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Esquistossomose: causas, hospedeiros e ciclo biológico

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Gabriela Brito| Odontologia UFPE…..
esquistossomose
A esquistossomose é uma doença causada por
platelmintos do gênero Schistosoma, �lo Platyhelminthes
e classe trematoda. Pode ser conhecida também pelos
termos: xistossomose, xistosa, doença do caramujo,
doença de Pirajá da Silva, “barriga d’água” (ascite),
bilharsiose. As espécies são: Schistosoma mansoni ou
Schistosoma americanum.
Fonte: Veja saúde
OBS¹: O Schistosoma mansoni chegou ao Brasil durante
os tempos de intenso trá�co de escravos, em que
pessoas parasitadas chegavam aos portos brasileiros,
principalmente no nordeste, disseminando-se para todo o
Brasil.
HOSPEDEIROS..
O ciclo desse platelminto é heteroxeno- um hospedeiro
de�nitivo (todo aquele que abriga a fase adulta ou
sexuada do parasita) e hospedeiro intermediário (aquele
que abriga a fase larvária ou assexuada do parasita).
O hospedeiro de�nitivo principal é o homem e, o
intermediário é o caramujo do gênero Biomphalaria. O ser
humano é o principal disseminador da doença, mantém o
ciclo, dessa forma, criar medida de combate ao caramujo,
não há uma atenuação direta no ciclo, mas sim, um grande
impacto ambiental. Deve-se sim realizar ações e
propostas de educação higiênica ao próprio homem.
MORFOLOGIA E ASPECTOS BIOLÓGICOS..
-VERME ADULTO: habitam o sistema porta do hospedeiro
de�nitivo; quando atingem a maturação sexual, migram
para as veias mesentéricas, onde acasalam e liberam
ovos.
O macho é esbranquiçado; possui tegumentos com
tubérculos; corpo dividido em duas porções: anterior
(ventosa oral e a ventosa ventral-acetábulo- bastante
evidentes), e porção a posterior onde encontramos o
canal ginecóforo (dobras das laterais do corpo no
sentido longitudinal para fecundar a fêmea). Tem o
esôfago, o ceco, massas testiculares que se abrem
diretamente no canal ginecóforo, não possui órgão
copulador.
A fêmea tem cor mais escura devido ao ceco com
sangue semidigerido, com tegumento liso. Na metade
anterior, encontramos a ventosa oral e o acetábulo.
Seguinte a este temos a vulva, depois o útero (com um ou
dois ovos), e o ovário. A metade posterior é preenchida
pelas glândulas vitelogênicas (ou vitelinas) e o ceco.
fonte: medresumos 2016
O sistema digestivo do Schistosoma tem início na
extremidade anterior do verme, na região da ventosa
oral, que se continua como o esôfago. Este, em nível da
ventosa ventral (acetábulo) bifurca-se para circundar
Parasitologia| @_mgabrielabrito
Gabriela Brito| Odontologia UFPE…..
a massa testicular (sistema reprodutor), unindo-se logo
então para formar um intestino único.
O macho não apresenta órgão copulador. A cópula é
feita no momento em que a fêmea se abriga do canal
ginecóforo, recebendo os gametas. As massas
testiculares e seus ductos, que se unem para formar um
ducto único, trazem esses gametas até o canal
ginecóforo. A fêmea alojada neste canal recebe esses
gametas por meio de seu orifício genital (na vulva), que
está diretamente ligado ao útero. Posteriormente,
existem as glândulas vitelínicas que projetam o
viteloduto em direção ao oviduto (canal projetado a
partir do útero), formando o oótipo (ou seja, formado a
partir da junção do viteloduto e oviduto), local de
maturação dos óvulos.
-OVO: formato oval; espículo voltado posteriormente;
ovo maduro possui a presença de um miracídio formado,
visível pela transparência da casca e é a forma
usualmente encontrada nas fezes.
fonte: secretaria de educação
Os ovos só são evidentes nas fezes dos pacientes com
cerca de 45 dias de parasitado, ao serem depositados,
podem levar dois caminhos: eliminação nas fezes ou
formação de granulomas (ovos + células de defesa do
sistema imune). O ovo é viável quando apresenta em seu
íntimo o miracídio. (condições ideais: temperatura
elevada, ambiente úmido e luz).
-MIRACÍDIO: apresenta forma cilíndrica, células
epidérmicas com cílios; extremidade anterior -
terebratorium (papila apical) que pode se moldar
formando um ventosa, possui glândulas adesivas e sacos
digestivos; aparelho excretor compostos por
solenócitos/ células �ama; sistema nervoso primitivo;
A a�nidade/tropismo que o miracídio apresenta pelo
caramujo, o que o faz, inclusive, se deslocar em direção
ao molusco, se dá pela liberação de substâncias químicas
chamadas de miraxones por este. No ciclo biológico, o
miracídio, ao chegar ao caramujo (que por ser hospedeiro
intermediário, vai intermediar uma alteração �siológica
da larva do esquistossoma), se converte em esporocisto
(fase intermediária entre o miracídio e a cercária, que
perde os cílios e glândulas do primeiro) e depois em
cercária.
-CERCÁRIA: A cercária é a única forma infectante, capaz
de penetrar na pele ou mucosas. possui cauda bifurcada,
duas ventosas. A ventosa oral apresenta as
terminações das glândulas de penetração e a abertura
que se conecta com o chamado intestino primitivo,
primórdio do sistema digestivo. A ventosa ventral
(acetábulo) é maior e possui musculatura mais
desenvolvida- através desta ventosa que a cercária
�xa-se na pele do hospedeiro no processo de penetração;
sistema excretor constituído de células �ama; A cauda
é uma estrutura que irá se perder rapidamente no
processo de penetração, ela não apresenta órgãos
de�nidos, servindo apenas para a movimentação da larva
no meio líquido.
Sua capacidade infectante é maior nas primeiras 8h,
estando relacionado com fatores ambientais:
temperatura, luz e umidade. A ingestão de água com
cercária pode causar esquistossomose se ela penetrar
ainda na mucosa oral, caso isso não ocorra e a cercária
alcançar o estômago, ela será destruída.
Parasitologia| @_mgabrielabrito
Gabriela Brito| Odontologia UFPE…..
A cercária, por meio de enzimas, penetra na pele ou na
mucosa. Ao perder a cauda, recebe o nome de
esquistossômulo, que se diferencia da cercária
unicamente pela falta da cauda.
Fonte: estude parasitologia
Fonte: Brainly
LEGENDA
1-Infecção
2-Verme adulto
3- Ovo
4- Miracídio
5- Cercária
6- Caramujo
CICLO BIOLÓGICO..
1- O Schistosoma mansoni, ao atingir a fase adulta de
seu ciclo biológico no sistema vascular, alcança as
veias mesentéricas (inferior) migrando contra a
corrente circulatória;
2- Cada fêmea põe ovos na parede de capilares e vênulas,
e cerca de 50% desses ganham o meio externo. Esses
ovos se tornam miracídios e chegam à luz intestinal. O
que promove a passagem: reação in�amatória, Enzimas
proteolíticas produzidas pelo miracídio, lesando os
tecidos; estreitamento da parede do vaso; perfuração
venular + descamação epitelial provocada pela passagem
do bolo fecal.
3- Os ovos que conseguirem chegar à luz intestinal vão
para o exterior junto com o bolo fecal. Alcançando a
água, os ovos liberam o miracídio, estimulado pelos
seguintes fatores: temperaturas mais altas, luz intensa
e oxigenação da água;
4- A larva, após a penetração no caramujo, perde as
glândulas de adesão e penetração + perda do epitélio
ciliado + degeneração do terebratorium= o miracídio
transforma-se em esporocisto (saco com paredes
cuticulares, contendo a geração das células
reprodutivas);
5- A formação completa da cercária, até sua emergência
para o meio aquático, pode ocorrer num período de 27 a
30 dias, em condições ideais de temperatura; sua maior
atividade e capacidade infectiva ocorrem nas primeiras
oito horas de vida. Nadam ativamente na água, não
sendo, entretanto, atraídas pelo hospedeiro preferido;
6- Ao alcançarem a pele do homem, por ação lítica
(glândulas de penetração) e ação mecânica (movimentos
vibratórios intensos), promovem a penetração do corpo
cercariano e a concomitante perda da cauda.
7- Após a penetração, as larvas resultantes,
denominadas esquistossômulos, adaptam-se às condições
�siológicas do meio interno, migram pelo tecido
subcutâneo e, ao penetrarem num vaso, são levadas
passivamente da pele até os pulmões, pelo sistema
vascular sanguíneo, via coração direito.
8- Dos pulmões, os esquistossômulos se dirigem para o
sistema porta (por via sanguínea ou via transtissular).
A migração pela via sanguínea seria feita pela seguinte
rota: arteríolas e capilares pulmonares-> veias
pulmonares (pequena circulação) -> coração esquerdo
->aorta (grande circulação)-> rede capilar terminal->
sistema porta intra-hepático.
9- Uma vez no sistema porta intra-hepático, os
esquistossômulos se alimentam e se desenvolvem
transformando-se em machos e fêmeas após a
penetração. Migram acasalados, para o território da
Parasitologia| @_mgabrielabrito
Gabriela Brito| Odontologia UFPE…..
veia mesentérica inferior, onde farão oviposição. Os ovos
são depositados nos tecidos imaturos, e a formação do
miracídio (ovo maduro) demanda seis dias. Os primeiros
ovos são vistos nas fezes cerca de 42 a 45 dias após a
infecção do hospedeiro.
-TRANSMISSÃO: penetração ativa das cercárias na pele
e mucosa, elas penetram mais frequentemente nos pés e
nas pernas por serem áreas do corpo que mais �cam em
contato com águas contaminadas.
fonte: infoescola
FISIOPATOLOGIA DA ESQUISTOSSOMOSE.
-DERMATITE CERCARIANA (DERMATITE DO NADADOR):
ferimento da integridade do tecido epitelial pela cercária,
gerando uma resposta in�amatória local. Se houver
morte da cercária devido a uma resposta imune, pode
haver prurido, vermelhidão e formação de pápulas.
-TOSSE: presença do esquistossômulo nas vias aéreas e
pulmões
-GRANULOMA: ovo + resposta imune, imprescindível para
o combate da doença pelo organismo. Porém, esse
conjunto o pode levar a uma �brose no fígado, gerando
uma obstrução resistente à passagem venosa portal.
Isso gera uma hipertensão portal, gerando hepatomegalia,
esplenomegalia e busca de sangue colateralmente
(aumento do calibre de veias envolvidas nas
anastomoses sistêmico-portal, gerando varizes cujo
rompimento gera um quadro hemorrágico grave). O
extravasamento de líquidos pela hipertensão, que passa
a se acumular na cavidade peritoneal, gera o quadro
conhecido como ascite (barriga d’água).
Fonte: tua saúde
São consequências da hipertensão portal:
1.Esplenomegalia: dor no quadrante superior esquerdo
2.Varizes portossistêmicas: consequência da circulação
colateral, o que gera varizes no TGI 3.Ascite: acúmulo
de linfa na cavidade peritoneal.
-FASE PRÉ POSTURAL: sintomatologia variada, que
ocorre cerca de 10-35 dias após a infecção. Neste
período há pacientes que não se queixam de nada (forma
inaparente ou assintomática) e outros reclamam de
mal-estar, com ou sem febre, problemas pulmonares
(tosse), dores musculares, desconforto abdominal e um
quadro de hepatite aguda, causada, provavelmente,
pelos produtos da destruição dos esquistossômulos.
-FASE AGUDA: disseminação de ovos na parede do
intestino, com áreas de necrose, levando a uma
enterocolite aguda e no fígado, provocando a formação
de granulomas, caracterizando a forma toxêmica que
pode apresentar-se como doença aguda, febril,
acompanhada de sudorese, calafrios, emagrecimento,
fenômenos alérgicos, diarreia, disenteria, cólicas,
tenesmo, hepatoesplenomegalia discreta, linfadenia,
leucocitose com eosino�lia, aumento das globulinas e
alterações discretas das funções hepáticas
(transaminases). Pode haver até mesmo a morte do
paciente na fase toxêmica ou, então, como ocorre com a
maioria dos casos, evoluir para a esquistossomose
crônica, cuja evolução é lenta.
-FASE CRÔNICA: forma intestinal/hepatointestinal;
hepatoesplênica (mais grave); Neuroesquistossomose;
Manifestação renal.
Parasitologia| @_mgabrielabrito
Gabriela Brito| Odontologia UFPE…..
DIAGNÓSTICO..
Dados epidemiológicos; avaliação clínica e exames
laboratoriais. No diagnóstico clínico, deve-se levar em
conta a fase da doença. é de fundamental importância a
anamnese detalhada do caso do paciente origem, hábitos,
contato com água (pescarias, banhos, trabalhos,
recreação, esportes etc.).
PARASITOLÓGICOS:
1. Exame de fezes: métodos de sedimentação ou
centrifugação em éter sulfúrico, métodos estes com base
na alta densidade dos ovos, ou por método de
concentração por tamização (Kato e Kato-Katz).
Quando existe uma carga parasitária média ou alta,
todos estes métodos de exame dão resultados
satisfatórios. Entretanto, com cargas parasitárias
baixas, há necessidade de repeti-los.
2. Biópsia retal: A principal vantagem da técnica é a
maior sensibilidade e a veri�cação mais rápida do efeito da
quimioterapia.
3. Biópsia hepática: Para o diagnóstico exclusivo da
esquistossomose, não pode jamais ser recomendada. Só
se justi�ca procurar ovos em tecido hepático quando
existem suspeitas de outras etiologias que demandem
biópsia hepática; neste caso, um pequeno fragmento
poderia ser enviado para o exame parasitológico.
MÉTODOS IMUNOLÓGICOS OU INDIRETOS:
1. Pesquisa do antígeno circulante: ELISA
2. Pesquisa de anticorpos (reação antígeno/anticorpo):
pouco utilizado na clínica devido a existência de reações
cruzadas. IFI, ELISA (mais utilizado), hemaglutinação.
EPIDEMIOLOGIA..
o homem é o principal hospedeiro vertebrado para
manutenção do S. mansoni na natureza; Os fatores que
favorecem a manutenção do ciclo: depende
principalmente dos hospedeiros de�nitivos, sendo o homem
detentor da real importância na cadeia epidemiológica.
A infecção natural pode se dar em bovinos e roedores
(sendo estes capazes de manter o ciclo). Os fatores
relacionados com atividades da população humana
(recreativas e pro�ssionais: lavadeiras, pescadores,
lazeres, etc.) auxiliam na manutenção do ciclo.
Os fatores que favorecem a expansão da
esquistossomose: hábitat aquáticos, altas temperaturas
e luminosidade intensa. Esses fatores são fundamentais
na eclosão do ovo que abriga o miracídio.
PROFILAXIA..
As condições inadequadas de saneamento básico são o
principal fator responsável pela presença de focos de
transmissão, é tipicamente condicionada pelo padrão
socioeconômico precário que atinge a maioria da
população brasileira.
As medidas pro�láticas gerais são:
-Destino seguro das fezes: saneamento básico (não
defecar no solo).
-Tratamento da população: redução das formas
hepatoesplênicas
-Evitar contato com águas contaminadas
-Educação geral da população
TRATAMENTO..
Tratamento quimioterápico por: oxamniquina e
praziquantel, deve ser preconizado para a maioria dos
pacientes com presença de ovos viáveis nas fezes ou na
mucosa retal.
Parasitologia| @_mgabrielabrito

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