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Breve História das Instituições – A Tutela Pública da Revelação e Aproveitamento de Recursos Geológicos 5 
 Cristina Lourenço - Subdiretora-Geral da DGEG
Preâmbulo 9 
Luís Martins - Presidente do Conselho de Administração do Cluster Portugal Mineral Resources
 Rochas Ornamentais em Portugal
Granitos Ornamentais do Norte de Portugal - Caraterísticas, Potencialidades e Constrangimentos 11 
Luís Sousa, Paulo Pita, Jorge Carvalho e José Lourenço
 No norte de Portugal localizam-se os principais núcleos de pedreiras de granito ornamental. A evolução 
dos últimos anos alterou as perspetivas de crescimento que vinha sendo verificada, forçando as empresas a 
adaptaram-se a uma nova realidade. A reconversão de unidades extrativas, por ampliação e fusão, contrasta 
com a inatividade de muitas outras. Neste trabalho apresenta-se uma caraterização dos núcleos de pedreiras 
dos granitos de Monção-Valença, Ponte de Lima, Alpendurada-Penafiel, Mondim de Basto, serra da Falperra 
e Pedras Salgadas. São enumerados os principais problemas que afetam a extração, os intrínsecos ao material 
ou aos maciços, os derivados das condicionantes ao uso do território e também aqueles relacionados com 
a dimensão e estrutura das empresas. Apresentam-se propostas para melhorar o acesso e a gestão deste 
importante recurso natural. 
Exploração Sustentável de Recursos no Maciço Calcário Estremenho 31 
Jorge M. F. Carvalho, Jorge Cancela, Cristina Martins, Daniel Pires e Sónia Malveiro
 No Maciço Calcário Estremenho ocorre, desde há décadas, uma intensa atividade de extração de blocos de 
calcário para fins ornamentais. Dos condicionalismos de ordenamento do território, designadamente pelo 
facto dessa atividade decorrer num espaço territorial consignado para a proteção da natureza – o Parque 
Natural das Serras de Aire e Candeeiros, resultaram numerosas e prolongadas situações de conflito pelo 
uso do território. Por um lado, os naturais anseios de desenvolvimento do setor industrial, por outro, o 
cumprimento dos objetivos de conservação da natureza.
 Visando o estabelecimento de equilíbrios para a resolução da conflitualidade nos principais núcleos de 
exploração consignados no Plano de Ordenamento daquele parque natural, desenvolveu-se um projeto com o 
objetivo específico de encontrar mecanismos conducentes à compatibilização da gestão e exploração racional 
dos recursos em calcários ornamentais com a conservação da natureza, no âmbito dos planos municipais de 
ordenamento do território.
 Com base nos resultados alcançados, para cada uma das cinco áreas estudadas foi apresentada uma proposta 
de ordenamento na qual foram considerados quatro fatores determinantes para a decisão: a existência de 
áreas de ocorrência de calcários com aptidão ornamental, áreas com altos e excecionais valores ecológicos, 
património geológico de valor relevante e áreas anteriormente recuperadas do ponto de vista ambiental.
Gestão Sustentável da Indústria Extrativa no Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros 51
 Manuel Duarte
 A extração de inertes no Maciço Calcário Estremenho, em particular na área abrangida pelo Parque Natural 
das Serras de Aire e Candeeiros (PNSAC), é uma atividade secular ligada à vida das gentes que povoaram esta 
região, que fundamentalmente a partir dos finais dos anos 80 do século passado ganhou nova dinâmica e se 
transformou numa atividade económica de grande expressão e com relevo em termos nacionais e internacionais.
 A gestão da atividade extrativa tornou-se assim num dos desafios mais importantes ao nível da gestão do 
PNSAC, dada a necessidade de conciliar a exploração de um recurso natural não renovável (e com forte 
impactos sobre os valores e a paisagem), com a salvaguarda e valorização do património natural, cultural e 
paisagístico desta área protegida.
Vol. 54 • Lisboa 2019-2020
2
Boletim de Minas, 54 - Tema em Destaque - Rochas Ornamentais - 2019-2020
 Anticlinal de Estremoz: Geologia, Ordenamento do Território e Produção de Rochas Ornamentais após 2000 
Anos de Exploração 59 
 Luís Lopes
 No panorama mineiro de Portugal o Anticlinal de Estremoz constituí um caso único por diversos fatores: 
1) trata-se de uma estrutura geológica reconhecida por todos e não apenas pelos especialistas; 2) tem um 
passado de produção de mármores de excecional qualidade que remonta ao Período Romano; 3) os mármores 
aqui extraídos têm reconhecimento internacional constituindo-se como uma verdadeira Marca Nacional; 4) é 
seguramente uma das regiões do Pais com o registo geológico melhor conhecido, quer à superfície quer em 
profundidade. Para tal contribuíram vários estudos académicos e as várias campanhas de sondagens profundas 
realizadas pelas entidades governamentais e as sondagens de prospeção geológica efetuadas pelas empresas. 
Também a cartografia geológica de base foi realizada à escala 1:5.000 ou maior e encontra-se disponível às 
escalas 1:25.000 e 1:10.000; 5) há um passado de projetos de investigação, teses de fim de curso, mestrado e 
doutoramento, para além dos planos de pedreira e vários estudos realizados pelas empresas, etc. que constituí 
uma enorme base de dados.
 Deste modo, os estudos realizados em diversas áreas (geologia; biologia; ecologia; avaliação de impacte 
ambiental; caracterização dos geomateriais (rochas e solos); avaliação geomecânica do maciço marmóreo; Planos 
Diretores Municipais; planos de pedreira; etc.) constituem a todos os níveis um acervo de conhecimento enorme 
que, complementado com a avaliação de riscos (materiais e humanos), permite a curto prazo a implementação 
de um efetivo projeto de reordenamento do território.
A Rocha Ornamental Portuguesa e a Evolução na sua Caracterização 85 
Cristina Isabel Paulo de Carvalho
 Neste documento, relata-se o extenso trabalho desenvolvido pelo Laboratório Nacional de Energia e Geologia 
e pelas suas instituições antecessoras, no âmbito da caracterização das rochas ornamentais portuguesas. 
Tendo como ponto de partida o primeiro “Catálogo de Rochas Ornamentais Portuguesas”, apresentam-se as 
motivações que estiveram na origem da criação desta obra literária ímpar e das obras literárias que a sucederam, 
culminando-se no site “Rochas Ornamentais Portuguesas”. A caracterização das rochas ornamentais assenta 
no conhecimento das suas propriedades, determinadas através de ensaios. Por este motivo, dá-se particular 
enfase aos métodos de ensaio e ao seu progressivo e gradual desenvolvimento, fruto da adesão de Portugal à 
Comunidade Económica Europeia. Termina-se, abordando as repercussões desta adesão na comercialização 
dos produtos em pedra natural, de modo a dar cumprimento à legislação europeia atualmente em vigor 
(Regulamento (UE) N.º 305/2011).
Microscopia e Microanálise no Estudo de Pedras Ornamentais Carbonatadas 103 
Luís Dias, Fabio Sitzia, Carla Lisci, Luís Lopes e José Mirão
 A crescente competitividade de economias emergentes tem criado dificuldades aos países Europeus produtores 
e exportadores de Pedra Ornamental. Para acrescentar valor, estes países terão que adicionar tecnologia aos 
seus produtos.
 São apresentados três casos de como as técnicas de microscopia e microanálise permitem antecipar e 
compreender o comportamento das rochas, em diversas condições climatéricas. Estas metodologias podem 
ser usadas em rocha de obra nova, eventualmente seguindo as normas vigentes ou em objetos património.
A Revolução Tecnológica e Humana do Setor da Pedra 117 
Joana Frazão, Jorge Frazão e Inês Frazão
 As mudanças aceleradas no mercado exigem que as empresas desenvolvam capacidades dinâmicas para 
se manterem competitivas. Isto significa que as empresas têm de ter capacidade para integrar, construir e 
reconfigurar competências internas e externas para abordar ambientes em rápida mudança.
 Estas capacidades têm de ser desenvolvidas em várias vertentes, o objetivo deste artigo é explorar as áreas 
tecnológicas e humanas no setor das rochas ornamentais em Portugal. As tecnologias da Fravizel são autónomas,responsivas e digitais o que vai permitir o progresso técnico do setor. Este deve ser acompanhado pela evolução 
das competências digitais da força de trabalho do setor.
 A Indústria 4.0 (quarta revolução industrial) surge como resposta ao desafio de automatizar processos e 
aumentar a atratividade para os mais jovens para o setor.
Rochas Ornamentais Portuguesas: Operações Indústria4.0 como Resposta ao Procurement BIM 121 
Agostinho da Silva, Andreia Dionísio e Luís Coelho
 O setor das Rochas Ornamentais (RO) gera em Portugal mais de 16.000 empregos diretos, registou um 
crescimento das exportações em 2019 de 15% e centra a sua principal âncora competitiva na produção 
customizada com escala. Sendo previsível que a prazo o Building Information Modelling (BIM) seja a tecnologia 
de projeto e gestão de obras a nível global, a qual orienta o procurement para produtos standard. O presente 
estudo avalia a resposta da Indústria 4.0 (I-4.0) às ameaças decorrentes do procurement BIM na Arquitetura 
Engenharia e Construção.
3
Boletim de Minas, 54 - Tema em Destaque - Rochas Ornamentais - 2019-2020
Cluster dos Recursos Minerais – Um Modelo de Mobilização de Conhecimento, Cooperação e Inovação 127 
Marta Rocha Peres
 A política de Clusters surgiu em Portugal, a partir de 2008. Nessa altura, foi criado o Cluster da Pedra Natural. Em 
2016, com a entrada em vigor de outro programa político de clusterização, forma-se uma parceria mobilizada 
para os objetivos comuns dos Recursos Minerais em Portugal. Esta mobilização culmina na evolução para um 
Cluster dos Recursos Minerais reconhecido em 2017, que hoje conta com 67 Associados e mais de 100 parceiros 
a nível mundial. 
 Em mais de dois anos de operacionalização, o trabalho em rede e cooperação tem gerado maior conhecimento, 
mais desenvolvimento. Os resultados do sistema de clusterização são visíveis ao nível da tendência de crescimento 
das exportações, do volume de negócios e do valor acrescentado das Empresas que pertencem ao Cluster.
 O modelo adotado pelo Cluster dos Recursos Minerais, tem evidenciado que este é o caminho a prosseguir 
além de 2020.
LIOZ – Rocha Património, foi Real em Portugal e Transportou Arte e Cultura para o Brasil 137 
Zenaide Carvalho G. Silva
 O estudo do calcário português lioz, abordado neste artigo, abrange uma breve referência à sua história geológica e 
uma outra, mais extensa, ao seu papel como veículo de divulgação de arte e cultura portuguesa e europeia no Brasil. 
 O lioz, sendo um calcário microcristalino com propriedades físicas e tecnológicas próprias para a construção, 
é também utilizado como elemento decorativo, uma vez que tem coloração diversa, em branco-marfim, 
rosa claro e escuro, amarelo dourado e amarelo forte, recebendo por esta razão denominações diferentes 
na indústria das rochas ornamentais. É um calcário de ambiente recifal, portador de fósseis rudistas que lhe 
conferem uma textura singular. Ocorre nas zonas de Lisboa e arredores, incluindo a região do município de 
Sintra, principalmente em Pêro Pinheiro, de cujas pedreiras saiu a maior parte do material para construção 
em Portugal e no Brasil, desde o século XVIII até o presente. Usado durante décadas em construções na área 
de Lisboa, em estilos arquitetónicos diversos, em Mafra materializou o complexo arquitetónico emblemático 
de D. João V, Convento, Igreja e Biblioteca, tornando-se a “pedra real”. Foi transportado para o Brasil como 
lastro de navios que circulavam entre Portugal e a nova colónia, onde no século XVIII foi a rocha preferida para 
as grandes construções, principalmente de igrejas e templos de culto religioso, cópias de igrejas portuguesas 
ou nelas inspiradas, perpetuando a arte e arquitetura transportadas da Europa. Deixou em Salvador, na Bahia 
uma exposição valiosa do património de arte e cultura portuguesas. O lioz tem hoje o estatuto de “Rocha 
Património Global” por preencher os requisitos adotados pela Heritage Stone Subcomission (HSS) da UNESCO.
Labyrinthus in Petris 
A Calçada Portuguesa nos Percursos da Ancestralidade 147 
 Ernesto Matos
 A calçada artística à portuguesa, é desde os meados do século XIX, um método de pavimento que se tem 
vindo a implementar numa forma persistente. Não só por Portugal, mas ultimamente, também muitos outros 
países o têm vindo a assumir. Mais recentemente veio a tornar-se já uma referência de ícone internacional, 
demostrando-o a cidade do Rio de Janeiro e o seu emblemático Calçadão de Copacabana. Não é assim por o 
acaso que a Tocha Olímpica de 2016 teve na sua conceção gráfica também a referência a esse característico e 
emblemático padrão de ondas, já imortalizado, até mesmo por Walt Disney.
 Por Portugal, com os anos a passar, vão-se fazendo contas, não só pelo custo dos materiais geológicos provenientes 
das mais valias extrativas em meio natural e sem auxílio a métodos industriais poluentes, como para o pagamento 
de uma mão-de-obra desqualificada e que continua ligada a uma profissionalizada classe operária. Se por um 
lado Almeida Garrett já designava de Arte a este método aplicado no velho Rossio e que recebeu o nome de um 
país, por outro assistimos a uma cada vez mais descaracterização técnica e que vai fomentando a má imagem 
que constantemente passa debaixo dos nossos pés. O que é certo, é que passados mais de 170 anos desde o seu 
surgimento para benefício público e universal, não vemos este método como disciplina em nenhuma escola de 
artes portuguesa.
 O que temos hoje ou o que queremos no futuro para os nossos pavimentos em calçada? Calçada artística ou 
calçadas de pedras no chão colocadas por uns arrumadores, formados no quintal ali da esquina? 
 Pretende-se assim com este texto, refletir sobre alguns destes parâmetros que o próprio país se vai confrontado, 
perante as vicissitudes de uma profissão, de uma técnica, de uma arte, o que quer que seja... mas que faz parte 
da nossa perseverança. 
Louseira de Canelas 
Atividade Extrativa e Ciência de Mãos Dadas Durante Três Décadas 157 
 Manuel Valério Figueiredo
 A reabertura das Louseiras de Canelas em 1988, permitiu desde logo o fornecimento de lousas para os telhados 
da região. Paralelamente, a empresa então fundada assume o papel de resgate sistemático dos novos achados 
fósseis, que se vai intensificando ao ritmo da própria exploração, não encarando este património como um 
entrave. A inauguração do Centro de Interpretação Geológica de Canelas, ou Museu das Trilobites, em julho 
de 2006, impulsionou a criação do Geoparque Arouca.
4
Boletim de Minas, 54 - Tema em Destaque - Rochas Ornamentais - 2019-2020
FICHA TÉCNICA
Propriedade e Edição:
Direção-Geral de Energia e Geologia 
Av. 5 de Outubro, 208 - 1069-203 Lisboa
Tel: 217 922 800 - Fax: 217 939 540
energia@dgeg.gov.pt
www.dgeg.gov.pt
Diretor:
João Correia Bernardo
Comissão Editorial deste volume:
Luís Martins, Cristina Lourenço, Carla Lourenço, 
José Alcântara Cruz, Patrícia Falé, J. Ferreira da Costa, 
Miriam Cavaco e José Miguel Martins
Redação e Coordenação:
Direção de Serviços de Recursos Hidrogeológicos e Geotérmicos
Periodicidade: Semestral
Depósito Legal: Nº 3581/93
ISSN: 00008-5935
Atividade Mineira 173
Caducidades de Contratos de Prospeção e Pesquisa
Contratos de Prospeção e Pesquisa
Caducidades de Contratos de Concessão de Exploração
Transmissão da Posição Contratual de Concessão de Exploração
Contratos de Concessão de Exploração
Adenda ao Contrato de Concessão de Exploração
Contratos de Integração
Águas Minerais e de Nascente 179
Aprovação/Revisão do Plano de Exploração 
Nomeação de Responsáveis Técnicos
Rescisão dos Contratos de Exploração
Contratos de Atribuição de Direitos de Exploração 
Adendas ao Contrato de Exploração
Suspensão da Licença de Exploração
Atribuição de Licenças de Estabelecimento
Transmissão da Licença
Alteração do Sistema de Captação
Caducidade da Licença
Oficinas de Engarrafamento - Títulos de Exploração
Pedreiras 185
Responsáveis Técnicos Inscritos na Direção-Geral de Energia e Geologia
ElementosEstatísticos da Indústria Extrativa Nacional – 2019 
Indústria Extrativa – Comércio Internacional 191
 Evolução do Comércio Internacional – janeiro a dezembro de 2019
Informação Vária 197
Glossário Geral para o Setor da Pedra Ornamental
mailto:energia%40dgeg.gov.pt%20?subject=
http://www.dgeg.gov.pt
5
Boletim de Minas, 54 - Tema em Destaque - Rochas Ornamentais - 2019-2020
Breve História das Instituições – A Tutela Pública da Revelação 
e Aproveitamento de Recursos Geológicos 
Século XIX 
Há mais de dois séculos que o Estado exerce atribuições e tutela pública e administrativa no domínio dos recursos 
geológicos. Os regimes jurídicos do séc. XIX, de que se dão como meros exemplos no caso das minas a Lei de 1850 
e o Decreto de 1892 (este diploma foi alterado em 1907 para incluir o petróleo, cujos primeiros manifestos tiveram 
lugar no nosso país em 1904), o Regulamento de 1884 (pedreiras) e o Decreto de 1892 (águas minerais), impunham a 
necessidade de criação de estruturas públicas de tutela administrativa das atividades, sendo que a Intendência-Geral 
das Minas e Metais criada em 18 de maio de 1801, até antecedeu estes diplomas mais estruturantes do conhecimento 
e aproveitamento de recursos geológicos, sendo de referir que entre 6 de agosto de 1836 e 24 de novembro de 1953 
foram concessionadas em Portugal continental 2883 minas.
Na segunda metade do século XIX foram criadas diversas estruturas públicas como a Repartição de Minas, Pedreiras 
e Trabalhos Geológicos, a Comissão de Trabalhos Geológicos do Reino, o Conselho de Minas, a Repartição dos 
Serviços Técnicos de Minas, as Circunscrições Mineiras de Lisboa e Porto, a Secção de Minas, Pedreiras, Águas 
Mineromedicinais e Serviços Geológicos e o Conselho Técnico de Minas, entre outras, com atribuições ao nível 
de autoridade pública no domínio dos recursos geológicos, com elevadas exigências ao nível da capacitação técnica 
e administrativa dos respetivos quadros, sendo que em matéria de segurança em minas e pedreiras se refere, por 
curiosidade, a previsão constante em portaria de 1875 sobre a necessidade de eventual requisição de apoio especializado 
por parte de engenheiros ou de condutores de minas com ou sem vínculo ao Estado.
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Boletim de Minas, 54 - Tema em Destaque - Rochas Ornamentais - 2019-2020
Século XX
No século XX importa evidenciar as importantes reformas no regime jurídico dos recursos geológicos com a entrada 
em vigor do Decreto n.º 13642 de 1927 (pedreiras), do Decreto n.º 18713 de 1930 (minas) e do Decreto n.º 15401 
de 1928 (águas minerais), sendo que foi pelo Decreto n.º 4641, de 13 de julho de 1918 que as estruturas do Estado 
especializadas na tutela das atividades extrativas assumiram uma configuração que se manteve durante largas décadas, 
a par dos regimes jurídicos enunciados. Com efeito, foi criada a Direção-Geral de Minas e Serviços Geológicos 
subdividida na Repartição de Minas (integrando as Circunscrições Mineiras do Norte e do Sul, respetivamente 
no Porto e em Lisboa), na Inspeção de Águas, na Inspeção de Pedreiras, no Laboratório Químico-Metalúrgico e 
nos Serviços Geológicos, para além do Conselho Superior de Geologia e Minas, com as Secções de Minas, Águas, 
Impostos de Minas e Águas e Serviços Geológicos e, ainda, o Corpo de Engenheiros de Minas e o Corpo Auxiliar 
de Condutores de Obras Públicas e Minas. Em sede de regimes jurídicos importa igualmente referir o Decreto-Lei 
n.º 227/82 e Decreto-Regulamentar n.º 72/82 (pedreiras), e o Decreto n.º 47973 de 1967 (petróleo).
Em 1983 é criada a DGGM - Direção-Geral de Geologia e Minas (Decreto-Regulamentar n.º 46/83, de 8 de junho) e em 
16 de março de 1990 é publicado um novo regime jurídico para os recursos geológicos (DL n.º 90/90), regulamentado 
pelo DL n.º 84/90 (águas de nascente), n.º 85/90 (águas mineroindustriais), n.º 86/90 (águas minerais naturais), 
n.º 87/90 (recursos geotérmicos), n.º 88/90 (depósitos minerais - minas) e n.º 89/90 (massas minerais - pedreiras). 
No que respeita ao petróleo de referir o DL n.º 141/90 e o posterior e ainda em vigor DL n.º 109/94, de 26 de abril. 
É de sublinhar que com o “pacote de 1990” foram revogados regimes jurídicos com mais de 60 anos de vigência 
(Decreto de 1928 – águas; Decreto de 1930 – minas). Em 1991 são criadas as Delegações Regionais do Ministério 
da Indústria e Energia (posteriormente denominadas DRE - Direções Regionais de Economia) para onde transita a 
área setorial das pedreiras.
A DGGM era uma instituição dotada de uma organização robusta de elevada capacitação científica, técnica e 
administrativa, com três subdiretores-gerais a coadjuvarem o diretor-geral, com doze diretores de serviço e treze 
chefes de divisão, integrando nos seus quadros investigadores e cerca de 120 técnicos superiores (maioritariamente 
engenheiros de minas e geólogos), com diversas unidades tais como a Direção de Serviços de Cartografia Geológica, 
a Direção de Serviços de Geologia Aplicada, a Direção de Serviços de Prospeção, a Direção de Serviços de Avaliação, 
a Divisão de Sondagens, a Divisão de Geofísica, a Direção de Serviços de Minas e Pedreiras, a Direção de Serviços 
de Águas Minerais e de Mesa, a Direção de Serviços de Gestão, a Direção de Serviços de Estudos, Planeamento 
e Estatística, a Direção de Serviços de Administração Industrial, a Divisão de Informação e Relações Públicas, o 
Laboratório e o Museu Geológico.
Em 1993 é extinta a DGGM e criado pelo DL n.º 122/93, de 16 de abril o IGM - Instituto Geológico e Mineiro instituição 
ímpar em termos nacionais e internacionais que resulta da crescente importância do sector geológico e mineiro e 
da respetiva indústria extrativa no contexto económico nacional e do novo enquadramento jurídico das atividades 
(pacote legislativo de 1990), sendo que este organismo é dotado de autonomia administrativa e financeira e património 
próprio, prevalecendo, na respetiva estruturação, o princípio da clara demarcação entre as áreas técnico-científica e 
técnico-administrativa, o que permite o respeito pelas características próprias de cada uma e potencia as suas inter- 
-relações pela coexistência na mesma entidade. Como eixos preferenciais de atuação assumiu-se o incremento do 
conhecimento geológico do território nacional e o desenvolvimento de bases de dados geológicos mineiros e geofísicos 
acessíveis aos utilizadores, bem como o reforço da indústria extrativa a prosseguir num contexto de segurança e de 
sustentabilidade económica, ambiental e territorial, atento o novo quadro regulamentar de 1990. O conselho diretivo 
é constituído por um presidente e três vice-presidentes, existindo 11 diretores de serviço e 10 chefes de divisão, com 
investigadores e mantendo-se os cerca de 120 técnicos superiores.
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Boletim de Minas, 54 - Tema em Destaque - Rochas Ornamentais - 2019-2020
Século XXI
Já no século XXI ocorre em 2003 a extinção do IGM (Decreto-Lei n.º 186/2003 de 20 de agosto), com as respetivas 
competências a serem repartidas em 2004 pela então DGGE - Direção-Geral de Geologia e Energia (atual 
DGEG-Direção-Geral de Energia e Geologia – DL n.º 69/2018– autoridade nacional no domínio da energia e 
dos recursos geológicos) e pelo então INETI - Instituto Nacional de Engenharia, Tecnologia e Inovação (atual 
LNEG – Laboratório Nacional de Energia e Geologia – DL n.º 129/2014). 
Com a extinção do IGM a área dos recursos geológicos perde uma instituição centenária, atentos os organismos que 
o precederam, autónoma e exclusiva para o setor extrativo passando este a coabitar com a área da energia.
O Decreto-Lei n.º 186/2003, de 20 de agosto, que aprovou a orgânica do Ministério da Economia, criou a Direcção- 
-Geral de Geologia e Energia (DGGE), que sucede à Direcção-Geral da Energia e, parcialmente, ao Instituto Geológico 
e Mineiro, extintos por aquele diploma legal. A DGGE tem um subdiretor-geral para a área técnica e administrativa 
dos processos de licenciamento das atividades de revelação e aproveitamento dos recursos geológicos, com umaúnica 
direção de serviços para esta área setorial e cerca de 30 técnicos superiores à data de 2004 (oriundos do extinto 
IGM). Com a alteração orgânica de 2007 (DL n.º 139/2007 e Portaria n.º 535/2007) a DGEG passa a contar com duas 
direções de serviço: a Direção de Serviços de Minas e Pedreiras e a Direção de Serviços de Recursos Hidrogeológicos, 
Geotérmicos e Petróleo.
Em 2007 foi aprovado um novo regime jurídico para as pedreiras (DL n.º 340/2007 que alterou e republicou o 
DL n.º 270/2001). 
Em 2015 verifica-se a extinção das DRE e respetiva reintegração da área setorial das pedreiras e dos estabelecimentos 
industriais (p. ex. oficinas de engarrafamento) no organismo que tutela os recursos geológicos (DGEG) e em 2018 
o mesmo sucede com o petróleo (pelo DL n.º 69/2018 a DGEG sucede nas atribuições e competências da ENMC, 
E.P.E. – atual ENSE - Entidade Nacional para o Setor Energético, E.P.E., no domínio da prospeção, pesquisa, 
desenvolvimento e produção de hidrocarbonetos). 
Também em 2015, pela Lei n.º 54/2015, de 22 de junho é revogado o DL n.º 90/90 e são estabelecidas as bases do regime 
jurídico da revelação e do aproveitamento dos recursos geológicos, estando em 2020 em processo de revisão os regimes 
regulamentares das minas (DL n.º 88/90), das pedreiras (DL n.º 340/2007) e dos recursos hidrogeológicos e geotérmicos 
(DL n.º 84/90, DL n.º 85/90, DL n.º 86/90 e DL n.º 87/90), sendo que os hidrocarbonetos são objeto de diploma 
próprio (o mencionado DL n.º 109/94). No que respeita às pedreiras, em 2019 foi aprovado o Plano de Intervenção 
nas Pedreiras em Situação Crítica (RCM n.º 50/2019).
Na atualidade e no contexto de autoridade nacional para os recursos geológicos, a DGEG mantém um subdiretor- 
-geral para a área e conta com 3 diretores de serviço e 5 chefes de divisão (3 nos núcleos do Porto, Coimbra e Évora), 
tendo 19 técnicos superiores para as minas e águas (11 “minas” e 8 “águas”) e 16 para as pedreiras (3 em Lisboa, 
5 no Porto, 4 em Coimbra, 3 em Évora e 1 em Faro). A DGEG gere um setor com centenas de contratos administrativos 
de revelação e de aproveitamento de recursos geológicos do domínio público do Estado (minas e águas) e mais de um 
milhar de licenças de exploração de pedreiras, num contexto de sustentabilidade económica, ambiental, territorial e 
de responsabilidade social, onde o saber técnico dos quadros deste organismo tem sido o pilar das nossas intervenções. 
É pois fundamental assegurar a passagem do conhecimento intergeracional que ocorreu no passado, mas atentas as 
aposentações e os constrangimentos dos últimos 20/25 anos no recrutamento externo para a Administração Pública 
pode-se dizer que se perdeu uma geração, vendo-se com muita preocupação a possibilidade real desde organismo, 
dentro de poucos anos, não ter recursos humanos que assegurem essa passagem de conhecimento.
Neste responsável objetivo de passagem do histórico institucional e do saber técnico será de contar com os quadros 
da DGEG oriundos da Direção-Geral de Geologia e Minas1 e do Instituto Geológico e Mineiro2 para que se 
1 DGGM: Teresa Cunha, Vítor Duque, Cristina Lourenço, José Cruz, Paulo Pita, J. Ferreira da Costa e P. Martins Nunes.
2 IGM: José M. Martins, Carla Lourenço, Paula Dinis, A. Calaim, Margarida Mateus, Mª José Sobreiro e Patrícia Falé.
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Boletim de Minas, 54 - Tema em Destaque - Rochas Ornamentais - 2019-2020
possa concretizar uma preservação da memória, que 
fundamenta e explica a evolução das instituições e dos 
regimes legais, para se ir perpetuando naqueles que 
ingressaram posteriormente, e aos que é imprescindível 
recrutar com ou sem vínculo ao Estado, todo o saber 
técnico acumulado, preservando ao mesmo tempo a 
história da tutela pública e administrativa dos recursos 
geológicos do nosso país!
Cristina Lourenço
Subdiretora-Geral da DGEG
BIBLIOGRAFIA
NUNES, João Paulo Avelãs - (2001-2002) - Revista Portuguesa de 
História, t. XXXV, - “A Indústria Mineira em Portugal Continental 
desde a Consolidação do Regime Liberal ao I Plano de Fomento do 
Estado Novo (1832-1953)”
RAMOS, José Luís Bonifácio - (LEX, 1994) - “O Regime e a Natureza 
Jurídica do Direito dos Recursos Geológicos dos Particulares”.
GUIMARÃES, Paulo - (1999-2000) - Arqueologia & Indústria, 2-3 - “As 
Minas Portuguesas do Antigo Regime ao Liberalismo”, p.p. 53-80.
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Boletim de Minas, 54 - Tema em Destaque - Rochas Ornamentais - 2019-2020
Preâmbulo
Rochas Ornamentais em Portugal
Este número do Boletim de Minas, dedicado ao subsetor das Rochas Ornamentais de Portugal, pretende dar uma 
imagem da sua variedade e importâncias económica, social e patrimonial.
Nos últimos 20 anos o subsetor soube construir a sua cadeia de valor de uma forma sustentável, fazendo com que 
Portugal passasse de um mero exportador de produtos não transformados (em especial blocos e chapas) para um 
produtor de peças finais das mais apreciadas no Mundo, melhoria esta também acompanhada pelas empresas 
nacionais de equipamentos. A qualidade das rochas ornamentais portuguesas foi assim extremamente valorizada pelas 
empresas extratoras, transformadoras e fabricadoras de equipamentos, conseguindo-se assim captar um relevante 
valor acrescentado.
Relembremos que Portugal é um dos principais produtores mundiais de rochas ornamentais tendo registado, nos 
últimos 50 anos, um crescimento médio anual, em toneladas, de 4% (Carvalho, Lopes, Mateus, Martins & Goulão, 2018). 
Em 2015, Portugal ocupava o oitavo lugar do Mundo no Comércio Internacional, sendo o segundo no Comércio 
Internacional per capita (Frazão, 2019). As exportações cobriram as importações em 823%, sendo que aproximadamente 
45% das exportações foram para fora da Europa. O subsetor atingiu a segunda posição nacional em Valor Acrescentado 
Bruto (VAB), estando as telecomunicações em primeiro (Assimagra, 2015).
Em 2019 exportou cerca de 8468 Milhões (valor superior ao dos minérios metálicos) para mais de 100 países e é 
constituído maioritariamente por Pequenas e Médias Empresas (PMEs), aproximadamente 2.500, representando mais 
de 16.100 postos de trabalho diretos, sendo um dos principais geradores de emprego privado nas regiões do interior.
Novos desafios adivinham-se, como a melhoria das condições de segurança e os relacionados com a tecnologia digital 
e a Indústria4.0, mas todos os atores envolvidos no subsetor, instituições governamentais, académicas e empresariais, 
saberão, uma vez mais, dar-lhes a resposta adequada.
Luís Martins
Presidente do Conselho de Administração do Cluster Portugal Mineral Resources
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Boletim de Minas, 54 - Tema em Destaque - Rochas Ornamentais - 2019-2020
RESUMO
No norte de Portugal localizam-se os principais núcleos de pedreiras de granito ornamental. A evolução dos últimos 
anos alterou as perspetivas de crescimento que vinha sendo verificada, forçando as empresas a adaptaram-se a uma 
nova realidade. A reconversão de unidades extrativas, por ampliação e fusão, contrasta com a inatividade de muitas 
outras. Neste trabalho apresenta-se uma caraterização dos núcleos de pedreiras dos granitos de Monção-Valença, Ponte 
de Lima, Alpendurada-Penafiel, Mondim de Basto, serra da Falperra e Pedras Salgadas. São enumerados os principais 
problemas que afetam a extração, os intrínsecos ao material ou aos maciços, os derivados das condicionantes ao uso 
do território e também aqueles relacionados com a dimensão e estrutura das empresas. Apresentam-se propostas 
para melhorar o acesso e a gestão deste importante recurso natural. 
Granitos Ornamentais do Norte de Portugal - Caraterísticas, 
Potencialidades e Constrangimentos
Luís Sousa
Departamento de Geologia e Pólo do Centro de Geociências (CGeo), 
Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Quinta de Prados, 
5000-801 Vila Real, Portugal
Email: lsousa@utad.pt
Paulo Pita
Direção Geral de Energia e Geologia, Divisão de Pedreiras do Norte, 
Rua Direita do Viso nº 120, 4269-002 Porto, Portugal
Email: paulo.pita@dgeg.pt
Jorge Carvalho
Laboratório Nacionalde Energia e Geologia, IP; Unidade de 
Recursos Minerais e Geofísica, Estrada da Portela, Bairro do 
Zambujal, Apartado 7586- Alfragide, 2610-999 Amadora, Portugal
Email: jorge.carvalho@lneg.pt
José Lourenço
Departamento de Geologia e Pólo do Centro de Geociências (CGeo), 
Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Quinta de Prados, 
5000-801 Vila Real, Portugal
Email: martinho@utad.pt
Palavras Chave: Rochas ornamentais, granito, avaliação de reservas, ordenamento do território.
mailto:lsousa%40utad.pt?subject=
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Boletim de Minas, 54 - Tema em Destaque - Rochas Ornamentais - 2019-2020
1. INTRODUÇÃO
A produção de rocha ornamental constitui uma impor-
tante atividade económica em Portugal. A produção na-
cional encontra-se entre as dez mais importantes a nível 
mundial, apesar das constantes mudanças no ranking em 
virtude de existirem países com estádios de desenvolvi-
mento diferentes de vários continentes que apresentam 
evoluções distintas (ANIET, 2017). Em 2017 o valor da 
produção das rochas ornamentais foi de 179,6 x1068, 
46,9 x1068 dos quais relativos a granitos (DGEG, 2018). 
No mesmo ano as exportações de rocha ornamental 
totalizaram 386x1068, maioritariamente constituídas 
por mármore e calcário. Prevê-se que esta atividade 
económica continue o seu crescimento observado nas 
últimas décadas (Fig. 1), afigurando-se importante que 
as empresas nacionais e as entidades com responsabili-
dade no setor contribuam para manter Portugal como 
importante player global.
FIGURA 1
Estimativa da produção bruta e líquida de rocha ornamental
Baseado em Montani, 2017.
No norte do país localiza-se a maior percentagem de 
empresas do setor, sobretudo associadas à extração e 
transformação de granito, condicionada pela predomi-
nância dos afloramentos graníticos e existência de nú-
cleos tradicionais de extração. Em 2017 encontravam-se 
em atividade 337 pedreiras de rocha ornamental em 
Portugal, 111 das quais de granito (DGEG, 2018) e na 
sua maioria localizadas no norte do país (Pita, 2017). 
Nesta região, os núcleos principais de extração resultam 
da evolução das pequenas pedreiras que começaram 
a sua industrialização em meados do século passado. 
Em muitos locais há evidências das pequenas pedreiras 
artesanais (Fig. 2) cujos produtos eram utilizados nas 
povoações vizinhas, obrigando a que a atividade dos 
pedreiros estivesse dispersa pelo território de modo a 
satisfazer as necessidades da população.
FIGURA 2
Fotografias aéreas obtidas em 1965 onde é possível observar locais de extração de granito
Pedras Salgadas, Vila Pouca de Aguiar S. Bento, Vila Real
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Boletim de Minas, 54 - Tema em Destaque - Rochas Ornamentais - 2019-2020
Em consequência da crise que afetou as atividades produ-
tivas em Portugal, com a diminuição rápida e acentuada 
da atividade do setor da construção civil, as empresas fo-
ram obrigadas a procurarem novos mercados no exterior. 
O setor da extração está hoje melhor apetrechado, sendo 
comum a utilização do fio diamantado, com o conse-
quente aumento do aproveitamento das massas minerais 
e redução dos desperdícios. O setor da transformação 
também evoluiu, sendo cada vez menor a quantidade 
de matéria-prima vendida para o exterior na forma de 
bloco, aumentando as mais-valias na transformação. 
Este caminho, muitas vezes forçado pelas circunstâncias, 
fez-se com obstáculos e apenas as empresas com uma 
situação financeira sólida puderam resistir.
Se a atividade dos antigos núcleos extrativos evoluiu de 
acordo com a tecnologia de extração de transformação, 
a sua apetência para fornecer material de qualidade e 
em quantidade hoje é muito distinta do que era há 50 
anos. A moderna indústria das rochas ornamentais exige 
elevados padrões de qualidade, pois o comportamento do 
material em obra deve seguir rigorosos padrões técnicos. 
Assim, são vários os fatores que influenciam a capacidade 
do maciço para fornecer rocha ornamental de qualidade, 
tais como a composição mineralógica, textura, estrutura, 
grau de fraturação, espessura do material de cobertura 
sem interesse comercial, propriedades físico mecânicas, 
impacte ambiental e ordenamento do território. Estes 
fatores podem ser agrupados em três grandes grupos 
relativos ao material, às caraterísticas do maciço e aos 
fatores de explorabilidade (Tabela 1). Os dois primeiros 
grupos englobam fatores intrínsecos da rocha e não são 
suscetíveis de alteração ao longo do tempo, enquanto os 
fatores de explorabilidade podem evoluir, facilitando 
ou dificultando a atividade extrativa. De nada valerá 
a existência de um maciço com boa aptidão para a 
produção de blocos se as caraterísticas estéticas das 
rochas não tiverem aceitação no mercado ou se a sua 
exploração for interdita por questões de ordenamento de 
território. Assim, são os fatores de explorabilidade que 
ditam a possibilidade de instalar uma unidade extrativa 
num dado momento.
TABELA 1
Exemplos de fatores que condicionam a exploração e utilização de rochas ornamentais
Material Afloramento Explorabilidade
Mineralogia Localização Aceitação pelo mercado
Textura Morfologia Distância aos centros de consumo
Heterogeneidade (cor, textura, …) Terrenos de cobertura Infraestruturas industriais
Meteorização Estrutura (estratos, dobras) Ordenamento do território
Propriedades físicas Variação de fácies Impactes ambientais
Propriedades mecânicas Fraturação (tipo, densidade)
Volume disponível
Adaptado de Carvalho et al., 2008; Fort et al., 2010; Sousa, 2010.
À luz destes fatores realiza-se uma avaliação dos 
principais núcleos de pedreiras de granito do norte 
de Portugal, nomeadamente dos localizados a norte 
do rio Douro, referindo os constrangimentos e as 
potencialidades. Serão considerados os centros de 
produção localizados em Monção-Valença, Ponte de 
Lima, Alpendurada-Penafiel, Mondim de Basto, serra da 
Falperra (Vila Pouca de Aguiar) e Pedras Salgadas. Para 
cada um dos granitos explorados referem-se os principais 
fatores condicionantes do seu aproveitamento como 
rocha ornamental e as ações que visam o ordenamento 
das zonas de exploração.
2. CARATERIZAÇÃO DOS NÚCLEOS DE 
EXTRAÇÃO
Nesta seção são enumeradas as caraterísticas dos granitos 
e das respetivas pedreiras e são elencados os principais 
fatores que condicionam a atividade. Dos granitos 
selecionados, três possuem uma coloração amarelo- 
-acastanhada (Ponte de Lima, Mondim de Basto e serra 
da Falperra) muito valorizada nas últimas décadas, 
dois são acinzentados (Alpendurada-Penafiel e Pedras 
Salgadas) e um possui tonalidade rosada (Monção- 
-Valença) (Fig. 3). Localizam-se em manchas graníticas 
de diferentes dimensões e idades, com predomínio das 
pós-tectónicas (Fig 4).
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Boletim de Minas, 54 - Tema em Destaque - Rochas Ornamentais - 2019-2020
FIGURA 3
Aspeto macroscópico dos granitos e imagens das pedreiras
Sequência: Monção, Ponte de Lima, Alpendurada-Penafiel, Mondim de Basto, serra da Falperra e Pedras Salgadas; granitos - Leite e Moura (2013); 
pedreira de Monção-Rodrigues (2009); pedreira de Alpendurada-Penafiel - (https://www.gradul.com/pt/pedreiras).
https://www.gradul.com/pt/pedreiras
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Boletim de Minas, 54 - Tema em Destaque - Rochas Ornamentais - 2019-2020
FIGURA 4
Mapa geológico do norte de Portugal com indicação dos núcleos estudados
flanco de encosta. A fracturação é escassa e facilita a 
obtenção de blocos com as dimensões desejadas, apesar 
de nalguns locais mostrar uma densidade mais elevada. 
Moreira (1992) evidenciou as principais famílias de 
fraturação observadas no maciço: N20°W-N10°E e N70°-
90°W, sendo menos comuns as famílias N40°-50°E e 
N40°-50°W. 
Há 8 pedreiras licenciadas, embora seja possível observar 
outros espaços intervencionados (Fig. 5). A zona em 
questão possui amplas potencialidades para a exploração 
de rocha ornamental, de acordo com os dados obtidos 
por Moreira (1992) que delimitou as áreas potenciais 
representadas na Fig. 5. Os recursos estimados para 
essas áreas potenciais ascendem a 34,9x106m3 (Carvalhoet al., 2013). 
A utilização do granito nesta região marcou a arquitetura 
tradicional, com a utilização de pranchas de granitos 
colocadas ao alto, a pasta. As pequenas pedreiras foram 
evoluindo em função das necessidades e técnicas de 
extração e transformação.
Monção-Valença
Nesta zona é explorado um granito de granulado 
grosseiro, porfiróide, dominantemente biotítico, com 
megacristais de feldspato potássico que apresentam uma 
tonalidade rosada e conferem ao granito uma coloração 
caraterística (Fig. 3) (Ribeiro e Moreira, 1986). Trata-se 
de uma rocha explorada num maciço granítico tardi a 
pós-tectónico que aflora na região de Monção-Valença 
e continua para a Galiza. O espaçamento das fraturas 
origina uma disjunção paralelepipédica, com formação 
de importantes caos de blocos (Moreira e Simões, 1988). 
Neste maciço, podem obter-se rochas com diferentes 
nuances dentro do tom rosado.
Os af loramentos desde granito apresentam pouca 
alteração, por vezes com saibro granítico com cerca de 
um metro de espessura, sendo frequentes grandes lajes 
e bolas de aspeto e coloração homogéneos. A presença 
de nódulos biotíticos, pouco frequentes, e de encraves 
metassedimentares, sobretudo perto do contacto com 
estas rochas (Moreira, 1992) pode prejudicar o seu 
aspeto. As pedreiras situam-se preferencialmente em 
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Boletim de Minas, 54 - Tema em Destaque - Rochas Ornamentais - 2019-2020
FIGURA 5
Pedreiras licenciadas, zonas com índicos de exploração e áreas potenciais para o núcleo de extração de Monção-Valença
Ponte de Lima
O granito de Ponte de Lima possui granulado médio 
e grau variável de alteração meteórica que lhe confere 
um aspeto bandado ferruginoso secundário muito 
caraterístico e apreciado pelos consumidores (Fig. 3) 
(Cevalor, 2014). As propriedades físico-mecânicas são 
variáveis em função do estado de meteorização, sendo 
recomendado o seu uso para alvenarias, cantarias e 
revestimentos, interiores e exteriores. 
Os af loramentos desde granito mostram grande 
densidade de faturação, obrigando ao aproveitamento 
dos pequenos blocos para a obtenção de peças fendidas. 
Os recursos estimados para a área potencial delimitada 
na Fig. 6 ascendem a 2,3x106m3 (Carvalho et al., 2013), 
embora a exploração do granito são, em profundidade, 
permita aumentar o tempo de vida das explorações.
As pedreiras localizam-se no flanco de uma encosta 
sobranceira ao vale do rio Lima e à autoestrada A3, 
constituindo importante impacte visual.
Há 14 pedreiras licenciadas, quase todas dedicadas 
à extração de rocha ornamental (Fig. 6). A Câmara 
Municipal de Ponte Lima, assumindo o relevo deste setor 
extrativo para o desenvolvimento socioeconómico do 
município e ciente da importância do ordenamento do 
território para a sustentabilidade do setor, implementou, 
no âmbito do respetivo Plano Diretor Municipal a 
Unidade Operativa de Planeamento e Gestão, UOPG 
18 - Plano de Pormenor das Pedreiras das Pedras Finas 
– Exploração de Granito.
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Boletim de Minas, 54 - Tema em Destaque - Rochas Ornamentais - 2019-2020
FIGURA 6
Pedreiras licenciadas, zonas com índicos de exploração e áreas potenciais para o núcleo de extração Ponte de Lima
As duas pedreiras localizadas mais a norte exploram xisto.
ticos, encraves biotíticos de pequeno tamanho e filonetes 
de feldspato rosado constituem as heterogeneidades 
presentes (Ornabase). Os blocos explorados possuem 
dimensão média e os recursos estimados ascendem a 
39,0x106m3 para as áreas potenciais representadas na 
Fig. 7 (Carvalho et al., 2013).
Nesta região a exploração de granito assume algum 
relevo económico CIMTS (2014). No concelho de Marco 
de Canavezes foram identificadas 38 pedreiras licen-
ciadas e o novo PDM possui 510,5 ha de espaços afetos 
à exploração de recursos geológicos, contra 542,0 ha 
de espaços para indústrias extrativas consignados no 
anterior PDM (CMMC, 2015), o que é demonstrativo de 
maiores constrangimentos atuais no acesso ao território 
por parte deste setor industrial.
Alpendurada-Penafiel
Trata-se de um granito cinzento de duas micas, com 
granulado médio e alguns megacristais de feldspato 
(Fig. 3), apresentando foliação com direção N25°W 
(Ramos et al., 1985). As várias pedreiras da região estão 
instaladas no bordo SW do grande maciço de granito 
calco-alcalino, tardi a post-tectónico e com orientação 
NW-SE, que se estende no NW de Portugal desde a 
região de Viana do Castelo até às proximidades de Castro 
Daire (Fig. 4).
A nível regional predominam as famílias de fraturas 
N35°E e N-S, sendo menos importante a família 
N30-60W, embora com variações locais em função da 
proximidade a falhas (Ramos et al., 1985). Filões pegmatí-
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Boletim de Minas, 54 - Tema em Destaque - Rochas Ornamentais - 2019-2020
O número de pedreiras licenciadas nos concelhos de 
Marco de Canavezes, Penafiel e Cinfães é de 20, muitas 
das quais também com produção de agregados como 
forma de rentabilizar as zonas do maciço rochoso sem 
aptidão para a produção de blocos devido a fraturação 
intensa (Fig. 7). Há muitas zonas intervencionadas que 
não estão licenciadas. 
A localização de unidades extrativas em zonas com uma 
grande densidade de núcleos urbanos implica alguma 
degradação ambiental e pode causar focos de atrito 
com as populações. Outras atividades económicas ou 
ocupações do território podem usar esta degradação 
ambiental como argumento em seu favor, como é caso 
do Plano de Ordenamento da Albufeira de Crestuma- 
-Lever que menciona as pedreiras como “atividades 
geradoras de degradação e passivo ambiental, e assen- 
tam na exploração de recursos não renováveis e com 
baixo valor acrescentado para a região” POACL (2004). A 
Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa, ciente 
desta problemática, pretende implementar um programa 
para a recuperação destes espaços, procurando 
reconstituir os ecossistemas pré-existentes sempre que 
possível CIMTS (2014).
Nesta região, como nas outras aqui mencionadas, 
coloca-se o problema da continuidade da atividade por 
falta de mão-de-obra. Cerqueira (2012) refere que 40% 
dos trabalhadores das pedreiras do concelho de Marco 
de Canavezes se encontram na faixa etária de 46-55 anos.
A existência de empresas de pequena dimensão, 
pouco resilientes a períodos de crise económica e com 
pouca adaptabilidade à evolução do mercado, origina 
flutuações associadas aos ciclos económicos. No concelho 
de Penafiel verificou-se uma diminuição do número de 
empresas relacionadas com a indústria extrativa de 40 
para 21, entre 2008 e 2016 (CMP, 2018).
FIGURA 7
Pedreiras licenciadas, zonas com índicos de exploração e áreas potenciais para o núcleo de extração de Alpendurada-Penafiel
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Boletim de Minas, 54 - Tema em Destaque - Rochas Ornamentais - 2019-2020
Mondim de Basto
O granito de Mondim de Basto é um granito de 
duas micas, de granularidade média, por vezes com 
megacristais de feldspato, com foliação aproximada 
NW-SE (Fig. 3). Como minerais principais, apresenta 
quartzo, microclina-pertite, microclina sódica, moscovite 
e biotite (Pereira, 1987). O afloramento deste granito 
possui forma circular e na sua zona central constitui 
uma elevação com forma peculiar - o Monte Farinha. A 
coloração caraterística deste granito, com tons amarelo- 
-acastanhados, consequência da elevada meteorização 
nos níveis superiores do maciço, confere-lhe um elevado 
valor comercial.
As fraturas regionais N20°-30°E e N50°-60°E são 
as mais frequentes em todo o af loramento, com 
apreciável extensão, enquanto a família N-S tem maior 
representatividade no setor este do afloramento e a 
família N70°-80°W é mais frequente a noroeste do Monte 
Farinha (Alves, 2010). A análise do diaclasamento a 
nível de pedreira mostra o predomínio de duas famílias 
predominantes (N-S e E-W), embora havendo em todas 
as direções um número significativo de diaclases (Alves, 
2010). Esta variabilidade direcional da fraturação 
penaliza a obtenção de blocos com forma cúbica ou 
paralelepipédica, que associada aobaixo espaçamento 
médio das diaclases, 0,8m, dificulta a extração de 
grandes blocos para transformação. Assim, e de modo 
a assegurar a viabilidade económica das explorações, 
é necessário o aproveitamento dos blocos de pequena 
dimensão para obtenção de peças fendidas e serradas.
Há 18 pedreiras licenciadas e também aqui se verifica 
haver áreas intervencionadas sem licença de exploração 
(Fig. 8). Os recursos estimados ascendem a 7,5x106m3 
(Carvalho et al., 2013), que aumentam caso seja 
considerado também o granito são, explorado nos níveis 
inferiores das pedreiras.
Aumentar as mais-valias na produção é fundamental 
para diversificar mercados. Para tal, a Câmara Municipal 
de Mondim de Basto está a dinamizar a 1ª edição da 
Bienal do Granito, que decorreu entre maio e setembro 
de 2019 em Mondim de Basto. Esta iniciativa pretendeu 
envolver profissionais, estudantes e artistas na criação de 
novos produtos, de modo a favorecer o investimento de 
base inovadora e aumentar a diferenciação da produção.
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Boletim de Minas, 54 - Tema em Destaque - Rochas Ornamentais - 2019-2020
FIGURA 8
Pedreiras licenciadas, zonas com índicos de exploração e áreas potenciais para o núcleo de extração de Mondim de Basto
Serra da Falperra
O granito extraído nesta região, com a designação 
comercial de Amarelo Real, possui grão médio ou médio 
a grosseiro, é de duas micas, com predominância da 
moscovite, e apresenta tendência porfiroide (Fig. 3). A 
composição mineralógica modal é a seguinte: quartzo 
(35,8%), feldspato potássico (23,6%), plagioclase (29,3%), 
biotite (3,3%), moscovite (7,9%) e apatite (0,1%), que o 
classifica como monzogranito (Sousa, 2007). A coloração 
amarelo-acastanhada é a caraterística deste granito mais 
valorizada pelo mercado.
Os lineamentos observados em fotografia aérea têm 
a direção preferencial N30-60W, ocorrendo ainda linea- 
mentos de menor expressão com as direções N20-40E 
e N70-90E (Sousa, 2007). Com variações pontuais, 
verifica-se uma estreita relação entre o diaclasamento 
observado nas pedreiras e a fraturação regional. No 
seu conjunto, as diaclases observadas nas pedreiras 
englobam-se em duas famílias principais: N30-50W e 
N20-60E (Santos et al., 2018). Nos afloramentos do granito 
Amarelo Real foram obtidos, em quatro estudos 
diferentes, valores do espaçamento médio de 1,0 m a 
1,5 m (Sousa, 2007; Santos et al., 2018). Estes valores 
variam de acordo com a tipologia de locais estudados: 
pedreiras, áreas virgens ou áreas selecionadas de acordo 
com algumas condicionantes, no entanto os valores do 
espaçamento são baixos.
Na impossibilidade de obter granito com a coloração 
mais valorizada em profundidade, onde a menor 
meteorização confere uma tonalizada acinzentada, 
as pedreiras avançam lateralmente, ocupando áreas 
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Boletim de Minas, 54 - Tema em Destaque - Rochas Ornamentais - 2019-2020
assinaláveis. Apesar dos blocos de grande volume para 
a indústria transformadora serem o produto mais 
valorizado, o baixo rendimento de muitas pedreiras 
obriga ao aproveitamento dos blocos de menores 
dimensão para outros fins. O número de pedreiras 
em atividade, cerca de 10, é muito menor do que as 
licenciadas, 28 (Fig. 9), com algumas discrepâncias em 
relação às áreas intervencionadas. A crise da última 
década levou ao encerramento temporário de muitas 
unidades extrativas e à diminuição do volume extraído.
Os recursos estimados ascendem a 8,9x106m3 (Carvalho 
et al., 2013), tendo em consideração as áreas potenciais 
demarcadas na Fig.9. Perante as condicionantes legais 
e as caraterísticas geológicas dos afloramentos, Santos 
et al. (2018) refere uma quantidade inferior, 2,7x106m3, 
considerando apenas a área de reserva. Também neste 
caso as reservas serão muito maiores se considerado o 
granito menos meteorizado explorado em profundidade.
O rápido crescimento da exploração deste granito levou 
à definição da Área de Reserva na serra da Falperra 
(Decreto Regulamentar nº6/2009, de 2 de abril), a pri-
meira em Portugal para este tipo de rocha, com uma 
área de 1776 ha, englobando os concelhos de Vila Pouca 
de Aguiar, Sabrosa e Vila Real. De acordo com o PDM 
de Vila Pouca de Aguiar, a área de extração na área da 
Falperra deverá constituir uma Unidade Operativa de 
Planeamento e Gestão. Um plano de ordenamento e 
gestão para toda a área de reserva seria de todo a opção 
mais conveniente ao desenvolvimento harmonioso desta 
área industrial.
FIGURA 9
Pedreiras licenciadas, zonas com índicos de exploração e áreas potenciais para a área de Reserva da Serra da Falperra
https://dre.pt/application/conteudo/603232
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Boletim de Minas, 54 - Tema em Destaque - Rochas Ornamentais - 2019-2020
Pedras Salgadas
Trata-se de um granito leucocrata, biotítico, com alguns 
megacristais de feldspato potássico; estas caraterísticas, 
aliadas ao grão médio a fino, conferem-lhe propriedades 
ornamentais que o tornam um dos granitos portugueses 
mais procurados (Fig. 3). A composição mineralógica é 
a seguinte: quartzo (33,4%), feldspato potássico (28,4%), 
plagioclase (33,2%), biotite (4,3%) e moscovite (0,7%) 
(Sousa, 2000).
As pedreiras localizam-se no maciço granítico de Vila 
Pouca de Aguiar, pós-tectónico relativamente à terceira 
fase da orogenia Hercínica.
A fraturação regional é constituída por três famílias de 
falhas: N10°-30°E, N40°-50°W e N60°-80°E. Estas falhas 
têm faixas de alteração subparalelas e de largura variável, 
podendo atingir 50 metros no caso da primeira família, 
paralela ao importante acidente tectónico localizado 
1000 m a este da área das pedreiras, a falha Penacova- 
-Régua-Verín (Sousa, 2000). Moreira (1999) refere 
também as famílias E-W e N30°W. O diaclasamento é 
muito variável ao longo do maciço (Moreira, 1999; Sousa, 
1995) e nem sempre coincide com a fraturação regional 
ao redor das áreas em exploração. Contudo, as principais 
famílias de fraturas identificadas na totalidade das 
pedreiras englobam-se nas três famílias atrás referidas 
(Sousa, 1995; 2000). O espaçamento das fraturas, 
observado nas pedreiras em atividade e em áreas virgens, 
é muito variável, sendo referidos espaçamentos médios 
de 0,5m a 3,8m (Moreira, 1999; Sousa, 2007). Pese 
embora a obtenção da informação seja condicionada 
pela posição das frentes de trabalho, os dados mostram 
a dificuldade em obter blocos de grande dimensão em 
todas as pedreiras a todo o tempo (Sousa, 2007).
A parte superior do maciço apresenta uma fraturação 
e meteorização muito elevada, em especial devido à 
descompressão, inviabilizando a obtenção de blocos 
comerciais nos primeiros 10 metros de profundidade 
(Moreira, 1999; Sousa, 2000). As pedreiras desenvolvem-se 
em flanco de encosta, na fase inicial da extração, e em 
profundidade, onde a qualidade do maciço permite obter 
mais rendimento.
Há 13 pedreiras licenciadas, embora nem todas em 
atividade. Também aqui há áreas intervencionadas que 
não se encontram com licença de exploração atribuída. 
Os recursos estimados ascendem a 36,7x106m3 (Carvalho 
et al., 2013) e foram calculadas em função das áreas 
potenciais delimitadas na Fig. 10.
Dada a importância deste núcleo produtor, foi estabelecida 
a Área Cativa de Pedras Salgadas (Portaria nº766/94, de 
23 de agosto), a primeira em Portugal para este tipo de 
rocha, com uma área de 1254 ha. De acordo com o PDM 
de Vila Pouca de Aguiar, a área de extração na área da 
Falperra deverá constituir uma Unidade Operativa de 
Planeamento e Gestão.
https://dre.pt/application/conteudo/218695
https://dre.pt/application/conteudo/218695
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Boletim de Minas, 54 - Tema em Destaque - Rochas Ornamentais - 2019-2020
FIGURA 10
Pedreiras licenciadas, zonas com índicos de exploração e áreas potenciais para a área Cativa de Pedras Salgadas
3. AVALIAÇÃO GLOBAL E PROPOSTAS DE 
ATUAÇÃO
A exploração dos diferentes granitos é condicionada pelas 
condições dos afloramentos, em especial o padrão de 
fraturação e o espaçamento das fraturas. Os afloramentos 
dos granitos maismeteorizados (Ponte de Lima, Mondim 
de Basto e serra da Falperra) apresentam uma maior 
densidade de fraturação, resultando daqui um menor 
aproveitamento nas pedreiras e consequentemente maior 
acumulação de resíduos. Estas condicionantes, aliadas à 
necessidade de explorar o granito em níveis superficiais, 
levam à evolução das pedreiras dos granitos amarelos em 
área e não em profundidade. No entanto, tal expansão 
nem sempre é possível, limitando a área disponível para 
explorar e consequentemente o volume de reservas. São 
estes granitos os que possuem um menor volume de 
recursos, de acordo com a avaliação de Carvalho et al. 
(2013).
Mesmo nos af loramentos dos restantes granitos a 
densidade de fraturação limita a extração de grandes 
blocos. Este condicionalismo obriga as empresas a 
efetuarem o máximo aproveitamento do granito 
extraído, nomeadamente para a produção de peças 
fendidas e serradas, as quais podem ser obtidas a 
partir de blocos irregulares e/ou de pequena dimensão. 
Assim, a capacidade de transformação nas pedreiras 
tem aumentado de modo a permitir a sua viabilidade 
económica. Não faz sentido, para o caso dos granitos em 
apreço, falar de pedreiras viáveis apenas com a produção 
de blocos para comercialização. O máximo de mais- 
-valias deve ser obtido em unidades de transformação 
24
Boletim de Minas, 54 - Tema em Destaque - Rochas Ornamentais - 2019-2020
localizadas nas pedreiras ou a ela associadas. As empresas 
mais resilientes são as que possuem uma capacidade 
de transformação instalada que lhes permita suprir 
a eventual inconstância na extração da pedreira e 
adaptar-se aos ciclos económicos.
A diminuição da atividade económica desde 2008 levou 
ao encerramento de muitas unidades, maioritariamente 
por incapacidade das empresas procurarem novos 
mercados. Alguns estudos setoriais, como por exemplo 
AEP (2015) e ANIET (2017), demonstram a necessidade 
de investimento, inovação e internacionalização, os 
quais apenas poderão ser conseguidos através de uma 
cooperação efetiva entre empresas, à semelhança do 
que aconteceu em muitas ações realizados no âmbito 
do cluster da pedra natural com continuidade no 
cluster dos recursos minerais. A reduzida dimensão 
da maioria das empresas, com uma capacidade de 
extração/transformação limitada, não permite o seu 
posicionamento no mercado por falta de capacidade de 
resposta. A efetiva cooperação poderá ajudar a colmatar 
muitas das lacunas, mas este caminho nem sempre é 
fácil de percorrer.
Um aspeto crucial para o desenvolvimento futuro 
destes núcleos de extração de granito ornamental são 
as condicionantes impostas ao nível do ordenamento do 
território. A escassez “artificial” de matéria-prima por 
questões de uso do solo/ordenamento do território é uma 
nova problemática que afeta as empresas na tentativa 
de expansão dos seus negócios junto dos mercados 
externos. Com efeito, a contribuição deste setor para o 
desenvolvimento económico e social apenas poderá ter 
continuidade caso tenha acesso aos locais onde ocorrem 
os recursos passíveis de exploração económica.
Mateus et al. (2017) desenvolveram uma metodologia 
para a identificação e delimitação dos espaços para os 
quais importa a salvaguarda dos recursos minerais nos 
instrumentos de ordenamento do território, a fim de que 
a esses locais não sejam atribuídos usos ou ocupações que 
desnecessariamente inviabilizem a futura exploração dos 
recursos minerais. Com base nessa metodologia, assente 
no grau de conhecimento existente a diversas escalas 
sobre os recursos, Carvalho et al. (2018) mostram que 
dos 6 núcleos aqui apresentados, apenas para a Área 
Cativa de Pedras Salgadas e para a Área de Reserva da 
Falperra existe conhecimento suficiente para justificar 
a sua inclusão nos instrumentos de ordenamento do 
território, o que aliás está inerente à implementação 
dessas mesmas áreas, pois elas constituem servidões 
administrativas em sede de ordenamento do território. 
Porém, para os restantes núcleos e respetivas áreas de 
potencial expansão, a justificação para a salvaguarda dos 
recursos aí existentes só poderá ser alcançada através 
de um aumento do conhecimento específico sobre esses 
mesmos recursos, o que demonstra a necessidade de um 
esforço conjunto entre entidades públicas e privadas que 
conduza à aquisição desse conhecimento. 
Se é certo que as tecnologias inovadoras que têm vindo a 
ser implementadas ao nível da extração e transformação 
têm contribuído para o aumento da rendibilidade das 
pedreiras, também é certo que não poderão suprir por 
completo a necessidade de matéria-prima e como tal é 
necessário manter o acesso aos locais onde os recursos 
existem.
Os impactes ambientais associados à atividade extrativa 
devem ser acautelados de modo a evitar a degradação do 
meio ambiente até níveis irrecuperáveis. A localização de 
pedreiras junto de núcleos urbanos (Fig. 11) aumenta a 
perceção destes problemas e potenciais conflitos devem 
ser evitados. A avaliação dos impactes ambientais, 
obrigatória em muitas situações, permite um controlo 
da atividade extrativa. A consulta da base de dados da 
Agência Portuguesa do Ambiente (APA) (http://siaia.
apambiente.pt/AIA_Consulta.aspx) permite verificar 
o elevado número de pedreiras sujeitas a controlo 
ambiental no âmbito do processo de avaliação de impacte 
ambiental, incluindo novas pedreiras e ampliações das já 
existentes. De acordo com a informação disponibilizada 
pela APA, indicam-se de seguida o número de pedreiras 
com parecer favorável condicionado e o ano do processo 
mais antigo para os concelhos onde se localizam as 
pedreiras em análise: Monção 4 (2004); Valença 2 (2014); 
Marco de Canavezes 1 (2008); Vila Real 1 (2009); Sabrosa 
13 (2005); Vila Pouca de Aguiar 19 (1998); Mondim de 
Basto 14 (2006); Penafiel 2 (2011). Os dados apresentados 
incluem também um número residual de pedreiras 
dedicadas à extração de inertes. Cumpridas as medidas 
de minimização de impactes ambientais e os planos de 
monitorização, estão reunidas as condições para evolução 
do estado do ambiente dentro dos limites estabelecidos 
aquando do licenciamento. No caso das pedreiras 
localizadas em núcleos de extração, com várias unidades 
próximas entre si, poderá haver benefícios em realizar 
a recuperação ambiental e a monitorização de modo 
integrado. No entanto, para que tal seja possível, deverão 
ocorrer alterações no processo de avaliação ambiental.
http://siaia.apambiente.pt/AIA_Consulta.aspx
http://siaia.apambiente.pt/AIA_Consulta.aspx
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Boletim de Minas, 54 - Tema em Destaque - Rochas Ornamentais - 2019-2020
FIGURA 11
Concentração de pedreiras junto a núcleos urbanos
Apresentam-se de seguida os pontos fortes, pontos 
fracos, oportunidades e ameaças para os principais 
núcleos produtores de granitos ornamentais no norte de 
Portugal. Dadas as diferenças entre os diferentes núcleos, 
apresentam-se os principais pontos em comum com base 
na avaliação antes efetuada por AEP (2015), ANIET 
(2017) e BES (2014), tendo em consideração também as 
unidades de transformação associadas à extração.
PONTOS FORTES
A importância do setor para a economia nacional e 
regional - Esta importância advém do emprego, da 
criação de riqueza e aproveitamento dos recursos naturais 
locais, em áreas por vezes em risco de despovoamento. 
A existência de matéria-prima diversificada e com 
caraterísticas reconhecias pelo mercado, facilita o 
aproveitamento dos vários granitos. Os municípios 
reconhecem a importância desta atividade.
O reconhecimento da qualidade dos produtos - A 
tradição na exploração/transformação do granito é uma 
imagem de marca do norte de Portugal. Poucos são os 
países com operários qualificados capazes de trabalhar 
tão bem a pedra como os portugueses.
A integração nas fileiras dos recursos minerais e da 
construção civil - Os produtos da produção/transforma-
ção criam dinâmicas de desenvolvimento nas fileiras de 
outros setores, quer a montante quer a jusante. Deve 
referir-se tambémas atividades económicas indireta-
mente associadas ao setor, em especial os serviços, que 
assumem maior importância em zonas frágeis do ponto 
de vista económico e social.
A capacidade de ajustamento das empresas às alterações 
do mercado e a internacionalização - É particularmente 
importante nos períodos de menor atividade económica 
para as empresas de maior dimensão. 
PONTOS FRACOS
Ausência de cooperação empresarial – Devido à reduzida 
dimensão das empresas, é urgente que a cooperação seja 
efetiva de modo a promover vantagens competitivas, 
através do efeito de escala e pela complementaridade 
da oferta. Também na internacionalização, a ausência 
de cooperação limita o crescimento nos mercados 
internacionais e leva a ações redundantes por parte de 
várias empresas e sem o efeito desejado.
Falta de investimento na inovação - Sem uma aposta 
na investigação torna-se mais difícil a criação de valor 
na oferta. Há alguma dificuldade em incorporar design 
na transformação da pedra, desperdiçando o know-how 
existente. A inovação também pode e deve englobar 
ações relativas às ações de minimização dos impactes 
ambientais, em especial nas zonas onde há uma pressão 
maior sobre o meio ambiente devido à densidade de 
unidades produtoras.
26
Boletim de Minas, 54 - Tema em Destaque - Rochas Ornamentais - 2019-2020
Acesso aos mercados internacionais - A reduzida dimensão 
da maioria das empresas e a falta de informação 
e/ou impreparação, determinam uma incapacidade 
de realizar uma internacionalização bem-sucedida. A 
dependência de determinados clientes e/ou mercados, 
torna a internacionalização frágil e sem capacidade de 
adaptação à evolução mercado.
A dimensão das empresas - A reduzida dimensão da 
maioria das empresas é muitas vezes um entrave para a 
promoção do investimento e do crescimento estrutural. 
Quando dependentes de capitais alheios as empresas 
mostram fragilidades que impedem o seu crescimento 
para enfrentarem os desafios de um mercado cada vez 
mais exigente.
O envelhecimento dos recursos humanos - A forte 
tendência para a diminuição do número de efetivos e seu 
envelhecimento contribuem para a perda de qualificação 
empresarial no saber trabalhar a pedra durante o 
processo extrativo e, sobretudo, durante o processo de 
transformação.
OPORTUNIDADES
Aproveitar a oferta integrada do setor das rochas orna- 
mentais - O setor português das rochas ornamentais 
apresenta no seu todo uma imagem internacional forte, 
devendo as empresas usar essa imagem positiva. Por 
outro lado, a cooperação entre empresas permitirá tirar 
partido da complementaridade da oferta.
O aumento da procura global - A utilização da pedra 
natural mantém uma trajetória de crescimento, existindo, 
portanto, oportunidades de crescimento nos mercados 
internacionais. As oportunidades de crescimento, 
sobretudo nos países mais desenvolvidos e com maiores 
exigências em termos de produtos certificados, onde 
a pedra natural portuguesa mantém uma imagem de 
qualidade, devem ser aproveitadas.
Aproveitar as vantagens da economia digital - As 
facilidades oferecidas pelos meios digitais, quer para os 
contactos comerciais quer para o marketing, devem ser 
aproveitadas pelas empresas. As ferramentas digitais 
potenciam o contacto e a promoção da atividade da 
empresa, a divulgação dos produtos, o acompanhamento 
personalizado das obras em curso e os serviços pós-venda.
AMEAÇAS 
Concorrência internacional - Nas últimas décadas a 
produção aumentou em países terceiros, sobretudo 
baseada numa política de preços baixos difícil de 
combater. As empresas portuguesas devem colocar os 
seus produtos baseados na qualidade, em produtos 
inovadores e numa política comercial mais agressiva.
Instabilidade financeira - Os períodos de instabilidade 
financeira mundial não permitem criar um ambiente 
adequado à recuperação económica e ao investimento no 
mercado da construção imobiliária e em obras públicas.
Produtos substitutos - As pedras naturais têm concorrência 
feroz de outros substitutos, em especial os produtos 
cerâmicos.
À semelhança das típicas análises às cadeias de valor 
de sistemas produtivos, os estudos antes referidos e nos 
quais se baseia esta caraterização da fileira dos granitos, 
tomam como certo o pressuposto da existência infinita 
de recursos, olvidando que os recursos minerais são 
finitos e não renováveis. Se para o presente caso da fileira 
dos granitos, a questão não se coloca tanto ao nível da 
disponibilidade de recursos, ela coloca-se ao nível das 
condições de acessibilidade ao território, tal como antes 
referido. Nesse sentido, a presente análise carece, ao nível 
das ameaças ao setor, da referência aos constrangimentos 
decorrentes do ordenamento do território.
A resolução de muitos problemas atrás enumerados 
dependem das empresas e da sua capacidade de resposta 
a um mercado cada vez mais exigente. As propostas que 
se seguem dizem respeito a questões de ordenamento da 
atividade e de política de aproveitamento dos recursos 
geológicos, transversais, portanto, a todos os núcleos 
de extração.
Os núcleos de extração e respetivas áreas de expansão 
devem ser alvo de estudos que permitam um aumento 
do conhecimento sobre os recursos existentes de tal 
modo que permitam justificar adequadamente a sua 
integração em sede de planeamento territorial, em 
contraponto às justificações para outros usos e ocupações 
do território que inviabilizem a sua exploração. Por outro 
lado, os núcleos de extração mais importantes deverão 
ser eles próprios objeto de ordenamento de pormenor 
através das figuras legais existentes para o efeito, 
nomeadamente os Planos de Intervenção em Espaço 
Rural. Este ordenamento deverá considerar não só as 
valências geológicas, mas também considerar as valências 
ambientais e sociais. Devido à sua vocação marcadamente 
27
Boletim de Minas, 54 - Tema em Destaque - Rochas Ornamentais - 2019-2020
industrial, estas áreas devem ser consideradas como 
uma unidade autónoma para efeitos de ordenamento do 
território. Tal como já efetuado para outros locais (e.g. 
Falé et al. 2006, Carvalho et al., 2014, Carvalho et al., 
neste volume), a sua demarcação deverá ser suportada 
por estudos de âmbito geológico, ambiental e social que 
permitam a elaboração de propostas de ordenamento 
baseadas na aptidão geológica do território e sua 
ponderação com os fatores ambientais e sociais.
Assim, os núcleos onde se verifica uma concentração 
de unidades extrativas deverão ser considerados como 
Unidades Operativas de Planeamento e Gestão, tal como 
já se verifica nalguns municípios, devendo o respetivo 
ordenamento ter os seguintes objetivos gerais, adaptados 
a cada caso: a integração e articulação das diferentes 
entidades de modo a compatibilizar os diferentes 
interesses em presença; a valorização da matéria-prima 
e a otimização da sua exploração de modo racional; 
a valorização e requalificação ambiental; a criação de 
pequenas áreas com capacidade edificatória e redes de 
infraestruturas que sirvam as indústrias aí localizadas; a 
elaboração de uma estratégia integrada de recuperação 
das áreas já exploradas, onde se deve proceder à 
recuperação paisagística e ambiental; a definição de 
orientações para futuros licenciamentos.
O estabelecimento de áreas com valências específicas 
para a exploração de recursos geológicos, neste caso 
granito ornamental, poderá ser equacionada em alguns 
destes núcleos, à semelhança do que acontece nas áreas 
onde exploram o granito de Pedras Salgadas (Área 
Cativa de Pedras Salgadas - Portaria nº 766/94, de 23 
de agosto) e o granito da serra da Falperra (Área de 
Reserva na serra da Falperra (Decreto Regulamentar 
nº6/2009, de 2 de abril). O processo de definição 
destas áreas classificadas para a exploração de recursos 
geológicos deveria, ad initium, considerar as outras 
valências do território e os valores ambientais a defender, 
delimitando as áreas suscetíveis de serem exploradas e 
evitando posteriores incompatibilidadesidentificados 
na fase de licenciamento. Não tendo isso sido feito, mais 
se realça a necessidade da implementação das Unidades 
Operativas de Planeamento e Gestão e respetivos planos 
de ordenamento de pormenor.
A comparação dos dados relativos às pedreiras com 
licença de exploração e do número de pedreiras em 
atividade mostra uma diferença assinalável. Deverá o 
recurso geológico estar “reservado” até que haja uma 
decisão de exploração por parte de quem possui os 
direitos para tal, ou ser introduzido um mecanismo 
de salvaguardada para tal situação? Pensamos que este 
assunto merece uma discussão entre as entidades com 
responsabilidade nesta temática.
O conhecimento da realidade no terreno, com dados 
estatísticos que dependem da boa vontade das empresas em 
fornecerem dados fidedignos, está longe de ser a perfeita. 
A falta de colaboração pró-ativa dos agentes económicos 
obriga a que novas soluções sejam consideradas, com 
utilização das tecnologias de informação presentemente 
disponíveis para cruzamento de dados e informações 
relativos à produção/transformação/exportação. 
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
No norte de Portugal são explorados granitos com 
caraterísticas texturais e cromáticas distintas. Nas 
últimas décadas o número de unidades extrativas nos 
granitos amarelos, Ponte de Lima, Mondim de Basto e 
serra da Falperra, aumentou de forma significativa. Estes 
granitos, conjuntamente com os granitos de Monção, 
Alpendurada-Penafiel e Pedras Salgadas, constituem os 
principais núcleos de extração de granitos do norte de 
Portugal, tendo sido identificadas um total 101 pedreiras 
licenciadas. A quase totalidade das pedreiras dedica-se 
à produção de rocha ornamental, desde blocos para 
posterior transformação até às peças fendidas.
O setor da extração e transformação dos granitos 
constitui uma importante atividade económica, em 
regiões em risco de despovoamento. A tradição na 
exploração e transformação do granito é uma imagem 
de marca do norte de Portugal, no entanto a falta de 
atratividade desta atividade leva que muitas empresas 
sintam dificuldades em contratar mão-de-obra. Esta 
situação tenderá a agravar-se rapidamente, pois é muito 
alta a faixa etária dos trabalhadores no ativo.
O número de pedreiras ativas é muito inferior ao 
das que possuem licença de exploração, embora esta 
avaliação resulte da realidade observada nos núcleos 
de extração, não havendo um registo fidedigno das 
áreas em exploração ativa. Refira-se que os dados 
oficiais apontam para um total de 111 pedreiras de 
granito ativas em Portugal (DGEG, 2018), logo as 101 
identificadas nos núcleos agora estudados não poderão 
estar todas ativas. A crise económica que de forma mais 
https://dre.pt/application/conteudo/218695
https://dre.pt/application/conteudo/218695
https://dre.pt/application/conteudo/603232
https://dre.pt/application/conteudo/603232
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Boletim de Minas, 54 - Tema em Destaque - Rochas Ornamentais - 2019-2020
evidente marcou a última década, levou à inatividade 
de muitas pedreiras, cujo retoma se assegura difícil. O 
controlo da atividade nas pedreiras, avaliada em termos 
de volume extraídos nas frentes de lavra e depositado 
nas escombreiras poderá ser facilmente realizado com 
o recurso a meios aerofotogramétricos (p.ex. drones), 
com a vantagem de muitas pedreiras se localizarem 
contiguamente ou próximas umas das outras. Poderá, 
assim, haver uma avaliação em tempo real dos volumes 
extraídos, da legalidade das áreas intervencionadas e da 
situação das pedreiras.
Os núcleos de extração e áreas de expansão deverão 
ser alvo de estudos para obtenção de conhecimento que 
justifique a demarcação das áreas de aptidão geológica 
e a sua integração em ordenamento do território. Essa 
integração deverá ser alcançada através de Unidades 
Operativas de Planeamento e Gestão (UOPG) e respetivo 
plano de ordenamento. Este, adaptado a cada caso, 
deverá considerar a compatibilização das diferentes 
valências do território e a valorização e requalificação 
ambiental das áreas degradadas, entre outras julgadas 
pertinentes.
As áreas potenciais de exploração de granito avaliadas 
em trabalhos publicados recentemente pecam por falta 
de rigor devido à insuficiência dos dados geológicos 
disponíveis (Carvalho et al., 2013, 2018). Por essa razão, 
essas áreas esbarram com limitações decorrentes de 
condicionantes ao uso do território (Santos et al., 2018). 
Pretende-se continuar esta primeira avaliação dos 
granitos do norte de Portugal com uma análise dessas 
condicionantes para os seis núcleos. 
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