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Curso de libras. Professora Cyntia Zandoni. Os surdos na Antiguidade. Na antiguidade, a educação dos surdos variava de acordo com a concepção que se tinha deles. Para os gregos e romanos, em linhas gerais, o surdo não era considerado humano, pois a fala era resultado do pensamento. Logo quem não pensava não era humano. Na Idade Média, a Igreja Católica teve um papel fundamental da discriminação no que se refere as pessoas com deficiência, já que para ela o homem foi criado a imagem e semelhança de Deus. Portanto, os que não se encaixavam nesse padrão eram postos á margem, não sendo considerados humanos. Mas isso incomodava a igreja, principalmente em relação ás familias abastadas. A Igreja Católica tinha grande influência na vida de toda sociedadeda época, mas não podia prescidir dos que detinham o poder econômico. Assim começaram e preocupar com os surdos das familias ricas para que o círculo não fosse rompido. O surdo na Idade Moderna. É somente a partir da Idade Média que os dados com relação á educação e a vida do Surdo tornam-se mais disponiveis. É exatamente nesta época que começam a surgir os primeiros trabalhos no sentido de educar a criança surda e de integrá-la (ainda não era inclusão) na sociedade. Até o século XV, os Surdos – bem como todos os outros deficientes , tornaran-se alvo da Medicina e da religião católica. A medicina estava interessada em suas pesquisas e a igreja, em promover a caridade com pessoas tão desafortunadas, pois para ela a doença representava punição. No ocidente, os primeiros educadores de Surdos de que se tem notícias, começam a surgir a partir do século XVI. Um deles foi o médico, matemático e astrólogo italiano Gerolamo Cardano (1501- 1576), cujo primeiro filho era surdo. Cardano afirmava que a surdez não impedia os Surdos de receberem instruções. Ele fez tal afirmação depois de pesquisar E descobrir que a escrita representava os sons da fala ou das idéias do pensamento. Pedro Ponce de Leon (1510-1584), monge beneditino que viveu em um monastério na Espanha, em 1570, e usava sinais rudimentares para se comunicar, pois lá havia o Voto do Silêncio. Strnadová, uma autora checa Surda, nos conta em seu livro que foi desta forma que se teve o registro da primeira vez que se fez uso do alfabeto manual.” Não conversavem entre si em voz alta, porém seus dedos tagarelavam. Eram monges, mas não eram bobos” Acreditamos que a privação de comunicação que existia nesse mosteiro, possibilitou a criação de outra forma de expressão, não muito diferente do que observamos na convivência com os Surdos. Há registros de uma familia Espanhola, que teve muitos descendentes Surdos, por terem o costume, de casarem entre familiares,para não terem que dividir os seus benscom estranhos. Dois membros dessa familia foram para o mosteiro de Ponce de Leon e lá, deram origem a Língua de sinais. Ponce de Leon foi tutor de muitos surdos e foi dado a ele o mérito de provar que a pessoa Surda era capaz, contrariando, a afirmação anterior de Aristóteles. Seus alunos foram pessoas importantes que dominavam Filosofia, História, Matemática, e outras ciências, o que fez com que o trabalho de Leon fosse reconhecido em toda a Europa. Pelo pouco que restou de registro de seu método, sabemos que seu trabalho iniciava com o ensino da escrita, por meio dos nomes de objetos, e em seguida o ensino da fala, começando pelos fonemas. Os nobres que tinham em sua família, um descendente Surdo, começaram a educá-lo, pois os primogênitos Surdos não tinham direito á herança, assim colocava a riqueza em risco. Se falassem teriam garantidos sua posição e seu Reconhecimento como cidadão. No Século XVI , a grande revolução se deu pela concepção de que a compreensão da idéia não dependia da audição de palavras. Em 1620, o padre espanhol Juan Pablo Bonet (1579-1633), filósofo e soldado a serviço secreto do rei, considerado um dos primeiros preceptores de Surdos, criou o primeiro tratado de ensino de surdos mudos que iniciava com a escrita Sistematizada pelo alfabeto,que foi editado na França com o nome de Redação das Letras e Artes de Ensinar os Mudos a Falar. Bonet foi quem primeiro idealizou e desenhou o alfabeto manual. Ele em seu livro destaca como idéia principal que seria mais fácil para o Surdo aprender a ler se cada som da fala fosse substituido por uma forma visível.
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