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INICIAÇÃO CIENTÍFICA
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1. INTRODUÇÃO
Ao falarmos em pesquisa, logo nos vem à mente algo complexo e grandioso, porém numa visão mais ampla, pesquisa é a busca por conhecimento, e nessa busca podemos citar a Iniciação Científica (IC), sendo um processo que a universidade disponibiliza para todos os alunos de graduação. É indispensável às atitudes e o saber para os jovens no fazer a pesquisa, eles precisam produzir e socializar o conhecimento.
Os projetos de IC amparam a perspectiva e tornam o modelo acadêmico mais eficaz no que tange o processo de ensino aprendizagem, além de que, é de suma importância uma aproximação mais qualificada entre a educação básica, a graduação e a pós-graduação, onde ao longo dos últimos anos vem ampliando significativamente esse modo de formação.
A fundamentação teórica e a familiarização com a metodologia para a pesquisa contribui em especial a quem ingressa na IC, pois complementa a formação acadêmica dos jovens estudantes, assim também, constrói uma relação no ensino-pesquisa, desafiando os jovens a constituírem-se pesquisadores.
2. INICIAÇÃO CIENTÍFICA – O QUE É?
A iniciação científica é uma forma de pesquisa acadêmica, voltada para alunos de graduação, com a finalidade de prepara-los para o mercado de trabalho. Para entender melhor o tema, vamos começar entendendo o que é pesquisa. Podemos encontrar várias definições sobre pesquisa, exemplo disso é o que Gil (2007, p.17) nos fala: “[...] procedimento racional e sistemático que tem como objetivo proporcionar resposta aos problemas que são propostos. A pesquisa desenvolve-se por um processo constituído de várias fazes, desde a formulação do problema até a apresentação e discussão dos resultados”.
Já segundo Matias-Pereira (2007, p.40) “Pesquisar é o esforço desenvolvido pelo investigador para coletar informações e dados essenciais a fim de responder a uma pergunta motivadora, e desta forma alcançar os objetivos da pesquisa”.
Por tanto, em qualquer tipo de pesquisa serão necessários procedimentos metodológicos para que se tenha uma pesquisa séria, confiável e com o máximo de veracidade. 
Agora que entendemos um pouco sobre pesquisa, podemos analisar mais a fundo o que é Iniciação Científica (IC), segundo Marcuschi (1996, p.04) “[...] caracteriza-se como um instrumento de apoio teórico e metodológico à realização de um projeto de investigação e constitui um canal adequado como auxílio para a formação de uma nova mentalidade no aluno”.
Por isso é de suma importância desenvolver estes projetos dentro das universidades, onde os jovens tem essa vantagem de fazer pesquisa e se capacitar para o futuro, principalmente com alunos interessados em conhecer as atividades de investigação desenvolvidas nas instituições de Ciência e Tecnologia.
A IC pode ser vista como uma possibilidade de investigação e de produção do conhecimento na universidade, pois proporciona aos graduandos das diferentes áreas do conhecimento, experiências que visam o contato com todo o processo científico. 
Muitos dos universitários já faziam pesquisa e iniciavam suas carreiras profissionais como auxiliares de laboratório, de maneira informal, participando do trabalho de pesquisa desenvolvido nas instituições. Mais tarde é que a IC se torna oficial com a criação de um conselho.
Segundo o site Fiocruz:
Com a criação do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq em 1951, as primeiras bolsas para alunos são oferecidas, e progressivamente a IC começa a se institucionalizar. No entanto, somente na década de 70 é criado o programa de bolsas de IC. Até aquele momento, as bolsas eram dadas no “balcão”, isto é, eram solicitadas individualmente. Havia bolsas, mas não uma política institucional de IC. Mas foi graças a essa iniciativa que as universidades passaram a organizar seu programas internamente e, então, o CNPq cria o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica – PIBIC, na década de 80.
Depois da oficialização destes programas no ensino superior, surgiu a ideia de implantar o projeto em escolas, na educação básica do ensino médio. Isso ocorreu há alguns anos, onde vem se aprimorando cada vez mais. 
De acordo com o site Fiocruz:
[...] em 2010, o CNPq lança também o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica para o Ensino Médio – PIBIC-em, com cotas diretamente para as instituições de ensino e pesquisa. Hoje existem dezenas de programas de iniciação científica no ensino médio disseminados no país.
Considerando os pontos acima mencionados, vale ressaltar a importância que se deu em criar tais programas. Tanto os orientadores quanto os alunos tem a experiência de participar no processo de escolha profissional dos jovens, incentivando suas carreiras.
2.1 BENEFÍCIOS E POSSIBILIDADES NA INICIAÇÃO CIENTÍFICA
Para se conseguir realizar pesquisas e entrar no programa de IC, é preciso procurar informações em sua universidade ou escola, para assim descobrir os recursos disponíveis. Pode-se haver muitas possibilidades ao fazer parte de um projeto, como bolsas de estudos e pesquisa no exterior. Segundo Garcia:
Bolsa de estudos. Após juntar todas as informações sobre as modalidades e linhas de pesquisa, é necessário ter os documentos exigidos em mãos e se candidatar para a bolsa. As bolsas possuem duração média de 1ano a 1 ano e meio, podendo ser renovada pela faculdade. Normalmente, existe um fundo da própria instituição para a realização de pesquisas, mas, em alguns casos [...] Realizar pesquisa no exterior. No Brasil, a distribuição de bolsas internacionais é mais comum após a graduação, ou seja, para mestrado e doutorado. No entanto, é possível conseguir financiamento ainda na graduação e ir realizar as pesquisas científicas no exterior. (GARCIA, 2018).
Considerando esses aspectos, é possível introduzir os estudantes à pesquisa com mais facilidade, colocando-os em contato direto com a atividade científica, porém, é preciso ver quais são os critérios da Instituição do aluno e assim, seguir as regras para se inscrever em alguns destes programas.
Além do aprendizado adquirido na IC, realiza-la é muito interessante para quem deseja seguir a carreira acadêmica ou trabalhar com pesquisa e desenvolvimento para o futuro, isso porque uma das bases da pesquisa é a metodologia, caracterizada por uma base teórica, a qual auxilia no processo de realização da pesquisa. Os benefícios são muitos, tanto para os jovens que conseguem se capacitar cada vez mais, quanto para o país que tem seu desenvolvimento científico elevado.
Nesta direção, Fava-de-Moraes e Fava (2000) ressaltam a pertinência da IC como estratégia de contribuição para o desenvolvimento científico do país. Começando pela formação de jovens cientistas desde a graduação. Segundo os autores “a primeira conquista de um estudante que faz iniciação científica é a fuga da rotina e da estrutura curricular [...]” (p. 75).
Assim, ser bolsista destes programas, propicia aos discentes condições e possibilidades de envolver-se com orientadores, grupos de pesquisa, incentivo ao domínio de outras línguas, alargamento do leque de autores a serem lidos e, também, defrontam-se com os desafios de iniciar-se como pesquisadores.
Importante ressaltar também, que quando o estudante visa uma vaga nestes projetos, ele precisa ter em mente que será necessário trabalhar muito e gastar tempo livre dentro da faculdade. As atividades, normalmente, são exigentes e demandam muito esforço. Sendo assim, é necessário preparar a rotina para lidar com outras responsabilidades e desempenhá-las.
2.2 VANTAGENS AO FAZER UMA INICIAÇÃO CIENTÍFICA
Participar de um programa de Iniciação Científica (IC) é sinônimo de fazer bons contatos, tanto com professores como pesquisadores. Um aluno que cria um bom trabalho e uma boa imagem sempre terá as portas abertas na sua instituição e ganhará apoio de seus orientadores no futuro.
Além disso, os autores Fava-de-Moraes e Fava (2000, p.75) enumeram uma série de pontos positivos decorrentes do envolvimento estudantil nestes projetos.Do seu ponto de vista, é importante frisar que:
[...] em geral, todos os estudantes que fizeram IC têm melhor desempenho nas seleções para a pós-graduação, terminam mais rápido a titulação, possuem um treinamento mais coletivo e com espírito de equipe e detêm mais facilidade de falar em público e de se adaptar ás atividades didáticas futuras.
Todos os debates, questionamentos e o trabalho para resolver problemas cria no aluno um senso crítico, estimula o raciocínio e promove um olhar diferente sobre a rotina, além da capacidade de defender ideias e argumentar sobre elas.
Várias são as vantagens de se investir em uma IC, principalmente na graduação/mestrado e doutorado, onde os orientadores passam a preferir candidatos que tenham algum envolvimento prévio com pesquisa, sistematização e socialização do conhecimento.
A participação nestes projetos, cria condições para uma diferenciação entre estudantes do ensino superior, pois a inserção em processo de pesquisa propicia ao acadêmico a oportunidade ou o desafio de aprender o método científico em condições mais vantajosas de que os alunos que apenas participam de aulas.
É vivenciando essa experiência que o se tornar pesquisador pode ser aprendido, conforme demostram Neves e Leite (2002, p.165) quando descrevem que a formação de futuros cientistas se realiza “no bojo de uma prática cultural”. De acordo com Pires (2008, p.32), “para que a universidade continue a produzir conhecimento, precisa estar sempre formando pesquisadores” e deste modo “sabe-se que é no jovem estudante que mora o maior potencial de criatividade, essencial à inovação”.
3. CONCLUSÃO
Dentre os pontos abordados anteriormente, pode-se afirmar que a IC, contribui para a ampliação da pesquisa no país, proporcionando momentos de aprendizagens para os alunos em geral, permitindo que se aposte na qualificação do processo ensino-pesquisa.
A experiência de pesquisadores-orientadores e dos alunos seja do ensino médio ou de graduação só reafirma a importância destes programas para o processo de escolha profissional dos jovens. É de grande incentivo para seguirem carreiras científicas e tem uma contribuição fundamental para se projetar o futuro do país.
Considerando a importância destes programas para a formação de novos pesquisadores, visualiza-se esta modalidade do ensino-pesquisa como ação importante tanto do docente quanto do orientador, no que se refere às práticas realizadas na graduação. A pesquisa e o ensino, se realizados na graduação, possibilitam o ingresso dos estudantes aos níveis posteriores de modo mais proveitoso, uma vez que assim o acadêmico está mais preparado para os desafios impostos ao fazer uma pesquisa, tendo presente que este processo exige criticidade, reflexão e engajamento. Promove o aprendizado para lidar com as adversidades que um trabalho científico pode trazer para o dia a dia. Sendo que, ao realizar um projeto, aprende-se a lidar com o desconhecido e a encontrar caminhos diferentes para a sua resolução.
Contudo, a efetiva participação nestes programas de Iniciação Científica (IC) é uma excelente oportunidade durante o ensino médio ou a faculdade, visto que, desperta a vocação para a área científica nos estudantes e promove a descoberta de novos talentos. Essa oportunidade deve ser aproveitada principalmente por quem deseja trabalhar na área de pesquisa ou continuar na área acadêmica, sendo, futuramente, um professor-orientador, mestre ou doutor.
REFERÊNCIAS
DEMO, Pedro. Pesquisa: Princípios Científicos e Educativos. São Paulo: Cortez, 1991.
FAVA-DE-MORAES, F,; FAVA, M. A iniciação científica: muitas vantagens e poucos riscos. São Paulo Perspec. [online]. 2000, v.14, n.1, pp. 73-77_ ISSN 0102-8839.
GIL, Antonio C. Métodos e técnicas em pesquisa social. 5 ed. São Paulo: Atlas, 1999.
MARCUSCHI, L. A. Avaliação do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) do CNPq e Propostas de Ação. Relatório Versão Final. Recife: URPE, 1996.
MATIAS-PEREIRA, José. Manual de metodologia da pesquisa científica. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2007.
NEVES, R. M. das.; LEITE, S. B. Iniciação Científica: vocação de genialidade ou prática cultural? In: CALAZANS, J. (Org.). Iniciação Científica: construindo o pensamento crítico. São Paulo: Cortez, 2002.
PIRES, R. C. M. A formação inicial do professor pesquisador universitário no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica – PIBIC/CNPq e a prática profissional de seus egressos: Um estudo de caso na Universidade do Estado da Bahia. Porto Alegre, 2008, 355 f, Tese (Doutorado) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Faculdade de Educação. Programa de Pós-Graduação em Educação.
Fiocruz/ EPSJV/ Lic-Provoc. Observatório Juventude, Ciência e Tecnologia. Rio de Janeiro, 2013-2014. Disponível em: <http://www.juventudect.fiocruz.br/iniciacao-cientifica/o-que-e-iniciacao-cientifica>. Acesso em: 20 mar. 2019.
GARCIA, Marta. Iniciação Científica: entenda o que é e como funciona? Fortaleza, 2018. Disponível em: <https://inglesinstrumentalonline.com.br/iniciacao-cientifica/>. Acesso em: 20 mar. 2019.
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