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Meteorologia (1 e2)

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Í N D I C E PÁGINA 
CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO À METEOROLOGIA 02 
CAPÍTULO II - A TERRA NO ESPAÇO E A ATMOSFERA 03 
CAPÍTULO III – CALOR E TEMPERATURA 09 
CAPÍTULO IV - PRESSÃO ATMOSFÉRICA 12 
CAPÍTULO V - ATMOSFERA-PADRÃO E ALTIMETRIA 17 
CAPÍTULO VI - UMIDADE ATMOSFÉRICA 26 
CAPÍTULO VII - PROCESSO ADIABÁTICO 29 
CAPÍTULO VIII - VENTOS E CIRCULAÇÕES 35 
CAPÍTULO IX - NUVENS E NEVOEIROS 46 
CAPÍTULO X - HIDROMETEOROS, LITOMETEOROS E 
VISIBILIDADE 56 
CAPÍTULO XI - MASSAS DE AR E FRENTES 61 
CAPÍTULO XII - TROVOADAS 66 
CAPÍTULO XIII - TURBULÊNCIA 70 
CAPÍTULO XIV - FORMAÇÃO DE GELO EM AERONAVE 72 
CAPÍTULO XV - MENSAGENS METEOROLÓGICAS 73 
Referências Bibliográficas 89 
 
CURSO DE METEOROLOGIA PP / PC / PLA 
PROF. MARCELINO 2 
I - INTRODUÇÃO À METEOROLOGIA 
 
O conhecimento da meteorologia é de fundamental importância para a atividade humana na superfície 
terrestre, tanto para conhecer as mudanças climáticas como também se utilizar os conhe- cimentos meteorológicos para 
as atividades econômicas. A meteorologia subdivide-se em dois outros ramos: 
 
– Meteorologia Pura: meteorologia voltada para pesquisas científicas. É utilizada para conhecermos como se 
comportam as alterações climáticas ao longo de determinados períodos, conhecermos a meteorologia nos 
períodos dos dinossauros, para termos ferramentas que possam nos auxiliar para fazermos previsões para 
futuros próximos e distantes. 
 
Ex.: Climatologia, Paleoclimatologia, Meteorologia Sinótica, etc 
 
– Meteorologia Aplicada: meteorologia voltada para atividades econômicas. A meteorologia aplicada auxilia 
o homem na exploração econômica de atividades onde as alterações climáticas estão diretamente ligadas. 
 
Ex.: Meteorologia agrícola, Meteorologia marítima, Meteorologia espacial, Meteorologia aeronáutica, etc. 
 
1. Órgão de Meteorologia 
 
 
 
ONU: Organização das Nações Unidas 
OMM: Organização Meteorológica Mundial 
OACI: Organização da Aviação Civil Internacional (ICAO) 
DHN: Diretoria de Hidrografia e Navegação 
INMET: Instituto Nacional de Meteorologia 
EMS: Estação Meteorológica de Superfície (METAR, SPECI) 
EMA: Estação Meteorológica de Altitude 
ERM: Estação de Radar Meteorológico 
ERS: Estação de Rastreamento de Satélites 
CMA: Centro Meteorológico de Aeródromo (TAF, GAMET, AVISO DE AERÓDROMO, CORTANTE DE VENTOS) 
CMM: Centro Meteorológico Militar 
CMV: Centro Meteorológico de Vigilância (VOLMET, AIRMET, SIGMET, AIREP) 
CNMA: Centro Nacional de Meteorologia Aeronáutica (SIGWX, WIND ALOF PROG) 
CURSO DE METEOROLOGIA PP / PC / PLA 
PROF. MARCELINO 3 
II - A TERRA NO ESPAÇO E A ATMOSFERA 
 
 
 
A Terra executa vários movimentos no espaço que influenciam diretamente os fenômenos meteorológicos 
sobre a superfície terrestre, porém dois são mais importantes, entre todos. São eles: 
 
– Movimento de Rotação: movimento que a terra executa ao redor de um eixo próprio imaginário, com 
velocidade média de 1649 km/h, no sentido de oeste para este, dando origem aos dias e as noites. O movimento de 
rotação tem duração de pouco mais de 24h (dia Solar). 
 
 
CURSO DE METEOROLOGIA PP / PC / PLA 
PROF. MARCELINO 4 
– Movimento de Translação: movimento que a terra executa ao redor do Sol, em forma elíptica, no sentido de oeste 
para este, com velocidade média de 107210 km/h, dando origem às estações do ano. O movimento de translação tem 
duração de 365 dias e 06h. A cada 4 anos é acrescido mais um dia ao ano, o qual chamamos de ano bissexto (366 dias). 
 
 
– Eclíptica: é o plano de órbita onde a Terra executa seu movimento ao redor do sol. A Terra apresenta inclinação 
média de 23°27’ em relação a esse plano e é graças a essa inclinação que o calor é distribuído ao longo da 
superfície terrestre e origina as estações do ano. 
 
 
 
CURSO DE METEOROLOGIA PP / PC / PLA 
PROF. MARCELINO 5 
 
 
A maior distância entre a Terra e o Sol chama-se Afélio: nessa posição ocorre o Solstício de verão, pois é 
verão no Hemisfério Norte. Quando a Terra está mais próxima do Sol encontra-se no Periélio, Solstício de inverno. 
Quando a distância entre a Terra e o Sol são praticamente iguais, a Terra encontra-se no Equinócio. 
 
– Coordenadas 
Coordenadas são linhas imaginárias traçadas na horizontal (latitude) e longitudinal (longitudes). As latitudes 
são traçadas paralelas a partir do Equador e as Longitudes são traçadas a partir do meridiano de Greenwich. As linhas 
longitudinais servem também como referência para os fusos horários que são traçados a cada 15°. 
 
 
 
 
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– Atmosfera Terrestre 
 
A Terra é envolvida por uma massa gasosa composta por diversos elementos a qual chamamos atmosfera terrestre. A 
atmosfera desempenha papel fundamental na meteorologia além de servir como filtro de proteção contra a radiação solar. 
 
∗ Composição da atmosfera terrestre 
 
A atmosfera terrestre é composta por: 
 
- Nitrogênio (N): 78% 
- Oxigênio (O): 21% 
- Argônio (Ar): 0,1% 
- Outros gases (C, Xe, Kr, H, etc): 0,9% 
 
Obs.: outros gases estão presentes na atmosfera terrestre, porém não fazem parte de sua composição, são eles: CO2, poeira, H2O, etc. 
Dentre os elementos que estão presentes no ar atmosférico, o vapor d’água é o responsável para a formação dos fenômenos 
meteorológicos, sendo assim o gás mais importante para a meteorologia. A presença do vapor d’água no ar atmosférico altera a 
concentração dos outros componentes do ar tornando-o mais leve. 
 
- Nitrogênio (N): 76% 
- Oxigênio (O): 19% 
- Argônio (Ar): 0,1% 
- Outros gases (C, Xe, Kr, H, etc): 0,9% 
- Vapor d’água: 4% 
 
Obs.: O vapor d’água ocupa no máximo 4% de todo o volume de ar. Quando isso ocorre dizemos que o ar encontra-se saturado. Entre 
0% e 4% o ar encontra-se úmido. 
 
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PROF. MARCELINO 7 
– Camadas Atmosféricas 
 
A atmosfera terrestre não apresenta as mesmas características ao longo de sua extensão, devido vários fatores, como: 
temperatura, densidade, força da gravidade, etc. Existem faixas da atmosfera onde as características apresentam-se mais ou menos 
constantes chamadas camadas atmosféricas, são elas: 
 
- Troposfera: camada mais baixa e sua extensão chega até 18 km no Equador. Nessa camada ocorre a maioria dos fenômenos 
meteorológicos. É onde ocorrem também os vôos comerciais. Essa camada apresenta gradiente térmico médio de 0,65°C/100m 
(2°C/1000 pés), ou seja, a temperatura do ar diminui nessa proporção quando o mesmo se eleva em altitude. 
 
- Tropopausa: camada logo acima da troposfera tem extensão entre 3 km e 5 km Sua principal característica é a chamada 
isotermia (temperatura constante). 
 
- Estratosfera: camada que se encontra logo acima da tropopausa chega até 70 km de extensão. Tem como características: 
inversão térmica (ou seja, a temperatura aumenta), difusão da luz solar (esse fenômeno deixa o céu com a cor azul), apresenta a 
subcamada ozonosfera. 
 
- Ionosofera: camada ionizada devido à absorção de parte da radiação solar. Encontra-se logo acima da estratosfera e chega a 
ter 500 km de extensão. Essa camada facilita a propagação das ondas de rádios. 
 
- Exosfera: camada mais externa. Tem 1000 km de extensão e não apresenta efeito para a superfície terrestre. 
 
 
 
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PROF. MARCELINO 8 
∗ Filtragem seletiva 
 
A camada atmosférica tem a função de filtrar a radiação solar. Esse processo tem início na Ionosfera, que absorve parte da dos 
raios gamas e raios X que compõem a luz solar. Na estratosfera ocorre a difusão da luz, o que dá a cor azulada do céu, além de 
também absorver os raios ultravioletas que são prejudiciais à pele. Na troposfera também acontece outra filtragem que se chama 
reflexão. Após a filtragem seletiva os raios que atingem a superfície terrestre são chamados de insolação. A relação entre os raios que 
atingem a superfície terrestre e os que são refletidos pela superfície denomina-se Albedo. O Albedo depende da superfície que reflete. 
Quanto mais clara é a superfície maior será o Albedo. O albedo médio da terra é entre 35% e 40%. 
 
 
 
 
 
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III – CALOR E TEMPERATURA 
 
É comum usarmos os termos de calor e temperatura numa mesma definição, mas as duas coisas são completamente 
diferentes, embora tratem de um mesmo assunto: energia térmica. 
 
– Calor: O calor é a energia térmica em movimento e é transmitida de um corpo mais aquecido para outro com menor 
temperatura. Após algum tempo em contato a tendência dos corpos é entrarem em equilíbrio térmico. 
 
 
 
– Temperatura: A temperatura é a medida, em graus, da agitação das moléculas dentro do corpo. Essa agitação gera o calor 
que é transmitido para outro corpo. 
 
 
 
– Termômetros: Os termômetros são equipamentos utilizados para medir a variação de temperatura de um corpo. Existem 
também equipamentos que, além de medir a temperatura, registram em diagrama próprio a sua variação, são os chamados 
termógrafos. Existem vários tipos de termômetros utilizados para medir a temperatura: termômetros líquidos (álcool e mercúrio), 
termômetros de gás, termômetros elétricos, teletermômetros, etc. 
 
 
 
– Escalas termométricas: Os termômetros são calibrados utilizando uma escala para medir a variação de temperaturas. 
Numa escala termométrica são considerados dois pontos importantes: o ponto de fusão e o ponto de ebulição. Utilizando-se a água 
como referência, vamos conhecer as principais escalas termométricas: 
 
* Celsius ou Centígrada (°C): tem o ponto de fusão da água a 0° e o ponto de ebulição à 100º. 
* Fahrenheit (°F): tem o ponto de fusão da água a 32° e o ponto de ebulição à 212º. 
* Kelvin (K): tem o ponto de fusão a 273° e o ponto de ebulição à 373º. 
* Rankine (R): ponto de fusão a 492° e o ponto de ebulição à 672º. 
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Obs.: As escalas Kelvin (K) e Rankine (R) são chamadas escalas absolutas, pois foram desenvolvidas para medir a temperatura de um 
corpo quando este atinge o zero absoluto, ou seja, quando as moléculas cessam completamente seus movimentos. 
 
– Transmissão de calor 
O calor é transmitido de um corpo para o outro por 4 processos: 
 
1 – Condução: é o processo no qual o calor é transmitido de uma molécula para outra. Os corpos têm que estar em contato. 
 
 
 
2 – Advecção: é o processo no qual o calor é transmitido no sentido horizontal. Esse tipo de transmissão de calor é comum na 
atmosfera pelo movimento horizontal do ar atmosférico. 
 
 
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3 – Advecção: é o processo no qual o calor é transmitido no sentido vertical. Esse tipo de transmissão de calor é comum nos corpos 
fluidos como água, óleos e ar. 
 
 
 
4 – Radiação: é o processo no qual o calor é transmitido por ondas eletromagnéticas, nesse processo o calor é transmitido à distância, 
sem contato entre os corpos. 
 
 
 
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IV – PRESSÃO ATMOSFÉRICA 
 
Os componentes do ar atmosférico, devido seu peso, exerce uma força sobre a superfície terrestre. A soma parcial dessas 
forças é chamada de pressão atmosférica e atua em todos os sentidos e direções. 
 
 
– Experiência de Torricelli 
 
 
 
Dessa forma o cientista italiano comprovou a existência da pressão atmosférica. A força que atua sobre a superfície livre do líquido 
equilibra a altura do mesmo, fazendo-o parar, em média, a 760 mm. 
 
- Unidades de medida da pressão (valores médios ao nível do mar) 
 
• Milímetro de mercúrio: 760 mmHg 
• Polegada de mercúrio: 29,92 polHg (unidade utilizada em países de língua inglesa) 
• Milibar: 1013,2 mb 
• Hectopascal: 1013,2 hPa (é a unidade utilizada na aviação mundial) 
 
- Equipamentos de medidas da pressão 
 
• Barômetro de mercúrio 
• Barômetro de aneróide 
• Telebarômetro 
• Barógrafo 
 
 
 
- 
 
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Elementos que atuam na pressão atmosférica 
• Temperatura: quanto maior a temperatura, menor a pressão. 
• Umidade: quanto maior a umidade, menor a pressão. 
• Gravidade: quanto maior a força de gravidade, maior a pressão. 
• Densidade: quanto maior a densidade do ar, maior a pressão. 
• Altitude: quanto maior a altitude, menor a pressão. 
• Latitude: quanto maior a latitude, maior a pressão. 
 
Obs.: a pressão diminui com a altitude na proporção média de: 1hPa a cada 9m ou 30 pés. 
 
- Variação da pressão atmosférica 
 
• Variação diária da pressão: a pressão varia ao longo do dia (maré barométrica) apresentando picos de mínima e de máxima 
pressão, respectivamente às 04:00h e 16:00h, e às 10:00h e 22:00h, em média. 
 
 
 
• Variação dinâmica da pressão: ocorre variação da pressão quando há deslocamento horizontal de massas de ar, ou seja, com a 
aproximação de frentes quentes e frias. A pressão diminui quando uma frente está se aproximando de um determinado local e aumenta 
após a passagem da mesma. 
 
 
 
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- Reduções da pressão: as pressões medidas em qualquer ponto da superfície terrestre podem ser reduzidas a uma superfície comum 
para que possam ser analisadas de forma uniforme. Esse conceito é utilizado em várias ocasiões para melhor entendimento e 
utilização. 
 
• QFE: é a pressão atmosférica que medimos sobre um determinado ponto da superfície terrestre, independente das variações 
que essa pressão sofre em decorrência de determinados fatores. É a pressão que temos exatamente no momento que 
verificamos no barômetro. 
 
 
 
• QNH: é a pressão encontrada em qualquer ponto na superfície terrestre e reduzida até o nível médio do mar. O QNH é 
utilizado para procedimentos de pousos e decolagens e é também divulgado no METAR/SPECI, conforme em negrito no 
exemplo abaixo: 
 
METAR SBRF 201300Z 00000KT 9999 SCT020 SCT100 29/21 Q1014 
SPECI SBSP 151215Z 36002KT 0800 FG BKN008 OVC070 15/15 Q1019 
 
 
 
• QFF: é a pressão reduzida ao nível do mar porém, diferentemente do QNH, essa pressão leva em consideração outras variáveis além 
da altitude em relação ao nível médio do mar, como por exemplo a variação da temperaturanum determinado período de tempo. Essa 
pressão é utilizada para se analisar como está se comportando a variação da pressão sobre uma determinada região e assim fazer 
previsões meteorológicas. A diferença entre o QFF e QFE nos dá a altitude de um determinado ponto em relação ao nível médio do 
mar (NMM). 
 
 
Obs.: Na maioria das vezes será utilizada a diferença entre o QNH e QFE para calcular a elevação da pista. 
 
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• QNE: é a pressão padrão para o nível padrão (NP). Essa pressão tem valor padrão de 1013,2 hPa (29,92 polHg ou 
760mmHg). O QNE é utilizado por todas as aeronaves quando estão voando em rota. Como, mesmo ao nível médio do mar, a 
pressão do QNH não será igual, sempre haverá uma diferença ente o QNE e QNH. Observe a ilustração abaixo, onde 
simulamos uma pressão ao nível médio do mar (QNH) para algumas cidades litorâneas. 
 
 
 
Podemos verificar que a linha do QNE não é paralela ao nível médio do mar, portanto, quando várias aeronaves estão voando 
em rota, elas estão seguindo a mesma sinuosidade da linha do QNE que é o próprio nível padrão, evitando assim que possa haver duas 
aeronaves ou mais voando na mesma altitude ou cruzando os mesmos níveis. 
 
- Sistemas de pressões: os sistemas de pressões são traçados com base nas pressões reduzidas ao nível médio do mar (QFF) e servem 
para analisar as condições meteorológicas dentro de uma determina região. 
 
• Isóbaras: são linhas de mesma pressão atmosféricas (QFF) que são traçadas de dois em dois hPa’s, em números pares. Essas linhas 
são traçadas para identificar os sistemas de pressões. 
 
 
 
1. Centro de altas pressões: são sistemas onde a pressão é maior no centro e diminui para a periferia. O centro de alta pressão é 
identificado pelas letras “A” ou “H”. Quando a carta de pressão é policromática o centro de alta é identificado também pela 
cor azul. 
 
 
 
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Condições de tempo associado com o sistema de alta pressão: tempo bom para o vôo, ventos fracos, temperaturas 
mais baixas, visibilidade restrita por nevoeiros ou névoas úmidas, precipitação contínuas, etc. 
 
2. Centro de baixas pressões: são sistemas onde a pressão é menor no centro e aumenta para a periferia. O centro de baixa 
pressão é identicado pelas letras “B” ou “L”. Quando a carta de pressão é policromática o centro de baixa é identificado 
também pela cor vermelha. 
 
 
 
Condições de tempo associado com o sistema de baixa pressão: tempo ruim para o vôo, ventos forte, temperaturas 
mais elevadas, visibilidade boa (exceto no setor onde esteja ocorrendo precipitação), precipitação intermitente ou 
com caráter de pancada (“pé d’água”), etc. 
 
3. Crista: são sistemas de altas pressões abertos onde a pressão é maior no centro e diminui para a periferia ao longo de uma 
linha longitudinal. O sistema de crista apresenta as mesmas características do centro de alta pressão. 
 
4. Cavado: são sistemas de baixas pressões abertos onde a pressão é menor no centro e aumenta para a periferia ao longo de 
uma linha longitudinal. O sistema de cavado apresenta as mesmas características do centro de baixa pressão. 
 
 
 
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PROF. MARCELINO 17 
5. Colo: são dois sistemas de baixas pressões e dois sistemas de altas pressões formados próximos uns dos outros. 
 
 
 
V – ATMOSFERA-PADRÃO E ALTIMETRIA 
 
A atmosfera padrão internacional (ISA – International Standard Atmosphere) é uma definição de atmosfera “ideal”, definidas 
pela ICAO (OACI). Os valores da atmosfera padrão não são exatos, pois sabemos que as condições são diferentes ao longo da 
superfície terrentre. A atmosfera-padrão é considerada a partir da superfície até a altitude de 20000 metros (65000 ft) 
 
Valores padrões da atmosfera: 
 
- Umidade: o ar é considerado como sendo seco (sem a presença de outros elementos, principalmente vapor d’água; 
- Nível padrão (NP): é considerado como nível padrão o nível médio do mar (NMM); 
- Latitude padrão: latitude de 45°, em ambos os hemisférios; 
- Temperatura padrão: 15°C (59°F); 
- Pressão atmosférica: 1013,2 hPa (760 mmHg ou 29,92 polHg); 
- Aceleração da gravidade: 9,82 m/s²; 
- Velocidade do som: 340 m/s 
- Gradiente térmico do ar: 0,65°C/100m ou 2°C/1000ft 
 
Obs.: o gradiente térmico padrão é considerado constante até a altitude de 6000m (20000ft). Acima dessa altitude deve-se acrescentar 
+0,5°C à temperatura encontrada. 
 
Exemplo 1: Qual a temperatura padrão para a altitude de 18000 ft acima do nível padrão? 
 
Solução: 
 
 
 
A variação de temperatura até a altitude de 18000ft é de 36°C, subtraindo essa variação da temperatura do nível padrão, temos: 
 
15°C – 36°C = - 21°C 
 
Resposta: a temperatura padrão para a altitude de 18000 ft é de – 21°C 
 
Exemplo 2: Qual a temperatura padrão para a altitude de 25000 ft? 
 
Solução: 
 
 
 
A variação de temperatura até a altitude de 25000ft é de 50°C, subtraindo essa variação da temperatura do nível padrão, temos: 
 
15°C – 50°C = - 35°C + 0,5°C (acima de 20000ft) 
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PROF. MARCELINO 18 
Resposta: a temperatura padrão para a altitude de 25000 ft é de – 34,5°C 
 
– Superfícies Isobáricas: são superfícies de mesma pressão atmosférica que se distribuem ao longo da altitude. Fazendo 
uma analogia com uma resma de papel A4, cada folha seria uma superfície isobárica, conforme vamos colocando uma 
sobre a outra o “peso” fica cada vez maior na folha que está embaixo, ou seja, as folhas que estão mais acima sofre menor 
“pressão”. Semelhante ao que vimos quando definimos que: “quanto maior a altitude, menor a pressão”. 
 
 
– Superfícies Isobáricas Padrões: são superfícies padronizadas pela ICAO. Poderemos encontrar a distância entre essas 
superfícies, e suas temperaturas padrões, utilizando o conhecimento que já adquirimos. 
 
 
 
Para encontrarmos as distâncias entre as superfícies isobáricas padrões e o nível padrão vamos sempre subtrair a pressão da superfície 
desejada da pressão no nível padrão: 
 
Exemplo 1: Calcular a distância em pés (e em metros), e encontrar a temperatura padrão da superfície de 1000 hPa. 
 
Solução: 
 
 
 
Poderemos arredondar esse valor para 400ft, então a distância entre o nível padrão e a superfície de 1000 hPa é de 400ft. 
 
Encontrando a distância em metros: 
 
 
 
Encontrando a temperatura padrão para a superfície de 1000 hPa: 
 
 
 
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PROF. MARCELINO 19 
Então teremos que a altitude e a temperatura da superfície isobárica de 1000 hPa é: 400ft (120m) e 14,2°C. 
 
 
 
Exemplo 2: Calcular a distância em pés (e em metros) e encontrar a temperatura padrão da superfície de 850 hPa. 
 
Solução: 
 
 
 
Poderemos arredondar esse valor para 5000ft, então a distância entre o nível padrão e a superfície de 850 hPa é de 5000ft. 
 
Encontrando a distância em metros: 
 
 
 
Encontrando a temperatura padrãopara a superfície de 850 hPa: 
 
 
 
Então teremos que a altitude e a temperatura da superfície isobárica de 850 hPa é: 5000ft (1500m) e 5°C. 
 
 
 
Se observarmos com atenção vamos verificar que para encontrarmos a altitude em pés basta multiplicar a diferença das pressões por 
30 e para encontrarmos a altitude em metros basta multiplicarmos a altitude em pés por 0,3. 
 
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Exemplo 3: Calcular a distância em pés (e em metros) e encontrar a temperatura padrão da superfície de 400 hPa. 
 
Solução: 
 
1013,2 hPa – 400 hPa = 613,2 hPa 
 
613,2 x 30 = 18396 ft 
 
Esse valor será arredondado para 24000ft, então a distância entre o nível padrão e a superfície de 400 hPa é de 24000ft. 
 
Encontrando a distância em metros: 
 
24000 x 0,3 = 7200 m 
 
Encontrando a temperatura padrão para a superfície de 400 hPa: 
 
 
 
 
Como a superfície de 400 hPa está acima de 20000ft, acrescentamos +0,5°C à temperatura encontrada: 
 
-23°C+0,5°C = - 22,5°C 
 
Então teremos que a altitude e a temperatura da superfície isobárica de 400 hPa é: 24000ft (7200m) e –22,5°C. 
 
 
 
Com o que já foi visto, complete a tabela abaixo. Como essas são superfícies isobáricas padrões, já serão informadas as altitudes em 
pés. 
 
 
 
CURSO DE METEOROLOGIA PP / PC / PLA 
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– ALTIMETRIA 
 
Altimetria é a técnica de utilização do altímetro e suas aplicações. Para isso é necessário compreendermos alguns conceitos. 
 
 
 
- A indicação altimétrica é em relação à superfície de pressão ajustada no altímetro. Quando ajustamos a pressão padrão, a leitura 
indicada é em relação ao nível padrão, quando ajustamos o QNH no altímetro, a distância é em relação ao nível médio do mar. 
 
- Nível de Vôo (FL): é o nível onde a aeronave executa o vôo propriamente dito. 
 
- Altitude de Pressão (AP): é a distância vertical entre o nível de vôo (FL) e o nível padrão (NP). A altitude de pressão é dada em 
centenas de pés. 
 
Ex.: FL050 – Altitude de pressão de 5000ft 
 FL180 – Altitude de pressão de 18000ft 
 
 
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- Altitude indicada ou altitude (AI): é a distância vertical entre o nível de vôo (FL) e o nível médio do mar (NMM). A altitude em 
relação ao nível médio do mar é a altitude de pressão corrigida para erros de pressão devido à diferença entre as pressões do nível 
médio do mar (QNH) e do nível padrão (QNE). 
 
 
 
 
 
 
 
1 QNH > QNE (fator D+) 
 
A leitura que o piloto terá no altímetro da aeronave é a altitude de pressão, porém, podemos verificar que há uma diferença entre a AP 
e AI. Isso se dá devido à diferença de pressões entre o QNH e QNE. 
 
AP = 15000ft 
 
QNH – QNE = 1017,2 – 1013,2 QNH – QNE = 4 hPa 
 
4 hPa x 30 ft = 120 ft, portanto há uma distância de 120 ft entre QNH e QNE 
 
Como podemos perceber a AI é maior que a AP, somando-se a diferença do fator D, teremos que 
 
AI = 15000 + 120 AI = 15120 ft 
 
Obs.: a indicação que teremos no altímetro apresenta erro em relação à altitude indicada (AI), portanto nessa situação teremos: 
 
- Erro de indicação para menos (a altitude lida no altímetro é menor que a altitude indicada) 
- Erro de pressão para mais (a pressão ao NMM é maior que a pressão padrão) 
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2 QNH < QNE (fator D-) 
 
A leitura do altímetro da aeronave é a altitude de pressão. Há uma diferença entre a AP e AI, isso se dá devido a diferença de pressões 
entre o QNH e QNE. 
 
AP = 20000ft 
 
QNH – QNE = 1006,2 – 1013,2 QNH – QNE = -7 hPa 
 
-7 hPa x 30 ft = -210 ft, portanto há uma distância de -210 ft entre QNH e QNE 
 
Como podemos perceber a AI é menor que a AP, somando-se a diferença do fator D, teremos que 
 
AI = 20000 – 210 AI = 19790 ft 
 
Obs.: a indicação que teremos no altímetro apresenta erro em relação à altitude indicada (AI), portanto, nessa situação teremos: 
 
- Erro de indicação para mais (a altitude lida no altímetro é maior que a altitude indicada) 
- Erro de pressão para menos (a pressão ao NMM é menor que a pressão padrão) 
 
- Altitude Absoluta ou altura (AA): é a distância vertical entre o nível de vôo e o nível da pista. 
 
 
 
AP = 12000ft 
 
QNH – QNE = 1020,2 – 1013,2 QNH – QNE = 7 hPa 
7 hPa x 30 ft = 210 ft , teremos que AI = 12000 + 210 AI = 12210 ft 
 
QNH – QFE = 1020,2 – 1005,2 QNH – QFE = 15 hPa 
15 hPa x 30 ft = 450 ft , teremos que AA = 12210 + 450 AA = 11760 ft 
 
Obs.: como foi verificada a diferença de pressão entre o nível médio do mar e o nível da pista, essa diferença, em pés, é subtraída da 
altitude indicada. O valor da altitude absoluta poderá ser encontrado também em relação ao nível padrão. Encontrem a altitude 
absoluta utilizando esse argumento e comparem com o valor encontrado acima. 
 
- Altitude de Densidade (AD): é a altitude de pressão corrigida para erros de temperaturas. A altitude de pressão é em relação ao 
nível padrão, portanto, a temperatura considerada é a temperatura padrão (ISA=15°C). Porém a temperatura real não é 
necessariamente igual à temperatura padrão. O ar atmosférico, assim como todos os gases, sofre influência direta da temperatura. 
Quanto maior a temperatura, maior o volume do gás, ou vice-versa. 
 
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Tar = Temperatura do ar 
ISA = Temperatura padrão 
 
Para encontrarmos a Altitude de Densidade podemos utilizar a seguinte fórmula: 
 
AD= AP + 100x(Tar – ISA) 
 
Ex.: Encontre a Altitude de Densidade de uma aeronave que está voando no FL210, cuja temperatura do ar é de – 20°C. 
Solução: 
 
AP = 21000ft 
 
Tar = -20°C 
ISA=? 
 
Para encontrarmos a temperatura padrão para o FL210, devemos usar o gradiente térmico padrão que é 2°C/1000ft. 
 
21000ft x (2°C/1000ft) = 42°C 
15°C – 42°C = - 27°C + 0,5ºC; ISA= -26,5°C 
 
AD = AP + 100 x (Tar – ISA) 
AD = 21000 + 100 x [(-20) – (-26,5)] 
AD = 21000 + 100 x [(-20) + 26,5] 
AD = 2100 + 100 x 6,5 
AD = 21000 + 650 
AD = 21650ft 
 
Como a temperatura do ar é maior que a temperatura padrão, temos que a Altitude de Densidade (AD) é maior que a Altitude de 
Pressão (AP). 
 
- Altitude Verdadeira (AV): é a altitude de pressão corrigida para erros de temperatura e pressão. Essa é a altitude real que uma 
aeronave está em relação ao nível médio do mar. Podemos encontrar a Altitude Verdadeira utilizando a seguinte equação: 
 
AV = AD +/- D, onde o mais ou menos depende do fator D (D+ ou D-) 
 
AD = AP + 100 x (Tar – ISA) 
 
AV = AP + 100 x (Tar – ISA) +/- D 
 
Obs.: a Altitude de Pressão varia 4% do seu valor quando a diferença de temperatura entre as temperaturas do ar (Tar) e padrão (ISA) 
é de 10°C. Algumas vezes será necessário utilizar esse conceito para encontrar a Altitude Verdadeira (AV), chamado também de erro 
combinado. Na maioria das vezes a AV será encontrada utilizando a equação acima. 
 
AV = AP x [ 1 + 0,004(Tar – ISA)] +/- D 
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Exemplo: Encontre as altitudes de pressão, indicada, absoluta, dedensidade e verdadeira na situação abaixo. 
 
 
 
Solução: 
 
AP = 24000ft 
 
∗ Encontrando a Altitude indicada: 
 
QNH – QNE = 1004,2 – 1013,2 QNH – QNE = - 9 hPa 
9 hPa x 30 ft = 270 ft , teremos que AI = 24000 - 270 AI = 23730 ft 
 
∗ Encontrando a Altitude absoluta: 
 
AA = 23730 ft – 2700 ft = 21030 ft 
 
 
∗ Encontrando a Altitude de densidade: 
 
 
 
 
15°C – 48°C = -33°C + 0,5°C = -32,5°C 
 
AD = AP + 100 x (Tar – ISA) 
AD = 24000 + 100 x [(-16,5) – (-32,5)] 
AD = 24000 + 100 x [(-16,5) + 32,5] 
AD = 24000 + 100 x 16 
AD = 25600 ft 
 
∗ Encontrando a Altitude de verdadeira: 
 
AV = AD +/- D 
AV = 25600 – 270 
AV = 24330 ft 
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- Nível de Transição: é o nível onde o piloto procede ao ajuste do QNH, informado pela torre de controle, no altímetro, quando a 
aeronave vem para o pouso. O nível de transição depende da orografia do local onde está situado o aeródromo. 
 
- Altitude de Transição: é a altitude onde o piloto procede ao ajuste do QNE, no altímetro, depois que decola do aeródromo. A 
Altitude será informada pela torre de controle, e também depende da orografia do local onde está situado o aeródromo. 
 
- Camada de Transição: é o espaço entre o nível de transição e a altitude de transição onde o piloto está efetuando troca de QNE para 
QNH, e vice-versa. 
 
 
 
VI – UMIDADE ATMOSFÉRICA 
 
 
 O vapor d’água presente na atmosfera terrestre é proveniente da evaporação de fontes líquidas, tais como: oceanos, mares, 
lagos, rios, etc. Quanto maior a quantidade de vapor d’água presente no ar mais úmido ele será, podento atingir a saturação quando o 
volume do vapor d’água atingir 4% do volume de ar atmosférico. A saturação do ar atmosférico poderá ocorrer de duas formas: 
 
- por acrécimo de vapor d’água: ocorre quando a água evapora e é absorvida pelo ar atmosférico. 
 
- por resfriamento: ocorre quando uma parcela de ar perde calor, seja por advecção, seja por radiação. O resfriamento por 
adveçcção ocorre pelo deslocamento horizontal do ar, o resfriamento por radiação ocorre em noites claras, pela radiação 
terrestre que sofre a superfície. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ar quente 
Resfriamento por 
ar frio 
Resfriamento por 
radiação terrestre 
ar frio 
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- Ciclo hidrológico 
 
 
 
 
 
- Estados físicos da água na atmosfera 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 A água se apresenta na atmosfera nos três estados físicos: sólido, líquido e gasoso. Ocorre também a mudança de estados 
físicos conforme a água recebe ou perde calor. 
 
- Fusão: é a passagem do estado sólido para o estado líquido quando recebe calor. 
- Vaporização: é a passagem do estado líquido para o estado de gasoso. Essa passagem também pode ocorrer por evaporação, 
quando ocorre à temperatura ambiente, ou calefação, quando ocorre quase instantâneamente, por exemplo: quando uma gota 
d’água toca uma chapa muito aquecida. 
- Condensação: é a passagem do estado gasoso para o estado líquido. Essa passagem também é chamada de liquefação. 
- Solidificação: é a passagem do estado líquido para o estado sólido. 
- Sublimação: é a passagem direta do estado sálido para o estado gasoso ou do estado gasoso para o estado sólido. Exemplos 
de sublimação: gelo seco, naftalina (sólido para gasoso), nitrogênio líquido, trilhas deixadas pelas turbinas de aeronaves 
(gasoso para sólido). 
 
SÓLIDO LÍQUIDO GASOSO FUSÃO 
SUBLIMAÇÃO 
SOLIDIFICAÇÃO CONDENSAÇÃO 
VAPORIZAÇÃO 
SUBLIMAÇÃO 
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- Calor específico: é o calor cedido ou recebido por um corpo que faz variar sua temperatura interna. Quando o corpo cede ou 
recebe calor específico altera sua temperatura porém não muda seu estado físico. 
 
- Calor latente: é o calor cedido ou recebido por um corpo que faz variar seu estado físico. O calor específico faz o corpo 
mudar de estado físico, porém sua temperatura continua constante. Exemplo: calor latente de sublimação, calor latente de 
fusão, etc. 
 
Elementos representativos da umidade atmosférica 
 
- Temperatura do bulbo úmido: é a temperatura na qual o ar atmosférico atinge a saturação devido o acréscimo de vapor 
d’água. Essa temperatura é aferida por equipamento instalado nas estações meteorológicas, e ajundam a determinar a 
quantidade, em porcentagem, do vapor d’água presente no ar. 
 
 
 
 
 
 
- Temperatura do ponto de orvalho (PO): é a temperatura na qual o ar atmosférico atinge a saturação por resfriamento, sem 
acréscimo de vapor d’água. Essa temperatura é encontrada a partir da temperatura do bulbo úmido, e é divulgada no 
METAR/SPECI, juntamente com a temperatura do ar. 
 
METAR SBFZ 211200Z 09015KT 8000 –RA BKN015 BKN100 23/19 Q1014 
 
SPECI SBUG 211215Z 00000KT 1500 FG VV002 M01/M01 Q1014 
 
 
psicrômetro 
Musselina: 
tecido 
poroso 
Termômetro 
de bulbo seco 
Termômetro 
de bulbo 
úmido 
Tar PO 
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- Umidade relativa (UR): é a relação entre a quantidade de vapor d’água existente no ar atmosférico e a quantidade máxima 
de vapor d’água que esse ar pode conter ( 4% de todo volume do ar) 
 
 
 
 
 UR= qntde de H2O existente 
 qntde máxima que o ar pode conter 
 
 
 %5,87875,0
40
35
=⇒=⇒= URURUR 
 
 
 
- Umidade absoluta (UA): é a relação entre a massa (em gramas) do vapor d’água existente no ar atmosférico e o volume (em 
m³) desse ar. A umidade absoluta aumenta com o aumento de temperatura. 
 
 
 
 
 
 
 UA= massa do vapor (gramas) 
 volume do ar (em m³) 
 
 UA=
1000
200
 ⇒UA=0,2 g/m³ 
 
 
VII – PROCESSO ADIABÁTICO 
 
É o processo no qual a temperatura interna de uma parcela de ar varia sem que haja transferência de calor entre a parcela de 
ar e o ar circundante. Uma parcela de ar ao se elevar aumenta seu volume e com isso ela vai resfriando internamente, ao descer em 
direção à superfície seu volume é reduzido, pela ação da pressão, e aquece. Observamos que essa variação de temperatura ocorreu sem 
que houvesse interferência do ar que circunda a parcela de ar. 
 
 
Essa variação na temperatura interna da parcela de ar dá-se numa determinada proporção (gradientes térmicos). 
 
volume do ar: 1000m³ 
volume de vapor 
d’água presente no 
ar: 35m³ 
4% de 1000m³ = 40m³ 
volume do ar: 1000m³ 
massa de vapor 
d’água presente no 
ar: 0,2 kg 
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- Gradiente térmico do ar (GTA): é o gradiente médio com qual varia a temperatura do ar circundante. Tem valor médio de 
 0,65°C/100m. 
 
- Razão adiabática seca (RAS): é o gradiente de variação da temperatura interna da parcela de ar seca (não saturada). Esse gradiente 
 tem valor de 1°C/100m. 
 
- Razão adiabática úmida (RAU): é o gradiente de variação da temperatura interna da parcela de ar saturada. Tem valor de 
 0,6°C/100m. 
- Razão do ponto de orvalho (Rtd): é o gradiente de variação da temperatura do ponto de orvalho. Tem valor de 0,2°C/100m. 
 
 
 
Obs.: podemos observar que as temperaturas do ar e do ponto de orvalho vão se aproximando conforme a parcela de ar se eleva, 
chengando numa determinada altura onde as duas se igualam. Nesse momento dizemos que a parcela de ar atingiu sua saturação. 
 
- Nível de condensação convectiva (NCC): é o nível onde a parcela de ar atinge sua saturação, ou seja, onde as temperaturas do ar e 
do ponto de orvalho se igualam. O NCC é a base onde se formam as nuvens convectivas. 
 
• No exemplo anterior encontramos a altura onde as duas temperaturas são iguais utilizando as razões adiabática seca (RAS) e 
do ponto de orvalho (Rtd). Equacionando as duas razões: 
 
RAS – Rtd = 1 – 0,2 = 0,8 
 
Dividindo 100 por 0,8 temos uma constate de valor 125 
 
Relacionando as temperaturas do ar e do ponto de orvalho com essa constante teremos a seguinte fórmula: 
 
H=125x(Tar – Td) 
 
H= altura do nível de condensação (base da nuvem convectiva) 
Tar = temperatura do ar 
Td = temperatura do ponto de orvalho 
 
Como teste utilize a fórmula acima para encontrar a altura da base da nuvem convectiva no exemplo anterior. 
 
- Temperatura convectiva: é a temperatura à superfície que dá início ao processo adiabático 
 
- Temperatura potencial: é a temperatura que a parcela do ar atinge quando retorna ao mesmo nível de onde iniciou o processo 
adiabático. A temperatura potencial atinge o mesmo valor da temperatura convectiva. 
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- Temperatura potencial equivalente: é a temperatura que a parcela de ar atinge quando retorna ao mesmo nível de onde iniciou o 
processo adiabático porém atingirá um valor maior que a temperatura convectiva. Essa diferença se dá quando as condições reinantes 
não se mantêm constantes. 
 
Exemplo 1: calcule a temperatura na base de uma nuvem convectiva que se forma à 1000m, e cuja temperatura do ar à superfície é de 
28°C. 
 
Solução: podemos resolver este exemplo utilizando a RAS. 
 
1°C 100m 
 X 1000m 
 
100X=1000°C 
X=1000/100 
X= 10°C (essa é a variação da temperatura em 1000m) 
Tb = 28-10 Tb = 18°C 
 
 
 
Exemplo 2: calcule a temperatura no topo de uma nuvem convectiva que tem 3000m de extensão e cujas temperaturas do ar e do 
ponto de orvalho à superfície são, respectivamente, 30°C e 24°C. 
 
Solução: para resolvermos esse problema vamos utilizar primeiro a fórmula da altura do NCC, em seguida utilizando a RAS 
vamos encontrar a temperatura na base da nuvem e depois vamos utilizar a RAU para encontrarmos a temperatura no topo (dentro das 
nuvens as temperaturas do ar e do ponto de orvalho variam sempre na mesma proporção, desde a base até o topo). 
 
H=125x(Tar – Td) 
H= 125x(30-24) 
H= 125x6 
H= 750m 
 
* encontrada a altura da base da nuvem precisamos encontrar a temperatura na base da mesma. 
 
1°C 100m 
 X 750m 
100X=750°C 
X=750/100 
X= 7,5°C (essa é a variação da temperatura em 750m) 
Tb = 30-7,5 Tb = 22,5°C 
 
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* agora que já temos a temperatura na base da nuvem vamos utilizar a RAU para encontrar a temperatura no topo 
 
0,6°C 100m 
 Y 3000m 
100Y=3000 x 0,6°C 
Y=1800/100 
Y= 18°C (essa é a variação da temperatura em 3000m dentro da nuvem) 
Tt = 22,5-18 Tt = 4,5°C 
 
 
 
Exemplo 3: uma nuvem convectiva tem 4000m de extensão, e está formada à barlavento de uma montanha de 5000m de altitude (o 
topo da nuvem coincide com o topo da montanha). Encontre as temperaturas na base da nuvem e no sopé da montanha à sotavento. A 
temperatura convectiva é de 29°C, e a temperatura do ponto de orvalho à 500m da superfície é 20°C. 
 
Solução: precisaremos encontrar a temperatura do ponto de orvalho à superfície para depois encontrarmos a altura da nuvem. 
Encontrada a altura da base da nuvem devemos encontrar em seguida a temperatura na base da nuvem, depois a temperatura 
no topo da nuvem e finalmente a temperatura à sotavento da montanha. (dentro das nuvens as temperaturas do ar e do ponto 
de orvalho variam sempre na mesma proporção, desde a base até o topo). 
 
0,2°C 100m 
 X 500m 
100X=500 x 0,2°C 
X=100/100 
X= 1°C (essa é a variação da temperatura do ponto de orvalho em 500m) 
Td = 20+1 Td = 21°C (observe que a temperatura fornecida no problema está na altura de 500m e a temperatura encontrada acima 
está abaixo de 500m por isso somamos a variação encontrada) 
 
* agora que temos as temperaturas do ar (29°C) e do ponto de orvalho (21°C) à superfície podemos encontrar a altura da base da 
nuvem e em seguida a temperatura na base da nuvem. 
 
H=125x(Tar – Td) 
H= 125x(29-21) 
H= 125x8 
H= 1000m 
 
1°C 100m 
 Y 1000m 
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100Y=1000°C 
X=1000/100 
X= 10°C (essa é a variação da temperatura em 1000m) 
Tb = 29-10 Tb = 19°C 
 
* agora que já temos a temperatura na base da nuvem vamos utilizar a RAU para encontrar a temperatura no topo 
 
0,6°C 100m 
 Z 4000m 
100Z= 4000 x 0,6°C 
Z=2400/100 
Z= 24°C (essa é a variação da temperatura em 4000m dentro da nuvem) 
Tt = 19- 24 Tt = -5°C 
 
* agora que já temos a temperatura no topo da nuvem vamos utilizar a RAS para encontrar a temperatura no sopé da montanha à 
sotavento. 
 
1°C 100m 
 W 5000m 
100W= 5000 x 1°C 
W=5000/100 
W= 50°C (essa é a variação da temperatura em 5000m ) 
Ts = -5 + 50 Ts = 45°C 
 
 
 
 
- Equilíbrio térmico da atmosferas: 
 
• Equilíbrio estável (RAS>GTA): a variação da temperatura dentro da parcela de ar é maior que a variação da 
temperatura dentro do ar circundante, conseqüentemente a parcela se resfria mais rapidamente, o que fará com que a 
parcela torne-se mais pesada e tenda voltar à superfície onde iniciou o processo convectivo, enquanto o ar 
circundante continua ascendendo. 
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T1 – temperatura do ar circuntande à superfície 
t1 – temperatura da parcela de ar à superfície 
T2 – temperatura do ar circuntande à uma determinada altura 
t1 – temperatura da parcela de ar à uma determinada altura 
 
Tempo associado ao equilíbrio estável: estabilidade, tempo bom para o vôo, temperatura baixa, nuvens estratiformes, precipitação 
com caráter contínuo, visibilidade restrita, nevoiero ou névoa úmida, ventos fracos. 
 
• Equilíbrio instável (RAS<GTA): a variação da temperatura dentro da parcela de ar é menor que a variação da 
temperatura dentro do ar circundante, conseqüentemente a parcela se resfriamais lentamente, o que fará com que a 
parcela continue mais aquecida e mais leve que o ar circundante e tenda se elevar, enquanto o ar circundante se torna 
descendente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
T1 – temperatura do ar circuntande à superfície 
t1 – temperatura da parcela de ar à superfície 
T2 – temperatura do ar circuntande à uma determinada altura 
t1 – temperatura da parcela de ar à uma determinada altura 
 
Tempo associado ao equilíbrio instável: instabilidade, tempo ruim para o vôo, temperatura alta, nuvens cumuliformes, precipitação 
com caráter de pancada, boa visibilidade (exceto onde está ocorrendo a precipitação), turbulência, ventos fortes. 
 
ar 
circundante ar 
circundante 
T1 t1 
T2 t2 
T1=t1 T2>t2 
ar 
circundante ar 
circundante 
T1 t1 
T2 t2 
T1=t1 T2<t2 
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• Equilíbrio neutro ou indiferente (RAS=GTA): a variação da temperatura dentro da parcela de ar é igual à 
variação da temperatura dentro do ar circundante, conseqüentemente a parcela de ar e o ar circundante se resfriam na 
mesma proporção, o que fará com que ambos se elevem ou afundem juntos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
T1 – temperatura do ar circuntande à superfície 
t1 – temperatura da parcela de ar à superfície 
T2 – temperatura do ar circuntande à uma determinada altura 
t1 – temperatura da parcela de ar à uma determinada altura 
 
Tempo associado ao equilíbrio neutro: instabilidade (ar agitado) dentro da nuvem e estabilidade (ar calmo) fora da mesmas, a 
nuvem que identifica esse equilíbrio é do tipo Stratocumulus (SC). 
 
Obs. As condições de equilíbrios vistas para o ar seco (RAS) serve também, como definição, para o ar saturado (RAU). 
 
VIII – VENTOS E CIRCULAÇÕES 
 
 
- Vento: o vento é consequência do deslocamento horizontal do ar atmosférico. Esse deslocamento horizontal é devido a 
diferença de pressão entre os sistemas de pressão. Os ventos se deslocarão sempre de um sistema de alta pressão para outro 
de baixa pressão. 
 
 
 
ar 
circundante 
ar 
circundante 
T1 t1 
T2 t2 
T1=t1 T2=t2 
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Gradiente de pressão: o gradiente de pressão é a relação entre a diferença entre as isóbaras que compõem um sistema de pressão e a 
distância entre essas linhas. 
 
 
 
Obs.: o gradiente de pressão é maior no ponto dois pois a distância entre as isóbaras é muito menor que a distância no ponto um, em 
consequência o vento é muito mais intenso (veloz), no ponto dois. 
 
Exemplo: Imaginemos que as distâncias entre as isóbaras nos pontos um e dois sejam, respectivamente, 40 km e 10 km. Podemos 
encontrar o valor do gradiente de pressão utilizando a relação abaixo: 
 
kmhPaG
km
hPaG /05,01
40
21 =⇒= 
 
kmhPaG
km
hPaG /2,02
10
22 =⇒= 
 
G2 > G1, quanto maior o gradiente, mais intenso é o vento. 
 
Onde: G1 é o gradiente de pressão do ponto um e G2 o gradiente do pinto dois. A diferença de pressão entre as isóbaras será sempre 
dois pois as mesmas são representadas de 2hpa em 2hpa, sempre em números pares. 
 
- Forças que atuam no vento: 
 
1) Força do gradiente de pressão: a pressão exerce uma força que inicia o deslocamento do ar horizontalmente. Essa força é 
também chamada força motriz do vento. 
2) Força de gravidade: é a força que atua na direção do centro da terra e faz com que o ar mantenha-se preso à superfície. A 
força de gravidade é muito mais intensa nos Pólos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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3) Força centrífuga: é a força que atua contrária à força de gravidade. Essa força é mais intensa sobre o Equador. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4) Força de atrito: é a força resistente que atua em sentido contrário ao deslocamento do vento. Essa força depende 
principalmente da orografia da região sobre a qual o ar está se deslocando. 
 
Sobre a superfície marítima: a força de atrito atua desde no nível da água até a altura de 600m 
Sobre a superfície terreste: a força de atrito atua desde a superfície até a altura de 900m 
Sobre regiões montanhosas: a força de atrito atua até a altura de aproximadamente 1800m 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5) Força de Coriólis: devido o movimento de rotação da terra, existe uma força que atua sobre o ar que desloca-se sobre a 
superfície terreste chamada Força de Coriólis, ou Força desviadora. Essa força é mais intensa nos Pólos e nula no Equador. A 
força de Coriólis desvia o vento, que sopra dos Pólos em direção ao Equador, para a esquerda (no Hemisfério Sul) e para a 
direita (no Hemisfério Norte). 
 
 
 
Deslocamento 
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- Tipos de ventos: 
 
• Vento barostrófico: vento que desloca pela atuação exclusiva da força do gradiente de pressão. 
• Vento geostrófico: nesse vento atuam as forças do gradiente de pressão e Coriólis. É o vento mais próximo do vento 
real 
• Vento gradiente: esse vento sopra logo acima do vento geostrófico, nele atuam as forças do gradiente de pressão, 
de gravidade e de Coriólis. Esse vento é mais veloz pois em geral não sofre o efeito da força de atrito. 
• Vento ciclostrófico: é o vento que sopra próximo ao Equador, nele atuam as forças do gradiente e centrífuga. É o 
vento característico dos furacões. Não sofre o efeito da força de Coriólis pois essa é nula no Equador. 
• Vento de superfície: além das forças o gradiente e Coriólis, atua nesse vento a força de atrito, fazendo com que 
tenha menor intensidade que o vento geostrófico. Esse vento sopra entre a superfície terrestre até o limite de 100m. 
É o vento divulgado nas mensagens meteorológicas METAR, SPECI e TAF. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
- Circulação geral dos ventos 
 
Vamos considerar apenas as características dos ventos que atuam no Hemisfério Sul (HS): 
 
• Centro de alta pressão (vento que sopra do Pólo Sul) 
 
 
 
 
 
 
 
 
Camada 
planetária 
ou de 
fricção 
Camada limite 
Camada de transição 
Nível 
vento de superfície 
vento geostrófico 
vento gradiente 
Nível gradiente 
descendente 
divergente 
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Todo sistema de alta pressão é também chamado de anticlônico, os ventos são descendentes e divergentes, devido o efeito de Coriólis 
apresenta, no HS, circulação anti-horária, NOSE (Norte, Oeste, Sul, Este), as condições de tempo encontradas são estabilidade, tempo 
bom para o vôo, temperatura baixa, nuvens estratiformes, precipitação com caráter contínuo, visibilidade restrita, nevoiero ou névoa 
úmida, ventos fracos. 
 
• Centro de baixa pressão (vento que sopra do Equador em direção ao Pólo Sul)Todo sistema de baixa pressão é também chamado de clônico, os ventos são convergentes e ascendentes, devido o efeito de Coriólis 
apresenta, no HS, circulação horária, NESO (Norte, Este, Sul, Oeste), as condições de tempo encontradas são instabilidade, tempo 
ruim para o vôo, temperatura alta, nuvens cumuliformes, precipitação com caráter de pancada, boa visibilidade (exceto onde está 
ocorrendo a precipitação), turbulência, ventos fortes. 
 
S 
O E 
N 
Nível gradiente 
ascendente 
convergente 
S 
O E 
N 
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Observe nessas imagens abaixo a diferença no sentido em que os ventos circulam num sistema de baixa pressão no HS e HN, 
respectivamente. 
 
 
 
 
 
 
 
- Derivadas dos ventos 
 
1º) Aeronave deslocando-se no sentido do sistema de baixa pressão 
 
 
 
 
 
O vento sopra do lado direito da aernove (vento de través direito) 
A aeronave sofre deriva (desvio) para a esquerda 
Correção de ruma será efetuada para a direita 
 
 
2º) Aeronave deslocando-se no sentido do sistema de alta pressão 
 
 
 
 
 
 
O vento sopra do lado esquerdo da aernove (vento de través esquerdo) 
A aeronave sofre deriva (desvio) para a direita 
Correção de ruma será efetuada para a esquerda 
 
furacão Catarina – Santa Catarina - 
Brasil 
(sentido horário dos ventos) 
furacão Katrina – Estados Unidos 
(sentido anti-horário dos ventos) 
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3º) Aeronave deslocando-se com vento de cauda 
 
 
 
 
 
O vento sopra na cauda da aernove 
A aeronave não sofre deriva (desvio) 
O centro de baixa pressão fica à direita da aeronave 
 
- Medidas do vento 
 
Considera-se três variáveis no deslocamento do vento: direção, intensidade e caráter 
 
- Direção: a direção do vento é medida em graus a partir do Norte.A direção é considerada de onde o vento sopra. Para os 
procedimentos de pouso e decolagem consideramos a direção a partir do Norte Magnético da terra, para estudos 
meteorológicos considera-se o Norte verdadeiro. Existe uma diferença de 22º27’ entre o Norte Verdadeiro e o Norte 
magnético. 
 
 
 
 
 
 
METAR SBFZ 011200Z 18012KT 4000 RA BKN015 BKN080 BKN200 21/20 Q1016 
 
METAR SBMS 011500Z 09007KT 9999 SCT020 SCT100 BKN200 29/22 Q1012 
 
METAR SBNT 011200Z VRB02KT FEW025 SCT100 27/22 Q1014 
 
Nos exemplos acima temos, respectivamente, as seguintes direções dos ventos: 180°, 090° e direção variável (VaRiaBle). A direção é 
variável quando não é possível determinar uma direção média. 
 
Obs.: nas mensagens meteorológicas a direção do vento é sempre em relação ao Norte verdadeiro. 
 
NV 
NM 
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- Intensidade: a intensidade é a velocidade com a qual o vento se desloca, é medida em nós (Knots). 1KT≅2km/h. 
 
METAR SBRJ 011200Z 18012KT 8000 -RA BKN015 BKN080 BKN200 16/15 Q1018 
 
METAR SBSP 011200Z 09007KT 3000 DZ OVC004 15/14 Q1020 
 
SPECI SBKP 011200Z 00000KT CAVOK 18/15 Q1019 
 
TAF SBRF 011200/021200 14012KT 9999 SCT020 PROB30 TEMPO 1216 7000 SHRA BKN015 BECMG 2301 22006KT PROB30 
TEMPO 0209 5000 SHRA BKN015 TX30/16Z TN25/08Z RMK PCE= 
 
Nos exemplos acima temos, respectivamente, as seguintes intensidades dos ventos: 12kt, 07kt, vento calmo. 
No TAF está previsto os seguintes ventos: direção e velocidade, respectivamente: 140° com 12kt, 220° com 06kt. 
 
- Caráter: é a forma como o vento flui. Pode apresentar caráter contínuo, intermitente ou de rajada. 
 
• Contínuo: o vento mantém a intensidade sempre constante. 
• Intermitente: apresenta mudança na sua intensidade porém sem grandes variações. 
• Rajada (Gust): apresenta variação considerável na sua intensidade. O vento é considerado de rajada quando 
apresenta uma intensidade maior ou igual a 10kt acima da intensidade média, (com duração de até 15 segundos). 
 
14012G25KT (vento com direção de 140°, intensidade média de 12kt e rajada de 25kt) 
 
VRB15G30KT (vento com direção de variável, intensidade média de 15kt e rajada de 30kt) 
 
Os ventos também são divulgados através de cartas de ventos (wind alof prog) 
 
 
 
 
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- Circulação geral dos ventos 
 
A circulação geral dos ventos se dá sob três aspectos: Zona de Confluência Intertropical (ITCZ), circulação nas baixas altitudes e 
circulação nas altas altitudes. 
 
• Zona de Confluência intertropical (ITCZ): é também chamada de Confluência Intertropical (CIT) ou Equador 
meteorológico. A ITCZ fica localiza numa estreita faixa próxima ao Equador, entre 12ºN e 06ºS, e divide as 
circulações do ar entre os dois hemisférios. Quando a ITCZ está mais abaixo da linha do Equador trás bastante 
instabilidade para as regiões Norte e Nordeste do Brasil. 
 
 
 
• Circulação nas baixas altitudes: é o ar que se desloca dos Pólos em direção ao Equador nas baixas altitudes, até 
20000ft aproximadamente. Essa circulação apresenta três faixas distintas, também chamdas de células. 
 
 
 
05KT 
10KT 
20KT 
30KT 
35KT 
50KT 
75KT 
125KT 
Intensidade 
de 10KT 
Direção 
330° 
ITCZ 
frente fria 
cinturão de altas 
pressões 
ventos alíseos 
ventos predominantes de 
oeste 
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• Circulação nas altas altitudes: é o ar que retorna do Equador em direção aos Pólos nas altas altitudes, acima de 
20000ft. Os ventos dessa circulação são em geral mais intensos que o das baixas altitudes. 
 
1 – Ventos contra-alíseos: são os alíseos retornando para os Pólos, sopram próximo do Equador. Esses ventos podem atingir até 50kt 
(aproximadamente 100km/h). 
 
2 – Jatos de este: ocorrem acima de 40.000ft, com velocidades de até 60kt, próximo da latitude de 20º de cada hemisfério. 
 
3 – Corrente de Berson: vento que sopra sobre o Equador, com direção predomintante de Oeste, acima de 60.000 ft. A corrente de 
Berson circunda todo o globo, e chega a atingir velocidades acima de 100kt. 
 
4 - Vento de Krakatoa: vento que sopra na estratosfera, nas latitudes de 15º de cada hemisfério, e tem direção de este. Podem atingir 
até 100kt. 
 
5 – Vórtices Polares: é o vento que desce sobre os Pólos. Apresenta forma espiralada (afunilada) e atingem velocidades de até 200kt. 
 
6 – Correntes de jatos (Jet Stream): vento que sopra sobre as latitudes temperadas, em ambos os hemisférios, com direção 
predominante de Oeste. Essas correntes fluem acima de 30.000ft, mas apresentam oscilações acima de 30.000f e também variam suas 
latitudes. As correntes de jatos parecem “serpentear” na atmosfera. No núcleo dessa corrente a velocidade do vento pode atingir mais 
de 200kt, já houve registro de vento com até 500kt. Em geral essas corentes antecedem a passagem de frentes frias e são 
acompanhadas de turbulências. A Corrente de Jato é divulgada através de cartas de prognóstico de tempo (SIGWX). 
 
 
 
Correntes de Jatos 
 
Obs.: as linhas tracejadas 
indicam a área onde estão 
ocorrendo as turbulências 
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- Circulação regional ou secundária: são circulações que ocorrem apenas em determinadas regiões devido orografia, 
diferença de pressão, estações do ano, etc. 
 
• Brisa marítima: ar que sopra do mar para a terra durante o dia devido o aquecimento da superfície terrestre. 
• Brisa terrestre: ar que sopra da terra para o mar durante a noite devido a superfície marítima manter-se mais 
aquecida à noite. 
 
 
 
 
 
• Vento de vale: ar que sobe do vale para o topo da montanha, também chamado anabático pois sobe à barlavento da 
montanha. 
• Vento de montanha: vento que sopra da montanha para o vale durante a noite, também chamado catabático pois 
desce à sotavento da montanha. 
 
 
 
• Ventos de Fohen: vento que sopra no topo das montanhas e provocam um efeito turbulento, é muito perigoso para 
aeronaves que voam abaixo do cume da montanha pois pode fazê-la perder altitude. 
 
 
 
brisa brisa 
vento de vento de 
efeito de Fohen 
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• Monções: são ventos característicos de regiões litorâneas, muito comuns nas costas da Índia. As monções são 
mais características do verão mas também occorem no inverno, só que com menos intensidade. As monções de 
verão se caracterizam principalmente pela precipitação intensa. 
 
 
 
IX – NUVENS E NEVOEIROS 
 
As nuvens são indicativos de como está se comportando o tempo numa determinada região, com a presença das nuvens 
podemos determinar um ar instável ou estável, presença de ventos em altitudes, turbulências, tipos de precipitações que possam 
ocorrer naquela região, etc. Apesar da freqüente evolução das nuvens, que mudam constantemente, é possível definir formas 
características que permitem c1assificá-las em diferentes grupos. As classificações das nuvens seguem critérios estabelecidos pela 
OMM, tais como: formas, estruturas, estágios e gêneros. 
 
Classificação das nuvens: 
 
– Quanto à forma: 
 
• Cumuliformes: nuvens características de sistemas instáveis. Apresenta maior desenvolvimento vertical que horizontal devido 
 à presença de correntes ascendentes. 
• Estratiformes: nuvens características de sistemas estáveis. Apresenta maior desenvolvimento horizontal. 
 
– Quanto à estrutura 
 
• Sólidas: nuvens que apresentam em sua estrutura cristais de gelos. 
• Mistas: apresentam em sua estrutura água nos estados sólidos e líquidos. 
• Líquidas: apresentam água nos estado líquido em sua estrutura. 
 
 
– Quanto ao estágio 
 
• Altas: nuvens que se formam, em geral, acima de 5000m de altura. Essas nuvens apresentam estrutura sólida e não formam 
 sombras. 
• Médias: nuvens que apresentam suas bases, em geral, formadas a partir de 2000m até aproximadamente 8000m. São nuvens 
 com estruturas mistas. 
• Baixas: nuvens que se formam logo acima da superfície (em média 120m), podendo formar suas bases até 2000m. São 
 nuvens com estruturas líquidas. Algumas nuvens cumuliformes podem formar suas bases no estágio baixo, mas 
 apresentam grande extensão vertical, podendo, seus topos atingirem 6000m ou até 15000m (nuvens de 
 desenvolvimento vertical). 
 
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– Quanto ao gênero 
Eistem 10 gêneros de nuvens: Cirrus, Cirrocumulus, Cirrostratus, Altocumulus, Altostratus, Nimbostratus, Stratocumulus, 
Stratus, Cumulus e Cumulonimbus. 
 
• Cirrus (CI) 
Nuvens isoladas com a forma de filamentos brancos e delicados, ou de bancos, ou de faixas estreitas, brancas ou em sua maioria 
brancas. Estas nuvens têm um aspecto fibroso (cabeludo) ou um brilho sedoso, ou ambas as coisas. Uma variedade de Cirrus, o Cirrus 
Uncinus, identifica ventos fortes em altitudes, como a Corrente de Jato. Geralmente antecedem a passagem de uma Frente. 
 
 
 
• Cirrocumulus (CC) 
Banco, lençol ou camada fina de nuvens brancas, sem sombra própria, composta de pequeníssimos elementos em forma de grãos, 
rugas, etc., soldados ou não, e dispostos mais ou menos regularmente; a maioria dos elementos tem uma largura aparente inferior a um 
grau. Os cirrocumulus identificam turbulência em altitude. 
 
 
 
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• Cirrostratus (CS) 
Véu de nuvens transparente e esbranquiçado, de aspecto fibroso (cabeludo) ou liso, cobrindo inteiramente ou parcialmente o céu, e 
dando geralmente lugar a fenômenos de halo (anel luminoso ao redor do sol). 
 
 
 
• Altocumulus (AC) 
Banco, lençol ou camada de nuvens brancas ou cinzentas, ou simultaneamente brancas e cinzentas, apresentando geralmente 
sombras próprias, compostos de pequenas lâminas, seixos, rolos, etc., de aspecto muitas vezes parcialmente fibroso ou difuso, 
soldados ou não; a maioria dos pequenos elementos dispostos regularmente tem geralmente uma largura aparente compreendida entre 
um e cinco graus. As nuvens AC apresentam precipitação que não chegam a atingir o solo. Uma variedade de AC, o Altocumulus 
Lenticulares, identifica turbulência orográfica. 
 
 
 
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• Altostratus (AS) 
Lençol ou camada de nuvens acinzentadas ou azuladas, de aspecto estriado, fibroso ou uniforme, cobrindo inteiramente ou 
parcialmente o céu, e podendo apresentar partes suficientemente finas que deixam ver o sol, embora vagamente, como se fosse 
através de um vidro despolido. Os Altostratus não apresentam fenômenos de halo. Quando ocorre precipitação desse gênero de nuvens 
é uma chuva com caráter contínuo. 
 
 
 
• Nimbostratus (NS) 
Camada de nuvens cinzenta, muitas vezes sombria, cujo aspecto torna-se velado em conseqüência das pancadas mais ou menos 
contínuas de chuva ou de neve que, na maioria dos casos, atingem o solo. A espessura desta camada é, em toda a sua extensão, 
suficiente para esconder completamente o Sol. Existem freqüentemente abaixo desta camada nuvens esfarrapadas, soldadas ou não, 
com ela. 
 
 
 
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• Stratocumulus (SC) 
Banco, Lençol ou camada de nuvens cinzentas ou esbranquiçadas, ou mesmo cinzentas e esbranquiçadas, tendo quase sempre 
partes sombrias, compostas de mosaicos, seixos, rolos, etc., de aspecto não fibroso (salvo a virga) soldados ou não; a maioria dos 
pequenos elementos dispostos regularmente tem a largura aparente superior a cinco graus. Esse gênero de nuvem é característico do 
equilíbrio neutro ou indiferente, apresenta ventos fortes e agitados dentro da nuvem, e suave e calmo fora da nuvem. 
 
 
 
• Stratus (ST) 
Camada de nuvens geralmente cinzenta, com base uniforme, podendo dar lugar a chuviscos, prismas de gelo ou grãos de neve. 
Quando o sol é visível através da camada, seu contorno torna-se nitidamente visível. Os stratus não dão lugar a fenômenos de halo, 
salvo, eventualmente, a temperaturas muito baixas. Às vezes, Os stratus se apresentam sob a forma de bancos esfarrapados. É a nuvem 
que forma-se com a menor altura. 
 
 
 
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• Cumulus (CU) 
Nuvens isoladas, geralmente densase de contorno bem delineado, desenvolvendo-se verticalmente em forma de mamelões, de 
domos ou de torres, e cuja região superior, apresentando várias intumescências, assemelhasse, muitas vezes, a uma couve-flor. As 
partes destas nuvens iluminadas pelo Sol são, muitas vezes, de um branco ofuscante; sua base, relativamente sombria, é sensivelmente 
horizontal. Os cumulus identificam turbulência térmica ou convectiva e podem apresentar precipitação com caráter de pancada. 
 
 
 
• Cumulonimbus (CB) 
Nuvem densa e potente, de considerável dimensão vertical, em forma de montanha ou de enormes torres. Uma parte pelo menos de 
sua região superior é geralmente lisa, fibroso ou estriado, e quase sempre achatado; esta parte se expande muitas vezes em forma de 
bigorna ou de um grande penacho. Esse gênero de nuvens provoca trovoadas, relâmpagos, queda de granizo, turbulência severa. 
Nuvem típica de furacões. O topo dessa nuvem chega a atingir, algumas vezes, mais de 50000ft (15000m). 
 
 
 
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• Cumulus Congestus (TCU) 
Os pequenos cúmulos de "bom tempo" podem evoluir e desenvolver cúmulos maiores. Conhecidos por cúmulos congestus - que é 
uma das nuvens mais espetaculares, pois as correntes ascendentes continuam, no interior da nuvem, produzem bolhas e tufos em 
variação constante na superfície superior da nuvem. Desenvolvem-se quando o ar no interior da nuvem se mantém mais quente que o 
ar à sua volta e assim a nuvem permanece mais leve do que a sua vizinhança, continuando a desenvolver-se para cima, alimentada 
pelas fortes correntes ascendentes no interior da nuvem, subindo ar com velocidade que chega a atingir 20 m/s. Os topos dos 
cúmulos congestus podem atingir 20000ft (6000m). 
 
 
 
Medidas das nuvens: as nuvens são medidas quanto à sua quantidade e altura onde se formam suas bases. 
 
• Quanto à quantidade: a quantidade que um gênero de nuvem cobre da abóbada celeste (parte do céu que visualizamos a 
partir do horizonte num raio de 360º), para isso dividimos a abóbada celeste em 8 partes (semelhante uma pizza) e verificamos 
quanto essa nuvem cobre do céu. 
 
 
 
Obs.: é considerado teto quando um gênero de nuvem cobre 5/8 ou mais da abóbada celeste 
de 1/8 à 2/8 – FEW (poucas) 
de 3/8 à 4/8 – SCT (esparsa) 
de 5/8 à 7/8 – BKN (nublado) 
8/8 – OVC (encoberto) 
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Quanto à altura: a altura de um gênero de nuvem é considerada a partir da superfície (nível da pista, ou de onde esteja o observador) 
até a base da nuvem. Essa medida é fornecida nas mensagens meteorológicas em centenas de pés (ft). 
 
SBRF 180400 12003KT 9999 SCT017 FEW022TCU 25/23 Q1016= 
SBMO 180400 13012KT 3000 RA SCT006 BKN017 BKN100 21/21 Q1016= 
SBAR 180400 15009KT 5000 -RA SCT010 BKN015 BKN100 23/22Q1017= 
SBSV 180400 14007KT 5000 HZ NSC 24/19 Q1018= 
SBRJ 180400 34007KT 3800 BR SKC 19/16 Q1016 = 
 
SBRF 180600 - 190600 14010KT 9999 SCT016 PROB30 TEMPO 0610 7000 SHRA BKN015 TN23/08Z TX28/15Z RMK PCN= 
SBMO 180600 - 190600 23003KT 8000 SCT012 TEMPO 0612 4500 -RA BKN010 BECMG 1214 13010KT TN20/08Z TX25/16Z 
RMK PCN= 
SBAR 180600 - 181800 15010KT 8000 SCT012 TEMPO 0612 4500 -RA BKN010 TN21/06Z TX26/16Z RMK PCN= 
SBSV 180600 - 190600 16010KT 9999 SCT015 PROB30 TEMPO 0612 6000 SHRA BKN013 TN21/08Z TX27/16Z RMK PCN= 
SBRJ 180600 - 181800 35005KT 4000 BR SKC PROB40 0811 1000 BECMG 1214 CAVOK BECMG 1517 17015KT TN17/09Z 
TX25/16Z RMK PGX = 
SBGR 180600 - 190600 00000KT 8000 SKC PROB30 0610 4000 BR BECMG 1214 33005KT CAVOK PROB30 2022 5000 HZ 
SKC BECMG 0002 17005KT TN07/08Z TX24/18Z RMK PGO= 
 
Nota: 
 
1 – As nuvens dos gêneros Cumulusnimbus (CB) e Cumulus Congestus (TCU) serão sempre identificadas nas mensagens 
meteorológicas, as demais não serão informadas quais seus gêneros; 
2 – O termo SKC (SKy Clear) informa que não nenhum gênero de nuvens formadas, ou seja, o céu está limpo de nuvens; 
3 – O termo NSC (No Significant Cloud) informa que há nuvens formadas, porém suas bases estão formadas acima de 5000ft 
(1500m). 
 
- Nevoeiros 
 
Os nevoeiros (fog, em inglês) formam-se em ar estável, com baixa temperatura, alta umidade e ventos fracos. Os nevoeiros 
são também definidos como sendo uma nuvem formada à superfície. As principais características dos nevoeiros são umidade 
relativa maior que 97% e reduz a visibilidade horizontal à menos de 1000m. 
 
Classificação dos nevoeiros 
 
 Os nevoeiros são classificados como sendo de massas de ar (por radiação ou advectivo) e frontais (frentes frias e 
quentes). 
 
- Nevoeiro de Radiação: são os nevoeiros formados à superfície em conseqüência do resfriamento dessa pelo processo de 
radiação. Esse tipo de nevoeiro é comum sobre a superfície terrestre, no verão, em noites sem nebulosidades (noites claras). 
 
 
 
- Nevoeiros de advecção: são os nevoeiros formados pelo deslocamento de massas de ar no sentido horizontal (advectivo). 
Esses nevoeiros são classificados como: nevoeiro de vapor, nevoeiro marítimo, nevoeiro de brisa marítima, nevoeiro 
orográfico e nevoeiro glacial. 
 
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• Nevoeiro de vapor: esse nevoeiro ocorre quando uma parcela de ar fria desloca-se sobre superfícies líquidas quentes, tais 
como: pântanos e lagos. O ar frio que desloca-se sobre essas superfícies faz o vapor d’água condensar e forma o nevoeiro, 
apresenta um aspecto molhado (úmido). 
 
 
 
• Nevoeiro marítimo: nevoeiro formado pelo deslocamento de uma massa de ar quente sobre a superfície marítima que se 
encontra mais fria é mais comum no inverno. É o nevoeiro que tem maior extensão horizontal cobrindo grande área. 
 
 
 
• Nevoeiro de brisa marítima: nevoeiro comum sobre a orla marítima. Forma-se pelo deslocamento das massas de ar mais 
aquecidas que sopram dos oceanos para o litoral mais frio. É muito comum nas regiões temperadas durante o inverno. 
 
 
 
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• Nevoeiro orográfico: é causado pelo deslocamento de uma massa de ar quente e úmida que sobe a encosta de uma montanha 
mais fria. Esse tipo de nevoeiro ocorre principalmente no interior do continente. 
 
 
 
• Nevoeiro glacial: nevoeiro que ocorre pela sublimação do vapor d’água existente na massa de ar que se desloca sobre os 
pólos. 
 
• Nevoeiros frontais: são os nevoeiros formados pela passagem de frentes. São classificados como pós-frontal, quando se 
forma após a passagem da frente fria, ou pré-frontal, quando se forma antes da passagem da frente quente. Seja na frente fria, 
seja na frente quente os nevoeiros sempre se formam dentro do ar frio. 
 
 
 
 
Obs.: o nevoeiro é um fenômeno sensível a variações de temperaturas e ventos. Quando o ar começa a aquecer o nevoeiro começa a 
dissipar podendo dar origem a nuvens do gênero Stratus (ST). Na divulgação, nas mensagens meteorológicas, da presença de um 
nevoeiro podem vir acompanhado alguns descritores do fenômeno, tais como: 
 
MI (baixo): nevoeiro que se forma à superfície e pode atingir até dois metros de altura; 
PR (parcial): nevoeiro que se forma sobre o aeródromo, porém restringe parcialmente a visibilidade horizontal; ou 
BC (banco): nevoeiro que se forma apenas num determinado setor do aeródromo, não oferecendo grandes riscos aos procedimentos de 
pousos e decolagens. 
 
METAR

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