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MUSICA COMO INCLUSÃO SOCIAL E A importância do Assistente Social no processo de intervenção através de projetos sociais

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UNIÃO EDUCACIONAL DO NORTE-UNINORTE 
FACULDADE DO ACRE – FAC 
CURSO DE SERVIÇO SOCIAL 
 
 
 ALCINEY DE ARAÚJO VIEIRA 
 
 
 
 
 
MUSICA COMO INCLUSÃO SOCIAL E A IMPORTÂNCIA DO ASSISTENTE 
SOCIAL NO PROCESSO DE INTERVENÇÃO ATRAVÉS DE PROJETOS SOCIAIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rio Branco-AC 
2017
 
 
 
 
 
ALCINEY DE ARAUJO VIEIRA 
 
 
 
 
 
MUSICA COMO INCLUSÃO SOCIAL E A IMPORTÂNCIA DO ASSISTENTE 
SOCIAL NO PROCESSO DE INTERVENÇÃO ATRAVÉS DE PROJETOS SOCIAIS 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso 
de Serviço Social da Faculdade do Acre – FAC como 
requisito para a obtenção do título Bacharel em Serviço 
Social. 
 
 
 
Orientadora: Prof.ª Edjane Alves Silva 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rio Branco-AC 
2017 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Catalogação na Fonte 
Biblioteca da União Educacional do Norte, Rio Branco/Acre 
 
 V658m VIEIRA, Alciney de Araújo 
 
 Música como inclusão social e a importância do assistente social no processo de 
 intervenção através de projetos sociais / Alciney de Araújo Vieira. Rio Branco: Uninorte, 2017. 
 
 33f., 29 cm. 
 Monografia (Graduação – Serviço Social) – Faculdade do Acre (FAC), 2017. 
 Orientadora: Profa. Esp. Edjane Alves Silva. 
 
1.Inclusão social 2. Música 3. Projetos sociais I. União Educacional do Norte (UNINORTE) 
II.Título 
 
CDD: 360 
 
Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Kezia Santos CRB-11/601 
 
 
 
 
 
 
 
 
ALCINEY DE ARAÚJO VIEIRA 
 
 
 
 
 
MUSICA COMO INCLUSÃO SOCIAL E A IMPORTÂNCIA DO ASSISTENTE 
SOCIAL NO PROCESSO DE INTERVENÇÃO ATRAVÉS DE PROJETOS SOCIAIS 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Serviço Social da 
Faculdade do Acre – FAC como requisito para a obtenção do título Bacharel em 
Serviço Social. 
 
 
 
 
Banca Examinadora: 
 
 
 
 
...................................................................................................................... 
Prof.ª - Edjane Alves Silva 
(Orientadora) 
 
 
 
 
 ...................................................................................................................... 
Assistente Social - Dayane Cristina Prado da Silva Oliveira 
(Membro da Banca) 
 
 
 
 
 ...................................................................................................................... 
Prof. - Itamar Magalhães 
(Membro da Banca) 
 
 
 
Rio Branco,28 de novembro de 2017 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DEDICATÓRIA 
 
 
Dedico este trabalho primeiramente a Deus, e 
em especial a essa mulher que tenho como 
maior exemplo de vida, Irismar de Araújo Vieira, 
minha mãe. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTO 
 
 
 
 
A Deus, pois sem ele nada disso seria possível de ser alcançado, muitos 
obstáculos vencidos, muitas dificuldades superadas. 
A minha família, que é minha base, em especial minha mãe e meus irmão por 
estarem sempre presentes na minha vida. 
A minha esposa, que mesmo com toda dificuldade que passamos, nunca 
desistiu de lutar ao meu lado. 
Aos meus professores, por todo conhecimento que adquiri, através de suas 
explicações, e pelo o carinho com minha pessoa. 
A todos os amigos da faculdade que somaram muito para essa conquista, e 
aos amigos irmãos que contribuíram muito com essa vitória, em especial a meu 
maestro Itamar Souza, Djalma Queiroz, Itamar Magalhães, Cleuson Castro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Caminhando e cantando 
E seguindo a canção 
Somos todos iguais 
Braços dados ou não 
Nas escolas, nas ruas 
Campos, construções 
Caminhando e cantando 
E seguindo a canção 
Vem, vamos embora 
Que esperar não é saber 
Quem sabe faz a hora 
Não espera acontecer 
Vem, vamos embora 
Que esperar não é saber 
Quem sabe faz a hora 
Não espera acontecer 
Pelos campos há fome 
Em grandes plantações 
Pelas ruas marchando 
Indecisos cordões 
Ainda fazem da flor 
Seu mais forte refrão 
E acreditam nas flores 
Vencendo o canhão 
 
Pra Não Dizer Que Não Falei Das Flores 
Letra de Geraldo Vandré 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
 
 
Este trabalho tem por finalidade demostrar como foi desenvolvido o Projeto 
Tocando a Vida no CRAS Sobral. Pois, o objetivo é elucidar para as crianças e 
adolescentes o contexto da música dentro da cultura brasileira e também suas raízes. 
Deixar claro, a vital importância que tem a arte em nossas vidas, em especial a 
música, pois sabe-se que a convivência com a arte é capaz de transforma e mudar 
vidas, servindo de meio para a socialização das crianças e jovens que são integrantes 
de famílias carentes, pois é notório a ausência de ludicidade com atividades criativas 
para essas crianças e adolescente nas comunidades carentes. Ademais esclarecer o 
quanto a arte supre a necessidade de atenção dos jovens através da linguagem 
musical com seu desenvolvimento cognitivo de modo que o projeto teve como foco 
principal esse senso de desenvolvimento de cognição criativa, para levar as crianças 
e adolescentes a refletirem suas possibilidades e criatividades, como também 
desenvolver-se como profissionais utilizando no contexto lúdico, a música e também 
utilizá-la como instrumento de hobby. 
 
Palavras-chave: Cras, música, cultura, arte, criança, adolescente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
 
 
This work aims to demonstrate how the Project Touching Life in CRAS Sobral was 
developed. For the purpose is to elucidate for children and adolescents the context of 
music within Brazilian culture and also its roots. Make clear, the vital importance of art 
in our lives, especially music, because it is known that living with art is capable of 
transforming and changing lives, serving as a means for the socialization of children 
and young people who are members of poor families, since the absence of playfulness 
with creative activities for these children and adolescents in poor communities is 
notorious. In addition to clarifying how much the art supplies the need of attention of 
the young through the musical language with its cognitive development so that the 
project had as main focus this sense of development of creative cognition, to take the 
children and adolescents to reflect their possibilities and creations, but also to develop 
themselves as professionals using, music in the context of play and also to use it as a 
hobby instrument. 
 
Keywords: Cras, music, culture, art, child, teenager. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE SIGLAS 
 
 
 
 
BPC - Benefício de Prestação Continuada 
CRAS - Centro de Referência de Assistência Social 
PAIF - Proteção e Atenção Integral a Família 
PNAS - Política Nacional de Assistência Social 
SCFV - Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos 
SUAS - Sistema Único de Assistência Social 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
 INTRODUÇÃO .......................................................................................................11 
 
1 MUSÍCA COMO INSTRUMENTO EDUCATIVO E DE INCLUSÃO SOCIAL ........ 13 
1.1 UMA BREVE HISTORIA DA MÚSICA................................................................. 18 
1.2 A MÚSICA NO BRASIL ....................................................................................... 22 
 
2 PROJETO TOCANDO A VIDA- CRAS SOBRAL .................................................. 24 
 
2.1 O QUE É O CRAS ........................................................................................... 25 
2.2 SERVIÇO DE CONVIVÊNCIA E FORTALECIMENTO DE VÍNCULOS (SCFV) NA 
CIDADE DE RIO BRANCO... .................................................................................... 26 
2.3 CRAS SOBRAL ................................................................................................... 28 
2.4 HISTORICO DO PROJETO ................................................................................ 29 
2.5 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADO DO PROJETO TOCANDO A VIDA........ 34 
 
3 A importância do Assistente Social no processo de intervenção através de 
projetos sociais ....................................................................................................... 36 
 
 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 40 
 
 REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 42 
 
 
11 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
A música no Brasil deve grande parte de seu passado e evolução de impulso 
criativo dos negros escravizados e de seus descendentes, que mesclaram e 
adaptaram sua cultura ao ambiente que lhe era imposto. Nesse contexto, ritmos como 
bluss, jazz e componente do choro, o samba e tantas outras vertentes que apareceram 
depois, nas misturas de ritmos africanos e europeus. 
O interesse inicial do presente trabalho originou-se da necessidade das 
Crianças e adolescentes beneficiários do Programa de Transferência de Renda Bolsa 
Família, que são atendidos no CRAS Sobral (Centro de Referência de Assistência 
Social), de confluir e fortalecer sua identidade musical como expressão de inclusão e 
avanço da plena cidadania, ser um pilar de aprendizagens educativas, servir de 
fortalecimento do ambiente comunitário e preservação da musicalidade. 
Propor ao poder público municipal a ampliação do projeto para os outros 
CRAS, acolhendo o maior número de crianças e adolescentes para que entendam os 
benefícios da música e sua importância na formação do cidadão. Portanto, ao abordar 
sobre a importância da música na formação de uma pessoa, ocorreu depois de ser 
levantado alguns números na região onde foi executado o projeto tocando a vida, cujo 
o objetivo é sensibilizar e mobilizar o povo da comunidade sobre a importância do 
projeto para a formação e conduta de seus filhos com fundamentos educativos, bem 
como, potencializar os talentos emergente na comunidade; Fortalecer a musicalidade 
já existentes; Tornar-se um centro de referência para formação da geração presente 
e das gerações futuras. 
Nesse sentido, oportunizar aos mesmos a prática, revelando talentos e 
exercer a integração e a inclusão social. Principalmente ocupando o tempo ocioso, 
como uma estratégia para combater a violência, tirar as crianças das ruas, e tornar o 
CRAS um espaço interativo que desenvolva atividades artísticas do município. 
Possibilitando desta forma, a inclusão social e a conquista da cidadania e seus direitos 
a cultura, educação, lazer e à informação. 
Este trabalho será elaborado em três capítulos, no primeiro capitulo iremos 
abordar a Importância da música como inclusão social, encaminhando o leitor e 
12 
 
 
 
mostrando a importância da música. Também no capitulo I abordaremos uma breve 
história da música, como também as leis de incentivo cultural e musical. 
No capitulo dois será abordado o projeto “Tocando a Vida” realizado no Centro 
de Referência da Assistência Social - CRAS no bairro Sobral. Neste capitulo 
conheceremos o contexto social vivenciado por este CRAS, além do público que 
participou do projeto. 
 O terceiro e último capítulo será abordado a importância do assistente social 
nos projetos sociais como ferramenta de intervenção e sua importância como 
estratégia de desenvolvimento social e promoção da cidadania, equidade, 
emancipação e autonomia social. 
Por fim, espera-se que o presente trabalho sirva de consulta para futuros 
profissionais, como instrumento de pesquisa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
 
 
1 MÚSÍCA COMO INSTRUMENTO EDUCATIVO E DE INCLUSÃO SOCIAL 
 
A música atualmente é difundida em todo o mundo, muitas das pessoas que 
aprendem a tocar são estimuladas a buscar mais conhecimento aprendendo músicas 
diferentes, são estimulados a ler partitura, ler sobre a história da música, etc. Desta 
forma os mesmos buscam mais conhecimento e a música se torna entre eles um meio 
pelo qual a educação e o aprendizado são estimulados. 
Muitas vezes tocar algum instrumento musical serve de objeto de inclusão 
social, onde o tocador muitas vezes reúne pessoas a sua volta, por sua vez interagem 
em função da pessoa que toca o instrumento, além de a pessoa que toca poder fazer 
renda e até mesmo viver em função daquela arte. 
No decorrer do trabalho é objetivado entender como o acesso a música pode 
influenciar e proporcionar a cidadania e inclusão social de crianças e adolescentes 
que devido as suas mazelas, não tiveram acesso e nem foram oportunizados a terem-
no com a música através de cursos e capacitações. 
Faleiros entende a inclusão e a cidadania como: 
 
“processos complexos, históricos, diversificados, de mobilidade, de redução 
da desigualdade, [...] de afirmação da identidade, da segurança, do trabalho, 
da efetivação dos direitos, da criação de oportunidades, da formação de 
conhecimentos, competências e habilidade, do fortalecimento dos laços 
sociais, do respeito, da vida digna, de justiça, do empoderamento, do acesso 
a ativos e à renda, do respeito à diversidade, à cultura e à vida social e 
comunitária”. (FALEIROS 2006, p.12) 
 
 
Quando pensa-se em inclusão social, lembra-se automaticamente do seu 
reverso: a exclusão social. Infelizmente, e historicamente, esta é um fenômeno que 
está presente, no contexto social de muitos povos, assim como também, na realidade 
brasileira. Ao desenvolver projetos objetivando à cidadania “somos levados a 
estabelecer a inclusão como um desejo, uma realidade que só será alcançada com 
grandes transformações sociais e políticas”. 
Secretaria de Educação Básica, Inclusão Social. 
 
14 
 
 
 
No Brasil, a situação de exclusão social é muito grave, portanto buscar 
estratégias que se traduzam em melhores condições de vida para a 
população, na igualdade de oportunidades para todos os seres humanos e 
na construção de valores éticos socialmente desejáveis é uma maneira de 
enfrentar essa situação e um bom caminho para um trabalho que visa à 
democracia e à cidadania. (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA, 
2008) 
 
 
A ideia de exclusão está impreterivelmente associada a uma práxis da 
cidadania não factível, esta remete aos direitos que os agentes sociais têm de 
participar da sociedade e desfrutar de benefícios essenciais para a conjuntura social. 
Mesmo havendo leis que garantam direitos civis, políticos e sociais, constata-se que 
uma significativa parcela da sociedade não tem acesso, ocasionando um histórico de 
inefetividade destes direitos. 
A inclusão social através da música, pode ser compreendida como uma forma 
de elevar o desenvolvimento da cidadania, partindo do princípio que, uma vez 
entendendo e acessando clara e livremente a Linguagem Musical, o indivíduo será 
capaz de apreciar e de interagir musicalmente e socialmente. 
A cidadania e a inclusão social propulsionadas pela música vêm sendo há 
algumas décadas trabalhadas em diversos e importantes projetos sociais.Diante 
disto, Pavlova destaca que: 
 
 
desde meados dos anos 1990, o ensino de música em comunidades de baixa 
renda tem sido uma arma contra o aumento da violência e, sobretudo, um 
instrumento eficaz para o despertar da cidadania. Hoje são dezenas e mais 
dezenas de projetos de norte a sul do território, alguns mais 
profissionalizantes, outros menos, mas todos comprovando na prática que a 
arte é uma ferramenta única na descoberta de novas perspectivas para os 
jovens e que a música erudita - ao contrário do que muita gente ainda pensa, 
- pode ser apreciada por todas as pessoas, não importando suas crenças, 
raça ou classe econômica”. (PAVLOVA 2006, p.21) 
 
 
No entanto quando se fala em música como fator de inclusão social, podemos 
lembra vários projetos sociais, a ideia surge de pequenos grupos e com o passar do 
tempo ganha uma grande dimensão, tornando-se um facilitador da socialização e 
inclusão. Exemplo disso foi o olodum que começou de uma pequena brincadeira para 
15 
 
 
 
se divertirem no carnaval de Salvador, e de uma forma organizada foram crescendo 
até se tornar um grande projeto social, combatendo a desigualdade social e buscando 
garantir os direitos civis e humanos no Brasil. 
Durante alguns anos depois, o crescimento foi visível, dos pequenos ensaios 
de percussão surgiu a grande banda Olodum e com isso fez com que a questão 
econômica desenvolvesse, gerando renda não somente para seus musicistas, mas 
também para a comunidade local. Algum tempo depois foi criado o projeto Rufar dos 
Tambores que tinha como objetivo ensinar as crianças de ruas a tocar um instrumento 
musical, com intuito de socializar e incluir a criança, e hoje, o projeto se chama Escola 
Criativa Olodum. 
A Escola Criativa Olodum, além de inserir crianças no meio musical, ainda 
influencia para que outros projetos sociais usem como modelo de ensinamento, 
exemplo disso temos o Afro-Reggae, fundado em 1993 na cidade do Rio de Janeiro 
com o objetivo de oferecer aos jovens da favela atividades socioculturais, usando a 
educação musical como principal ferramenta de inclusão. 
A arte musical, desde o princípio, tem um fim educativo, e também influencia 
tanto as pessoas que isso chega a gerar movimentos sociais e manifestos, 
revoluções, marchas etc. A música desperta um lado crítico no cidadão 
desabrochando sentimentos, isso faz com que enxergamos coisas que muitas vezes 
jornais e televisão não mostra. Nesse sentido Diego Kobylinski afirma que a música 
pode despertar diversos sentimentos: 
 
O feito de cantar ou escutar uma canção pode desencadear efeitos 
emocionais numa pessoa. Tristeza, alegria, nostalgia, raiva, muitos são os 
sentimentos que veem aos ouvintes da música. Estes sentimentos, quando 
contidos em várias pessoas, podem gerar movimentos sociais. Como 
exemplo, os movimentos: punk, grunge, alternativo e emotivo (este, o mais 
popular no Brasil). Muitos movimentos buscavam, como meta, uma maior 
liberdade de expressão e uma melhor qualidade de vida na sociedade. 
(Kobylinski,2011, p.03). 
 
A música pode ser um elemento importante para estabelecer a harmonia 
pessoal, facilitar a integração e a inclusão social. É plausível observar como essa 
relação acontece em um ambiente que promova a inclusão do indivíduo no ambiente 
16 
 
 
 
que o cerca. Desta forma, abre o questionamento sobre como a música ajudaria neste 
contexto e de como um projeto social com características musicais interagiria e 
ajudaria nesta relação. 
Assim surge o projeto tocando a vida, da presença da música não só nas 
universidades, mas sua presença na sociedade através do projeto, com sua influência 
e transformações na educação musical. Por isso Iacat Brescia afirma a importância 
do conhecimento musical: 
 
A musicalização é um processo de construção do conhecimento, que tem 
como objetivo despertar e desenvolver o gosto musical, apesar de não termos 
uma tradição educacional como a dos modelos europeus e norte americano, 
no qual a educação musical sempre esteve ligada à educação formal, 
favorecendo o desenvolvimento da sensibilidade, criatividade, senso rítmico, 
do prazer de ouvir música, da imaginação, memória, concentração, atenção, 
autodisciplina, do respeito ao próximo, da socialização e afetividade, também 
contribuindo para uma efetiva consciência corporal e de movimentação. 
(BRESCIA,2003, p.08). 
 
 
Em um artigo escrito por Koellreutter, citado por Teca Alencar de Brito, dizia 
que a educação musical continua a ser no Brasil, o mais sério problema no terreno da 
música. Apesar do trabalho incansável e eficiente de Villa Lobos, os pais e educadores 
desconhecem ainda o inestimável valor educacional e socializante das disciplinas 
musicais (BRITO 2001, p. 9). 
A aplicação da educação musical é de suma importância, se dá pelo 
reconhecimento musical, apesar do nível de valores ter alterado ao passar do tempo, 
a musicalidade sempre fez parte da sociedade. Pensada como forma de 
conhecimento que integra a formação do sujeito, acreditando na educação musical, 
como, estruturação do caráter individual e formação de valores, além da coordenação 
motora, atenção, reação e percepção. Quando ouvimos uma música, as áreas 
auditiva, límbica e motora são ativadas, independentemente do estilo musical. Wal 
Vasconcelos dá ênfase a música como profissão: 
 
A música como profissão é levada tão a sério que a mesma foi regulamentada 
no dia 22 de dezembro de 1996 por meio do decreto 3857. Para que uma 
http://amenteemaravilhosa.com.br/por-que-gostamos-de-diferentes-tipos-de-musica/
17 
 
 
 
pessoa diplomada possa lecionar é necessário obter o registro junto à Ordem 
dos Músicos do Brasil. Porém, viver da música não é tão simples quanto 
parece, em algumas capitais, sobreviver da música é uma luta diária, 
inicialmente por falta de espaço no mercado fonográfico, dominado por 
grandes produtoras e produtores, posteriormente pela dificuldade de 
realizações de shows que atraiam o grande público (VASCONCELOS,2011, 
p.02). 
 
O profissional da música pode atuar de diversas formas como meio de vida, 
como por exemplo: instrumentista obtendo conhecimento de vários instrumentos, em 
bandas para realização de shows, em estúdios através de produções e gravações, 
também pode ser professor já que a música se tornou obrigatório nas escolas através 
da lei 11.769 de 18 de agosto de 2008, que determina a música. 
A música também traz em si os instrumentos necessários para o resgate da 
cultura, auxiliando na construção do conhecimento cognitivo, tratando-se de um 
excelente instrumento de cidadania. Portanto, projetos sociais que favoreçam crianças 
e adolescentes, através da música e da integração social estão em alta e com 
crescimento cada vez mais exponencial, tornando-se mais populares e resultando em 
casos de sucesso. (BUENO, 2000) 
Todavia, conforme Souza (1998, p.19) “[...] as oportunidades de 
aprendizagem de arte, [...] mobilizam a expressão e a comunicação pessoal e 
ampliam a formação do estudante como cidadão, principalmente por intensificar as 
relações dos indivíduos tanto com seu mundo interior como com o exterior”. 
A música também é um importante instrumento na construção da autonomia 
da criança e do adolescente, proporcionando o exercício da busca de sua identidade 
e de sua autonomia, gerando e aumentando sua autoestima. Estimular o 
conhecimento musical, e assim obter essa melhora na autoestima e assim 
possivelmente ampliar a cidadania e o aprendizado da criança é um dever de todos, 
em especial do assistente social. 
Para Iamamoto (2001), o Assistente Social se configura em suas práxis como 
um dos principais atores no sentido de garantir e ampliar a cidadania e os demais 
inescusáveis direitos sociais, tornando-se um mediador entre os interesses 
contraditórios da sociedade, onde a realidade se configura e reconfigura através de 
suas ações. 
18 
 
 
 
1.1 UMA BREVE HISTÓRIA DA MÚSICA 
 
A origemda palavra música vem da mitologia grega, o significado é “a arte 
das musas’’ não se sabe exatamente quando surgiu a música, mas estudos falam que 
já se tem 50.000 anos que houve o primeiro registro da arte musical no continente 
africano. Ao longo de sua história foram surgindo diversas manifestações culturais de 
vários gêneros. 
Durante a Pré-história os sons da natureza eram reproduzidos de forma que 
já demostravam a presença da música como uma combinação de sons de forma bela, 
como as ondas do mar, o canto dos pássaros, a queda da água nas cachoeiras entre 
outras manifestações da natureza. As gravuras de músicos e instrumento musical já 
existiam nas fontes arqueológica de forma apresentável a serem executadas. 
Os Gregos tinham a música como algo divino através dos deuses míticos, a 
música grega tem suas obras musicais e instrumentos criados por seus heróis deuses. 
De acordo com estudos, as tribos primitivas africanas já se organizavam para o fazer 
musical, desde sua criação. Andrade (2015) fala sobre a forma de organização. 
 
Ora as civilizações da Antiguidade já organizam conscientemente os sons e 
os agrupam em escalas determinadas teoricamente. Possuem o que se pode, 
em verdade, chamar de arte musical: uma criação social, com função 
estética, dotada de elementos fixos, formas e regras – uma técnica enfim. 
Parece mesmo que ficaram embebedados com o descobrimento da música 
(ANDRADE, 2015, p 10) 
 
Para Andrade (2015) a música é a manifestação mais perfeita na Grécia 
antiga e também em outras civilizações da antiguidade, influente na civilização cristã. 
A evolução da música é distinta de diversos períodos, com o passar do tempo 
as ideias vão desenvolvendo e a evolução é notável de cada geração. Embora os 
poucos registros, mas foram encontrados na civilização antiga, documentos que 
comprovassem na época a existência de instrumento musical. Já os povos antigos, 
os especialistas na arte musical compartilhavam os segredos e técnicas para aquele 
a quem iria ocupar o cargo, com isso a música sempre esteve em lugar de destaque 
nas sociedades antigas. 
19 
 
 
 
A música é uma linguagem universal de várias culturas em diversas 
civilizações desde a pré-história do paleolítico superior os dias atuais. Ela desenvolveu 
característica, linguagem e estilo de acordo com o contexto de cada época e povos. 
Expressões, ritmos, manifestações e gênero são conceito que depende da cultura que 
está inserida. 
 
 
A música, durante a história da humanidade, tem servido aos 
diversos povos para acompanhar a mudança das estações. Nas sociedades 
agraria, os círculos da natureza estão estreitamente vinculados à isso, a 
música tem sido um meio de expressa os estados de ânimos do agricultor 
nos trabalhos de semeaduras, colheita e manipulação de seus produtos. 
As canções e as danças sempre foi e continua a ser uma forma de 
celebração, evocando um bom cultivo e uma abundante safra. 
(GONÇALVES, 2008). 
 
A música por ser uma linguagem universalizada é estruturada nas sociedades 
expressando muitas formas de sentimentos através de estilos, ritmos, cânticos, 
melodia e uso de vários instrumentos musicais como percussão, sopro, corda e outros 
naipes. 
As variações de estilos musicais intrinsecamente mudam ou evolui de acordo 
com o tempo, sociedade e cultura, a exemplo disto na idade média a música recebeu 
influência da religião católica que tinha como princípio básico a propagação da fé, 
através do ensino didático, as pessoas eram ensinadas a ter inspiração e atitude de 
oração, devoção e fé, contemplação em louvor a Deus. Nesse contexto a música 
medieval era ensinada nos monastérios, sua forma de aprendizagem no contexto 
TRIVIUM QUADRIVIUM, onde o trivium era dedicado às letras e o quadrivium as 
ciências, por isso era apreendido as sete notas liberais, como domínio das gramatica, 
retorica, logica, aritmética, geometria, música e astronomia. Nesse sentido a corista 
da igreja tinha que domina essas formas de conhecimento até os 14 anos de idade. 
Com a introdução dos cânticos gregorianos ou cantochão pelo gregório que queria 
uma reforma nos cânticos da igreja católica foi inserido um estudo para a escrita 
musical que era as Neuma, cuja essa escrita ainda era muito deficiente. Segundo o 
papa gregório pôr a música da época ser vocal e sem acompanhamento de 
instrumentos não podia se perder ao longo da história, pois ela era passada de 
20 
 
 
 
pessoas para pessoas sem escritas, houve a necessidade de pensa em uma outra 
forma de escrita musical, mas eficiente como a escrita de Guido d’ arezzo. 
 
 
A mão de Guido 
 
Durante a idade média utilizou-se par ensina a cantar, um sistema conhecido 
como” da mão Guiana”, por ser uma ideia de Guido d’ arezza o monge que 
também inventou o nome das notas. Essa mão, muitas vezes reproduzida 
nos manos cristo medievais, era um recurso pelo o qual o maestro sinalizava 
com o indicador da mão direita as diferentes articulações de sua mão 
esquerda aberta. Cada ponto da mão de Guido representava uma das 20 
notas do sistema. (GONÇALVES, 2008, p.50). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
 
 
 
 
Figura 1 Mão de Guido 
Sendo a música uma expressão de linguagem universal, ela tem o poder de 
encanta, alegra, fazer chora, sorrir e tantos outros sentimentos, mesmo no período 
tão religioso como a idade média, pois sabe-se que os cantos gregorianos ou 
cantochão que era cantado só com vozes sem instrumento musical deixavam as 
pessoas em estado de êxtase ao ouvir uma missa na notridame de Paris. Uma 
afirmação, mas linda e incrível nesse sentido foi feita pelo o escrito alemão goette. 
 
 
“ entre todas as coisas imaginavem elegemos a música, porque dela sai 
caminhões bem traçados em todas as direções”,( GONÇALVES, 2008). 
 
Fonte:https://www.google.com.br/search?q=m%C3%A3o+de+Guido&source=lnms&tbm=isch&sa=X
&ved=0ahUKEwj4rbDi193XAhVHTZAKHeQyDEgQ_AUICigB&biw=1422&bih=965#imgdii=LoYDLWS
KZ7kvmM:&imgrc=f5QKzlpuUMN-9M: 
Imagem referente a mão de Guido. 
22 
 
 
 
1.2 A MÚSICA NO BRASIL 
 
Desde o início de sua história, o Brasil é marcado por sua dimensão territorial 
e sua vasta diversidade cultural. Os colonizadores europeus, a população indígena e 
os escravos foram responsáveis pela disseminação cultural no país, 
consequentemente com a chegada dos emigrantes italianos, japoneses, alemães, 
espanhóis, árabes e outros povos as culturas vão se enraizando e diversificando. 
No Brasil a música mistura elementos de várias culturas. No século XIX, 
Portugal foi a maior influência para a música brasileira, erudita e popular, 
principalmente a partir da fusão de elementos culturais, a contribuição africana foi 
dada através da diversidade rítmicas e danças, e tiveram um papel muito importante 
no desenvolvimento da música popular e folclóricas. De acordo com Claudinha 
Rahme, a música no Brasil surgiu da diversidade cultural: 
 
A música do Brasil se formou a partir da mistura de elementos europeus, 
africanos e indígenas, trazidos por colonizadores portugueses, escravos e 
pelos nativos que habitavam o chamado Novo Mundo. Outras influências 
foram se somando ao longo da história, estabelecendo uma enorme 
variedade de estilos musicais. Na época do descobrimento do Brasil, os 
portugueses se espantaram com a maneira de vestir dos nativos e a maneira 
como eles faziam músicas: cantando, dançando, tocando instrumentos 
(chocalhos, flautas, tambores). (RAHME, 2012, p.01). 
 
No descobrimento do Brasil com a chegada dos portugueses e os índios que 
já habitavam, com os primeiros grupos de escravos que chegaram por volta de 1538 
trazidos da África para trabalho escravo, surge com eles as primeiras manifestações 
musicais no Brasil, coros e dança, as religiões como: candomblé e a macumba, 
contribuem para disseminar sua raiz cultural no Brasil. 
Com a chegada dosjesuítas vem as primeiras missões, e os princípios do 
catolicismo para uma civilização nova, os padres aplicam a música europeia de 
influência brasileira aos índios com o primeiro contato com instrumento musical, com 
o passar do tempo os índios brasileiros foram praticamente exterminados pelos os 
colonizadores portugueses, mas a música indígena e africana deixa herança até os 
dias atuais a música brasileira. 
23 
 
 
 
Choro e samba aparece pela primeira vez no estado de Pernambuco 
espalhando-se por todo Brasil, especialmente no Rio de Janeiro, que logo foi 
mesclado com carnaval de rua, os famosos blocos de rua ou escola de samba. Ao 
longo do tempo ouve várias divisões e misturas de ritmos alguns desses locado na 
região nordeste como: o frevo, coco, maracatu, forro e tantos outros. Porem as outras 
regiões não ficaram de fora dessa mesclarem de estilos, o sul e o Sudeste produziram 
estilos como: o fandango, moda de viola, cururu, rasqueado, maneira entre outros. 
Os estilos musicais no Brasil podem ser identificados a partir de sua origem 
geográfica, mas, com a divulgação pelo o meio de comunicação de massa elas se 
expandem, até se tornarem intercambiáveis. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
24 
 
 
 
2 PROJETO TOCANDO A VIDA- CRAS SOBRAL 
A música é uma arte de inúmeras qualidades. Ela desperta sentimentos, 
imprime mensagem em nossos corações, eleva a nossa alma, enfim nos ajuda a viver 
melhor. A música é uma das artes mais antigas e valiosas formas de expressão da 
humanidade e está sempre presente na vida das pessoas. Antes de Cristo, na Índia, 
China, Egito e Grécia já existia uma rica tradição musical. Na antiguidade, filósofos 
gregos consideravam a música como “uma dádiva divina para o homem...” 
Segundo historiadores, o fazer musical de uma forma ou de outra, sempre 
esteve presente nas sociedades, desde a mais primitivas até as atuais. Sem dúvida, 
o nível de complexidade musical se alterou com o passar do tempo, mas não perdeu 
a sua característica de reunir pessoas. 
Hoje se percebe que a música tem a capacidade de aglutinar crianças, jovens 
e adultos, para cantar, tocar instrumentos, ou ambas. De acordo com o pensamento 
da pedagoga e especialista em música para crianças, Maria Lúcia Cruz (2013) A 
música estimula áreas do cérebro não desenvolvidas por outras linguagens, como a 
escrita e a oral. 
Verifica-se que os jovens que se identificam por um mesmo gênero musical, 
partilham de conhecimentos e interesses afins que lhes dá a sensação de 
pertencimento a um grupo social. Assim, podemos afirmar que a vivência musical faz 
parte do dia a dia do ser humano, portanto, salutar para o desenvolvimento de 
trabalhos em grupos de aprendizagem musical. 
 A arte da música, em especial, pode modificar consideravelmente um 
espaço, implementando nele identidade ou características através de estilos musicais 
ou por grandiosos festivais, como ocorre em Itacoatiara-AM, que vive uma 
efervescência musical, revelando grandes interprete e compositores, Olinda-PE, 
através do frevo, Parintins-AM, na nossa região, que expressa o folclore amazônico 
de forma belíssima, exportando profissionais até para o carnaval do Rio de Janeiro e 
outros festivais no mundo. 
Esses são exemplos de que a cultura pode mudar a vida de uma cidade, 
independentemente da região ou do segmento cultural de referência. É visível que 
nosso país é extremamente rico em diversidades de talentos artísticos, apesar da 
prática musical não possuir incentivos, principalmente para crianças iniciando a vida 
25 
 
 
 
escolar que seus sentimentos possam ser expressos de forma mais significativa na 
arte musical, que sobrevive há gerações, contando unicamente com a sensibilidade e 
força individual, do que necessariamente uma política de estado. 
Antes da criança nascer, ainda no útero da mãe, já demonstra grande 
sensibilidade ao ambiente sonoro e responde com movimentos corporais. O ambiente 
sonoro e a presença da música em diferentes e variadas situações do cotidiano fazem 
com que bebês e crianças iniciem seu processo de musicalização de forma intuitiva. 
Vários estudos comprovam a importância da música ao ser humano, especialmente 
às crianças, em fase de desenvolvimento e aprendizado do mundo. 
 
2.1 O QUE É O CRAS 
 
CRAS, Centro de referência de assistência social, é um órgão público 
destinado a pessoa em situação de vulnerabilidade social, tem como objetivo atender 
a família em todo seu núcleo, através de atendimentos individuais, em grupos, apoio 
e orientações, com isso fortalecer os vínculos familiares. Através de seus profissionais 
identificar o cidadão que ainda está fora das demandas, fazendo lhe uma visita e 
diagnosticando a problemática, e com isso aplicar a política de assistência social nos 
municípios. 
De acordo com a PNAS o CRAS deve ser localizado em área maio 
vulnerabilidade e risco social, prestando serviços socioassistenciais as famílias 
através da proteção básica. Na proteção social básica temos o PAIF serviço de 
proteção e atendimento integral a família, que tem como finalidade a prevenção do 
não rompimento do vínculo familiar, orientando as famílias sobre seus direitos e 
contribuindo para melhores qualidades de vida. O serviço de convivência e 
fortalecimento de vínculos, SCFV o qual é através de atendimentos em grupos, os 
quais complementa a família com atividades culturais, artística e esportivas, 
orientando e estimulando os mesmos a construir sua própria história. O Serviço de 
Proteção Social Básica no Domicílio para Pessoas com Deficiência e Idosas, também 
está na proteção básica e visa a inclusão social das pessoas idosas e pessoas com 
deficiência para a garantia de direitos a partir de suas necessidades. 
 
26 
 
 
 
2.2 SERVIÇO DE CONVIVÊNCIA E FORTALECIMENTO DE VÍNCULOS (SCFV) NA 
CIDADE DE RIO BRANCO 
 
O Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos, no município de Rio 
Branco tem feito um belo trabalho com crianças e adolescentes através do projeto 
clube do talento, que tem por finalidade a proteção e prevenção dos mesmos em 
situação de risco social. Participam do projeto crianças e adolescentes com faixa 
etária de 6 a 17 anos de idade, proporcionando o fortalecimento dos vínculos 
familiares e comunitários. 
 Ao todo são 891 pessoas beneficiadas com esse projeto, sendo que desse 
número 402 são crianças, 213 adolescentes e 276 idosos, sendo esses números 
mostrados percentualmente no gráfico 1. O projeto está dividido em 40 turmas e 20 
núcleos, que são abrangidas com aulas de violão, dança, teatro, jogos recreativos, jiu 
jitsu, etc. Sendo que é dado prioridade a quem está em situação de violência física, 
sexual e psicológica; negligencias e isolamento; situação de trabalho infantil e 
exploração sexual; em cumprimento e egressos de medidas socioeducativas; 
egressos do serviço de acolhimento, dentre outros riscos sociais. 
Hoje esse programa é um dos principais serviços de prevenção distribuídos 
pela rede de proteção social em rio branco, tendo alcançados efetivos resultados na 
superação de riscos sociais em todas as faixas etárias e abrangendo mais de 20 mil 
pessoas beneficiadas. 
Sendo este um dos doze serviços socioassistenciais do sistema único de 
assistência social –SUAS e sendo ofertado pelos oitos Centro de referência de 
assistência social – CRAS que o município de Rio Branco tem. Sendo que o principal 
motivador do serviço é a proteção da família, mantendo seu núcleo, prevenindo 
rupturas de vínculos familiares e promovendo o acesso e usufruto de direitos, advindo 
de acompanhamento sociofamiliar continuado. 
O projeto tem como metodologia a educação não formal considerando os 
interesses, demandas, necessidades e as especificidades das faixas etárias. Nos 
grupos SCFV são desenvolvidos percursos formativos pelo período de um ano, 
respeitando cada ciclo de vida. As atividades lúdicas,artísticas e culturais como 
oficinas de arte, violão, teatro, dança, música, dentre outros complementam os 
27 
 
 
 
percursos formativos, colaborando, desta forma, para o desenvolvimento cognitivo 
dos usuários. 
Esses grupos são oferecidos nos bairros com maiores indicadores de 
vulnerabilidade social. Acontecem nos espaços dos CRAS e em espaços cedidos 
pelas igrejas católicas e evangélicas, escolas municipais e estaduais, associações e 
outras instituições localizadas nas áreas prioritárias para o desenvolvimento das 
atividades. 
 
 
Figura 2 Pessoas atendidas pelo SCFV. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: Autoria própria (2017). Gráfico referente as pessoas atendidas pelo SCFV 
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
Crianças adolescentes idosos
45
24
31
Quantidade de pessoas atendidas pelo Serviço de 
Convivência e Fortalecimento de Vínculos
28 
 
 
 
2.3 CRAS SOBRAL 
 
O CRAS sobral foi o primeiro CRAS a ser implantado na cidade de Rio Branco, 
precisamente em janeiro de 2004, ele tem sua própria estrutura. Localizado na região 
da baixada do sobral, onde o número de famílias em situação de vulnerabilidade e 
risco social é muito grande, famílias com grandes números de membros, as drogas 
são bastante comuns nessa região e o índice de violência é alto. 
Em conversa com a coordenadora Cosma Gabriel, ela fala sobre o trabalho 
desenvolvido e dos profissionais que atuam junto ao CRAS, apesar de termos uma 
equipe reduzida, trabalhamos com determinação e estratégia, com isso somamos 
força para o bom desempenho das atividades, o respeito e a união é o que diferencia 
a equipe. Atualmente estamos com duas assistentes sociais, uma pedagoga, uma 
psicóloga, dois educadores sociais e seis estagiários. 
O CRAS tem como foco a família, a convivência e o fortalecimento familiar é 
a base de tudo, resgatando princípios e valores. Tais famílias são inseridas no PAIF, 
cuja prioridade são os serviços de proteção social básica. A oficina grupo PAIF no 
CRAS sobral hoje atende 20 famílias. O encontro acontece a cada 15 dias com a 
equipe multiprofissional. 
Alguns dos serviços realizados pelo PAIF junto às famílias atendidas pelo 
CRAS, são: participação das famílias; conhecimento territorial; orientação de seus 
direitos tantos as famílias quanto ao indivíduo; entrevista social; palestras voltadas às 
famílias; fortalecimento de grupos; direitos e deveres junto a metodologia do PAIF 
entre outros. Recentemente foi implantado o programa criança feliz, o mesmo através 
de visitas domiciliares que acontece diariamente, com crianças de zero a três anos de 
idade, com mulheres gravidas e crianças de zero a seis anos que recebe o BPC. 
O Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos, junto ao CRAS sobral 
realiza as seguintes atividades: aula de teatro, turma manhã, crianças de 7 a 11 anos 
de idade e turma a tarde com adolescente de 12 a 18 anos, total matriculado 6; aula 
de violão, turma da manhã, crianças de 7 a 11 anos de idade e turma da tarde com 
adolescente de 12 a 18 anos, com um total de 18 alunos matriculados; atividades com 
os idosos, no total de 67 idosos participando ativamente. 
29 
 
 
 
2.4 HISTÓRICO DO PROJETO 
 
No ano de 2016, nos meses de junho a dezembro (ver cronograma) foi 
executado um projeto no CRAS sobral com o objetivo de executar a música como fator 
de inclusão social e abrir portas para o mercado de trabalho, despertando nesse nicho 
da juventude o interesse pela arte e cultura, elementos importantes para a identidade 
e formação de uma sociedade, como mostra a tabela 1 
 
Figura 3 projeto social sendo executado. 
No mês de junho e julho de 2016, em parceria com o clube do talento, foi 
divulgado na escola Serafim da Silva Salgado para as crianças e adolescentes 
beneficiarias do Programa Bolsa Família, que no mês de agosto e setembro as 
inscrições para aula de violão iriam está aberta no CRAS sobral. Devido à grande 
procura de alunos, e a pouca quantidade de violão, foi feito uma seleção entre os 
inscritos, na qual foi dado prioridade à criança e adolescente com maior idade para ter 
melhor aproveitamento nas aulas. 
 
 Fonte: Autoria própria (2017). Tabela referente as atividades desenvolvidas no projeto 
 JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ 
Divulgação do projeto na escola Serafim da 
Silva Salgado 
X X 
Inscrição dos alunos para o curso de violão X X 
Seleção dos alunos por turmas X 
Início das aulas práticas e teóricas X 
Avaliação X 
Apresentação musical dos alunos para 
encerramento do projeto 
 X 
30 
 
 
 
As aulas eram ministradas todas as quinta-feira, com início às 14 horas e 
termino as 17 horas, com intervalo de 30 minutos para o lanche e jogos educativos, 
utilizando essa diversão como forma de aprendizado e técnica para maior 
concentração e memorização. As aulas práticas e teóricas se iniciaram no mês de 
novembro, com a apresentação e aproximação da criança com o instrumento, e 
durante todo o projeto foi aplicado também, formação de acordes maiores e menores, 
dedilhados, acordes com sétima, ritmos e etc. 
O projeto consistiu numa forma de abordagem qualitativa para se avaliar o 
desenvolvimento dos alunos, foram realizadas provas práticas, teóricas, recitais e 
apresentações no próprio CRAS, para estimular até mesmo a curiosidade dos 
usuários da Assistência Social, em especial os integrantes que participam do projeto. 
A seguir (fig. 2). Temos a apresentação dos alunos do projeto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 4 Apresentação dos alunos. 
 
Estimulando os alunos a desenvolverem o talento musical, fomentando a 
capacidade de interação com outras pessoas e com movimentos culturais da nossa 
região, colocando a música como patamar de entretenimento e formação artística e 
cultural. 
Tornando o CRAS Sobral referência no que diz respeito ao incentivo e 
disseminação da cultura local. Melhorando a forma com que os alunos do projeto 
veem no estudo da prática musical uma oportunidade de profissionalização. 
Acrescentamos no repertório dos alunos a música regional, valorizando os artistas da 
terra. 
Foi analisada a importância no que se refere à inserção social e o que isso 
podia representar na vida de cada criança e adolescente envolvido no projeto, 
identificando a sensibilidade musical de cada aluno e a vivência com o mundo da arte, 
 
 Fonte: Autoria própria (2017). Imagem tirada do próprio celular, aulas práticas. 
32 
 
 
 
mostrando as dificuldades encontradas por cada indivíduo no projeto e foi 
apresentado a solução para que eles venham se tornar grandes músicos 
instrumentistas. 
Foram realizadas palestras sobre a música e o compromisso de cada 
beneficiário do bolsa família, deixando-os cientes de seus direitos e deveres com o 
programa. Tivemos como parceiro na execução do Projeto Tocando a Vida o professor 
de música Gleydson Cunegundes Cruz, do serviço de convivência e fortalecimento 
de vínculos (clube do talento) e a Assistente Social Dayane Cristina Prado da Silva 
Oliveira (CRAS Sobral). Desta forma, pode-se identificar uma aula pratica com os 
alunos do projeto “tocando a vida” como mostra a imagem, (fig.3) aula pratica. 
 
 
 
Figura 5 Aula pratica. 
 
 
 Fonte: Autoria própria (2017). Imagem tirada do próprio celular, aulas práticas. 
 
33 
 
 
 
Despertando no aluno a busca por sua própria identidade musical, para que 
além do instrumento ele se interesse também pelo o canto e composição, para que 
venha tornar também uma renda para seu próprio sustento. 
Foi apresentada ao aluno características de artistas, para que cada um possa 
assumir sua própria identidade,e através da prática musical venha surgir 
oportunidades de profissionalização. O Projeto foi finalizado com o recital de 
apresentações dos mesmos para os pais e os usuários do CRAS que ali se 
encontraram presentes. 
 
 
Figura 6 Material utilizado no projeto. 
 
 
 
 
 
 Fonte: Autoria própria (2017). Tabela referente aos materiais utilizados no projeto. 
Quant Descrição Valor unitário Valor total 
 
30 Violão 150,00 4.500,00 
30 Apostilas (xerox) 3,00 90,00 
30 Pincel para Quadro Branco 4,00 120,00 
30 Lápis 0,55 16,50 
30 Apontador 1,50 4,50 
30 Borracha 0,40 1,20 
16 Suco 1,10 17,60 
16 Bolacha/Biscoito 3,25 52,00 
01 Resma de papel A4 17,00 17,00 
10 Gasolina 4,07 40,07 
Valor total 4.859,50 
34 
 
 
 
O material utilizado pelo o projeto Tocando a vida foi custeado pelo Serviço de 
convivência e fortalecimento de vínculos (Clube do talento), como mostra a seguinte 
tabela. 
As aulas eram ministradas todas às quintas-feiras, com início às 14 horas e 
termino as 17 horas, com intervalo de 30 minutos para o lanches e jogos educativos, 
usando como ferramenta para aprendizado e estímulo a memorização. 
Desta forma a música contribui para a inserção social e cultural de crianças e 
adolescentes Beneficiárias do Bolsa Família, por ajudar na diminuição da ociosidade 
e também oportunizar aos mesmos momentos de construção das relações em grupos, 
o que contribui na elevação da autoestima, bem como na formação da cidadania e 
incentivando futuros profissionais. (Formando futuros profissionais na área, e 
estabelecendo uma nova profissão). 
 
2.5 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADO DO PROJETO TOCANDO A VIDA 
 
A música sempre esteve presente em diversas atividades da vida humana, 
essa foi uma das razões que fizeram o projeto granjear tantos benefícios a seus 
participantes. As metas do projeto foram: Levar a música ao encontro das crianças e 
adolescentes, apresentar a arte musical e acima de tudo oferecendo mecanismos e 
ferramentas que possam viabilizar a transformação de suas vidas por meio do 
aprendizado de uma nova arte. 
No decorrer desses sete meses em que foi aplicado o projeto Tocando a Vida 
no CRAS Sobral, pode-se observar enormes benefícios tanto individuais, como em 
grupo a todos os envolvidos. Foi feito acompanhamento e observado todos os alunos 
individualmente no intuito de não apenas incluir música em suas mentes, mas também 
criar um legado do bem em seus corações. 
O aprendizado dos alunos no projeto foi valorado pelo interesse, envolvimento 
e vontade dos mesmos por aprender música, essa grande vontade os fez centrar cada 
vez mais os pensamentos em tocar e essa dedicação pela música de uma forma 
espetacular foi tamanha, que refletiu até na escola, onde os profissionais e a própria 
coordenadora do CRAS afirmaram que os alunos tiveram um notável crescimento nas 
suas avaliações escolares. 
35 
 
 
 
A música como arte é deveras impactante para a vida em sociedade, não 
apenas como um novo saber que é desencadeado em mentes ávidas por esse 
aprendizado, mas também por ser uma forma de inclusão e socialização das pessoas. 
Essa arte é capaz de verdadeiramente moldar maciçamente o caráter dos indivíduos, 
através do convívio, participação, interação e responsabilidades de fazer parte de um 
ambiente onde o conjunto é mais importante. Por diversas vezes os familiares dos 
alunos do projeto, os acompanharam no CRAS e mencionaram ao professor a 
mudança que os alunos tiveram em suas casas, os mesmos aumentaram a disciplina, 
dedicação e até respeito por seus familiares. 
Em conversa com a coordenadora Silvia Ivone do Serviço de convivência e 
fortalecimento de vínculos, ela aborda que em reunião com os professores da escola 
onde foi feita a seleção dos alunos para as aulas de violão, eles elogiaram a questão 
disciplinar dos alunos que fazem parte do projeto e até mesmo a atenção e a 
percepção deles melhoraram bastante, se tornaram mais criativos e espontâneo com 
seus colegas e professores. 
Além de trazer consigo a estruturação do caráter individual, ocupando um 
tempo ocioso, dificultando assim o envolvimento destes com práticas ilícitas propondo 
a oportunidade de se destacarem e, quem sabe, percorrerem o mundo em 
apresentações levando a arte e inspirando mais e mais adeptos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
36 
 
 
 
3 A IMPORTÂNCIA DO ASSISTENTE SOCIAL NO PROCESSO DE INTERVENÇÃO 
ATRAVÉS DE PROJETOS SOCIAIS 
 
O Assistente Social deve ter como foco principal no exercício de sua profissão 
o combate as mazelas engendradas pelo sistema capitalista, tais como: fome, 
desemprego, vulnerabilidade social, precarização dos vínculos sócio afetivos e das 
relações de trabalho, exploração de menores, violência contra mulheres e idosos 
dentre outras. Em suma, as sequelas da questão social. 
 
Questão social apreendida como conjunto das expressões das 
desigualdades da sociedade capitalista madura, que tem raiz comum: a 
produção social é cada vez mais coletiva, o trabalho torna-se mais 
amplamente social, enquanto a apropriação dos seus frutos mantém-se 
privada, monopolizada por uma parte da sociedade. A globalização da 
produção e dos mercados não deixa dúvidas sobre esse aspecto: hoje é 
possível ter acesso a produtos de várias partes do mundo, cujos 
componentes são fabricados em países distintos, o que patenteia ser a 
produção fruto de um trabalho cada vez mais coletivo, contrastando com a 
desigual distribuição da riqueza entre grupos e classes sociais nos vários 
países, o que sofre a decisiva interferência da ação do Estado e dos 
Governos. (IAMAMOTO, 2008, p. 27) 
 
Este profissional deve pensar e engendrar projetos que ajudem a construir 
estratégias de luta contra o atual sistema capitalista. Essas estratégias podem se 
configurar em formas de debates, socialização de informações, políticas e 
diversificados projetos e programas sociais. 
 
Neste âmbito, entendermos que o exercício profissional orientado por um 
projeto profissional que contenha valores universalistas, baseado no 
humanismo concreto, numa concepção de homem enquanto sujeito 
autônomo, orientado por uma teoria que vise apreender os fundamentos dos 
processos sociais e iluminar as finalidades, faculta aos assistentes sociais a 
consciência de pertencer ao gênero e lhe permite desenvolver escolhas 
capazes de desencadear ações profissionais motivadas por compromissos 
sociocêntricos que transcendem a mera necessidade pessoal e 
profissional[...], orientados por um projeto profissional crítico os assistentes 
sociais estão aptos, em termos de possibilidade, a realizar uma intervenção 
profissional de qualidade, competência e compromisso indiscutíveis 
(GUERRA, 2007, p.15) 
 
37 
 
 
 
O Assistente Social possui conhecimento necessário, sendo capacitado a 
gerar ações de intervenção na realidade, possuindo a competência necessária para 
investigar problemas sociais. Esse profissional possui inúmeras possibilidades para 
estes fomentar a cidadania e a inclusão social, tais como: socializar informações 
visando a orientação da população quanto aos seus direitos; incentivar a participação 
dos cidadãos através de organizações de lutas e Conselhos Municipais. 
 O Assistente Social pode promover a mudança e assim materializar suas 
práxis em uma nova ordem social contrária as desigualdades e explorações, cuja ação 
deve ser pautada na emancipação do ser humano. 
Iamamoto (2011) nos induz a uma importante reflexão acerca do trabalho do 
Assistente Social: 
 
Os assistentes sociais trabalham com a questão social nas suas mais 
variadas expressões quotidianas, tais como os indivíduos as experimentam 
no trabalho, na família, na área habitacional, na saúde, na assistência social 
pública, etc. Questão social que sendo desigualdade é também rebeldia, por 
envolver sujeitos que vivenciam as desigualdades e a ela resiste, se opõem.É nesta tensão entre produção da desigualdade e produção da rebeldia e da 
resistência, que trabalham os assistentes sociais, situados nesse terreno 
movido por interesses sociais distintos, aos quais não é possível abstrair ou 
deles fugir porque tecem a vida em sociedade (IAMAMOTO, 2011, p. 28). 
 
A atuação do assistente social em projetos sociais é de fundamental 
importância, de certo, esse profissional carrega em seu escopo funcional ferramentas 
teórico-metodológica e técnico-operativo tornando-o capacitado para compreender a 
realidade através de acurada visão crítica, desvelando as demandas, buscando 
medidas que gerenciem e promovam o desenvolvimento social. 
Para Iamamoto (2011) um dos maiores desafios que o Assistente Social 
enfrenta na atualidade é de ser um profissional propositivo e não somente executor, 
não se atendo apenas a simples compreensão de uma determinada realidade, mas 
também, propondo intervenções criativas e eficazes para a efetivação de direitos. 
O assistente social tem muito a contribuir com projetos sociais, já que traz 
como característica básica de sua profissão a transformação social, sabendo que essa 
torna-se factível da busca e inserção de instrumentos que possam ressignificar a 
38 
 
 
 
realidade dos sujeitos, viabilizando o acesso aos direitos e contribuindo para a 
construção e concretização da cidadania. 
 
A instrumentalidade pode ser considerada uma propriedade adquirida pela 
profissão, a partir do momento que seus objetivos são concretizados. Isso se 
dar pelo fato desta proporcionar aos assistentes sociais a objetivação de sua 
intencionalidade através de respostas profissionais. Essas propriedades 
adquiridas conseguem dar suporte para modificação e transformação, como 
mudanças significativas e subjetivas no âmbito das relações sociais e 
também interpessoais (SANTOS, SANTOS e SILVA, 2012, p. 10). 
 
A intervenção social através de projetos sociais, efetiva no Assistente Social 
o compromisso de proporcionar a consolidação da democracia, garantindo a 
liberdade, a igualdade e a justiça social, além de garantir o acesso aos direitos, 
podendo atuar no enfrentamento das desigualdades sociais, além de intervir nas 
diversas manifestações das questões sociais. 
Quando se encontra à frente dos projetos sociais, o assistente social deve 
intervir de imediato nas necessidades levantadas, buscando alternativas para 
solucionar os problemas e enfrentar os desafios da sociedade lutando principalmente 
pela emancipação e autonomia dos cidadãos. 
No projeto “tocando a vida” foi notável o quão importante e essencial é o papel 
do assistente social para o êxito dos projetos sociais. A assistente social Dayane 
Cristina Prado da Silva Oliveira realizou palestras referente ao objeto do programa, a 
saber o ensino musical. Onde a mesma salientou a necessidade da presença e 
interação dos alunos nas aulas, esta foi fundamental para o bom andamento do projeto 
haja visto que, às vezes crianças e adolescentes advindas de lares carentes ou de 
família em situação de vulnerabilidade social poderiam apresentar dificuldade na 
interação e busca de aprendizado, esse cuidado e incentivo desde os dias iniciais por 
meio de palestra mostra o quanto os assistidos são bem vindos, assim os mesmos se 
sentem quisto no ambiente do projeto. Além do mais deixou os alunos cientes de seus 
deveres e compromissos com o projeto e com o programa Bolsa-Família. 
Durante os intervalos para o lanche haviam oportunidades de conversas 
juntamente as atividades recreativas onde surgiam momentos em que o aluno citava 
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problemas pessoais ou familiares e tanto o professor quanto a assistente social agiam 
e buscavam dar possíveis soluções, auxilio e orientação no intuito de prover um 
amparo psicológico e quando necessário o encaminhamento a um profissional 
especifico para ajudá-lo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CONCLUSÃO 
 
 
Diante o exposto fica devidamente clara a importância da atuação de um 
profissional de serviço social em projetos sociais que evidenciem e promovam a 
educação musical, através de sua formação este profissional torna-se capaz de 
vislumbrar e suscitar estratégias eficazes na busca da viabilização da construção da 
cidadania. 
Com as experiências no Projeto Tocando a Vida, constatamos que a presença 
de um Assistente Social frente a projetos sociais, deve buscar não somente a 
intervenção na realidade após constatação das demandas acarretadas pelos usuários 
que frequentam o projeto, mas também o desvelamento das peculiaridades que as 
constituem na intenção de estabelecer processos de acompanhamento atenção às 
famílias destes beneficiários, para que possam enfrentar os desafios da presente 
sociedade, podendo através do desenvolvimento de suas próprias potencialidades, 
lutar pela sua emancipação e autonomia, tornando-os cidadãos conscientes na busca 
de sua liberdade econômica, cultural e social. 
O projeto social “Tocando a Vida” apareceu como um importante alternativo, 
além de ser uma imprescindível ferramenta estratégica, angariando respostas 
positivas às manifestações das questões sociais levantadas no CRAS SOBRAL. 
Ressalta-se, porém, que Projetos Sociais que utilizam atividades musicais como 
estratégia de intervenção, devem ter como finalidade precípua a oferta de 
oportunidades de acesso a cidadania, educação, e inclusão, e etc., contribuindo para 
a construção de um presente e um futuro diferente da atual situação vivenciada. 
O projeto “Tocando a Vida” viabilizou a efetivação da cidadania e a inclusão 
social. Dessa maneira se faz necessário que o Assistente Social configure-se como 
um articulador diante a realidade social, no caso presente tendo como ferramenta a 
música, garantindo que a aplicação desta arte leve os sujeitos a uma melhor 
ressignificância da sua consciência acerca da cidadania, sendo esta parte 
integracional do seu cotidiano nos diversos espaços em que se relacionam. 
O presente trabalho revelou sistematicamente e pontualmente que as práticas 
musicais nos projetos sociais mostram-se como estratégias potencialmente favoráveis 
41 
 
 
 
na consecução de uma transformação social. Esta obra contribui para uma profunda 
reflexão acerca da inserção da música em projetos sociais, imersos no objetivo de 
transformar, reconfigurar e tornar-se factível a justiça social, minimizando 
desigualdades, e fomentando a dignidade humana. 
Reconhecemos que os atuais processos de intervenção exigem um trabalho 
interdisciplinar e o uso de diversificadas e criativas estratégias. Diante do exposto, 
deve-se garantir que estes processos sejam introduzidos, de forma cada vez mais 
significativa, à formação profissional em Serviço Social. Se faz notório que os 
processos intervencionistas devam exercitar a sensibilidade e a criatividade podendo 
propiciar o desenvolvimento e a aquisição de habilidades necessárias ao exercício de 
algumas atribuições ou competências que precisam ser solidificadas e sistematizadas 
em sua formação. 
Por fim, o Assistente Social deve apontar estratégias criativas e que 
promovam o fortalecimento dos direitos inerentes aos cidadãos como solução possível 
e viável para o enfrentamento das problemáticas sociais, resultando em cidadania, 
inclusão, emancipação e autonomia social. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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