líquidos penetrem nas vias aéreas. Durante essa etapa, ocorre 
uma interrupção do processo respiratório por alguns segundos, e, após a passagem do 
bolo em direção ao esôfago, as vias aéreas se reabrem. 
AnAtomofisiologiA AplicAdA 19
A partir do esôfago, tem início a etapa ou fase esofágica (involuntária), com a 
abertura do esfíncter esofágico superior e a propulsão do bolo dentro do esôfago por 
ondas peristálticas involuntárias até o esfíncter esofágico inferior, que abrirá, permi-
tindo a entrada do bolo no estômago. 
Azia é um sintoma de queimação no esôfago, que ocorre geralmente por refluxo do conteúdo 
ácido do estômago, em função de falha no mecanismo de controle do esfíncter esofágico infe-
rior. Muitas vezes, a dor decorrente da azia é confundida com problema cardíaco.
As figuras a seguir mostram as etapas da deglutição.
Posição das estruturas antes da deglutição
Bolo
Língua
Parte nasal da faringe
Palato duro
Palato mole
Úvula palatina
Parte oral da faringe
Epiglote
Parte laríngea da faringe
Laringe
Esôfago
Fonte: TORTORA; GRABOWSKI, 2006, p. 484. (Adaptado).
©
 B
la
m
b 
// 
Sh
ut
te
rs
to
ck
. (
A
da
pt
ad
o)
.
 
AnAtomofisiologiA AplicAdA 20
Posição das estruturas durante a etapa faríngea da deglutição
Bolo
Fonte: TORTORA; GRABOWSKI, 2006, p. 484. (Adaptado).
Etapa esofágica da deglutição
Esôfago
Bolo
Estômago
Túnica
muscular relaxada
Túnica muscular relaxada
Estrato circular
contrai-se
Estrato longitudinal
contrai-se
Fonte: TORTORA; GRABOWSKI, 2006, p. 484. (Adaptado).
Com a chegada do bolo alimentar ao estômago, tem início a digestão, e as estru-
turas, substâncias e mecanismos envolvidos nesse processo serão elucidados a partir 
de agora.
©
 B
la
m
b 
// 
Sh
ut
te
rs
to
ck
. (
A
da
pt
ad
o)
.
 
©
 F
ab
ri
CO
AnAtomofisiologiA AplicAdA 21
5.3 Digestão
Os principais processos da digestão no canal alimentar ocorrem a partir do estô-
mago e envolvem tanto as ações musculares dos processos mecânicos quanto a libe-
ração de várias substâncias digestivas dos processos químicos. Compreenderemos 
melhor esse processo a partir de agora, estudando os aspectos relacionados ao estô-
mago, ao duodeno, ao pâncreas e à vesícula biliar.
5.3.1 Estômago
A porção do canal alimentar que liga o esôfago ao intestino delgado é o estô-
mago, que varia em tamanho e formato de uma pessoa para outra e também entre 
as refeições, uma vez que tem a capacidade de se distender para acomodar maiores 
volumes. Esse órgão está situado logo abaixo do músculo diafragma, no quadrante 
superior esquerdo do abdome, e sua posição pode sofrer variações de acordo com os 
movimentos diafragmáticos que o empurram para baixo durante a inspiração e para 
cima na expiração. 
As funções do estômago são: 
• armazenar as substâncias alimentares até que sua digestão estomacal esteja 
completa; 
• executar uma quebra mecânica e a mistura das partículas alimentares com o 
suco gástrico, formando uma massa ácida pastosa chamada de quimo;
• efetuar uma quebra parcial das moléculas de proteína e de triglicerídeos por 
intermédio da ação do suco gástrico, composto por ácido clorídrico e pela 
enzima pepsina.
O estômago é dividido em quatro regiões: cárdia, fundo gástrico, corpo gástrico 
e região pilórica, ilustradas na imagem a seguir. 
AnAtomofisiologiA AplicAdA 22
Anatomia do estômago
Esôfago Cárdia
Fundo
gástrico
Corpo gástrico
Camada longitudinar
Camada circular
Camada oblíqua
Pregas gástricas
Piloro
Bulbo
duodenal
Duodeno
Curvatura
menor
Esfíncter
inferior do
esôfago
Curvatura
maior
A região situada logo abaixo do esfíncter inferior do esôfago é a cárdia, e a parte 
terminal do estômago é a região pilórica, onde está situado o esfíncter piloro (concen-
tração de fibras musculares em círculo ao redor do óstio pilórico, para controlar o fluxo 
de quimo em direção ao duodeno). As margens do estômago são denominadas de 
curvatura maior e curvatura menor.
A mucosa estomacal possui pregas gástricas, que permitem a distensão do estô-
mago, e glândulas gástricas, que, conforme Van de Graaf (2003), possuem vários tipos 
de células que secretam produtos específicos que serão lançados na cavidade estomacal: 
A mucosa estomacal pode ser acometida por um processo inflamatório conhecido como gastrite, 
causada por medicamentos, como anti-inflamatórios, drogas, estresse, infecção pela bactéria 
Helicobacter pylori, maus hábitos alimentares e ingestão frequente de alimentos muito ácidos.
• células mucosas produzem muco gástrico, protetor da mucosa contra o pH 
ácido do estômago; 
• células parietais secretam ácido clorídrico; 
• células principais secretam pepsinogênio, forma inativa da enzima pepsina;
• células G liberam o hormônio gastrina na circulação sanguínea. 
©
 T
eg
uh
 M
uj
io
no
 //
 S
hu
tt
er
st
oc
k.
 (A
da
pt
ad
o)
.
AnAtomofisiologiA AplicAdA 23
Além dessas substâncias, a mucosa gástrica secreta o fator intrínseco, que é um 
polipeptídeo necessário para absorção de vitamina B12 no intestino delgado, essencial 
para maturação das células sanguíneas vermelhas na medula óssea. 
A atividade gástrica é comandada pelo SNA, sendo que o sistema nervoso paras-
simpático, visando à reposição de energia, envia impulsos pelo nervo vago, intensifi-
cando a atividade gástrica. Em contrapartida, o sistema nervoso simpático diminui o 
funcionamento estomacal.
Os dois tipos de digestão, mecânica e química, ocorrem no estômago sob o 
controle do sistema nervoso autônomo e pela ativação do componente parassimpá-
tico. O início da quebra de proteínas acontece na etapa estomacal, por meio da enzima 
pepsina, que quebra as ligações peptídicas entre os aminoácidos que constituem as 
proteínas. Outro evento químico é uma quebra de em torno de 30%, dos triglicerídeos 
pela enzima lipase lingual, secretada pelas glândulas salivares menores na boca, mas que 
age apenas no estômago em função do pH muito ácido (pH 2). 
Os processos de digestão mecânica do estômago incluem os movimentos de 
mistura, ondas peristálticas suaves que misturam o bolo alimentar ao suco gástrico, 
formando o quimo, e que impulsionam pequenas quantidades dele em direção ao 
duodeno (primeira porção do intestino delgado). Esse movimento ocasiona o esva-
ziamento gástrico, que écontrolado pelo esfíncter piloro, estrutura que permite a 
passagem do quimo aos poucos para não sobrecarregar o duodeno. Esse esvaziamento 
pode ser desacelerado pela liberação do hormônio colecistoquinina (que também inibe 
a secreção gástrica) pelo intestino delgado, o que geralmente acontece após a ingestão 
de grandes quantidades de gordura.
5.3.2 Duodeno
O duodeno é a porção inicial do intestino delgado, que é a porção do canal 
alimentar após o estômago e o principal órgão da digestão e da absorção dos nutrientes. 
Trata-se de uma estrutura curta, com algo em torno de 25 cm e formato de C, que 
envolve a cabeça do pâncreas. 
A importância digestiva do duodeno não se deve a sua anatomia, mas sim 
aos ductos que recebe do fígado e do pâncreas: ducto colédoco e ducto pancreá-
tico, respectivamente. Eles se unem antes de desembocar no duodeno, formando a 
ampola hepatopancreática, que se abre na papila maior do duodeno, controlada 
pelo esfíncter de Oddi.
AnAtomofisiologiA AplicAdA 24
Localização dos ductos colédoco e pancreático
Ducto colédosa
Lobo esquerdo
do fígado
Túnica mucosa
do duodeno
Ampola
hepatopancreática
Vesícula biliar
Ampola
hepatopancreática
(ducto comum
ao duodeno)
Vista anterior
Pâncreas
Duodeno
Ducto hepático
comum
Ducto colédoco
Ducto pancreático
Músculo esfíncter da
ampola hepatopancreática
Ducto pancreosa
(de Virsung)
Fonte: TORTORA; GRABOWSKI, 2006, p. 489. (Adaptado).
O ducto colédoco libera a bile, produzida no fígado e armazenada na vesícula 
biliar, para a emulsificação de gorduras (quebra em partículas menores). O ducto 
pancreático libera o suco pancreático, gerado pelo pâncreas e rico em enzimas diges-
tivas, que realizam quebras moleculares muito importantes. 
5.3.3 Pâncreas
Considerado uma glândula mista, o pâncreas possui uma porção exócrina e uma 
porção endócrina. 
A porção exócrina, constituída pelos ácinos (pequenos grupos de células glandulares) 
libera o suco pancreático, e suas principais enzimas são: a amilase pancreática, que quebra 
amido em dissacarídeos; a lipase pancreática, que quebra gorduras em ácidos graxos; e 
glicerol, tripsina, quimotripsina e carboxipeptidase, que completam a quebra das proteínas 
©
 F
ab
ri
CO
AnAtomofisiologiA AplicAdA 25
em aminoácidos. O bicabornato de sódio, também presente no suco pancreático, confere 
um pH ligeiramente alcalino (em torno de 7,1 a 8,2), que além de tamponar a acidez do 
quimo, favorece a ação das enzimas digestivas do intestino delgado. 
A porção endócrina, constituída pelas ilhotas pancreáticas, libera principalmente 
os hormônios insulina e glucagon na corrente sanguínea, para contribuir no controle 
da glicemia (taxa de glicose do sangue). Desse modo, evita a hiperglicemia (aumento da 
taxa) liberando insulina e a hipoglicemia (diminuição da taxa) liberando glucagon.
5.3.4 Fígado e vesícula biliar
O fígado é um dos maiores órgãos do corpo e está situado abaixo do diafragma, com 
sua maior parte situada à direita, na região denominada hipocôndrio direito, e uma porção 
menor localizada na região central e superior do abdome, conhecida como epigástrica. 
Pequenas unidades chamadas de hepatócitos se organizam até formar os lobos 
do fígado, que realizam muitas funções, inclusive algumas que são vitais para o orga-
nismo. Entre elas, estão: 
• síntese, armazenamento e liberação de vitaminas (A, B12, D, E e K); 
• secreção de bile e sais biliares;
• síntese das maioria das proteínas plasmáticas (como albumina e fibrinogênio); 
• fagocitose de bactérias e material estranho ou morto; 
• fagocitose de eritrócitos e leucócitos envelhecidos; 
• participação no metabolismo dos carboidratos (mantendo o nível normal de 
glicose no sangue, armazenando ou liberando glicogênio); 
• remoção de substâncias tóxicas; 
• processamento de drogas e hormônios; 
• excreção de bilirrubina; 
• ativação da vitamina D; 
• participação no metabolismo de lipídeos. 
O fígado possui uma face voltada para cima e para o músculo diafragma (face 
diafragmática) e outra voltada medialmente para as vísceras (face visceral). Na face 
diafragmática, ficam os dois lobos do fígado, direito e esquerdo, separados pelo liga-
mento falciforme, que podem ser visualizados na imagem a seguir.
AnAtomofisiologiA AplicAdA 26
Face diafragmática do fígado
Diafragma
Lobo direito
(face diafragmática)
Lobo esquerdo
(face diafragmática)
Na face visceral, podem ser vistos quatro lobos: direito, esquerdo, quadrado 
e caudado. Nessa parte, também fica uma porção central, o hilo hepático ou porta 
do fígado, onde estão localizadas as estruturas que formam o pedículo hepático, um 
conjunto de estruturas composto principalmente por artéria hepática, veia porta e 
ducto colédoco. Nessa face, também pode ser vista a vesícula biliar e uma porção da 
veia cava superior. O sangue que entra no fígado pela veia porta contém moléculas de 
nutrientes que foram absorvidas no trato gastrointestinal, a artéria hepática conduz 
sangue oxigenado, e o ducto colédoco leva a bile para o duodeno. Essas estruturas 
estão ilustradas na imagem a seguir.
Face visceral do fígado
Lobo
caudado
Veia cava
inferior
Lobo
esquerdo
Artéria
hepática própria
Lobo
quadrado Vesícula
biliar
Veia porta
do fígado
Lobo
direito
©
 O
le
ks
ii 
N
at
yk
ac
h 
// 
Sh
ut
te
rs
to
ck
. (
A
da
pt
ad
o)
.
©
 lo
ta
n 
/ /
 S
hu
tt
er
st
oc
k.
 (A
da
pt
ad
o)
.
AnAtomofisiologiA AplicAdA 27
A vesícula biliar concentra e armazena a bile e possui capacidade entre 35 e 50 
ml, uma vez que sua mucosa interna é pregueada, o que permite sua expansão. A 
bile possui uma coloração amarelo-esverdeada e é constituída principalmente de 
sais biliares, bilirrubina (produto resultante da destruição de células sanguíneas) e 
colesterol. 
A bile desemboca no duodeno pelo ducto colédoco, formado pela união do ducto 
cístico (que vem da vesícula) e do ducto hepático comum (formado pelos ductos hepá-
ticos direito e esquerdo, que vêm do fígado), como mostra a figura a seguir.
Organização anatômica dos ductos
Ducto cístico Ductos
hepáticos
Ducto hepático
comum
Ducto colédoco
Ducto pancreático
acessório
Ducto pancreático
Duodeno
Visícula
biliar
Fonte: VAN DE GRAAFF, 2003, p. 663. (Adaptado).
A próxima etapa no processo de digestão é a excreção das substâncias que não 
foram absorvidas e aproveitas pelo organismo.
5.4 Excreção
O processo de digestão permite ao corpo aproveitar nutrientes que vêm dos 
alimentos ingeridos, entretanto, libera também substâncias que não serão absorvidas. 
Ao longo desta seção, compreenderemos os mecanismos de absorção e eliminação 
dos produtos da digestão, tarefas que envolvem os intestinos delgado e grosso e um 
mecanismo de movimentação desses órgãos.
©
 A
le
xi
lu
sm
ed
ic
al
 //
 S
hu
tt
er
st
oc
k.
 (A
da
pt
ad
o)
.
AnAtomofisiologiA AplicAdA 28
5.4.1 Intestino delgado e mesentério
A porção do canal alimentar mais adaptada para os processos digestivos e 
uma absorção de nutrientes significativa é o intestino delgado, composto de três 
segmentos: o primeiro é o duodeno, já discutido anteriormente; o segundo é o jejuno 
e o terceiro é o íleo. 
O comprimento do órgão (em torno de 6 m, com variações entre 5 a 8 m), é 
um fator que favorece uma grande absorção. Além disso, a área total de absorção é 
bastante aumentada pela presença na mucosa intestinal de pregas circulares, vilo-
sidades e microvilosidades. Segundo Tortora e Grabowski (2006), essas microvilosi-
dades são tão pequenas que, ao serem observadas em microscopia ótica, não podem 
ser vistas individualmente; o que pode ser visualizado é uma imagem do conjunto, 
formando uma linha encrespada conhecida como borda de escova. 
Anatomia do intestino delgado
Estômago
Flexura
duodenojejunal
Pregas
circulares
Túnica
muscular
Túnica
serosa
Musculatura
circular
Musculatura
longitudinal
Submucosa
Jejuno
Vilos
intestinais
Duodeno
Colo
Ascendente
Mesentério
Ceco
Apêndice
Íleo
Fonte: VAN DE GRAAFF, 2003, p. 653.(Adaptado).
O intestino delgado possui glândulas intestinais, que produzem o suco entérico, 
um líquido de coloração amarelada e de pH ligeiramente alcalino constituído de água e 
muco com o objetivo de favorecer a absorção dos nutrientes, e glândulas endócrinas, 
que secretam os hormônios secretina e colecistoquinina, que, segundo Martini 
(2009), coordenam as atividades secretoras do estômago, duodeno, fígado e pâncreas.
©
 F
ab
ri
CO
AnAtomofisiologiA AplicAdA 29
O intestino delgado fica localizado no abdome, cujo interior é revestido por uma 
membrana denominada peritônio parietal, que emite pregas para os órgãos abdomi-
nais, constituindo o peritônio visceral. Uma dessas pregas é o mesentério, nome dado 
a uma das pregas de parede dupla do peritônio que fixa o intestino delgado à parede 
abdominal. Nas porções de jejuno e íleo, o mesentério apresenta a forma de um leque 
pelo qual chegam vários vasos sanguíneos, vasos linfáticos e nervos.
5.4.2 Absorção de nutrientes
As macromoléculas alimentares estarão em sua menor forma e prontas para 
serem absorvidas depois de passarem por todos os processos químicos resultantes das 
ações enzimáticas na boca, do suco gástrico no estômago, do suco pancreático e da 
bile no duodeno e finalmente do suco entérico de jejuno e íleo. 
Os processos de digestão química começam com a quebra dos carboidratos na 
boca, onde a amilase salivar quebra polissacarídeos em dissacarídeos e trissacarídeos. 
O intestino delgado completa essa quebra, por meio da ação da amilase pancreática, 
presente no suco pancreático, e das enzimas intestinais (como a maltase, sacarase e 
lactase), que transformam trissacarídeos e dissacarídeos em monossacarídeos. 
A quebra das proteínas que se inicia no estômago pela ação do suco gástrico 
(principalmente pela enzima pepsina) é completada pela ação de enzimas do suco 
pancreático (tripsina, quimotripsina e carboxipeptisase) e por enzimas produzidas 
pelas peptidases, que são células da mucosa das vilosidades intestinais e liberam como 
produto final principalmente os aminoácidos. 
Por fim, a maioria das moléculas de lipídios são quebradas no duodeno pela ação 
conjunta do processo de emulsificação da bile e a ação principal da enzima lipase 
pancreática, transformando-se em ácidos graxos e monoglicerídeos. 
5.4.3 Intestino grosso
A porção final do canal alimentar é constituída pelo intestino grosso, formado por 
quatro regiões: ceco, colos (que podem ser ascendente, transverso, descendente e 
sigmoide), reto e canal anal, ilustradas na figura a seguir. Esse órgão absorve a porção 
restante de água, que não foi absorvida no jejuno e íleo, e sais minerais. 
AnAtomofisiologiA AplicAdA 30
Anatomia do intestino grosso
Colo ascendente
Flexura direta
do colo
Colo transverso
Colo
descendente
Mesocolo
Tênia do colo
Apêndice omental
Flexura
esquerda
do colo
Papila Ileal
Óstio do
apêndice
vermiforme
Apêndice
 vermiforme
Ceco
Íleo
Reto
Canal anal
Colo sigmoide
Saculação
do colo
Fonte: VAN DE GRAAFF, 2003, p. 657. (Adaptado).
As diferenças entre intestino delgado e intestino grosso começam pelo compri-
mento e diâmetro, sendo que o grosso é mais curto (com cerca de 1,5 m), mas tem 
diâmetro maior (6,5 cm). Além disso, a mucosa do intestino grosso não apresenta vilo-
sidades, e suas glândulas secretam apenas muco, não liberando, portanto, enzimas.
O produto final de material não digerido ou não absorvido forma as fezes, geral-
mente constituídas de água, células mortas da mucosa, bactérias, partículas que inge-
rimos, mas que não são digeríveis, e material não absorvido. 
Tanto o intestino grosso quanto o delgado realizam processos mecânicos que 
contribuem para tornar as moléculas dos alimentos digeridos suficientemente pequenas 
para a absorção. É o que veremos a seguir.
©
 F
ab
ri
CO
AnAtomofisiologiA AplicAdA 31
5.4.4 Movimentos intestinais
A digestão mecânica no intestino delgado é representada por dois tipos de 
processos: os movimentos de segmentação e os movimentos peristálticos. A segmen-
tação agita o quimo para frente e para trás, favorecendo sua mistura com as substâncias 
químicas digestivas e a absorção das moléculas que já estão prontas, por aumentar seu 
contato com a mucosa. A peristalse, iniciada após a segmentação, impulsiona o material 
restante não digerido ou não absorvido em direção à primeira parte do intestino grosso. 
Ambos os intestinos apresentam movimentos peristálticos clássicos que impulsionam o 
quilo (produto no intestino delgado equivalente ao quimo do estômago) e o bolo fecal 
para a porção seguinte. 
Além disso, a musculatura lisa do intestino grosso produz contrações que geram 
ondas peristálticas lentas, mas fortes, denominadas ondas peristálticas em massa, que 
são desencadeadas durante ou após uma refeição e impulsionam o bolo fecal até o 
reto, causando uma distensão de suas paredes, disparando o reflexo de defecação.
Por fim, o estudo desse capítulo nos mostra a diversidade e a importância dos 
processos digestivos realizados por vários órgãos para preparar os nutrientes que 
devem ser absorvidos, com a finalidade de contribuir para prover as fontes energé-
ticas necessárias que mantêm o corpo funcionando adequadamente. É importante nos 
lembrarmos de que estresse constante e hábitos alimentares incorretos, seja quanto 
ao tipo de alimentos, ao tempo de mastigação ou ao intervalo excessivo e irregular 
entre as refeições, podem prejudicar os processos digestivos e, consequentemente, a 
digestão como um todo. Dessa forma, o corpo também sofrerá prejuízos, desenvol-
vendo patologias decorrentes do mal funcionamento do sistema digestório.
AnAtomofisiologiA AplicAdA 32
Referências
HERLIHY, B.; MAEBIUS, N. K. Anatomia e Fisiologia do Corpo Humano Saudável e 
Enfermo. Barueri: Manole, 2002.
MARTINI, F. H. Anatomia Humana. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2009.
MOORE, K. L.; DALLEY, A. F. Anatomia Orientada para a Clínica. 5. ed. Rio de Janeiro: 
Guanabara Koogan, 2007.
NETTER, F. H. Atlas de Anatomia Humana. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.
SOBOTTA, J.; PUTZ, R.; PABST, R. Atlas de Anatomia Humana. 22. ed. rev. e atual. Rio de 
Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.
TORTORA, G. J. Princípios de Anatomia Humana. 10. ed. Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan, 2007.
______; GRABOWSKI, S. R. Corpo Humano: fundamentos de anatomia e fisiologia. 6. ed. 
Porto Alegre: Artmed, 2006.
VAN DE GRAAFF, K. M. Anatomia Humana. 6. ed. Barueri: Manole, 2003.
WOLF-HEIDEGGER, G.; KOPF-MAIER, P. Atlas de Anatomia Humana. 5. ed. Rio de 
Janeiro: Guanabara Koogan, 2000.
6 Controle das funções corporais: equilíbrio, 
harmonia e bem-estar 
Quando uma pessoa encontra alguém por quem está apaixonado, seu coração 
bate mais forte, a face fica ruborizada e as mãos começam a suar: são os sistemas 
nervoso e endócrino em ação. O sistema nervoso, por meio de impulsos elétricos e 
mediadores químicos, provoca aumento dos batimentos cardíacos e dilatação de 
vasos, e o sistema endócrino libera mensageiros químicos, os hormônios, que são 
responsáveis pelo estímulo das glândulas endócrinas que provocam, por exemplo, o 
aumento da secreção do suor e da glicose no sangue. 
Todas as atividades corpóreas, como homeostasia, reprodução, crescimento e 
desenvolvimento do corpo humano, são controladas por esses dois grandes sistemas. 
A atuação de ambos ocorre simultaneamente e eles estão tão intimamente associados 
que, em conjunto, formam o sistema neuroendócrino. Para fins didáticos, entretanto, 
esses dois sistemas serão abordados separadamente, como veremos a seguir. 
6.1 Organização funcional do sistema nervoso
O sistema nervoso é o centro controlador das ações coordenadas dos outros 
sistemas e permite que o corpo humano interaja de maneira adequada com o 
ambiente que o cerca, uma vez que seus componentes detectam estímulos ambien-
tais, processam e integram tais estímulos e produzem respostas motoras efetivas. Ao 
mesmo tempo, permite que o corpo reaja internamente aos estímulos detectados.A unidade funcional do sistema nervoso são os neurônios, células que conduzem 
impulsos nervosos, especializadas em comunicação rápida e responsáveis pela função 
sensitiva, memória, elaboração de informações e por controlar as atividades muscu-
lares e as secreções das glândulas. Um neurônio típico é constituído de corpo celular, 
prolongamentos chamados dendritos e um axônio, representados na figura a seguir.
AnAtomofisiologiA AplicAdA 34
Neurônio
Dendritos
Corpo
celular
Ramo colateral
Telodendro
Bulbo sináptico
Núcleo da
célula de Schwann
Axônio
Nucléolo
Núcleo
Axônio
Nódulo de Ranvier
Neurilema
Mielina
Direção do impulso
O corpo celular contém um núcleo único e mitocôndrias, assim, consegue sinte-
tizar as moléculas necessárias para seu funcionamento. Um conjunto de corpos celu-
lares de células nervosas no prolongamento de um nervo formam um gânglio. No 
Sistema Nervoso Central (SNC), os corpos celulares formam a substância cinzenta.
Do corpo celular emergem os dendritos, que são prolongamentos que recebem o 
impulso nervoso de um neurônio adjacente e o transmitem ao corpo celular. 
O axônio é uma extensão citoplasmática do corpo celular que conduz os impulsos 
nervosos para longe dele, em direção a outro neurônio, uma fibra muscular ou uma 
célula glandular. Na porção final do axônio, existem terminações axonais que se 
expandem em bulbos sinápticos. A união de vários axônios forma um trato, que 
compõem a substância branca do SNC.
Classificação funcional dos neurônios
Neurônios sensitivos 
ou aferentes
Recebem o estímulo na periferia, formam um potencial de ação e o 
transmitem para o SNC.
Neurônios motores ou 
eferentes
Transmitem o potencial de ação do SNC para a periferia, até os 
efetores.
Interneurônios 
ou neurônios de 
associação
Posicionam-se entre neurônios sensitivos e motores. Processam 
as informações recebidas de neurônios sensitivos e provocam uma 
resposta motora pela ativação dos neurônios motores.
©
 D
es
ig
nu
a 
// 
Sh
ut
te
rs
to
ck
. (
A
da
pt
ad
o)
.
AnAtomofisiologiA AplicAdA 35
Os axônios são revestidos por uma substância lipídica que os isolam, a bainha de 
mielina, aumentando a velocidade de condução do impulso. O local onde dois neurô-
nios ou um neurônio e uma célula efetora se encontram é denominado sinapse. Em 
uma sinapse, o terminal axonal de um neurônio contém vesículas repletas de neuro-
transmissores, moléculas que se ligam à membrana do dendrito de outro neurônio e 
conduzem o impulso nervoso adiante. Observemos uma sinapse na figura a seguir.
Esquema de uma sinapse
Botão sináptico
(terminal axônico do 
neurônio pré-sináptico)
Membrana do dentrito do 
neurônio pós-sináptico
Fenda sináptica
Local do receptor
Ligação neurotransmissoras
Moléculas 
neurotransmissoras
Vesícula 
sináptica
Direção 
do impulso
Fonte: APPLEGATE, 2012, p. 152. (Adaptado).
A célula que envolve os neurônios se chama neuroglia, que funciona como 
elemento estrutural do sistema nervoso: são células de sustentação que mantêm a 
coesão do sistema nervoso e nutrem o tecido nervoso. As células da neuroglia que 
dão suporte às atividades dos neurônios incluem as células de Schwann e células 
satélite, no Sistema Nervoso Periférico (SNP), e astrócitos e oligodendroglia, no 
sistema nervoso central.
A neuroglia recebeu esse nome porque, no passado, acreditava-se que os neurônios eram 
unidos por uma espécie de cola (glue, em inglês).
©
 D
es
ig
nu
a 
// 
Sh
ut
te
rs
to
ck
. (
A
da
pt
ad
o)
.
AnAtomofisiologiA AplicAdA 36
6.1.1 Sistema nervoso central
O SNC é formado pelo encéfalo e a medula espinhal e é responsável por 
processar as informações provenientes do SNP. Também é responsável pela memória e 
emoções, aprendizado, raciocínio, posicionamento do corpo no espaço e sensibilidade. 
A medula espinhal, representada na figura abaixo, se estende desde o encéfalo até 
a segunda vértebra lombar. Dela emergem os nervos espinhais, que são as vias de comu-
nicação específicas entre a medula espinal e partes específicas do corpo. Em seu trajeto 
apresenta duas áreas mais espessas denominadas intumescências cervical e lombossa-
cral. Da primeira surgem os nervos que suprem os membros superiores, e da segunda, os 
nervos que suprem os membros inferiores, como mostra a imagem a seguir.
Vista posterior da medula espinal
C1
2
3
4
5
6
7
8
T1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
L1
2
3
4
5
Dura-máter
Intumescência cervical
Plexo cervical
Plexo braquial
Intumescência
lombossacral
Cone medular
Plexo
lombossacral
Cauda equina
Filamento terminal
Nervos
coccígeo
Nervos
sacrais
Nervos
lombares
Nervos
torácicos
Nervos
cervicais
Fonte: APPLEGATE, 2012, p. 161. (Adaptado).
©
 F
ab
ri
CO
AnAtomofisiologiA AplicAdA 37
Internamente, a medula espinhal pode ser dividida em substância cinzenta e 
substância branca. A substância cinzenta contém os corpos celulares dos neurô-
nios, dendritos axônios, terminais axonais e neuroglia e é subdividida em duas regiões 
chamadas de cornos. Os cornos posteriores, ou dorsais, contêm corpos celulares e 
axônios de interneurônios, além de axônios de neurônios sensitivos. Os cornos ante-
riores, ou ventrais, contêm os corpos celulares de neurônios motores que transmitem 
os impulsos para a contração de músculos esqueléticos, como mostra a figura a seguir. 
O impulso proveniente de receptores localizados na pele chega ao SN pela raiz dorsal 
do nervo, que é sensitiva. A resposta é enviada aos órgãos efetores pela raiz motora 
(ventral). Além dos cornos dorsais e ventrais, a substância cinzenta possui cornos late-
rais com corpos celulares de neurônios motores autônomos que controlam as funções 
dos músculos liso, do músculo cardíaco e das glândulas.
Comunicação no sistema nervoso
SS
SV
MS
MS
Raiz dorsal
(sensorial)Gânglio da
raiz dorsal
Neurônio sensorial
somático
Neurônio sensorial
visceral
Neurônio motor
visceral
Corno dorsal 
(interneurônios)
Nervo espinal Raiz ventral (motora)
Corno ventral
(neurônios motores)
Neurônio motor
somático
Fonte: MARIEB; HOEHN, 2009, p. 429. (Adaptado).
A substância branca é formada por axônios de neurônios organizados em feixes 
distintos, os tratos, que podem ser ascendentes ou sensitivos, transportando infor-
mações semelhantes em direção ao encéfalo, ou descendentes ou motores, que 
conduzem as informações para baixo, a partir do encéfalo.
O encéfalo é a porção do sistema nervoso central que está contida pelo crânio 
e possui 100 bilhões de neurônios. Pode ser dividido em quatro regiões principais: 
tronco encefálico, diencéfalo, telencéfalo e cerebelo, que podem ser observadas nas 
imagens a seguir. 
©
 F
ab
ri
CO
AnAtomofisiologiA AplicAdA 38
Vista lateral do encéfalo
Hemisfério cerebral
Lobo frontal
Lobo temporal
Lobo parietal
Lobo occiptal
Cerebelo
(metencéfalo)
Ponte (metencéfalo)
Bulbo (miencéfalo)
Tronco encefálico
Fonte: DRAKE; VOGL; MITCHELL, 2013, p. 836. (Adaptado). 
Corte sagital mediano do encéfalo
Cerebelo
(metencéfalo)
Bulbo
(mielencéfalo)
Ponte
(metencéfalo)
Mesencéfalo
Telencéfalo
Hipotálamo Tálamo
Glândula
pineal
Tronco encefálico
Diencéfalo
Fonte: DRAKE; VOGL; MITCHELL, 2013, p. 836. (Adaptado).
©
 A
lil
a 
M
ed
ic
al
 M
ed
ia
 //
 S
hu
tt
er
st
oc
k.
 (A
da
pt
ad
o)
.
©
 A
lil
a 
M
ed
ic
al
 M
ed
ia
 //
 S
hu
tt
er
st
oc
k.
 (A
da
pt
ad
o)
.
AnAtomofisiologiA AplicAdA 39
O tronco encefálico faz a conexão do encéfalo com a medula espinhal, e dele 
emergem os 12 pares de nervos cranianos. Pode ser dividido em três regiões: 
• bulbo (miencéfalo): é continuação intracraniana da medula espinal, a porção 
mais inferior do tronco encefálico, onde estão localizados o centro cardiovas-
cular e o centro da respiração, responsáveis pela frequência cardíaca e pelo 
ritmo respiratório, respectivamente; 
• ponte (metencéfalo): é continuação superior do bulbo, responsável pelo con-
trole dos ciclos respiratórios; 
• mesencéfalo: estende-se da ponte até a porção inferior do diencéfalo.Diencéfalo e telencéfalo formam juntos o cérebro. O diencéfalo é a área do 
cérebro que contém:
• tálamo: está relacionado com as emoções e tem como principais funções rece-
ber, interpretar e direcionar os impulsos que sobem da medula espinal direcio-
nando-os para áreas específicas;
• hipotálamo: controla atividades corporais importantes, especialmente aquelas 
relacionadas à homeostasia, e é onde está localizada a hipófise, principal glân-
dula endócrina do corpo;
• glândula pineal: é responsável pela produção de melatonina.
O telencéfalo é a maior massa do encéfalo, formado pelos hemisférios cerebrais, 
corpo estriado e substância branca cerebral. Em sua periferia, o córtex forma giros, sulcos 
e fissuras, sendo que a maior fissura separa os dois hemisférios cerebrais. Cada hemis-
fério é dividido em lobos: frontal, parietal, temporal e occipital, como mostrado na vista 
lateral do encéfalo. É importante destacar que no telencéfalo existem pequenas cavi-
dades conhecidas como ventrículos, cuja função é produzir o líquor cerebroespinal.
Finalmente, posterior ao tronco encefálico localiza-se o cerebelo, responsável 
pelo equilíbrio do corpo, orientação espacial, coordenação de movimentos e funções 
involuntárias.
Dançar exige sequências complexas de movimentos que são finamente controladas pelo cerebelo.
AnAtomofisiologiA AplicAdA 40
6.1.2 Sistema nervoso periférico
A parte periférica do sistema nervoso é formada por feixes de axônios, ou fibras 
nervosas, e corpos celulares situados fora do SNC. Um feixe de axônios forma nervos, 
que são elásticos e muito fortes. No SNP, os corpos celulares do neurônio se agrupam 
em gânglios, que podem ser motores ou sensoriais.
O SNP é formado por todos os nervos cranianos, pelos nervos espinhais, pelos 
gânglios e pelos receptores sensitivos. Ao todo, são 12 pares de nervos cranianos e 
31 pares de nervos espinhais, que podem ser classificados em motores, sensitivos ou 
mistos, de acordo com os neurônios que os compõem. 
Os nervos cranianos saem da caixa craniana e são designados por números 
romanos de I a XII, de acordo com a sequência craniocaudal na qual deixam o crânio. 
Essa denominação pode ser vista no quadro a seguir.
Os 12 pares de nervos cranianos e seus componentes
Nervo Nome Componente
I Nervo olfatório Sensitivo
II Nervo óptico Sensitivo
III Nervo oculomotor Motor
IV Nervo troclear Motor
V Nervo trigêmeo Misto
VI Nervo abducente Motor
VII Nervo facial Misto
VIII Nervo vestibulococlear Sensitivo
IX Nervo glossofaríngeo Misto
X Nervo vago Misto
XI Nervo acessório Motor
XII Nervo hipoglosso Motor
Os nervos espinhais, representados na figura a seguir, saem da coluna verte-
bral e são identificados por uma letra C, T ou S e um número. Por exemplo: C3 indica 
o terceiro par espinhal que sai de uma vértebra cervical. Os nervos espinhais, após 
saírem da sua origem na medula espinal, formam plexos, verdadeiras redes axonais 
de onde emergem nervos para as diferentes regiões do corpo. São exemplos: plexo 
cervical, plexo braquial, plexo lombar e plexo sacral.
AnAtomofisiologiA AplicAdA 41
Nervos espinhais deixando a medula espinhal
Nervos cervicais
Nervos torácicos
Nervos lombares
Nervos sacrais
Sacro
Nervos cocígeos
Plexo cervical (C1-C5):
Nervo frênico
Plexo braquial (C5-T1):
Nervo musculocutâneo
Nervo axilar
Nervo mediano
Nervo radial
Nervo ulnar
Nervos
intercostais
Nervo ilioinguinal
Plexo lombar (L1-L4):
Nervo femoral
Nervo obturador
Nervo pudendo
Plexo sacral (L4-S4):
Nervo glúteo superior
Nervo glúteo inferior
Fonte: TORTORA; DERRICKSON, 2012, p. 248. (Adaptado).
O SNP pode ser dividido em três partes. O sistema nervoso somático (SNS) capta 
informações provenientes de receptores localizados na pele e órgãos dos sentidos e as 
repassa para o SNC, desempenhando papel sensitivo, quando recebe as informações, 
e motor, quando envia respostas à pele, músculos e articulações. Como as respostas 
podem ser conscientemente controladas, a ação do SNS é voluntária. O sistema 
nervoso entérico é responsável pelo controle das vísceras do sistema digestório e 
AnAtomofisiologiA AplicAdA 42
trabalha de forma involuntária. Por fim, o sistema nervoso autônomo transmite infor-
mações das vísceras para o SNC e traz respostas do SNC para as vísceras.
6.1.3 Envoltórios do tecido nervoso
Chamam-se meninges as camadas que funcionam como envoltório do tecido 
nervoso. Existem três: a mais externa é a dura-máter, a média é a aracnoide e a mais 
interna é a pia-máter, ilustradas na imagem a seguir. O líquido cerebroespinal circula 
por entre essas meninges.
Revestimentos do SNC
Crânio
Espaço
subaracnóideo
Córtex
cerebral
Dura-máter
Aracnoide-máter
Pia-máter
Fonte: APPLEGATE, 2012, p. 154. (Adaptado).
A bainha de mielina envolve os axônios, mas nem todos a possuem. Axônios com 
bainha de mielina são chamados de axônios mielínicos enquanto aqueles sem a bainha 
são denominados amielínicos. 
Individualmente, cada axônio é envolvido por um tecido delicado, chamado de 
endoneuro. Feixes de axônios são envolvidos pelo perineuro, e os conjuntos desses 
feixes são envoltos pelo epineuro. Quando o nervo espinal entra no SNC, o epineuro se 
funde com a dura-máter.
6.1.4 Barreira hematoencefálica e líquor
O SNC, especialmente o encéfalo, precisa ser constantemente nutrido com 
glicose e oxigênio. Caso o suprimento sanguíneo destas substâncias seja interrompido 
por períodos de tempo maiores do que cinco minutos, pode haver danos irreversíveis 
aos neurônios. Da mesma forma, o sangue pode carregar patógenos ou substâncias 
químicas tóxicas que, em hipótese alguma, podem chegar ao encéfalo. 
©
 F
ab
ri
CO
AnAtomofisiologiA AplicAdA 43
Para proteger de maneira eficiente o encéfalo, existe a barreira hematoence-
fálica, que consiste em vasos sanguíneos firmemente selados que, ao mesmo tempo 
em que permitem a passagem de oxigênio, dióxido de carbono e agentes anestésicos, 
impedem a entrada de bactérias ou toxinas produzidas por elas.
Para proteção adicional contra danos físicos e químicos, os ventrículos do encé-
falo produzem o líquor cerebroespinal, líquido formado a partir do filtrado do sangue 
e que é responsável pelo transporte de oxigênio, glicose e outras substâncias do 
sangue para o SNC, além de remover resíduos metabólicos da atividade das células 
nervosas. O líquor cerebroespinhal está localizado entre a pia-máter e a aracnoide.
Hidrocefalia é a condição patológica de acúmulo de líquor em um ou mais ventrículos.
6.2 Funções sensoriais, integrativas e motoras
A percepção de estímulos ambientais externos por parte do corpo humano é 
realizada por receptores sensoriais localizados na pele e nos órgãos dos sentidos. 
Sensações como pressão, alongamento, vibrações, alterações de temperatura 
corpórea e aumento da frequência cardíaca ou respiratória são transformados em 
sinais elétricos, que são conduzidos da periferia do corpo para o SNC, passando pela 
medula espinhal e chegando ao encéfalo. No encéfalo, tais sinais são processados e 
integrados. O passo seguinte é a resposta motora, que segue o caminho inverso: sai do 
encéfalo e passa pela medula espinhal em direção à periferia.
AnAtomofisiologiA AplicAdA 44
Ações coordenadas do SNC e SNP
Simpática
(gasta energia)
Parassimpática
(poupa energia)
SISTEMA
NERVOSO
CENTRAL
(SNC)
Encéfalo
Medula espinal
Gânglios
Nervos
SISTEMA
NERVOSO
PERIFÉRICO
(SNP)
Do SNC Para o SNC
Divisão
Aferente
(Sensorial)
Divisão
Eferente
(Motora)
Somático Autônomo
(visceral)
Visceral Somático
Fonte: APPLEGATE, 2012, p. 148. (Adaptado).
O sistema responsável pela percepção, organização e integração de informações 
é o córtex somatossensorial, e a resposta motora fica sob responsabilidade do córtex 
somatomotor.
6.2.1 Estimulação sensorial
Com base na distribuição de seus receptores, o sistema somatossensorial recebe 
três grandes categorias de informações:
• exterocepção: informações referentes ao contato da pele com o mundo exterior;
• propriocepção:informações a respeito da posição e movimentos do corpo; 
• enterocepção: informações sobre o estado interno do corpo.
Os neurônios que levam essas informações ao SNC são denominados neurônios 
aferentes, responsáveis por captar as informações dos órgãos dos sentidos e recep-
tores e os conduzirem até o córtex somatossensorial, localizado no lobo parietal. 
Essa região é extremamente organizada com áreas específicas que recebem informa-
ções provenientes do tato, olfato, paladar, visão e audição.
©
 F
ab
ri
CO
AnAtomofisiologiA AplicAdA 45
6.2.2 Tronco encefálico e controle motor
Uma vez que o sistema somatossensorial tenha integrado as informações, fibras 
nervosas motoras oriundas do córtex somatomotor, localizado no lobo frontal do 
cérebro, permitem controlar a resposta voluntária dos músculos esqueléticos. Para 
isso, as fibras descendentes que partem dessa área passam pelo tronco encefá-
lico e cruzam de um lado para o outro no bulbo. Esse cruzamento faz com que o lado 
esquerdo do cérebro controle os músculos esqueléticos do lado direito do corpo e 
vice-versa.
Por exemplo, quando estamos em pé, esperando o sinal verde para atravessar 
uma rua, a percepção visual da mudança de cor no semáforo é rapidamente conduzida 
ao córtex somatossensorial, que interpreta a informação. A resposta dada pelo córtex 
somatomotor é imediata e sob controle voluntário: colocamos nossos músculos para 
trabalhar e atravessamos a rua.
6.2.3 Reflexo e reação
Reflexo é a resposta automática produzida por um órgão efetor após um estí-
mulo localizado. Ao tocarmos com a mão uma superfície quente, por exemplo, 
reagimos imediatamente, retirando a mão do local de forma involuntária. 
A via percorrida pelo impulso nervoso durante uma ação reflexa é curta: um 
receptor sensitivo é estimulado, e a informação é levada por um neurônio sensitivo até 
o centro integrador na substância cinzenta da medula espinhal. Esse centro integrador 
transmite a resposta a um neurônio motor, que o conduzirá até o órgão muscular 
efetor, e esse músculo terá uma reação, sofrendo extensão, flexão, contração ou qual-
quer outro movimento. 
Alguns reflexos são inatos, outros podem ser adquiridos com prática. Um lutador 
de artes marciais, por exemplo, pode, com muito treino, adquirir reflexos para desviar 
ou responder aos golpes do seu oponente.
6.2.4 Funções cognitivas e comportamento
Partes do telencéfalo e diencéfalo constituem um sistema responsável pelo 
controle das emoções, da sensação de dor, prazer, raiva e estados emocionais, deno-
minado sistema límbico. Ele controla o instinto de sobrevivência dos seres humanos 
e, por isso, também é conhecido como cérebro emocional. Quando estimulado, forma 
conexões importantes entre as regiões corticais e o tronco encefálico, permitindo a 
integração de estímulos relacionados à memória e às emoções.
AnAtomofisiologiA AplicAdA 46
Vejamos um exemplo: por que nos emocionamos quando ouvimos uma música, 
sentimos o cheiro de um perfume ou olhamos uma fotografia de família? É nosso 
sistema nervoso em ação, recebendo informações sensoriais que estimularão áreas no 
sistema límbico que têm forte ação sobre a atividade neuronal. Memórias lá guardadas 
são reavivadas, e nós nos animamos, nos motivamos, tomamos atitudes. Assim, é esse 
o sistema que deve ser estimulado sob o ponto de vista motivacional.
O sistema límbico também está envolvido na retenção de informações e na trans-
ferência delas para áreas de armazenamento permanente, logo, deve ser constante-
mente estimulado para que o aprendizado seja consolidado. Patologias que causam 
perda de memória, como a doença de Alzheimer, afetam o sistema límbico.
6.3 Sistema Nervoso Autônomo
O Sistema Nervoso Autônomo (SNA) é a parte do SNC que controla as funções 
viscerais do organismo, sem participação da consciência. Seus nervos inervam 
músculos lisos, o músculo cardíaco e glândulas, por isso, atua controlando a pressão 
arterial, a frequência respiratória, a motilidade intestinal, a temperatura corporal e as 
secreções glandulares. O controle principal do SNA está localizado na medula espi-
nhal, no tronco encefálico e no hipotálamo.
6.3.1 Divisões simpática e parassimpática
Os sinais eferentes do SNA provenientes do SNC devem atuar estimulando ou 
inibindo um determinado órgão ou glândula, dessa forma, há uma divisão clássica 
deste sistema em sistema nervoso simpático e sistema nervoso parassimpático. O 
primeiro atua estimulando órgãos efetores enquanto o segundo tem função oposta, 
ou seja, inibe órgãos efetores. 
Para desempenhar essa dupla função, o SNA deve possuir dois neurônios que 
conectam o SNC aos órgãos efetores, entre os quais se interpõe um gânglio que 
contém o corpo celular de um neurônio e o terminal axonal de outro neurônio. Na 
imagem a seguir, podemos perceber que há um neurônio que estimula os órgãos 
efetores e faz parte do sistema nervoso simpático, e outro neurônio que inibe os 
órgãos efetores e pertence ao sistema nervoso parassimpático.
AnAtomofisiologiA AplicAdA 47
Conexões entre o SNC e os órgãos efetores
Sistema
nervoso
central
Sistema
nervoso
periférico
Órgãos
efetores
Músculo liso
Músculo liso
Músculo
cardíaco
Músculo
cardíaco
Glândulas
Glândulas
Norepinefrina
Sistema nervoso
simpático
Sistema nervoso
parassimpático
Acetilcolina
Acetilcolina
Acetilcolina
Fibra pré-
ganglionar
Fibra
pré-ganglionar
Gânglio
paravertebral ou colateral
Gânglio
terminal
Fibra
pós-ganglionar
Fibra
pós-ganglionar
Fonte: APPLEGATE, 2012, p. 167. (Adaptado).
Estudaremos em mais detalhes as funções do sistema nervoso simpático e do 
sistema nervoso parassimpático a seguir.
6.3.2 Função simpática
As funções do sistema nervoso simpático estão relacionadas ao estímulo 
de órgãos efetores, preparando o corpo para situações de perigo, aumentando a 
frequência cardíaca, com objetivo de bombear mais sangue para os músculos, e 
respiratória. 
As fibras nervosas simpáticas se originam na medula espinhal, na altura das 
regiões torácica e lombar, e fazem sinapse no gânglio paravertebral ou colateral, muito 
próximo ao SNC, onde liberam acetilcolina. Do gânglio, parte outra fibra nervosa, a fibra 
pós-ganglionar, que se dirige aos órgãos efetores, onde liberam norepinefrina. Tanto a 
acetilcolina quanto a norepinefrina têm como função principal estimular o órgão efetor. 
Dessa forma, o coração bate mais forte, a frequência respiratória aumenta, os músculos 
recebem mais glicose e oxigênio, e o corpo fica preparado para lutar ou fugir.
Fibras nervosas que liberam acetilcolina são denominadas fibras colinérgicas, e as que liberam 
norepinefrina são chamadas de fibras adrenérgicas.
©
 F
ab
ri
CO
AnAtomofisiologiA AplicAdA 48
6.3.3 Função parassimpática
O sistema nervoso parassimpático tem ação pronunciada em momentos pós-
-estresse ou de descanso, contribuindo para que o corpo retome sua homeostasia. 
Suas fibras se originam no tronco encefálico e na região sacral da medula espi-
nhal. Diferentemente da função simpática, os gânglios terminais parassimpáticos 
se localizam próximos do órgão efetor, e não do SNC. Além disso, tanto fibras pré-
-ganglionares quanto pós-ganglionares secretam acetilcolina nas sinapses, cujo efeito 
e tempo de duração são curtos.
6.3.4 Neurotransmissores da fisiologia autonômica
Neurotransmissores são mediadores químicos responsáveis pela trans-
missão dos sinais na sinapse. Eles são liberados nas sinapses entre dois neurônios ou 
nas sinapses entre um neurônio e um órgão efetor e podem excitar ou inibir outro 
neurônio. Inúmeras moléculas são reconhecidas com neurotransmissores: glutamato, 
aspartato, ácido gama aminobutírico (GABA), endorfinas, dopamina, serotonina, nore-
pinefrina e acetilcolina são alguns exemplos. 
As fibras nervosas simpáticas e parassimpáticas secretam dois tipos principais de 
neurotransmissores: a acetilcolina e a norepinefrina. Os efeitos da acetilcolina são de 
curta duração e localizados, uma vez que este neurotransmissor é rapidamente

Continue navegando