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SOCIEDADE, CONTABILIDADE E TRIBUTO

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Conteúdo:
PLANEJAMENTO 
TRIBUTÁRIO
Filipe Martins 
da Silva
SOCIEDADE, 
CONTABILIDADE 
E TRIBUTO
4
INTRODUÇÃO
Você sabe quem tem a atribuição de instituir tributos e quem tem o dever de 
pagá-los? Embora muitas vezes a carga tributária não seja a mais adequada, ela 
é necessária, pois é fonte de recursos que o ente público tem disponíveis. Neste 
texto, você vai conhecer os principais conceitos sobre contabilidade e tributos. 
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM 
Ao final desta aula unidade, você deverá ser capaz de:
• Reconhecer a aplicação prática e teórica da contabilidade e dos tributos 
perante a sociedade;
• Identificar os conceitos contábeis e tributários;
• Classificar as formas de tributação.
ESTRUTURA BÁSICA DO SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL
Conforme Pêgas (2011), o Sistema Tributário Nacional tem a sua estrutura 
básica definida no Código Tributário Nacional (CTN) (BRASIL, 2012), por 
meio da Lei nº 5.172/1966 (BRASIL, 1966), e suas regras são ditadas de 
forma extensa e rígida na Constituição Federal (CF) de 1988, que define: (1) 
competência tributária de cada ente estatal (arts. 145 a 149 e 153 a 156); (2) 
limitações constitucionais ao poder de tributar (arts. 150 a 152); repartição 
das receitas (arts. 157 a 162); e demais normas (art. 195, disposições 
transitórias, etc.) (BRASIL, 1988).
Pêgas (2011) complementa que a definição de tributo pode ser obtida pela 
transcrição do artigo 3° do CTN, conforme Lei nº 5.172/66 (BRASIL, 1966):
Art. 3° - Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo 
valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção por ato ilícito, instituída 
em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.
Logo, você pode compreender que o tributo deve ser instituído em lei, 
podendo somente ser pago em moeda corrente, independentemente da 
vontade do contribuinte e aplicado mediante situação lícita. Somente a 
5
administração pública pode ministrar o tributo, seguindo estritamente a lei e 
não seguindo critérios de interesses. Segundo Pêgas (2011), o Brasil possui, 
em sua estrutura normativa, quatro espécies de tributárias distintas, que 
você verá a seguir.
Impostos
Segundo Fabretti (2009), imposto é aquele que, uma vez instituído por lei, 
é devido, independentemente de qualquer atividade estatal em relação ao 
contribuinte, ou seja, não está vinculado a nenhuma prestação específica do 
estado ao sujeito passivo.
Para Oliveira (2008), os impostos são tributos cobrados de contribuintes, 
tendo alíquotas e base de cálculo definidas em leis específicas. Pode-se 
citar como exemplo o Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN), 
previsto na CF e normatizados por cada município; o Imposto sobre a 
Circulação de Mercadorias (ICMS), cuja a instituição de regras compete aos 
Estados; e a cobrança do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ), que tem 
sua normatização realizada pela União.
São exemplos de impostos, na esfera federal, o Imposto sobre Produtos 
Industrializados (IPI) e o IRPJ; na esfera estadual, o ICMS; e na esfera 
municipal, o ISSQN. 
Taxas
Rezende, Pereira e Alencar (2010) defendem a ideia de que taxa é um tributo 
vinculado ao exercício regular do poder de polícia, que é entendida como 
atividade pública que aborda o interesse coletivo, como exemplo, citam a 
taxa de controle e a fiscalização ambiental. Vincula-se também à utilização 
do serviço público disponibilizado ao contribuinte, como a taxa de serviços 
administrativos.
O art. 77, Título I, do CTN (BRASIL, 2012) define que as taxas cobradas pela 
União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito 
de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular 
do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público 
específico e divisível prestado ao contribuinte ou posto a sua disposição.
6
 As taxas somente serão devidas quando houver atividade estatal prestada ou 
colocada à disposição do contribuinte. Em razão disso, elas são consideradas 
tributos vinculados, já que são dependentes de ação estatal. As taxas podem 
ser classificada em duas categorias: taxas de serviço público e taxas de poder 
de polícia. As taxas de serviço público têm como fato gerador a prestação de 
algum serviço, e a taxa de poder polícia, conforme Fernandes e Silva (2005, p. 
12) “[...] tem como fato gerador o exercício do poder de polícia.”.
Contribuições de melhoria
Para Abreu (2008) as contribuições de melhoria podem ser instituídas pela 
União, Estados, Municípios e Distrito Federal, e são cobradas dos contribuintes 
mediante benefício trazido por obras públicas. Em consonância com o art. 
81, Título V, do CTN (BRASIL, 2012), a contribuição de melhoria cobrada pela 
União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de 
suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras 
públicas das quais decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a 
despesa realizada e, como limite individual, o acréscimo de valor que resultar 
da obra para cada imóvel beneficiado.
Oliveira et al. (2007) complementam que o impacto causado pelos impostos 
ao contribuinte é maior do que as taxas e contribuições de melhoria, uma vez 
que elas têm pouca significância. De acordo com Fabretti e Fabretti (2005, p. 
53) “[...] esse tributo pode ser cobrado pelo ente federativo que realizar obra 
pública da qual decorra valorização imobiliária. Os contribuintes ou sujeitos 
passivos são os proprietários dos imóveis valorizados pela obra pública.”.
Contribuições sociais 
Segundo o art. 149 da CF de 1988, “[...] compete exclusivamente a União 
instituir contribuições sociais de intervenção no domínio econômico e de 
interesse das categorias profissionais ou econômicas.” (BRASIL, 1988). Ainda 
na CF, o parágrafo 1º, do art. 149, salienta que as contribuições sociais poderão 
ser instituídas para o custeio, em benefício dos servidores, de sistemas de 
previdência e assistência social.
Para um melhor entendimento, as contribuições sociais podem ser 
classificadas em gerais e para seguridade social. Ambas são para financiar 
atividades ligadas à ordem social, porém, nas contribuições sociais gerais, 
não se classifica as ligadas à seguridade social.
7
Impostos indiretos possuem o efeito cascata, ou seja, que é 
o sistema de repassar o imposto para a etapa seguinte (SITE 
CONTÁBIL, 2016). Nessa modalidade, existe a possibilidade de 
compensação dos impostos que incidem sobre a compra das 
mercadorias para revenda ou industrialização, gerando o efeito 
cascata, que, por sua vez, levará o imposto ao consumidor final 
(OLIVEIRA et al., 2007). Em conformidade com o Portal Tributário 
(2016a) “O IPI e o ICMS são impostos indiretos, uma vez que o 
consumidor final é que, de fato, acaba por suportar a carga 
tributária, embora não seja designado pela lei como contribuinte 
desses impostos.”. Conforme evidenciado pelos autores, a 
arrecadação do imposto dessa modalidade será passada para 
etapa seguinte, sendo o produto final onerado pela operação e o 
consumidor tendo que arcar com a carga tributária.
SAIBA
MAIS
Consta no art. 194 da CF (BRASIL, 1988) o conceito de seguridade social como 
“[...] um conjunto integrado de ações de iniciativa dos poderes públicos e da 
sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência 
e à assistência social.”. A seguridade social é financiada pelos recursos 
orçamentários da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, 
recursos estes de arrecadação da sociedade, de forma indireta por meio de 
impostos em geral, e de forma direta pelas seguintes contribuições sociais: 
(1) dos empregadores, incidentes sobre a folha de salários, o faturamento e o 
lucro; (2) dos trabalhadores; (3) sobre a receita de concursos de prognóstico; 
(4) do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei equiparar. 
CONCEITOS TRIBUTÁRIOS
Contabilidade tributária
O Site Contábil (2016) destaca que fazparte da contabilidade a área fiscal, que 
labora na gestão dos tributos de uma entidade. O objetivo da contabilidade 
tributária é manter os impostos em dia e possibilitar a melhor forma de a 
8
empresa viabilizar seu negócio, pois, se ocorrer alguma falha no momento de 
lidar com os tributos, a empresa poderá pagar caro por isso.
O site Rede Jornal Contábil (2016) explica que seja qual for o porte e o 
segmento de um empreendimento, toda empresa tem uma coisa em comum: a 
necessidade de conhecer qual a modalidade de tributação em que está inserida, 
pata saber quanto de tributo terá que pagar. Essa informação é fornecida pela 
contabilidade tributária, também conhecida como contabilidade fiscal. 
Atribuições de tributar
A CF (BRASIL, 1988, p. 113-119) define a competência de cada esfera para 
instaurar os tributos, sendo assim:
1) Federal: compete à União instituir impostos sobre: (1) importação 
de produtos estrangeiros; (2) exportação de produtos nacionais ou 
nacionalizados; (3) renda e proventos de qualquer natureza; (4) operação 
de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários; (5) 
propriedade territorial rural; (6) grandes fortunas.
2) Estadual: compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos 
sobre: (1) transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos; 
(2) operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de 
serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, 
ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior; (3) propriedade 
de veículos automotores. 
3) Municipal: compete aos Municípios instituir impostos sobre: (1) propriedade 
predial e territorial urbana; (2) transmissão intervivos, a qualquer título, por 
ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos 
reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua 
aquisição; (3) serviços de qualquer natureza. 
Fato gerador
O fato gerador é a efetivação da existência de um tributo, ou seja, é a 
causa original do imposto sobre serviços da prestação do serviço. Logo, a 
circulação da mercadoria será o fato gerador do imposto sobre circulação 
de mercadorias, e o imposto de renda terá sua origem na aquisição de 
disponibilidade econômica. (FABRETTI, 2009).
9
Pinto (2013, p. 54) cita o fato gerador do ICMS como as saídas de mercadorias 
do estabelecimento por venda, as prestações de serviços de transporte 
interestadual ou intermunicipal e de comunicações e a entrada de mercadorias 
importadas no estabelecimento comercial ou industrial.
Rezende, Pereira e Alencar (2010, p. 52) destacam que “[...] a alíquota é o 
valor ou percentual definido em lei que, aplicado à base de cálculo, determina 
o montante do tributo a pagar.”. Em harmonia com Oliveira et al. (2007) a 
alíquota é uma porcentagem definida em lei que será aplicada à base de 
cálculo e irá gerar um valor de tributo a recolher. 
Regime de incidência cumulativa
As pessoas jurídicas de direito privado e as equiparadas pela legislação 
do imposto de renda, que apurem o IRPJ com base no lucro presumido ou 
arbitrado, estão sujeitas a incidência cumulativa para tributação do Programa 
de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da 
Seguridade Social (COFINS).
A base de cálculo corresponde ao faturamento mensal, que representa a 
totalidade das receitas auferidas pela empresa, sem deduções de despesas, 
custos e encargos. Nesse regime, as alíquotas aplicáveis são de 0,65% (zero vírgula 
sessenta e cinco por cento) para o PIS e de 3% (três por cento) para a COFINS. 
Regime de incidência não cumulativa
O regime de incidência não cumulativa para o PIS foi instituído pela Lei 
nº 10.637/2002 e para o COFINS pela Lei nº 10.833/2003. Esse regime 
representaria um benefício com a utilização de alguns créditos, como dos 
insumos. Porém, houve aumento das alíquotas para o PIS e para a COFINS, 
passando o PIS a ter uma alíquota de 1,65% e a COFINS de 7,6%.
Tributos incidentes no comércio
1) ICMS: conforme Souza (2002, p. 80), o ICMS é de competência dos Estados e 
do Distrito Federal. Os fatos geradores desse imposto são mencionados em sua 
denominação, mesmo que as operações tenham origem no exterior. A legislação 
básica é contemplada na Lei nº 87/1996 (Lei Kandir) e alterações posteriores.
10
2) PIS: conforme Souza (2002, p. 96), o PIS é outro imposto incidente sobre
as vendas de empresas comerciais. Existiam algumas modalidades de
contribuição do PIS por parte das empresas, como o denominado PIS-repique 
e o PIS calculados obre a folha de pagamento, geralmente em decorrência do
setor de atividade. No entanto, para as empresas comerciais, a modalidade
de cálculo do PIS sempre ocorreu mediante à aplicação de um percentual
sobre a receita bruta com alguns ajustes. A legislação básica que disciplina a
tributação do PIS são as Leis nºs 9.718/1998 e 10.637/2002.
3) COFINS: é incidente sobre as vendas de empresas comerciais. Na
demonstração do resultado do exercício deve constar o valor dessa
contribuição classificada nas deduções das vendas, juntamente com os
impostos incidentes sobre as receitas das empresas comerciais. A legislação
básica que disciplina a tributação da COFINS são as Leis nºs 9.718/1998 e
10.833/2003.
4) Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL): com base no lucro líquido
apurado no final de cada exercício social, as empresas estão obrigadas a
pagar ao Governo Federal uma importância a título de contribuição social
sobre o lucro. Essa contribuição destina-se ao financiamento da seguridade
social. A legislação básica é contemplada na Lei nº 7.689/1988 e alterações
posteriores.
5) IRPJ: com base no lucro líquido apurado no final de cada exercício social, as
empresas estão obrigadas a pagar ao Governo Federal uma importância a título 
de imposto de renda. As regras de tributação do IRPJ estão contempladas,
basicamente, no Decreto nº 3.000/1999, Regulamento do imposto de renda
de 1999 (RIR/99).
Em relação às indústrias, ainda terão que pagar o IPI. Já prestadores de 
serviços, não pagam IPI nem ICMS, mas pagarão o ISSQN. 
11
Sujeito ativo é definido pelo CTN (BRASIL, 2012) como a pessoa jurídica de 
direito público, com capacidade de exigir a execução da obrigação tributária, ou 
seja, é o credor da obrigação tributária. Geralmente é um ente público 
responsável pela arrecadação do tributo devido pelo contribuinte, também 
chamado de sujeito passivo.
A competência tributária é a autorização concedida pela Constituição Federal 
para que a União, os Estados e os Municípios instituam tributos, ressalvadas as 
limitações contidas na Constituição Federal, nas Constituições dos Estados e nas 
Leis Orgânicas do Distrito Federal e dos Municípios. Sua definição consta do art. 
6º do CTN (Lei nº 5.172, de 1966).
A União, os Estados e os Municípios não podem delegar a competência tributária, 
por força do artigo 7º do CTN (Lei nº 5.172, de 1966), abaixo transcrito:
FIQUE
ATENTO
Art. 7º A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das funções de arrecadar 
ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em 
matéria tributária, conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra, nos 
termos do § 3º do artigo 18 da Constituição.
§ 1º A atribuição compreende as garantias e os privilégios processuais que competem à 
pessoa jurídica de direito público que a conferir.
§ 2º A atribuição pode ser revogada, a qualquer tempo, por ato unilateral da pessoa 
jurídica de direito público que a tenha conferido.
§ 3º Não constitui delegação de competência o cometimento, a pessoas de direito privado, 
do encargo ou da função de arrecadar tributos.
12
FORMAS DE TRIBUTAÇÃO
Lucro real
Conforme exposto no art. 247 do RIR/99 (BRASIL, 1999), o lucro real é o 
lucro líquido do período de apuração ajustado pelas adições, exclusões 
ou compensações prescritas ou autorizadas por este Decreto “§ 1º A 
determinação do lucroreal será precedida da apuração do lucro líquido de cada 
período de apuração com observância das disposições das leis comerciais.”. 
O lucro real é apurado pela contabilidade e ajustado pelas adições, exclusões ou 
compensações, obtendo-se, assim, o lucro líquido do período para aplicações 
das alíquotas de IRPJ e CSLL, 15% mais adicional de 10% da diferença de R$ 
20.000,00 mensal e 9%, respectivamente, devendo ser observado o registro 
fiscal, contábil e com específica atenção aos princípios contábeis, normas 
fiscais e comerciais. (PORTAL TRIBUTÁRIO, 2015).
As adições são representadas por despesas contabilizadas e indedutíveis 
para a apuração do lucro real, como multas, doações, brindes, etc. (PORTAL 
TRIBUTÁRIO, 2016d). “Deste modo, os valores lançados na contabilidade, que 
diminuam o lucro, mas que pela legislação do IR e da CSLL são indedutíveis, 
FIQUE
ATENTO
Destaca-se, contudo, que o mesmo artigo 7º do CTN possibilita que a União, os 
estados e os municípios possam atribuir a outras pessoas jurídicas de direito 
público, as funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, 
serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária. Essa delegação 
constitui o que a doutrina chama de delegação da capacidade tributária, a qual 
não afeta a competência tributária. 
Para saber mais sobre o tema, recomenda-se a leitura do artigo disponível em 
https://roaugusto.jusbrasil.com.br/artigos/519115508/competencia-tributaria-
x-capacidade-tributaria
Já o sujeito passivo, ao contrário do sujeito ativo, é obrigado a realizar o 
pagamento daimposição tributária a que foi exposto por ser contribuinte, e que 
tenha relação restrita e objetiva com o fato gerador (BRASIL, 1966).
13
devem ser adicionados ao resultado, pelo Lalur.” (TAX CONTABILIDADE, 
c2010-2016). O CPC (Comitê de Pronunciamentos Contábeis) ([2016?]), 
em sua página na web, ressalta que os resultados, receitas e outros valores 
inseridos na apuração do lucro líquido, que não sejam avaliados no lucro real, 
e os valores cuja subtração, pela sua natureza exclusivamente fiscal, não 
tenham sido computados na apuração do lucro líquido devem ser excluídos 
da base de cálculo do IRPJ e CSLL. 
O lucro líquido, por sua vez, é conceituado pelo art. 248 do RIR/99 nos 
seguintes termos: “Art. 248. O lucro líquido do período de apuração é soma 
algébrica do lucro operacional (capítulo V), dos resultados não operacionais 
(capítulo VII), e das participações, e deverá ser determinado com observância 
dos preceitos da lei comercial.” (BRASIL, 1999).
Esse sistema se aperfeiçoa com a aplicação da alíquota de 15% sobre o lucro 
real. Para complementar a valor a ser recolhido como obrigação tributária 
desses contribuintes, temos ainda o adicional do imposto de renda, que será 
devido mediante à aplicação do percentual de 10% sobre a parcela do lucro 
real que exceder o valor de R$ 60.000,00 em cada trimestre ou R$ 20.000,00 
por cada mês do ano-calendário.
A tributação do lucro real pode ser trimestral ou anual. Neste último caso, 
deverá ser paga por estimativa mensal, aplicando-se sobre a receita bruta 
do mês percentuais idênticos aos dos lucros presumido conforme as 
configurações retratadas no art. 2º da Lei n.º 9.430/1996 (BRASIL, 1996).
Lucro presumido
Conforme o site da RFB (2015) as pessoas jurídicas que não estão obrigadas 
a apuração do ano-calendário pelo lucro real podem usar uma forma mais 
simples de indicar a base de cálculo do IRPJ e da CSLL, utilizando o lucro 
presumido. A base de cálculo da CSLL será estabelecida por meio da aplicação 
do percentual de 12% sobre a receita bruta auferida mensalmente. 
O lucro presumido, ao contrário do lucro real, é o meio mais prático de 
definição da base de cálculo do imposto de renda e da CSLL das pessoas 
jurídicas, pois é aplicado para presumir o lucro com base na receita bruta 
e outras receitas sujeitas à tributação. Geralmente, relaciona-se um lucro 
fixado a partir de percentuais predeterminados, aplicando-os sobre a Receita 
14
Operacional Bruta (ROB). Com o surgimento do resultado, serão somadas as 
outras receitas auxiliares. Dessa maneira, por não se tratar do lucro contábil 
efetivo, e sim uma previsão fiscal, identifica-se de lucro presumido (PORTAL 
TRIBUTÁRIO, 2016).
O grande risco do sistema de lucro presumido é a probabilidade de a empresa 
ser onerada no momento de pagar os impostos e acabar desembolsando 
mais do que realmente deve, caso as margens de lucro efetivas forem 
menores do que a estabelecida pela legislação. Além disso, o contribuinte 
não poderá desatentar na questão das arrecadações do PIS e do COFINS, que 
deverão ser cumulativas. Isto é, os recolhimentos de alíquota de 3,65% sobre 
o faturame to não geram abatimentos de crédito (CONTA AZUL, 2016).
O lucro presumido se aperfeiçoa com a aplicação da alíquota de 15% sobre 
a base de cálculo presumida, que, por sua vez, é o percentual de presunção 
(1,6% a 32%) sobre a receita bruta do trimestre. Para complementar o valor a 
ser recolhido como obrigação tributária desses contribuintes, temos, ainda, 
o adicional do imposto de enda que será devolvido mediante à aplicação
do percentual de 10% sobre a parcela do lucro presumido que excederam o
valor de R$ 60.000,00 em cada trimestre, ou R$ 20.000,00 por cada mês do
trimestre, conforme arts. 541 e 542, do RIR/1999 (BRASIL, 1999).
O imposto de renda com base no lucro presumido é determinado pelo valor 
resultante da aplicação dos percentuais de presunção do lucro (conforme 
o tipo de atividade operacional xercida pela pessoa jurídica que abrange
uma variável de 1,6% a 32%) sobre a receita bruta auferida nos trimestres,
encerrado em 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro
de cada ano-calendário.
A opção pelo lucro presumido é manifestada com o pagamento da primeira 
quota ou quota única do imposto devido correspondente ao primeiro período 
de apuração, sendo considerada definitiva para todo o ano-calendário.
Simples nacional
O simples nacional foi instituído pela LC nº 123/2006 (BRASIL, 2006) e é um 
regime tributário diferenciado, simplificado e favorecido nos termos da lei, 
aplicável às Microempresas (ME) e às Empresas de Pequeno Porte (EPP). O 
15
simples nacional é composto por membros da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios.
Vale ressaltar que são consideradas ME as pessoas jurídicas que aufiram em 
cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a R$ 240.000,00 (duzentos e 
quarenta mil reais); e as EPP são as pessoas jurídicas que aufiram, em cada ano-
calendário, receita bruta superior a R$ 240.000,00 (duzentos e quarenta mil 
reais) e igual ou inferior a R$ 2.400.00,00 (dois milhões e quatrocentos mil reais).
O simples nacional abrange, de acordo com o art. 13 da LC nº 123/2006 
(BRASIL, 2006), o recolhimento unificado dos seguintes tributos: IRPJ, IPI, 
CSLL, COFINS, PIS, Contribuição Patronal Previdenciária (CPP), ICMS e ISQN. 
16
REFERÊNCIAS
ABREU, Andréia. Gestão fiscal nas empresas: principais conceitos tributários 
e suas aplicações. São Paulo: Atlas, 2008.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil 
de 1988. Brasília, DF, 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm>. Acesso em: 21 nov. 2016.
BRASIL. Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999. Brasília, DF, 1999. 
Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D3000.
htm>. Acesso em: 06 dez. 2016.
BRASIL. Lei complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006. Brasília, 
DF, 2006. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/
Lcp123.htm>. Acesso em: 23 dez. 2016. 
BRASIL. Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966. Brasília, DF, 1966. Disponível 
em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5172Compilado.htm>. 
Acesso em: 21 nov. 2016. 
BRASIL. Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996. Brasília, DF, 1996. 
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9430.htm>. 
Acesso em: 23dez. 2016.
BRASIL. Senado Federal. Código tributário nacional. 2. ed. Brasília, DF, 
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