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RESUMO DO TEXTO ESCRAVIDÃO, CIDADANIA E HISTÓRIA DO TRABALHO NO BRASIL

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RESUMO DO TEXTO “ESCRAVIDÃO, CIDADANIA E HISTÓRIA DO TRABALHO NO BRASIL”
O maior drama da história humana foi à deportação de 10 milhões de negros de sua terra natal para o Eldorado do Oeste (Goiânia). Eles viveram um inferno, foi uma tragédia, fizeram um grande esforço para tentar conquistar a democracia. Isso ocorreu logo após o final da Guerra Civil nos EUA. 
A história do trabalho no Brasil se inicia no fim do século XIX, nela existe um processo de exclusão, onde não se figura o trabalhador escravo, estes que durante séculos trabalhavam na produção e geraram riquezas no Brasil, simplesmente desaparecem da história.
No fim do século XIX iniciou um período chamado “substituição do escravo” (negros) pelo “trabalho livre” (brancos e imigrantes), onde se criou um abismo entre as obras literárias sobre a escravidão e o trabalho livre.
A história tenta explicar essa transição da passagem do mundo de escravidão (onde negros foram torturados, traficados, onde só restavam-lhe a fuga ou a morte), e o trabalho livre e assalariado, fazendo com que o negro escravo desapareça da história, sendo substituído pelo imigrante europeu. O termo substituição deixa bem claro que houve uma troca de negros por europeus, não havendo a mudança do trabalho, mas sim a substituição do trabalhador.
O horror da escravidão marcou profundamente a historiografia ligada a política, os abolicionistas em nome da justiça trabalhavam como procuradores dos oprimidos e os excluíam da luta pela liberdade e da própria história.
Ao longo do século tivemos diferentes significados de liberdade, ser livre muitas vezes significava viver sem a tutela do senhorial ou poder ir e vir sem controle, muitas vezes significava reconstruir laços familiares sem o perigo de manter suas famílias, não servir mais ninguém, portanto estamos bem longe de ter a possibilidade de vender livremente a força de trabalho em troca de salário. Hoje quando os historiadores falam sobre os movimentos sociais no Brasil, quase não se pensam em quilombos ou escravos.
São Paulo serviu de estudo da experiência do trabalho assalariado nas fazendas de café com os imigrantes, mas em outras regiões agiam cada qual da sua forma, na Zona da Mata Mineira os fazendeiros assinavam contratos com os trabalhadores da região e trabalho temporário com os trabalhadores de outras regiões, já no Espírito Santo somente os fazendeiros mais ricos contratavam imigrantes, a maioria contratava trabalhadores por um ano, mês ou dia.
No intenso jogo político os brancos eram exaltados e associavam os negros à incapacidade de trabalho, mantendo a desigualdade e o racismo, substituindo o escravo negro pelo imigrante italiano.
Com relação ao estudo nos anos 80 da classe operária brasileira, favoreceu diversos temas para os historiadores, onde estudavam sobre diversos assuntos como os profissionais da área têxtil, gráficos, portuários, etc. e suas formas de organização, cotidiano dentro e fora das fábricas, assim como aspectos de cultura, educação, moradia, etc. Embora tivessem amplo espaço sobre o tema, vigorava-se um silêncio, os estudos eram sempre voltados como se fossem somente operários brancos que falavam a mesma língua, os negros continuavam ausentes, somente mais tarde chegaram a falar sobre as questões raciais ou a presença negra.
Os negros eram afastados da cena histórica, diante da falta de dados censitários sobre os negros, o silêncio explicava tudo pelos que governavam a explicação sobre a escravidão e os trabalhadores.
Apesar do incômodo, os escravos e libertos nunca deixaram de fazer parte da história, ainda hoje fazem parte do ponto de partida para vários pesquisadores. Os estudos sobre a escravidão no Brasil foram se renovando ao longo do tempo, sendo investigada e questionada sobre o significado do castigo físico, a luta pela alforria, os conflitos entre senhores e escravos, a importância da luta pela abolição. Hoje através de fontes diversas dá para entender sobre os laços de solidariedade que existiam entre eles, sobre as práticas econômicas e sociais, sobre o período de cativeiro, etc.
Os libertos procuravam por melhores condições de trabalho ou invés de melhores salários, preferiam se afastar de tudo que lembrava a escravidão e viver longe de seus patrões, retiravam as mulheres e crianças do trabalho e não aceitavam empregos em plantações onde já tinham sido escravos. Diante deste cenário os fazendeiros paulistas optavam pela contratação dos imigrantes que eram menos exigentes e ainda recebiam ajuda do governo.
A análise de Reid Andrews cita a marginalização dos negros, não mais como falta de habilidade para o trabalho e sim como um confronto entre trabalhadores e patrões. No mercado urbano muitos líderes trabalhistas denunciavam os negros e os caipiras italianos como fura-greves, isso nos faz entender que se passa além do mundo rural.
Os historiadores apagaram da história social do Brasil a escravidão, assim excluídos do universo de trabalhadores anônimos e despreparados para o trabalho livre, os negros desaparecem da história. Os dados demográficos aptos hoje não conseguiram dar vida de cidadania de milhares de homens e mulheres negras que viveram sob o regime de escravidão e nem de uma liberdade que embora conquistada nunca fora completa. 
O fato é que até o final dos anos 90 a historiografia tinha um discurso de branqueamento no Brasil, daí o incentivo do trabalho com a vinda da mão – de – obra imigrante, com a idéia de que eles eram mais aptos a liberdade e a cidadania.
Autora: Silvia Lara

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