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ARQUITETURA EFÊMERA PARA EVENTOS E FEIRAS Uma forma de contribuir no desenvolvimento de pequenas cidades YASMIN LAILA CAPUTO DE CASTRO

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Universidade Federal de Juiz de Fora 
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 
 
 
 
 
 
 
Yasmin Laila Caputo de Castro 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ARQUITETURA EFÊMERA PARA EVENTOS E FEIRAS: 
Uma forma de contribuir no desenvolvimento de pequenas cidades. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Juiz de Fora 
Dezembro/2019 
 
II 
 
 
Universidade Federal de Juiz de Fora 
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 
 
 
 
 
 
Yasmin Laila Caputo de Castro 
 
 
 
 
 
 
ARQUITETURA EFÊMERA PARA EVENTOS E FEIRAS: 
Uma forma de contribuir no desenvolvimento de pequenas cidades. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Monografia apresentada à Faculdade de 
Arquitetura e Urbanismo da Universidade 
Federal de Juiz de Fora, como requisito parcial 
para conclusão da disciplina Trabalho de 
Conclusão de Curso I. 
 
 
Orientador: Prof. Fabrício Rezende Fontenelle 
 
 
 
 
 
 
 
Juiz de Fora 
Dezembro/2019 
III 
 
 
Yasmin Laila Caputo de Castro 
 
 
 
 
 
ARQUITETURA EFÊMERA PARA EVENTOS E FEIRAS: 
Uma forma de contribuir no desenvolvimento de pequenas cidades. 
 
 
 
 
Monografia apresentada à Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade 
Federal de Juiz de Fora, como requisito parcial para conclusão da disciplina 
Trabalho de Conclusão de Curso I. 
 
 
 
Data da Aprovação: 
Juiz de Fora ____/____/_______ 
 
EXAMINADORES 
 
______________________________________ 
Prof. Orientador: Fabrício Rezende Fontenelle 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Juiz de Fora 
Dezembro/2019 
 
IV 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho a todos que de alguma 
forma me apoiaram e me deram forças para 
prosseguir em frente, desde familiares a 
amigos, em especial a meus pais, Elisangela e 
Aleandro, e irmão, Vinícius. Obrigada por toda 
ajuda e carinho. 
V 
 
VI 
Agradecimentos 
 
 
Em 2013 iniciava minha trajetória universitária, tive passagens rápidas por três 
diferentes cursos de graduação os quais contribuíram muito em minha formação hoje. 
Para além disto, neste caminho tive o prazer de conviver e conhecer pessoas que se 
fizeram muito importantes em minha vida, assim gostaria de agradece-las por todo 
caminho que percorremos juntos. 
Em 2015 inicio minha trajetória no curso de Arquitetura e Urbanismo da UFJF,aqui 
vivenciei momentos bons e ruins, todos em conjunto com grandes amizades 
conquistadas ao longo dessa trajetória, assim, sou muito grata a meus amigos por toda 
a paciência que tiveram comigo, todo o carinho e confiança depositados em mim, e por 
todos os momentos bobos e de descontração que vivenciamos juntos. 
Toda essa história só foi possível graças ao apoio da minha família, em evidência meus 
pais, que direcionaram o caminho a seguir, me deram a base e permitiram ser quem 
sou hoje. 
 Agradeço também aos meus amigos de infância por toda amizade verdadeira que 
perdurou o tempo e todo o apoio na formação da pesquisa deste trabalho. 
Por fim gostaria de agradecer ao meu orientador, à administração pública de São Tiago 
– MG, e a todos aqueles que de alguma forma contribuíram para a realização deste 
trabalho. 
Muito Obrigada a todos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VII 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Foi lá onde cresci 
E desde criança morei 
E lá eu aprendi a ler 
Está lá todas escolas que estudei 
 
Lá tenho minha casa 
De lá vem o meu sustento 
Foi lá que a Vida me ensinou 
com muito sofrimento 
[...]” 
Tiago Rogel. 
 
 
VIII 
Resumo 
 
 
O tema abordado neste trabalho é a arquitetura efêmera voltada para eventos e feiras. 
Tem como objetivo indicar informações sobre a formação e funcionamento de 
pequenas cidades de modo a contribuir para seu desenvolvimento, também mencionar 
dados sobre as maiores dificuldades e qualidades dessas cidades, relatando o 
interesse da população por estes centros urbanos. Ressalta informações sobre a 
infraestrutura de São Tiago – MG com o foco no evento da Festa do Café-com-Biscoito, 
demonstrando estudos de caso, pesquisas e entrevistas que retratam todo o 
desenvolvimento da organização do evento, os benefícios trazidos para a economia e 
cultura da cidade. Também traz a visão do público frequentador e dos expositores do 
evento sobre a infraestrutura que a festa oferece. Por fim, o trabalho evidencia, em 
decorrência da crescente presença popular, as principais dificuldades enfrentadas pelos 
organizadores na estruturação do evento. 
 
Palavras-chave: Feiras e eventos. Pequenas cidades. São Tiago. Café-com-
Biscoito. 
 
IX 
Abstract 
 
 
The theme addressed in this paper is ephemeral architecture focused on events and 
fairs. It aims to indicate information about the formation and operation of small cities in 
order to contribute to their development and to measure data on the greatest difficulties 
and qualities of this cities, reporting the interest of the population for these urban centers. 
It highlights information on the infrastructure of São Tiago - MG with the focus on the 
event Festa do Café-com-Biscoito demonstrating case studies research and interviews 
that portray the entire development of the event's organization, the benefits brought to 
the city's economy and culture. It also brings the view of the attending public and the 
exhibitors of the event about the infrastructure that the party offers. Finally, the work 
shows, due to the growing popular presence, the main difficulties faced by the 
organizers in structuring the event. 
 
Keywords: Fairs and events. Small cities. São Tiago. Café-com-biscoito. 
 
 
 
X 
Lista de Ilustrações 
 
 
Figura 1: Tenda dos Lapões, nômades do norte da Finlândia e da Noruega. ........... 19 
Figura 2: Acampamento militar .................................................................................. 19 
Figura 3: Palácio de Cristal - Londres ....................................................................... 24 
Figura 4: Interior do Palácio de Cristal ...................................................................... 25 
Figura 5: Torre Eiffel em construção. ........................................................................ 26 
Figura 6: Pavilhão do Brasil....................................................................................... 27 
Figura 7: Estande Básico .......................................................................................... 31 
Figura 8: Estande Misto. ........................................................................................... 32 
Figura 9: Estande Personalizado .............................................................................. 32 
Figura 10: 100 melhores cidades do Brasil para investir em negócios. ..................... 38 
Figura 11: Festival Gastronômico de Tiradentes ....................................................... 46 
Figura 12: Festa do queijo do Serro .......................................................................... 47 
Figura 13: Largo da praça central de São Tiago ....................................................... 48 
Figura 14: Campo das Vertentes e microrregiões. .................................................... 50 
Figura 15: Região Urbana de São Tiago ................................................................... 53 
Figura 16: Principais marcos de São Tiago ............................................................... 54 
Figura 17: Mapa de serviços gerais .......................................................................... 55 
Figura 18: Mapa de uso noturno. .............................................................................. 56 
Figura 19: Praça ministro Gabriel Passos ................................................................. 57 
Figura 20: Oficina dos Biscoitos Falantes. ................................................................ 59 
Figura 21: Estrutura e montagem do Portal receptivo ...............................................59 
Figura 22: Primeiras estruturas dos estandes ........................................................... 60 
Figura 23: Aglomerado de pessoas em 2006 e 2019. ............................................... 61 
Figura 24: Fluxos e posições das estruturas do evento. ........................................... 62 
Figura 25: Montagem e decoração do estande ......................................................... 63 
Figura 26: Orientação solar da praça ........................................................................ 64 
Figura 27: Fechamento do estande ........................................................................... 64 
Figura 28: Recorrência de participação popular ........................................................ 65 
Figura 29: Qualidade da infraestrutura do evento ..................................................... 66 
Figura 30: Qualidade do fluxo de transito no evento. ................................................ 67 
 
file:///C:/Users/Yasmyn/Documents/Yasmin/TCC%201/Yasmin%20TCC.docx%23_Toc25509617
file:///C:/Users/Yasmyn/Documents/Yasmin/TCC%201/Yasmin%20TCC.docx%23_Toc25509618
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file:///C:/Users/Yasmyn/Documents/Yasmin/TCC%201/Yasmin%20TCC.docx%23_Toc25509629
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file:///C:/Users/Yasmyn/Documents/Yasmin/TCC%201/Yasmin%20TCC.docx%23_Toc25509646
XI 
 
Lista de Tabelas 
 
 
Tabela 1: Tipologia de eventos ................................................................................. 35 
Tabela 2: Cidades e suas populações. ..................................................................... 50 
 
 
file:///C:/Users/Yasmyn/Documents/Yasmin/TCC%201/Yasmin%20TCC.docx%23_Toc24487032
XII 
Lista de Abreviaturas e Siglas 
 
 
MG Minas Gerais. 
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia Estatística. 
IDEB Índice de desenvolvimento da Educação Básica. 
PIB Produto Interno Bruto. 
FOCEST Fórum Cultural e de Empreendimentos de São Tiago. 
ACIST Associação Comercial e Industrial de São Tiago. 
UTC Unidade de Triagem e Compostagem de Resíduos Sólidos 
IEPHA Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico. 
 
XIII 
Sumário 
 
 
Introdução .................................................................................................................... 14 
 
1. Arquitetura efêmera ................................................................................................ 18 
1.1. Exposições universais ........................................................................................... 22 
1.1.1. Palácio de Cristal ................................................................................................ 24 
1.1.2. Torre Eiffel ........................................................................................................... 25 
1.1.3. Pavilhão Brasileiro na Feira Mundial de Nova York em 1939 ........................... 26 
1.2. Eventos e Feiras .................................................................................................... 28 
1.2.1. Marketing ............................................................................................................. 29 
1.2.2. Estandes ............................................................................................................. 29 
1.2.3. Tipos de eventos ................................................................................................. 34 
 
2. Pequenas cidades ................................................................................................... 37 
2.1. Formação dos núcleos urbanos ............................................................................ 39 
2.2. Características urbanas de pequenas cidades ..................................................... 41 
2.2.1. Relação entre o indivíduo e a cidade ................................................................. 43 
2.3. Economia das pequenas cidades ......................................................................... 44 
2.3.1. Economia e turismo ............................................................................................ 44 
2.3.2. Eventos e feiras .................................................................................................. 45 
 
3. São Tiago - MG ........................................................................................................ 48 
3.1. Infraestrutura .......................................................................................................... 52 
3.2. Aspectos morfológicos ........................................................................................... 54 
3.3. A Praça ................................................................................................................... 56 
 
4. A festa do Café-com-Biscoito ............................................................................... 58 
4.1. Os estandes ........................................................................................................... 63 
4.2. Pontos de apoio ..................................................................................................... 65 
4.3. As qualidades e transtornos do evento ................................................................. 65 
 
Considerações Finais ................................................................................................. 68 
Referências .................................................................................................................. 70 
 
14 
 
Introdução 
 
 
A arquitetura efêmera está ligada ao surgimento do homem, se desenvolveu e 
disseminou pelo mundo através da cultura nômade. A revolução industrial contribuiu no 
aprimoramento destas estruturas efêmeras, através dos materiais e técnicas aplicáveis 
na época se tornou mais usual essa forma de arquitetura, gerando os primeiros edifícios 
destinados a feiras de negócios,e por meio do crescimento do comércio internacional 
surgiram as grandes exposições universais. 
Essa arquitetura proporcionou um melhor atendimento às exigências de infraestrutura 
do comércio, surgiram então diferentes forma de feiras e eventos que utilizavam das 
características efêmeras das construções em beneficio próprio, principalmente por 
meios econômicos. 
Monasterio (2006, p.2) aponta a importância desta estrutura para os eventos 
relacionados a feiras comerciais. 
A arquitetura efêmera foi inserida nesse contexto enquanto 
ferramenta que veio representar a imagem do expositor, servindo 
como instrumento que inspira confiabilidade através da mensagem 
que a própria edificação transmite ao seu público alvo. 
Esses eventos relacionados a feiras comerciais vêm apresentando um crescimento 
expressivo no decorrer dos anos, sendo presentes tanto em grandes cidades como 
também em pequenos municípios, porém com diferentes importâncias e significados 
para cada um. 
As pequenas cidades vêem nessa forma de feiras uma oportunidade de 
desenvolvimento turístico e econômico. Utilizam grande maioria de seus espaços 
públicos para montar toda a infraestrutura necessária para a realização do evento, que 
para essas localidades, além de serem os únicos espaços preparados para receber 
grande publico. servem como forma de divulgação da cidade e seus produtos. Assim é 
feito em São Tiago, pequena cidade do interior de Minas Gerais onde é realizada a 
Festa do Café-com-Biscoito, que se caracteriza em um evento que movimenta a 
economia e promove a cultura local, ao mesmo tempo em que reafirma a marca da 
cidade, sendo conhecida nacionalmente como a „Terra do Café-com-Biscoito‟. 
15 
 
Problema 
 
 
As pequenas cidades representam grande maioria no país, hoje segundo o IBGE, 
cidades com população inferior a 50 mil habitantes configuram 90,6% dos municípios, 
mesmo assim é pouco comum encontrar estudos e pesquisas que buscam contribuir na 
solução de seus problemas. Nesses municípios, a falta de oferta e diversificação de 
serviços, comércio e lazer se torna comum, justificando a busca e evasão da população 
para centros urbanos maiores que oferecem melhores condições de vida. A realização 
de eventos é uma alternativa encontrada pelas pequenas cidades para contribuir na 
movimentação da economia e na geração de emprego. A partir disso, o presente 
estudo buscou reunir informações com o propósito de responder a seguinte questão: 
„Como a arquitetura efêmera pode contribuir no desenvolvimento de pequenas 
cidades?‟ 
 
Justificativa 
 
 
Diante da dificuldade na obtenção de material científico teórico e pratico disponível para 
consulta que retrate a situação de pequenas cidades, esse trabalho busca contribuir 
para o curto acervo das pesquisas de pequenos municípios. Com o foco em um evento 
realizado em uma cidade do interior de Minas Gerais, a pesquisa contribui com a 
divulgação e esclarecimentos de dados e informações sobre a cidade e o evento, bem 
como seus maiores problemas, com o intuito de apontar as maiores dificuldades e 
buscar melhores soluções. 
 
16 
Objetivos Gerais 
 
 
 Reunir informações relevantes que envolvam o tema escolhido de modo que 
esses dados possam contribuir para o melhor desenvolvimento de pequenas 
cidades. 
 
Objetivos Específicos 
 
 
 Conceituar arquitetura efêmera, 
 Apresentar uma pequena cidade, 
 Auxiliar na identificação das dificuldades enfrentadas pelos pequenos 
municípios. 
 Caracterizar o espaço do evento, 
 Identificar os processos de realização e estruturação do evento, 
 Apontar principais problemas decorrentes da realização do evento. 
 
Delimitação do Tema 
 
 
De forma geral os eventos e feiras tem função fundamental na movimentação da 
economia de pequenas cidades, porém, para a realização das feiras a cidade precisa 
17 
determinar um ponto que melhor se adapte as necessidades de infraestrutura exigida 
pelo tipo de evento escolhido, a partir daí organizar um planejamento que contemple a 
previsão de tempo e benefícios da montagem e desmontagem das estruturas 
necessárias para realização da feira. A festa do Café-com-biscoito em São Tiago – MG 
passa por esse processo de estruturação todos os anos, porém sofre com problemas 
decorrentes das altas expectativas de crescimento do evento, nesse ponto observa-se 
uma necessidade de melhor compreensão do espaço e estrutura em que a festa hoje é 
realizada de modo a facilitar a busca por melhorias no evento. 
 
Metodologia 
 
 
Para o desenvolvimento do presente trabalho foram utilizadas pesquisa bibliográficas, 
aplicação de questionários e entrevistas. A pesquisa bibliográfica se embasou em teses 
e dissertações já realizadas sobre o tema em estudo, já os questionários e entrevistas 
foram aplicados à população frequentadora da festa do Café-com-Biscoito e seus 
organizadores de maneira a coletar a opinião pública a respeito da estrutura do evento 
e identificar como se deu a idealização e o crescimento do evento. 
 
 
 
 
18 
1. Arquitetura efêmera 
 
 
A arquitetura é um tema profundo e que engloba a história e o desenvolvimento da 
civilização. É comum nos questionarmos sobre as diferentes formas e característica 
daquilo que está presente em todo lugar, todos moraram, trabalharam e viajaram para 
uma edificação, desde as mais simples até as mais exuberantes. 
A arquitetura dá vida a objetos inaudíveis e invisíveis, mas que se tornam 
imprescindíveis correspondendo à memória e a marca da passagem da humanidade 
por um determinado espaço. Essas construções são desenvolvidas e erguidas por um 
propósito, uma funcionalidade, majoritariamente em sua história são edificações fixas 
que persistem ao tempo e que coexistem com aquelas que já são demarcadas com um 
fim de suas funções e utilidades, que simplesmente cumprem seu propósito e deixam 
de existir, chamamos estas de arquitetura efêmera. 
Efêmero é um termo de origem grega1, usado para apontar uma situação que dure 
pouco tempo. É o antônimo de duradouro, permanente, e sempre associado ao 
passageiro, transitório, aquilo que é visto apenas por um momento. 
As primeiras construções efêmeras surgiram junto à necessidade do homem de 
procurar abrigo, eram elaboradas a partir de materiais naturais como: palha, argila, 
fibras vegetais e animais, isso em função de sua sobrevivência. Pela limitação humana 
e falta de técnica esses recursos não recebiam tratamento adequado o que faziam com 
que sua vida útil reduzisse consideravelmente2. 
Bahamón (2004) aponta que a cultura nômade foi uma das primeiras a adotar esse tipo 
de arquitetura, construíam suas tendas com ossos de mamute e pele de animais, 
adotavam esse método pela facilidade de montagem, desmontagem e transporte dos 
materiais do abrigo. 
 
 
1
 "ephémeros" significa apenas por um dia. 
2
 ver BAHMÓN (2004) 
19 
Fonte: Disponível em: <http://dacorteaoscorticos.blogspot.com/2010/11/moradias-
nomades.html> Acesso em: 17 de out. 2019 
 
 
Estas construções portais eram condizentes com o contesto de guerra onde os objetos 
deveriam ser leves para transporte e de fácil montagem e desmontagem permitindo 
uma mobilidade rápida e objetiva. 
Figura 1: Tenda dos Lapões, nômades do norte da Finlândia e da Noruega. 
Figura 2: Acampamento militar 
Fonte: Disponível em: <https://www.forte.jor.br/2011/06/25/vale-do-reno-a-entrada-
em-linha-de-batalha/> Acesso em: 17 de out. 2019. 
http://dacorteaoscorticos.blogspot.com/2010/11/moradias-nomades.html
http://dacorteaoscorticos.blogspot.com/2010/11/moradias-nomades.html
https://www.forte.jor.br/2011/06/25/vale-do-reno-a-entrada-em-linha-de-batalha/
https://www.forte.jor.br/2011/06/25/vale-do-reno-a-entrada-em-linha-de-batalha/
20 
Para Escobar (1999) a obra efêmera é uma criação que não se produz para ficar no 
mundo, mas sim um produto que se abandona. Desenvolveruma obra para que não 
persista pode ser desconexo, então o obstáculo enfrentado pelas criações efêmeras 
é o seu desaparecimento, o conflito de que não sobreviverá ao seu criador. Com isto 
autor exemplifica com Hamlet, uma obra de Shakespeare que sobreviveu mesmo 
após a morte de seu criador. 
Assim como a terra, o homem também não é eterno. Se 
considerarmos que dentro de alguns milhões de anos a terra não 
existirá, podemos dizer que tanto a arquitetura quanto o homem são 
efêmeros. Um edifício pode ter um período de duração maior que o 
da vida de um homem, mas mesmo assim esse edifício será menos 
durável que a humanidade, ainda que seja considerado um modelo 
eterno. Então, o que se coloca em questão sobre a arquitetura 
efêmera é a relação entre a duração de uma edificação e sua 
transitoriedade durante um determinado período de referência, 
normalmente baseado na vida humana. (MONASTERIO, 2006, p.9) 
O efêmero se encontra em todo lugar, com diferentes formas, porquês e prazos pré-
definidos, essa última sendo indiferente para todos, o que importa é ter claro sua 
funcionalidade e a razão da existência da obra. 
Para Escobar (1999), a obra efêmera é seu próprio trajeto à destruição. A diferença 
entre uma obra considerada durável e uma obra considerada efêmera é que a última 
já nasce morta, por isso é dramática. A obra dramática capta maior atenção e atinge 
sua plenitude no decorrer de sua permanência. 
Existem outros fatores que influenciam na efemeridade das obras, além do seu objetivo, 
Arboix (1999) acredita que as características da obra efêmera estão principalmente 
relacionadas com o local onde estará situada em seu breve tempo de existência. 
Aponta como importante o entendimento e percepção mais sensível e tátil, no qual os 
objetos se tornem experiências sensoriais aproximando e desenvolvendo uma relação 
intimista entre o espaço e o espectador. 
O espaço é constituído por diferentes componentes e aspectos efêmeros, materiais ou 
imateriais, mas sempre ligados na modificação da luz, a sombra, a cor, o som, a água, o 
ar, o fogo, a vegetação, entre outros (ARBOIX, 1999). Isso favorece diretamente a 
arquitetura transitória que dá novas utilidades, simplesmente manipulando o espaço. 
A escolha do local que receberá essa arquitetura expositiva é tão importante quanto 
aquilo que vai ser exposto. Cada local possui atributos diferentes, e são eles que vão 
21 
determinar a capacidade de gerar comunicação entre o que está sendo exposto e o 
público. O objeto pode ser completamente afetado negativamente sendo danificado ou 
perdendo suas propriedades, mas também pode ocorrer o inverso ao ser afetado 
positivamente, onde sua capacidade de capturar atenção se amplifica através da 
iluminação ambiente. 
A arquitetura efêmera sempre fez parte do contexto da arquitetura mundial utilizando 
desde uma vasta variedade de materiais, concebendo diversas formas com finalidades 
e utilidades distintas partindo pelas moradias nômades, até a feiras, shows e 
exposições culturais. 
A transitoriedade, imaterialidade destes componentes arquitetônicos possui um amplo 
espaço de utilização, hoje a arquitetura efêmera é pensada com o intuito de promover 
lazer, levar informação, auxiliar economias, promover disseminação cultural, facilitar 
eventualidades, entre tantas outras aplicações. 
Monasterio (2006) aponta três tipologias para classificar esse tipo de arquitetura, as 
atividades “sócio-politico-culturais, atividades comerciais e móveis”. 
As atividades sócio-político-culturais resultam em tipologias 
relacionadas ao entretenimento, à cultura, à crença religiosa, aos 
movimentos políticos e às necessidades emergenciais, que podem 
ser: as estruturas voltadas a comícios políticos, às cerimônias 
religiosas, às construções emergenciais, às acomodações 
temporárias ou mesmo às estruturas voltadas a espetáculos, shows 
e exposições artísticas itinerantes. 
As atividades comerciais são aquelas relacionadas à propaganda e à 
venda de produtos, resultando em tipologias normalmente adotadas 
em feiras, exposições e pontos de venda, que podem ser: pavilhões, 
chalés, estandes, quiosques, lojas ou escritórios itinerantes. Outra 
tipologia também utilizada é a móvel, na qual em vez de ser 
desmontado, o ambiente é transportado, como parte de um 
automóvel.(MONASTERIO, 2006, p.12) 
A partir destas tipologias apresentadas acima, o foco desta pesquisa se voltará para 
a arquitetura efêmera destinada a atividades comerciais, como eventos e as feiras. 
Nas seguintes seções será apresentado uma relação do contexto histórico voltado 
ao surgimento das exposições, e dos elementos que compõem as exposições e 
feiras de produtos. 
 
 
22 
1.1.Exposições universais 
Na idade Moderna por meio do Renascimento3 inicia-se a destinação de espaços 
próprios para receber tais exposições. Em 1761 por consequência do processo de 
industrialização Londres recebeu a primeira exposição de maquinários. Em 1798, foi 
realizada na França a primeira exposição de produtos manufaturados, objetos 
utilitários, têxteis, vidro, cerâmica, produtos químicos etc. 
Em meados do sec. XIX surgiram às primeiras exposições de cunho mundial com o 
intuito de difundir os avanços tecnológicos industriais. Esses eventos ocorreram nos 
Estados Unidos, na Europa e até mesmo com participação do Brasil em algumas 
edições. 
Estas exposições foram sendo realizadas em cidades com área industrial mais 
desenvolvida, as datas respeitavam os avanços tecnológicos e os interesses das 
cidades. Segundo Dantas (2010) o Brasil com o apoio de Don Pedro II pode apresentar 
ao mundo as características de vinte e duas economias agrárias artesanato e espécies 
de fauna e flora, assim chamando atenção atraindo investimentos e movimentando a 
economia do país. 
Essas edificações de pavilhões e estandes erguidas para atender as grandes feiras e 
exposições, inicialmente e durante um longo tempo tinham a intenção de uma longa 
existência, mas normalmente ao término do evento eram demolidos, comprados ou 
remontados em outro lugar. 
Como afirma Puente (2000, p.9): 
[...] depois de atraírem tamanho interesse e atuarem como 
protagonistas durante o curto espaço de tempo das exposições, os 
pavilhões desaparecem repentinamente. Alguns são desmontados, 
outros são demolidos e, no melhor dos casos, são comprados por 
particulares como curiosidades, ou então viajam de exposição em 
exposição enquanto a sua frágil estrutura permitir. Alguns dos Pavilhões 
mais emblemáticos perderam toda a sua magia em reconstruções 
recentes, L´Esprit Nouveau de 1925 de Le Corbusie, o Pavilhão Alemão 
de 1929 de Mies van der Rohe, o da República Espanhola 1937 de J. 
LL. Sert e L. Lacasa e reconstruído para os Jogos Olímpicos de 
Barcelona em 1992. 
 
3
Movimento artístico e literário que aflorou na Europa, promovendo em toda parte uma disseminação 
da arquitetura, escultura, pintura, artes decorativas, literatura e música. 
23 
Ainda com o progresso e a modernidade, estas exposições se tornavam segundo 
Puente (2000) “laboratórios para experimentos arquitetônicos”, com o intuito de 
apresentar uma arquitetura criativa, com maior ousadia e coberta pelas inovações 
tecnológicas que estavam surgindo na época. 
Estes eventos buscavam a unificação das diversas produções industriais em diferentes 
nações do mundo expostas em um determinado local, uma forma de diminuir o 
afastamento dos países com a troca de conteúdos e informações. Com isso, poderiam 
naturalmente estimular um elo comercial entre indústrias, em locais que se reuniam 
representantes de diversos locais do mundo induzindo-os a compra e venda. (DANTAS, 
2010) 
A primeira vantagem e mais importante que se tiradas exposições, 
segundo seus defensores, consiste em um crescimento formidável 
de nosso comércio exterior. As exposições são o meio prático 
oferecido aos industriais de revelar os progressosque atingiram e de 
afirmar sua superioridade (...).As exposições oferecem um meio de 
propaganda excelente: bem mais que os prospectos, bem mais que 
os anuários, mais mesmo que os viajantes de comércio, elas são 
capazes de agir sobre o espírito da clientela possível e de produzir 
uma profunda impressão sobre o comprador do estrangeiro, que é 
posto em contato com o produto, permitindo-lhe examinar e 
comparar os produtos que ele ignorava e ignorava sempre sem elas. 
(SANTOS,2013, p.1). 
A economia era um ponto muito importante, uma questão central a ser percebida 
nos eventos expositivos. A divulgação dos eventos, suas publicações, os visitantes, 
funcionavam como propagandas sobre os produtos, riquezas e objetos que eram 
mostrados ao público, exaltando o progresso industrial e a superioridades das 
potencias imperialistas. (SANTOS, 2013) 
Com todo esse desenvolvimento da indústria e essa visão político-econômica das 
exposições, surge a necessidade de projetar espaços para receber esse grandes 
eventos, espaços que impressionariam pela grandiosidade e que induzissem os 
visitantes e comerciantes a uma pratica de compra e venda, mas também de 
inovação tecnológica. 
Assim surgiram “os grandes ícones da arquitetura efêmera” como aponta Leite 
(2018). Estes ícones se tornaram projetos marcantes na história tanto da arquitetura 
quanto da engenharia, sendo que alguns serão analisados a seguir. 
 
24 
1.1.1. Palácio de Cristal 
No ano de 1851, foi aberta a primeira exposição universal, onde foi originado um 
concurso internacional para projetar o edifício, porém o vencedor realizou um projeto 
que não era passível de execução, por indicar materiais que não poderiam ser 
reaproveitados adequadamente após sua demolição, assim o projeto sofreu 
alterações de Joseph Paxton4. 
 
O pavilhão foi considerado um dos maiores edifícios pré-fabricados do mundo, 
utilizando como materiais base o ferro e o vidro, conforme Ching (2010),o pavilhão 
possuía cerca de 90 mil metros quadrados. Tornou-se um marco na tradição de 
feiras internacionais e um símbolo da exuberância do império britânico. 
[...] longe de ter sido projetado com árido calculo mecânico, o palácio 
de cristal e, realmente a construção mais visionária e ousada do 
século XIX. Apenas a ponte de Brookyn e a Torre Eifell, uma geração 
mais tarde, fariam frente a sua expressão lírica das potencialidades 
da era industrial. (BERMAN, 1986, p.224). 
 
4Ver (MIOTTO, 2016, p.38) 
Figura 3: Palácio de Cristal - Londres 
Fonte: Disponível em: <http://alemdobigben.com/pontos-turisticos/crystal-palace-
park-e-sua-historia/> Acesso em: 18 de out. 2019 
http://alemdobigben.com/pontos-turisticos/crystal-palace-park-e-sua-historia/
http://alemdobigben.com/pontos-turisticos/crystal-palace-park-e-sua-historia/
25 
 
Segundo Miotto (2016) o edifício posteriormente foi desmontado e remontado em 
Sydenham5, onde ocorreu um incêndio em 1937 destruindo-o por completo. 
O palácio de Cristal fez sucesso devido sua técnica construtiva modular, pré-
fabricada, e pela rapidez de montagem, isso possibilitou e influenciou que edifícios 
semelhantes fossem construídos em Nova York nos Estados Unidos. 
 
1.1.2. Torre Eiffel 
Em 1889 em Paris, França, ocorreu mais uma das exposições universais, 
comemorando a Revolução Francesa, reforçando o patriotismo nacional e 
apresentando ao mundo as novas criações industriais do momento. (LEITE, 2018) 
Champs de Mars6 com seus 96 hectares correspondentes em média a 100 campos de 
futebol foi o local escolhido para receber a exposição, que segundo Lopes (2007), 
“contou com 61.722 expositores”. 
Gustave Eiffel foi o vencedor do concurso realizado para escolher o projeto do 
monumento inovador que se instalaria em Champs de Mars. 
 
5
 Parque localizado no sudeste de Londres. 
6
 Uma das maiores áreas verdes localizada no sétimo distrito de Paris 
Figura 4: Interior do Palácio de Cristal 
Fonte: Disponível em <http://interessanteoblo.blogspot.com/2012/12/exposicoes-
que-retratam-avancos.html> Acesso em: 18 de out. 2019 
http://interessanteoblo.blogspot.com/2012/12/exposicoes-que-retratam-avancos.html
http://interessanteoblo.blogspot.com/2012/12/exposicoes-que-retratam-avancos.html
26 
 
A torre de estrutura metálica com 324 metros de altura e 7.300 toneladas que foi 
construída para ser exposta temporariamente durante a Exposição Universal de Paris 
em 1889 permaneceu como um dos maiores símbolos do país. (MONASTERIO, 2006) 
 
1.1.3. Pavilhão Brasileiro na Feira Mundial de Nova York em 1939 
Segundo Comas (201-) a Feira Mundial de Nova York visava, apesar do pretexto de ser 
uma celebração de 150 anos da posse do primeiro presidente dos Estados Unidos, ser 
a recuperação econômica pós-crise da bolsa de valores de 1929. 
Em meio a hipóteses de guerra contra a Alemanha, o então presidente dos Estados 
Unidos utiliza a Feira para firmar aliados estratégicos para o país, como aponta Comas 
(201-, p.57): 
[...] O Brasil detinha matérias primas estratégicas, como quartzo e 
borracha; no caso de conflito, sua costa desempenharia papel vital no 
controle do tráfego transatlântico, aéreo ou marítimo. O incremento do 
comércio entre Brasil e Alemanha desde 1933 justificava os temores 
dos Estados Unidos quanto a uma aliança entre os dois países e esses 
temores aumentaram após o decreto do Estado Novo pelo presidente 
Getúlio Vargas em 10 de novembro de 1937. O interesse americano na 
participação brasileira na Feira era considerável, no plano econômico e 
Figura 5: Torre Eiffel em construção. 
Fonte: Disponível em <https://www.guiaparis.com.br/uma-breve-historia-da-torre-
eiffel/> Acesso em 18 de out. 2019. 
https://www.guiaparis.com.br/uma-breve-historia-da-torre-eiffel/
https://www.guiaparis.com.br/uma-breve-historia-da-torre-eiffel/
27 
no político. A recíproca era verdadeira. Os Estados Unidos ainda eram o 
maior parceiro comercial do Brasil. [...] 
A participação do Brasil na Feira foi coordenada pelo Ministério do Trabalho, Indústria e 
Comercio, e em 1937 foi realizado um concurso público para a participação. 
Lucio Costa foi o vencedor seguido de Oscar Niemeyer, porém, em acordo com o 
ministro, os dois viajaram e elaboram o projeto juntos. (FUNDAÇÃO OSCAR 
NIEMEYER) 
 
O pavilhão representou o ambiente natural mostrando a identidade tropical brasileira na 
arquitetura e foi responsável pelo inicio da carreira internacional de Niemeyer. 
(MONASTERIO, 2006) 
Graça, leveza, extroversão, exuberância e porosidade respondem ao 
desejo de transmitir atributos convencionalmente considerados 
apropriados para um pavilhão de feira. [...] A elevação para o pátio 
ajardinado evoca a grandiloquência de outros pavilhões através da sua 
colunata colossal e ao mesmo tempo que a evita através de sua 
materialidade, trazendo à mente o Palácio de Cristal (1851) que 
continha uma feira inteira em Londres, a primeira com intenções 
universais.(COMAS, 201-, p.87) 
 
 
Figura 6: Pavilhão do Brasil. 
Fonte: COMAS, (201-) 
28 
1.2.Eventos e Feiras 
A evolução destas exposições vem se adaptando as conveniências impostas das 
diferentes épocas, atendendo as necessidades comerciais da sociedade por meio da 
arquitetura. 
Como aponta Rejón (2003), como consequências da revolução industrial que demarcou 
a constituição do capitalismo, nos tempos atuais presenciamos a era do consumo, onde 
a própria sociedade contemporânea se define como consumista e assim contribuem no 
desenvolvimento dos meios de comunicação e a disseminação de novos 
empreendimentos comerciais, gerando com isso modificações e impactos sociais e 
culturais. 
Com a adoção destas novas práticas sociais e culturais e a grande variedade de 
produtos no mercado, a estratégia para chamar atenção do público é o 
desenvolvimento de eventos característicos que levam um significado em torno da 
atividadeou produto comercializado. 
Rejón (2003, p.10) indica quatro conceitos que permitem analisar situações estratégicas 
para o projeto arquitetônico efêmero, são eles: 
 O espaço analisando as características físicas do lugar em relação à proposta. 
 O tempo, que não trata somente do aspecto físico do espaço, mas também da 
montagem e desmontagem da forma. 
 O material, o que determina as características e atributos físicos do produto. 
 E o significado, que o projeto deve se relacionar com o usuário, ir além da 
materialidade do espaço ou produto, sendo mais relevantes as experiências 
provocadas no consumidor. 
A partir daí a arquitetura efêmera aplicada aos eventos e feiras está ligada diretamente 
a ferramenta de promoção de imagem e a transmissão de mensagens dos expositores 
ao público. Tornando a apresentação destes projetos transitórios indispensáveis para a 
comunicação e marketing do evento. 
 
29 
1.2.1. Marketing 
O marketing é o conjunto de estratégias e ações que provêm o 
desenvolvimento, o lançamento e a sustentação de um produto ou 
serviço no mercado consumidor, visando aumentara aceitação e 
fortalecimento da imagem de algo para um determinado público. 
(MONASTERIO, 2006, p.50) 
Marketing não é só propaganda, a propaganda é apenas uma das ferramentas do 
marketing. O tema é mais complexo e cheio de interdisciplinaridades. Deve-se 
administrar e compreender todas as variáveis que interferem de forma direta ou 
indireta na relação da organização com o mercado. (PADILHA, 2004) 
O marketing evoluiu e tem um papel fundamental no mundo atual, deixou de ser 
uma ferramenta utilizada pela indústria para facilitar o escoamento da produção e 
melhorar as vendas, para se tornar segundo Monasterio (2006) uma “filosofia 
empresarial”, que vida atender todas as necessidades de quem o utiliza. 
A arquitetura promocional se torna uma das variáveis que interferem na relação do 
comércio e mercado. Ela pode ser usada atendendo as necessidades estratégicas 
do marketing dando característica ao local, divulgando informações, podendo até 
auxiliar no desenvolvimento econômico turístico de cidades/empreendimentos. 
Mesmo com essa relevância do projeto arquitetônico efêmero para o marketing, 
existem pontos que devem se ter maior atenção, como o tempo de montagem e 
desmontagem, o reaproveitamento e o custo da edificação, o estudo da forma do 
estande, sua flexibilidade e adaptabilidade proporcionada pelo projeto. 
 
1.2.2. Estandes 
O avanço da tecnologia favoreceu um forte avanço da flexibilidade das estruturas 
modulares. Mas mesmo com essa capacidade trazida pelo desenvolvimento, grande 
parte destes projetos utilizam de uma vasta gama de materiais, o que exige uma 
execução mais especializada, e ainda abrangem aqueles que preferem o projeto sob 
medida, o que dificulta a instalação de sistemas pré-fabricados, favorecendo uma 
construção mais artesanal. (MONASTERIO, 2006) 
O projeto de arquitetura efêmera não difere muito dos meios utilizados para qualquer 
desenvolvimento de projeto arquitetônico, o único ponto que ganha maior relevância 
30 
nessa arquitetura é a busca por uma obra única e que facilite a montagem, 
desmontagem e transporte dos materiais utilizados. 
Cada projeto tem sua individualidade e complexidade e para Kowaltowski; Bianchi; 
Petreche (2011, p.21) além de ser complexo é: 
[...] resultado de manipulação criativa de diferentes elementos, como 
funções, volume, espaço, textura, luz, materiais, componentes 
técnicos e custos, desempenho e tecnologia construtiva. Não há um 
método único para resolver os problemas, pois cada caso é único e 
precisa de soluções específicas. Diferentes métodos, ferramentas, 
técnicas e formas de representação são necessários para lidar com 
diversas variáveis: sociais, culturais, legais, funcionais, estéticas, 
econômicas, psicológicas, tecnológicas, de conforto ambiental, e com 
diferentes escalas. Por isso a equipe de projetos tornou-se 
multidisciplinar e conta com a participação de especialistas de 
diferentes áreas. 
Os estandes também são formas consideradas efêmeras, e não menos importantes 
que os grandes pavilhões já aqui apresentados7, o objetivo de seu projeto é saber 
quais atividade ocorreram no ambiente, que tipo de pessoas irão utilizar, quando 
será usado e qual a ambiência principal a ser criada. Além disto, o projeto tende a 
utilizar de métodos construtivos leves e de estruturas independentes que ao serem 
desmontadas não evidenciem rastros ou prejuízos ao ambiente de exposição. 
O que determina um bom desenvolvimento do projeto de estandes é o entendimento 
do foco da feira, sua temática, o publico alvo, produtos que serão expostos, sistemas 
construtivos, montagem desmontagem, transporte e reaproveitamento. O processo 
de marketing do evento favorece e pode contribuir para este entendimento. 
Para Miotto (2016) o modelo mais adotado de estande é o básico, com sistemas 
modulares de perfis de alumínio e diferentes peças e acessórios, painéis e placas 
com revestimento brilhante de cor branca e forração de piso em carpete, com 
testeira para a identificação da empresa ou marca. 
Normalmente a escolha por este tipo de estande está relacionada ao custo mais 
baixo em relação a outras formas, a facilidade de montagem e desmontagem, 
geralmente feira por montadoras oficiais, e fácil disponibilidade para locação no 
mercado. 
 
 
7
 Ver capitulo 1 secção 1.1 Exposições Universais. 
31 
 
Há também o estande misto, que utiliza como base o estande básico, mas que permite 
associar outros tipos de materiais, como o vidro, placas de madeira ou MDF8,totem9, 
vitrines, forrações com tecidos, lonas e outros materiais maleáveis também vistos como 
forma de divulgação da marca. 
Ainda assim é utilizado o sistema modular no estande misto, onde somente algumas 
partes serão personalizadas com a utilização de outros materiais, sua montagem 
também é rápida e econômica, pois grande parte dos materiais pode ser reutilizada. 
 
8 Em inglês Medium Density Fiberboard, que significa placa de fibra de média densidade. MDF é um 
material oriundo da madeira, fabricado com resinas sintéticas. 
9
 Totem é uma palavra derivada de "odoodem" que significa "marca da família", na linguagem 
indígena Ojibwe dos índios da América do Norte. O totem em âmbito comercial costuma ser um poste 
ou coluna e pode ser representado por qualquer objeto com a finalidade de divulgação de marca ou 
passagem de informação e interação com o público. 
Figura 7: Estande Básico 
Fonte: Disponível em <http://www.standshow.com.br/estande-basico.php> Acesso 
em: 21 de out. 2019 
http://www.standshow.com.br/estande-basico.php
32 
 
Nos estandes personalizados, a exigência ao projetista é maior, pelo entendimento da 
proposta do evento, a estética divulgada pelo marketing, aspectos de fabricação e 
montagem, desmontagem e mão de obra especializada, além da avaliação da 
possibilidade de reuso dos materiais. 
O maior diferencial e vantagem deste projeto é o seu potencial de imagem, que pode 
ser destacado pela imagem visual e estética, mas também por uma forma de 
divulgação e disseminação cultural. 
Figura 8: Estande Misto. 
Fonte: Disponível em <http://www.seieventos.com.br/fornecedores-
bahia/stands/modulo/stands/montagem-de-stands-mistos-e-especiais> Acesso 
em: 21 de out. 2019 
Figura 9: Estande Personalizado 
Fonte: Disponível em <http://simuladorvgp.blogspot.com/2015/12/> Acesso em: 21 
de out. de 2019 
http://www.seieventos.com.br/fornecedores-bahia/stands/modulo/stands/montagem-de-stands-mistos-e-especiais
http://www.seieventos.com.br/fornecedores-bahia/stands/modulo/stands/montagem-de-stands-mistos-e-especiais
http://simuladorvgp.blogspot.com/2015/12/
33 
Uma exposição deve ir além da formação dos estandes, é preciso se tornar notável, 
inovadora e que consiga se instalar namemória dos visitantes. É fundamental a 
constante apresentação de novidades pelos expositores, e estas se tornam ainda mais 
efetivas caso trabalhem com informações sensoriais no público. 
A quantidade, o tipo e a forma que se repassa a informação ao cliente influenciam 
altamente na memorização, sendo que o primeiro contato, e o mais forte que o 
cliente tem com o evento, é o visual. 
Como aponta Monasterio (2006, p.67); 
[...] além de ousadia, para se fazer uma exibição fixar-se na memória 
do visitante é necessário dar importância ao produto, usar os 
sentidos para atrair visitantes, ser breve, organizado e repetitivo. 
Qualquer informação que vem a nossas mentes tem que entrar por 
um ou mais de nossos cinco sentidos, pois quanto mais envolvidos 
estivermos, maior a memorização. Assim, se algum lugar ou produto 
tiver som agradável, se for prazeroso à nossa visão, se for passível 
de ser tocado ou nos remeter a sabores e odores agradáveis, então 
nossa memória terá muitos elementos a rastrear e a chance de 
memorização será muito maior. 
Criar experiências sensoriais é um passo lógico para a integração 
entre cliente e produto e para o destaque de um expositor frente à 
concorrência. Os ambientes imersivos provocam experiências que 
fazem o visitante retornar ao estande, aumentando a possibilidade de 
destaque em uma feira. 
Para um bom desenvolvimento de uma exposição ou estande, é necessário se atentar 
não só com o tipo de estande mais adequado para seu produto, mas também com a 
experiência que irá promover ao visitante e o quanto isto poderá contribuir no 
fortalecimento da marca e divulgação do produto e empresa. 
A característica e identidade visual e sensorial que o estante oferece para o evento e a 
feira contribui diretamente com o marketing promocional da exposição, podendo até 
mesmo ter contribuição no turismo da região. 
Os tipos de eventos influenciam diretamente nas características projetuais para o 
estande e também no marketing promocional da exposição. A escolha do tipo de 
estande adequado ao evento apropriado, a cada proposta pode gerar um forte impacto 
tanto positivo quanto negativo não só à empresa promotora e seus parceiros, mas à 
toda comunidade envolvida. 
 
34 
1.2.3. Tipos de eventos 
Evento é o fenômeno multiplicador de negócios, que busca maior potencial de novos 
fluxos de visitantes, é capaz de determinar toda dinâmica de uma economia. 
(ALBUQUERQUE, 2004) 
Para Andrade (2002, p.41), os eventos atendem as necessidades de mercado em 
forma de entretenimento, lazer, conhecimento, descanso, entre outras motivações. 
Podem representar a valorização dos conteúdos locais tornando-se parte das atrações 
ou somente atender às exigências do mercado consumidor. 
A criação de um evento implica no aproveitamento das características originais da 
localidade que irá recebê-lo, assim o objetivo do evento ultrapassa a satisfação do 
público e gera uma forma também de trazer diversidade para um determinado local, 
divulgando atrativos turísticos e movimentando a economia. 
Brito e Fontes (2002) definem a classificação dos eventos em: 
 Categoria; 
 Institucional: quando visa criar e ou firmar o conceito de imagem. 
 Promocional ou mercadológico: quando objetiva a promoção de um 
produto ou serviço em apoio ao marketing e para fins de mercado. 
 Área de Interesse; 
 Artística: que está relacionada a qualquer tipo de arte. 
 Cientifica: que trata de assuntos voltados a pesquisa cientifica. 
 Cultural: que ressalta os aspectos da cultura, objetivando sua divulgação 
e reconhecimento, com fins promocionais. 
 Educativa: que foca na divulgação de didáticas avançadas correlatas á 
educação. 
 Cívica: que trata de assuntos ligados á Pátria e á sua história. 
 Política: relacionados com assuntos políticos. 
35 
 Governamental: trata de realizações do governo em qualquer esfera. 
 Empresarial: foca em pesquisas e resultados das organizações. 
 Lazer: proporciona entretenimento aos seus participantes. 
 Social: são de interesse comum da sociedade. 
 Desportiva: realizado dentro do universo esportivo. 
 Religioso: voltado a interesses e assuntos religiosos. 
 Beneficente: programas e ações sociais que divulgam e/ou auxiliados de 
acontecimentos públicos. 
 Turística: com a finalidade de divulgar e promover o turismo. 
 Localização, podendo ser locais, distritais, municipais, regionais, estaduais, 
nacionais e internacionais. 
 Características estruturais avaliam: 
 O porte do evento sendo pequeno, médio ou grande; 
 A data, se é fixa, móvel ou esporádica; 
 E o perfil, se é geral, dirigido ou especifico. 
 Tipologia, que analisa sua característica mais marcante. (Tabela 1.) 
Tabela 1: Tipologia de eventos 
36 
 
A caracterização de um evento de sucesso vai ser definida a partir da análise de 
condicionantes do local e do intuito da proposta, assim são definidas as tipologias do 
evento e levadas em considerações informações relevantes, como a infraestrutura do 
local pensado para receber o mesmo, o que irá interferir diretamente no resultado 
positivo ou negativo para o local. A partir desta conceituação de eventos, este trabalho 
tende a seguir abordando eventos de categoria promocional, com área de interesse 
cultural, de lazer, social e turística, em localização regional e municipal, com 
características estruturais de porte médio a grande, com data fixa, o perfil geral e 
tipologia de exposições. Nos capítulos e seções seguintes serão apresentados 
informações e conceitos voltados ás cidades pertencentes ao estado de Minas Gerais. 
Fonte: ALBUQUERQUE (2004) 
37 
2. Pequenas cidades 
 
 
Coutinho (2011, p.85) aponta que o critério que mais se aproxima da definição de 
urbano é: “um conjunto de fenômenos ou atividades desenvolvidas através das práticas 
sociais presentes na localidade”. 
As estatísticas internacionais estabeleceram um marco de 20.000 
habitantes para esse tipo de cidade, mas isso, no entanto, não significa 
grande coisa, visto como um marco numérico é sempre artificial; os 
marcos reais são os funcionais; isto porque só a partir de um certo 
estágio de desenvolvimento e dinamismo é que a cidade se define 
(SANTOS, 1981, p. 15). 
Nesta grande complexidade socioespacial que configura o espaço geográfico brasileiro 
encontram-se cidades de todas as variedades, de cidades com pouca expressão 
funcional até as mais estruturalmente organizadas com maiores funções urbanas que 
acabam se tornando apoio á população de centros menores. 
Apesar de estas pequenas cidades possuírem uma capacidade reduzida ao 
desenvolvimento e às fontes geradoras de renda em relação aos grandes centros 
urbanos, ambas relacionam entre si, seja fornecendo apoio às atividades não presentes 
em outras regiões ou simplesmente em condições de mercado, fornecendo produtos 
que abasteçam a população. 
E mesmo com a relação permanente das duas formas urbanas, na maioria das 
situações as pesquisas, os estudos, os investimentos, são direcionado as regiões 
metropolitanas que se caracterizam por possuírem os principais fluxos econômicos do 
país, os maiores aglomerados populacionais e consequentemente as maiores 
desigualdades sociais e a grande complexidade de problemas. 
As pequenas cidades ficam em segundo plano quando se trata de planejamento e 
fomentação de investimento econômico, e com a falta de alternativas e a baixa 
perspectiva de crescimento acabam sendo alvo da perda de grande parte da população 
jovem que migra para estas metrópoles em busca de formação e emprego. 
38 
BRANCO; SEGALA (2017) apresentaram uma pesquisa que relata as 100 melhores 
cidades do Brasil para investir em negócios. Nenhuma destas cidades possui menos 
que 100.000 habitantes, o estudo levou em consideração 28 indicadores, entre eles 
estão: desenvolvimento econômico, desenvolvimento social, infraestrutura e capital 
humano10. É na região sul e sudeste que se encontram o maiornumero de cidades 
retratadas na pesquisa (Figura 10), São Paulo é o estado com a maior parte das 
cidades, seguido por Santa Catarina, Paraná e Minas Gerais. Em Minas Gerais entre as 
cidades ranqueadas estão: Belo Horizonte (9º), Uberlândia (28º), Juiz de Fora (43º), 
Araxá (71º), Uberaba (73º), Varginha (80º), Pouso Alegre (83º), Lavras (86º) e Poços de 
Caldas (92º). Entre as dez primeiras colocadas estão as capitais dos estados do Sul e 
Sudeste do país. 
 
Enquanto estas grandes cidades chamam cada vez mais atenção de economistas, 
investidores e da população em geral, as cidadezinhas do interior se tornam reféns da 
 
10
 É o conjunto de conhecimento, habilidades e atitudes que favorecem a realização de trabalho de 
modo a produzir valor econômico. São os atributos adquiridos por um trabalhador por meio da 
educação, perícia e experiência. 
Figura 10: 100 melhores cidades do Brasil para investir em negócios. 
Fonte: EXAME (2017) 
39 
busca de outras formas de captação de renda para seu desenvolvimento, como a 
estimulação do turismo e cultura local. 
A explicação do constante desenvolvimento destes grandes centros urbanos e suas 
diferenças para as pequenas cidades está vinculada a formação e surgimento desses 
núcleos urbanos, visto que alguns se instalaram em locais propícios para a exploração 
de minerais e da agricultura e outros se caracterizavam apenas por serem locais de 
passagem. 
 
2.1. Formação dos núcleos urbanos 
A ocupação do território brasileiro foi feita pouco a pouco, Portugueses e Espanhóis 
partiram do litoral Brasileiro adentrando e explorando o interior do país. 
Flexor (1988) aponta que apenas três das 37 povoações presentes em 1650 se 
desenvolveram em cidades, “Salvador, Rio de Janeiro e Filipéia de Nossa Senhora das 
Neves, atual João Pessoa”. Nesta época os portugueses se sentiam ameaçados e 
muito preocupados sobre o avanço colonizador espanhol, foi instituído assim as “Cartas 
Régias” que levavam instruções por todas as regiões do Brasil, para autoridades de 
cidades promoverem a criação de vilas e povoados locais próximos à localidade das 
cidades para então conseguir reaver territórios frente aos espanhóis. 
Ainda para Flexor (1988, p.92): 
A fundação de povoações e/ou vilas pretendia reunir os habitantes para 
que os mesmo se agregassem e não morassem somente em sítios 
dispersos. As instruções da citada carta ordenavam que todos os 
lavradores construíssem casas nos centros urbanos para, pelo menos 
de tempos em tempos, reunirem-se em “sociedade civil”. [...] As 
autoridades pretendiam, além do mais povoar o território para adiantar a 
cultura e lavoura dos campos que ficam místicos às povoações para 
produzir o suficiente para o abastecimento local e um excedente para 
exportação. 
Essa forma de criação de vilas e povoados sofria com problemas naturais, como a falta 
de alimento e mão de obra especializada, e com isso passavam por um processo de 
despovoamento da região, mas ao mesmo tempo favoreciam outras regiões com a 
migração destas populações em busca de condições melhores. (FLEXOR, 1988) 
40 
Posteriormente com a descoberta do ouro de aluvião nos primórdios do século XVIII, 
houve um grande deslocamento da população colonial e também a vinda de migrantes 
portugueses que seguiam a exploração de Minas Gerais buscando uma possibilidade e 
esperança de enriquecimento rápido. Esse fato proporcionou que Minas Gerais 
possuísse uma das principais concentrações demográficas do país. 
Minas Gerais, com o auge da exploração do ouro entre as décadas de 1750 e 1760 foi 
um polo unificador de comunicação e comércio brasileiro e possibilitou a mudança do 
cenário econômico do país, como aponta Frederico (2009, p.3). 
A forte especialização produtiva estimulou a estruturação de uma 
rudimentar divisão territorial do trabalho, interligando as regiões 
Nordeste e Sul – fornecedoras de carne e animais de transporte – às 
regiões mineiras. A atividade aurífera unificou as regiões e promoveu a 
interiorização do território. Enquanto algumas regiões se especializavam 
na criação de animais, outras se ocupavam da engorda e distribuição, 
enquanto as regiões mineiras configuravam-se como mercados 
consumidores. 
A extração do ouro se manteve por mais algumas décadas, e nestas regiões onde se 
perdurou por mais tempo se consolidaram núcleos urbanos com relevante 
concentração populacional, mas segundo Frederico (2009, p.4) “A incapacidade técnica 
impossibilitou a criação de formas permanentes de atividades econômicas” e como 
consequência favoreceu o rápido declínio da era do ouro, iniciando a dispersão dos 
trabalhadores (donos de lavras, faiscadores e escravos) pelo território mineiro, 
provocando o surgimento de pequenos povoados. 
As redes de transportes criadas e estruturadas para conectar as regiões das minas com 
o litoral do país foram as principais vias de surgimento de povoados e vilas, visto que 
continuaram sendo usadas após a queda da extração do ouro, por meio da 
reformulação econômica realizada no final do século XIX e inicio do século XX, que 
visava o desenvolvimento e expansão da agricultura nacional, possuindo seu maior 
avanço na produção do café que se espalhava entre o sul de Minas Gerais e São 
Paulo. 
A expansão da agricultura voltada à produção e exportação do café foi um importante 
passo para a movimentação da economia do país, principalmente no estado de Minas 
Gerais, que assim passou a investir na industrialização, planejamento e estruturação 
dos centros urbanos. 
 
41 
2.2. Características urbanas de pequenas cidades 
As cidades e o que elas oferecem a população se tornam uma parte crucial no 
entendimento da dinâmica da sociedade. O país é diverso em diferentes sentidos, 
inclusive em termos populacionais, cada cidade tem sua peculiaridade e tendência a 
seguir e desenvolver um caminho de evolução próprio, assim é por meio do aspecto da 
cidade e de suas atividades desenvolvidas que se viabilizam ou não as facilidades de 
manifestações culturais, organização produtiva e articulações políticas. 
As interações entre cidades de pequenos, médios e grandes centros contribuem e 
facilitam nas ações do poder público, empresas e sociedade civil, considerando que 
suas dependências e relações facilitam uma movimentação em cadeia. As pequenas 
cidades não se limitam então a sua dimensão ou a espaços com funções de suprimento 
das necessidades básicas da população residente e/ou do entorno rural, julgando que 
com esta movimentação em cadeia e a rede de comunicação atual fica simplificado o 
poder de articulações entre cidades até mesmo de pequeno porte, mesmo em 
proporções menores em relação aos grandes centros. 
Para além da quantidade de habitantes e seu histórico de formação espacial, 
Gonçalves (2005, p. 199) aponta que na definição da categoria de pequenas cidades 
também entram em questão “as dimensões espaciais, o numero de habitantes, a pouca 
diversidade de funções urbanas, a dependência de um centro maior, a temporalidade 
lenta, a relação com a vida rural e a proximidade entre as pessoas são os principais 
elementos que caracterizam as cidades pequenas [...]”. 
Pequenas cidades são marcadas então pelo cotidiano simples e pela falta de 
perspectivas de desenvolvimento social, de diversidade e quantidade de emprego, pela 
dependência de centros maiores e pela baixa distribuição de renda. (COUTINHO, 2011) 
Estas cidades se caracterizam pela falta de serviços públicos e privados que promovem 
o lazer, a comunicação e a cultura da população residente, sendo assim, estas 
aglomerações se tornam carentes de equipamentos urbanos que possibilitam a 
diversificação de atividades. 
Neste cenário, fica claro a dependência que pequenas cidades têm sobre os programas 
assistencialistas do Estado e dos empregos públicos existentes, sendo a melhor forma 
de manter a permanência em condições razoáveisda população, mesmo havendo a 
42 
possibilidade de migrarem para cidades de porte similares visando as melhores 
condições de investimento que a administração publica proporciona aos cidadãos. 
Coutinho (2011, p.90) ressalta: 
Cada cidade organiza-se seguindo as determinações sociais dos 
agentes responsáveis por sua formação. Os monumentos históricos, a 
morfologia das ruas e a distribuição dos equipamentos urbanos 
apresentam peculiaridades espaciais quando se trata dos bairros 
centrais ou de outros periféricos. Os primeiros são quase sempre 
dotados dos serviços públicos mais valorizados. Os demais, periféricos, 
onde os benefícios são difíceis de ocorrer, espelham uma fisionomia 
urbana marcada por ruas habitadas por moradores com baixo poder 
aquisitivo, que servem de suporte ao crescimento econômico e à 
qualidade de vida da população que ocupa a área central da cidade 
pequena. 
Apesar de sua estrutura e formas terem relação com a formação do núcleo urbano 
local, a cidade se modifica por meio das práticas sociais e da necessidade de mudança 
exigida pela sobrevivência, gerando alterações nos hábitos e transformações na 
organização do espaço, que tendem exaltar os marcos urbanos das áreas centrais já 
que provavelmente é a região mais visitada pela população. 
Ainda Coutinho (2011, p.91) alega que: 
O uso de determinadas áreas das cidades está diretamente ligado às 
condições socioeconômicas da população, que não está imune às 
contradições e às desigualdades sociais expressas nas moradias e na 
utilização do solo urbano. O poder público demonstra maior 
preocupação com a área central, onde geralmente se realizam os 
eventos políticos e as festas tradicionais, propiciando maior mobilidade 
e circulação de pessoas em comparação ao restante da cidade, visto 
ser o espaço onde se desenvolvem as atividades consideradas como as 
mais importantes para a sociedade, que o vê como um lugar simbólico 
da vida coletiva. Por isso, passa a ser referência e, ao mesmo tempo, 
diferença no contexto espacial da cidade. Isso pode ser explicado 
através da permanência de antigas funções tradicionais, como o 
pequeno comércio e a feira livre municipal, que, por conta de uma fraca 
infraestrutura urbana e das condições sociais, não se dispersam por 
outros bairros da cidade. 
Os maiores problemas destes pequenos centros são relacionados à carência de 
atividades de econômicas e de lazer capazes de atender as necessidades da 
população, o que acaba limitando as possibilidades de crescimento e obrigando parte 
da população a migrar para centros urbanos mais dinâmicos. 
 
 
43 
2.2.1. Relação entre o indivíduo e a cidade 
Nos grandes centros urbanos a vida da população é condicionada a uma rotina rodeada 
por insegurança e desconfiança de tudo e de todos, as pessoas vivem em grandes 
aglomerações verticais com grande rotatividade de indivíduos, muitas vezes 
desconhecidos, que utilizam de meios de locomoção para qualquer situação e que 
muitas vezes são sobrecarregados. A desigualdade social acaba se tornando mais clara 
pelo alto poder aquisitivo de parte da população e devido ao alto índice de violência 
acabam possuindo um toque de recolher onde enfim a cidade reduz sua movimentação 
mas não cessa suas atividades pois há variedades de serviços tanto diurnos quanto 
noturnos. 
Diferente disto, nas pequenas cidades fica presente a calmaria, a facilidade de 
locomoção devido à falta de um transito intenso de veículos, muitas vezes todos os 
cidadão se conhecem mesmo que seja somente visualmente, ainda assim possuem 
índices de violência, mas, muito menores quando comparados aos grandes centros. 
A arte de viver pacifica e alegremente com as diferenças e de extrair 
benefícios dessa variedade de estímulos e oportunidades está se 
transformando na mais importante das aptidões que um citadino precisa 
aprender e exercitar. (BAUMAN, 2009, p.48) 
Essas condições de rotinas diversas moldam e afetam diretamente as características, 
tanto das cidades quanto das pessoas. E é por meio dos espaços urbanos que essa 
aproximação e troca de sentimentos das diferenças ocorrem e geram nos desfrutadores 
destes espaços mapas mentais que segundo Bauman (2001) fazem parte destes 
mapas todos os espaços e serviços que usufruímos e definimos como relevante em um 
percurso da cidade. Cada indivíduo gera seu mapa de acordo com sua habitualidade e 
aproximação do espaço. O autor ainda destaca que ao criar esses mapas mentais 
algumas áreas são mais valorizadas e outras se tornam mais desconhecidas. 
Com isto, então, a cidade vai promovendo sua imagem através da população. Nas 
pequenas cidades é muito comum encontrar nos mapas mentais espaços públicos de 
encontros comuns, como praças, escolas e igrejas, já que não existe muita variedade 
de espaços de convívio comum. 
Nestes pequenos centros também fica mais claro as relações de identidade e 
pertencimento do lugar no processo de apropriação do espaço, as pessoas depositam 
44 
valores ligados aos sentimentos de afeto e identidade no lugar que cresceram e julgam 
pertencer e fazer parte da história. 
Buscar a identidade e o sentimento de pertença de um lugar é procurar 
compreender o entrelaçar das falas e conceitos que dão forma aos 
espaços. Os significados, os sentidos e os valores atribuídos a um 
espaço, e que constituem sua identidade e pertencimento são 
elaborados e reelaborados a cada momento. (SILVA, 2013, p. 199) 
 
2.3. Economia das pequenas cidades 
Nas pequenas cidades é comum às atividades econômicas serem voltadas ao comércio 
familiar que atende as necessidades básicas da cidade como, pequenos mercados, 
farmácias, panificadoras, lan houses, bares e lojas de roupas. Muita das vezes essas 
atividades são a única fonte de renda de algumas famílias, já que há uma forte 
dependência destes pequenos centros por empregos oriundos do setor publico. 
Outra fonte de arrecadação econômica são as festividades locais que geralmente 
tendem a ser vinculada a igreja, a comemorações relacionadas à cidade e/ou 
festividades associadas à alguma produção local. Essas comemorações promovem 
além da movimentação econômica e do entretenimento da população, o turismo na 
região. 
 
2.3.1. Economia e turismo 
O turismo se tornou uma das atividades econômicas que mais crescem no mundo 
sendo muito influenciado por políticas econômicas e sociais. Segundo estudos 
relatados por Albuquerque (2004), “o turismo é o setor mais lucrativo da economia 
mundial”, movimentando 3,4 trilhões de dólares anualmente sendo que 850 bilhões são 
oriundos do turismo relacionado a eventos, que é um setor que tem uma taxa de 
crescimento anual de 30%. 
Albuquerque (2004, p. 38) ainda completa: 
Na década de 90, o número de turistas que entrou no Brasil com a 
finalidade de participar dos mais variados eventos oscilou entre 34 e 71 
mil pessoas. A média de permanência destas pessoas é de 2,6 dias, 
com um gasto diário de R$ 392,05. Vale ressaltar, ainda que 52% 
destes eventos foram realizados na região Sudeste. 
45 
O turismo promove rentabilidade, geração de empregos, divulgação de imagem, e até 
estimula iniciativas de investimento público. Mas também pode gerar sazonalidades, em 
alta temporada, como o congestionamento, a carência no abastecimento de água e 
energia elétrica, a falta e falha de rede de esgoto, o aumento da poluição e geração de 
resíduos, e também em baixa temporada, onde toda a preparação para receber o 
evento e o publico cai em desuso gerando desemprego da população local. 
Ao se produzir um evento deve-se analisar diversos fatores que implicaram na 
economia, a administração organizadora deve analisar quais investimentos necessários 
em infraestrutura o local precisa receber, mas, também analisar o pós-evento, dando 
utilidade e funcionalidade à estrutura montada anteriormente de modo que tenha 
serventia para outras aplicações em beneficio da população local. 
A maior barreira encontrada pelaspequenas cidades na geração do turismo de eventos, 
é a baixa infraestrutura que a maioria destas cidades apresenta, não contendo uma 
organização capaz de suprir as necessidades básicas do público extra esperado para o 
evento, gerando desconforto tanto na população local quanto na excedente. Outro 
empecilho é a falta de recurso para investimento nesse tipo de infraestrutura, já que 
muitas vezes os pequenos centros não mantém um ritmo de produção de eventos 
capaz de movimentar a cidade gerando retorno ao investimento. 
 
2.3.2. Eventos e feiras 
Como abordado anteriormente os eventos tem uma contribuição muito relevante para a 
economia nacional, e principalmente para pequenas cidades, que muitas vezes 
encontram nessa forma de arrecadação uma oportunidade de independência de 
recursos provenientes do estado para investimento e desenvolvimento local. 
É comum presenciar em pequenas cidades eventos e festividades relacionadas à 
cultura e produção de recursos locais, como o milho, a cachaça, o queijo, a 
gastronomia, celebrações folclóricas, entre outras. Esses eventos estimulam a 
economia local, promovem o turismo e a imagem da cidade, que quando bem vista 
46 
forma uma clientela11 que posteriormente retorna à cidade trazendo amigos e familiares 
com o intuito de conhecer mais sobre a cultura local. 
A organização destes eventos é primordial para seu sucesso e sua consolidação. Um 
evento bem estruturado é um evento bem sucedido, e permite uma abertura para que a 
cidade desenvolva e promova atividades similares. 
Tiradentes, em Minas Gerais, recebe o festival gastronômico, que busca valorizar a 
culinária brasileira, é uma ação da Plataforma Fartura que originou na cidade mineira e 
que hoje abrange outras sete cidades, entre elas Lisboa – Portugal. O evento ocorre 
durante 10 dias recebendo mais de 200 atrações gastronômicas diurnas e noturnas 
divididas entre três localidades da cidade, com o público estimado em 50 mil pessoas. 
Além da geração de interesse no publico alvo através do paladar o evento conta com 
outras atrações que divulgam a cultura local como música e passeios turísticos. 
(PEIXOTO, 2019) 
 
Tiradentes ainda recebe outros eventos reconhecidos como O festival de cinema, mas o 
Festival gastronômico foi um sucesso promovendo atividades interativas com o publico, 
mesmo não sendo relacionada à gastronomia. A prova deste êxito é a difusão do 
evento para outras cidades e até mesmo fora do país. 
Festas e eventos relacionados ao queijo, ao milho, a cachaça etc., ocorrem em diversas 
cidades do país, todas com o intuito de promover a produção e movimentar a economia 
local. 
 
11
 Conjunto dos clientes que recorrem, mediante pagamento, aos serviços de uma pessoa, empresa 
ou organização determinada; conjunto dos compradores; freguesia. 
Figura 11: Festival Gastronômico de Tiradentes 
Fonte: Disponível em: <https://www.viajenaviagem.com/2015/09/tiradentes-festival-
gastronomia-dicas/> Acesso em: 03 de nov. 2019 
https://www.viajenaviagem.com/2015/09/tiradentes-festival-gastronomia-dicas/
https://www.viajenaviagem.com/2015/09/tiradentes-festival-gastronomia-dicas/
47 
A festa do queijo de Serro, em Minas Gerais, já está em sua 33º edição, o evento reúne 
uma extensa programação com participação de produtores de 11 municípios 
fabricantes de Queijo Minas Artesanal do Serro, promovendo um festival gastronômico 
que abrange concursos de queijos, feiras, musica além de cursos e palestras dirigidos 
aos produtores. O festival já é consagrado e visto como um dos principais eventos 
culturais da região, que promove a divulgação de uma cultura e produção artesanal de 
queijo que possui cerca de 300 anos de tradição. (AVELAR, 2019) 
O evento se desenvolveu de tal forma que possibilitou nesta ultima edição realizada 
entre os dias 10 e 13 de outubro de 2019 a abertura de um novo festival que ocorrerá 
na cidade de Milho Verde – MG, com o intuito de apresentar a culinária local e dar 
visibilidade e capacitação aos pequenos negócios presentes na região. (AVELAR, 
2019) 
Estes eventos em sua grande maioria são realizados com o apoio da prefeitura de 
órgãos públicos municipais e estaduais, possuem o intuito da promoção e divulgação da 
produção local e visão a fomentação da economia, bem como a valorização de outros 
produtores e comerciantes da região. 
 
Figura 12: Festa do queijo do Serro 
Fonte: Disponível em: <http://abraleite.org.br/wp-content/uploads/2018/11/WhatsApp-
Image-2018-11-23-at-16.19.06.jpeg> Acesso em: 03 de nov. 2019 
http://abraleite.org.br/wp-content/uploads/2018/11/WhatsApp-Image-2018-11-23-at-16.19.06.jpeg
http://abraleite.org.br/wp-content/uploads/2018/11/WhatsApp-Image-2018-11-23-at-16.19.06.jpeg
48 
3. São Tiago – MG 
 
 
A pequena cidade do interior de Minas Gerais teve sua origem junto ao início do ciclo do 
ouro no estado. O mineral foi encontrado por volta de 1708 em Vargem Alegre 
despertando a atenção da população pelo local. 
Em 1761 com a concessão da licença da construção da Capela de São Tiago Maior e 
Sant‟Ana cedida pelo primeiro bispo de Mariana iniciou-se o processo de povoação da 
região, onde os primeiros moradores instalavam suas simples residências de 
características colonial no entorno da capela. 
Como aponta Viegas (1972), a economia local durante todo seu desenvolvimento girou 
em torno da agropecuária já que a extração do ouro na região nunca chegou a grande 
relevância. Sem gerar interesse em grandes indústrias, a economia se desenvolvia 
lentamente através do cultivo de mandioca (principalmente utilizada para fabricação de 
polvilho), do café, do fumo, da pecuária e seus derivados. 
Figura 13: Largo da praça central de São Tiago 
Fonte: Disponível em: 
<http://www.saotiago.mg.gov.br/pagina/781/HIST%C3%93RICO> Acesso em: 05 de 
nov. de 2019 
http://www.saotiago.mg.gov.br/pagina/781/HIST%C3%93RICO
49 
Em 1948 por meio da Lei Estadual 336 que estabelece a divisão judiciária e 
administrativa do estado, São Tiago foi elevado a município e emancipado sendo 
desmembrado de Bom Sucesso em 1 de janeiro de 1949. 
Durante os próximos dezesseis anos e a sequência das cinco administrações eleitas, a 
cidade conseguiu serviços básicos de infraestrutura para sua sede e seu distrito e 
povoados, como serviços telefônicos, energia elétrica, abastecimento de água, redes de 
esgoto e a abertura e melhorias de caminhos e estradas que ligavam o município aos 
distritos, povoados e cidades próximas que eram responsáveis pelo auxilio na oferta de 
serviços, suprimentos e comércio que não se encontravam no local. (VIEGAS, 1972) 
Já em 1970 era visível o potencial econômico da cidade, que mesmo com seus 9.461 
habitantes da época já possibilitavam uma renda municipal de Cr$ 340.000,0012 (R$ 
2.035.040,54reais) sendo superior a renda estadual de Cr$ 250.000,00 
(R$1.496.353,34reais) 13. (VIEGAS, 1972) 
Setenta anos após sua emancipação a cidade não perdeu sua característica de cidade 
do interior, ainda possui o povo muito acolhedor e receptivo, mas, o foco da economia 
agora é outro, o município se apropria da antiga habilidade e tradição de fazer 
quitandas, fabricando e levando o produto para diversas localidades nacionais. 
A indústria do biscoito hoje é a maior responsável pela geração de empego e da 
economia local, e assim faz da cidade um destaque não só na região, mas também 
nacionalmente sendo conhecida com a “Terra do Café-com-Biscoito”, como afirma 
Denilson Reis atual prefeito da cidade, “Vejo a importância de São Tiago dentro de um 
contexto regional. Nossas taxas de emprego e renda são diferenciadas e geram 
impactos positivos na região”. 
O município hoje faz parte da mesorregião do Capo das Vertentes (Figura14) em Minas 
Gerais, sendo formada por 36 municípios que são agrupados em 3 microrregiões, o 
relevo dessa região é definido pelos diversos morros e daí se originou o nome da

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