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Parasitologia | Ancilostomose (Amarelão)

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Parasitologia (2020.1)
Ancil�tom��
Também conhecida como amarelão, a
ancilostomose é uma patologia causada por
vermes nematódeos (espécie: Necator
americanus e Ancylostoma Duodenale). As
formas adultas deste parasito se fixam no
sistema digestivo dos seres humanos, na
porção que compreende o intestino delgado,
onde se nutre do sangue do hospedeiro e
causando anemia (por isso o nome
“amarelão”).
Eles pertencem ao filo Aschelminthes,
classe Nematoda, família Ancylostomidae e
aos gêneros Ancilostoma (apresentam
dentes) e Necator (apresentam lâminas).
Quanto as espécies, são 5:
→ Ancylostoma duodenale
→ Ancylostoma ceylanicum
→ Ancylostoma braziliense (larva migrans cutânea)
→ Ancylostoma caninum (larva migrans cutânea)
Necator americanus
Morfologia
Os vermes adultos se diferenciam com
relação a quantidade de dentes que
apresentam: o A. caninum apresenta três
pares de dentes, já o A. duodenale apresenta
dois pares de dentes e o A. braziliense, um
par de dentes. Quanto ao Necator
americanus, ao invés de dentes, como dito
anteriormente, apresenta estruturas
semelhantes a lâminas.
Ovos
Os ovos da família Ancylostomidae
apresentam uma membrana delgada
envolvendo o seu conteúdo. No interior,
encontram-se células em divisão
denominadas blastômeros. Mesmo com a
presença dessa fina membrana, os ovos não
se rompem no hospedeiro.
Eles são morfologicamente iguais, desse
modo, não é possível determinar o gênero do
parasita por meio de exame laboratorial com
amostras de ovos.
Larvas
As larvas rabditoides (L1 e L2)
apresentam um vestibulo bucal longo e um
esôfago rudimentar. Já as larvas filarióides
(L3), são caracterizadas por serem larvas
infectantes e apresentarem uma bainha de
revestimento, com um vestibulo bucal longo,
contudo, com o esôfago mais bem
desenvolvido.
Vinícius Bandeira | @viniciusbdentista (2021)
Parasitologia (2020.1)
São larvas de vida livre e habitam
preferencialmente o solo. Elas dependem
diretamente da temperatura, umidade e
reserva de nutrientes. Podem se locomover
movimentando-se no solo (quando em
temperaturas altas [35°/40°C], entretanto,
abaixo de 15°C são lentas).
Ciclo biológico
Os ancilostomídeos apresentam um
ciclo biológico direto, não necessitando de
hospedeiros intermediários. Durante o seu
desenvolvimento, duas fases são bem
definidas: a fase larval de vida livre
(infectante) e a fase adulta, obrigatoriamente
de vida parasitária.
Os ovos dos ancilostomídeos são
depositados pelas fêmeas (após a cópula),
no intestino delgado do hospedeiro, de onde
são eliminados para o meio exterior através
das fezes. No meio exterior, em ambientes
propícios (boa oxigenação, alta umidade e
temperatura elevada), as larvas no estágio
L1 são eclodidas. Ela se desenvolve para o
segundo estágio L2 após perder a cutícula
externa e ganhar uma nova. Depois de
ganhar mais outra camada externa, a larva
L2 se transforma no estágio L3, do tipo
filarióide, a chamada então de larva
infectante. É válido lembrar que da larva L2
para L3 não houve uma troca de
revestimento, mas sim uma soma. Este novo
revestimento formará a bainha de
revestimento.
A infecção pelos ancilostomídeos no
homem só ocorre quando as L3 (infectantes)
penetram ativamente, através da pele,
conjuntiva e mucosas, ou passivamente por
via oral.
Quando a infecção é ativa, as larvas
penetram na pele com ajuda de enzimas
semelhantes a colagenase, que facilitam o
acesso aos tecidos do hospedeiro. Da pele,
as larvas alcançam a circulação sanguínea
e/ou linfática, e chegam ao coração, indo
para os pulmões através das artérias
pulmonares. No pulmão, as larvas atingem
os alvéolos e migram para os bronquíolos,
de onde vão para a traqueia, faringe e
laringe, para então serem ingeridas e
transportadas para o intestino delgado, o
seu habitat final. Durante a migração pelos
pulmões, as larvas perdem uma cutícula e
adquirem uma nova, transformando-se então
em larvas L4.
Ao chegarem ao intestino, após 8 dias de
infecção, as larvas começam a exercer o
parasitismo hematófago, fixando a cápsula
bucal na mucosa do duodeno. Sendo assim,
a transformação da larva L4 em L5 dura
aproximadamente 15 dias após a
penetração, e a diferenciação de L5 em
adultos, 30 dias após a penetração. O
período de pré-latência, ou seja, desde a
primeira infecção até a eliminação dos ovos
pelas fezes, varia entre 35 e 60 dias para A.
duodenale e 42 a 60 dias para N. americanus.
Patogênese e patologia
As lesões se manifestam em três níveis:
cutâneas, pulmonar e intestinal. A
intensidade das lesões depende da
sensibilidade do hospedeiro e da carga
parasitária.
Assim que penetram na pele, as larvas
podem provocar lesões traumáticas no local
de penetração, seguidas de fenômenos
vasculares, além de hiperemia, prurido e
edema, que são resultantes do processo
inflamatório.
No pulmão, as alterações são raras,
embora possa ocorrer tosse de longa ou
curta duração. Então, de fato, é o
parasitismo intestinal que caracteriza a
ancilostomose. As lesões intestinais são
causadas por vermes adultos e são
Vinícius Bandeira | @viniciusbdentista (2021)
Parasitologia (2020.1)
causadas pela capacidade hematofágica,
além da capacidade de movimentação e
fixação, por meio da cápsula bucal,
produzindo hemorragias. Sinais e sintomas
abdominais são evidentes após a chegada
do parasito ao intestino. Há registros de dor
epigástrica, diminuição de apetite,
indigestão, cólica, indisposição, náuseas,
vômitos, flatulência, diarreia (às vezes
sanguinolentas), constipação. Esses sinais e
sintomas são mais graves quando a
deposição de ovos se inicia.
Quanto à patogenia, é diretamente
proporcional ao número de parasitos
presentes no intestino delgado. A anemia
causada pelo intenso hematofagismo
exercido pelos vermes adultos é o principal
sinal de ancilostomose. Desse modo, tem-se
dois aspectos distintos na ancilostomose:
→ A fase aguda, caracterizada pela
migração das larvas no tecido cutâneo e
pulmonar, e pela instalação dos vermes
adultos no intestino delgado. Nesta fase, a
eosinofilia é o mais marcante registro
imunológico na ancilostomose, seguida por
pequeno aumento de anticorpos IgE e IgG.
→ A fase crônica, determinada pela
presença do verme adulto, que associada a
espoliação sanguínea, caracteriza a fase de
anemia. Nesta fase, além de induzir a
eosinofilia, provoca elevação de IgE total e
de anticorpos específicos IgG, IgA e IgM, que
são detectados pela imunofluorescência,
pelo ELISA e pela hemaglutinação.
Diagnóstico
O diagnóstico da ancilostomose pode
ser analisado sob o ponto de vista coletivo e
individual. Este último baseia-se na
anamnese e na associação de sintomas
cutâneos, pulmonares e intestinais, seguidos
ou não de anemia. Já o primeiro baseia-se
no quadro epidemiológico geral da
população. Sendo assim, em ambos os
casos, o diagnóstico de certeza só será
alcançado pelo exame parasitológico de
fezes.
Tratamento
O tratamento só deve ser recomendado
para indivíduos que apresentam o
diagnóstico parasitológico de ancilostomose
através do exame de fezes. Atualmente, o
uso de vermífugos à base de pirimidinas de
benzimidazóis têm sido os mais indicados,
sendo estes últimos os mais eficientes, pois
mata os parasitos através do bloqueio
neuromuscular, através do antagonista
colinérgico, provocando paralisia muscular,
enquanto o primeiro provoca degeneração
nas células do tegumento e do intestino do
parasito.
Vinícius Bandeira | @viniciusbdentista (2021)

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