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Universidade Federal do Oeste do Pará Instituto de Engenharia e Geociências Bacharelado em Geofísica Belém-PA 2021 Resumo 10 Eletromagnetismo Disciplina: Introdução a Geofísica Prof. Dr: Umberto José Travaglia Filho Acadêmico: Lailson Gomes Ferreira Nº Matrícula: 2020002042 Semestre: 2020.1 Turma: 2020 Universidade Federal do Oeste do Pará Instituto de Engenharia e Geociências Bacharelado em Geofísica Belém-PA 2021 9.11 Métodos de campos telúrico e magnetotelúrico 9.11.1 Introdução Dentro e ao redor da Terra existem campos magnéticos naturais de grande escala e bai- xa frequência, conhecidos como campos magnetotelúricos (magnetotelluric fields). Eles induzem o fluxo de correntes elétricas alternadas naturais dentro da Terra, conhecidas como correntes telúricas (telluric currents). Ambos os campos naturais podem ser usa- dos em prospecção. Acredita-se que os campos magnetotelúricos resultem do fluxo de partículas carregadas na ionosfera, pois as flutuações nos campos são passíveis de serem correlacionadas com variações diurnas no campo geomagnético causadas por emissões solares. 9.11.2 Levantamentos com correntes telúricas As correntes fluem dentro da Terra em grandes padrões circulares que permanecem fi- xos em relação ao Sol. Elas normalmente fluem em lâminas paralelas à superfície e es- tendem-se a profundidades de vários quilômetros nas baixas frequências. O método te- lúrico é, de fato, a única técnica elétrica capaz de penetrar a profundidades de interesse para a indústria de petróleo. Embora variável tanto na sua direção quanto na sua in- tensidade, as correntes telúricas causam um gradiente de potencial médio na superfície da Terra de cerca de 10𝑚 𝑉𝑘𝑚−1. As correntes telúricas são usadas em prospecção medindo-se as diferenças de potencial que elas causam entre pontos na superfície. O espaçamento entre eletrodos é geralmente de 300-600m na exploração de petróleo, e de 30m ou menos nos levantamentos minerais. Os eletrodos de potencial são conecta- dos a um amplificador que aciona um registrador analógico contínuo em papel ou em fi- ta magnética. Os gradientes de potencial telúricos são medidos utilizando-se pares de eletrodos orto- gonais. Na prática, a técnica de levantamento é complicada por variações temporais na direção e na intensidade das correntes telúricas. Para superar esse problema, um par de eletrodos ortogonais registra em uma base fixa situada sobre solo estéril, e um outro par é movido sobre a área de levantamento. Em cada ponto de observação, as diferen- ças de potencial entre os pares de eletrodos da base e da estação móvel são registradas simultaneamente após um período de cerca de 10 min. A partir da magnitude das duas componentes horizontais do campo elétrico é simples encontrar a variação em direção e em magnitude do campo resultante sobre o intervalo registrado nos dois locais. As- sume-se que o solo é uniforme sob os eletrodos da base, de forma que a condutividade Universidade Federal do Oeste do Pará Instituto de Engenharia e Geociências Bacharelado em Geofísica Belém-PA 2021 é a mesma em todas as direções. O campo elétrico resultante deveria também ser cons- tante e descreveria um círculo com o tempo. O método telúrico é aplicável à exploração de petróleo, pois é capaz de detectar domas de sal e estruturas anticlinais, ambos constituindo trapas potenciais para hidrocarbone- tos. Como tal, o método foi usado na Europa, no norte da África e na antiga União So- viética. O método não é largamente empregado nos EUA, onde as trapas para hidrocar- bonetos tendem a ser pequenas demais em área para causar uma distorção significante do fluxo das correntes telúricas. O método telúrico pode também ser adaptado para uso na exploração mineral. 9.11.3 Levantamento magnetotelúrico A prospecção com o uso de campos magnetotelúricos é mais complexa do que o método telúrico, pois ambos os campos, o elétrico e o magnético, devem ser medidos. Entretanto, a técnica fornece mais informações sobre estruturas em subsuperfície. As correntes telúricas são monitoradas da mesma forma que antes, embora nenhuma estação- base seja necessária. O campo magnetotelúrico é medido por seu efeito indutivo sobre uma bobina de cerca de um metro de diâmetro ou usando-se um magnetômetro fluxgate sensível. As componentes ortogonais são medidas em cada estação. A profundidade z até onde o campo magnetotelúrico penetra é dependente de sua frequência f e da resistividade 𝜌 do substrato, de acordo com equações da forma da Eqs. 9.2 e 9.3, que é Onde K é uma constante. Consequentemente, a profundidade de penetração aumenta quando a frequência diminui. Pode-se demonstrar que as amplitudes dos campos elétrico e magnético, E e B, estão relacionadas Onde f está em Hz, E em 10𝑚 𝑉𝑘𝑚−1 e B em nT. A resistividade aparente 𝜌𝑎 varia, en- tão, inversamente com a frequência. O cálculo de 𝜌𝑎 para um número de frequências decrescentes fornece, assim, informações sobre a resistividade para profundidades pro- gressivamente maiores e é essencialmente uma forma de sondagem elétrica vertical. Universidade Federal do Oeste do Pará Instituto de Engenharia e Geociências Bacharelado em Geofísica Belém-PA 2021 A interpretação de dados magnetotelúricos é mais confiável no caso de acamamento horizontal. Curvas padrão de resistividade aparente versus o período estão disponíveis para duas e três camadas horizontais, contatos verticais e diques, e a interpretação pode ser realizada de um modo similar às técnicas de casamento de curvas no método de resistividade (ver Seção 8.2.7). Entretanto, há rotinas que permitem a modelagem computadorizada de estruturas bidimepsionais.
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