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1 FACULDADE ESTÁCIO DO AMAZONAS REDES DE COMPUTADORES THIAGO ONOFRE FERNANDES PEREIRA SISTEMA DE CABEAMENTO MANAUS-AM 2021 2 FACULDADE ESTÁCIO DO AMAZONAS REDES DE COMPUTADORES THIAGO ONOFRE FERNANDES PEREIRA SISTEMA DE CABEAMENTO: Padronização Trabalho apresentado a Faculdade Estácio do Amazonas, como requisito para obtenção de nota na matéria de Cabeamento. MANAUS-AM 2021 3 ÍNDICE 1. INTRODUÇÃO -------------------------------------------------------------------------------------- 4 2. PADRONIZAÇÃO ---------------------------------------------------------------------------------- 5 3. CATEGORIAS E CLASSES DE DESEMPENHO ----------------------------------------- 7 3.1. AS NORMAS BRASILEIRAS DE CABEAMENTO ESTRUTURADO PARA EDIFICAÇÕES COMERCIAIS E DATA CENTERS ------------------------------------------ 9 3.1.1. NBR 14565 -------------------------------------------------------------------------------- 10 3.1.2. ABNT NBR 16665 ----------------------------------------------------------------------- 11 3.2. A NORMA INTERNACIONAL DE CABEAMENTO ESTRUTURADO -------- 12 3.3. AS NORMAS NORTE-AMERICANAS ------------------------------------------------ 12 TIPO DE CABO ---------------------------------------------------------------------------------------- 13 Cabo U/UTP CAT.5e ---------------------------------------------------------------------------------- 13 Cabo de rede cat6 ------------------------------------------------------------------------------------- 13 Cabo De Fibra Óptica Drop Flat FTTH ----------------------------------------------------------- 13 4. CABOS DE PARES TRANÇADOS ---------------------------------------------------------- 13 5. CABOS COAXIAIS ------------------------------------------------------------------------------- 18 5.1. CONECTORIZAÇÃO DE CABO COAXIAL ------------------------------------------ 20 6. CONCLUSÃO ------------------------------------------------------------------------------------- 23 7. BIBLIOGRAFIA ----------------------------------------------------------------------------------- 24 4 1. INTRODUÇÃO Quando começaram a ser utilizados, os sistemas de cabeamento para transmissão de dados nas organizações não seguiam padrões e, muitas vezes, eram instalados e mantidos pelos próprios fabricantes. Esses sistemas não suportavam a necessidade de evolução de que os ambientes organizacionais necessitavam. Assim, surgiu a necessidade de organizar e estruturar um padrão para infraestrutura de cabeamento; nesse sentido, empresas como a Xerox e a Intel começaram a trabalhar no desenvolvimento de um padrão. (Lummertz, Ramon dos Santos, 2019) Neste trabalho irei abordar sobre a importância da padronização do cabeamento estruturado. Ela permite a flexibilidade de instalação, independência de protocolos e fornecedores, bem como facilidades para gestão e crescimento da rede. Também irei abordar sobre os diferentes tipos de cabos par metálico, avaliar as orientações das organizações de padronização entre elas a ISO, TIA, EIA, IEEE e etc. O método utilizado, será o de pesquisa em livros e sites especializados em cabeamento. 5 2. PADRONIZAÇÃO O cabeamento estruturado surgiu no final dos anos 1980, a partir da necessidade de estruturação e padronização das redes de computadores, que estavam sendo implementadas em larga escala. Desde então, a infraestrutura de cabeamento foi se tornando cada vez mais fundamental nas estruturas empresariais. É fato que, no atual cenário de constantes avanços tecnológicos, nenhuma organização sobrevive se sua infraestrutura estiver suscetível a panes e problemas, conforme leciona Lima Filho (2015). O cabeamento estruturado pode ser entendido como todo sistema de infraestrutura que interliga os equipamentos de telecomunicações necessários para o funcionamento de uma organização. Este também define elementos padronizados a serem aplicados, que podem ser considerados como seus subsistemas. O principal objetivo da adoção do conceito de cabeamento estruturado é a possibilidade de se definir um padrão de instalação e conexão entre os dispositivos, bem como permitir uma vida útil à infraestrutura, que suporte alterações de leiaute que venham a ocorrer ao longo do tempo em qualquer organização. O sistema de cabeamento estruturado está dividido em seis subsistemas: Entrada de facilidades; Sala de equipamentos; Cabeamento vertical; Sala de telecomunicações; Cabeamento horizontal; Área de trabalho. 6 O subsistema de cabeamento horizontal de um cabeamento estruturado poderia, a priori, ser projetado e instalado sem um conhecimento prévio das aplicações. Para isso, bastaria escolher uma categoria de desempenho capaz de atender às aplicações atualmente em uso nesse subsistema, oferecendo ainda alguma capacidade de implementação de aplicações mais exigentes. No entanto, o projeto do backbone exige um bom conhecimento das aplicações a serem implementadas. A distribuição do cabeamento de backbone pode conter diferentes tipos de cabos para serviços distintos provenientes de pontos diversos de entrada de serviços, porém todos eles devem convergir para um único distribuidor de campus. O projeto de cabeamento estruturado é muito importante se desejamos ter uma rede de computadores funcionando adequadamente, sem apresentar problemas. Nesse sentido, existem etapas que nunca devem ser descartadas quando estamos projetando uma rede. Existem diversas redes que sofrem inúmeros problemas por não terem sido corretamente projetadas no início de seu funcionamento e se tornam obsoletas e suscetíveis a problemas, de acordo com Lima Filho (2015). Quando esse sistema passou a ser utilizado, cada fabricante de computador estabelecia os cabos para seus computadores e periféricos. Ou seja, não existia uma padronização, e, às vezes, colocar em uma mesma rede de computadores máquinas de diferentes fabricantes se tornava um desafio enorme. As coisas evoluíram pouco até a chegada 7 das redes de áreas locais (LANs), que estavam sendo definidas por acordos de padrões abertos no início dos anos 1980. Pela primeira vez, podia-se esperar que equipamentos de comunicação de dados de diferentes fabricantes se comunicariam entre si. A primeira LAN a ser aceita mundialmente foi o padrão Ethernet. O padrão Ethernet foi desenvolvido pela companhia Xerox, com o início do seu desenvolvimento em meados da década de 1970. Houve, na mesma década, a adesão de outras companhias, como a Intel, que uniram suas forças para desenvolver um padrão para o sistema Ethernet que possibilitasse a sua utilização universalmente. A primeira grande publicação do padrão Ethernet foi o chamado “Livro Azul Ethernet”, em 1980. Inicialmente, o padrão Ethernet era também conhecido como padrão DIX, em função das iniciais das três empresas que começaram a desenvolvê-lo: DEC, Intel e Xerox. 3. CATEGORIAS E CLASSES DE DESEMPENHO Os sistemas de cabeamento são especificados por suas categoria e classe de desempenho. Aqui vale uma breve explicação sobre esses termos. As normas ISO/IEC e ABNT NBR utilizam ambos, enquanto as normas ANSI/TIA referem-se apenas a categorias de desempenho. No universo de normalização ISO/IEC e ABNT NBR, a categoria de desempenho se aplica a cabos e componentes do cabeamento e, a classe, ao cabeamento e aplicações. No ambiente ANSI/TIA, cabos, componentes e cabeamento são especificados em categorias de desempenho. Em cabeamento estruturado, de acordo com as normas vigentes, as categorias de desempenho são definidas de 3 a 8, e as classes de desempenho, de A à FA. Embora a Categoria 3 ainda seja reconhecida por normas técnicas vigentes, ela já caiu em desuso há décadas devido à sualimitada largura de banda de 16 MHz para as aplicações atualmente em uso nas redes. Portanto, na prática, a primeira categoria de desempenho de interesse é a Categoria 5e, com largura de banda de 100 MHz, capaz de operar aplicações como Fast Ethernet, a 100 Mb/s e Gigabit Ethernet, a 1000 Mb/s (1 Gb/s). Em seguida, vêm a Categoria 6 (250 MHz), capaz de operar Gigabit Ethernet e 10 GbE (10 Gb/s) em certas condições, a Categoria 6 Aumentada (Cat. 6A) com 500 MHz de largura de banda (capaz de operar 19 GbE sem restrições), a Categoria 7 (600 MHz), a Categoria 7 Aumentada (Cat. 7A) com 8 1000 MHz de largura de banda, a Categoria 8.1 (2000 MHz) e a Categoria 8.2 (2000 MHz). As especificações dos sistemas de cabeamento Categoria 6/Classe E (250 MHz), Categoria 6A/Classe EA (500 MHz), Categoria 7/Classe F (600 MHz), Categoria 7A/Classe FA (1000 MHz), Cat. 8.1 (2000 MHz) e Cat. 8.2 (2000 MHz) existem para suportar aplicações que requeiram larguras de banda superiores ou necessitem de sistemas de cabeamento capazes de oferecer canais livres de ruídos e com baixos níveis de interferência eletromagnética. Sistemas categorias 6A, 7, 7A, 8.1 e 8.2 são ótimas opções para ambientes com altos níveis de ruídos. Se você precisa compartilhar serviços de naturezas distintas em um mesmo cabo de pares trançados e precisa garantir os mínimos níveis possíveis de interferência eletromagnética entre eles, dê preferência aos sistemas categorias 7, 7A, 8.1 e 8.2, pois esses sistemas de cabeamento são blindados e têm dupla blindagem. Se o projeto é para cabear um data center, prefira sistemas Categoria 6A blindados, por exemplo. A Tabela abaixo traz um quadro que resume as categorias de desempenho e classes de aplicações. 9 As normas brasileiras reconhecem categorias de desempenho e classes de aplicação, as normas americanas reconhecem apenas categorias de desempenho, as normas ISO (internacionais) reconhecem classes de aplicações e categorias de desempenho. 3.1. AS NORMAS BRASILEIRAS DE CABEAMENTO ESTRUTURADO PARA EDIFICAÇÕES COMERCIAIS E DATA CENTERS A norma brasileira de cabeamento estruturado para edifícios comerciais, a ABNT NBR 14565, utiliza como base a norma internacional ISO/IEC 11801-2 (Information technology – Generic cabling for customer premises – Part 2: Office premises, em português, Cabeamento genérico para as dependências do cliente – Parte 2: escritórios). A NBR 14565 especifica um cabeamento estruturado para um edifício ou conjunto de edifícios em um campus e contempla cabeamento em cobre (cabos metálicos) e fibras ópticas (cabos ópticos). Ela especifica os seguintes elementos funcionais do cabeamento para edifícios comerciais: distribuidor de campus (CD); backbone de campus; distribuidor de edifício (BD); backbone de edifício; distribuidor de piso (FD); cabeamento horizontal; ponto de consolidação (CP); cabo do ponto de consolidação; tomada de telecomunicações multiusuário (MUTO); tomada de telecomunicações (TO). 10 3.1.1. NBR 14565 A NBR 14565 especifica as seguintes classes e categorias de desempenho para o cabeamento balanceado: Classe A: especificada até 100 kHz. Classe B: especificada até 1 MHz. Classe C/Categoria 3: especificada até 16 MHz. Classe D/Categoria 5e: especificada até 100 MHz. Classe E/Categoria 6: especificada até 250 MHz. Classe EA/Categoria 6A: especificada até 500 MHz. Classe F/Categoria 7: especificada até 600 MHz. Classe FA/Categoria 7A: especificada até 1000 MHz. Categoria 8: especificada até 2000 MHz. As classes A, B e C não são reconhecidas para uso em sistemas de cabeamento estruturado, porém podem ser utilizadas para aplicações de voz; o mesmo vale para os cabos de cobre multipares. O cabeamento Categoria 3/Classe C é somente capaz de suportar a transmissão de dados em baixas velocidades (até 10 Mb/s), porém na prática essa aplicação não é mais utilizada há décadas. As categorias 5e, 6, 6A, 7, 7A e 8 (classes D, E, EA, F e FA) são reconhecidas para uso em edifícios comerciais em ambos os subsistemas de cabeamento, isto é, horizontal e backbone. De qualquer forma, o uso de cabeamento categorias 7 e superiores é pouco comum no subsistema de cabeamento horizontal. Os cabos ópticos reconhecidos são os cabos OM1, OM2, OM3, OM4 e OM5 (multimodo) e os cabos OS1 e OS2 (monomodo). Os cabos OM3 a OM5 são otimizados para transmissão laser e oferecem suporte a aplicações de altas velocidades. O uso de cabeamento óptico em edifícios comerciais é mais comum no subsistema de backbone. A norma brasileira de cabeamento estruturado para data centers, a ABNT NBR 16665:2019, baseia-se na norma internacional ISO/IEC 11801-5 especifica os seguintes elementos funcionais: interface de rede externa (ENI); cabo de acesso à rede; 11 distribuidor principal (MD); cabo de backbone; distribuidor intermediário (ID); cabo de backbone; distribuidor de zona (ZD); cabeamento horizontal; ponto de distribuição local (LDP); cabo do ponto de distribuição local (cabo do LDP); tomada de equipamento (EO). 3.1.2. ABNT NBR 16665 A nomenclatura adotada pela NBR segue o padrão ISO e, portanto, é, em geral, diferente daquela adotada pelas normas americanas desenvolvidas pela ANSI/TIA. Embora a ABNT NBR 16665 reconheça, para o cabeamento do data center, os mesmos cabos e cabeamento reconhecidos pela ABNT NBR 14565 para edifícios comerciais, uma boa recomendação é que a Categoria 6A seja a menor categoria de desempenho de cabeamento em cobre adotada para o subsistema de cabeamento horizontal de um data center. Da mesma forma, a fibra óptica multimodo OM4 deve ser a menor classificação utilizada no cabeamento óptico de um data center. A NBR 14565 traz especificações para cabeamento óptico centralizado, cabeamento para pontos de acesso para redes sem fio e cinco anexos, entre informativos (recomendações) e normativos (especificações). Entre esses anexos vale destacar os anexos D (aplicações suportadas) e E (aplicações suportadas em uma rede sem fio). 12 Quanto à ABNT NBR 16665, vale destacar seu Anexo B, que traz recomendações de melhores práticas de projeto e instalação de infraestrutura para data centers. 3.2. A NORMA INTERNACIONAL DE CABEAMENTO ESTRUTURADO A série de normas internacionais ISO/IEC, especifica sistemas de cabeamento estruturado e é composta de seis partes: ISO/IEC 11801-1: requisitos gerais. ISO/IEC 11801-2: escritórios. ISO/IEC 11801-3: indústrias. ISO/IEC 11801-4: residências. ISO/IEC 11801-5: data centers. ISO/IEC 11801-6: serviços distribuídos. As normas brasileiras de cabeamento estruturado, desenvolvidas pela CE 003:046.005, são baseadas nessas normas ISO/IEC. No entanto, embora as normas brasileiras possam ser, por questões legais, versões traduzidas de normas ISO/IEC, nossas normas de cabeamento estruturado não seguem esse modelo, pois trazem conteúdo próprio. Por participar do sistema internacional de normalização, normas ISO/IEC são reconhecidas legalmente no Brasil, especialmente em casos em que não há normas ABNT NBR disponíveis. 3.3. AS NORMAS NORTE-AMERICANAS A série de normas norte-americanas ANSI/TIA-568 especifica sistemas de cabeamento estruturado e é composta por cinco partes: ANSI/TIA-568.0-D: cabeamento estruturado genérico nas dependências do cliente. ANSI/TIA-568.1-D: cabeamento estruturado para edifícios comerciais. ANSI/TIA-568.2-D: cabeamento estruturado balanceado e componentes. ANSI/TIA-568.3-D: cabeamento estruturado óptico e componentes. ANSI/TIA-568.4-D: cabeamento coaxial de banda larga e componentes. 13 A ANSI/TIA-568.0-D especifica um cabeamento de uso geral. Normalmente, uma boa opção para ambientes que não têm normas específicas, como portos e aeroportos. A TIA-568.1-D especifica o cabeamentoestruturado em edifícios comerciais e se aplica a, praticamente, todos os tipos de edifícios comerciais. A TIA- 568.2-D especifica o desempenho do cabeamento estruturado em pares trançados e componentes; já a TIA-568.3-D especifica o desempenho do cabeamento em fibras ópticas e componentes, cobrindo instalações em fibras ópticas monomodo e multimodo. A TIA-568.4-D especifica um sistema de cabeamento em cabos coaxiais para aplicações de banda larga. Embora as normas norte-americanas sejam frequentemente utilizadas como referência em projetos de cabeamento no Brasil, é importante explicar que, no âmbito legal, essas normas não são reconhecidas no país. Isso se aplica especialmente em licitações públicas. Tipos de Cabos e preços: TIPO DE CABO MARCA FORNECEDOR PREÇO METRAGEM Cabo Coaxial Série 59 - Ponto Frio R$ 33,90 20 metros Cabo Coaxial Kit- Flex - Ponto Frio R$ 37,90 20 metros Cabo coaxial RG6 - Ponto Frio R$ 89,90 20 metros Cabo U/UTP CAT.5e SohoPlus Kabum R$ 589,90 305 metros Cabo de rede cat6 Furukawa Amazon R$ 930,20 305 metros Cabo De Fibra Óptica Drop Flat FTTH - Mercado Livre R$ 559,90 1000 metros 4. CABOS DE PARES TRANÇADOS Segundo Tanenbaum (2002), o par trançado é o meio de transmissão mais antigo e comum, sendo bastante utilizado na atualidade. Um par trançado é formado por dois fios de cobre encapados, que normalmente possuem cerca de 1 mm de espessura. Esses fios são enrolados de forma helicoidal, da mesma maneira que uma molécula de DNA. Os fios são trançados porque, se estiverem paralelos, formam uma antena simples. Quando os fios são trançados, as ondas de diferentes partes dos fios se cancelam, resultando em menor incidência de interferência. 14 Um meio ou canal de transmissão é o caminho utilizado para que um sinal elétrico ou uma informação seja enviada de um transmissor para um receptor. Um sistema de cabeamento estruturado é composto por cabos e componentes de conexão, também referidos como hardware de conexão (patch panels, tomadas etc.). Eles devem ser conectados entre si para formar um caminho de transmissão entre os equipamentos da rede, por exemplo um switch Ethernet e um computador em uma área de trabalho. 15 Quando o meio de transmissão é formado por cabos metálicos, ele pode ser de condutores paralelos, cabos coaxiais ou cabos balanceados, que são os cabos de pares trançados. Cada tipo de construção de cabo oferece suas caraterísticas próprias que são mais adequadas a um determinado mecanismo de transmissão. Devido às características dos sistemas de cabeamento estruturado, o meio físico metálico padronizado é o cabo balanceado. Segundo Fey (2014), a princípio, a aplicação mais comum dos cabos de par trançado era na telefonia, em que era possível transmitir dados analógicos ou digitais por alguns quilômetros, sem a necessidade de um repetidor de sinal para reforçar o mesmo. Essa distância varia de acordo com a espessura dos fios utilizados e com o número de tranças existentes a cada metro de cabo. Os cabos de par trançado podem ser classificados em dois tipos básicos, conforme descritos a seguir. UTP (unshielded twisted pair), que significa par trançado sem blindagem. É o tipo de cabo de rede de computadores mais utilizado na atualidade, uma vez que apresenta fácil manuseio, o que facilita a sua instalação. Além disso, proporciona elevadas taxas de transmissão de dados, que superam as taxas obtidas com a utilização de cabos coaxiais. O cabo apresentado na Figura 4 é do tipo UTP. STP (shielded twisted pair), que significa par trançado com blindagem. Esse cabo possui uma proteção extra contra interferências, proporcionada pela blindagem nele presente. A blindagem pode ser simples, com uma única blindagem envolvendo todos os pares presentes no cabo, ou par a par, apresentando blindagem individual para cada um dos pares. O cabo STP normalmente é pouco utilizado, em virtude do seu alto custo, sendo empregado em situações em que o ambiente possui muitas interferências eletromagnéticas. Na Figura 5, temos a imagem de dois cabos STP, sendo que o cabo com capa cinza possui blindagem individual para cada um dos pares presentes no mesmo, enquanto o cabo com capa azul possui uma blindagem única para todos os pares presentes no cabo. 16 Ainda no que tange ao tipo de blindagem, temos o padrão de identificação “X/Y”, em que “X” é a blindagem que envolve todos os pares e “Y” é a blindagem que envolve cada um dos pares. Os possíveis valores dessas variáveis estão listados a seguir. “U” — Sigla para unshielded, que significa que não existe blindagem. “F” — Sigla para foil, que indica que a blindagem é realizada por uma fita plástica aluminizada. “S” — sigla para screened, que indica que a blindagem é realizada por uma malha de fios metálicos, podendo ser de cobre, alumínio ou outro condutor ou tipo de blindagem. Dessa forma, temos os seguintes tipos de cabos: U/UTP — Não apresenta nenhuma blindagem, sendo o tipo de cabo mais comum; F/UTP — Possui blindagem que envolve todos os pares e não possui blindagem individual, sendo o formato mais comum entre os cabos blindados; S/FTP — Possui blindagem com malha envolvendo todos os pares (similar à blindagem ilustrada na Figura 1) e blindagem com fita en-volvendo cada um dos pares; F/FTP — Blindagem com fita, envolvendo os pares de forma individual, e todos os pares sendo envoltos por uma blindagem também de fita. 17 Existem também diferentes categorias de cabos, cujas características são padronizadas pela norma ISO/IEC 11801. Essas características padronizadas definem as larguras de banda que os cabos devem suportar, dentre outras características. No Quadro 1, temos uma relação dessas diversas categorias de cabos de comunicação, apresentando as capacidades de largura de banda e sua utilização. 18 5. CABOS COAXIAIS Segundo Marin (2010), o cabo coaxial é muito popular no mercado, tendo sido considerado, por um certo período, o cabo de comunicação mais moderno existente em termos de transmissão de informações. É utilizado até os dias atuais na mesma linha de aplicações. Um cabo coaxial é constituído por um fio de cobre rígido em seu núcleo, sendo que esse núcleo é envolvido por um material isolante, que, por sua vez, é envolvido em um condutor externo, que possui o formato de uma malha metálica. Esse condutor externo, normalmente, é revestido por uma capa plástica que atua como proteção, que o torna muito resistente à indução causada pelas interferências elétricas ou magnéticas presentes no meio onde o cabo está instalado. Na Figura abaixo, vemos em detalhes todas as camadas que formam um cabo coaxial. O cabo coaxial é caracterizado por proporcionar transmissões estáveis e constantes, sendo que essa estabilidade não possui relação com seu comprimento. O coaxial pode operar em velocidades de até 10 megabits/segundo, dispensando a utilização de equipamentos para a replicação do sinal, além de não propiciar distorções ou ecos. A forma com que os cabos coaxiais são construídos oferece uma alta banda passante e uma excelente imunidade a ruído, tendo sido o meio de transmissão de dados mais utilizado em redes locais no seu auge. 19 Em suas conexões, os cabos coaxiais utilizam conectores BNC; comumente, são utilizados conectores do tipo “T” conectados às placas de rede, interligando os computadores uns aos outros. Na transmissão de dados, o cabo coaxial tem perdido espaço para outros tipos de cabos, mas ainda é amplamente utilizado na atualidade em diversas aplicações. Por exemplo, os cabos coaxiais são empregados em sistemas de segurança, para a transmissão de dados das câmeras de segurança, e na conexão de antenas de sinais de televisão, dada sua excelente capacidade de transmissão de sinais, protegendo- os das distorções.A seguir, são apresentadas algumas características dos cabos coaxiais que são consideradas desvantagens. Distâncias limitadas (uma vez que cabos muito longos tendem a atenuar o sinal, como qualquer outro cabo). Baixo nível de segurança (por ser um cabo simples, equipamentos podem ser inseridos na rede, captando os dados transmitidos por ela). Dificuldade de realizar grandes mudanças na topologia da rede. Porém, apesar de possuis algumas desvantagens, esse tipo de cabo possui vantagens, visto que ainda é bastante utilizado em diversas aplicações. Algumas dessas vantagens são listadas abaixo. Baixos custos de implementação (normalmente, os componentes pre-sentes nesse tipo de rede possuem baixo custo de aquisição, o que torna a implementação mais barata). Topologia simples de implementar (mas, conforme mencionado, as modificações são críticas). 20 Resistência a ruídos e interferências (em virtude de seu condutor externo, que apresenta uma malha metálica trançada, os sinais que causam interferências e atrapalham a transmissão de dados não afetam de forma demasiada esse tipo de cabo). 5.1. CONECTORIZAÇÃO DE CABO COAXIAL Existem duas ferramentas principais para a confecção de cabos coaxiais: o decapador e o alicate para crimpagem. Existem diversos modelos de decapadores para cabos coaxiais no mercado, sendo esse um instrumento de grande utilidade para o profissional que realiza muitas conexões de rede. Os decapamentos também podem ser realizados com um estilete, mas é um trabalho mais delicado, que exige cuidado para não se ferir. Na Figura abaixo, podemos observar um modelo de decapador que pode ser utilizado em cabos coaxiais de 4 mm, 6 mm, 8 mm e 12 mm e possui ajustes nas suas duas lâminas. A conexão do cabo no equipamento que receberá o sinal é realizada por meio de conectores BNC, que são montados no cabo e, então, conectados no equipamento. A sigla BNC vem de bayonet Neill Concelman, sendo o termo bayonet decorrente do fato de o conector possuir uma trava em forma de baio-neta; Paul Neill e Carl Concelman foram os inventores desse tipo de conector. Existem diferentes tamanhos e tipos de conectores BNC, como exemplificado na Figura 2. Assim, deve-se tomar cuidado para adquirir e utilizar o conector correto, conforme a necessidade. 21 Para realizar essa conexão, são necessários três tipos de conectores: BNC, BNC do tipo T e terminadores BNC. Com eles, não é possível formar desvios nas conexões — por exemplo, formar um Y; cabo e conectores devem formar uma linha do começo ao fim. Exclusivamente no primeiro e no último PCs, torna-se necessária a utilização de terminadores. Na Figura 3, vemos três conectores do tipo T, que são acoplados no conector BNC da placa de rede de cada computador; entre cada um deles, temos duas seções de cabos; por fim, temos um terminador em cada ponta dessa conexão. Para ser finalizada a instalação e ser possível a utilização do cabo, também é necessário utilizar um alicate para crimpagem de cabos coaxiais. O uso desse alicate é indispensável, pois, mesmo que o cabo pareça estar bem posicionado no conector, se não for realizada a crimpagem com essa ferramenta, ele pode apresentar algum tipo de problema, como falhas de conexão. Assim como o decapador de cabos 22 coaxiais, existem vários modelos de alicates para crimpagem. Dentre eles, temos o HT-301a, exemplificado na Figura 4, que pode ser utilizado em conectores tipo RG 58, RG 59 e RG 62. Figura 4. Alicate para crimpar cabo coaxial 23 6. CONCLUSÃO Hoje, todos os sistemas que utilizamos são baseados em redes de computadores. Sejam redes sociais, aplicativos de chat ou aplicativos para movimentação financeira: todos são disponibilizados com base em uma estrutura de rede. Quando uma rede é mal projetada, ou o projeto é mal executado, os problemas são visíveis para os usuários, pois os resultados são o baixo desempenho das aplicações, a demora na transferência de arquivos, time out e até total indisponibilidade. E é o cabeamento que está entre as principais causas de problemas em redes de computadores. (Colleoni Couto, Júlia Mara, 2019) Com base nos estudos e análises realizadas ao longo do trabalho, a definição e utilização do Cabeamento Estruturado, fica mais clara e objetiva, demonstrando a necessidade de sua implementação, sempre que possível levando em consideração as normas o EIA/TIA, ISO e outras normas. Com ele é possível atender as necessidades de transmissão de dados, criar e manter estações de trabalho, unificar todos os pontos através da transmissão de informação. Acabando assim com fronteiras físicas que possam existem em um complexo, aumentando a praticidade de comunicação entre todos os usuários do sistema. 24 7. BIBLIOGRAFIA Marin, P. S. Cabeamento Estruturado (Série Eixos). [Brasil]: Editora Saraiva, 2020. 9788536533124. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788536533124/. Acesso em: 13 Apr 2021. Santos, L.R. D. Cabeamento estruturado. [Brasil]: Grupo A, 2019. 9788533500587. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788533500587/. Acesso em: 13 Apr 2021 IMASIC INFORMÁTICA (BRASIL) Cabeamento Estruturado: O que é e qual a sua importância?. -. São Paulo - Brasil, 1 mar. 2020. Disponível em: https://www.imasic.com.br/cabeamento-estruturado-o-que-e-e-qual-a-sua- importancia/. Acesso em: 13 abr. 2021.
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