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GESTÃO DOS SISTEMAS E 
INSTITUIÇÕES DE ENSINO
Huagner Cardoso da Silva
Maria Nadurce da Silva
Montes Claros - MG, 2011
Copyright ©: Universidade Estadual de Montes Claros
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS - UNIMONTES
2011
Proibida a reprodução total ou parcial.
Os infratores serão processados na forma da lei.
EDITORA UNIMONTES
Campus Universitário Professor Darcy Ribeiro
s/n - Vila Mauricéia - Montes Claros (MG)
Caixa Postal: 126 - CEP: 39.401-089
Correio eletrônico: editora@unimontes.br - Telefone: (38) 3229-8214
Catalogação: Biblioteca Central Professor Antônio Jorge - Unimontes
Ficha Catalográfica:
REITOR
João dos Reis Canela
VICE-REITOR
Maria Ivete Soares de Almeida
DIRETOR DE DOCUMENTAÇÃO E INFORMAÇÕES
Giulliano Vieira Mota
CONSELHO EDITORIAL
Maria Cleonice Souto de Freitas
Rosivaldo Antônio Gonçalves
Sílvio Fernando Guimarães de Carvalho
Wanderlino Arruda
REVISÃO DE LÍNGUA PORTUGUESA
Arlete Ribeiro Nepomuceno
REVISÃO TÉCNICA
Karen Tôrres Corrêa Lafetá de Almeida
PROJETO GRÁFICO
Alcino Franco de Moura Júnior
Andréia Santos Dias
EDITORAÇÃO E PRODUÇÃO
Ana Lúcia Cardoso Pereira
Andréia Santos Dias
Clésio Robert Almeida Caldeira
Débora Tôrres Corrêa Lafetá de Almeida
Diego Wander Pereira Nobre
Jéssica Luiza de Albuquerque
Karina Carvalho de Almeida
Patrícia Fernanda Heliodoro dos Santos
Rogério Santos Brant
Sânzio Mendonça Henriques
Tatiane Fernandes Pinheiro
Tátylla Aparecida Pimenta Faria
Vinícius Antônio Alencar Batista
Ministro da Educação
Fernando Haddad
Secretário de Educação a Distância
Carlos Eduardo Bielschowsky
Coordenador Geral da Universidade Aberta do Brasil
Celso José da Costa 
Governador do Estado de Minas Gerais
Antônio Augusto Junho Anastasia
Vice-Governador do Estado de Minas Gerais
Alberto Pinto Coelho
Secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior
Alberto Duque Portugal
Reitor da Universidade Estadual de Montes Claros - Unimontes
João dos Reis Canela
Vice-Reitora da Unimontes
Maria Ivete Soares de Almeida
Pró-Reitora de Ensino
Anete Marília Pereira
Coordenadora da UAB/Unimontes
Maria Ângela Lopes Dumont Macedo
Coordenadora Adjunta da UAB/Unimontes
Betânia Maria Araújo Passos
Chefe do Departamento de Educação
Maria Cristina Freire Barbosa
Chefe do Departamento de Estágios e Práticas Escolares
Dayse Magna Santos Moura
Chefe do Departamento de Métodos e Técnicas Educacionais
Francely Aparecida dos Santos
Coordenadora do Curso de Pedagogia a Distância
Maria Narduce da Silva
AUTORES
Huagner Cardoso da Silva
Graduado em Pedagogia pela Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), Especialista em 
Docência para Educação Profissional e Mestre em Educação pela Universidade Federal de Uberlândia 
(UFU). Atualmente, é professor do Departamento de Estágios e Práticas Escolares da Unimontes.
Maria Nadurce da Silva
Graduada em Pedagogia pela Fundação Norte Mineira de Ensino Superior (FUNM), Especialista 
em Sociologia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Especialista em Metodologia e 
Epistemologia da Pesquisa pela Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) e Mestre em 
Educação pela Universidade Católica de Brasília (UCB). Atualmente, é professora do Departamento 
de Educação da Unimontes. 
SUMÁRIO
Apresentação .............................................................................................................................9
Unidade 1: Teorias da administrção aplicada à educação ........................................................... 13
Introdução ........................................................................................................................... 13
1.1 Teorias gerais da administração na educação ................................................................... 13
1.2 Teorias clássicas da administração: administrção cintífica ................................................. 15
1.3 Teorias novas da administração ........................................................................................ 18
1.4 Teoria comportamental organizacional: abordagem comportamental ............................... 23
1.5 Teoria das decisões integração dos objetivos organizacionais e individuais. ..................... 23
Referências .......................................................................................................................... 23
Unidade 2: A gestão dos sistemas de ensino de órgãos educacionais ........................................... 24
2.1 Fundamentos da gestão escolar ....................................................................................... 24
2.2 Modelos de gestão da educação ...................................................................................... 38
2.3 Especificidade da organização educacional ...................................................................... 42
2.4 Realidades da organização e administração escolar.......................................................... 44
Referências .......................................................................................................................... 47
Unidade 3: As políticas e a construção do trabalho coletivo na escola ......................................... 49
3.1 O projeto pedagógico como elemento norteador as ações político-pedagógicas da 
Escola ....................................................................................................................................51
3.2 Projeto político pedagógico (PPP): o papel da equipe pedagógica no desenvolvimento 
de uma proposta educacional participativa ............................................................................ 53
3.3 Descentralização da gestão educacional ......................................................................... 55
3.4 Gestão democrática: compartilhamento de responsabilidades no interior das escolas ...... 57
Referências .......................................................................................................................... 59
Unidade 4: A escola como organizadora do processo ................................................................ 60
4.1 A escola como grupo instituído ........................................................................................ 61
4.2 Fundamentos sociológicos e filosóficos da escola ............................................................. 67
4.3 Aspectos formais e informais da organização escolar ........................................................ 70
4.4 Gestão da escola: atividades fundamentais do diretor ..................................................... 74
Referências .......................................................................................................................... 80
Resumo .................................................................................................................................83
Referências básicas, complementares e suplementares .......................................................... 87
Atividades de aprendizagem - AA ......................................................................................... 91
9
APRESENTAÇÃO
Caro (a) acadêmico (a):
No caderno de História da Educação, você refletiu, por exemplo, 
sobre o processo de construção do nosso sistema educacional e sua 
evolução no Brasil. Já no caderno de Política Educacional Brasileira, você 
refletiu, entre outras coisas, sobre o papel da educação como direito social 
do cidadão e discutiu como a escola cumpre esse papel através das ações 
dos agentes educativos. Agora, chegou a hora de falarmos especificamente 
do papel da gestão da educação neste processo. Assim, neste caderno, 
propomo-nos a discutir sobre isso.
Pretendemos que, com este estudo, você possa se apropriar 
de um referencial teórico queinclua os fundamentos das dimensões 
administrativas, financeiras e pedagógicas da gestão escolar, mediante 
leituras compartilhadas, estudos orientados, pesquisas e apresentações em 
forma de seminários.
Neste caderno, você será chamado a refletir sobre a dimensão da 
gestão da educação e, para isso, os textos aqui apresentados abordarão as 
questões fundamentais da gestão dos sistemas e as instituições de ensino 
num debate atual. Discutiremos não só teorias da administração, como 
também problemas e desafios colocados para a gestão da educação pública. 
Para atingir os objetivos propostos, os textos versarão sobre as 
teorias da administração e inspeção aplicadas à educação, a gestão dos 
sistemas educacionais na edificação dos espaços escolares, as políticas 
de construção do trabalho coletivo na escola e as relações dela com a 
sociedade civil. Por fim, abordaremos sobre a escola como organizadora 
do processo educativo. 
Nessa medida, os conteúdos deste caderno poderão 
instrumentalizar você para que possa identificar princípios que orientam 
a gestão democrática, assim como os desafios que se apresentam neste 
campo. Os seminários temáticos poderão contribuir de forma significativa 
para suas reflexões e para ampliar os conhecimentos adquiridos com a 
leitura dos textos apresentados neste caderno. Considerando o aspecto 
instrumental, veja como este caderno poderá oferecer-lhe contribuições 
importantes. Esperamos que você pense o processo administrativo como 
um complexo de fatores variáveis, e não como um conjunto de técnicas 
específicas. 
10
Pedagogia Caderno Didático - 5º Período
Assim sendo, ao final deste estudo, você deverá ser capaz de:
• Compreender as concepções que fundamentam a Administração 
Escolar; 
• Descrever a função social da escola, sua relação com o Estado e a 
sociedade focalizando as questões de poder e participação compartilhada;
• Identificar os aspectos fundamentais da organização e 
funcionamento das organizações escolares a partir dos determinantes legais 
e/ou informais como expressão da realidade sociopolíticocultural;
• Reconhecer a importância da gestão democrática como forma 
de garantir a participação da comunidade no processo decisório da escola;
• Situar a problemática da administração escolar frente à natureza 
do trabalho pedagógico;
• Identificar as atuações do gestor de escola e de sistema em 
relação aos diversos papéis que desempenha na instituição educacional.
Não deixe de participar efetivamente dos fóruns! Para isso, leia as 
unidades propostas neste caderno! Os fóruns representam uma reflexão, 
bem como um excelente momento para você tirar dúvidas com o professor 
formador e o seu tutor a distância. Não perca essa oportunidade! Lembre-
se de que, com essa participação, você poderá garantir seu sucesso na 
disciplina.
Na sequência, na Unidade I, buscaremos refletir sobre as teorias 
da administração aplicadas à educação: conceitos de administração 
e escolas teóricas à luz das teorias da administração em geral, a fim 
de depois apresentar particularidades das teorias da administração 
para a situação escolar. Para tanto, discutiremos sobre a administração 
científica, a escola estruturalista, a administração neoclássica e a teoria 
organizacional, a escola das relações humanas, a escola comportamental e 
a teoria moderna da administração e organização. Vale ressaltar que, nesta 
unidade, desenvolveremos argumentos relativos a três ordens diferentes 
de problemas: natureza da ação administrativa, tendência à associação de 
critérios de valor na definição da ação ou comportamento administrativo e 
a especificidade das organizações educativas.
Na unidade II, apresentaremos uma discussão sobre a gestão/
administração dos sistemas educacionais na edificação dos espaços 
escolares. Nessa unidade, você vai estudar, especificamente, sobre 
a administração/organização escolar, refletindo sobre conceitos de 
gestão/administração, modelos de gestão, a escola como sistema social, 
identificando os aspectos formais e informais da administração/organização 
escolar. Aqui você será chamado a refletir sobre o problema da mudança na 
gestão/organização escolar, observando a organização e administração do 
ensino de 1º e 2º graus, em suas diversas particularidades, como: objetivos 
do ensino, planejamento, política educacional, clientela atendida, serviços 
de coordenação e gestão interna, articulação dos serviços da escola com 
Gestão dos Sistemas e Instituições de Ensino UAB/Unimontes
11
órgãos centrais, problemas de planejamento geral e as relações da escola 
com o ambiente.
Na unidade III, discutiremos sobre as políticas de construção do 
trabalho coletivo na escola e as relações dela com a sociedade civil, na qual 
falaremos mais especificamente sobre a avaliação do rendimento escolar 
como instrumento de gestão educacional, a administração escolar como 
elemento de transformação social. Abordaremos, ainda, sobre os órgãos 
colegiados e seus processos decisórios, discorrendo, ligeiramente, sobre a 
gestão dos recursos financeiros, sobre a gestão da qualidade no sistema e 
instituição de ensino.
Na unidade IV, discutiremos sobre a escola como organizadora 
do processo educativo, abordando a gestão administrativa da escola e 
apontando as competências necessárias para exercer o papel de diretor 
de escola, os elementos do processo organizacional, como, por exemplo, 
a comunicação, o comportamento grupal e intergrupal e a construção do 
Projeto Político-Pedagógico da escola como instrumento de democratização 
das relações no interior da escola. Além disso, trataremos de questões 
inerentes ao papel da escola: sua estrutura, sua organização e suas 
finalidades, bem como a necessidade de uma agenda de ações previstas 
para o diretor de escola.
Ao final deste estudo, você verá que discutir sobre a gestão/
administração da educação, seja desenvolvida nos sistemas, seja nas 
escolas, implica refletir, também, sobre as políticas de educação. Isso 
se deve ao fato de que há uma estreita ligação entre elas, pois a gestão 
transforma metas e objetivos educacionais em ações, dando concretude 
às direções traçadas pelas políticas educativas. Assim sendo, embora neste 
caderno pretendamos discutir a gestão da educação propriamente dita, as 
discussões sobre políticas educacionais, Sociologia da Educação e História 
da Educação surgirão naturalmente como suporte às reflexões apresentadas 
remetendo a leituras e a discussões realizadas neste curso. Um excelente 
trabalho!
Os autores
Ementa
Teorias da administração aplicadas à educação. A gestão dos 
sistemas de ensino de órgãos educacionais. As políticas e a construção do 
trabalho coletivo na escola e as relações dela com a sociedade civil. A 
escola como organizadora do processo educativo. 
Objetivos da disciplina
Objetivo Geral:
Assegurar, aos acadêmicos, oportunidade para discussão sobre 
as teorias da administração aplicadas à educação e gestão dos sistemas e 
12
Pedagogia Caderno Didático - 5º Período
Instituições de ensino de órgãos educacionais, levando-os a identificar os 
principais elementos e características da gestão/administração da educação.
Objetivos específicos:
• Identificar as influências das teorias da administração no contexto 
da gestão educacional;
• Caracterizar a gestão burocrática à luz das teorias de administração;
• Identificar diferenças entre a organização educacional e as demais 
organizações;
• Enunciar os elementos que compõe a administração/gestão da 
educação;
• Compreender a atividade educacional nas diferentes formas de 
gestão educacional: na organização do trabalho pedagógico escolar, no 
planejamento, execução e avaliação de propostas pedagógicas da escola 
nos processos educativos;
• Estabelecer as fases do processo de decisão racional na gestão da 
educação,analisados por Simon;
• Discutir, criticamente, as tendências atuais de gestão escolar, suas 
principais características, fundamentos, princípios e funções;
• Identificar recursos de eficiência e eficácia na gestão da educação;
• Identificar as dimensões da gestão educacional;
• Conceituar gestão burocrática e gestão democrática;
• Identificar os componentes burocráticos do sistema escolar na 
gestão da educação;
• Identificar e descrever as competências do administrador escolar;
• Diferenciar práxis criadora de práxis reiterativa na administração/
gestão da escola;
13
UNIDADE 1
TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO APLICADAS À EDUCAÇÃO
INTRODUÇÃO
Vamos começar esta discussão com a seguinte pergunta: O que 
é uma teoria? Acreditamos que você ligeiramente recorreu aos conceitos 
criados em outras disciplinas estudadas neste curso. Mesmo assim, 
convidamo-lo (a) a pensar no conceito proposto por Zimbardo (1970, apud 
MAXIMIANO, 2007): uma teoria é uma representação abstrata do que se 
percebe como realidade. Você pode dizer ainda que uma teoria é um 
conjunto de afirmações ou regras feitas para enquadrar alguma parte do 
mundo real. Porém, é preciso que você saiba que há teorias que propõem 
recomendações, soluções para problemas ou decisões que devem ser 
tomadas em certas situações. Vamos lá! Pense agora mais um pouco: o 
que seria então a Teoria Geral da Administração, doravante TGA? Para 
entrarmos nas discussões sobre as teorias da administração aplicadas à 
educação, é preciso rever alguns pontos básicos ligados à administração 
fundamentados em estudos realizados por autores sobre esta temática.
Há que se destacar que, ao longo deste caderno, procuraremos 
definir Gestão e Administração à luz das teorias da administração, 
vinculando-as a função do administrador a partir das exigências colocadas 
pela organização da educação. Assim sendo, as teorias da administração 
aqui apresentadas buscarão uma associação com os dados da prática 
desenvolvida na gestão da educação, de modo a permitir uma análise 
do que é usualmente feito, possibilitando a você fazer uma crítica dos 
antigos modos de proceder a gestão da educação com os modelos hoje 
recomendados. Esperamos que, por meio deste estudo, você também possa 
realizar uma analogia da organização escolar com as demais organizações 
sem, contudo, desconsiderar a especificidade do objetivo educacional, 
de tal modo que você possa identificar os elementos comuns à ação 
administrativa, em qualquer tipo de organização, à luz destas teorias.
1.1 TEORIAS GERAIS DA ADMINISTRAÇÃO NA EDUCAÇÃO
Você perceberá, à medida que realizar este estudo, que 
a administração aplicada à educação fundamenta-se na pretensa 
universalidade dos princípios da Administração Empresarial, os quais são 
tidos como princípios administrativos das organizações de modo geral. 
Perceberá, também, que a aplicação dos princípios da administração na 
educação determina que sua organização assuma diversos propósitos. 
Aqui você precisa entender que Administração e Gestão são conceitos que 
demandam uma relação, mas que cada um desses conceitos oferece sua 
problemática particular que nos remeterá ao exame de esquemas gerais 
14
Pedagogia Caderno Didático - 5º Período
e que nos orientará para os estudos dessas expressões. Nesse contexto, 
perguntamos: há princípios, normas e regras de ação que possam ser 
aplicados às mais diversas situações de administração e gestão? Para 
buscar responder a essa pergunta e ao mesmo tempo compreender 
estas expressões, buscaremos suporte nas teorias chamadas “clássicas” 
e em outras chamadas teorias “novas” acompanhando as ideias de seus 
criadores. Vamos começar? Observe a figura que se segue. Talvez você já 
conheça alguns destes rostos. O que essas imagens lhe sugerem ?
Figura 1: Criadores das teorias da administração
Fonte: http://www.ecnsoft.net/wp-content/uploads/2009/08/Teoria-Geral-da-Admi-
nistracao-UNIRIO.pdf. Acesso em: 15/01/2011
 Observe que, ao apresentar as teorias da administração, 
buscaremos uma associação com os elementos da prática desenvolvida 
na gestão da educação, de modo a permitir que você faça uma análise 
crítica do que é usualmente feito, comparando com os antigos modos de 
proceder a gestão da educação. Assim, esperamos que você faça uma 
analogia da organização escolar com as demais organizações sem, contudo, 
desconsiderar a especificidade do objetivo educacional, de tal modo que 
possa realizar as leituras propostas identificando os elementos comuns à 
ação administrativa, em qualquer tipo de organização, principalmente nas 
instituições educacionais.
Vamos responder à pergunta proposta na introdução desta 
unidade? Considerando as abordagens de Maximiano (2007), TGA é como 
o corpo de conhecimentos a respeito das organizações e do processo de 
administrá-las. O autor ainda nos diz que ela é formada por princípios, 
proposições e técnicas em permanente elaboração. Acreditamos que, 
agora, você já pode concluir que Teoria, em Administração, significa um 
conjunto de conhecimentos organizados, produzidos pela experiência 
prática das organizações.
Gestão dos Sistemas e Instituições de Ensino UAB/Unimontes
15
1.2 TEORIAS CLÁSSICAS DA ADMINISTRAÇÃO: 
ADMINISTRÇÃO CINTÍFICA
Nas teorias chamadas clássicas, o pressuposto fundamental 
da administração é o poder motivador que uma estrutura formal por si 
mesma impunha a uma organização de fato. Veja que as teorias clássicas 
da administração se dividem principalmente em duas ideias: a de Taylor 
e a de Fayol. Uma salienta a importância da divisão de tarefas através da 
observação das atividades físicas dos trabalhadores; a outra destaca as 
vantagens de maior discriminação entre os problemas de execução direta 
dos serviços pelos trabalhadores e os de sua coordenação, mediante órgãos 
de gestão especializados, chamados de departamentalização. (LOURENÇO 
FILHO, 2007, p. 50). Atenção! Pois muitos precursores construíram o que 
veio a ser classificado como abordagem clássica, entre os quais, os mais 
importantes, para este estudo, foram Taylor, Fayol, Ford e Weber.
Vejamos agora um pouco sobre estas teorias que auxiliarão 
você no entendimento sobre a gestão da educação no Brasil. Leia com 
atenção os textos apresentados e procure refletir sobre suas implicações na 
administração das escolas públicas brasileiras, principalmente nas escolas 
de sua localidade!
a) Teoria clássica de Fayol (1841-1925)
O inglês Henri Fayol, partindo de uma ampla noção de eficiência, 
fundamentada na ideia de que a racionalização do trabalho deveria 
compreender todas as partes e funções de uma empresa, buscando 
velar pela sua unidade construtiva, defendia a tendência chamada de 
departamentalização. Fayol acreditava que isso seria necessário para 
atender às exigências de continuidade e desenvolvimento das empresas, 
assim como do processo de organização social que elas representavam. 
Fayol focou sua atenção na estrutura da empresa e definiu a Administração 
como “previsão, organização, comando, coordenação e controle”. 
Podemos dizer, também, que Fayol, em sua teoria, indicava algumas 
funções que considerava capitais de administração, entre elas: prever, 
organizar, comandar, coordenar e controlar. Veja que estas funções, por 
sua vez, sugerem ações como: a definição de objetivos e programas, a 
reunião de elementos pessoais e materiais necessários à produção, a 
articulação de esforços no sentido do progresso material e moral de cada 
empreendimento e, ainda, a articulação geral que seria realizada por 
órgãos centrais de direção e fiscalização. (LOURENÇO FILHO, 2007, p. 
51). Quando você analisar a proposta de gestão da educação, nos moldes 
que hoje é colocado, verá que muitas destas ações estão presentes de 
forma bastante original.
A Teoria Clássica é, portanto, uma corrente iniciada por Fayol 
(1916) para otratamento da administração como ciência na formatação 
16
Pedagogia Caderno Didático - 5º Período
e na estruturação das organizações. Essa corrente dava ênfase na estrutura 
da organização enfocando a organização formal, os princípios gerais 
da administração e as funções do administrador. Fayol em sua teoria 
da administração estabeleceu 14 princípios (MAXIMIANO, 2007) que 
consideramos relevantes apresentar neste estudo. Portanto, leia com 
bastante atenção, pois eles ajudarão a você no entendimento da gestão 
escolar que será discutida na Unidade II deste caderno:
1. divisão do trabalho, com especialização das tarefas e 
trabalhadores para maior eficiência;
2. autoridade e responsabilidade, direito de dar ordens e esperar 
obediência, com responsabilidade;
3. disciplina, obediência a regras claras e justas, com punição às 
infrações;
4. unidade de comando, cada empregado com apenas um chefe;
5. unidade de direção, todas as unidades da organização buscando 
os mesmos objetivos gerais;
6. subordinação do interesse individual ao geral, os interesses da 
organização têm precedência sobre os dos empregados;
7. remuneração justa do pessoal, tanto para o empregado como 
para a organização;
8. centralização, concentração da autoridade no topo da 
organização;
9. cadeia de comando, uma linha de comando e comunicação, 
do alto até a base;
10. ordem, pessoas e materiais nas posições em que são necessários 
e eficientes - “um lugar para cada coisa e cada coisa em seu lugar”;
11. equidade, com tratamento justo a todo o pessoal;
12. estabilidade do pessoal, a rotatividade é prejudicial à eficiência 
da organização;
13. iniciativa, os funcionários devem ser incentivados a propor 
melhorias; 
14. espírito de equipe, deve haver harmonia entre o pessoal para 
o trabalho em grupo.
b) Teoria clássica de Taylor (1856-1915): administração científica
Vamos agora analisar a teoria clássica da administração proposta 
por Taylor. Observe que a teoria elaborada pelo norte-americano 
Frederick Taylor constitui-se na análise metódica do trabalho industrial, na 
cronometragem dos movimentos elementares de cada operação e formas 
de sua coordenação, a ser realizada de modo direto por chefes de turma 
e indireto por contramestres e técnicos, encarregados da manutenção dos 
Gestão dos Sistemas e Instituições de Ensino UAB/Unimontes
17
equipamentos, máquinas e ferramentas, e suprimento da matéria-prima. 
Veja que Taylor desenvolveu a Teoria da Administração chamada de teoria 
científica buscando um maior desenvolvimento econômico, tanto para as 
empresas como para os empregados, resumindo-a como Ciência. Segundo 
as ideias de Taylor, a Ciência seria utilizada para a identificação da melhor 
maneira de realizar uma tarefa, envolvendo desde estudos de tempos 
e movimentos até o desenvolvimento de ferramentas e equipamentos 
mais adequados. Nessa teoria, o conceito de eficiência correspondia ao 
de “produção por unidade de esforço”, ou seja, rendimento mecânico. 
Podemos dizer que a teoria de Taylor está relacionada à produção em série, 
mediante a divisão e especialização minuciosa das tarefas atribuídas ao 
trabalhador (LOURENÇO FILHO, 2007, p. 50-51). 
Na visão proposta por Taylor, a “Administração Científica” se 
ocupa em buscar a maneira pela qual uma tarefa pode ser mais realizada 
e entende que o interesse do empregado no trabalho decorre do seu 
interesse pelo ganho que daí advém, ou seja, considera o trabalhador como 
um homem econômico, voltado para a satisfação material. Nesse contexto, 
pode se dizer que a “Administração Científica” tem de se ocupar do 
processo de trabalho e do treinamento dos operários. Na sequência, vamos 
agora discutir um pouco sobre essa teoria no contexto da administração 
educacional.
1.2.1 Abordagem clássica: influência da teoria da administração 
científica na educação
Administração Científica é uma corrente iniciada por Taylor (1903), 
a qual considera a administração uma ciência aplicada na racionalização 
e no planejamento das atividades operacionais, dando ênfase nas tarefas 
e enfocando a racionalização do trabalho. Essa teoria está assentada nos 
fundamentos da organização e do controle dos processos de trabalho, 
expressos pela instituição da gerência científica, sendo também assumida 
como um dos elementos fundantes da gestão escolar. 
Assim é que estudos de tempo e movimento constituem uma 
ilustração desta abordagem científica da administração. Neles são 
considerados os movimentos necessários aos trabalhadores mais habilidosos 
para que realizem as tarefas que lhes são confiadas no menor tempo 
possível; porém, esses movimentos que devem ser precisos são ensinados 
aos outros trabalhadores. O aspecto principal da função administrativa na 
escola clássica de administração era a ênfase na produção, pois esta tem 
procurado racionalizar a produção industrial e a administração, descobrindo 
e sugerindo a aplicação dos mais eficientes métodos de trabalho na gestão.
Podemos dizer que o aspecto principal da função administrativa na 
escola clássica de administração era a ênfase na produção, pois esta, como 
você pode observar, tem procurado racionalizar a produção industrial e 
18
Pedagogia Caderno Didático - 5º Período
a administração, descobrindo sugerindo a aplicação dos mais eficientes 
métodos de trabalho na gestão.
1.3 TEORIAS NOVAS DA ADMINISTRAÇÃO
Estas teorias, ao contrário das teorias clássicas cujas decisões se 
dão por certos escalões da hierarquia forma, ocorrem em todos os níveis e, 
ainda, na pessoa de cada trabalhador em particular. 
1.3.1 Teorias das Relações Humanas: abordagem humanística da 
administração 
A Teoria das Relações Humanas (1932) foi uma corrente iniciada 
com a experiência de Hawthorne, a qual combatia os pressupostos 
clássicos através da ênfase nas pessoas e nas relações humanas e defendia 
a integração das pessoas nos grupos sociais e a satisfação das necessidades 
individuais com ênfase nas pessoas, enfocando organização informal, 
motivação, liderança, comunicação e dinâmica de grupo.
A teoria humanística da administração propõe conhecer as 
atividades e sentimentos dos trabalhadores e estudar a formação de grupos 
na instituição. Podemos dizer que as três principais caraterísticas desses 
modelos são:
1. O ser humano não pode ser reduzido a um ser cujo 
corportamento é simples e mecânico;
2. O homem é, ao mesmo tempo, guiado pelo sistema social e 
pelas demandas de ordem biológica;
3. Todos os homens possuem necessidades de segurança, afeto, 
aprovação social, prestígio e auto-realização.
A abordagem humanística crescia paralelamente ao modelo 
burocrático de Max Weber (1864-1920), com seu estruturalismo 
organizacional e princípios comportamentais rígidos. A empresa é uma 
organização social composta por diversos grupos sociais informais, que 
definem suas regras de comportamento, suas recompensas e punições 
sociais, seus objetivos, seus valores, suas crenças e suas expectativas. Os 
indivíduos, dentro das organizações, participam de grupos sociais e mantêm 
constante interação social. Veja que nesta abordagem denominam-se 
relações humanas as ações e atitudes desenvolvidas pelos contatos entre 
pessoas e grupos. A compreensão da natureza dessas relações permite ao 
administrador obter melhores resultados no seu trabalho administrativo.
A auto-realização só se torna uma necessidade efetiva quando as 
necessidades básicas de sobrevivência do ser humano estão relativamente 
satisfeitas. No ambiente empresarial, essas necessidades também se 
manifestam e podem ser satisfeitas com medidas adequadas levando o 
trabalhador a ser mais feliz no trabalho ao mesmo tempo em que aumenta 
Você pode ampliar seus 
conhecimentos sobre a teoria 
estruturalista através da leitura 
dos trabalhos de Max Weber 
sobre as “burocracias” eos 
estudos de Peter Blau sobre as 
“organizações formais”.
Gerência científica: A gerência 
científica, como é chamada, 
significa um empenho no 
sentido de aplicar os métodos 
da ciência aos problemas 
complexos e crescentes do 
controle do trabalho nas 
empresas capitalistas em rápida 
expansão. (BRAVERMAN,1987, 
p. 82-83)
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19
o retorno do seu trabalho para a empresa, que é máximo quando ele está 
procurando realizar todo seu potencial. De forma semelhante, vamos 
encontrar no meio educacional, pois estamos lidando com seres humanos e 
suas necessidades básicas são as mesmas em qualquer que seja a instituição 
em que trabalham. Assim sendo, certamente, o conhecimento dessa teoria 
contribuirá muito na elaboração de uma proposta de um trabalho efetivo 
na gestão da educação.
Desse modo, a partir da Escola de Relações Humanas, novas 
tendências se desenvolveram nos estudos da administração, sendo todas 
orientadas por informações das ciências Sociais e suas aplicações ao 
estudo das organizações. Nessa teoria, a preocupação central da função 
administrativa passou a ser com os processos de produção, em relação 
aos quais exercem um papel preponderante os fatores psicossociais 
determinantes do comportamento produtivo.
1.3.2 Teoria Burocrática: abordagem estruturalista 
A teoria estruturalista é uma corrente baseada na sociologia 
organizacional que procura consolidar e expandir os horizontes da 
administração. Essa corrente dá ênfase na estrutura da organização 
enfocando múltipla abordagem: organização formal e informal, análise 
intraorganizacional e interorganizacional, ou seja, a organização formal 
burocrática e a racionalidade organizacional. A Teoria da Burocracia é 
uma corrente baseada nos trabalhos de Max Weber (1909) e descreve as 
características do modelo burocrático de organização. O precursor desse 
estudo foi o sociólogo e filósofo alemão Max Weber, que lançou bases 
de um estudo objetivo da burocracia como forma social genérica. Na 
burocracia, como sistema social, Weber viu o exemplo característico da 
possibilidade de racionalizar as relações humanas. Essa teoria estruturalista 
se baseia em alguns princípios como: formalização, divisão do trabalho, 
hierarquia, competência técnica e meritocracia.
Nesse contexto, os estruturalistas veem a organização como uma 
grande e complexa unidade em que interagem muitos grupos sociais, 
pois, mesmo que muitos interesses individuais sejam compartilhados 
pelos membros dos grupos, existem alguns que não são compatíveis, 
gerando conflitos no interior das escolas. Podemos dizer aqui que a Escola 
Estruturalista pode ser entendida como a tentativa de englobar aspectos 
importantes de duas grandes escolas de administração, que em muitos 
aspectos assumem posturas diametralmente opostas: a Escola Clássica e a 
das Relações Humanas. Nessa abordagem, considerando alguns aspectos 
gerais, é preciso considerar como importante um sistema hierárquico 
20
Pedagogia Caderno Didático - 5º Período
de caráter formal, pois o sistema burocrático considera um conjunto de 
relações entre postos hierárquicos. 
Você observou que o enfoque estruturalista da administração 
preocupa-se primordialmente com os aspectos estruturais da organização? 
Isso mesmo, embora este considere fundamental o ajustamento, e não a 
sujeição à estrutura. Veja que nesta abordagem a não compatibilização dos 
interesses individuais dos elementos envolvidos no processo educativo com 
os objetivos da organização revela-se através de conflitos ou tensões que 
devem ser encarados pelo administrador como um ponto de referência 
para se compreender a necessidade de ajustamentos estruturais urgentes 
na organização.
Observaremos, aqui, que, na interpretação estruturalista da 
gestão, o aumento da racionalidade nas organizações modernas não 
ocorreu na mesma proporção que o aumento de satisfação ou felicidade 
do trabalhador, gerando um desequilíbrio de duas ordens de necessidades: 
do homem como ser humano e da função que ele exerce no ambiente de 
trabalho. Acreditam que, à medida que não ocorre o ajustamento entre 
a racionalidade e a satisfação do trabalhador, sendo este insatisfatório 
para o indivíduo, resulta na alienação do sujeito em relação à organização 
e seus objetivos e, nesse caso, a função do administrador consistirá, 
essencialmente, em evitar, ou pelo menos reduzir, a alienação deste, 
procurando garantir a eficiência da organização.
Para Weber, a burocracia é a organização eficiente por excelência 
e, para conseguir essa eficiência, ela precisa detalhar antecipadamente e 
em detalhes como as coisas deverão ser feitas. Podemos dizer que Weber 
define a organização burocrática pela ênfase na precisão, velocidade, 
clareza, regularidade, confiabilidade e eficiência, com a criação de uma 
divisão rígida de tarefas, supervisão hierárquica, regras e regulamentos 
detalhados. Em seus estudos, Weber identificou diversos fatores que 
favorecem o desenvolvimento da burocracia, entre os quais se destacam: 
• a economia monetária, com a racionalização das transações 
econômicas, eliminando os pagamentos em espécie; 
• o aumento da complexidade das tarefas administrativas; 
• a maior eficiência da administração burocrática; 
• o desenvolvimento tecnológico; 
• a necessidade crescente de previsibilidade.
Podemos então dizer que, para Weber, a burocracia é a 
organização eficiente por excelência, em virtude do caráter legal das 
normas, previamente definidas por escrito, determinando a sua maneira de 
funcionar. Nesse sentido, você verá que a burocracia é uma estrutura social 
racionalmente organizada, as normas e regulamentos são legais porque 
conferem às pessoas investidas da autoridade um poder de coação sobre 
os subordinados, os meios coercitivos são capazes de impor a disciplina e 
Gestão dos Sistemas e Instituições de Ensino UAB/Unimontes
21
as normas e regulamentos são escritos para assegurar uma interpretação 
sistemática e unívoca. 
Nesse viés, pensa-se que esforços são economizados e 
possibilitam, dentro da organização, a padronização: do caráter formal 
das comunicações, formuladas e registradas por escrito, permitindo a 
comprovação e documentação de todas as ações; do caráter racional e 
divisão do trabalho, em que cada membro da organização tem seu cargo, 
funções, competências e responsabilidades; da impessoalidade nas relações, 
pois o poder de cada pessoa deriva do cargo que ocupa; da hierarquia da 
autoridade, de acordo com os cargos, em que cada cargo inferior está sob 
a direção de um posto superior; das rotinas padronizadas, com regras e 
normas técnicas para o desempenho de cada cargo, que limitam a ação dos 
seus ocupantes; da competência técnica e meritocracia, em que a admissão, 
transferência e promoção dos funcionários são baseadas no mérito e na 
competência técnica - critérios válidos para toda a organização -, e não 
em preferências pessoais; da especialização da administração, separada da 
propriedade; da profissionalização dos participantes, em que funcionário 
é um especialista assalariado; da previsibilidade do funcionamento, pois, 
como cada funcionário age de acordo com as normas, os resultados podem 
ser previstos.
Veja que, na burocracia como sistema social, Weber viu o exemplo 
característico da possibilidade de racionalizar as relações humanas. 
Nessa abordagem, levando-se em conta alguns aspectos gerais, é preciso 
considerar como importante um sistema hierárquico de caráter formal, 
uma vez que, como você percebeu, o sistema burocrático considera um 
conjunto de relações entre postos hierárquicos. 
Você pode também perceber que o enfoque estruturalista da 
administração preocupa-se primordialmente com os aspectosestruturais 
da organização, embora considere fundamental o ajustamento, e não 
a sujeição à estrutura. Nessa abordagem, a não compatibilização dos 
interesses individuais dos elementos envolvidos no processo educativo com 
os objetivos da organização revela-se através de conflitos ou tensões que 
devem ser encarados pelo administrador como um ponto de referência 
para se compreender a necessidade de ajustamentos estruturais urgentes 
na organização.
1.3.3 Escola Estruturalista
O Estruturalismo se revela como uma síntese das Escolas Clássica e 
de Relações Humanas. Observe que os estruturalistas veem a organização 
como uma grande e complexa unidade em que interagem muitos grupos 
sociais. A Escola Estruturalista pode ser entendida como a tentativa de 
englobar aspectos importantes de duas grandes escolas de Administração 
22
Pedagogia Caderno Didático - 5º Período
que, em muitos aspectos, assumem posturas diametralmente opostas: a 
Escola Clássica e a das Relações Humanas. 
É conveniente chamamos a sua atenção para a interpretação 
estruturalista da gestão, pois nela o aumento da racionalidade, nas 
organizações modernas, não ocorreu na mesma proporção que o aumento 
de satisfação ou felicidade do trabalhador, gerando um desequilíbrio de 
duas ordens de necessidades: do homem como ser humano e da função 
que exerce no ambiente de trabalho. Os adeptos dessa teoria acreditam 
que não ocorreu o ajustamento entre a racionalidade e a satisfação do 
trabalhador, sendo este insatisfatório para o indivíduo. Esse processo resulta 
na alienação do sujeito em relação à organização e aos seus objetivos. 
Nesse caso, a função do administrador consistirá, essencialmente, em 
evitar, ou pelo menos reduzir, a alienação do sujeito, procurando garantir 
a eficiência da organização.
A abordagem estruturalista da Administração supera as abordagens 
clássica e comportamental, apresentando um enfoque mais completo, 
da estrutura e das pessoas. O precursor desse estudo foi o sociólogo e 
filósofo alemão Max Weber, que lançou bases de um estudo objetivo da 
burocracia como forma social genérica, pois Max Weber (1864-1920), 
também considerado participante da abordagem estruturalista, preocupou-
se com a hierarquia de pessoas na organização, defendendo os critérios de 
mérito para contratação e promoção, com papéis precisamente definidos 
para cada cargo, no denominado “Modelo Burocrático”. Consideramos 
válido que, após estes estudos, você registre também que, no estudo da 
Administração, os autores Fayol, Follett e Barnard foram os principais 
personagens a enfatizar os aspectos da qualidade total e da produção 
enxuta de bens e serviços.
Você pode observar que essas teorias atuam nas mais diversas 
organizações. Embora sejam idealizadas em cenários industriais e 
empresarias, alcançaram a educação transformando a prática administrativa 
nas escolas. Porém, você também precisa entender que os conceitos 
clássicos da administração, embora importantes para orientar o trabalho 
dos administradores escolares, são insuficientes, pois é preciso que se 
levem em conta especificidades e complexidades das escolas para que 
sejam atingidos os objetivos maiores da educação como formadora de 
cidadãos plenos para a democracia.
É a elaboração das teorias da Administração no bojo do 
capitalismo que determina a sua aplicação generalizada na 
maior parte das organizações, cujos padrões de eficiência, 
racionalização, produtividade são determinados, também, 
pelo próprio modo de produção capitalista (FÉLIX, 1986, 
p. 76).
Gestão dos Sistemas e Instituições de Ensino UAB/Unimontes
23
1.4 TEORIA COMPORTAMENTAL ORGANIZACIONAL: ABORDAGEM 
COMPORTAMENTAL
Teoria do Comportamento Organizacional é uma corrente baseada 
na psicologia organizacional que redimensiona e atualiza os conceitos da 
Teoria das Relações Humanas com ênfase nas pessoas, enfocando os estilos 
de administração. 
1.5 TEORIA DAS DECISÕES INTEGRAÇÃO DOS OBJETIVOS 
ORGANIZACIONAIS E INDIVIDUAIS. 
Nessa medida, a abordagem comportamental da administração 
deu ênfase aos aspectos da liderança e da motivação no comportamento 
produtivo, tendo como um dos seus representantes o cientista social 
australiano George Elton Mayo (1880-1949). Essa teoria assenta em novas 
proposições acerca da motivação humana, em que o administrador precisava 
dominar os mecanismos motivacionais para poder dirigir adequadamente 
as pessoas. Mayo defendia o empregado com necessidades sociais no 
local de trabalho, a necessidade de grupos informais e o lado humano na 
organização. 
Assim, a abordagem comportamental questiona a hipótese do 
homem econômico, que busca maximizar sua remuneração, apresentando 
em seu lugar o “homem social”, motivado por recompensas e sanções 
sociais, que pode sacrificar ganhos financeiros em prol da aceitação por 
um grupo. Nessa abordagem, os aspectos emocionais do comportamento 
humano, não planejados ou mesmo aparentemente irracionais, passam a 
merecer atenção.
CHIAVENATO, I. Introdução à teoria geral da administração. 6. ed. Rio 
de Janeiro: Campus, 2000.
FÉLIX, M. F. C. Administração Escolar: um problema educativo ou 
empresarial. 3. ed. São Paulo: Cortez A/A, 1986.
LOURENÇO FILHO, M. B. Organização e administração escolar: curso 
básico. 8. ed. Brasília - DF: Inep/MEC, 2007.
MAXIMIANO, A. C. Teoria geral da administração: da revolução urbana 
à revolução digital. Atlas, 2004.
______. Introdução à Administração. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2007.
SANDER, B. Gestão da educação na América latina: construção e 
reconstrução do conhecimento. Campinas, São Paulo: Autores Associados, 
1995.
24
Pedagogia Caderno Didático - 5º Período
Nesta unidade, você deverá identificar sistema de ensino e situar, 
criticamente, as tendências de gestão/administração de sistema e de ensino 
de órgãos educacionais, atentando-se para principais características, 
fundamentos, princípios e funções. Buscaremos, aqui, caracterizar a 
gestão da educação segundo os princípios da administração, iniciando 
por sua generalidade para, em seguida, configurar a sua especificidade 
na situação escolar. Para isso, apresentaremos os pressupostos da 
administração que viabilizam a gestão da educação, iniciando pela análise 
dos paradigmas da administração e suas implicações na gestão de sistema 
e instituições de ensino, bem como as competências do diretor na visão 
de alguns pesquisadores sobre a gestão da escola, chegando à discussão 
da organização escolar, na qual será enfatizada a gestão democrática do 
sistema público de ensino.
Após este estudo, você observará também que a visão dos teóricos 
da administração tem correspondência na realidade concreta da sociedade 
capitalista, em que a administração encontra, na organização, seu próprio 
objeto de estudo. Verá que nesse contexto encontra-se “a escola que, assim 
como as outras organizações, precisa ser administrada e tem na figura do 
diretor o responsável pelas ações desenvolvidas em seu interior” (PARO, 
2001, p.17).
Você deve observar que o complexo de processos envolvidos na 
gestão educacional compreende as atividades específicas de planejamento, 
organização, gerenciamento, avaliação de resultados, aplicação de recursos 
e prestação de contas, fazendo com que a gestão do ensino siga prioridades 
estabelecidas para educação, diferindo das demais formas de gestão, como 
a empresarial.
Começando essa discussão, podemos dizer que um sistema 
educacional, conforme preconiza a literatura, é composto e interligado por 
diversos órgãos, ou seja, secretaria de educação e seus setores, conselhos 
educacionais, escolas, etc. Observe, a partir desse conceito, que um 
sistema, composto por organizações educacionais, setores e unidades 
escolares, requer e pressupõe que haja algum tipo de interatividade e inter-relação entre eles.
2.1 FUNDAMENTOS DA GESTÃO ESCOLAR
A administração é uma prática milenar, porém a administração 
moderna tem sua origem nos países desenvolvidos da Europa e da América 
do Norte, onde foi concebida como instrumento para organizar e coordenar 
Pedagogia Caderno Didático - 5º Período
Paradigma é o conjunto de 
ideias que permite formular 
ou aceitar determinados 
padrões ou modelos de ação 
social que representa uma 
visão de mundo, uma filosofia 
social, um sistema de ideias 
construídas e adotadas por 
determinado grupo social. 
Diz respeito a ideias e valores 
assumidos coletivamente, 
de forma consciente ou 
inconscientemente.
Organização são atividades 
desenvolvidas no sentido 
de relacionar os elementos 
materiais e humanos de uma 
determinada situação, a fim 
de se conseguir o melhor 
resultado.
UNIDADE 2
A GESTÃO DOS SISTEMAS DE ENSINO DE ÓRGÃOS 
EDUCACIONAIS
Gestão dos Sistemas e Instituições de Ensino UAB/Unimontes
25
a prestação dos serviços públicos e a crescente atividade produtiva no 
mundo dos negócios (BORDIGNON; GRACINDO, 2001, p. 148). Porém, 
Fayol, Follett e Barnard foram os principais personagens a enfatizar os 
aspectos para uma definição de administração e o papel dos gerentes. Os 
questionamentos que se seguem nortearão as nossas reflexões.
Que estruturas de pensamento subjazem aos processos de gestão 
e administração da educação no Brasil? 
Que concepções, conceitos e princípios estão presentes na gestão 
educacional dos sistemas e das escolas? 
Considerando o que estudamos na unidade I e a análise dos 
modelos de gestão apresentados nesta unidade, vamos responder às 
questões propostas. Começamos por dizer que a lógica assumida pelas 
reformas estruturais que a educação pública vai vivenciar no Brasil em 
todos os âmbitos (administrativo, financeiro, pedagógico) e níveis (básico 
e superior) tem um mesmo ponto de origem e que os conceitos de 
produtividade, eficácia, excelência e eficiência foram importados das teorias 
administrativas que você estudou na unidade I deste caderno. Podemos 
também afirmar que na educação, especialmente na Administração 
Escolar, observa-se a transposição de teorias e modelos de organização e 
administração empresariais e burocráticos para a escola e que os debates 
e críticas dos especialistas na década de 1990 não foram capazes de evitar 
que as tendências mais recentes em administração educacional e, mesmo 
as direções tomadas pelas políticas públicas para a gestão da educação, 
resgatassem as teorias administrativas como teorias políticas.
Veja então que os fundamentos em que se apóia a administração 
da educação provêm de outras ciências e estão sujeitos a mudanças, que 
determinarão alterações na concepção da função administrativa, que, por 
sua vez, acarretam mudanças nos papéis do gestor educacional. No estudo 
da primeira unidade, você observou que o termo gestão tem suas origens 
nas teorias da administração empresarial. 
Observe, também, que a teoria administrativa que influenciou a 
gestão educacional no Brasil na década de 1960 foi baseada nos princípios 
do enfoque organizacional da administração científica e gerencial de Taylor 
e Fayol. Ao discutir sobre a Administração, a preocupação central de Taylor 
era com o controle do trabalhador:
Está claro, então, na maioria dos casos, que um tipo de ho-
mem é necessário para planejar e outro tipo diferente para 
executar o trabalho. O homem, cuja especialidade sob a 
administração científica é planejar, verifica inevitavelmente 
que o trabalho pode ser feito melhor e mais economica-
mente mediante a divisão do trabalho ... (TAYLOR, apud 
PARO, 2001, p. 64).
26
Pedagogia Caderno Didático - 5º Período
Figura 2: Sistema educacional brasileiro
Fonte: http://andersonnocepe.blogspot.com/2008_05_01_archive.html. 
Acesso em: 15/01/2011
Veja que, com base na doutrina de Fayol, chegamos à formulação 
teórica que identifica a escola como uma grande empresa e estuda uma 
administração que seja aplicável à escola como a qualquer outra empresa. 
Observe que, para Fayol, a administração, tendo em vista a complexidade 
dos empreendimentos humanos e o jogo de interesses daí advindos, funda-
se em três elementos básicos: 
• na racionalização do trabalho;
• na divisão do trabalho;
• no interesse no trato pela administração.
Paro (2001), diante da necessidade de se promoverem a 
eficiência e a produtividade da escola, sendo esta entendida como 
uma organização, pautou-se na consecução de seus objetivos por 
procedimentos administrativos análogos àqueles que alcançaram êxito na 
situação empresarial. Nesse contexto, a administração escolar fundamenta-
se na pretensa universalidade dos princípios da administração adotados na 
empresa capitalista. 
Para os modernos teóricos da Administração, a sociedade 
se apresenta como um enorme conjunto de instituições que 
realizam tarefas sociais determinadas. Em virtude da com-
plexidade das tarefas, da escassez dos recursos disponíveis, 
da multiplicidade de objetivos a serem perseguidos e do 
grande número de trabalhadores envolvidos, assume-se a 
absoluta necessidade de que esses trabalhadores tenham 
suas ações coordenadas e controladas por pessoas ou ór-
gãos com funções chamadas administrativas. Essa visão dos 
teóricos da Administração tem correspondência na reali-
dade concreta da sociedade capitalista ... (PARO, 2001, p. 
17).
Gestão dos Sistemas e Instituições de Ensino UAB/Unimontes
27
Observe que, na perspectiva da teoria da administração proposta 
por Fayol, a administração é tomada como uma solução natural aos riscos 
causados pela divisão do trabalho, podendo definir-se como o processo 
para melhor conduzir os grupos humanos que operam em tarefas divididas 
para alcançar um objetivo comum. Então, vejamos como as propostas de 
gestão ocorreram e ainda permeiam não só o Brasil, como também o fazer 
administrativo em nossos sistemas educacionais.
A gestão da educação no Brasil iniciou-se com a administração da 
educação baseada nos princípios da administração clássica que prioriza o 
enfoque organizacional na administração, ou seja, com a predominância da 
técnica. “... na predominância dos técnicos que adotam soluções racionais 
para resolver problemas administrativos, em detrimento de seus aspectos 
humanos e sociopolíticos” (SANDER, 1982, p. 15).
É importante, porém, que você observe que a gestão da educação 
no Brasil também seguiu os princípios da teoria comportamental. Como 
você observou na primeira unidade, o enfoque comportamental na gestão 
da educação teve suas bases teóricas nas ciências do comportamento, 
tendo sua principal característica nas teorias de administração adotadas e 
havendo a forte presença dos fundamentos da Psicologia e da Sociologia 
que exercia grande influência no fazer da gestão escolar. Em seguida, surgiu 
o enfoque sociológico que utilizou das ciências sociais na elaboração de 
sua proposta administrativa:
... a eficiência da administração se determina primordial-
mente pela atuação de variáveis políticas, sociológicas e 
antropológicas e apenas secundariamente pela atuação de 
variáveis jurídicas e técnicas (SANDER, 1982, p. 21).
Na análise da literatura você poderá observar que o conceito 
de gestão, assim como o de administração, é usado ora como literatura, 
ora como sinônimos, ora como termos distintos. Algumas vezes o termo 
gestão é apresentado para denominar um processo dentro da ação 
administrativa, outras vezes seu uso denotará a intenção de politizar a ação 
administrativa e em outras situações gestão apresenta-se como sinônimo 
de gerência. Contudo, você perceberá que, na maioria das vezes, o termo 
gestão aparecerá como alternativa para o processo político-administrativo 
da educação. É preciso,no entanto, que você entenda que a gestão dos 
sistemas e instituições de ensino supõe uma filosofia e uma política diretoras 
pré-estabelecidas pelas políticas educacionais.
Em nossas discussões, o termo gestão assumirá o caráter científico 
e o sentido de processo político-administrativo por meio do qual a prática 
social da educação é organizada, orientada e viabilizada. Ao longo do 
estudo, você descobrirá que a administração da educação pode ser vista, 
tanto na teoria quanto na prática, como dois campos que se interpenetram, 
ou seja, de um lado acontece a racionalização do trabalho e de outro a 
28
Pedagogia Caderno Didático - 5º Período
coordenação deste. Chiavenato (2000) afirma que administração é o 
processo de planejar, organizar, liderar e controlar o trabalho dos membros 
da organização e usar todos os recursos disponíveis da organização para 
alcançar objetivos estabelecidos. 
Figura3: Gestão: uma construção coletiva
Fonte: http://servicosocialescolar.blogspot.com/ . Acesso em: 
15/01/2011
Observe que a gestão do sistema de ensino constitui-se, 
essencialmente, como um processo de articulação para o desenvolvimento 
da proposta político-pedagógica das escolas públicas, assunto que será mais 
bem discutido na terceira unidade deste caderno. Porém, é importante que 
você entenda que esse processo de gestão se fundamenta e é conduzido 
segundo uma determinada concepção de educação e de sociedade e, 
também, que ele não ocorre de forma neutra e descontextualizada. Assim 
sendo, é preciso compreender que pensar um processo administrativo da 
educação significa definir um projeto de cidadania e atribuir uma finalidade 
à escola que seja coerente com esse projeto. 
Chamamos sua atenção para retornar as leituras realizadas no 
caderno didático de Política Educacional Brasileira, em que você observou 
que o processo administrativo inclui determinação de objetivos, garantia de 
recursos, determinação de política de ação, padrões de serviço, distribuição 
de recursos em conformidade com o plano de trabalho, manutenção da 
operacionalização de forma a produzir a quantidade e qualidade desejada 
de serviços e ainda avaliação e contabilidade para uso dos recursos 
financeiros destinados à educação. No estudo sobre a gestão da educação, 
é preciso, também, recuperar o caráter instrumental da administração, pois, 
Gestão dos Sistemas e Instituições de Ensino UAB/Unimontes
29
segundo Paro (2001, p. 123), ele é de suma importância para o exame da 
atividade administrativa em nossas escolas, uma vez que apenas através 
dessa perspectiva será possível conceber uma administração escolar voltada 
para a transformação social. Porém, não abordaremos apenas seu caráter 
técnico, pois a administração desenvolvida em nossos sistemas educacionais 
é também pautada em outros aspectos que consideramos relevantes para 
uma gestão democrática da educação, em que é imprescindível considerar 
também os determinantes econômicos e sociais. 
Segundo Félix (1984, p. 81), à medida que a prática da 
administração escolar for tratada do ponto de vista puramente técnico, 
serão omitidas as suas articulações com as estruturas socioeconômicas 
e políticas. Com certeza, isso obscurecerá a análise dos condicionantes 
da educação dos quais fazem parte as normas técnico-administrativas 
propostas para o funcionamento do sistema escolar. Sander (1995, p. 55), 
por sua vez, objetivando a realização de uma análise da administração 
da educação, propõe uma divisão em quatro dimensões articuladas 
dialeticamente: 
• dimensão econômica; 
• dimensão pedagógica; 
• dimensão política;
• dimensão cultural.
Segundo o autor, para cada uma dessas dimensões analíticas há, 
respectivamente, um critério de desempenho administrativo: eficiência, 
eficácia, efetividade e relevância.
Figura 4: Dimensões da gestão escolar
Fonte: http://criandoecopiandosempre.blogspot.
com/2010_09_01_archive.html 
Acesso em: 15/01/2011
Você poderá ampliar seus 
conhecimentos sobre esta 
temática fazendo a leitura do 
livro Gestão da Educação na 
América Latina, de Benno 
Sander (1995).
30
Pedagogia Caderno Didático - 5º Período
2.1.1 Dimensões da gestão educacional segundo Sander
Propomos aqui uma ligeira análise das quatro dimensões da gestão 
da educação proposta por Benno Sander (1995, p. 59-66):
a) Dimensão econômica 
A dimensão econômica da gestão da educação, como já é 
possível observar pelo uso do termo, envolve: recursos financeiros e 
materiais, estrutura, normas burocráticas e mecanismos de coordenação 
e comunicação. Nessa dimensão, a administração da educação prevê e 
controla os recursos, organiza estruturalmente a instituição, fixa papéis e 
cargos, divide o trabalho, determina como o trabalho deve ser realizado 
e por que tipo de incumbências e estabelece, ainda, normas de ação. O 
critério definidor da dimensão econômica é a eficiência na utilização dos 
recursos e instrumentos tecnológicos sob o império da lógica econômica.
b) Dimensão pedagógica
A dimensão pedagógica da administração da educação se refere ao 
conjunto de princípios, cenários e técnicas educacionais intrinsecamente 
comprometidas com a consecução eficaz dos objetivos do sistema 
educacional e de suas escolas. Podemos dizer que a dimensão pedagógica 
da administração da educação se relaciona com as demais dimensões, 
oferecendo elementos e instrumentos necessários para a consecução eficaz 
dos objetivos da educação. Observe que o estudo da dimensão pedagógica 
da administração da educação fundamenta-se numa ampla gama de 
contribuições disciplinares, em que a Filosofia e a Ciência Política impõem-
se como disciplinas centrais para este estudo, pois o sistema educacional, 
mais do que um plano pedagógico, deve encerrar uma filosofia e uma 
estratégia política.
c) Dimensão política
A dimensão política da administração da educação engloba as 
estratégias de ação organizada dos participantes do sistema educacional e 
das escolas. A importância dessa dimensão se encontra nas responsabilidades 
específicas do sistema educacional e de suas escolas para com a sociedade. 
Essa importância se deve ao fato de que os aspectos envolvidos na 
administração da educação, associados à dimensão cultural e à dimensão 
pedagógica, são fortemente influenciados pelas variáveis externas. 
Observe que essa dimensão política da administração da educação busca 
a efetividade, critério essencialmente político, de acordo com o qual o 
sistema educacional deverá atender às necessidades e às demandas sociais 
Gestão dos Sistemas e Instituições de Ensino UAB/Unimontes
31
da comunidade a qual pertence. Assim sendo, a administração da educação 
será tanto mais efetiva quanto maior for sua capacidade estratégica para 
atender às necessidades sociais e às demandas políticas da comunidade em 
que o sistema educacional estiver inserido.
d) Dimensão cultural
A dimensão cultural da administração da educação envolve 
valores e características filosóficas, antropológicas, biopsíquicas e sociais 
das pessoas que participam do sistema educacional e de sua comunidade. 
Veja que a característica básica desta dimensão é a visão de totalidade que 
lhe permite abarcar os mais variados aspectos da vida humana e que, à 
luz dessa perspectiva global, cabe à administração da educação coordenar 
a ação das pessoas e grupos que participam, direta ou indiretamente, 
no processo educacional. Nessa perspectiva, você pode observar que a 
relevância cultural é o critério básico de um paradigma de administração 
da educação comprometido com a promoção da qualidade de vida e do 
desenvolvimento humano. 
Assim, a administração da educação somente será considerada 
relevante à medida que oferecer condições propícias para promover 
a qualidade de vida humana no sistema educacional, nas escolas e na 
sociedade como um todo.Observe que a Antropologia, a Filosofia, a 
Psicologia e a Sociologia são ciências que oferecem bases teóricas para 
se compreender a dimensão cultural da administração da educação, 
portanto, das organizações e da burocracia da relação entre pessoas e 
organizações e entre organizações e a sociedade, assim como de outros 
temas sociológicos, tendo implicações evidentes para a administração de 
sistemas e de instituições de ensino.
2.1.2 Elementos da administração escolar
Observe que os elementos da administração escolar são os 
mesmos estabelecidos por Fayol para a administração em geral, com 
algumas substituições como, por exemplo: a previsão por planejamento. 
Porém, como já falamos anteriormente, a administração escolar tem suas 
especificidades que devem ser resguardadas, pois, apesar das semelhanças, 
há diferenças significativas na prática. Agora, com base nas nossas 
discussões, cite os elementos da administração escolar. Vamos lá! 
Com certeza, você citou como elementos da administração 
escolar na atual concepção de gestão escolar, entre outros: planejamento, 
organização, assistência à execução do planejamento, avaliação dos 
resultados e relatório. Nessa medida, vamos aprofundar um pouco mais 
nosso conhecimento sobre esse assunto para que possamos compreendê-
lo melhor. Vejamos: 
32
Pedagogia Caderno Didático - 5º Período
a) Planejamento: Para elaborar o planejamento, o gestor deve 
partir do conhecimento da realidade na qual o processo educativo se 
desenvolverá, isto é, do conhecimento da comunidade escolar do seu 
entorno. Para essa efetivação, é preciso que se realize uma coleta de 
informações significativas desta realidade e a seguir se faça a análise e 
interpretação delas, transformando-as em subsídio ao planejamento que 
resultará no documento denominado projeto político-pedagógico da 
escola.
b) Organização: Denominamos organização o ato de compor a 
estrutura da escola como instituição, como, por exemplo, a seleção de 
pessoal capaz de desempenhar satisfatoriamente as tarefas propostas. 
Para se realizar uma boa administração, o gestor deve estabelecer 
claramente as funções e as atribuições de cada funcionário, estabelecendo 
as relações hierárquicas, bem como o regimento escolar e normas de 
funcionamento interno da escola. Além disso, tomar providências quanto 
aos recursos físicos, materiais e financeiros que garantam o êxito das 
ações desenvolvidas pela escola. Nas escolas públicas, a estrutura do 
sistema educacional já é estabelecida. Qualquer alteração que venha a ser 
proposta pela escola deve acontecer através de seu colegiado e necessita 
de aprovação dos órgãos competentes. Com relação à seleção de pessoal, 
é realizada por meio de concurso público e suas atribuições já fazem parte 
de estatutos da categoria. Porém, na estruturação da instituição escolar, 
é preciso superar a ruptura existente entre quem faz a escola e quem se 
beneficia de seus serviços. Em outras palavras, é a prática da administração 
democrática que abre espaços à participação da comunidade escolar na 
discussão dos problemas do sistema ou da unidade escolar integrando-os 
na ação. 
c) Assistência à execução: O diretor deve sempre verificar se todos 
os recursos necessários estão disponíveis, antes de iniciar a execução da 
atividade educativa, para possibilitar aos executores, funcionários da escola, 
o pleno desenvolvimento de suas atribuições sem prejuízos dos serviços 
prestados por eles. Durante a execução, o diretor deve ter uma postura 
de acompanhamento, apoio e cobrança, bem como de coordenação de 
esforços, visando ao alcance dos objetivos propostos pela escola.
d) Avaliação dos resultados: Esta etapa se realiza através da 
observação das ações visando a verificar se realmente são coerentes 
com os objetivos propostos, dirigem-se aos objetivos estabelecidos e 
até que ponto estes objetivos estão sendo alcançados. Deve ocorrer em 
termos quantitativos e qualitativos. Em termos quantitativos, devem ser 
considerados: o número total de matrículas, a frequência dos alunos e dos 
funcionários, o rendimento escolar dos alunos, o índice de evasão escolar 
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e de repetência dos alunos. Em termos qualitativos, a avaliação deverá 
traduzir na credibilidade que a ação educativa adquire no meio social em 
que se desenvolve em face à satisfação das necessidades e das expectativas 
da comunidade atendida.
e) Relatório: O diretor escolar deve elaborar, anualmente, 
o relatório, que é um documento em que devem constar as atividades 
planejadas e realizadas na escola. Deve registrar as atividades realizadas 
com êxito, as que tiveram de ser modificadas no decorrer do processo, 
com as justificativas das suas alterações, e, também, registrar as atividades 
que não puderam ser realizadas, assim como os seus fatores dificultadores.
2.1.3 Paradigma multidimensional da administração da educação: 
competências do administrador
Para compreensão do paradigma multidimensional da 
administração da educação, faz-se necessário discutir a questão da 
competência do diretor escolar no enfoque de dois pesquisadores que 
defendem a necessidade da competência profissional do diretor como 
condição sine qua non para o sucesso da educação oferecida pela escola 
pública.
Na sequência, você deverá observar que Sander (1995), nos termos 
do paradigma multidimensional da administração da educação, no qual 
ele defende a eleição e preparação de administradores educacionais, leva 
em consideração quatro tipos de competência: econômica, pedagógica, 
política e cultural, o que condiz com as dimensões apresentadas (SANDER, 
1995, p. 68-69).
a) Competência econômica do administrador
A competência econômica do administrador da educação será 
definida em termos de sua eficiência para maximinizar a captação e 
utilização dos recursos econômicos e financeiros e dos elementos técnicos 
e materiais para a consecução dos objetivos do sistema educacional e de 
suas escolas. 
b) Competência pedagógica do administrador
A competência pedagógica refletirá sobre a eficácia do 
administrador para formular objetivos educacionais e desenhar cenários e 
meios pedagógicos para sua consecução. 
c) Competência política do administrador
A competência política define o talento do administrador para 
perceber o ambiente externo e sua influência sobre o sistema educacional, 
revelando sua efetividade para adotar estratégias de ação organizada para a 
satisfação das necessidades de demandas sociais e políticas da comunidade 
e seu sistema educacional.
d) Competência cultural do administrador
Sine qua non é uma expressão 
latina muito utilizada no 
meio jurídico que quer dizer 
condição indispensável, 
essencial,
Competência é uma palavra 
do senso comum utilizada 
para designar uma pessoa 
qualificada para realizar 
alguma coisa. No dicionário 
Aurélio, temos que se refere 
à capacidade para resolver 
qualquer assunto, aptidão (...)
34
Pedagogia Caderno Didático - 5º Período
A competência cultural do administrador revelará sua capacidade 
para conceber soluções e sua capacidade de liderança para implantá-las. 
Observe que essas discussões nos reportam a um ditado popular muito 
comum no meio educacional: “a escola tem a cara do diretor”. Assim 
sendo, podemos dizer, também, que a administração escolar é a força ou o 
fracasso da organização da escola, Contribuindo, portanto, para o sucesso 
ou fracasso da escola. Nesse sentido, a estratégia para a excelência dos 
serviços desenvolvidos na educação depende da filosofia e do compromisso 
da administração. Com base nesses princípios, o gestor educacional deve 
ter forte liderança, ter plena consciência de si e do sentido de sua função, 
deve, acima de tudo, sentira grandeza de seu trabalho e ter a capacidade 
de executá-lo com perfeição.
2.1.4 Acerte no alvo: competências do diretor
Um diretor competente precisa ser capaz de envolver todos os 
membros de sua equipe de trabalho numa administração que considere o 
contexto político, social e econômico no qual estão inseridos, a escola, os 
professores, os funcionários administrativos, os alunos e os pais. Para tanto, 
é preciso que o diretor seja capaz de identificar como se dá a interação 
entre esse contexto e as atividades e objetivos da escola, seja capaz de 
identificar as características das pessoas que trabalham na escola e seja 
capaz de identificar os recursos materiais, financeiros e humanos de que 
dispõe para a gestão da escola. 
Figura 5: Acertar no alvo: competências do diretor
Fonte: http://www.jornalalobrasilia.com.br/blogs/?IdBlog=20&Ano=2009 
Acesso em: 15/01/2011
 
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Então! Você já percebeu que na gestão da educação é preciso que 
o gestor tenha competência técnica, competência política e competência 
humana? Mas o que isso quer dizer?
Leia o texto que se segue e reflita sobre o significado dessas 
competências no fazer do gestor escolar.
Competências do diretor
(Retirado do texto Exercícios de direção – Competências, de José 
Leão Marinho Falcão Filho – Revista Amae Educando, nº 223, out./1971, 
p. 11 -16)
A administração escolar no Brasil, tanto na sua prática como 
na sua fundamentação teórica, sempre foi fortemente influenciada por 
dois aspectos: conceitos de administração, apresentado neste caderno 
nas unidades I e II, e teorias da administração. A escola somente poderá 
desempenhar bem o seu papel na sociedade se contar com profissionais 
efetivamente competentes, entre os quais destacaremos aqui o diretor, pois 
este é considerado peça fundamental para uma eficiente administração da 
escola. Porém, para que haja uma administração eficiente da escola, faz-se 
necessário que o diretor da escola possua determinadas competências que 
o ajudarão a desempenhar seu papel na instituição.
O diretor para ser considerado competente é preciso atentar 
para alguns aspectos considerados relevantes na administração/gestão da 
educação: primeiro, consideramos a necessidade de que tenha o domínio 
de um saber que lhe permita desempenhar as funções que lhes são 
designadas; em segundo lugar, que tenha uma visão integrada e articulada 
dos aspectos relevantes de sua prática, sem desconsiderar o entendimento 
das múltiplas relações entre os vários aspectos da escola; em terceiro lugar, 
o diretor precisa ter a compreensão das relações entre o seu preparo 
técnico, a organização da escola e os resultados de sua ação gestora. Não se 
esqueça também da necessidade de que tenha uma percepção abrangente 
das relações entre a escola e a comunidade.
Nesse caminho, o professor Leão, buscando trazer uma melhor 
explicação do que vem a ser a competência profissional do diretor e sua 
possível operacionalização na formação e prática do gestor, divide-a em 
três outras competências: a técnica, a política e a humana, asseverando 
que a integração dessas últimas resultará na competência profissional do 
diretor.
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Pedagogia Caderno Didático - 5º Período
Figura 6: As três competências do diretor 
Fonte: http://portaldosudeste.com/blogdomamede/?p=13019 
Acesso em: 15/01/2011
 a) Competência técnica do diretor
A competência técnica do diretor supõe compreensão e 
proficiência em métodos, processos, procedimentos, técnicas de 
organização do trabalho, tomada de decisão e solução de problemas. 
Ela pressupõe conhecimento de toda a legislação que trata dos direitos e 
obrigações dos profissionais que compõem o quadro de pessoal da escola, 
tanto dos docentes quanto dos administrativos, envolve o conhecimento 
das matrizes curriculares que definem a estrutura e o ensino de 1º e 2º 
graus. Exige, também, o conhecimento de técnicas e princípios utilizados na 
elaboração de planejamentos, o conhecimento de processos de avaliação 
e controle das atividades administrativas e pedagógicas. Também faz parte 
desse conjunto o conhecimento de métodos e técnicas para elaboração 
de horários de aula, elaboração de calendários e planos de ensino. Ela 
inclui, também, a necessidade de conhecimentos sobre administração 
de material, arquivos, escrituração escolar e contabilidade. Pressupõe, 
também, o domínio de técnicas de recrutamento, seleção, treinamento 
e avaliação de pessoal. Assim sendo, podemos dizer que ela exige que 
o diretor tenha conhecimentos dos principais determinantes técnicos que 
contribuem para o desenvolvimento e a melhoria do processo de ensino/
aprendizagem.
b) Competência política
A competência política exige que o diretor tenha conhecimento de 
como os determinantes de ordem política, social e econômica contribuem, 
ou não, para que o processo ensino/aprendizagem, desenvolvido pela 
Gestão dos Sistemas e Instituições de Ensino UAB/Unimontes
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escola, alcance seus objetivos. Essa competência foi também defendida 
por Benno Sander (1995) na sua discussão sobre a gestão da educação na 
América Latina, já apresentada nesta unidade. 
Partindo do princípio de que o sistema educacional esta inserido 
em uma sociedade permeada e dependente de um sistema político, social 
e econômico, teremos que a competência política do diretor, que exige 
dele através de seu saber e de sua prática, cumpra seu papel contribuindo 
para a correção das distorções e das injustiças que estão presentes na 
sociedade. Para esse fazer político, o diretor deverá compreender que a 
escola e todos os que nela trabalham e estudam são interdependentes, em 
relação uns aos outros e em relação à sociedade. Essa percepção deverá 
também levar o diretor a entender que a escola é, antes de tudo, um 
projeto coletivo de trabalho que tem objetivos a realizar e que somente 
serão alcançados com a participação efetiva de todos os seus membros. 
Perceba aqui os propósitos de uma gestão democrática da escola que serão 
mais bem discutidos na unidade III deste caderno.
É preciso que você entenda que a competência política do diretor 
também implica a sua capacidade em procurar prever as consequências 
futuras dos acontecimentos políticos, sociais e econômicos no interior 
da escola. Veja que acontecimentos na sociedade, de ordem política ou 
econômica, interferem no nível das relações interpessoais entre diretor, 
professores, alunos, especialistas, pais e outros funcionários da escola. 
O diretor, utilizando-se de sua competência política, deverá ser capaz 
de entender como e por que se dão as interações no interior da escola, 
compreendendo, também, suas consequências em relação aos interesses 
da sociedade, da educação, da escola e de todos os seus componentes. 
Entenda que, a partir da análise e compreensão de todas essas 
influências e interações, o diretor, considerado politicamente competente, 
deverá ter a capacidade de elaborar e desenvolver, com a participação de 
todos os segmentos da escola, estratégias de ação que levem em conta 
a realidade política, econômica e social de onde a escola se encontra 
inserida. Assim sendo, diante de novas situações ocorridas no interior da 
escola, o diretor competente, sob o ponto de vista político, deverá ser 
capaz de, à luz da realidade política, social e econômica, gerar com seus 
colaboradores, numa concepção democrática, novas estratégias com ações 
capazes de tornar esses novos fatos ou situações benéficas à escola e a seus 
integrantes.
c) Competência humana
Partindo do princípio que na gestão democrática da escola todo o 
trabalho deverá ser desenvolvido em equipe, é preciso entender que, para 
o diretor realizar um trabalho de equipe eficaz e construtivo na escola, 
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Pedagogia Caderno

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