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Maria Isabel Rodrigues Orofino M aria Isabel Rodrigues O rofino INSERÇÃO DAS NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NO ENSINO I N S E R Ç Ã O D A S N O V A S T E C N O L O G I A S D A I N F O R M A Ç Ã O E C O M U N I C A Ç Ã O N O E N S I N O A criança e a cidadania planetária Capítulo 5 81 Diante das condições que nos apontam para uma realidade cul- tural globalizada, como é possível criar propostas de ação, que façam o elo entre a atividade pessoal e a vida planetária? São vários os eventos políticos, que nos têm demonstrado as ações individuais dos agentes sociais, na medida em que são organiza- das em movimentos, têm repercussões em nível global. Vários exemplos de boicote a produtos, vigílias e marchas, abaixo-as- sinados, em que as mídias são imprescindíveis na viabilidade de tais ações, sobretudo a internet. Parece, então, urgente estabele- cermos como eixo de reflexão no espaço escolar esta dialética entre a ação local e a consciência global. Para Paulo Freire, o pensar crítico - imprescindível ao diálogo verdadeiro - é aquele que, ao não aceitar a dicotomia entre o ser humano e o mundo reconhece entre eles uma inque- brantável solidariedade. Segundo o autor, este: “É um pensar crítico porque percebe a realidade como processo, e a capta em constante devenir e não como algo estático. Não se dicotomiza a si mesmo na ação. Banha-se permanentemente de temporalidade, cujos riscos não teme. Opõe-se ao pensar ingênuo, que vê o tempo como um peso, como uma estratificação das aquisições e experiências do passado, de que resulta deve ser o presente algo normalizado e bem-comportado. Para o pensar ingênuo, o importante é a acomodação a este presente normalizado. Para o crítico, a transformação permanente da realidade para a permanente humanização dos seres humanos (1981:82)”. A dialética do local-global: ação cultural na era planetária e a questão da cidadania ativa01 82 Portanto, toda ação de Educomunicação e de mediação escolar precisa ser aquela que esteja atenta a relação inseparável entre a ação de pronunciar e de transformar o mundo. Ação cultural com as mídias no espaço escolar deve estar ancorada em projetos políticos e pedagógicos, que estejam formados por novas concepções e desafiem os limites da fragmentação, não apenas do conhecimento, mas também da experiência na loca- lidade. Compreender que o mundo global é também local em que se traduz nossa experiência a partir da nossa escola, nossa esquina, nosso quintal. Edgar Morin defende que na era planetária, em que vi- vemos, a educação problematizadora necessita localizar tudo no contexto e no complexo planetário. Contexto local e planetário não estão dissociados. Segundo, o autor: “O conhecimento do mundo é necessidade ao mesmo tempo intelectual e vital. É problema universal de todo cidadão do novo milênio. Como ter acesso às informações sobre o mundo e a possibilidade de articulá-las e organizá-las? Como perceber e conceber o Contexto, o Global (a relação todo/partes), o Multidimensional?,O Complexo?. Para articular e organizar os conhecimentos e assim conhecer e re-conhecer os problemas do mundo, é necessária a reforma do pensamento. Entretanto esta reforma é paradigmática e não programática: é a questão fundamental da educação, já que se refere à nossa aptidão para organizar o conhecimentos” (1999:35). Para transcender esta inadequação, ele defende que a prática pedagógica transformadora seja aquela que atenta o con- texto local, o global, o multidimensional e o complexo. Ao desenvolvermos propostas de Educomunicação, no espaço escolar, precisamos também compreender a localidade, enquanto espaço desterritorializado, na medida em que esta, 83 cada vez mais apresente características multiculturais da globali- zação. Não apenas pelo entrelaçamento de identidades culturais locais, mas, sobretudo, pela ação das mídias que conectam os universos locais aos diferentes cenários socioculturais, que exis- tem no planeta. Cada vez mais o local é desafiado pelas inúme- ras diferenças existentes no globo. Os processos de ensino-aprendizagem, todos nós sabemos, tor- nam-se muito mais ricos quando estão ancorados na experiên- cia, no contexto do mundo vivenciado, possibilitando que ação e reflexão juntos, em uma permanente relação da teoria com a prática, construam o conhecimento. Portanto, mais do que es- perar fórmulas prontas, uma Educomunicação, na escola, requer que os educadores arrisquem, sugiram e criem as possibilidades de ação a partir de suas experiências. No terreno do novo, do ainda inexplorado, é experimentando que se pode aprender, em processo, construindo os caminhos sempre em parceria com os estudantes e a comunidade escolar mais ampla. Afinal, se queremos a democratização dos meios de co- municação na sociedade, então uma Educomunicação na escola deve também ser um exercício, um convite à participação de toda a comunidade escolar. E isto pressupõe que a gestão da escola seja igualmente democrática. E neste sentido, tanto Edu- comunicação como gestão democrática da escola são caminhos a serem explorados conjuntamente, processos a serem constru- ídos, pois como destaca Gadotti: “A gestão democrática deve estar impregnada por uma certa atmosfera que se respira na escola, na circulação das informa- ções, na divisão do trabalho, no estabelecimento do calendário escolar, na distribuição das aulas, no processo de elaboração ou A escola como lugar de participação das crianças e adolescentes02 84 de criação de novos cursos ou de novas disciplinas, na formação de grupos de trabalho, na capacitação de recursos humanos etc. A gestão democrática é, portanto, atitude e método. A atitude democrática é necessária, mas não é suficiente. Precisa- mos de métodos democráticos de efetivo exercício da democra- cia. Ela também é um aprendizado, demanda tempo, atenção e trabalho” (Gadotti apud Nascimento, 2001 – grifo meu). A Educomunicação precisa ser um elo a mais na pers- pectiva da gestão democrática da escola e esta prática pode, re- almente, contribuir com a ruptura dos muros e a maior abertura para um diálogo, em vínculo permanente com a comunidade e seus movimentos sociais (associações de bairro, sindicatos, igre- jas, movimento ecológico, movimento de mulheres, indígenas, negros, crianças, trabalhadores, empresários). Uma pedagogia crítica dos meios só fará sentido se estiver em sintonia com este movimento democrático mais amplo, que será gestado a partir de uma escola democrática. Afinal, a escola é um local de encontro das pessoas que vivem em uma mesma comunidade. É local de direito de oportunidade, de acesso à cultura, informação e conhecimento. Mas, a escola precisa ser também um local onde se aprenda a democracia. Nós só podemos ter uma sociedade democrática se construirmos esta experiência em nosso dia a dia. Compete ao grupo responsável pela criação do projeto de Educomunicação implementar uma proposta educacional, que esteja em sintonia com as necessidades e anseios da co- munidade escolar. E neste sentido, buscar alternativas próprias para a sua escola, em relação com a comunidade, da qual faz parte. Portanto, as ações de mídia-educação precisam estar em diálogo não apenas com o projeto político-pedagógico para a gestão participativa e democrática da escola, como também em sintonia com as ações de um colegiado escolar organizado. É 85 ideal que haja o envolvimento de diferentes segmentos da esco- la, não apenas professores e alunos, mas também a comunidade escolar como um todo, e isto, desde o planejamento do projeto, sua implantação, desenvolvimento e avaliação. A questão das identidades é interessante. Tanto para quem tra- balha com a educação nos grandes centros urbanos, como para aqueles que ainda vivem em contextos, onde a identidade regio- nal é muito forte. O debate sobre a identidade, hoje, está muito focado nas fragmentações do sujeito em diferentes lugaresde mobilização. Por exemplo: uma pessoa ocupa diferentes lugares na luta pelas identidades: a questão de classe social, de gênero, de raça, etnia, orientação sexual, geracional, religiosa entre outras. Já, a questão das identidades culturais e regionais podem render inúmeras propostas de trabalho. Uma vez que, a impor- tância das práticas de Educomunicação ou do uso das TICs, na educação formal, deve ser essencialmente, a promoção da cultu- ra participativa que envolva os alunos. O desafio que se coloca para a Educomunicação é o de trabalhar as linguagens midiáticas, com vista a explicitar as vozes regionais e o entrelaçamento de fronteiras culturais e sócio-his- tóricas. Pensar na formação das identidades significa conjugar sempre as várias dimensões constitutivas do “eu” e oferecer vi- sibilidade para todas estas questões: relações de classe social, gê- nero, raça, etnia, geração, orientação sexual, religião, deficiências físicas ou mentais dentre outras. Portanto, vamos descobrir estas novas identidades cul- turais. Nossas sociedades são plurais. Temos as culturas regio- nais, urbanas, sertanejas, litorâneas, temos os punks, os darks, As identidades em questão e o respeito às diferenças 03 86 os emos, múltiplos novos sujeitos, que convivem com estéticas tradicionais. Toda esta atenção às múltiplas identidades pode en- riquecer muito as práticas de Educomunicação na escola. Outra temática muito importante na proposta da Educomunica- ção e a construção das identidades é o trabalho com a memória social. Por uma série de motivos, que já foram destacados em outros autores e outros livros. Vamos citar aqui, alguns argu- mentos, que reiteram esta importante relação, qual seja: a força e poder de mediação da memória social e a importância da escola ao potencializar este papel. A memória social ocupa um espaço preponderante nos processos de construção das identidades individual e coletiva, in- clusive, devido ao fato de que, como nos faz lembrar Ecléa Bosi, a história oficial é muito esquecida. E, segundo esta autora: “Esquecer é perder o outro. O ato mnemônico não é repro- dução do momento, mas sim e sempre um ato de criação. O que a pessoa conta, o que ela narra não é algo inerte, mas algo precioso que ela quer reviver no futuro. O ato de narrar o passado, como fala Ricouer, é sempre um horizonte de expectativas. A memória é mítica. Todas as épocas diziam: antigamente os jovens respeitavam os velhos. Todas as civili- zações são perecíveis, daí a importância dos mais velhos, de nos darem esta continuidade” (Bosi, 1998). A questão da memória social nos desafia a proble- matizar a categoria “geração”, tão destacada dentre as múlti- plas posições do sujeito, que estão em jogo nos processos de Mídias e memória social04 87 construção de identidades. Desafia-nos a pensar na importân- cia da experiência existencial dos mais velhos, na co-educação das gerações e na participação dos rumos da comunidade, na vida social. A escola sendo coordenada por jovens profissionais adultos,precisa localizar esta tarefa de mediação: a da meia idade e fazer a ponte entre os velhos, crianças e adolescentes. E jun- tos, ouvir os mais velhos e com eles, ao resgatar as narrativas do passado, problematizar o presente na vida cotidiana, no bairro, e por extensão, na escola. Afinal, a memória individual tem limi- tes. Nós precisamos do outro, para juntos produzirmos sentido sobre nossa trajetória, enquanto sujeitos sociais. Porque a escola desempenha um papel importantíssimo nos processos de resgate da memória? Justamente pelo fato de que a mídia contemporânea, por se caracterizar como um fluxo permanente de entretenimento, que se mescla com propaganda, comercial e pastiche, substitui a presença dos adultos na casa e rouba o tempo da narrativa de interação pessoal. A interação passa a ser mediada pelas máquinas de contar histórias. Ouvir o avô, a mãe ou a tia torna-se raro no tempo, em que as crianças fi- cam sozinhas em casa cuidando dos mais novos. Apesar de que a narrativa pessoal e a oralidade sempre sobrevivam, é certo que a mídia ganha espaço na medida em que combate a solidão das crianças, em um mundo onde os pais estão na alucinante corri- da pela sobrevivência, com suas múltiplas jornadas de trabalho, longas horas de trânsito, nos ônibus e estradas. Esta presença ambígua das mídias em nossas vidas per- faz um jogo duplo, que ora oferece visibilidade, ora silencia, ora revela, ora oculta. Em alguns momentos, fazem-nos lembrar de determinadas passagens e também apaga tantos outros aconte- cimentos do repertório social. Ouçam o que nos fala o teórico Roger Silverstone, sobre este jogo ambíguo desempenhado pela mídia de nossos tempos: 88 “Parece que estamos vivendo cada vez mais sem história. O passado, como o presente, se quebra com a divisão e a indife- rença. O mundo da modernidade tardia reinventa a si mesmo, todas as noites, por meio de minisséries de televisão e de falsa memória. As tradições vêm ao ar tarde da noite, cansadas. A lembrança é o fim da linha. Nós perdemos a arte da memória. Ainda assim, nós somos aquilo de que nos lembramos, en- quanto nações e indivíduos; e a memória é o local agora das lutas por identidade e pela pertença a um passado” (1999:125). Muito importante: a memória é local de luta por iden- tidade e pertença a um passado! Daí, a importância de investir- mos em práticas para resgatá-la, se houver como preocupação a visibilidade das identidades socioculturais. Silverstone, entretanto, argumenta que este jogo é mais complexo, pois a mídia ao reinventar o passado, sobretudo para a grande abrangência das classes populares espalhadas pelas mais diferentes regiões do país, também abre espaço para a contradi- ção e ruptura na reinvenção do presente. Mesmo no Brasil, este é um jogo de contradições, que precisa ser compreendido a partir da dialética da estruturação, em que se problematizem as regras, mas que também identifique os recursos, com os quais os dife- rentes agentes e sujeitos sociais defendem posições diferenciadas. Portanto, o papel de mediação escolar aqui é variado e amplo. Ele reside, sobretudo, na capacidade dos educadores de estabelecer a ponte entre as diferentes gerações, com o uso de gravadores, câmeras, programas de rádio, de TV ou sites na in- ternet e de tanto utilizarem o acervo cultural da televisão, como resgate da memória do bairro ou comunidade. Afinal, a memória, como destaca Silverstone (1999:126), é o que entrelaça os fios da dimensão íntima e pessoal do pas- sado em um tecido público, oferecendo uma visão e realidade alternativas aos discursos oficiais da academia e dos arquivos. Exercício proposto Verifique os temas propostas neste capítulo e realize um plane- jamento de ações com o uso das TICs envolvendo a participa- ção e a produção criativa das crianças em questões de cidadania planetária, ações locais, respeito às diferenças e de resgate da memória social, do bairro, da escola etc. Os direitos das crianças em relação às mídias Capítulo 6 93 Para dar início a este capítulo, selecionamos um trecho do site da ANDI – Agência de Notícias dos Direitos da Infância, que atua há mais de vinte anos, no Brasil, em defesa dos direitos das crianças e dos adolescentes, com relação às representações e espaço, que alcançam na mídia. Assim, como a ANDI existem hoje no Brasil muitas organizações que atendem exclusivamente às demandas de representação das crianças. Neste capítulo, buscamos selecionar algumas destas or- ganizações para o seu conhecimento e pesquisa futura. Antes de debatermos o assunto, leia a matéria retirada do site da ANDI e verifique como há uma série de discussões em vigor sobre questões como: a publicidade infantil, a produ- ção de comunicação de qualidade para as crianças e adolescen- tes, os conteúdos veiculados pelas mídias que não são pensados e planejados para as crianças entre outros. Infância e comunicação http://www.andi.org.br/politicas-de-comunicacao/page/in-fancia-e-comunicacao Os meios de comunicação se apresentam como uma das mais importantes instâncias de socialização de crianças e adolescentes. Assim, é necessário o desenvolvimento de um sis- tema de mídia que promova os direitos e proteja de forma espe- 94 cífica esse público. O desenvolvimento de políticas de comunicação desti- nadas à promoção e proteção dos direitos de crianças e adoles- centes deve ser uma das prioridades das sociedades contempo- râneas na medida em que: • A mídia ocupa um lugar central na socialização de crianças e adolescentes, funcionando como mediadora da relação das pes- soas com o mundo. Assim, modos de comportamento, mentali- dades e hábitos perpassam, para o bem ou para o mal, os conte- údos midiáticos, conforme discutem várias pesquisas e estudos realizados em âmbito nacional e internacional. • A televisão e a internet, dentre outros, são meios de comuni- cação incorporados à vida de milhões de meninos e meninas no Brasil e em muitas partes do planeta. Vários estudos demons- tram que crianças e adolescentes passam boa parte de seu tempo assistindo programas (nem sempre de boa qualidade ou adequa- dos à sua faixa etária), conversando em salas de bate-papo na internet, visitando as mais diversas páginas ou baixando música ou filmes da rede – muitas vezes, sem o acompanhamento de pais ou responsáveis. Os debates em torno da consolidação de uma mídia de qualidade – que leve em conta o desenvolvimento integral de crianças e adolescentes – envolvem, simultaneamente, aspectos de promoção (estímulo aos benefícios da relação com os meios de comunicação) e de proteção (ante aos possíveis impactos ne- gativos). Ambas as perspectivas são complementares e devem ser consideradas de forma integrada pelos atores que compõem o sistema de mídia (governo, sociedade civil, empresas de comu- nicação, universidades, entre outros). Políticas públicas em debate A ANDI tem promovido nos últimos anos uma ampla reflexão sobre o tema. Em 2009, a organização lançou, em parceria com 95 a Rede ANDI América Latina e a Save the Children Suecia, a pesquisa “Regulação e Direitos das Crianças e Adolescentes”. O trabalho traz um mapeamento inédito de como 14 países latino- -americanos – Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, Guatemala, México, Nicarágua, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela – regulam os meios de comunicação de massa com a finalidade de proteger e promover os direitos de crianças e adolescentes. No Brasil, a realização da Confecom – 1ª Conferência Nacional de Comunicação ensejou uma oportunidade inédita de debate e formulação de diretrizes para o setor de comunica- ção, objetivando ampliar a incidência frente a uma agenda que apresenta graves déficits, se formos comparados aos países com cenários democráticos historicamente consolidados. Na área da infância, cabe destacar a construção e apri- moramento do Plano Decenal para uma Política Nacional para Crianças e Adolescentes – um documento que prevê as diretri- zes da Política Nacional dos Direitos da Criança e do Adoles- cente para os próximos dez anos, inclusive no que se refere à comunicação. Com a realização da 8ª Conferência dos Direitos da Criança e do Adolescente, em dezembro de 2009, e o estabe- lecimento de uma Consulta Pública sobre os termos do Plano, já em 2010, o momento é propício para que sejam formuladas estratégias compartilhadas possibilitando ao país dar um salto significativo no marco legal referente à relação entre mídia e infância – tanto na adoção de novas diretrizes quanto na con- solidação de avanços já alcançados (veja mais informações no Portal dos Direitos da Criança e do Adolescente). A partir de 2009, a ANDI e a Rede ANDI Brasil pro- moveram uma série de debates em torno das prioridades para o Brasil nesta área. Como fruto deste trabalho foi publicada a cartilha “Infância e Comunicação: uma agenda para o Brasil”, 96 que ressalta a necessidade de uma atenção sobre dez temas fun- damentais. Dando seguimento a este processo, em 2011 será lançada uma nova publicação, com o apoio do Conanda, que tem o objetivo de aprofundar o debate sobre esta agenda, tendo em vista pontos como: 1. Educação para a mídia 2. Estímulo à produção de conteúdos de qualidade 3. Programação regional e nacional 4. Crianças e adolescentes participando da produção de conteúdos 5. Regulação da exibição de imagens e identificação de crianças e adolescentes 6. Avaliação de impactos de conteúdos específicos 7. Estabelecimento de faixas de horários/faixas etárias 8. Regulação da publicidade/merchandising 9. Trabalho infantil nos meios de comunicação 10. Novas tecnologias – Inclusão e proteção Para saber mais: “Regulação e Direitos das Crianças e Adolescentes”. (ANDI; Red ANDI América Latina; Save the Chidren Suécia, 2008). “Infância e Comunicação: uma agenda para o Brasil”. (ANDI; Rede ANDI Brasil; Fundação Itaú Social; Conanda, 2009). Para acessar os links dos documentos entre em: ANDI- Agência de Notícias dos Direitos da Infância* http://www.andi.org.br/ Se a Educomunicação necessita estar ancorada em um projeto político-pedagógico mais amplo, então ela precisa também estar atenta às dimensões globais da prática educacional, como: o ple- A criança e a mídia: reflexões, contexto e avanços01 97 no desenvolvimento do ser humano; o exercício da cidadania; a proteção integral à criança e ao adolescente e, sobretudo, a ga- rantia dos direitos fundamentais da pessoa humana. Neste sen- tido, uma das primeiras questões, que precisamos ressaltar aqui, é que ainda que haja um debate já estabelecido sobre os direitos de crianças e adolescentes, na legislação em vigor, como é o caso do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), no Brasil, uma legislação sobre a relação entre as mídias e direito das crianças, ainda está por se consolidar. Nós precisamos potencializar os fóruns de debate sobre este tema e intensificar a antecipação da sociedade civil na mobilização de respostas sociais à progra- mação, a qual é veiculada pelos canais comerciais de TV, sendo, muitas vezes, extremamente empobrecedora. Um autor bastante sério sobre o tema da mídia e dos di- reitos da infância é David Buckingham (2000). O escritor apon- ta para os desafios colocados a nós, adultos (pais e professores), em lidar com uma nova geração, a qual convive cotidianamente e cada vez mais com a tela eletrônica. Isto deflagra um processo em que, cada vez mais, as crianças passam a viver o mundo dos adultos. Quem, de nossa geração, não escutou esta frase: “isto não é coisa para criança!?”. Atualmente, é cada vez mais difícil estabelecer esse limite. A luta passa a ser, portanto, pela garantia ao acesso igualitário, ao consumo reflexivo (que problematize as represen- tações sociais contidas no texto) e pela produção e participação das próprias crianças e adolescentes, em narrativas, novas lin- guagens tecnológicas, sobretudo a eletrônica e a digital. Os três Ps = Proteção, provisão e participação. Ainda seguindo a trilha demarcada pelo trabalho de Bu- ckingham, estas são questões, que nos colocam frente a frente com a exigência de políticas públicas, as quais estejam atentas ao consumo cultural infantil, nestes tempos de presença massiva 98 das mídias no cotidiano de todos nós. Estas políticas públicas de- vem, segundo o autor, considerar diferentes aspectos tais como: (i) direitos de proteção com relação às narrativas que não foram elaboradas para a faixa etária infantil; (ii) direitos à provisão, no sentido da oferta de produtos próprios para este segmento da população e (iii) direitos de participação nos debates, reflexões, críticas e produção de novos produtos culturais pertinentes. É aí, que a Educomunicação desempenha um papel fundamental. Outra contribuição, que apontamos, a partir da leitura de Bu- ckingham, é a problematização do conceito de competência. Um conceito bastante polêmico. Em síntese, pode-se dizer que existe uma distinção entre infânciae adolescência, em função mesmo da aquisição desta competência política: que não é, propriamen- te, cultural, mas geracional (biológica). Os adolescentes (a partir de dez anos) possuem uma autonomia bem maior do que, por exemplo, os bebês. Portanto, nós adultos precisamos sim repre- sentar os bebês e a primeira infância, pois ainda não falam de seus desejos e necessidades. Daí que, a competência é processual e adquirida ao longo do crescimento do indivíduo. A competência para a participação deve ser acompanhada, preparada e desenvol- vida desde os primeiros anos de vida da criança, sendo que, nós mesmos precisamos representá-los, daí a nossa responsabilidade. Neste sentido, destacamos que um dos temas geradores (ou pautas), que podem ser explorados no trabalho da mediação escolar - como tema transversal e transdisciplinar - sobre a pró- pria questão dos direitos das crianças e adolescentes frente às mídias. A escola pode também buscar os espaços de visibilidade, como: mostras de vídeos escolares, festivais entre outros. Notícias - Midiativa Em 2003, o MIDIATIVA iniciou o MídiaQ em parceria com a Fundação AVINA, com o objetivo de gerar referências para 99 alcançar a qualidade na TV, baseada na opinião pública; avaliar a qualidade dos programas de TV assistidos por crianças e jovens e gerar consciência em produtores de TV e agências de publi- cidade, levando-os a práticas mais socialmente responsáveis. A pesquisa anual - a Pesquisa Midia Q- feita pela companhia Multi- focus Pesquisa de Mercado, é uma ferramenta que ajuda os mer- cados de TV e Publicidade a incorporarem responsabilidade so- cial aos seus trabalhos, baseada em referências de qualidade dos pais e do público infanto-juvenil. A pesquisa foi feita em 2004 e 2005, gerando referências de programas de qualidade a se- rem escolhidos para o Prêmio MídiaQ. Com apoio da fundação AVINA e promoção do grupo Meio & Mensagem, o Prêmio MídiaQ pretende dar visibilidade a programas de TV de qua- lidade dirigidos ao público infanto-juvenil, premiando não só produtores, mas também os anunciantes e os mídias das agên- cias que tornaram sua veiculação possível. Os vencedores serão escolhidos através do Ranking MIDIATIVA, gerado a partir de pesquisas qualitativas e quantitativas realizadas com pais e crian- ças. Clique nos artigos para saber mais sobre este projeto. MIDIATIVA- Centro Brasileiro de Mídia para Crianças e Adolescentes http://www.midiativa.tv/blog/ Como ressaltamos anteriormente, a Educomunicação pode contribuir como coadjuvante nas transformações necessárias à prática educacional contemporânea, na medida em que esteja ancorada em propostas de construção de uma escola cidadã, participativa e democrática. Como esta contribuição pode se efetivar? Pelo fato de Os direitos das crianças frente às mídias02 100 que, as atividades escolares (ou também, em um sentido amplia- do: as atividades de criação de sites, homepages ou sotwares de autoria, ou a produção de programas de rádio, jornais e revistas etc.) contribuam para que a comunidade ouça as suas próprias vozes, em seus diferentes segmentos. Com respeito aos direitos humanos, nós educadores precisamos reconhecer a dialética existente na própria mídia, em sua permanente tensão com os movimentos sociais. Mesmo que, os grupos dominantes tentem controlar o que se pode ver e o que deve ser silenciado, não há como controlar a capacidade de mobilização social e ocultar da tela dos aparelhos de TV, a capacidade de articulação da sociedade. Esta dinâmica ficou evidente com as manifestações po- líticas, que emergiram em todo o mundo a partir do dia quinze de fevereiro de 2003, quando milhões de pessoas vieram às ruas pedir pela paz. Um novo movimento social, orquestrado, articu- lado, mobilizado na própria contramão da mídia dominante, via- bilizado graças à internet. Por mais que, os interesses mercantis e políticos (defendidos pelos fundamentalistas de mercado ou ditadores de plantão) tentem manipular a programação, não há como controlar a mobilização das maiorias e silenciar a socieda- de e seus movimentos sociais. Portanto, é importante compreendermos que também a mídia potencializa a mobilização social na luta pelos direitos hu- manos, em que o exemplo mais evidente é o uso político da inter- net na construção das alianças pela paz mundial. Aliás, as mídias são parte constitutiva destes movimentos, sem as mesmas estes novos movimentos sociais não poderiam se articular e existir. A escola democrática, enquanto espaço de participação e construção de cidadania, pode enriquecer substantivamente suas práticas pedagógicas com o uso destas novas tecnologias, sobre- tudo nas iniciativas de mediação via práticas de comunicação que 101 estejam articuladas às novas redes de solidariedade internacional. Notícias Leia a matéria e veja como o debate sobre as classificações etá- rias indicadas pelo Ministério da Justiça está no momento. Para maiores informações, visite o site do Fórum Nacional dos Di- reitos da Criança e do Adolescente. http://www.forumdca.org.br/ Notícias - 26/01/2011 Debate sobre classificação indicativa termina na sexta O prazo para o debate virtual sobre a classificação indicativa de filmes, jogos, programas de TV, mostras e festivais de cinema promovido pelo Ministério da Justiça termina na próxima sexta- -feira (28/1). Para participar, basta entrar no sitehttp://cultura- digital.br/classind. Segundo balanço parcial do MJ, até agora, foram conta- bilizadas 160 participações em todos os meios disponíveis (blog, e-mail e redes sociais). O principal perfil de participantes foi de desenvolvedores de jogos, mas foram registradas contribuições de produtoras de cinema, pais e adolescentes interessados em opinar sobre os procedimentos da política de classificação indi- cativa utilizados pelo Ministério da Justiça. Fato interessante é que, até o momento, não houve qualquer contribuição à consulta originada das emissoras de te- levisão aberta ou fechada, nem de distribuidores de cinema. O que ajudou a esquentar a discussão nesses últimos dias foi o po- sicionamento abertamente contrário à Classificação Indicativa apresentado pela Associação dos Roteiristas, que não quer nem mesmo participar do debate. Principais ideias levantadas - Jogos eletrônicos muito simples devem ter autoclassificação; 102 - A vinculação horária pode estar muito rigorosa; - Revisar as tendências de cada faixa etária. O principal argumento para isto é o de alertar os jovens para atitudes não recomendáveis. Principais problemas comentados - Dificuldades para enquadrar e classificar jogos para celular; - Dificuldades no cumprimento dos prazos previstos na portaria de mostras e festivais; - Diferenciação dos procedimentos de classificação no cinema e na televisão. Questões importantes ainda não suficientemente comentadas - Debate sobre a classificação de programas noticiosos, de propa- ganda, de TV por assinatura, de detalhes sobre faixas horárias, de reclassificações de obras após alterações da emissora ou exibidor; - Debate sobre RPG, classificação de trailers e classificação de programas ao vivo. Fonte: Ministério da Justiça http://www.forumdca.org.br/index.cfm?pagina=noticias¬icia=374 Conheça algumas entidades de defesa dos direitos das crianças: Fórum Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente Nossa missão é garantir a efetivação dos direitos da criança e do adolescente, por meio da proposição, articulação e monitora- mento das políticas públicas e da mobilização social, para cons- trução de uma sociedade livre, justa e solidária. O Fórum Nacional DCA vem conquistando, desde o final dos anos 80, reconhecimento e legitimidade diante dos atores sociais que atuam na defesa e promoção dos direitos das crianças e adolescentes brasileiros. Atualmente representa apro- ximadamente mil entidades, entre organizações filiadas, Fóruns e Frentes Estaduais (com suas ONGs filiadas). O Fórum DCA é um espaço democrático da sociedade103 Notícias - 2011 Defensores públicos lançam campanha pelos direitos das crianças e adolescentes Para dar início às comemorações do dia 19 de maio - Dia Nacio- nal da Defensoria Pública - Defensores Públicos de todos os es- tados da federação vão se unir em uma grande campanha nacio- nal pelos direitos das crianças e dos adolescentes. A iniciativa faz parte do Plano Nacional de Educação em Diretos, desenvolvido pela Associação Nacional dos Defensores Públicos (ANADEP) desde 2009, e que visa democratizar as informações acerca dos serviços oferecidos pela Defensoria Pública e da função do De- fensor Público, aliado a um trabalho de educação jurídica da população carente de recursos e de conhecimentos acerca de seus direitos e deveres perante a sociedade. Em parceria com o caricaturista e escritor Ziraldo, a ANADEP produziu uma publicação especial que traz na capa o mesmo título da campanha nacional - Crianças - e Adolescen- tes - Primeiro! Defensores Públicos pelos direitos das crianças e dos adolescentes - e que será lançada oficialmente na próxima civil dedicado à articulação e mobilização, sem distinções reli- giosas, raciais, ideológicas ou partidárias, e aberto à cooperação com instituições nacionais e internacionais. Sua atuação foi decisiva na mobilização pela aprovação do capítulo da criança e do adolescente da Constituição de 1988 e do Estatuto da Criança e do Adolescente. O Fórum continua sendo fundamental na mobilização da sociedade e na luta pela efetiva implementação do Estatuto da Criança e do Adolescen- te. Para o Fórum, somente com a sociedade civil exercendo seu papel será possível construir um país que garanta os direitos fundamentais da criança e do adolescente. http://www.forumdca.org.br/ 104 quinta-feira, dia 12 de maio, às 14h, no Theatro José de Alencar, em Fortaleza/CE, com a presença de cerca de 800 crianças e professores da rede estadual de ensino. “Acreditamos nas crianças e adolescentes como multi- plicadores das informações. Ao receber um ensinamento, eles multiplicam, transmitem para a família. Por isso produzimos esta cartilha. Para que as informações acerca dos direitos das crianças e adolescentes cheguem a todos”, destaca o Presidente da ANADEP, André Castro. Ao todo, serão impressos e distribuídos cerca de 50 mil exemplares para distribuição em vários estados durante as ati- vidades que serão desenvolvidas pelas associações estaduais de Defensores Públicos e Defensorias Públicas durante todo o mês de maio e ao longo do ano em escolas públicas, centros comuni- tários, centros de referência e assistência social e demais espaços públicos de apoio à crianças e adolescentes. A Campanha Crianças - e Adolescentes - Primeiro! De- fensores Públicos pelos direitos das crianças e dos adolescen- tes é uma parceria da ANADEP com a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República e Secretaria de Justiça e Cidadania do Estado do Ceará, com o apoio da Secretaria de Reforma do Judiciário do Ministério da Justiça e do Conselho Nacional dos Defensores Públicos Gerais. O Brasil, a criança e o adolescente Crianças chefiam 132 mil casas O Censo 2010 divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou um cenário preocupante: existem 132.033 domicílios no Brasil chefiados por crianças entre 10 e 14 anos. De acordo com o presidente do IBGE, Eduardo Pe- reira Nunes, “esta é uma evidência da existência do trabalho infantil e que, em muitas famílias, é a principal fonte de renda.” 105 Segundo a pesquisa, o Sudeste é a região com a maior concentração no número de responsáveis nesta faixa etária, com 62.320 casos. Violência doméstica é principal motivo que leva crianças e adolescentes às ruas De acordo com o censo da Secretaria de Direitos Humanos (SDH), cerca de 70% das crianças e adolescentes que dormem na rua foram violentados dentro de casa. Além disso, 30,4% são usuários de drogas ou álcool. Os dados divulgados pela SDH apontam que 32,2% das crianças e adolescentes tiveram brigas verbais com pais e irmãos, 30,6% foram vítimas de violência física e 8,8% sofreram violência e abuso sexual. A busca da liberdade, a perda da mo- radia pela família, a busca de trabalho para o próprio sustento ou da família, os conflitos com a vizinhança e brigas de grupos rivais também levam os jovens à situação de rua. Brasil precisa de 12 mil novas creches Se todas as crianças com até 3 anos de idade estivessem matri- culadas em creches, seriam necessárias 12 mil novas unidades no país. Os números foram apresentados em um relatório da Fundação Abrinq - Save the Children. O documento mostra também que 1,8 milhões de crianças entre 7 e 14 anos ainda precisam aprender a ler e a escrever, e que 51% dos adolescentes de 15 a 17 estão fora do ensino médio. Adolescência é grupo de risco Relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) revelou a realidade dos jovens no Brasil. De acordo com o do- cumento, 38% dos adolescentes vivem em situação de pobreza, sendo o grupo etário mais vulnerável ao desemprego e às inú- meras manifestações da violência. Em 1998, foram registrados mais de 27 mil nascimen- tos de mães com idade entre 10 a 14 anos. Em 2008, este nú- 106 mero subiu para 28 mil. A maioria das meninas foi vítima de abuso sexual ou de exploração sexual comercial, o que as leva a abandonar a escola e a se afastar do convívio familiar. Fundação Abrinq pelos Direitos da Criança e do Adolescente http://www.fundabrinq.org.br/portal/ Exercício proposto Realize uma ampla pesquisa na web a partir de palavras-chave, como: direitos das crianças e dos adolescentes – mídias e direi- tos humanos- mídias e crianças. Organize uma agenda de conta- tos e ações na sua escola, com o uso das mídias na produção de novas narrativas de autoria das crianças. 109 Referências bibliográficas ADORNO,Theodor e HORKHEIMER, Max (1982) A indús- tria cultural: o iluminismo como mistificação de massas. in LIMA, Luiz Costa (1982) Teoria da Cultura de Massa. Rio de Janeiro, Paz e Terra. APPLE, Michael (1982) Ideologia e currículo. São Paulo, Brasiliense. AZIBEIRO, Nadir Esperança (2003) Educação intercultural e complexidade: desafios emergentes a partir das relações em comunidades populares. In FLEURI, Reinaldo (org.) Educação intercultural: mediações necessárias. Rio de Janeiro, DP&A. BHABHA, Homi (1998) O local da cultura. Belo Horizonte. UFMG. BARKER, Chris (1999) Televison, Globalization and Cultural Identities, Buckingham. Open University Press. 110 BELLONI, Maria Luíza (1991) Educação para a mídia: missão urgente da escola. Revista Comunicação e Sociedade. Brasília. Editora da UnB. 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