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Hipogonadismo na Síndrome de Prader Willi

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Seminário – Etiologia e Tratamento do Hipogonadismo na Síndrome de Prader-Willi
Grupo 07: Daniel, Helano, Gurgel, Vítor e Pedro Arthur
· HIPOGONADISMO
Hipogonadismo consiste no não desenvolvimento e funcionamento adequado das gônodas sexuais (Nos Homens Os Testículos; Nas Mulheres Os Ovários).
Essa alteração pode ser decorrente de causas congênitas, como em SPW, ou adquiridas ao decorrer da vida. Há dois tipos de hipogonadismo, o primário e o secundário, e ambos podem ser de origem congênita ou adquirida.
· Hipogonadismos Primário: É resultado de problemas/alterações que acometem diretamente as gônodas.
· Hipogonadismo Secundário: É causada por alterações no eixo hipotálamo – Hipófise. É a causa das alterações na SPW.
· ETIOLOGIA DO HIPOGONADISMO SPW
O não desenvolvimento dos ovários e dos testículos na síndrome de Prader-Willi (SPW) é decorrente da ausência de uma enzima, a Pró-convertase 1 (PC1).
Essa enzima possui sua expressão ligada ao Locus gênico SNORD 116- presente na banda 12 do braço longo do cromossomo 15. Como já foi visto, na SPW, há a deleção, o silenciamento gênico ou a não expressão das regiões cromossômica 15q11-q13. Assim, não há a atuação da Pró-convertase 1 (PC1)
A PC1 é responsável por uma das etapas que acaba por culminar na produção do Pró-Hormônio Liberador da Gonadotrofina (Pró-GnRH), o qual é sintetizado no hipotálamo e atua na Hipófise anterior (Adeno-Hipófise), através do sistema de vasos sanguíneos portais presentes no pedículo hipofisário.
Ao chegar na hipófise anterior, o GnRH, que é a forma ativa do Pró-GnRH, vai atuar sobre as gonadotropinas- Células responsáveis pela síntese das gonadotrofinas. A partir desse ponto, há a liberação do Hormônio Folículo Estimulante (FSH) e do Hormônio Luteinizante (LH), os quais estimulariam a maturação/desenvolvimento dos ovários e dos testículos.
Entretanto, em virtude da deficiência do Pró-GnRH causado pela ausência da PC1, todo esse mecanismo de maturação das gônodas é inexistente e, por isso, há o quadro de Hipogonadismo na Síndrome de Prader-Willi (SPW)
· MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DO HIPOGONADISMO NA SPW
São três aspectos clínicos relevantes na síndrome de Prader-Willi, são eles:
· Hipoplasia Genital: No sexo feminino, é caracterizado pelo não desenvolvimento adequado do clítores e pela alteração dos pequenos lábios. No sexo masculino, o principal aspecto é a Criptorquidia (Não descida do testículo, através do canal inguinal, para o escroto), a qual pode ser unilateral ou bilateral. Além disso, há o não desenvolvimento do pênis (Micropênis) e a hipoplasia do escroto.
· Atraso do desenvolvimento Puberal: Em virtude do não funcionamento adequado das gônodas, não a produção satisfatória dos hormônios sexuais (Testosterona, Estradiol e progesterona), os quais promoveriam o desenvolvimento puberal e o aparecimento dos caracteres sexuais secundários. 
Assim, o paciente com SPW não vai apresentar o ciclo menstrual (ausência da menarca) no sexo feminino , por exemplo.
· Infertilidade: Devido à ausência da mesntruação, não existe a possibilidade de iniciar uma gestação. Isso ocorre na maioria dos casos, porém a casos de gestações espontâneas, na literatura, de pacientes com SPW.
· TRATAMENTO
O tratamento, do Hipogonadismo na SPW, é semelhante ao adotado na Síndrome de Turner.
No sexo feminino:
O tratamento consiste na reposição hormonal de estradiol e de progesterona, afim de promover o ciclo menstrual e o desenvolvimento puberal. O tratamento é lento e progressivo. Esquema de tratamento:
Durante 6 meses : Adesivo i transdérmico de estradiol apenas a noite- 0,1µg/kg.
De 6meses a 1 ano: Adesivo transdérmico de estradiol durante todo o dia- 0,1µg/kg.
Após 1 ano: Dobra-se a dose, passa a ser de 0,2µg/kg.
 Ao final desse processo, espera-se ter induzido a menstruação (menarca), o que permite iniciar o uso da progesterona por via oral (5 mg ), a fim de regular o ciclo menstrual.
OBS: Deve-se observar as variações do humor da paciente e regular a terapia hormonal caso necessária.
No sexo masculino:
Inicia-se com o uso do gonadotrofina coriónica humana (HCG), a fim de promover a criptorquidia, caso não aconteça, deve-se realizar o procedimento cirúrgico (Orquidopexia) de relocação do testículo na cavidade escrotal- fixando-o na parede do escroto. A orquidopexia deve ser realizada até os dois anos de idade do menino
A não realocação do testículo pode ser prejudicial, uma vez que há chances aumentadas de desenvolver alguma neoplasia no testículo ectópico, em virtude da temperatura do local.
Além disso, deve-se realizar a reposição de testosterona, que é feita de modo intramuscular 1 vez ao mês em uma dose de 50mg, a fim de obter um desenvolvimento puberal do menino,

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