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Condução transiente: o método da capacitância concentrada COEQ 0033 - Fenômenos de Transporte II Profª. Drª. Audirene Amorim Santana Paixão Condução transiente • Trata-se de um processo de troca de calor no qual a temperatura varia com o tempo, assim como com a posição dentro de um sólido. • Exemplos de condução transiente? Condução transiente • Este processo é iniciado sempre que o sistema sofre uma mudança nas condições de operação e ocorre até que um novo estado estacionário (equilíbrio térmico) seja atingido. Imagine um sólido de metal forjado que é temperado ao ser imerso em um líquido: •O que vai acontecer com a temperatura do corpo com o passar do tempo? • A temperatura do sólido diminui até atingir a temperatura do fluido no estado estacionário. •Como podemos descrever a variação de temperatura do corpo? • Neste caso, a equação do calor inclui o termo de variação da temperatura com o tempo. Em coordenadas esféricas: t T Cq T senk senr 1T k senr 1 r T rk rr 1 p 222 2 2 • Poderíamos simplificar esta equação? t T Cq T senk senr 1T k senr 1 r T rk rr 1 p 222 2 2 t T C r T rk rr 1 p 2 2 • A condução transiente pode ser causada por: –Mudanças nas condições de convecção na superfície (ex.: um metal quente jogado na água)-mudanças em h,T –Mudança nas condições de radiação na superfície- mudanças em hr,Tviz – Fluxo de calor em uma superfície –Geração interna de energia • Métodos de solução de problemas transientes: –Método da capacitância concentrada –Métodos de solução exata –Métodos de solução numérica Método da capacitância concentrada • Baseia-se na suposição de que a distribuição da temperatura seja espacialmente uniforme (em todos os pontos), para todo o processo transiente: T(r,,,t)~T(t). • Vamos imaginar a mesma situação: • Um sólido de metal forjado é temperado ao ser imerso em um líquido: • Neste caso, já vimos que a equação do calor simplificada é: t T C r T rk rr 1 p 2 2 )t,r(T • Já vimos também que a temperatura do sólido diminui até atingir a temperatura do fluido no estado estacionário. • Como deve ser a distribuição de temperatura no sólido com a posição radial? • Ou seja, para um tempo t=t1, T(r=0) >, < ou = Tsuperfície ? • Deve haver um gradiente de temperatura T(r), com T(r=0)> Tsuperfície • Quando podemos aproximar T(0,t)=T(r,t) =T(t)? • Quando a condutividade for muito alta (k) • Neste caso a resistência à condução no interior do sólido é pequena comparada com a resistência à transferência de calor entre o sólido e sua vizinhança. • Em termos de fluxo: 0 dr dT k"q Se há fluxo, k= verdadeiro 100% é nunca prática na O número de Biot e a validade do método da capacitância concentrada • A simplicidade inerente ao método da capacitância concentrada o torna um dos métodos preferidos de solução dos problemas de condução transiente. • No entanto é importante determinar em que condições ele é aplicável. • Nº de Biot (parâmetro adimensional): onde: h:coeficiente de convecção ou radiação k: condutividade térmica Lc: comprimento característico do sólido lsuperficia área volume Lc k hL Bi c Interpretação física do nº de Biot: • Como fica o balanço de superfície em x=L? Ts,1>Ts,2>T Interpretação física do nº de Biot: TThATT L kA 2s2s1s rearranjando Ts,1>Ts,2>T Bi k hL R R hA/1 kA/L TT TT conv cond 2s 2s1s • Qual o comprimento característico Lc para a parede? Ts,1>Ts,2>T lsuperficia área volume Lc • Qual o comprimento característico Lc para a parede? Ts,1>Ts,2>T L A LA lsuperficia área volume Lc • Interpretação física: • Critério para aplicabilidade do método da capacitância concentrada: Bi <<1 Por quê? fluido/sólido sólido convectiva condutiva T T R R k hL Bi Ts,1>Ts,2>T Rcond<<Rconv • Na prática o método da capacitância concentrada é válido para Bi<0.1 •Parede imersa em um fluido de temperatura menor em t=0 considerando diferentes números de Biot • O método da capacitância concentrada: • Considerando convecção, radiação, aplicação de fluxo de calor (por exemplo, colocando aquecedor elétrico ou de placa na superfície) e geração de energia interna. •Em t=0 T=Ti>T,Tviz q ovolumétric e q lsuperficia oaqueciment o se-iniciam 0t Em " s • Desprezando os gradientes de temperatura com a posição, podemos fazer um balanço de energia (ao invés de usar a equação do calor): sge ar EEE dt dE •Como fica a equação? )TT(Ah)TT(hAEAq dt dT VC vizrrcgf " s • A solução da equação é numérica, mas em alguns casos especiais, podemos encontrar soluções exatas. )TT(Ah)TT(hAEAq dt dT VC vizrrcgf " s • Casos especiais: soluções exatas –Radiação desprezível: )TT(Ah)TT(hAEAq dt dT VC vizrrcgf " s )TT( VC hA VC EAq dt dT cgf " s • Fazendo T-T, obtemos uma equação diferencial não homogênea: )TT( VC hA VC EAq dt dT cgf " s a VC hA b VC EAq dt d cgf " s • Fazendo ’=-b/a, podemos obter uma equação diferencial homogênea: • Voltando para a variável temperatura, a solução da equação é: ab dt d 'a dt 'd )atexp(1 TT a/b )atexp( TT TT ii • O que acontece com a temperatura quando atingimos o estado estacionário (t)? )atexp(1 TT a/b )atexp( TT TT ii • O que acontece com a temperatura quando atingimos o estado estacionário (t)? )atexp(1 TT a/b )atexp( TT TT ii 0 0 a/bTT ou a/bTT a VC hA b VC EAq dt d cgf " s a/bTT •Por que a temperatura da parede não é igual à do fluido no estado estacionário? a VC hA b VC EAq dt d cgf " s • A temperatura não é igual à do fluido porque há geração e fluxo de energia • Casos especiais: soluções exatas –Radiação, fluxo e geração desprezíveis: • Como fica a equação? )atexp(1 TT a/b )atexp( TT TT ii a VC hA b VC EAq dt d cgf " s • Casos especiais: soluções exatas –Radiação, fluxo e geração desprezíveis: ii )atexp( TT TT • t é a constante de tempo térmica: • Quanto maior t, mais tempo será requerido para que novo estado estacionário seja atingido após uma mudança no ambiente térmico. ) t exp()t VC hA exp()atexp( t c i t C ,aconcentrad térmica capacidade t R ,térmica aresistênci VC hA 1 c t t conforme Rt e Ct a VC hA dt d c • Qual a temperatura no estado estacionário? ) t exp( TT TT tii • Quando t: TT0 TT TT 0 ii • Quando t= : /i=0.368 )1exp() t exp( ti estado estacio- nário • O coeficiente de transferência de calor para o escoamento de ar sobre uma esfera pode ser determinado pela observação do comportamento da temperatura da esfera com o tempo. Uma esfera de cobre com diâmetro de 15 mm está a 60°C antes de ser inserida em uma corrente de ar a 25°C. Um termopar na superfície externa da esfera indica 55°C 40 s após a esfera ser imersa na corrente de ar. (a) Considere que a esfera é isotérmica no espaço e calcule o coeficiente de transferência de calor (b) Verifique se a esfera poderia ter sido considerada isotérmicano espaço. Justifique. • Dados para o cobre: =8933 kg/m3, Cp = 389 J/kgK, k = 398 W/mK.
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