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Módulo Tributo e Segurança Jurídica 
 
SEMINÁRIO II - ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS 
 
• Aluna: Thaís Cristine de Sousa 
Questões 
1. Efetue, de forma fundamentada, proposta de classificação jurídica dos tributos, 
evidenciando os critérios classificatórios adotados. A destinação do produto da 
arrecadação tributária é relevante para a classificação jurídica dos tributos e 
consequente definição das espécies tributárias? Considerar, na análise da 
pergunta, o art. 167, inciso IV, da CF/88, e o art. 4º do CTN. (Vide anexo I). A 
legislação tributária pode proibir a compensação de tributos entre diferentes 
espécies sob a justificativa de que a destinação das receitas são diferentes? 
(Vide REsp 1.449.713) 
 
De início, cumpre esclarecer que a doutrina possui diversas teóricas acerca da 
classificação jurídica dos tributos, sendo: 
 
(i) bipartida, também conhecida como a teoria dualista, entende que os tributos 
são separados em duas espécies, sendo os tributos vinculados a uma 
atuação estatal (taxas e contribuições de melhorias) e os tributos não 
vinculados (impostos), conforme defendido pelo Professor Geraldo Ataliba. 
(ii) Tripartida, que se baseia no art. 5º, do CTN, que entende que os tributos são 
os impostos, taxas e contribuições de melhoria, independente da 
denominação adotada ou da destinação da sua receita (art. 4º, do CTN). 
Segundo o Professor Paulo de Barros Carvalho, esta classificação foi 
adotada pela Constituição Federal, em seu art. 145; 
(iii) Quadripartida, a qual considera que a divisão de tributos em imposto, taxa, 
contribuição e o empréstimo compulsório, conforme defendido por Ricardo 
Lobo Torres e por Luciano Amaro, este último, entretanto, divide as espécies 
tributárias em impostos, taxas (de serviço, de utilização de via pública e 
contribuição de melhoria), contribuições (sociais, econômicas e corporativas) 
e empréstimos compulsórios; e, 
(iv) Pentapartida, que prevê que os tributos são divididos em impostos, taxas, 
contribuições de melhoria, contribuições e empréstimos compulsórios. 
 
A destinação do produto da arrecadação tributária não é relevante para a classificação 
jurídica dos tributos, considerando o que expõe o art. 4º, do CTN. 
 
A legislação tributária não pode proibir a compensação de tributos entre diferentes 
espécies sob a justificativa de que a destinação das receitas são diferentes, vez que o 
art. 170, do Código Tributário Nacional (CTN), permite a compensação de créditos 
tributários com créditos de qualquer natureza do sujeito passivo com a Fazenda Pública. 
Módulo Tributo e Segurança Jurídica 
Não há, portanto, necessidade de o crédito do contribuinte ser desta ou daquela 
espécie, bastando apenas que pertença à mesma Fazenda Pública e obedeça aos 
requisitos legais. 
 
2. Que é taxa? Que se entende por o “serviço público” e “poder de polícia”? (Vide 
anexo II). Há necessidade de comprovação da efetiva fiscalização para cobrança 
da taxa de poder de polícia? (Vide anexos III, IV e V). 
 
Taxa é espécie tributária que pode ser instituída pela União, Estados, Municípios e pelo 
Distrito Federal, devido a utilização, pelo contribuinte, de forma efetica ou potencial, de 
serviço público específico e divisível, ou devido ao exercício do poder de polícia, 
conforme se extrai do art. 145, inciso II, da CRFB/88 e do art. 77, do CTN. 
 
Para Paulo de Barros Carvalho conceitua taxas como sendo tributos que se 
caracterizam por apresentarem, na hipótese da norma, a descrição de um fato revelador 
de uma atividade estatal, direta e especificadamente dirigida ao contribuinte. 
 
Se entende por “serviço público” toda atividade de oferecimento, utilidade ou de 
comodidade material usufruído diretamente pelos administrados, prestados pelo estado 
ou por quem lhe representa, sob um regime de direito público. 
 
No que tange ao poder de polícia, o art. 78, do CTN assevera que considera-se poder 
de polícia a Atividade da Administração Pública que, limitando ou disciplinando direito, 
interesse ou liberdade, regula a pratica de ato ou abstenção de fato, em razão de 
interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, a 
disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas 
dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou 
ao respeito à propriedade e os direitos individuais ou coletivos. Trata-se de uma não 
ação, uma atividade negativa 
 
Não há necessidade de comprovação da efetiva fiscalização para cobrança da taxa de 
poder de polícia, inclusive porque o ente fiscal encontra-se no exercício de atividade 
administrativa (poder de polícia) e, como tal, goza de certas prerrogativas (relação 
jurídica verticalizada), atraindo para seus atos a presunção relativa de legitimidade, 
decorrência dos princípios da supremacia e da indisponibilidade do interesse público. 
Neste sentido é o julgado do AgRg no Resp 1078480/MG que tratou da taxa de 
fiscalização de anúncios. 
 
3. Que diferencia taxa de preço público? (Vide voto do Min. Carlos Velloso na ADI 
447). Os serviços públicos de energia elétrica, água e esgoto, quando prestados 
diretamente pelas pessoas jurídicas de direito público, são remuneráveis por taxa? 
E no caso de concessão desses serviços? (Vide anexos VI e VII). E os serviços 
que, embora prestados pelo Poder Público, são suscetíveis de prestação pela 
iniciativa privada em regime concorrencial? (Vide anexo VIII). 
Módulo Tributo e Segurança Jurídica 
 
Tanto na taxa quanto no preço público há a presença do interesse público. 
 
Conforme demonstrado na questão anteriro, a taxa é espécie tributária que tem como 
caracteristica, em sua hipótese normativa, a descrição de fato de uma ação estatal 
específica, vinculada e individuzada ou individualizável, ou seja, as taxas são uma 
prestação estatal voltada ao contribuinte regidas pelo direito público. 
 
Já o preço público, conforme define o Professor Paulo de Barros Carvalho, “consiste na 
remuneração decorrente da prestação de serviço de interesse público, ou do fornecimento 
ou locação de bens públicos, efetivada em regime contratual e não imposta 
compulsoriamente às pessoas”1, sendo que o preço público remunera o serviço público 
prestado, sob regime de direito privado, por meio de empresas concessionárias. 
 
Destaca-se que a taxa é cobrada de forma compulsória, trata-se de um tributo, é 
obrigatória e assumida por imposição de lei, só se desfaz com a revogação da lei, cobrada 
pela administração direta e indireta, respeita o regime jurídico tributário, comporta atuação 
extrafiscal do estado, fiscalizada pelo judiciário, gera responsabilidade objetiva do estado 
e é criada por prazo indeterminado. 
 
Por fim, cumpre trazer a disposição da súmula 545, do STF: “Preços de serviços públicos 
e taxas não se confundem, porque estas, diferentemente daqueles, são compulsórias e 
tem sua cobrança condicionada a prévia autorização orçamentária, em relação a lei que 
as instituiu”. 
 
Os serviços públicos de energia elétrica, água e esgoto, quando prestados diretamente 
pelas pessoas jurídicas de direito público, podem ser remunerados por taxas diante da 
sua essencialidade. 
 
Entretanto, no caso de concessão dos serviços poderá ser cobrado por meio de tarifa, 
nos termos do inciso III, do p.u., do Art. 175, da CRFB/88. 
 
Os serviços que, embora prestados pelo Poder Público, são suscetíveis de prestação pela 
iniciativa privada em regime concorrencial são remunerados por preço público, conforme 
se pode extrair do REsp n. 1.452.956/PR. 
 
 
4. Há necessidade do valor exigido a título de taxa referir-se ao custo do serviço 
prestado? Caso essa referibilidade não seja verificada, é possível a restituição? 
No caso de excessiva dificuldade de mensurar o custo do serviço prestado, como 
fixar a base de cálculo da taxa? (considerar em sua resposta o exemplo das taxas 
 
1 Direito Tributário Linguageme Método. 3 ed. São Paulo: Noeses, 2009, p. 404. 
Módulo Tributo e Segurança Jurídica 
judiciais – vide anexos IX, X e XI) 
 
Levando em consideração que as taxas têm como fato gerador o exercício regular do 
Poder de Polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e 
divisível, prestado ao contribuinte ou colocado a sua disposição. Assim, parte da doutrina 
entende que, quem se beneficiar da atuação do Poder Público, deve retribui-lo com o 
pagamento da taxa. 
 
Deste modo, entende Carrazza que “a taxa é uma prestação que se inspira no princípio 
do correspectividade, tomado no sentido de troca de utilidade ou, se preferirmos de 
comutatividade. É preciso que o Estado faça algo em favor do contribuinte, para dele 
poder exigir, de modo válido, esta particular espécie tributária”. 
 
Considerando que a taxa é classificada como uma espécie tributária vinculada a uma 
atuação estatal específica e divisivel, se faz necessária a presença da referibilidade da 
taxa, isto é, o particular recebe um benefício e, em troca, remunera o Estado por isso. 
 
Caso essa referibilidade não seja verificada, é possível a restituição sob o argumento 
enriquecimento ilícito do estado, bem como pelo fato das taxas não podem e não 
objetivam o lucro. 
 
No caso de excessiva dificuldade de mensurar o custo do serviço prestado, como fixar a 
base de cálculo da taxa poderá ser usado como alternativa a adoção dos valores fixos 
retirados da atividade econômica do contribuinte específico, não podendo ter base de 
cálculo própria de imposto. 
 
5. Sobre a contribuição de melhoria pergunta-se: (i) Quais os requisitos e limites à 
cobrança da contribuição de melhoria? (ii) A Lei que a institui deve ser produzida 
antes do início da obra ou pode ser posterior à sua conclusão e à valorização 
imobiliária? Se for apresentado laudo comprovando a perspectiva de gastos, 
poderia ser exigido o tributo antes da conclusão da obra e da valorização 
imobiliária? (Vide anexos XII e XIII). 
 
A instituição de contribuição de melhoria está prevista no art. 145, III da CF, no Código 
Tributário Nacional (CTN) nos arts. 81 e 82, bem como no Decreto 195/67. 
 
A contribuição de melhoria se trata de tributo cobrado pelo Estado em decorrência de 
obra pública que proporciona valorização do imóvel do contribuinte, o valor do tributo 
em questão não pode ultrapassar o real valor de valorização do bem imóvel, bem como, 
a soma de todas as contribuições não podem ultrapassar o valor total da obra. 
 
Os requisitos e limites à cobrança da contribuição de melhoria estão previstos pelo art. 
82, do CTN e nos arts. 5, 11, 12 e 13, do Decreto-Lei 195/97 
Módulo Tributo e Segurança Jurídica 
 
A cobrança da contribuição de melhoria deve ser realizada após a conclusão da obra, 
considerando a existência de condições de mensurar o valor de mercado do bem, o real 
gasto realizado. 
 
A cobrança após finalizada a obra não viola o princípio da irretroatividade, pois o fato 
gerador da contribuição só ocorre se a realização da obra pública gerar uma valorização 
no imóvel do contribuinte. 
 
O dever de pagar o tributo está condicionado a regra matriz de incidência tributária, 
sendo que, se for apresentado laudo comprovando a perspectiva de gastos, o fato 
gerador não ocorreu, não gerando obrigação do sujeito passivo. 
 
6. Os adicionais ao IPI, ICMS e ISS sobre supérfluos destinados ao Fundo de 
Combate a Erradicação da Pobreza, constantes do Ato das Disposições 
Constitucionais Transitórias (art. 79, introduzido pela EC n. 31/00), se 
enquadram em qual espécie? Pode o “adicional” de imposto ter destinação 
específica? E ser de natureza tributária diversa do tributo adicionado? (Vide 
anexos XIV e XV e XVI) 
 
Os adicionais ao IPI, ICMS e ISS possuem espécie de contribuição, considerando que 
o requisito finalístico da instituição destes adicionais para o combate e erradicação daa 
pobreza. Este adicional deve ter destinação específica sob pena de desvio de finalidade 
e inconstitucionalidade da sua criação. 
 
A regra geral é de que não poode o “adicional” de imposto ter destinação específica, 
não podendo ter a vinculação do produto da arrecação, no entanto, para o ICMS, não é 
aplicável a referida regra, vez que os adicionais do ICMS devem ser integralmente 
destinados a seus fundos específicos2. 
 
 
 
 
 
2 Artigos 80, §1º e 82, §1º, do ADCT.

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