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TIPOS DE SOLOS BRASILEIROS LISTA DE ILUSTRAÇÕES FIGURA 1 - Latossolo ................................................................................................. 5 FIGURA2 – Luvissolo .................................................................................................. 6 FIGURA3 – Chernossolo ............................................................................................. 7 FIGURA4 – Espodossolo ............................................................................................ 9 FIGURA5 – Planossolo ............................................................................................. 10 FIGURA6 – Plintossolo.............................................................................................. 11 FIGURA7 – Neossolo Litólico .................................................................................... 12 FIGURA8 – Nitossolo ................................................................................................ 13 FIGURA9 – Vertissolo ............................................................................................... 15 FIGURA10 – Solo Argiloso ........................................................................................ 16 FIGURA11 – Cambissolo .......................................................................................... 18 FIGURA12 – Paisagem de Ocorrência do CX ........................................................... 18 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 4 2 REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................................ 5 2.1 Latossolo .................................................................................................................. 5 2.2 Luvissolo ................................................................................................................... 6 2.3 Chernossolo ............................................................................................................. 6 2.4 Espodossolo ............................................................................................................. 8 2.5 Planassolo ................................................................................................................ 9 2.6 Plintossolo .............................................................................................................. 10 2.7 Neossolo ................................................................................................................. 11 2.8 Nitossolo ................................................................................................................. 12 2.9 Vertissolo ................................................................................................................ 13 2.10 Solos Argilosos .................................................................................................... 15 2.11 Cambissolos ......................................................................................................... 17 2.12 Organossolo ......................................................................................................... 19 2.13 Gleissolos ............................................................................................................. 19 REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 21 4 1 INTRODUÇÃO O solo é um dos recursos indispensáveis para a sobrevivência humana e dos demais seres vivos, justamente porque há uma diversidade muito grande de tipos de solos, e cada um tem características próprias, que facilitam ou dificultam as atividades humanas sobre estes. Com o objetivo de estudo e melhor entendimento dos solos brasileiros, serão abordados 13 tipos de solos diferentes encontrados no Brasil, sendo eles: Argissolos, cambissolos, chernossolos, espodossolos, gleissolos, latossolos, luvissolos, neossolos, nitossolos, organossolos, planossolos, plintossolos e vertissolos. Classificação feita de acordo com o Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. O Solo é um corpo natural formado por uma parte sólida, que é composta de minerais e matéria orgânica, partes líquidas e gasosas. A sua formação é influenciada pelo intemperismo das suas rochas de origem. Os solos não são todos iguais e podem variar mesmo em pequenos espaços do terreno. Eles possuem cores, texturas e estruturas diferentes. A quantidade e das chuvas, radiação solar, a temperatura do ambiente, umidade do terreno, a declividade, ou a existência de plantas no local, são fatores que interferem nas características dos solos. Para um engenheiro civil, sob o ponto de vista da mecânica dos solos, solo é um corpo passível de ser escavado, sendo utilizado dessa forma como suporte para construções ou material de construção. 5 2 REFERENCIAL TEÓRICO O Brasil é caracterizado por ser um pais com extensões continentais, assim sendo rico em sua fauna, flora e diversos aspectos. Vamos dar uma abordagem aos principais tipos de solo encontrados em nosso país, nos quais são divididos em treze tipos: 2.1 Latossolo O solo mais abundante em território brasileiro cobrindo cerca de 50% do território nacional. É um solo antigo encontrado principalmente no cerrado. Caracterizados por serem solos profundos, que sofreram muito com a ação do intemperismo, dessa forma é um solo com pouca fertilidade natural. É encontrado nos horizontes A, B e C (SANTOS, 2013). Conforme SANTOS, H.G (2013, p 256)Solo para bom desenvolvimento vegetal, pois tem um potencial argiloso com elevada retenção de água, boa densidade e drenagem. Com adubação e adição de cal ao solo para corrigir a acidez se torna um solo excelente para as praticas agrícolas. As cores variam do vermelho escuro ao amarelo senso um solo rico em ferro e alumínio(SANTOS, 2013). Figura 1: Latossolo. 6 2.2 Luvissolo Solo raso e pouco profundo, rico em alumínio, cálcio, potássio, magnésio, sódio e argila. Presente em áreas de clima seco, como o sertão nordestino. Encontrada no horizonte A na maioria das vezes, mas pode aparecer também no B. Tem altos teores de silte e sua superfície é composta de um revestimento pedregoso(SANTOS, 2013). Altamente frágeis à erosão apresentando cores claras, devido à concentração de sódio e pouca água nele presente, este solo apresenta dificuldades para que as raízes nele se infiltrem (SANTOS, 2013). Esses solos desenvolvem-se principalmente a partir de gnaisses e micaxistos, com ou sem contribuição de materiais transportados, podendo também ser formados a partir de outras rochas, como filitos, folhelhos, siltitos, calcários e sedimentos(JACOMINE; P.K. T; CAVALCANTI, 1975). Figura 2: Luvissolo. 2.3 Chernossolo Chernossolo é um tipo de solo mineral, caracterizado pela cor escura, argila de alta atividade e alta saturação de bases. Está entre as classes de solos mais férteis e agricultáveis. Possuem uma camada superficial (Horizonte A) muito rica em matéria orgânica e nutriente para as plantas, como cálcio, magnésio e potássio. Em virtude da alta concentração de matéria orgânica, é comum encontrarmos exemplares desse tipo de solo com uma 7 coloração preta. São comuns em regiões com grande disponibilidade de matéria orgânica e com grande quantidade de rochas ricas em cálcio, magnésio e potássio, como na região sudoeste dos Pampas (SILVA, 2016). De acordo com Olímpia Silva (2016) os Chernossolos são constituídos por material mineral, com teor de matéria orgânica insuficiente para ser classificado como Organossolo. Contém alta saturação por bases, geralmente maior que 70%. Também possuem características como argila com elevada atividade (Ta),na prática, apresentando rachaduras. E possuem um PH desde moderadamente ácido a fortemente alcalino. Podem estar fortemente associados a um material de origem calcário, embora possam estar associados a outras rochas que possam permitir a formação de solo com alto teor de cátions de reação alcalina principalmente cálcio e magnésio (SILVA, 2016). No Brasil são pouco frequentes, ocorrendo principalmente no interior do nordeste, favorecido pela baixa pluviosidade, entre outros fatores. Seu uso agrícola está limitado pela deficiência de água. Encontra-se presente também no sul do Brasil, em função do basalto e do clima moderado, porém seu uso é limitado pela presença de pedras e pela topografia, em pequenas áreas entremeado geralmente por Cambissolos e Neossolos. São frequentes no pampa argentino, nas pradarias do meio oeste dos EUA, na Ucrânia, na Rússia, entre outros (SILVA, 2016). Figura 3: Chernossolo. 8 2.4 Espodossolo Espodossolos são solos arenosos, geralmente ácidos e sem muitos nutrientes para plantas em sua camada superficial. São constituídos por material mineral, apresentando horizonte B espódico, imediatamente abaixo de horizonte E, ou horizonte hístico, dentro de 200 cm da superfície do solo ou de 400 cm se a soma dos horizontes A+E ou dos horizontes hístico (com menos de 40 cm) + E ultrapassar 200 cm de profundidade(PEREZ, 2010). No campo, pode ser identificada pela cor do horizonte espódico, que varia desde cinzenta, de tonalidade escura ou preta, até avermelhada ou amarelada, e pela nítida diferenciação de horizontes. Podem apresentar um horizonte cimentado como fragipã, duripã ou “ortstein” subjacente ao horizonte espódico.Verifica-se a atuação do processo de perda de compostos de alumínio com ou sem ferro em presença de húmus ácido e consequente acumulação desses constituintes em profundidade (ZARONI; SANTOS, 2012). Segundo Zaroni e Santos (2012) os Espodossolos são, em geral, moderados a fortemente ácidos, normalmente com saturação por bases baixa (distróficos), podendo ocorrer altos teores de alumínio extraível. A textura é predominantemente arenosa, sendo menos comumente textura média e raramente argilosa no horizonte B espódico. Também variam de pouco profundos até muito profundos. A drenagem é muito variável, havendo estreita relação entre profundidade, grau de desenvolvimento, endurecimento ou cimentação do horizonte diagnóstico e a drenagem do solo. São originários, principalmente, de materiais arenoquartzosos, sob condições de clima tropical e subtropical, em relevo plano, suave ondulado ou ondulado. Ocorrem em locais de umidade elevada, em áreas de surgente, abaciamentos e depressões, sob os mais diversos tipos de vegetação.São muito encontrados na Amazônia Ocidental, Centro-Sul de Roraima e em algumas regiões litorâneas, principalmente nos estados de Alagoas, Sergipe, Bahia, Espírito Santo e Rio Grande do sul (SILVA, 2016). De acordo comZaroni e Santos (2012)as principais limitações desta classe de solo estão relacionadas à sua textura arenosa, presença de horizonte de impedimento e baixa fertilidade. A presença de horizonte fragipã, duripã ou “ortstein” pode causar impedimento à penetração das raízes e à infiltração de água. 9 O Espodossolo não apresenta normalmente aptidão agrícola, sendo indicados para áreas de conservação ambiental. No entanto, verifica-se que, em algumas áreas, os Espodossolos podem ser utilizados para pastagem. Identificam-se, também, áreas de Espodossolos utilizadas com a cultura de coco (ZARONI; SANTOS, 2012). Figura 4: Espodossolo. 2.5 Planassolo Normalmente ocorrem em áreas que possuem cotas baixas, de suaves ondulações e planas. São pouco profundos, com horizonte de cor clara e textura arenosa, junto a um horizonte B plânico, com textura argilosa ou muito argilosa e pouco permeável. Estes solos têm elevados valores de soma de bases e de saturação por bases e também grandes quantidades de minerais primários, que fornece nutriente para as plantas (JARBAS, 2008). Segundo Tony Jarbas (2008) Devido ao relevo plano ou suave ondulado não existe empecilho à motomecanização agrícola, exceto quando as áreas com estes solos encontram-se encharcadas. Ocupam grandes extensões na região, sobretudo na zona do Agreste de Pernambuco e áreas de clima similar ao dos estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Alagoas, Bahia, Sergipe e Paraíba. As áreas onde predominam estes solos perfazem um total de 78.500 km2 e constituem 10,5% da região semiárida. 10 Figura 5: Planossolo. As características dos planossolos são imperfeitamente ou mal drenadas, horizonte superficial ou subsuperficial eluvial, de textura mais leve que contrasta abruptamente com horizonte B plânico imediatamente subjacente, B plânico adensado, muita argila, baixa permeabilidade, lençol freático suspenso de existência temporária, mudança textural abrupta. Estrutura forte grande blocos angulares, cores do B pouco vivas (JARBAS, 2008). 2.6 Plintossolos É uma classe de solos constituídos por material mineral, apresenta horizonte plíntico, litoplíntico ou concrecionário, todos se devem a segregação localizada de ferro, que age como cimentação. Possui propriedades solódica e sódica. Por serem formados sob condições de restrição à percolação da água ou sujeitos ao efeito temporário de excesso de umidade, são normalmente, imperfeitamente ou mal drenados. Tem ocorrência relacionada a terrenos de várzeas, áreas com relevo plano ou suavemente ondulado e, menos frequentemente, ondulado, em zonas geomórficas de baixada (SANTOS, 2016). De acordo com Santos, Sheila (2016, p.8) Horizonte Plíntico possui presença de plintita ≥ 15% (volume) e espessura de pelo menos 15 cm, horizonte mineral B e/ou C que apresenta um arranjo de cores vermelhas e acinzentadas ou brancas, com ou sem cores amareladas ou brunadas, formando um padrão reticulado, poligonal ou laminar, atextura é francoarenosa ou mais fina, a estrutura é variável e se forma em terrenos com lençol freático alto ou que pelo menos apresente restrição temporária à percolação da água. 11 Horizonte Concrecionário é constituído de 50% ou mais de material grosseiro do tipo nódulos ou concreções de ferro ou de ferro e alumínio, possui textura terrosa variada ou material grosseiro. Já o horizonte Litoplíntico é constituído por petroplintita contínua ou praticamente contínua, constitui um sério impedimento para penetração de raízes e ao livre fluxo de água (SANTOS, 2016). Figura 6: Plintossolos. 2.7 Neossolo Solo composto por material mineral ou por material orgânico pouco espesso, com insuficiência de manifestação dos atributos diagnósticos que caracterizam os diversos processos de formação dos solos em razão de maior resistência do material de origem ou dos outros fatores de formação (clima, relevo ou tempo) que podem limitar ou limitar o desenvolvimento dos solos. Ocupam aproximadamente 13,18% do território brasileiro, constituindo- se no terceiro maior tipo de solo. Os Neossolos podem apresentar alta ou baixa saturação por bases, acidez e altos teores de alumínio e de sódio. Variam de solos rasos até profundos e de baixa a alta permeabilidade (Embrapa, 2006). Subdividem-se em três subgrupos: Os Neossolos litólicos ou Neossolos Regolíticos de baixa profundidade, os Neossolos quartzarênicos de baixa retenção de água e os Neossolos Flúvicos de elevada susceptibilidade à inundação (Embrapa, 2006). 12 Conforme SANTOS, H.G(2013). Abrangem diversos ambientes climáticos, associados desde áreas de relevos muito movimentados (ondulados a montanhosos) até as áreas planas, sob a influência do lençol freático (figura 2). Quanto ao material de origem, variam desde sedimentos aluviais até materiais provenientes da decomposição de rochas do cristalino (pré-cambriano). Figura7: Neossolo Litólico. 2.8 Nitossolo Solos constituídos por material mineral, não hidromórfico, sendo definido pela presença de horizonte diagnóstico subsuperficial B nítico em sequência a qualquer tipo de horizonte A. Apresentam baixa atividade da argila, podendo apresentar caráter alítico imediatamente abaixo do horizonte A ou dentro dos primeiros 50 cm do horizonte B. O horizonte diagnóstico B nítico é caracterizado pelo desenvolvimento de estrutura e de cerosidade, mas apresenta relação textural (B/A) menor que 1,5 o que exclui solos com incremento no teor de argila requerido para a maior parte do horizonte B textural. Apresentam textura argilosa ou muito argilosa (Embrapa, 2006). A policromia deve ser utilizada como critério adicional na distinção entre Nitossolos e Argissolos Vermelhos ou Vermelho-Amarelos nas situações em que forem coincidentes as demais características. Os Nitossolos praticamente não apresentam policromia acentuada no perfil (Embrapa, 2006). De acordo com SANTOS, H.G. (2013) esta classe de solo está mais relacionada ao material de origem, sendo originada de rochas básicas (p.ex: basalto, diabásio) e rochas calcáreas, podendo, também, estar associada a rochas intermediárias (p.ex: gnaisses, charnoquitos). 13 São profundos, bem drenados, de coloração variando de vermelha a brunada. Em geral, são moderadamente ácidos a ácidos, apresentando saturação por base alta ou baixa com composição caulinítico- oxídica implicando na presença de argila de atividade baixa (SANTOS, 2013). São identificados em diversos ambientes climáticos, estando normalmente associados às áreas de relevos desde suave ondulado a forte ondulada (SANTOS, 2013). Figura 8: Paisagem, cobertura vegetal e relevo da classe dos Nitossolos. Os Nitossolos podem apresentar alta (eutróficos) ou baixa (distróficos) fertilidade natural, acidez ligeiramente elevada e teores variáveis de alumínio. Em áreas mais planas, os Nitossolos, principalmente os de maior fertilidade natural e de maior profundidade, apresentam alto potencial para o uso agrícola (SANTOS, 2013). 2.9 Vertissolo Segundo, Embrapa (2006), são solos constituídos por material mineral com horizonte vértico dentro de 100 cm de profundidade e relação textural insuficiente para caracterizar um B textural. Elevada capacidade de armazenamento de água. Teor de argila, após mistura e homogeneização do material de solo, nos 20 cm superficiais, de no mínimo 300g/kg de solo. Predomínio de argilas expansivas. As maiores áreas de Vertissolos no globo terrestre localizam-se no Sudão. Austrália, e Índia, mas também ocorrem na África, Etiópia, México, Estados Unidos, Argentina, Bolívia, Paraguai e Brasil. Morfologicamente os Vertissolos são muito pouco permeáveis, apresentam a sequência de 14 horizontes A-C, geralmente possuem cores neutras ou amareladas, é moderadamente profunda, a textura é argilosa ou muito argilosa, a estrutura do tipo cuneiforme, inclinada no perfil, a consistência úmida é extremamente firme, e quando molhados são muito plásticos e muito pegajosos (EMBRAPA, 2016). Os Vertissolos têm grande presença no ambiente semiárido do nordeste brasileiro. Por suas características intrínsecas, destacadamente a presença de argilas expansivas, necessitam de um manejo especial. Os Vertissolos ocorrem pouco expressi- vamente nos Estados do Mato Grosso do Sul, Ceará, Rio Grande do Sul, e Bahia. Quimicamente os Vertissolos são sempre eutróficos; ou seja, ricos em bases, principalmente cálcio, e a CTC da argila é muito elevada (EMBRAPA, 2016). Os Vertissolos são sempre muito consistentes geneticamente porque é adensada, por isso a subsolagem tem efeito somente por poucos dias, logo voltam na condição de muito consistentes. Se forem compactados na camada arável aumenta o problema de consistência em todo perfil (EMBRAPA, 2016). De acordo com, Embrapa (2006), as áreas onde predominam estes solos perfazem um total de 10.187 Km2 e constituem 1,3 % da região semiárida. Sua consistência é determinada em três fases, sendo elas: Seca- Muito dura extremamente dura; Úmida- Firme e extremamente firme; Molhada- Muito plástica e muito pegajosa. O 2° Nível categórico (Subordem), é composto por três distintas categorias, são elas: Vertissolos Hidromórficos: São solos com horizonte gleil dentro dos primeiros 50 cm, ou entre 50 e 100 cm desde que precedido por horizonte de cores acinzentadas. Vertissolos Ebânico: São solos com caráter ebânico, na maior parte dos horizontes, dentro de 100 cm da superfície. Vertissolos Háplicos: outros Solos que não se enquadram nas classes anteriores. 15 Figura 9: Hidromórficos (PE), Vertissolo. 2.10 Solos Argilosos O terreno argiloso caracteriza-se pelos grãos microscópicos, de cores vivas e de grande impermeabilidade. Como consequência do tamanho dos grãos, as argilas são fáceis de serem moldadas com água, têm dificuldade de desagregação, formam barro plástico e viscoso quando úmido e permitem taludes com ângulos praticamente na vertical. É possível achar terrenos argilosos cortados assim onde às marcas das máquinas que fizeram o talude duraram dezenas de anos (EMBRAPA, 2016). Em termos de comportamento, a argila é o oposto da areia. Devido à sua plasticidade e capacidade de aglutinação, o solo argiloso é usado há milhares de anos como argamassa de assentamento, argamassa de revestimento e na preparação de tijolos (EMBRAPA, 2016). As lendárias Torres de Babel, assim como todas as edificações importantes da Babilônia, foram feitos de tijolos de barro cozidos ao sol. A maior parte do solo Brasileiro é de solo argiloso e este tem sido utilizado de maneiras diferentes ao longo da nossa história, desde a taipa de pilão do período colonial até os modernos tijolos e telhas cerâmicas, sem falar dos azulejos e pisos cerâmicos. Os grãos de argila são lamelas microscópicas, ao contrário dos grãos de areia que são esferoidais. As características da argila estão mais ligadas a está forma lamelares dos grãos do que ao tamanho diminuto. Os solos argilosos distinguem-se pela alta impermeabilidade. Aliás, são tão impermeáveis que se tornaram o material preferido para a construção de barragens de terra, claro que devidamente compactadas (EMBRAPA, 2016). 16 Figura 10: Solo Argiloso. Segundo Embrapa (2016) os diferentes tipos de solo, incluindo o solo argiloso, cobrem a parte sólida da superfície do planeta e, mais do que isso, representam a base onde toda a vida não aquática surge, fornecendo os elementos mais básicos para a formação de uma paisagem e de um bioma. Um diferente tipo de solo leva a diferentes tipos de vida que pertencem àquele local, assim como diferentes formas de o meio externo influenciar o local. No caso do solo argiloso, também conhecido como solo pesado, apresenta uma grande interação com as estações do ano, além de representar um tipo de solo geralmente pouco associado ao fácil desenvolvimento da vegetação que exige raízes profundas, mas é bastante fértil para cultivo de certos tipos de planta (EMBRAPA, 2016). Entenda melhor a formação do solo argiloso, suas principais características e o tipo de vida que se desenvolve em torno deste ambiente: Composição do solo argiloso Considera-se argiloso o solo que é composto por cerca de 30% de argila – que geralmente é acompanhada de alguns tipos de metais – em especial, ferro e alumínio. Junto ao solo, há uma rica concentração de material orgânico vindo de plantas e animais que foram incorporados à sua composição. 17 Outra característica típica da composição do solo argiloso é a alta concentração de água em suas camadas superiores – em épocas não secas. Por ser muito compacto, o solo argiloso não favorece que a água penetreem grande profundidade, e tende a ficar encharcado. Em estações secas, no entanto, sua natureza argilosa faz com que o solo fique seco em sua camada superior, formado uma superfície dura e com pouca porosidade. Isso permite pouca circulação de ar, o que dificulta o desenvolvimento de vegetação durante o período (EMBRAPA, 2016). Características do solo argiloso Há alguns aspectos típicos deste tipo de solo, que formam suas principais maneiras de identificação. Ele é altamente compacto e pouco poroso: o solo argiloso é formado por pequenos grãos que se acomodam de forma a gerar um solo bastante compacto. Isso gera uma baixa porosidade no solo, além de fazer com que ele seja pouco permeável, dificultando a passagem de líquidos; Possui também alta retenção de líquido: por ser pouco permeável e poroso, a água que não consegue aprofundar-se no solo acaba acumulando-se nas camadas superiores, que se tornam barrosas; É rico em nutrientes: apesar da dificuldade de distribuição da água através de sua profundidade, o solo argiloso é rico em nutrientes diversos em função da concentração de materiais orgânicos. Isso leva à baixa acidez, e facilita o cultivo – especialmente em culturas agrícolas que não exige o desenvolvimento profundo de raízes; Resistente à erosão: por ser compacto e pouco poroso, o solo argiloso é menos propenso a sofrer os efeitos de erosão por agentes externos (EMBRAPA, 2016). 2.11 Cambissolos São solos constituídos por material mineral, com horizonte B. Devido à heterogeneidade do material de origem, das formas de relevo e das condições climáticas, as características destes solos variam muito de um local para outro (EMBRAPA, 2016). 18 Foto : Manoel Batista de Oliveira Neto,2010 Foto : Manoel Batista de Oliveira Neto,2010 Figura 11: Cambissolo Háplico (CX). Figura 12: Paisagem de ocorrência do CX. De acordo com Embrapa (2016) são solos fortemente, até imperfeitamente, drenados, rasos a profundos, de cor bruna ou bruno- amarelada, e de alta a baixa saturação por bases e atividade química da fração coloidal. O horizonte B incipiente (Bi) tem textura franco-arenosa ou mais argilosa, e o solum, geralmente, apresenta teores uniformes de argila, podendo ocorrer ligeiro decréscimo ou um pequeno incremento de argila do horizonte A para o Bi. A estrutura do horizonte B pode ser em blocos, granular ou prismática, havendo casos, também, de solos com ausência de agregados, com grãos simples ou maciços. Os Cambissolos que apresentam espessura no mínimo mediana (50-100 cm de profundidade) e sem restrição de drenagem, em relevo pouco movimentado, eutróficos ou distróficos, apresentam bom potencial agrícola. Quando situados em planícies aluviais estão sujeitos a inundações, que se frequentes e de média a longa duração são fatores limitantes ao pleno uso agrícola desses solos (EMBRAPA, 2016). Ocorrem na Bahia, sobretudo na região de Irecê e municípios vizinhos e no extremo sul nos municípios de Malhada e Palmas de Monte Alto, além de outras distribuídas pelo estado. Outra grande extensão destes solos está localizada na chapada do Apodi, compreendendo partes do Ceará e do Rio Grande do Norte. Nos demais estados do Nordeste ocorrem esparsamente. As áreas onde predominam estes solos perfazem um total de 27.500 Km2 e constituem 3,6 % da região semiárida (EMBRAPA, 2016). 19 2.12 Organossolo Compreende solos pouco evoluídos, com forte presença de características devidas ao material orgânico, de coloração preta, cinzenta muito escura ou resultante de acumulação de restos vegetais, em graus variáveis de decomposição, ou em ambientes úmidos de altitudes elevadas, saturados com água por apenas poucos dias durante o período chuvoso (SIBCS, 2006). Segundo SiBCS (2006) usualmente os organossolos são solos fortemente ácidos e ocorrem normalmente em áreas baixas de várzeas, depressões e locais de surgentes e também em áreas que estão saturadas com água por poucos dias (menos de 30 dias consecutivos) no período das chuvas, situadas em regiões de altitudes elevadas e úmidas durante todo o ano, neste caso estando normalmente assentes diretamente sobre rochas não fraturadas. São solos constituídos por material orgânico em mistura com maior ou menor proporção de material mineral e que satisfazem um dos seguintes requisitos: 60 cm ou mais de espessura se 75% (expresso em volume) ou mais do material orgânico consiste de tecido vegetal na forma de restos de ramos finos, fragmentos de troncos, raízes finas, cascas de árvores, excluindo as partes vivas; Também são solos que estão saturados com água no máximo por 30 dias consecutivos por ano, durante o período mais chuvoso. Nesta ultima classe estão incluídos os Solos Orgânicos, Semi Orgânicos, Solos Tiomórficos de constituição orgânica ou semi-orgânica e parte dos Solos Litólicos e suas respectivas subclasses (SIBCS, 2006). 2.13 Gleissolos Gleissolos são solos minerais formados em condições de saturação com água, presentes principalmente em planícies ou várzeas inundáveis. Os Gleissolos têm coloração pouco viva, esmaecida, com tendência às cores acinzentadas. Sua textura, variável de arenosa à argilosa, e sua fertilidade, variável de baixa à elevada, são bastante dependentes dos solos do seu entorno e de solos de outras posições à montante (SIBCS, 2006). 20 As limitações mais comuns dos Gleissolos são sua elevada frequência de inundação e o longo período de saturação por água, consequência de cheias dos cursos d’água ou da elevação do lençol freático. Algumas de suas características são: Solos permanente ou periodicamente saturados com água; Formados principalmente a partir de sedimentos, estratificados ou não; Materiais colúvio-aluviais; Terraços fluviais, lacustres ou marinhos; Materiais residuais. 21 REFERÊNCIAS CARVALHO, OLMOS I. LARACH, JACOMINE, CAMARGO. Critérios para distinção de classes e de fases de unidades de mapeamento: normas em uso pelo SNLCS. Rio de Janeiro: EMBRAPA-SNLCS, 1988. 76p. CUNHA, N.G. Solos calcimórficos de Corumbá. Corumbá, MS: EMBRAPA- 2 CPAP, 1985. 34p. CUNHA, N.G. da; POTT, GONÇALVES, A.R. Solos calcimórficos da sub- região do Abobral, Pantanal Mato-Grossense. Corumbá, MS: EMBRAPA- CPAP, 1985. 52p. EMBRAPA - CNPS. Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. BRASILIA: EMBRAPA-SPI; RIO DE JANEIRO: EMBRAPA-SOLOS, 2006. 306P. JARBAS, Tony. Planossolos. 2005. Disponível em: <http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/bioma_caatinga/arvore/CONT00 0g5twggzh02wx5ok01edq5s189t6ux.html>. 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